23 março 2006

Dinheiro, sexo e poder

Desde as primeiras civilizações, estes três fatores estiveram envolvidos em quase todos os movimentos sociais, políticos e econômicos. Eles motivaram o início, a ascensão, o auge, o declínio e a derrocada de homens e mulheres, famílias e etnias, povoados e nações, iniciativas simples ou ideologias inteiras. É impossível pensar em um período histórico que não tenha sido motivado ou, pelo menos, influenciado por um dos elementos dessa tríade. Ou por todos eles.Isto não significa, porém, que o dinheiro, o sexo e o poder sejam maléficos por natureza. O que determina seus efeitos são os princípios e o caráter de quem deles dispõe, como mostra Richard J. Foster em Dinheiro, sexo e poder: Um chamado à renovação ética.

Abordagem corajosa e fundamentação bíblica consistente são as marcas deste livro, uma investigação séria sobre as raízes de três fontes poderosas de bênção ou de problemas. A escolha está nas mãos de cada um.

Richard J. Foster é autor de Celebração da disciplina (Vida) e Oração: O refúgio da alma (Hagnos). Pastor quacre e conferencista internacional, ele foi professor da Friends University e fundador da Renovare, organização dirigida ao desenvolvimento e ao crescimento das igrejas cristãs.

19 março 2006

Relacionar-se com Deus 1/4

O Quadro

Esse quadro é uma tentativa de apresentar uma das mais profundas verdades da vida: Deus quer se relacionar com o ser humano e no decorrer de toda a história tem tomado a iniciativa de se aproximar de nós. Esse quadro fala do projeto inicial de Deus: relacionamento. Desde o começo era essa a sua intenção.

Ele hoje não diz muita coisa, mas no decorrer dos próximos domingos ele vai se transformar em uma lembrança permanente sobre esse grande desejo do coração de Deus.

Esse quadro vai ser ampliado e receber outras informações (Algumas, você mesmo vai incluir) até que essa verdade e os desdobramentos dela para nossas vidas fiquem completamente claros.

Hoje, pra começar, apenas quatro considerações:

1. Existe um Deus pessoal, criador de todas as coisas;
2. Nós, seres humanos, fazemos parte da criação de Deus;
3. Deus tomou a iniciativa de se revelar, de mostrar quem é;
4. A Bíblia é a auto-revelação de Deus para a humanidade.


Um Deus Pessoal

"Nenhum homem é uma ilha” Foi o que escreveu John Donne, poeta do século XVI. Somos seres relacionais. Temos necessidade de compartilhar, de estar junto de outras pessoas. É difícil imaginar que alguém possa viver bem cercado apenas de objetos. Falta alguma coisa. É unilateral. É você de um lado e o nada do outro. É você e você mesmo. Não há resposta, por isso não dá certo por muito tempo!

Quem assistiu “O Náufrago” com Tom Hanks, lembra do Wilson. O filme é a história de um executivo muito comprometido com sua empresa, ao ponto de deixar em segundo plano a família. Ele sofre um acidente em uma de suas viagens a trabalho e acaba em uma ilha deserta. Lá, entre os destroços do avião, ele encontra uma bola, cuja marca era Wilson.

Depois de quase enlouquecer de solidão, ele desenha um rosto na bola. Antes era só uma bola, mas agora com rosto e nome, Wilson, passou a ser seu companheiro naquela ilha deserta. Agora a bola era alguém. Alguém com quem falar, pra quem sorrir, com quem brigar, com quem discordar e compartilhar esperança. Mas o Wilson era uma farsa. Ele nada tinha a dizer. Ficava mudo impassível, sem expressão, sem opinião sobre nada.

Na verdade, algumas pessoas lidam com Deus como se Ele fosse o Wilson. Mas Deus não é um objeto a quem eu dou vida; ao contrário disso, Ele me deu vida. Deus não é uma força impessoal, uma energia positiva ou uma espécie de consciência da coletividade.

Deus é alguém, ele é uma pessoa! Deus não é gente, mas é pessoal. Na Bíblia vemos um Deus que fala, ouve, sente tristeza e alegria. Ele tem caráter e personalidade, enfim um Deus com quem é possível alguém se relacionar.

Um Deus Criador

Até o século XV, o mundo ocidental era muito religioso e acreditava em um Deus criador, ainda que fosse um Deus distante. Muitos erros e abusos foram cometidos pela Igreja durante a idade média, mas até aquela época o mundo ocidental acreditava em um Deus criador.

Entre os séculos XVI e XVII movimentos como o iluminismo, o renascimento, e também os grandes avanços científicos libertaram a humanidade de muitas crendices, mas ao mesmo tempo induziram a raça humana a um sentimento de auto-suficiência.

Os séculos XVIII e XIX foram o ápice dessa auto-suficiência. O homem se recoloca no centro das coisas, abandona a idéia de um criador e se proclama auto-gerado. Sem origem em um criador, o homem busca teorias que esclareçam de onde ele viemos, aliás, uma pergunta sempre em evidência. Darwin respondeu: somos descendentes dos macacos.

No século XX, a farsa dessa proposta, de um homem auto-suficiente, veio à tona: Guerras mundiais, genocídios, destruição dos recursos do planeta e total banalização do valor da vida humana. O homem que se dizia auto-gerado e auto-suficiente, caminha direto para a auto-destruição.

A despeito do que o homem pense sobre o assunto, Deus se apresenta desde o começo como o Criador da vida. Antes de tudo Ele era. Ele criou tudo que existe por sua vontade a partir da sua palavra.

Arquiteto, Engenheiro e Pedreiro

Mas que tipo de criador é Deus? Há alguns anos uma trilogia levou milhões aos cinemas: Matrix. O filme impressionava pelos efeitos especiais, muitos deles inovadores (e que depois foram copiados por muitos diretores).

Uma das cenas que causou muita discussão foi o diálogo do Neil com o criador da Matrix, chamado de Arquiteto, uma referência atravessada à pessoa de Deus.

Aliás, alguns grupos, como os maçons, também se referem a Deus como o Arquiteto. O Deus arquiteto é um Deus muito sábio, mas distante. É o Deus que até projetou a vida com muito cuidado, mas depois foi embora.

Mas Deus não afirma isso de si mesmo! Ele diz que além de arquiteto, ele também é o engenheiro, o mestre de obras e o pedreiro da criação. Literalmente, Ele diz que meteu a mão na massa. Trabalhou o barro com as próprias mãos para criar o que ele queria: um ser a sua imagem e semelhança.

Não houve acaso, mas intencionalidade; Não houve distância, mas proximidade; Não houve produção em série, mas artesanal.

Somos parte especial dessa criação. Ele nos fez para reconhecermos quem Ele é. Para que o reconhecimento da sua infinita bondade, do seu perfeito amor, da sua justiça eterna e de todos os seus atributos encha nossa vida de alegria.

Auto-Revelação

Como poderíamos, por conta própria, saber algo sobre Deus? O Deus criador, santo, bondoso, amoroso, justo e perfeito era antes de tudo, e criou tudo que existe. Por isso seria impossível conhecê-lo sem que Ele mesmo decidisse se revelar. E Ele fez isso.

Primeiro há uma revelação natural, isto é própria criação. A sobrevivência da vida em nosso planeta, as belezas da natureza e do universo, os intrincados códigos genéticos, o complexo funcionamento da mente humana apontam para um Criador. Ninguém que olhe um céu estrelado um acompanhe a gestação de uma criança pode dizer em são consciência: nunca pensei na existência de um Ser superior.

Além dessa revelação natural, Deus se apresentou ao ser humano através da Bíblia. A Bíblia é uma coletânea dos registros sobre o relacionamento entre Ele e diversos homem e mulheres no decorrer da história humana. Na Bíblia você vai encontrar a forma como Deus lida com a sua criação e principalmente com o ser humano.

Conhecer a Deus passa obrigatoriamente pela Bíblia. Não dá para desviar dela, nem evitá-la. Nela estão os registros das iniciativas de Deus para se relacionar conosco. Enquanto revela quem é Deus, a Bíblia aponta para Jesus como a plena revelação de Deus:

Na Bíblia lemos sobre os pensamentos de Deus, mas também sobre os seus sentimentos. É na Bíblia que descobrimos o que Ele ama, e também o que Ele odeia. Ninguém que deseje se aproximar de Deus pode esse livro.

Motivos para a auto-revelação

A pergunta é inevitável: Por que Criador do universo se revelaria ao ser humano? Por que um Deus eterno espontaneamente se apresentaria ao homem mortal? A resposta é uma só: Ele quer se relacionar conosco. Deus quer desenvolver um relacionamento com a sua criação.

O Deus trino é relacional e quer proximidade com sua criação, por isso ele se apresentou. Deus quer ser amigo, vizinho, colega e confidente porque ele sabe o quanto precisamos disso.

Seu desejo de se aproximar de nós é com o objetivo de oferecer um propósito de vida que valha a pena. Seu desejo é apresentar o projeto original, que estava no seu coração desde do começo, quando criou a ração humana: relacionamento.

Resumo da ópera

Deus não é um objeto nem uma força, ele é uma pessoa. Ele é o criador de todas as coisas, inclusive da raça humana, que Ele criou a sua imagem e semelhança. Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homem tanto de forma natural, através do restante da criação, como de forma especial através de tudo que foi registrado na Bíblia. Ele fez isso porque quer desenvolver um relacionamento comigo e com você

O que eu faço agora?

Bom, agora você precisa fazer algumas perguntas pra si mesmo e eu quero lhe ajudar nisso.

Você acredita na pessoalidade de Deus, isto è, você está disposto a considerar que Deus tem vontade própria, emoções e sentimentos? Se isso não faz sentido pra você, eu quero lhe convidar a, junto comigo, procurar mais informações sobre o Deus de quem estamos falando. Às quartas-feiras, às 19:30, aqui mesmo, você vai ter a oportunidade de fazer essa e outra perguntas que tiver.

Você, que crer em um Deus pessoal, criador de todas as coisas, já parou pra pensar em quanto você acredita na Bíblia como uma auto-revelação de Deus? É a própria Bíblia que se apresenta dessa forma! E se Deus se revelou de forma especial através das escrituras, tentando assim se aproximar de mim e de você com o propósito de desenvolver um relacionamento conosco, como estamos tratando esse livro? Há um desafio para todos: encontrar Deus nas páginas desse livro

Você vai receber agora a bússola. É um recurso que vai lhe mostrar várias maneira de ler a Bíblia. Escolha uma das maneiras e comece essa semana.

Hoje nós ficamos ficar por aqui. Reflita sobre essas perguntas durante a semana e peça a Deus que revele a você através da Sua Palavra. Na próxima semana vamos conhecer as bases desse relacionamento.

17 março 2006

Resgate


Aristarco Coelho

Cruzando os mares de um dia
Náufrago à dor do premente
Emaranhado em idéias
Afundo rumo a quem sou

Penumbra que se aproxima
Escuridão se revela
Onde as velas que clareiam
As entranhas da minh’alma?
Afogado em tristeza
Afundo direto ao fundo
À luz daquilo que sou.

De repente um clarão!
E Tua voz pude ouvir
Luz pura, brilhante luz
Que não cega, mas clareia.
Que além de mostrar quem sou
Revela quem posso ser.

As redes que me prendiam
Em pedaços se tornaram
Seguras-me pela mão!
E me fazes subir da morte
Com o sopro do teu amor!

Na superfície de mim
Respiro a graça da Graça
E recostado em Seu peito,
Descubro em Seus olhos a Luz:
Um quê de amor sem limites
Um quê de amor que conduz

Levanta-te, filho náufrago,
Que agora não és mais!
Resgate, alto preço paguei.
Em mim seguro estás.

13 março 2006

O Primeiro Pastor Brasileiro


No dia 17 de dezembro de 1865 era ordenado, pelo recém-instalado Presbitério do Rio de Janeiro, o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, o paulista filho de portugueses José Manoel da Conceição. Conhecido como o padre protestante, ele não foi apenas o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, mas o primeiro pastor brasileiro.

José Manoel da Conceição nasceu na cidade de São Paulo, no ano de 1822. Em 1844, foi ordenado padre da igreja romana, e pelo espaço de 18 anos exerceu o cargo de pároco em diversos lugares de sua província natal.

Mas não era esse o motivo pelo qual ele era chamado pelos seus contemporâneos e entrou para a história como o Padre Protestante. É que, mesmo antes de deixar a batina, ele já aborrecia os bispos católicos ao estimular seus párocos a lerem a Bíblia. Quando o Rev. Alexander Blackford trabalhava em Brotas, no interior de São Paulo, ouviu falar de certo padre católico romano que lia a Bíblia e manifestava interesse por seus ensinamentos. Blackford fez uma visita de cordialidade ao jovem sacerdote.

Essa visita veio a ser o ponto marcante de mudança na vida de Conceição, que partiu para o Rio de Janeiro, a fim de se instruir com Simonton, Blackford e Chamberlain. No dia 23 de outubro de 1864, o ex-padre José Manoel da Conceição professava sua fé em Jesus Cristo como seu Redentor e Senhor, tornando-se membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

Seu espírito esclarecido e reto não podia conciliar os dogmas e a prática da Igreja Católica Apostólica Romana com a luz do evangelho, que seus estudos lhe traziam, e depois de uma renhida luta espiritual por alguns anos, decidiu tudo abandonar por amor da verdade. Em setembro do mesmo ano participou ao bispo de São Paulo a sua retirada definitiva da igreja romana e a sua renúncia dos cargos que nela tinha exercido.

Em dezembro de 1865, foi ordenado ministro do Evangelho pelo Presbitério do Rio de Janeiro, reunido na cidade de São Paulo. Tornando-se o primeiro pastor Presbiteriano Nacional. Ele possuía, em alto grau as características essenciais para o ministério sagrado, uma profunda e viva simpatia com seus semelhantes; e em toda parte onde andava, foi admirado e amado pelo povo.

Poucos meses depois, empreendeu o que era seu trabalho predileto, andar de casa em casa e de lugar em lugar anunciando aos homens a boa nova de salvação de graça por nosso Senhor Jesus Cristo. E até o fim de sua vida, umas vezes a cavalo outras vezes a pé, prosseguiu, como podia, nesta sua nobre missão. Seus colegas e amigos, muitas vezes instavam com ele para aceitar algum outro emprego ou modo de trabalho mais compatível com as suas forças. Ele, porém, não quis anuir.

Muitas cidades, vilas e arraiais e milhares de pessoas nas províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foram testemunhas da fidelidade, zelo e fervor com que ele pregava Cristo crucificado como único Redentor. Ele semeou a boa semente, da qual haverá no Brasil e no céu uma imensa colheita.

José Manoel da Conceição padecia, havia muitos anos de uma grave enfermidade, que as vezes, o incapacitava por dias e semanas inteiras para qualquer serviço. Em 1867, na esperança de achar alívio desta sua enfermidade, fez uma viagem aos Estados Unidos, onde exerceu o seu ministério, pregando o Evangelho a duas colônias portuguesas no estado de Ilinois com grande aceitação.

Voltou de lá em 1868; e logo depois tornou a seu trabalho predileto de andar pregando pelo interior, no qual continuou, apesar de agravar-se a moléstia de que padecia. Os rogos e ofertas de seus irmãos e amigos não puderam demovê-lo.

A 24 de dezembro de 1873, vindo, segundo parece, em direção à cidade do Rio de Janeiro, e chegando a um lugar perto de Cascadura na freguesia de Irajá, o Sr. Conceição não pode mais prosseguir.

Tendo recebido notícia vaga de sua doença, um amigo seu saiu logo no dia seguinte à procura dele. Chegando ao lugar indicado, soube que tinha sido transportado, por ordem do digno subdelegado da Irajá, para a enfermaria do Laboratório Químico de Campinho, onde, depois de receber todos os socorros possíveis tinha falecido às 4 horas da manhã desse dia, 25 de dezembro.

Figura fundamental na expansão do evangelho no território nacional, o Rev. José Manoel da Conceição, além de realizar freqüentes cruzadas no Rio e em São Paulo, fazia questão de visitar a população do interior, não passando por nenhuma fazenda ou casa pobre sem orar e ler a Bíblia com os moradores. Através da influência do ex-padre, as antigas paróquias católicas interioranas acabaram se transformando em igrejas evangélicas. Conceição era homem de grande erudição, emotivo e dotado de influência considerável. Pregava com muito zelo e grandes multidões vinham ver e escutar o ex-padre.

11 março 2006

Para ser Amigo de Deus



Tiago 4:7-10

Primeiro – Sujeite-se a Ele. Tudo começa com um exercício de confiança irrestrita Nele. Submeta-se confiadamente a Deus;

Segundo – Resista ao Diabo. Mesmo depois da decisão e sujeitar-se a Deus você será assediado pelo Diabo, que usa o sistema de valores mundanos para provocar sua natureza rebelde. Resista e ele fugirá! É a promessa da Palavra;

Terceiro – Chegue-se a Ele. Não há amizade sem proximidade. Você precisa conhecer a Deus para confiar nele. Nem Deus espera de você uma confiança cega. A confiança nasce do conhecimento, da intimidade com Deus. Quando nos chegamos a Ele, Ele se achega a nós;

Quarto – Purifique suas Mãos. Deus é santo e pede pureza. Essa pureza é marcada pela integridade. Deus quer toda a sua vida, não apenas algumas horas por semana; Deus quer todas as áreas da sua vida, não apenas alguns assuntos. Deus lhe quer por inteiro, não qualquer parte de você.

Quinto – Aflija-se, lamente e chore. Pra ser amigo de Deus é preciso enxergar-se de forma honesta e verdadeira. É preciso haver lágrimas pelos erros cometidos, arrependimento e aflição sinceros, tristeza em vez de riso diante dos nossos pecados.

Sexto – Humilhe-se. Os amigos de Deus não têm receio em humilhar-se diante do seu Senhor, porque sabem que, ao Seu tempo, Ele os exaltará. Deus exalta o coração quebrantado.

Deus porá aqueles que se consideram frágeis sobre uma rocha firme, Ele socorre todo o que clama por socorro, ouvirá o clamor daqueles que esperam nele. O Senhor dará graça aos humildes, mas resistirá aos soberbos.

09 março 2006

O Dono da Festa

Por Aristarco Coelho

Certa vez um homem muito rico resolveu realizar uma festa em sua casa. Ele mandou preparar convites especiais e enviou para toda a cidade. O dono de festa preparou tudo com muito cuidado. Havia comidas deliciosas, bebidas especiais, música e um ambiente decorado com muito esmero. No dia da festa havia uma multidão, como se toda a cidade estivesse lá.

Um pouco depois de iniciada a festa, aquele homem resolveu andar pelo salão principal e ver como tudo estava acontecendo. Qual não foi a sua surpresa ao encontrar um homem cumprimentando a cadeira de madeira maciça que ficava em sua sala de estar.

O dono da festa ficou impressionado ao ver aquele homem agradecendo efusivamente a uma cadeira, que havia sido comprada no mercado, por haver sido convidado para aquela bela festa. O quadro ficou ainda mais incrível quando outras pessoas se juntaram àquele homem e começaram a aplaudir a cadeira e dizer uns para outros como a cadeira da sala era sábia.

- Uma excelente companhia! – disse um deles.

O dono da festa saiu daquele ambiente triste porque aquelas pessoas estavam satisfeitas com a companhia de uma cadeira de madeira e festejavam entre si a importância e a sabedoria de pedaços de madeira.

Ao sair da sala, depois de presenciar aquela cena, ele dirigiu-se para o jardim em frente da casa. O dono da festa era um homem muito criativo. Sua casa era bem decorada por dentro, e por fora havia um lindo jardim. Ele também gostava muito de animais. Ali ele deparou-se com um quadro não menos impressionante: uma mulher acabara de começar a agradecer ao seu cachorro pelo convite a tão bela festa. Falava bem da comida, farta e deliciosa, e embora o cachorro saísse desconfiado com aquele falatório, a mulher e outras pessoas explodiram em palmas e homenagens ao cachorro do dono da festa.


Algo realmente parecia estar errado. O dono da festa andou do por toda a casa e não foi sequer notado por muitas daquelas pessoas que ele mesmo havia convidado. Algumas delas estavam realmente se divertindo tanto que até se esqueceram da situação de convidados e agiam como se dono da casa fossem.

Em um grande salão, o dono da festa encontrou um grupo de pessoas que gesticulavam e falavam alto. Ao aproximar-se viu que eles conversavam sobre um de seus convidados mais especiais, um grande amigo seu. Ele ficou muito surpreso porque aquelas pessoas estavam afirmando que esse outro convidado era o verdadeiro dono da festa. Diziam que esse amigo comum era tão especial, uma pessoa tão boa, que tinha feito tanto bem aos outros que ele merecia ser o dono da festa.

Já desanimado, o verdadeiro dono da festa sentou na escadaria em frente a porta de entrada. Seu semblante já não era o mesmo do início da noite. Foi então que sua tristeza se completou. Ao olhar para o lado, viu um de seus convidados recebendo outros convidados e se apresentando como o dono da festa. Sem nenhum constrangimento, aquele homem estava em frente de uma casa que não era a dele, recebendo convidados que não eram dele. Mentindo para si mesmo e para os outros, ele cumprimentava a todos como se fosse o próprio dono da festa.

Cabisbaixo e triste com tudo o que havia visto, o dono da festa ficou muito desgostoso. Foi então que um pequeno grupo de pessoas aproximou-se dele e disse:

- Você é que é o dono da festa, não é?
- Sim, sou eu – disse o verdadeiro dono da festa.
- Nós vimos lhe prestar nossa homenagem por ter realizado uma festa tão linda – disseram eles. Queremos também lhe agradecer por nos ter convidado.

Depois de tudo que tinha visto, o dono da festa até ficou surpreso com aquilo, mas alegre por haver sido reconhecido. Então aquelas pessoas o aplaudiram por muito tempo e homenagearam o verdadeiro dono da festa.

Todos nós recebemos o dom da vida sem nada fazer por isso. Fomos convidados a participar da grande festa da vida e a considerá-la como um presente especial. Fomos convidados por Aquele que criou e mantém a vida. Veja cada um como decide tratar o verdadeiro Dono da Festa.

07 março 2006

Entre Livros - Edição Especial

CONTEÚDO
8 - Introdução O maior best-seller de todos os tempos
20 - Antigo testamento A história e a sabedoria do povo hebreu
46 - Novo testamento Jesus é o grande personagem que surge dos Evangelhos
58 - Literatura Os autores que recriaram passagens bíblicas
68 - Música O som que nasce inspirado no livro sagrado
74 - Artes e cinema O Novo Testamento aguça a visão e chega às telas
86 - Filosofia Com a pós-modernidade, leitura da Bíblia retorna
42 - AS TRADUÇÕES COMPARADAS
98 - COLABORADORES

Ler a Bíblia

Por Aristarco Coelho

Fala-se da leitura como uma ferramenta indispensável para a formação de pessoas capacitadas a articular suas idéias e apresentar seus pensamentos de maneira compreensível. E é isso mesmo! A leitura abre canais que tornam possível o que seria praticamente impossível sem ela: conhecer o pensamento, ouvir os lamentos de tristeza e os gritos de alegria de pessoas que jamais encontraríamos de outra forma.

Ao falar de leitura é importante resgatar a palavra encontro. Ler é encontrar-se com alguém. A leitura transformadora é o resulta de encontros especiais, calorosos debates de idéias, cálidos sussurros de confissão e até mesmo de encontros frios e lineares.

Não é diferente em relação à leitura da Bíblia. Considerá-la como um encontro, um diálogo, deixa-nos mais dispostos a nos relacionarmos com as pessoas por trás do texto. Assim, João, Lídia, Pedro, Amós, Noé e Rute mudam de classificação, deixam de ser figuras intocáveis e passam a se tornar gente de carne e osso que amou, odiou, sofreu, festejou e viveu a vida com lutas pessoais idênticas às nossas. Assim, ao me encontrar com eles na leitura da Bíblia, revivo suas dúvidas e certezas e encontro neles a identificação que me encoraja a permanecer no Caminho.

Um dos principais equívocos na promoção da leitura é tentar impô-la como uma espécie de poção mágica, como se ela fosse capaz de transformar instantaneamente. A leitura é transformadora quando se torna um hábito, e os hábitos são processos que levam toda uma vida para se consolidar. Quanto mais cedo a leitura faz parte da vida, melhor; quanto mais se lê, maior facilidade para seguir lendo; quanto mais aqueles em volta de nós gostam de ler, maior o nosso gosto pela leitura; enfim, quanto mais a leitura toca na realidade vida, mais ela se torna indispensável para nós.

Duas posições se apresentam quanto ao hábito da leitura da Bíblia. Por um lado alguns consideram que a formação do hábito não carece de prazer ou satisfação na leitura. Isto é, leia, continue lendo, permaneça lendo que em algum momento isso vai transformar-se em algo que lhe agrada. Não resta duvida que algumas das atividades das quais nem gostamos tornam-se habituais pela prática persistente. Esse caminho é razoável e tem sido seguido por muitas pessoas.

Mas, outras vezes os hábitos se formam a partir da satisfação em fazer algo que atende nossas necessidades. Não acho que devemos optar por um dos dois caminhos e descartar o outro, mas o hábito que se forma pelo prazer da necessidade atendida leva consigo algo muito poderoso.


Isso torna compreensiva a força da literatura de auto-ajuda. As respostas rápidas, simples e focadas nas necessidades são acolhidas com satisfação. No entanto, a leitura pode ser fazer bem mais que dar respostas. Ela pode nos ajudar a fazer perguntas capazes de sondar as entranhas da alma humana.

A dificuldade de trilhar esse caminho é que a leitura concorre com meios de comunicação que oferecem bem menos resistência à mente e que atrofiam a capacidade de expressão. Assim, alguns preferem ouvir um CD ou ver um DVD a ler um livro, inclusive sendo ele a Bíblia. A música e a imagem “passam direto” e nos enchem a pança de tanto doce que a fome de uma refeição mais elaborada desaparece. Nada contra um bom CD ou um DVD com bom filme. Eles também podem ser pontos de partida para a reflexão, mas a leitura é a mestra na arte de instigar o pensamento humano e deixar marcada a alma.

Segundo Eugene Peterson, o grande desafio na leitura bíblica é ouvir a Bíblia diz. Claro que não é caso de comprar um CD com o texto sagrado, mas de “ouvir” o significado que permeou o registro da palavra de Deus em cada acontecimento. Resgatar a poesia, a prosa, o humor, os épicos, as cartas e toda a diversidade literária da Bíblia pode nos ajudar a ouvi-la melhor. Ler mecanicamente cansa e deixa escapar importantes nuances do texto.

No entanto, parar e "ouvir" o que a Bíblia diz pede um estilo de vida diferente do que a maioria de nós tem. Parar e ouvir pede uma vida despida de complexidade e menos veloz. Isso nos coloca rapidamente em confronto com nosso modo urbano de viver, no qual a expressões como “meditar na sua lei de dia e de noite” parecem vazias de significado prático.


É fácil concordar com essa impossibilidade prática, principalmente se todos os canais da vida já foram ocupados. Por isso, parar e avaliar nosso estilo de vida é indispensável para que o hábito da leitura da bíblia encontre espaço e se estabeleça como uma resposta aos nossos anseios de significado para a vida. O desafio está lançado.

05 março 2006

Amigo de Quem?





Em nossos dias as pessoas são avaliadas por sua capacidade de consumo. Somos ensinados que a posse de bens é uma marca de identidade e respeito. Você é alguém digno de ser respeitado na proporção de suas posses. Esse ensino não é ostensivo, mas chega velado por todos os meios de comunicação.

O lugar onde você mora, o tênis que você calça, a roupa que você veste, o carro que você dirige, o salário que você ganha, a TV que você tem, o celular que você usa são símbolos que podem torná-lo digno de respeito e admiração pelas pessoas que lhe conhecem.

O caráter foi substituído pelo carisma, a honestidade pela esperteza, a sinceridade pela desfaçatez, o altruísmo pelo egoísmo, a misericórdia pela pelo senso e utilidade, a doação de si mesmo pela exploração do outro.

Vivemos dias em que o homem elegeu-se a si mesmo como a razão da existência do universo e considera seu próprio prazer, sua satisfação e realização pessoais como o objetivo máximo da vida. Vivemos em função e nós mesmos.

Provavelmente foi o Tiago irmão de Jesus que escreveu o texto que vou ler agora. A passagem se encontra no livro de mesmo nome, capítulo 4 versos de 1 a 4. Vou ler o texto na versão da Bíblia Viva.


O que está causando as discussões e as lutas entre vocês? Não é porque existe um exército inteiro de maus desejos dentro de vocês? Vocês querem o que não possuem, a tal ponto que matam para consegui-lo. Desejam o que os outros têm, e não podem adquirir, portanto começam a lutar para tomar deles. E contudo, a razão pela qual vocês não têm o que desejam é que não pedem a Deus. E mesmo quando pedem, não recebem, porque o objetivo de vocês está todo errado – vocês só querem o que dará prazer a vocês.

Vocês são semelhantes a uma esposa infiel que ama os inimigos do marido. Vocês não percebem que fazer amigos entre os inimigos de Deus – prazeres pecaminosos deste mundo – torna vocês inimigos de Deus? Eu volto a dizer que se o objetivo de vocês é desfrutar o prazer pecaminoso do mundo perdido, vocês não podem ser também amigos de Deus.
Hoje eu quero lhe conduzir a compreensão de que não é possível, ao mesmo tempo, ser amigo de Deus e amigo do mundo. Meu desejo hoje é explicar porque aqueles que decidem ser amigos de Deus tornam-se inimigos do Mundo, e aqueles que decidem ser amigos do mundo tornam-se inimigos de Deus.


Para começarmos nossa caminhada, precisamos entender que o Deus criador de todas as coisas tem valores que ele considera inegociavelmente apropriados para sua criação. Deus tem apresentado no decorrer da história do homem um jeito de viver que está alinhado com o próprio caráter Dele. Esse jeito de viver está apoiado na confiança em um Deus justo, poderoso, santo e bom. Deus afirma que Ele mesmo é a garantia de que tudo vai dar certo. É apenas ele e a Sua palavra.

Foi assim com Adão, Noé, Jó, Abraão, Isac, Jacó, José, Moisés, Josué, Raabe, Gideão, Rute, Davi, Salomão, Isaías, Jeremias, Elias, Eliseu, Pedro, a Mulher Samaritana, Paulo, João, Estevão e tantos outros homens e mulheres. Deus os convidou a confiar em meio às lutas e dificuldades da vida, a confiar a despeito do que viam e também do que não viam; confiar mesmo diante dos exércitos inimigos, da velhice estéril, da prisão, da perseguição, da imensidão do mar, do poder do imperador, da incredulidade do povo e das fragilidades de cada um. Olhar a vida com os olhos de Deus e ver um grande empreendimento com o objetivo ensinar a confiar.

Jesus resume esses valores de Deus em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. O apóstolo Paulo diz que ao vivermos vidas alinhadas com os valores de Deus, eles se mostram como um fruto de muitos gomos. Nós mesmos não podemos produzir esse fruto, isto é, essa maneira de viver que agrada a Deus só se torna realidade quando o Espírito de Deus tem a liberdade de conduzir nossas vidas e decisões.

A partir do verso 22 do capítulo 5 de Gálatas, temos o seguinte:

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
São palavras bonitas, mas não adianta você apenas achar bonito. Isso não vai gerar em você o Fruto do Espírito. Não adiante se sua mãe, seu pai, sua irmã, seu amigo, seu patrão, seu pastor ou qualquer outra pessoa vive uma vida que agrada a Deus. Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio só serão realidade em sua vida quando o Espírito Santo de Deus tiver carta branca para transformar sua você.

Outra questão importante nesse primeiro momento compreender o que é o Mundo sobre o qual estamos falando. Que Mundo é esse que nossa associação ele nos torna inimigos de Deus? Esse Mundo é um sistema de valores, de crenças, uma maneira de enxergar a vida que se opõe aos valores de Deus.

O mundo não é o planeta, também não estamos falando das pessoas. Estamos falando de um sistema de valores que tem como princípio a crença de que “Se há um Deus, ele não é confiável”. Essa maneira de ver a vida considera que cada um deve procurar se proteger como puder. E melhor cada um se garantir, porque afinal de contas o futuro pertence a Deus e Deus não merece confiança.

Foi essa a linha de argumentação da serpente na conversa que teve com Eva no jardim do Éden. A serpente olhou para a mulher e falou mais ou menos o seguinte: Deus disse pra não comer do fruto?... E você confia nele?... Você boba e ingênua, Eva. Deus está com medo de que vocês se tornem iguais a Ele. A desconfiança de Deus é a base do sistema mundano em que vivemos.

Esse sistema de valores que a bíblia chama de Mundo não age de forma isolada. Ele encontra eco em nossa própria natureza rebelde. A Bíblia chama essa natureza e Carne. Quando a Bíblia fala de carne ela não está falando apenas de apetite sexual descontrolado, mas da nossa tendência de nos rebelarmos contra Deus.

O mundo e a carne se opõem à maneira como Deus vê a vida. O Mundo e a Carne são inimigos de Deus, por isso não é possível ser amigo do Mundo e de Deus ao mesmo tempo; por isso não é possível satisfazer nossa natureza rebelde, que desconfia de Deus, e ao mesmo tempo satisfazer a vontade do Espírito de Deus, que nos leva a confiar em Deus.

Veja o que diz a palavra de Deus em Romanos 8:5-8 (BV)

Aqueles que se deixam controlar por sua natureza inferior vivem tão somente para agradar a si próprios; mas aqueles que seguem o Espírito Santo, constatam que fazem as coisas que agradam a Deus. Seguir o Espírito Santo conduz à vida e à paz, mas seguir a velha natureza leva à morte, porque a velha natureza pecaminosa dentro de nós está contra Deus. Ela nunca obedeceu às leis divinas e nunca o fará. E por essa razão que nunca podem agradar a Deus aqueles que ainda estão sob o controle de sua própria natureza pecaminosa, inclinados a seguir seus antigos desejos malignos.

Ouça o que Deus deixou registrado para os nossos irmãos do passado na região da Galácia, pra onde o apóstolo Paulo escreveu uma carta. Gálatas 5: 16-18 (NVI)

Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, e modo que vocês não fazem o que desejam. Mas se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei.

O resultado dessa aliança entre o Mundo e a nossa natureza rebelde é descrito pelo Apóstolo Paulo como Obras da Carne.

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. (Gálatas 5:19-21 - NVI)
Volte comigo ao capitulo 4 da carta de Tiago e veja que ele reconhece que há uma luta entre a maneira como Deus vê a vida e a maneira como a vida é apresentada por esse sistema de valores que é contra Deus. Há guerras dentro de nós e entre nós.



Dentro de nós há uma guerra de desejos. Ora queremos construir a vida com nossas próprias mãos, fazer por onde e sermos reconhecidos por nosso valor, ora queremos confiar em Deus, declará-lo como o único digno de reconhecimento e nos entregarmos aos seus cuidados. Mas como é difícil confiar!

Há guerras também entre nós. Cada um é levado por esse sistema de valores mundano a pensar apenas em si mesmo. Temos sido treinados a ser insensíveis ao sofrimento e à dor alheios. Vemos e ouvimos crianças famintas, pessoas exploradas, famílias despedaçadas, ira, angústia, solidão... Mas nosso coração endurecido só consegue pensar em si mesmo.

Tiago diz que essa luta dentro de nós e entre nós vem à tona através da cobiça. O desejo obsessivo por algo ao ponto de fazer o que for preciso para obter o que se deseja. Tiago diz que cobiçar é dizer não aos valores de Deus, porque a cobiça nasce da nossa falta de confiança no suprimento que vem de Deus.

Há uma insegurança latente e permanente em nossas almas. Temos medo. A vida, a morte, a doença, o desemprego, o abandono, a vida sem propósito, a dor do sofrimento, o choro da angústia, a falta de consideração, a solidão, a velhice, a pobreza, tudo nos amedronta. Por isso cobiçamos o que não temos. Comprar, possuir coisas e pessoas aparentemente nos coloca no controle da vida, nos torna menos inseguros por um momento. Isso não é segredo para os especialistas em marketing e propaganda, que brincam todos os dias com a fragilidade e a insegurança humanas. Essa é a lógica de um sistema de valores no qual Deus não merece confiança.


De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. (Tiago 4:1-3 - RA)
Há algo que me chamou muito a atenção nesse texto: Por que alguém que tem livre acesso ao Deus criador e todas as coisas passaria por privações sem pedir a Ele aquilo de que necessita? Veja o que a Palavra de Deus está dizendo: vocês não têm porque não pedem. Jesus disse: pedi e dar-se-vos-á! Porque não pedimos? Não pedimos porque não confiamos! Preferimos conseguir pelo nosso esforço próprio a correr o risco de receber um não de Deus.

Jesus disse: Tudo que pedirdes em meu nome, crendo, recebereis. Porque não pedimos? Não pedimos pela nossa falta de confiança na perfeita vontade de Deus, assim preferimos cobiçar, matar e invejar, lutar e fazer guerras... Parece que a voz da serpente ainda ecoa em nossas mentes dizendo que certamente não morremos.

Mas você pode ser daquele tipo que na verdade pede sim, pede todos os dias e pede muito, mas não tem recebido. Para todos os que pedem, Tiago revela uma das falhas em nossas orações e clamores diante de Deus: pedimos para esbanjar em nossos prazeres. A questão não é só pedir, mas pedir em nome de Jesus, pedir de acordo com a vontade do Pai, pedir não para você se sentir mais seguro e protegido, mas em atitude de submissão à vontade de Deus. Pedir assim só é possível se você confiar na boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Meus irmãos a Palavra de Deus não poderia ser mais explícita. Lembra da estória que contei no começo, da prostituta que se tornou sócia do seu cafetão, traindo o esposo que a tinha resgatado dessa maneira de viver? Tiago diz que parecemos com essa prostituta quando decidimos ser amigos do mundo. Tornar-se amigo do mundo é compartilhar dos valores que nos afastam da confiança em Deus. Esses valores nos levam à cobiça, à inveja, às lutas e guerras para obter o que ainda não temos, a qualquer preço.

Precisamos decidir todos os dias de quem queremos ser amigos. O sistema de valores do mundo é atrativo e tem promessas de sucesso certo; Já os valores do Reino prometem um sucesso diferente: o caráter de Cristo aperfeiçoado em nós. É por isso que o Espírito de Deus anseia por você com terno ciúme. É o Espírito que através da Palavra nos apresenta o caminho para nos tornarmos amigos de Deus. (Tiago 4:7-10 RA)

Primeiro – Sujeite-se a Deus. Para ser amigo de Deus, tudo começa com um exercício de confiança irrestrita Nele. Submeta-se com confiança a Deus;

Segundo – Resista ao Diabo. Mesmo depois da decisão e sujeitar-se a Deus você será assediado pelo Diabo, que usa o sistema de valores mundanos para provocar sua natureza rebelde. Resista e ele fugirá! É a promessa da Palavra;

Terceiro – Chegue-se a Deus. Não há amizade sem proximidade. Você precisa conhecer a Deus para confiar nele. Nem Deus espera uma confiança cega. A confiança nasce do conhecimento, da intimidade com Deus. Quando nos chegamos a Ele, Ele se achega a nós;

Quarto – Purifique suas Mãos. Deus é santo e pede pureza de nos. Essa pureza tem a marca da integridade. Deus lhe quer por inteiro, não uma parte de você; Deus quer toda a sua vida, não apenas algumas horas por semana; Deus quer todas as áreas da sua vida, não apenas alguns assuntos. O Senhor lhe quer por inteiro.

Quinto – Afligi-vos, lamentai e chorai. Pra ser amigo de Deus é preciso enxergar-se a si mesmo de forma verdadeira. É preciso haver lágrimas pelos erros cometidos, arrependimento e aflição sincera, tristeza em vem de riso diante dos nossos pecados.

Sexto – Humilhai-vos e ele vos exaltará. Os amigos de Deus não têm receio em humilha-se diante do seu Senhor, porque sabem que, ao Seu tempo, Ele lhes exaltará. Deus exalta o coração quebrantado.

Deus porá aqueles que se consideram frágeis sobre uma rocha firme, Ele socorre todo o que clama por socorro, ouvirá o clamor daqueles que esperam nele. O Senhor dará graça aos humildes, mas resistirá aos soberbos.

Eu quero ser amigo de Deus! Abraão foi chamado de amigo de Deus. Jesus chamou seus discípulos de amigos. Eu quero ser amigo de Deus, mesmo sabendo que isso significa ser amigo do mundo. Eu quero aprender a confiar em Deus, sei que preciso melhorar muito nesse aspecto. Quero dar ao Espírito de Deus plena liberdade para que ele aperfeiçoe em minha vida o caráter de Cristo.

De quem você quer ser amigo? Eu quero ser amigo de Deus.

02 março 2006

Fruto do Espírito - Benignidade






Aristarco Coelho
Fortaleza - Ceará

Em meu pensamento, age ó Espírito
No meu coração, faze-me gentil
Cheio de bondade quero ser, Senhor
Benignidade, ao Teu dispor.

Faze-me amável em todo proceder
Com palavras brandas, doces prá ouvir
Com integridade, sim, quero viver.
Benignidade, sei que posso crer.

Não encontro aqui disposição pra o bem
Duro coração, seco da Verdade.
Mas Teu amor sem fim, suave e doce amor
Faz nascer o mim benignidade.

01 março 2006

Livre-se da Angústia

Por Aristarco Coelho

Às vezes pode parecer difícil definir o que é angústia.

Talvez seja porque é um estado de espírito tão difuso e complexo que o confundimos com outros sentimentos.

Na verdade, se você nunca sentiu um aperto no peito, uma sensação generalizada de apreensão, um gosto amargo na boca, a mente cansada e aflita, realmente fica difícil entender o que seja angústia.


Nossas cidades estão angustiadas, cheias de apreensão a cada esquina, a cada minuto do dia; um filho que saiu e não voltou, um pai que ainda não chegou do trabalho, um trabalho que pode não existir amanhã, a educação dos filhos no próximo ano, um marido agressivo... enfim, a vida nos sobrecarrega com fardos muito difíceis de suportar.
A primeira grande barreiras que precisamos vencer é admitir quando somos alcançados pela angústia. Muito pior do que viver angustiado é afundar sob o peso da angústia e não reconhecer pelo que se está passando. Não há necessidade de remédio para quem não está doente.

Certa vez Jesus falou diretamente àqueles que se encontram dominados pela angústia. Ele disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." – Mateus 11:28-30.
A promessa é clara e sem rodeios. Jesus não era um teórico que apenas falava frases bonitas. Ele mesmo era alguém que sabia lidar com a angústia e afirmou que deveríamos aprender como ele sobre mansidão e humildade para assim experimentarmos o tipo de descanso que desfaz a angústia.

O que me consola na minha angústia é isto: que a tua
palavra me vivifica. Salmos 119:50

Decida agora se deseja livrar-se da angústia. Procure aprender sobre Jesus, suas idéias e seu modo de viver. Ele experimentou momentos de grande apreensão sem nunca esquecer de que podia contar com o cuidado especial do Pai Celeste. Você vai descobri que é possível enfrentar a vida sem deixar-se dominar pela angústia que toma conta do nosso século.

Arrebatamento

23 fevereiro 2006

Poder de Deus para Salvar

Por Aristarco Coelho
Romanos 1:14

Houve um tempo no Brasil em que ser crente significava enfrentar a sociedade. Os evangélicos eram vistos como retrógrados, ultrapassados e antiquados. Muitas pessoas, depois que aceitavam a Jesus como seu Senhor e Salvador ficavam envergonhadas de contar para os amigos e familiares. Hoje ser evangélico é quase moda. Atores, cantores, empresários e outros profissionais fazem questão de dizer que têm uma fé, que acreditam em algo.

Em parte isso tem a ver com a cultura dos nossos dias que prega a aceitação de tudo. Vale tudo, vale o que você quiser, porque afinal de contas você é o dono do seu nariz. Assim, vale até ser crente. Quem quiser ser que seja, tá no seu direito.


Faz parte também dessa cultura dos nossos dias tratar o evangelho de Jesus como mais um item na prateleira religiosa. É como se fosse um supermercado com vários produtos. Você passar, olha, examina a qualidade e o preço, e decide por um. Não importa sua decisão, se você escolheu o que queria. Por isso ninguém precisa ficar envergonhado com o evangelho de Jesus.

No texto que lemos, o apóstolo Paulo também diz que não tem vergonha do evangelho de Cristo. O contexto histórico em que ele diz isso até se parece um pouco com o que estamos vivendo hoje, com o supermercado das religiões, mas a compreensão dele sobre o que é o evangelho, quais os seus efeitos e porque não precisamos nos envergonhar dele é bem diferente da maioria das pessoas hoje.

Evangelho quer dizer “boa notícia”. A boa notícia de Jesus é que ninguém mais precisa viver uma vida distante de Deus por causa de seus pecados; ninguém precisa viver afastado do amor
de Deus porque não consegue ser perfeito a ponto de aproximar-se dele; ninguém precisa temer por causa de suas tendências destrutivas de si e dos outros.

A Boa Notícia de Jesus é que há solução disponível para quem quiser restaurar seu relacionamento com Deus e assim encontrar propósito para a vida. Em seu evangelho, Jesus afirma que Ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai ao Pai senão por ele.

O apóstolo Paulo entendia que essa boa notícia deveria ser vista como poder de Deus. A palavra traduzida por poder tem a mesma raiz de dinamite. O evangelho é a dinamite de Deus. Quando você crê em Jesus como o único capaz de lhe salvar e o único digno de dirigir a sua vida... Quando você o aceita com seu Salvador e Senhor... O evangelho explode as
cadeias do pecado e lhe salva de uma prisão eterna. Esse salvamento lhe permite achegar-se a Deus.

Os judeus de que Paulo fala estavam tão presos à Lei como meio de aproximar alguém de Deus, que esse evangelho de Jesus parecia uma afronta. Para eles era um escândalo acreditar que alguém pudesse aproximar-se de Deus simplesmente através de sua confiança em Jesus.

Os gregos eram tão cultos, tão presos à visão do homem como origem e fim de todas as coisas... Eles acreditavam tanto que a filosofia e a reflexão seriam capazes de levar paz ao coração das pessoas... Que esse evangelho de Jesus parecia uma loucura.

No tempo de apóstolo Paulo, realmente havia um grande supermercado religioso, assim como nos nossos dias. Mas o entendimento dele e dos demais apóstolos não deixava dúvida de que o evangelho de Jesus não era apenas mais um produto na prateleira. Para os crentes do primeiro século, as boas notícias disponíveis para todos por meio da fé eram o poder divino para restauração de vidas.

A dinamite de Deus explode tanto as cadeias da religiosidade vazia, que leva as pessoas a acharem que podem barganhar com Deus... Quanto às cadeias do humanismo arrogante, que leva as pessoas a pensarem que podem ocupar o lugar de Deus. O evangelho de Jesus não é pra ser escondido, não é pra se sentir vergonha dele. Quando a gente experimenta a liberdade que esse evangelho dá, o destino não pode ser outro senão compartilhar!

Assim como a dinamite, o evangelho de Jesus, isto é, as boas novas de que há salvação pela fé para todo aquele que se render ao Filho de Deus, faz muito barulho. Faz tanto barulho que muito tentam abafar, esconder, e principalmente mantê-lo longe do coração das pessoas.

Se você já experimentou o poder desse evangelho, mas perdeu o fôlego pelo meio do caminho, saiba que Deus quer renovar as suas forças e lhe dar ânimo novo para a caminhada. Permita que sua mente seja constantemente renovada pelo pleno
significado do evangelho de Jesus.

Se você tem vivido como aqueles judeus, preso à prática religiosa como um náufrago em alto mar, não tenha medo se a dinamite de Deus explodir as crenças em que você está agarrado! A salvação de Deus é muito maior e melhor do que esses pedaços de madeira aos quais você confiou a sua vida.

Se você tem vivido como os gregos, à busca de um novo conhecimento, de uma nova filosofia ou até de uma nova tecnologia que seja a salvação da
humanidade, não tenha medo quando a dinamite de Deus explodir algumas de suas mais sólidas convicções... A salvação de Deus é muito maior e melhor do que os sonhos humanistas de auto-salvação.

Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.

22 fevereiro 2006

Livre-se do Medo

Por Aristarco Coelho

Somos a geração do medo!

Crescemos vendo o medo estampado no rosto das pessoas e nos noticiários da TV. Temos medo de ser assaltados, medo dos acidentes de trânsito, medo da violência sem motivo, medo das incertezas, medo de não ter onde ganhar o pão de cada dia ...

O medo quase sempre nos cerca quando o desconhecido se avizinha. Talvez nosso maior medo seja da morte. São muitas as perguntas que preferimos não fazer: o que nos espera do outro lado? Qual é a sensação de morrer?

Medo e desconfiança andam de mãos dadas. Onde um deles aparece o outro está por perto. Temos medo pela falta de esperança em encontrar pessoas que busquem o nosso bem e tenham sobre nós bons pensamentos.

Em um dos livros da Bíblia, Deus afirma algo que é capaz de encher nossos corações de confiança Nele “ ... Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” – Jeremias 29:11.


No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. (I João 4;18)

Ora, se confiamos em um Deus todo poderoso que faz tal afirmação, podemos abrir mão dos nossos medos. Deus não faz afirmações levianas. Por isso podemos ter certeza que o Seu amor por nós é muito maior do que podemos imaginar.

Na verdade Ele já deu provas desse amor. Seu compromisso com você O levou a entregar seu próprio filho para sofre a penalidade que era sua. Há um texto na Bíblia que diz “ Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” – Romanos 5:8.

Tenha certeza de que o medo não subsiste onde há confiança. E se há alguém digno de que confiemos nele, esse alguém é Jesus. Ele é a prova do perfeito amor de Deus por nós e onde há amor o medo é lançado fora. Lance fora seus medos, aproprie-se do amor de Deus.

21 fevereiro 2006

O Agente da Graça


A história verídica de Dietrich Bonhoeffer, um ministro alemão com moral e ética que se uniu à resistência contra o Nazismo de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Firme na Palavra de Deus e a soberania dEle, Bonhoeffer enfrenta desafios e a morte. Hoje, ele é considerado um dos maiores mártires do século.

Prêmios:Melhor Filme - Festival Monte Carlo 2000; Melhor Imagem e Melhor Produção - ICVM 2001; Melhor Drama - Medalha de Bronze - Festival New York 2001.

20 fevereiro 2006

Dietrich Bonhoeffer

Dietrich Bonhoeffer
(1906-1945)

Dietrich Bonhoeffer é uma das figuras de maior relevância na teologia atual. Seu pensamento vem se tornando fator de grande inspiração para teólogos de todo o mundo. Essa influência encontra respaldo em sua vida e legado, que têm sido capazes de marcar o pensamento teológico, a piedade e a prática cristãs do mundo pós Segunda Guerra Mundial.

Pastor e teólogo luterano, Bonhoeffer nasceu em 1906, na cidade de Breslau, Alemanha (Hoje Polônia). Gêmeo de sua irmão Sabine, cresceu em uma família bastante unida de oito irmãos. Seu pai, Karl Lydwig Bonhoeffer, era um médico e psiquiatra renomado na Universidade de Berlim, além de um descrente bastante cético em relação ao cristianismo. Sua família, aristocrática, vivia à margem do cristianismo. Mesmo assim, por causa da influência da mãe de Dietrich, a Bíblia e suas histórias foram preservadas dentro de sua casa.

Ao 14 anos o jovem Bonhoeffer surpreendeu a família ao anunciar sua decisão de se tornar ministro de evangelho e estudar teologia. Foi criticado por seus irmãos e irmãs que argumentaram ser a igreja uma instituição pobre, fraca, monótona e pequeno–burguesa. Dietrich respondeu que “nesse caso, precisarei reforma-la”.

Em 1923, ao 17 anos de idade, ele entrou na Universidade de Tübingen. Influenciado pelo liberalismo de seus dias, um ano depois, transferiu-se para a universidade de Berlim, onde completou seus estudos teológicos.

Bonhoeffer recebeu seu doutorado em teologia, aos 21 anos, da Universidade de Berlim, Sua tese versava sobre a comunhão dos santos. Ele definiu a Igreja como “Cristo existindo em forma de comunidade”. Para ele “Deus, embora distante, estava perto”, e por meio de “encontros concretos com os irmãos” os cristãos poderiam viver uma vida de fé verdadeira.

Entre 1928 e 1933, Bonhoeffer mudou de endereço várias vezes. Pastoreou em Barcelona, na Espanha (1928-1929) e depois por um breve período em Berlim. Em 1930 passou um ano no Seminário Teológico Union, em Nova York, realizando estudos pós-graduados. Ali, fez contado com Reinhold e H. Richard Niebuhr.

Em 1931 ele retornou a Berlim. Ali, com a publicação de “Ato e Ser”, passou a dar aulas na Universidade de Berlim, além de tornar-se capelão luterano. Quando Hitler chegou ao poder em 1933, ele ensinava naquela instituição.

Em 1° de Fevereiro de 1938, Bonhoeffer fez um pronunciamento pelo rádio sobre “a mudança de visão nas gerações mais novas do conceito de Füher (Senhor)”. Em abril do mesmo ano, ele, Barth e outros firam chocados com a adesão de vários pastores ao “princípio do Füher” e com o apoio à idéia da supremacia da raça ariana. Ainda em 1933, depois da prisão de vários pastores luteranos dissidentes, Bonhoeffer saiu da Alemanha e foi servir como pastor em uma congregação de língua alemã na Inglaterra. Ali permaneceu por dois anos.

Bonhoeffer afiliou-se à Igreja da Confissão, que consistia de um terço dos clérigos protestantes sob a liderança de Martin Niemoeller. Mesmo estando em Londres, ele continuou ativo nos movimentos de protesto em sua terra. Em maio de 1934, enviou uma carta pastoral pedindo que as igrejas confessionais emitessem um “ultimato” aos líderes cristãos da Alemanha. Isso culminou na Declaração de Barmen, da qual Karl Barth foi o principal articulador.

Em 1935, Dietrich voltou para a Alemanha e ajudou a Igreja Confessional no estabelecimento de um seminário ilegal, em Finkenwalde, do qual tornou-se diretor. Ali, Bonhoeffer tinha 25 jovens sob sua liderança. O seminário foi fechado pelo regime nazista em 1937 e seu diretor proibido de publicar obras e falar em público. Durante esses dois anos, vividos em comunidade com seus alunos, surgiram duas de suas maiores obras: Discipulado e Vida em Comunhão.

Em 1939, a obra Vida em Comunhão foi publicada. Após a publicação, visitou os Estados Unidos e, apesar da insistência dos amigos para que ficasse, ante a iminente guerra, voltou à Alemanha, decidindo servir aos seus compatriotas como ministro cristão.

A partir de 1940, Bonhoeffer esteve profundamente envolvido com o movimento de Resistência dentro da Alemanha. Barth e Tilich tiveram que exilar-se, Bultmann agiu com suficiente reserva para continuar pastoreando durante o regime nazista. Já Dietrich Bonhoeffer associou-se ao grupo que planejava matar Hitler. No inverno de 1942-1943, quando a Alemanha começava a perder a guerra, armaram-se dois planos para assassinar Hitler. A participação de Bonhoeffer nesses planos foi descoberta e ele foi preso em 1943.

Os dois anos que Bonhoeffer passou como preso dos nazistas (1943-1945), embora fossem inicialmente um tempo de intensa provação espiritual, levaram-no a desenvolver uma rotina de contemplação e criatividade disciplinadas, que resultou em escritos que localizavam os desafios contemporâneos e futuros existentes diante da igreja cristã.

Na verdade, Bonhoeffer jamais saiu da prisão. Ele foi morto algumas semanas antes de os aliados tomarem o campo de concentração onde ele estava preso. Em 9 de Abril de 1945, uma segunda-feira, após liderar o culto do dia anterior, Dietrich Bonhoeffer foi enforcado. Suas últimas palavras foram: “Este é o fim, mas para mim é apenas o início da vida”.

19 fevereiro 2006

A Força de Gideão





INTRODUÇÃO

Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a vida de um homem chamado Gideão. Ele foi um pequeno agricultor que viveu em uma época muito difícil, mais de 1200 anos antes de Cristo. Gideão tinha uma plantação de trigo que servia para sua subsistência e também cultivava uvas. Ele fazia parte de uma nação conhecida ainda hoje como Israel. Foi ele quem ouviu essa frase: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? Quem eram os midianitas? Por que Gideão deveria livrar Israel? Que força era essa, que ele possuía? Hoje, conhecendo um pouco da história desse homem, vamos descobrir que a força de Gideão está à disposição de qualquer um que deseje usá-la. Essa é a força que transforma pessoas simples, medrosas e inseguras em verdadeiros heróis.




O livro de Juízes retrata um período em que Israel vivia uma espécie de gangorra espiritual. Hora se afastava do Senhor, se entregava a idolatria e servia a outros deuses, (E aí, era dominado e oprimido por outros povos); Hora se arrependia, clamava ao Senhor e pedia por libertação (E aí, Deus enviava alguém para libertar o povo). Os dias de Gideão eram dias em que a gangorra estava em baixo.

O pai de Gideão, Joás, tinha em casa um altar dedicado a Baal e um poste-ídolo. Baal era o deus dos cananeus. Ele assumia diversas personalidades de acordo com a região em que era adorado. Os cultos a Baal eram acompanhados de orgias sexuais e alguns incluíam também o sacrifício de crianças. Os postes-ídolo eram esculturas de madeira em homenagem à deusa-mãe Astarote ou Aserá. Era assim que o povo de Israel que havia sido libertado do Egito com sinais e prodígios estava. Totalmente entregue à adoração de outros deuses, longe do Senhor e esquecido dos seus feitos poderosos.

Deus, então, põe em prática seu método de fazer heróis: OBEDIÊNCIA. O Senhor orienta Gideão a que destrua o altar a Baal que seu pai tinha, corte o poste-ídolo que estava junto ao altar, e com a madeira sacrifique um dos bois de seu pai em holocausto ao Senhor. Gideão sabia que isso era uma grande afronta à maneira de viver que o povo tinha escolhido. Com medo do que poderia lhe acontecer, Gideão fez o serviço à noite.

A afronta foi dupla. Gideão não apenas estava quebrando qualquer aliança com outros deuses, ele destruíra os objetos de culto da casa do próprio pai. Gideão pôs em risco suas terras, seus servos, sua vida e vida de sua família. Todos poderiam ser mortos e suas terras queimadas como resposta a essa afronta. Mas o Senhor não permitiu que isso acontecesse.

Gideão não era um poço de certezas e convicções. Depois de ouvir o Anjo do Senhor pela primeira vez ele quis confirmações de que era realmente o Senhor que estava falando. Ele não conhecia bem o Senhor nem a Sua lei. Mas ele obedeceu.

Eu não sei qual são os altares que você tem na sua vida. Não sei quantos postes-ídolos você tem edificado em volta desses altares. Mas eu sei uma coisa. O método de Deus para transformar pessoas simples, medrosas e inseguras em heróis ainda é o mesmo. OBEDIÊNCIA. Destrua o altar de Baal, arranque os postes-ídolos e queime tudo em holocausto ao Senhor. Se for o Senhor quem fala ao seu coração, não tenha medo. Obedeça. Não importa se não era o que você estava pensando, não importa se vai desagradar quem quer que seja. Quando o Senhor fala e confirma sua voz, a obediência é a melhor opção.

Gideão foi desafiado para abandonar o lamento, deixar pra trás o choro, a aceitar o desafio de confiar na presença do Senhor e colocar-se a serviço dele... a se alegrar mais na sua presença do que nas vitórias e a obedecer confiadamente no Senhor. A força de Gideão estava na Confiança, no Serviço, no Contentamento e na Obediência. Essa força está a nossa disposição. Deus continua querendo transformar homem e mulheres simples, medrosos e inseguros em verdadeiros heróis. Basta seguir os passos de Gideão: CONFIAR, SERVIR, CONTENTAR-SE E OBEDECER.


Então, se virou o SENHOR para ele e disse: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? (Juízes 6:14 RA)


Uma panorâmica a jato
A Bíblia é a auto-revelação de Deus. Através dela, Deus revela sua intervenção pessoal na história da humanidade. Falando de outra maneira, Deus inspirou homens e mulheres a escreverem histórias que revelam o Seu caráter, deixando assim registrado para a humanidade quem Ele é.

A Bíblia está dividida em duas grandes partes que nós conhecemos por Antigo e Novo Testamento. O Novo Testamento fala do ministério de Jesus, sua vida, morte e ressurreição; Fala também dos desdobramentos que se seguiram, como o surgimento e a expansão da Igreja. Já o antigo testamento é uma coleção de registros sobre o povo de Israel e sobre relacionamento de Deus com esse povo. Gideão, sobre quem vamos falar, fazia parte do povo de Israel.

A história desse povo começa com um homem chamado de Abraão. Abraão vivia em uma cidade conhecida como Ur dos caldeus. Era uma região em que as pessoas faziam para si esculturas e as adoravam como divindades. Deus desafiou Abraão a sair daquela região e a começar algo diferente. Deus queria formar um povo especial a partir de Abraão e prometeu que da descendência dele nasceria uma grande nação. Esse povo seria especial por ter sido escolhido por Deus e sua diferença seria um relacionamento direto com Ele. Abraão aceitou o convite e confiou em Deus. Por causa disso é conhecido com o Pai da fé.

Abraão teve um filho chamado Isac, que nasceu quando Abraão tinha 100 anos e Sara, a esposa de Abraão, tinha 90. O nascimento daquele menino do ventre de uma anciã de 90 anos foi a forma que Deus usou para dizer que não falharia com a sua promessa. Isac casou-se com Rebeca, uma jovem muito bonita, e eles tiveram gêmeos: Esaú, o mais velho, e Jacó, o mais novo. Naquela época o filho mais velho tinha muitos privilégios em relação aos outros, inclusive herança dobrada em relação aos demais irmãos. Mas Deus quebrou a ordem dos costumes e disse que nação que ele prometera a Abraão viria do mais novo, de Jacó, não do mais velho.

Jacó poderia ter sido brasileiro, se o Brasil existisse naquela época. Ele sempre dava um jeitinho nas coisas. Ele negociou com o Esaú, seu irmão, e tirou dele os direitos do primogênito; Ele fez uma sociedade com o sogro, Labão, e se deu tão bem nos negócios que se tornou mais rico do que ele. Até com Deus ele quis negociar. Mas Deus não negocia com ninguém. Por isso, Deus foi ao encontro de Jacó e o confrontou em um vale chamado de Jaboque. Lá, Jacó, que significa enganador, teve seu nome mudado para Israel, que significa príncipe. Jacó, ou Israel, casou-se com Raquel e teve 12 filhos.

Um dos filhos de Jacó chamava-se José. Ele foi vendido como um escravo pelos outros irmãos, que tinham inveja dos privilégios que ele tinha em casa. Com isso, José foi parar no Egito. Depois de injustiçado e preso, Ele elaborou e executou um plano para enfrentar uma grande seca. Com o sucesso do plano ele ganhou muito prestígio e levou toda a sua família para morar no Egito, salvando a todos da morte.

Durante 400 anos, os descentes de Abrão, Isac e Jacó, permaneceram no Egito. Eles cresceram tanto em número que os governantes do Egito começaram a ficar preocupados com a possibilidade de uma revolta dentro do seu país e impuseram uma carga de trabalho muito grande aos israelitas. O povo de Israel, também conhecidos como Hebreus, estava sendo muito oprimido. Os governantes do Egito chegaram a fazer uma lei que obrigava as parteiras a matarem os meninos que as mulheres israelitas dessem à luz. Um dos meninos que se salvou nessa época foi Moisés. Em vez de ser morto, ele foi criado pela filha do faraó.

Ao se tornar adulto, Moisés foi o líder que Deus usou para libertar o povo de Israel da escravidão que eles viviam no Egito. Quando Deus chamou Moisés para essa missão, Ele lembrou a promessa que havia feito a Abraão, de fazer uma grande nação da descendência dele, e orientou Moisés para que levasse todo aquele povo para a terra prometida. Ao chegar naquele lugar, o povo ficou com medo de entrar na terra porque já havia outros povos morando lá. Deus, então, conduziu Moisés por 40 anos no deserto até que nascesse uma nova geração capaz de confiar na promessa.

O sucessor de Moisés foi Josué. Ele ela um general de guerra. Depois da morte de Moisés, Josué desafiou o povo a entrar na terra prometida e conquistar o espaço que Deus já havia dado. As conquistas de Josué começaram com uma cidade chamada Jericó. Ele ocupou quase toda a área que Deus havia prometido e o povo de Israel se instalou em uma região conhecida como Canaã. Mas alguns dos povos que viviam naquela região não foram expulsos nem conquistados no tempo de Josué. Entre esses povos havia os Midianitas.

Depois que Josué morreu, o povo de Israel se acomodou na nova terra e se esqueceu de tudo o que Deus havia feito. Eles se associaram aos povos que não havia sido expulsos, abandonaram o culto a Deus e passaram a adorar os deuses daqueles povos. Todas as vezes que abandonavam ao Senhor, eles eram dominados e oprimidos por alguma das nações que já moravam naquela região. Era essa a situação nos dias de Gideão.

Gideão viveu dias muito difíceis. No começo do capítulo 6 de Juízes, vemos que os midianitas e amalequitas tinham uma estratégia terrível. Eles esperavam que Israel fizesse todos os procedimentos do plantio, deixavam que a plantação crescesse um pouco, deixavam que os animais se multiplicassem e depois faziam uma espécie de arrastão, e destruíam tudo que Israel havia feito.
(3) Porque, cada vez que Israel semeava, os midianitas e os amalequitas, como também os povos do Oriente, subiam contra ele. (4) E contra ele se acampavam, destruindo os produtos da terra até à vizinhança de Gaza, e não deixavam em Israel sustento algum, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. (5) Pois subiam com os seus gados e tendas e vinham como gafanhotos, em tanta multidão, que não se podiam contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra para a destruir. (Juízes 6:3 -5 RA)

Respondeu-lhe Gideão: Ai, senhor meu! Se o SENHOR é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas. (Juízes 6:13 RA)

E ele lhe disse: Ai, Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai. (Juízes 6:15 RA)


(25)Naquela mesma noite, lhe disse o SENHOR: Toma um boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta o poste ídolo que está junto do altar. (26) Edifica ao SENHOR, teu Deus, um altar do cume deste baluarte, em camadas de pedra, e toma o segundo boi, e o oferecerás holocausto com lenha do poste ídolo que vieres a cortar. (27) Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez como o SENHOR lhe dissera; temendo ele, porém, a casa de seu pai, e os homens daquela cidade, não o fez de dia, as de noite. (Juízes 6:25-27 RA)


GIDEÃO E O LAGAR

Gideão era um pequeno agricultor e estava trabalhando na colheita do trigo quando ele ouviu: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? Malhar o trigo era o processo de tirar o grão de trigo da casca. Agricultores como Gideão faziam isso de três maneiras: batiam na palha com um bastão, usavam os animais para pisarem o trigo ou passavam uma espécie de trenó sobre o cereal. Tudo isso era feito em campo aberto.

Mas Gideão estava malhando o trigo no lagar. O lagar era um tanque de pedra, feito no chão, que era usado para pisar as uvas e fazer vinho. Mas porque Gideão estava debulhando trigo no lugar de fazer vinho? É que o lagar era como se fosse uma piscina funda, assim ele estava escondido das vistas dos midianitas. Pode-se ver que Gideão era inteligente, mas estava com muito medo de ver a sua colheita mais uma vez destruída. Por isso, ele foi malhar o trigo no lagar.

A família de Gideão era pequena e não era rica. Ele mesmo era apenas um agricultor que plantava pra comer e estava com muito medo de ser saqueado por mais um arrastão dos midianitas, mas o Anjo do Senhor ao saudá-lo o chamou de homem valente e disse que ele livraria Israel dos Midianitas se fosse nessa força que ele tinha. Mas que força poderia ter Gideão? Ele não parecia forte. Ele até reclamou quando o Anjo do Senhor o saudou dizendo que o Senhor era com ele...

Gideão se via como alguém totalmente desprovido de condições para fazer qualquer coisa quanto à opressão dos Midianitas. Ele não tinha um exército a sua disposição, não tinha armas apropriadas para se defender, e sua família era pequena e pobre.Muitas vezes é assim que nos sentimos. Nossa vida é uma desgraça, somos os mais fracos, os mais pobres... O menor entre os menores. E ainda por cima vêm os midianitas, fazem um arrastão e levam tudo que construímos. Aí dizemos como Gideão... Se o SENHOR é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? Não fique triste! Hoje a Palavra do Senhor vem lhe dizer: O Senhor é contigo, homem valente! O Senhor é contigo, mulher valente!

GIDEÃO E A FORÇA

Talvez você se lembre de um personagem dos desenhos animados que dizia “Eu tenho a força!”. Era o He-man! Quando se sentia acuado pelos inimigos, ou quando precisava cumprir uma missão muito difícil, ele levantava a sua espada e gritava: eu tenho a força! O He-man buscava essa força nos poderes da uma caveira cinza;

Numas das trilogias mais famosas do cinema, Star Wars, os Gedais são preparados durantes toda a vida para serem guardiões da Força. A força está dentro deles. É um poder interior e impessoal.

Heróis de todos os tempos buscam força em pedras incandescente... Poções mágicas... Na repetição de mantras... Meditações interiores... Exercícios de relaxamento... Somos desafiados por nossa cultura a buscar energia no desejo de vingança... Na obsessão por um sonho... No ímpeto de consumir... Ou simplesmente na busca pela auto-satisfação.

Mas, e no caso de Gideão? Que força era essa que nem ele conhecia. O anjo do Senhor disse a Gideão: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas. Qual era a força que o Anjo do Senhor estava enxergando naquele homem, malhando trigo dentro do lagar escondido dos midianitas?

A primeira pista que temos é a saudação do anjo (v.12): O SENHOR é contigo, homem valente. A situação era desfavorável, o medo era grande, o clima de insegurança era permanente... Mas Gideão foi lembrado pelo anjo que o Senhor estava com ele. Essa deveria ser a base da força de Gideão. A presença de Deus. Não havia motivos para Gideão acreditar que Deus estivesse presente em meio às enormes adversidades que ele estava vivendo com sua família. Mas Deus estava com ele e era dessa verdade que ele deveria extrair sua força.

Eu não sei quais são as adversidades que você está vivendo... Não sei se você está malhando o trigo no lagar, dentro de um buraco, pra ver se passa despercebido... Não sei se os midianitas e amalequitas da sua vida acabaram de fazer um arrastão e levar os seus sonhos de uma vida digna, honesta e em paz. Mas eu sei de uma coisa: O senhor é contigo, homem valente. O senhor é contigo, mulher valente. A sua força deve ter como base essa verdade.

A segunda pista que temos da força de Gideão é a pergunta que o Senhor faz a Ele (v.14): Porventura não te enviei eu? Gideão estava sendo desafiado pelo Senhor a fazer algo além das suas possibilidades. Como um pequeno agricultor, sem qualquer experiência em liderar um exército, poderia enfrentar o desafio de lutar contra uma multidão de nômades bandoleiros que avançavam como um enxame de insetos sobre a terra? Como aquele homem, triste com o silêncio do Senhor, poderia fazer algo em nome do Senhor? Por isso Gideão precisava compreender que aquela missão não era sua, mas do Senhor. Gideão seria forte porque ele estava a serviço do Senhor.

Não sei os projetos que você tem a sua frente. Nem sei se você tem algum projeto. Mas eu sei de uma coisa: você vai encontrar força do alto quando os projetos da sua vida não forem apenas seus projetos, mas sim os sonhos do Senhor. Deus não tem compromisso com os seus projetos pessoais. O compromisso dele é em moldar sua vida e construir em você o caráter Cristo. Gideão nem sonhava em liderar um exército e vencer os midianitas, ele só queria malhar o trigo dele em paz. Mas Deus tinha um outro projeto. Permita que o Senhor lhe revele os planos Dele. Aí você vai se sentir forte quando ouvir o Senhor falar: Porventura não te enviei eu?

A terceira pista para descobrirmos que força era essa que o Anjo do Senhor vira em Gideão é o encorajamento do Senhor no verso 16: Tornou-lhe o Senhor: Já que estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem. Nesse encorajamento de Deus, há uma condição importante. O senhor garante a vitória para Gideão, mas ela só aconteceria se Gideão acreditasse que era a presença de Deus que daria a vitória. Não era o tamanho do exército... Não era a qualidade das armas... Nem qualquer tipo de acordo com o inimigo.

Eu não sei se você tem compreendido, mas para o Senhor a vitória é apenas a conseqüência da presença dele. Para ele é muito mais importante que você deseja estar próximo dele do que obter dele os seus sonhos de consumo. Não tenha medo, Gideão, eu vou estar com você. Essa é grande promessa de Deus. A vitória é boa, alegra o coração, mas a presença do Senhor é muito melhor. Você tem convidado o Senhor para caminhar ao seu lado de segunda a sábado, ou você apenas o visita no domingo à noite? Quando ele está conosco podemos fazer como Gideão e ferir os midianitas da vida como se fossem um só homem.

A quarta pista é decisiva para entendermos a força de Gideão. Avance um pouco na sua bíblia e acompanhe comigo os versos de 25 a 27.

Depois de encorajar Gideão, de lembrá-lo da presença permanente do Senhor, de garantir a vitória diante dos midianitas, depois de explicar que a missão para a qual ele estava sendo chamado era um projeto de Deus. O Senhor revela qual seria o mecanismo pra tornar real e verdadeira a expressão homem valente, pela qual Gideão havia sido chamado. O Senhor apresentou o seu método para transformar pessoas simples, medrosas e inseguras em heróis: OBEDIÊNCIA.

17 fevereiro 2006

Moisés no Banho

Como vai a sua Fé?

Por Aristarco Coelho
Data: 08/02/2006
Texto: Romanos 1:8-13


Roma era a capital de um dos impérios mais poderosos de que se tem notícia. De Roma emanava o culto ao imperador, enquanto a igreja cristã defendia o culto ao único Deus verdadeiro. Em Roma muitas cerimônias religiosas pagãs eram celebradas em meio a orgias sexuais, enquanto a igreja falava de castidade e leito sem mácula. Roma era uma cidade militarizada, violenta e que acreditava na força como instrumento de dominação, enquanto o cristianismo falava de dar a outra face. Roma odiava os cristãos, queimava-os como tochas humanas. Prendiam, açoitavam e por fim os entregava aos leões em espetáculos para divertir a multidão.

Foi nesse contexto que a fé da igreja de Roma tornou-se conhecida. Escrevendo aos crentes daquela cidade, Paulo inicia sua carta com um rasgado elogio aos romanos: a fé daqueles irmãos era notícia por todo mundo. Imaginem que grandes desafios viveram nossos irmãos do passado. Testemunhos ousados de fé em Jesus diante de tochas acessas... Distância dos templo pagãos e seus atrativos litúrgicos, nem sempre tão espirituais... O não dito a César e o sim dito a Jesus.

Em Roma não dava pra ser cristão de forma disfarçada. Não dava pra apenas ir aos cultos na igreja e depois dar uma de desentendido no restante da vida, até porque não tinha templo para freqüentar. A igreja em Roma acontecia nas casas, em meio aos relacionamentos familiares; nos comércios, em meio aos negócios; no campo, em meio ao plantio e à colheita. Por isso não dava pra disfarçar. Logo se sabia se o sujeito era servo de Jesus ou não. A fé dos irmãos de Roma era conhecida por todos.

Hoje vivemos tempos diferentes. Nós nos acostumamos a uma fé que fica restrita às reuniões da igreja. É uma fé que não se estende para os problemas da vida real. Por isso nossa fé passa despercebida, se confunde com os valores do mundo e não é notada. Se os negócios são desonestos, nossa fé fica muda e fecha o acordo... Se o consumismo destrói a vida financeira das famílias, nossa fé se cala e vai ao shopping... Se a sensualidade é a moda, nossa fé é fashion e se rende ao padrão. Se o apóstolo Paulo lhe escrevesse uma carta hoje, e começasse da mesma maneira que começou a carta aos Romanos, o que ele diria a respeito da sua fé?

A partir do verso 11 vemos que Paulo tinha o grande desejo de estar com os irmãos em Roma. Note que a fé daquela igreja era tão notória que o apóstolo desejava poder compartilhar com eles o conforto que vem desse tipo de fé.

Isso nos lembra que a fé não deve ser notória apenas para os de fora. Não deve ser uma fé de vitrine, apenas para impressionar. Ela deve também ser conforto entre nós. Quando compartilhamos uns com os outros nossa fé nas promessas, no amor, na misericórdia, na graça e no poder de Deus, somos mutuamente confortados.

Esse conforto que vem do compartilhar, só acontece quando estamos na companhia uns dos outros. Veja que Paulo é até repetitivo ao falar do desejo dele de estar com aqueles irmãos. Não dava pra ser à distância. À distância só as notícias, só o conhecimento do testemunho. Paulo ansiava pela companhia dos irmãos.

Temos um grande desafio em nossos dias, que é driblar a distância que estamos uns dos outros... Às vezes é distância física, às vezes é distância emocional, às vezes é distância social... Seja qual for, precisamos vencê-la. Compartilhar a fé, receber e dar conforto só acontece se estivermos na companhia uns dos outros.

A fé dos irmãos de Roma era conhecida por todo o mundo. Era tão corajosa que se mantinha visível e presente em meio à vida real. Era de tal forma encorajadora que o Apóstolo Paulo ansiava por estar na companhia deles. Não fique triste se a sua fé não é assim. Não importa se a sua fé do tamanho de um pequeno grão de mostarda. O que importa é que ela esteja depositada naquele que é a fonte da Graça e do Poder de Deus. O Senhor Jesus Cristo.

Que a nossa fé seja mais forte, mais viva, mais visível, mais prática e capaz de encorajar outros a continuar servindo ao Senhor.

16 fevereiro 2006

Fruto do Espírito - Longanimidade

Aristarco Coelho
03 Novembro 2004
Fortaleza - Ceará


Venho te pedir
Que desenvolva em mim
Aquilo que em ti
faz parte de teu Ser.
Decisão constante,
Longa resistência,
Grande paciência,
Firme quero ser.

Quero aprender,
Ter capacidade,
Para o sofrimento
Muito suportar.
Lento em responder
A agressão sofrida
E perseverante,
Estável, caminhar.

Não quero que falte
Em toda minha vida
Longanimidade.
Faz, Senhor, nascer
Em minha atitude
O Fruto da Verdade,
Só o Teu poder
Em mim pode fazer.