25 janeiro 2008

Jesus, nosso advogado





Introdução

Esta é uma noite de festa, alegria e gratidão. Hoje nós nos juntamos aos formandos da turma de direito da Universidade Farias Brito e agradecemos a Deus pela vitória alcançada com esforço e dedicação.

No passado eram poucos aqueles que tinham um bacharel em direito na família ou no seu círculo de amizades. Hoje essa é uma situação menos rara, mas não menos importante. Por isso, todos estamos muito alegres nesta noite.

Em sua origem latina (advocátus) o advogado é alguém chamado para se colocar ao lado de uma pessoa. Existem advogados para defender o réu e para acusá-lo. Existem advogados que exercem suas atividades pro bono e outros cuja uma simples consulta alcança cifras inimagináveis. Há aqueles contratados pelos réus e outros oferecidos pelo Estado. E, como em toda profissão, existem bons e maus advogados.

Hoje quero apresentar aos novos bacharéis em direito e a todos os demais presentes o maior de todos os advogados que já existiram: Jesus Cristo.

Jesus já foi aclamado como um grande líder, considerado o professor dos professores e apontado como o maior psicólogo de que se tem notícia – Embora a bíblia não lhe dê nenhum desses títulos. Por outro lado, pouco se fala de Jesus como o maior advogado que já pisou esse chão – essa sim é uma função que lhe é atribuída pelas Escrituras.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; (1 João 2:1)

Em sua epístola, o apóstolo João usou a palavra grega parakletos (chamado para o lado) para descrever uma da funções de Cristo: Ele é nosso advogado.

A – O Advogado entra em cena

Há situações em que os advogados parecem surgir do nada. O sujeito é lesado pelo empregado e rapidamente aparece um advogado disposto a assumir a causa. Mas, é claro que os advogado não surgem sem um propósito. Quando ele entra em cena é porque o cenário já foi configurado para a sua atuação. Quais são os elementos desse cenário? Essas serão nossas primeiras considerações.

1º Elemento

Advogados entram em cena quando uma lei é quebrada. Se não houve a quebra da lei, não porque se falar em advogados.

Esse também era o pensamento do apóstolo João. Para ele a quebra da lei, que justificava a entrada em cena de Jesus como um advogado, era o pecado.

Falar de pecado hoje, para alguns, pode soar antiquado e politicamente incorreto. Mas não há nada que tenha acompanhado a raça humana tão de perto quanto o pecado. Desde os tempos antigos até os nossos dias o pecado faz parte de nossas vidas e de nossa sociedade.

Antes que você se aborreça com essa história de pecado e comece a achar que eu estou falando de beber, fumar, matar, roubar, adulterar e outras coisas do gênero, vou esclarecer que o pecado sobre o qual eu estou falando é mais amplo e precede nossas atitudes pecaminosas.

Pecar é errar o alvo. Pecar é não alcançar o padrão que Deus planejou para nós. Pecar é não manter o coração reto e o espírito descansado em Deus. Pecar é rejeitar a autoridade de Deus sobre você. Pecar é abri mão de ser amado e guiado por aquele que o criou. Pecar é encher-se de arrogância e achar-se capaz de dar sentido à própria existência. Pecar é deixar de reconhecer quem Deus é e afirmar mentiras sobre Ele. O pecado é um crime de dano moral contra Deus.

Se o pecado está presente em sua vida, você precisa de um advogado. Se você tem ofendido a deus com sua maneira de viver, você precisa de um advogado. Se as suas palavras, o seu jeitos de tratar as pessoas, a forma como você usa seu dinheiro, a maneira como você gasta seus dias, são ofensas a Deus, você precisa de um advogado.
Na verdade, esse “se” é retórico. Porque a Bíblia nos adverte que todos nós somos culpados de pecado e precisamos de um advogado.

Tal como as escrituras afirma: ninguém é bom – ninguém no mundo inteiro é inocente. Ninguém jamais seguiu realmente as veredas de deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. Todos se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é direito durante toda a sua vida – nem uma só pessoa... estão prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde como eles. Por onde quer que vão deixam a miséria e o transtorno atrás de si. Nunca chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus. Não se importam com Deus, nem tão pouco com o que Ele pensa deles (Romanos 3:10-18 BV)

Eis o retrato da raça humano nesta e nas gerações passadas. Somos culpados e precisamos de um advogado.

2º Elemento

Advogados entram em cena quando há uma acusação a ser feita ou uma defesa a ser sustentada.

Jesus não é um advogado de acusação. Ele não foi designado para acusar a mim ou a você dos nossos pecados. Nossos próprios pecados já nos acusam.

Certa vez ele foi chamado para opinar em um julgamento. Uma mulher havia sido flagrada em adultério e a lei dizia que ela deveria ser apedrejada. Os homens que levaram esse caso a Jesus armaram uma cilada. Se Jesus concordasse com a execução da mulher poderia ser acusado de rebeldia contra Roma, a quem pertencia o direito de tirar a vida; Se Ele discordasse da execução poderia se acusado de herege, pois teria rejeitado a lei de Moisés.

Aqueles homens estavam se utilizando da lei e brincando com a vida de uma pessoa apenas para provar uma tese. Não havia amor no coração deles.

(3) Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, (4)disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. (5) E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? (6) Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. (7) Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. (8) E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. (9) Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. (10) Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? (11) Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.] (João 8:3-11)

Você não precisa temer as palavras de Jesus. Ele não veio para acusar ninguém. Você não precisa fugir ou virar as costas quando a Palavra de Deus for pregada. Porque a legítima Palavra de Deus não pretende condenar ninguém. Ao contrário, a missão de Cristo é buscar e salvar o que se havia perdido.

Vos escrevo para que não pequeis. Se toda via alguém pecar, temos advogado...

Jesus entra em cena como um advogado de defesa. Ele foi incumbido da missão de sustentar nossa defesa perante as acusações que pesam contra mim e contra você. Acusações verdadeiras de que ofendemos a honra de Deus: deixamos de reconhecer quem Ele é afirmamos mentiras sobre Ele. Somos culpados, mas nem tudo está perdido – temos um advogado para nos defender.


3º Elemento

Advogados entram em cena quando são contratados. Alguém precisa requerer os seus serviços.

Esse é um ponto surpreendente sobre Jesus. O seu ministério como nosso advogado foi algo concebido por Deus. Jesus é o advogado constituído por aquele que foi ofendido (Deus), não para defesa própria, mas para defender os réus (eu e você).

Se nós estivéssemos falando de gente sem moral e sem ética, pairaria uma dúvida quanto ao empenho desse advogado. Mas basta lembrar-se da cruz para que a dúvida desapareça. Ele empenhou-se até a morte! Estamos falando da maior expressão de amor que já existiu: um acordo entre o Pai e o Filho para livrar a humanidade de sua justa condenação

E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. (1 João 4:14)

(33) Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. (34) Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. (Rom 8:33,34)

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (João 3:16-17)

B – Uma causa perdida

Há causas que são mais difíceis do que outras. Alguns advogados quando percebem que se trata de um caso muito difícil prefere não aceitar; outros se sentem desafiados e enfrenta a situação com coragem. Jesus recebeu mais que uma causa difícil. Ele recebeu uma causa impossível: a nossa defesa.

Não há argumento capaz de nos inocentar diante de Deus. A verdade é que somos realmente culpados. Não há palavra capaz de sensibilizar o juiz ou mesmo amenizar a pena à qual estamos sujeitos. Não há nada de bom a dizer em nosso favor. Ainda assim, Jesus assumiu nosso caso.

É nesse ponto que se revela a grandeza do amor de Deus e superioridade de Cristo como o maior advogado de toda a história humana.

Tendo nas mãos uma causa perdida, Jesus, em concordância com Deus pai, decidiu assumir para si mesmo a pena que deveria ser cumprida pelos réus (eu e você).

Quando estávamos totalmente desamparados, sem nenhuma possibilidade de escapar, Cristo veio justamente na hora certa e morreu por nós, os pecadores, que não tínhamos nenhum interesse nele. Mesmo que fôssemos bons, realmente não esperaríamos que alguém moresse por nós... Deus, no entanto, mostrou o seu grande amor por nós enquanto ainda éramos pecadores. (Romanos 5:6-8)

Jesus é um advogado incomparavelmente superior ao melhor de todos os advogados que já existiram. Por quê? Porque diante da causa perdida, ele cumpriu a pena no lugar dos réus que defendia. Era esse o único caminho para nos salvar e Ele não hesitou.

Você precisa de um advogado como esse. Você não precisa de alguém que apenas fale bem de você ou elogie seus pontos fortes diante do juiz. Não adianta nada um advogado que apenas tente influenciar a decisão do júri, não é suficiente! Você precisa de um advogado que ame você ao ponto de assumir sua pena ele mesmo. Você precisa de um advogado perfeito, e o nome dele é Jesus.

Ele é o advogado das causas perdidas. Ele não tem qualquer preconceito contra os seus crimes e pecados, porque Ele não irá defendê-lo com argumentos jurídicos. Simplesmente, ele se ofereceu para cumprir a pena em seu lugar. Então, nenhuma condenação restará para aqueles que têm a Jesus como seu advogado.

C – Como isso acontece?

Hoje você ainda se encontra sentado no banco dos réus. As algemas ainda estão presas aos seus pulsos: algemas do rancor, algemas da ira, algemas da desconfiança, algemas do medo, algemas da angústia, algemas da obsessão, algemas do ciúme doentio, algemas da tristeza profunda, algemas da falta de sentido para a vida - você até já se acostumou com elas.

Mas, cedo ou tarde, você será chamado a pagar pelo crime cometido. Você precisa do advogado Jesus! Ele é capaz de livrá-lo tanto das algemas quanto da condenação que pesa sobre você. Como isso é possível?

É preciso aceitar que Jesus se torne seu advogado pessoal. Não importa se ele é o advogado do seu irmão, da sua filha ou dos seus pais. É preciso que você o aceite como seu advogado pessoal. Só dessa maneira suas algemas serão quebradas e sua condenação anulada.

Não é nenhum rito mágico, nem um mistério esotérico para os iluminados. É a boa notícia que Jesus veio trazer. É preciso confiar em Cristo e entregar sua vida nas mãos dele. É preciso crer que Ele é capaz de defendê-lo e confessar isso com sua boca.

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Romanos 10:9)

Hoje é o dia da sua libertação!