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15 fevereiro 2016

Um discípulo servo


Um discípulo servo
Comunidade Batista em Mangabeira 4 -  João Pessoa/PB - 14/02/2016

Introdução

Neste e nos próximos domingos teremos a oportunidade de refletir juntos sobre um dos temas mais importantes do evangelho: discipulado.

Este ano o discipulado permanecerá em destaque aqui na CBM. Nosso propósito é que ser e fazer discípulos sejam amis que um tema importante e se transforme em nosso modo de viver o evangelho de Jesus.

No próximo domingo (21/02) seremos conduzidos por Allan no tema “ um discípulo amável”. No dia 28/02 o Pr. João Victor falará sobre a obediência na vida do discípulo e no dia 06/03, o Pr. Francisco trará o tema “um discípulo que ora”.

A ordem desse duplo aspecto do discipulado (ser e fazer) – é importante para sua eficácia. Portanto, ao olharmos para o serviço (uma das mais notórias marcas dos discípulos de Jesus), primeiro devemos considerar nossa própria condição de servo. Depois podemos encorajar outros a servir.

Assim quero convidá-los a caminhar comigo através de alguns textos bíblicos com o objetivo de considerarmos a disposição de nossos corações em servir outras pessoas.

Faremos isso da seguinte forma: (1) primeiro vamos entender o paradigma cultural vigente sobre o serviço, isto é, veremos a visão que as pessoas têm hoje sobre servir e ser servido; (2) depois vamos examinar as Escrituras para compreender o paradigma do evangelho, isto é, o que pensa Jesus sobre servir e ser servido; (4) por fim examinaremos quatro falas de Jesus sobre esse assunto. Elas serão importantes para ajustar nossa maneira pessoal de ver o servir e o ser servido.

Um paradigma cultural


Para começar talvez devamos nos familiarizar com um modo de pensar que é muito comum a respeito de servir: quem serve é menos importante do que aquele que é servido.

Ø Quem serve faz o que os outros não querem fazer. Quem é servido não precisa fazer o que não quer;

Ø Quem serve é mandado. Quem é servido manda;

Ø Quem serve é porque não tem dinheiro. Quem é servido é porque tem grana no bolso;

Ø Quem serve é fraco. Quem é servido é poderoso

Nesse modo de pensar que orienta a vida de muita gente, aquele que está a serviço apenas recebe ordens, por isso está em situação inferior àquele que dá as ordens.

É interessante notar que a maioria das crianças é muito prestativa e quando somos pequenos almejam profissões que ajudam as pessoas em suas necessidades: bombeiro, policial, professor... (um filho de um amigo nosso desejou por muito tempo ser gari). Mas logo que crescemos somos engolidos pelo paradigma cultural que despreza o serviço e procuramos alguma outra coisa que nos faça parecer mais poderoso.

Algumas vezes as pessoas que prestam serviço em nossas casas são tratadas com certo ar de superioridade. É como se servir fosse uma atividade inerente a cidadãos de segunda categoria.

Até nosso vocabulário revela essa desconsideração para com quem serve. Palavras com serviçal, servitude e servente, todas relativas ao serviço, estão carregadas de conceito de inferioridade.

Mas não é sem motivo que a condição de servir é rejeitada pelas pessoas. A verdade é que nossa natureza caída tem uma inclinação a explorar as pessoas sempre que o dinheiro ou o poder nos permitem fazê-lo. Às vezes o simples fato de estarmos do outro lado do balcão, sendo atendidos, é suficiente para nos acharmos superiores, cheios de direito, e tratarmos os outros como pessoas menos importantes.

O paradigma do evangelho

Nosso assunto é um discípulo servo. E ser discípulo de Jesus significa adotar o mesmo ponto-de-vista dele a respeito do mundo e da vida. Então, precisamos saber o Jesus pensa sobre servir e ser servido. Isto é, qual o paradigma do evangelho? Vejamos um comentário de Jesus sobre esse assunto no evangelho de Lucas:

24 Surgiu também uma discussão entre eles, acerca de qual deles era considerado o maior.

25 Jesus lhes disse: "Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores. 26 Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve. 27 Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve. Lc 22.24-27 (NVI)

Parece que Jesus nos propõe uma forma diferente de considerar o servir e o ser servido. Primeiro Ele reconhece que aos olhos das pessoas aquele que é servido e mais importante que aquele que serve. Mas logo em seguida ele nos desafia a assumir o lugar de servo mesmo assim.

E o que me parece mais desafiador ao ouvir Jesus falar dessa maneira, é que ele não estava apenas fazendo um discurso sobre como as coisas devem ser. Ele estava chamando seus discípulos para andar nos passos dele e viver do jeito que ele vivia.

...eu estou entre vocês como quem serve. (27)

O que você acha disso tudo? De um lado, sabemos que se tornar servo neste mundo não é moleza; por outro lado, o Espírito de Deus parece sussurrar aos nossos ouvidos que devemos aceitar o desafio de tornar o serviço nossa rotina de vida. Do mesmo jeito que Cristo fez.

Seguir a Jesus não é apenas frequentar os cultos de domingo ou fazer parte do grupo da igreja no Face e no Whatsapp. É bom participar de tudo isso, mas não significa que fazendo essas coisas você é um discípulo de Jesus.

Ser discípulo é adotar o mesmo entendimento que ele tem a respeito da vida. E sobre o serviço, parece que o pensamento de Jesus é claro: ainda que as pessoas desprezem e desconsiderem aqueles que servem, devemos atender ao chamado de Deus e transformar o servir às pessoas em nosso modo de vida.

Jeremias, o profeta, muitos séculos antes de Jesus nascer, anunciou que o messias seria um servo sofredor. O apóstolo Paulo, depois de Jesus ressuscitar e subir aos céus, escreveu um pouco sobre esse coração de servo que pulsava no peito de Jesus. Vejamos o que ele diz em Fp 2.5-8:

Tentem pensar como Cristo Jesus pensava. Mesmo em condição de igualdade com Deus, Jesus nunca pensou em tirar proveito dessa condição, de modo algum. Quando sua hora chegou, ele deixou de lado os privilégios da divindade e assumiu a condição de escravo, tornando-se humano! E, depois disso, permaneceu humano. Foi sua hora de humilhação. Ele não exigiu privilégios especiais, mas viveu uma vida abnegada e obediente, tendo também uma morte abnegada e obediente — e da pior forma: a crucificação. Fp 2.5-8 (AM)

Então meus irmãos, nosso primeiro desafio é romper com ideia de que servir é coisa de gente sem importância. No evangelho de Jesus, são importantes aqueles que cultivam o mesmo coração de servo que pulsava no peito do Salvador. Pessoas assim, não desejam tirar proveito de alguma posição ou condição superior que tenham recebido, mas estão sempre com o coração disposto a servir.

Quando rejeitarmos o entendimento de que servir é algo ruim e abraçarmos a mentalidade de Jesus sobre servir e ser servido, estaremos livres para desenvolver o coração de servo que recebemos da parte de Deus.

A missão se traduz em serviço

No entanto, ao mesmo tempo que abraçamos por fé a mentalidade de Jesus sobre servir e ser servido, é preciso examinar o que Ele pensa sobre isso.

É difícil exagerar a importância que Jesus dá para um coração disposto a servir a Deus e às pessoas. Ele afirmou essa importância quando colocou o serviço no âmago da sua missão aqui entre nós.

28 A vossa maneira de proceder deve ser a mesma que a minha, porque eu, o Filho do Homem, não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida para salvação de muitos. Mt 20.28 (OL)

Está muito na moda definir uma missão pessoal. Jovens executivos hoje contratam um coach para ajuda-los a decidir suas missões pessoais, isto é, para onde eles vão dirigir suas vidas e concentrar seus esforços. Algo que pode ser muito útil. No entanto, parece que para Jesus isso estava muito claro e servir estava no topo da agenda. E na sua agenda? Qual é posição do serviço às pessoas em nome de Deus?
 
Um alerta sobre a natureza do serviço

Existe uma outra fala de Jesus sobre servir que é muito importante para abraçarmos a mentalidade de Jesus sobre servir e ser servido, sobretudo nesses tempos “multi”, de grande pluralidade e de vidas líquidas, e que somos chamados a nos dividir em mil frentes. Vejamos Mt 6.24.

24 "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro". Mt 6.24

Servir a Deus e às pessoas em nome de Deus é algo que ocupa toda nossa vida e durante a vida toda. O discípulo de Jesus é um servo de dedicação exclusiva e em tempo integral. Não existe discípulo de meio período ou com jornada reduzida.

No texto que lemos, Jesus declara a impossibilidade de alguém conciliar em seu coração uma vida dedicada a Deus e ao mesmo tempo dedicada juntar dinheiro. Não dá pra fazer as duas coisas, porque nosso coração ficaria dividido. E não é possível seguir a Jesus com um coração divido. Mas o dinheiro entra aqui como um exemplo. Qualquer coisa que tente captura o nosso coração entra na mesma categoria.

Então, o discípulo-servo é alguém atento a qualquer coisa que deseje cativar um pedaço de sua lealdade. E está pronto para rejeitar esses assédios.

Quando adquire coisas, o discípulo-servo não as trata como suas próprias para não aprisionar seu coração a elas; quando se compromete com as pessoas, o discípulo-servo o faz com o objetivo de servi-las e não de dominá-las; quando ocupa posições de destaque, ele entrega todas as honrarias aos pés de Cristo; quando lidera instituições, o discípulo o faz com a disposição de ali ser um servo de Jesus; quando realiza alguma tarefa ou projetos, seu pensamento é em como tudo aquilo servirá às pessoas e a Cristo.

Ninguém pode servir a dois senhores...

Serviço e resiliência

A essa altura você já deve ter notado que a vida de um discípulo-servo é como nadar contra a correnteza do rio. Exige muita energia espiritual. Às vezes da impressão de que nada está acontecendo... Bate aquela vontade de parar de nadar e deixar que a correnteza nos leve.

Talvez seja por isso que Jesus ressalta a importância de servirmos até o final. A resiliência no servir é algo que transpira das palavras de Jesus. Vejamos uma fala dele no evangelho de Lucas:

35 "Estejam prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias, 36 como aqueles que esperam seu senhor voltar de um banquete de casamento; para que, quando ele chegar e bater, possam abrir-lhe a porta imediatamente. Lc 12. 35-36

Servir não é uma coceira que dá e depois passa. Servir não é uma moda. Servir é um modo de vida que acompanha até o seu encontro com o Senhor. Mas é preciso reconhecer que uma vida de serviço não é uma corrida de 100 metros, mas uma longa maratona. E muitos desafios serão enfrentados até que ela chegue ao final.

Servir não é algo que faz para ficar bem na foto. É resultado de uma preocupação verdadeira e permanente com as pessoas em nossa volta. Não é algo que se faz por tempo e depois deixa-se de fazer. Não é um cargo que você assume e depois é exonerado. Nem uma profissão da qual a gente se aposentar.

Por isso é preciso que sejamos revestidos de amor do alto, que abracemos a mentalidade de Cristo, e permitamos ao Espírito de Deus transplantar o coração de servo que pulsava no peito no nosso salvador.





Uma palavra de encorajamento

Minha última consideração sobre a mentalidade de Cristo quanto a servir e ser servido começa com um texto do apóstolo Paulo:

15 Eu, de boa vontade, darei a vocês tudo o que tenho e gastarei até a mim mesmo pelo bem de vocês. Será que quanto mais eu os amo, menos serei amado por vocês? 2 Cor 12.15

Jesus tem uma palavra de encorajamento e conforto para Paulo e para todos que se deixam gastar pelo serviço. É com essa palavra que desejo encerrar.

 37 Felizes os servos cujo senhor os encontrar vigiando, quando voltar. Eu lhes afirmo que ele se vestirá para servir, fará que se reclinem à mesa, e virá servi-los. Lucas 12.37(NVI)

Haverá um bálsamo de alívio aguardando os servos que perseveram. Haverá um tempo de descanso para aqueles que gastam suas vidas servindo ao Senhor. Esse dia chegará! E quando chegar esse dia, ele dirá para nos recostarmos confortavelmente, vestirá os aventais de servo e nos servirá manjares de consolo e de paz.


Aqueles que gastarem suas vidas servindo às pessoas em nome de Deus não terminarão decepcionados. Um dia colherão os doces frutos do seu trabalho e se alegrarão, e bendirão ao Senhor que os sustentou fiéis até o fim.

Eu lhes afirmo que ele (o Senhor) se vestirá para servi-los, fará que se reclinem à mesa, e os servirá.

Que Ele nos ajude em nossa caminhada.

01 julho 2012

Salvação pela integridade?




Seu ponto de vista está começando a ficar mais claro, Simone, no entanto ainda tenho algumas dúvidas sobre o comentário anterior e outras que surgiram a partir de seu novo comentário.

Você apresenta a salvação como resultado de um mix de fé e vida íntegra, isto é, a pessoa precisa confiar em Jesus e apresentar determinados comportamentos, como integridade e retidão, para ser aceita por Deus. Embora compreenda, como já afirmei em outro comentário, que a fé produz uma vida íntegra que agrada a Deus, não posso concordar que a integridade é que resulta em nossa aceitação por Deus. Ele nos salvou por sua graça e misericórdia quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados, portanto nosso nível de integridade era zero.

Acho que compreendi a relação que você fez entre fé e graça, mas tenho algumas restrições aos termos usados. Prefiro o entendimento de que a fé não é um instrumento para nos apoderarmos da Graça, mas sim um relacionamento de confiança crescente em resposta ao amor de Deus por nós; também acho que nosso contato com a Graça de Deus não se dá em termos de "apoderamento", como se o processo estivesse sob nosso controle, mas compreendo que somos alcançados por esta graça em uma iniciativa que não é nossa.

Não compreendi bem o que seria o "estado de graça" a que você se referiu nesse último comentário. Por outro lado, entendo que é a graça de Deus, expressa no amor em forma humana chamado Jesus, que destranca as portas da desconfiança para que minha resposta de fé seja possível. Assim, é a graça de Deus que conduz à fé, e é a confiança em Deus que resulta em salvação. Isto era assim no AT e é assim a partir de Cristo

É interessante este diálogo porque embora a palavras que estamos usando sejam as mesmas o significado que damos elas são diferentes. Ainda assim estamos juntos no propósito de caminhar com Cristo em novidade de Vida.

Aristarco Coelho




Texto extraído e editado a partir do fórum de discussão realizado dentro do contexto da disciplina "Temas do Novo Testamento" tendo como assunto "Exclusivismo, inclusivismo e pluralismo religioso". Fórum realizado dentro do formato proposta pela EST - Escola Superior de Teologia.

05 abril 2006

Falsificações de si Mesmo


Por Aristarco Coelho

Ontem, uma fábrica de dinheiro falso foi fechada no Parque Araxá, em Fortaleza. O requinte da falsificação, que segundo a imprensa reproduziu com perfeição itens de segurança como a marca d’água e a assinatura do presidente da Casa da Moeda nas cédulas, impressionou as autoridades policiais.

Mas, falsificar não é um crime novo. Há muito que os contraventores enxergaram na atividade uma excelente margem de rentabilidade. A grande motivação dos falsários, então, é o lucro fácil, produzindo a custo baixo cópias de produtos com bom valor de mercado.

No entanto, por mais perfeita e bem acabada que uma falsificação seja, ela leva consigo o peso de tentar passar-se pelo que não é; de tentar beneficiar-se de uma posição de mercado que não lhe pertence, usufruindo os benefícios de investimentos que não fez.

Além de produtos, serviços e arte, a falsificação invadiu também os relacionamentos humanos. Apresentar uma imagem falsa sobre si mesmo é daquelas atitudes comuns, mas que causam grande prejuízo à sociedade.

Defendo a idéia de que a indignação pelo que é falso precisa começar em nossas próprias atitudes, em nossa maneira de viver. Não adianta muito se fazer grande estardalhaço com o dinheiro falsificado quando somos falsificadores de nós mesmos.

No ambiente do trabalho, algumas dessas atitudes danosas e comuns são: apresentar formação acadêmica falsa, assumir realizações de
outras pessoas, mentir e omitir sobre suas origens e história pessoal, apresentar informações inverídicas ou mal esclarecidas em relatórios, e encobrir falhas e limitações pessoais.

Nesse início de século XXI, a verdade tem sido abandonada como a melhor opção para a coletividade, por isso a mentira ocupa tanto espaço. Essa atitude parece estar apoiada no cultivo do egoísmo, que privilegia o prazer e a satisfação pessoal, ainda que resultem em prejuízo para outras pessoas.

Assim, colocar no currículo um curso que não se fez para melhorar as chances de ser contratado é considerado por muitos como uma atitude esperta. O desejo de se dar bem, na mais estrita obediência a “Lei do Gerson” (O importante é levar vantagem em tudo), não vê qualquer constrangimento se para isso é necessário fazer uma falsificação de si mesmo.

Uma variação bastante grave desse tipo de falsificação de si mesmo é a história dos médicos com diploma falso, que se têm tornado cada vez mais presente nos noticiários. Consultas, receitas e cirurgias feitas de maneira irresponsável põem em risco a vida de pessoas que são atraídas pelo valor mais em conta do procedimento.

Outra maneira de falsificar a si mesmo é assumir a autoria de realizações, trabalhos ou feitos nos quais não se participou. Pode ser que alguns compreendam como uma ingênua tentativa de ser reconhecido ou aceito por determinado grupo social, mas é falsificar-se, isto é, atribuir a si mesmo aptidões e qualidades que não são verdadeiras, além de ser crime.

A falsificação de si mesmo também passa pela negação das origens e da história pessoal. A partir de nossa origem, somos uma coleção de acontecimentos do nosso passado. Não há motivos para negarmos aquilo que nos fez ser quem somos; mas, inseguros, muitos falsificam sua trajetória pela vida. Uns a rejeitam por completo e criam uma nova história, outros selecionam os fatos ao
sabor da conveniência e revelam apenas o que lhe parece útil a cada apresentação. Seja um passado seletivo ou um alternativo, não passa de falsificação de si mesmo.

Relatórios são pontos de controle importantes em qualquer empresa. Eles são o retrato de determinada atividade ou departamento e por conseqüência dos seus gestores. Esse é outra circunstância em que muitos falsificam a si mesmos. Um três transforma-se em um oito e o gráfico passa a apontar um desempenho positivo. Uma redação cuidadosamente arranjada esconde os prováveis prejuízos de uma operação. Falsificações de si mesmo.

As entrevistas de emprego são portas abertas que chamam os entrevistados para o mundo das falsificações. Perguntas esperadas. Respostas combinadas.
- Qual o seu maior defeito?
- O meu maior defeito é trabalhar feito um louco e me dedicar de corpo e alma à empresa.

Mentir sobre as próprias falhas e limitações é falsificar a si mesmo. A prática mentirosa das entrevistas segue junto com o entrevistado até à diretoria, se ele chegar lá. O resultado é certo: um batalhão de falsificações sem qualquer possibilidade de aperfeiçoamento.

Grande incoerência: falsificar dinheiro é um crime execrado por toda sociedade; falsificar a si mesmo é atitude aceita com brandura e permissividade. Dois pesos e duas medidas.

Precisamos reconhecer que somos uma nação carente de integridade pessoal, o que torna frágil nosso discurso sobre ética e expõe ao descrédito muitas ações bem intencionadas. Falsificar dinheiro, ou a si mesmo, é dizer não à verdade e adotar como padrão de vida a antítese do conselho bíblico que afirma: tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.

O desafio está lançado!