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17 setembro 2018

Salvos pela Graça! Mas não foi de graça!


PIB de Mangabeira - João Pessoa/PB 26/08/2018

Salvos pela Graça! Mas não foi de graça!

Instigante o tema escolhido para este mês dedicado aos Jovens. Logo que li lembrei-me de um pastor e teólogo alemão, Dietrich Bonhoeffer, que levantou sua voz contra a postura da igreja na Alemanha que estava passivamente calada ante as atrocidades cometidas por Hitler.

Dietrich falou sobre a diluição da Graça. Afirmou que a igreja de sua época, em vez de apresentar ao mundo a Preciosa Graça de Jesus, havia aderido a uma Graça Barata. Em seu livro, Discipulado, ele falou sobre como a salvação pela graça não pode ser desvinculada do discipulado cristão, sob pena de produzir um evangelho enfraquecido.

Hoje à noite quero guia-los pelo antigo caminho do Evangelho de Jesus e apresentar alguns aspectos da preciosa Graça de Deus e seu papel na maravilhosa salvação operada por Ele.

Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos. Ef. 2.1-10 (NVI)


Graça é presente que se recebe

Entre nós batistas é claro o entendimento de que a salvação é um presente gracioso de Deus. E ninguém paga por um presente, certo? Caso contrário deixaria de ser presente. Da mesma forma, a salvação é recebida sem contrapartidas, não custa nada para aquele que é salvo.

Ser gracioso é agir em benefício de alguém que nada fez para ser beneficiado. Se gracioso é ser a favor de alguém que é claramente contrário a você. Ser gracioso é recompensar alguém que não tem recompensas a receber. Portanto, quando as Escrituras nos dizem que fomos salvos pela Graça de Deus, ela está afirmando que fomos alcançados pelo favor imerecido de Deus.

De fato, a salvação começa em Deus, é uma iniciativa unilateral dele, cuja única motivação é o amor que ele tem por sua criação. Até mesmo a fé que brota em nossas almas é uma obra de Deus em nós, como afirma Paulo.


Primeiro a má notícia

Sabemos que o evangelho é a boa notícia da salvação, mas essa não é a primeira. Pular a primeira notícia dificulta nossa compreensão sobre como Deus age neste mundo. Mas qual é a primeira notícia? Vejamos o que dizem as Escrituras:

Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Ef. 2.1-3

A primeira notícia é que a humanidade vive em estado de desconexão de Deus. Essa desconexão é o resultado de nossa própria rebeldia contra Deus, da tola ilusão de que é possível construir uma boa vida por conta própria, fazendo nossas próprias regras. É o que Bíblia chama de pecado.

O mundo pode parecer bem vivo quando andamos pela cidade ou assistimos à TV, mas à parte de Deus nosso destino é a morte. É parecido com uma torneia que ainda jorra a água do cano, mas que em pouco tempo vai secar porque a caixa d’água que a alimenta foi desconectada.

A morte é o destino anunciado para quem vive sem receber a vida que vem de Deus. Veja o que as Escrituras falam sobre os que vivem desconectados de Deus, bebendo as últimas gotas do cano.

Não há ninguém vivendo como deve, nem um sequer;
ninguém entende, ninguém presta atenção em Deus.
Todos eles erraram o caminho;
todos estão vagueando sem rumo.
Ninguém está vivendo da maneira correta,
e não creio que há quem o consiga.
A garganta deles é um túmulo aberto,
e a língua, escorregadia para enganar.
Cada palavra que pronunciam está impregnada de veneno.
Eles abrem a boca e empesteiam o ar.
São eternos concorrentes ao prêmio de “pecador do ano”
e emporcalham a terra com sofrimento e ruína.
Não fazem a menor ideia do que seja viver em comunidade.
Eles passam por Deus e o ignoram.

Vejam bem, meu amigo, enquanto você não admitir que tem tentado sem sucesso viver a vida por contra própria, fazendo suas próprias regras... e enquanto não reconhecer a situação de morte em que você se encontra, Salvação pela Graça será apenas mais uma frase dita pelo pregador.

Agora a boa notícia

Como lidar com alguém que desconfia de você, não deseja sua companhia, despreza seus conselhos e por fim lhe vira as costas e vai viver a vida do seu próprio jeito? Porque essa tem sido a forma como a humanidade tem tratado o seu criador!

É provável que assim como eu você tenha dificuldade para permanecer próximo de alguém que lhe virou as costas e dificilmente vai se esforçar para fazer algo de bom para seus desafetos.

A boa notícia, que as Escrituras chamam de Evangelho, é que Deus é diferente. Ele não levou em conta o fato de você o ter rejeitado. Desde o primeiro momento Ele já tinha mente um plano para nos trazer de volta.

Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Ef. 2.4-7

Ainda que Deus tivesse todos as razões para nos deixar ir pelo caminho da morte, Ele não nos abandonou. Que maravilhosa descrição feita pelo apóstolo Paulo sobre o nosso Deus! Acompanhe comigo os detalhes:

Rico em Misericórdia – Em vez de deixar a humanidade morrer por causa da decisão que tomou de rejeitar a fonte da vida, Ele encontrou uma forma de nos poupar das consequências da nossa rebeldia.

Rico em Graça – A graça de Deus é visível na forma bondosa com que Ele nos tratou. A nós que viramos as costas para Ele, Deus providenciou um meio eficaz de reconciliação, enviando Jesus Cristo para pagar o preço pelo nosso pecado.

Grande em Amor – O seu amor é anunciado por toda a Escritura! Foi esse amor que fez com Ele nos criasse a sua imagem e semelhança. Foi esse grande amor que planejou nos fazer novamente vivos. Por amor Ele continua nos convidando a confiar que seremos ressuscitados para a vida eterna e estaremos com Cristo em tudo que está planejado para a eternidade.

Salvos pela Graça

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos. Ef. 2.8-9

O que fizemos para sermos alcançados pela misericórdia de Deus? O que Ele viu para agir bondosamente com você. O que fizemos para que ele nos amasse assim de forma tão extravagante? Nada! Então, o que nos cabe nisso tudo? Confiar no amor de Deus para conosco, demonstrado pelo fato de Cristo haver morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

Essa disposição de Deus em nos salvar, quando nossa rebeldia nos fez virar as costas para ele, chama-se graça. Ela opera por meio da fé, da confiança. A graça de Deus é um lembrete de que ninguém pode contar vantagem diante dele, porque foi ele quem decidiu salvar e providenciou os meios para a salvação.

Quando alguém tenta ser fazer merecedor do favor de Deus está desprezando a graça de Deus. Sempre que alguém faz algo para tentar convencer a Deus de que é uma boa pessoa... e que já sofreu muito nesse mundo... e que por isso merece ser recompensado... está demonstrando que não compreendeu seu estado de morte nem o amor gracioso de Deus.

Mas não foi de graça

Há um outro aspecto importante sobre a salvação pela graça pela graça com o qual pretendo finalizar a reflexão de hoje: em nossa cultura as pessoas avaliam o valor das coisas pelo preço: se é caro então é bom, se é barato então é ruim e se estão dando de graça, então certamente não serve para nada.

Não que isso seja sempre verdade, mas algumas pessoas se confundem quando ouvem que somos salvos pela graça. Elas imediatamente pensam: é de graça! E algumas até desprezam a salvação, sem se darem conta de que foram enganadas pelo sentido das palavras. Foi pela graça, sim. Mas não foi de graça. Teve um preço. E um alto preço.

É como os presentes: embora não custem nada para quem os recebe, eles certamente custam algo para quem os dá. Da mesma forma, a salvação que nada nos custou, custou um alto preço para aquele que nos salvou. (1 Pe. 1.18-21)

A vida de vocês é uma jornada que deve ser empreendida com uma profunda consciência de Deus. Custou muito caro para Deus tirá-los daquela vida sem rumo e vazia em que vocês foram criados. Ele pagou com o sangue sagrado de Cristo, vocês sabem disso. Ele morreu como um cordeiro, sem culpa. E não foi algo impensado. Ainda que só agora, no fim dos tempos, o plano tenha vindo a público, Deus sempre soube o que ia fazer por vocês. É por causa do Messias sacrificado, a quem Deus depois glorificou e ressuscitou, que vocês confiam em Deus e sabem que têm um futuro nele. (1 Pe 1.18-21 AM)

Foi pela graça, mas não foi de graça. Custou caro, meus irmãos! O resgate por nossas vidas custou o sangue sagrado de Cristo. Assim como o cordeiro que foi providenciado por Deus para substituir Isaac, Jesus foi enviado pelo Pai para que nós fôssemos poupados da condenação eterna.

Foi pela graça, mas não foi de graça, meus irmãos! Custou a vida do Filho de Deus! Isso não foi um plano de última hora. Desde a eternidade estava tudo preparado para que no tempo certo o Pai enviasse o Filho, no poder do Espírito Santo, como prova do amor do Deus Trino pela humanidade.

Foi pela Graça, mas não foi de graça. Pregado em uma cruz como se fosse um bandido, antes de morrer, Jesus bradou: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?  Aquele que não tinha pecado recebeu sobre si o peso dos pecados do mundo e sofreu a dor da separação do Pai. Não foi de graça!

Foi pela Graça de Deus que você foi salvo, mas não foi de graça! Se hoje você pode buscar a presença de Deus em oração e chamá-lo de Pai, saiba que isso custou o sangue Cristo derramado na cruz! Foi de lá, da cruz no Calvário, que ele bradou: está consumado. Então o véu do templo rasgou-se de cima a baixo e um novo e vivo caminho se estabeleceu ao coração do Pai.

Foi pela graça, mas não foi de graça. Aquele que pagou o preço da nossa salvação agora está junto ao Pai intercedendo por nós. Ele conhece as nossas lutas, ele sabe das nossas fraquezas, ele nos ama e está pronto a nos conceder misericórdia e graça, como afirma o escritor de Hebreus:

Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, (...) aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade. Hb 4.14-16 NVI

Concluo pedindo, como o apóstolo Paulo, ao Deus de toda graça, que nos restaure, confirme e nos ponha sobre os firmes alicerces do seu Evangelho.

09 outubro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

28 agosto 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Aceitando uns aos outros


Aceitando uns aos outros

7Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Rm. 15.7 (NVI)

Julgar ou Aceitar

Quando a aceitação dos outros é baseada em princípios legalistas, estranhos ao ensinamento bíblico, ou meramente culturais, somos levados rapidamente a um comportamento acusador ou a uma pseudo-espiritualidade. Isso cria falsa culpa em quem é rejeitado e destrói a liberdade pessoal do cristão.

No outro lado do pêndulo, passa-se do legalismo para a licenciosidade, usando-se a liberdade em Cristo para engajar-se em atividades que são sem dúvida uma violação dos desejos de Deus, sob o pretexto de que estão “sob a graça” e não “sob a lei”.

A chave da unidade

8 Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deu;9 o é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso.10 Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que Deus planeou para nós. Ef 2.8-10 (OL)

Devemos aceitar outros cristãos assim como Cristo nos aceitou, o que nos leva a perguntar: como Jesus nos aceitou? Obviamente ele não nos aceitou por sermos perfeitos, porque não o somos. Tampouco não nos recebeu em sua família baseado em nossa cor, status, condição financeira, idade, sexo ou formação acadêmica.

Jesus nos aceitou como estávamos. Acreditamos no seu amor por nós e isso foi suficiente. Jesus Cristo nem mesmo nos pede que arrumemos a casa para sermos aceitos. Ao contrário: ele nos afirma que nos aceita com nossas fraquezas e tudo mais. Ele nos recebe como estamos para fazer as transformações de que precisamos.

A aceitação nesses termos: por amor, sem condições e com compromisso para a transformação é do tipo que glorifica a Deus, porque reconhece em Deus o autor e consumador da nossa fé.

Nem desprezo nem julgamento

3Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou. Rm 14.3(NVI)

A aceitação mútua na igreja é uma via de mão dupla. Aqueles que estão dando seus primeiros passos com o Senhor são convidados a não julgarem seus irmãos mais experientes por alguma atitude que não lhe parece correta, mas que você não está certo de que sejam realmente desobediência ao Senhor.

Aqueles que estão firmes na fé e caminham com o Senhor há tempos são convidados a não desprezarem os irmãos que em suas consciências ainda têm dúvidas sobre os assuntos sem orientação expressa nas Escrituras e se sentem inseguros em situações conflituosas.

20 Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. 21 É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair. Rm 14. 20,21 (NVI)

Se somos firmes na fé, teremos sensibilidade para com nossos irmãos e irmãs em Cristo que não são tão firmes quanto nós. Devemos ter o cuidado de não fazer nada que possa leva-los a fraquejar e cair no pecado.

Sem parcialidade

1 Meus irmãos, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, é incompatível com atitudes de parcialidade em relação às pessoas. Tg 1.1 (OL)

16 Trabalhem juntos com alegria. Não busquem mostrar grandeza. Não procurem cair nas boas graças de gente importante, mas tenham prazer na companhia de gente comum. E não pensem que vocês sabem tudo! Rm 12.16 (BV)

Tiago e Paulo alertam sobre a forma diferente com que alguns irmãos estavam tratando aqueles que tem mais recursos financeiros ou tem mais importância na sociedade. Tiago é contundente e afirma que isso não é compatível com a fé em Jesus. Já Paulo alerta para o fato de que atitudes assim colocam em risco a própria unidade da Igreja, pois é muito difícil trabalhar juntos quanto o clima da igreja é de preferência e parcialidade em favor de alguns.

Honra, sim. Favoritismo, não

Não é errado honrar que é fiel a Deus, dedicando-lhe suas posses e sua própria vida. Assim como não é errado honrar cristãos por serem hospitaleiros, anunciadores do evangelho ou servos fiéis em tudo que fazem. A honra digna de ser recebida também honra a Deus que presenteou com dons e talentos.

No entanto, favoritismo e discriminação fazem com que cristãos sejam rejeitados e apartados, o que viola a lei de Deus e a verdadeira natureza do funcionamento do corpo de Cristo. Se mostramos favoritismo, destruímos a unidade, a harmonia e a singularidade do corpo de Cristo.



Adaptação a partir do capítulo 5 – Aceitando uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus – Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova Versão Internacional

26 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Dedicados uns aos outros


Dedicados uns aos outros

Paulo usou a metáfora do corpo para mostra que os seguidores de Jesus são membros uns dos outros. Essa bonita ilustração mostra como a Igreja funciona. Cada crente é necessário e vitalmente importante no plano de Deus.

Analogias são ótimas para introduzir um assunto ou para fornecer acesso a um conhecimento. No entanto, comparações não são perfeitas em tudo e não têm a função de esgotar o assunto. Isso quer dizer que nem tudo a respeito do corpo humano pode ser aplicado à igreja e que há muitos aspectos da igreja que não podem ser percebidos através da comparação com o corpo.

É por isso, e também por causa da importância e complexidade do assunto, que as Escrituras nos fornecem outras analogias sobre a Igreja, como lavoura, edifício, exército, etc. Em Rm 12.10 temos indícios de outra analogia importante para compreendermos a natureza da Igreja que somos.

10 Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Rm. 12.10 (NVI)

O termo philadelphia, traduzido por amor fraternal, originalmente refere-se aos relacionamentos familiares. Quando o apóstolo Paulo o aplica à igreja, parece afirmar que o relacionamento entre os discípulos de Jesus é marcado por um amor semelhante ao amor que existe entre irmãos.

O termo adelphos, usado nas escrituras por mais de 200 vezes e traduzido como irmão, quer dizer, literalmente “do mesmo ventre” e é claramente um termo familiar. Assim, a Bíblia aponta para uma realidade inescapável e profunda: nascemos de novo (como Jesus falou a Nicodemos) dentro da família de Deus. Ele nos adotou a todos como filhos e filhas por meio de Jesus Cristo.

5 Deus nos destinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo; esse era o seu desejo e o seu propósito. Ef 1.5 (VFL)

As duas analogias (corpo e família) claramente nos fornecem comparações diferentes e parecem ter objetivos diferentes: quando Paulo usou a metáfora do corpo, valeu-se dos aspectos físicos para ilustrar o funcionamento da igreja com a participação de todos discípulos a partir das habilidade e capacitações de cada um; mas quando empregou a metáfora da família o foco é outro: ele quis mostrar os aspectos psicológicos das relações entre os cristãos.

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Dizer que a igreja é como uma família pode ser inspirador para alguns, mas não ajuda muito outras pessoas, cuja a experiência familiar não foi (ou não é) das melhores.

Com frequência, crianças crescem sem sentir como é ser aceito, amado incondicionalmente ou sentir-se seguro; não aprendem a confiar nos outros, pelo contrário. Por causa do ambiente hostil em que são criadas, aprendem a mentir, trapacear e enganar; assim, o egoísmo acaba se tornando um modo de sobrevivência onde há pouco espaço para confiança, generosidade e afeto.

Como esse cenário se liga à analogia da igreja como família? O ponto a ser considerado é o fato de que alguém se tornar um cristão não muda automaticamente atitudes e modos de pensar que foram desenvolvidos ao longo da vida. Assim, quando passam a fazer parte da família de Deus, muitos chegam apenas com uma vaga noção do que seja ser amável, carinhoso, sincero e confiante e com pouca disposição para acreditar que esta família seja diferente daquela em que ele cresceu.

A boa notícia é que Deus projetou a igreja (a família dele) para trazer cura espiritual e emocional a todos os que nela forma incluídos, mesmo aqueles que tiveram poucas experiências familiares de amor e cuidado mútuos.


Infelizmente, o mundo está cheio de igrejas que não funcionam como famílias plenas e funcionais. Nessas igrejas os crentes não são dedicados uns aos outros em amor fraternal; nessas igrejas o lema “um por todos, todos por um” é motivo de gracejos, piada e descrença; nessas igrejas há poucas empatia, pouco desprendimento e pouca disposição para se gastar em benefício dos outros; nessas igrejas as pessoas que chegam vindas de famílias quebradas e desestruturadas são expostas a outras famílias que quase nada podem fazer, porque também se encontram na mesma situação.

Quando isso acontece, o plano de Deus para a cura espiritual e emocional é impedido. De fato, essa situação leva à desilusão e devastação espiritual. É inegável que vivemos tempo difíceis.


Uma pergunta é inevitável. Pode a igreja trazer cura e saúde a quem tanto precisa? A resposta é decididamente “SIM”. Isso já aconteceu incontáveis vezes na história e pode acontecer aqui com a gente também. Que passos podemos dar para caminhar em direção a uma igreja-família, cujos relacionamentos dão testemunho aos de fora e acolhimento aos de dentro?

Apesar de nossa condição como membros da família de Deus ser uma ligação produzida pelo Espírito de Deus, mediante a regeneração, que nos insere em uma nova vida, ainda assim mostrar amor e afeto por outros cristãos e trata-los como irmãos e irmãs precisa ser aprendido.

PASSO 1

O primeiro passo para esse aprendizado é examinar com cuidado e espírito de submissão o que a Bíblia fala sobre amor fraternal. A seguir, uma amostra:

9Mas quanto ao amor fraternal puro que deve existir entre o povo de Deus, eu não preciso falar muito, tenho certeza! Porque o próprio Deus está ensinando vocês a se amarem uns aos outros. 10Na verdade, já é forte o amor que vocês têm por todos os irmãos em Cristo no seu país todo. Mesmo assim, queridos amigos, nós lhes rogamos que amem cada vez mais a eles. 1 Ts 4.9,10

1Não deixem nunca de se amar com amor de irmãos. 2Não se esqueçam da hospitalidade, porque foi assim que alguns hospedaram anjos, sem o saber. 3Lembrem-se dos presos como se estivessem presos com eles; e dos que são maltratados como se fossem vocês mesmos a sofrer. Hb 13.1-3

22Agora podem ter entre vocês um amor fraterno, não fingido, porque as vossas almas foram purificadas pela obediência à verdade. Amem-se, pois, uns aos outros de todo o coração. 23Porque vocês nasceram de novo, não de uma semente deteriorável, mas de uma semente imortal, pela palavra de Deus viva e que permanece para sempre. 1 Pe 1.22,23

8E agora, esta palavra a cada um: vocês devem ser como uma grande família feliz, cheios de simpatia uns pelos outros, amando-se uns aos outros, com corações ternos e mentes humildes. 9Não paguem mal por mal. Não retribuam àqueles que dizem coisas desairosas sobre vocês. Em vez disso, orem para que Deus ajude os tais, pois devemos ser bondosos para com os outros, e Deus nos abençoará por isso. 1 Pe 3.8,9

5-7Sendo assim, esforcem-se diligentemente por acrescentar à vossa fé uma boa conduta; e além disso o conhecimento das coisas espirituais; depois aprendam o que é o domínio dos vossos próprios desejos naturais; acrescentem a perseverança, e ainda uma relação efectiva com Deus. E não se esqueçam da afeição fraterna, e enfim do amor. 8Porque se estas qualidades abundarem na vossa vida, elas não vos deixarão ociosos nem estéreis, mas antes frutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 2 Pe 1.5-7

PASSO 2

Avalie suas atitudes e ações com respeito aos outros membros da sua família cristã. Até que ponto você sente amor e afeto em relação aos seus irmãos em Cristo? Vejamos se as perguntas a seguir podem auxiliar-nos nessa reflexão:
  
Bloco A

1.     Você se sente à vontade para expressar seus sentimentos a outras pessoas? Por quê?
2.     Você já foi magoado por alguém em quem confiava? O que você aprendeu com essa situação?
3.     Você acha que vale a pena abrir o coração na família de sangue? E na família de fé?
4.     Quais são os riscos que corremos ao expressar nossos sentimentos na família de Deus? Você acha que vale a pena?

Bloco B

1.     Na sua família, com seus pais e irmãos, como vocês expressavam amor uns pelos outros?
2.     Como você classificaria sua família (pais e irmãos) em relação a expressar sentimentos? Muito Aberta, Aberta, Fechada, Muito Fechada.
3.     Em termos de expressar sentimentos e emoções, o que era assunto proibido em sua família (pais e irmãos)?
4.     Você se sente confortável em chamar Deus de pai? Por quê?

Bloco C

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

Bloco D

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

PASSO 3

Se depois dessas perguntas você achar que precisa de ajuda, procure um membro amadurecido do Corpo de Cristo em quem você confie. Isso é muito importante para sua caminhada. Comece a agir em harmonia com aquilo que você sabe ser o desejo de Deus. Não espere sentir vontade. Frequentemente sentimentos vêm logo após ações. Expressa o amor de forma tangível o ajudará a desenvolver sentimentos de amor e a comunica-los verbalmente.

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000. Tradução por Ana Vitoria Esteves de Souza.