31 março 2006

Senhor do Tempo


Por Aristarco Coelho
Março 2006

Há algo vazio em mim, se vazio está de Ti
A eternidade contida, anseia pelo Eterno.
Estranha arte divina: que possas morar em mim.

Em Ti se acha o Futuro, morada da Esperança!
Descanso certo, repouso, promessa de um porvir:
Vou preparar-vos lugar, lugar bem perto de mim

Há propósitos eternos no coração do Pai.
Tudo converge pra Ti: o ontem o hoje e o mais.
Poderes e potestades, curvados, vêem o Filho
Honram ao Cordeiro de Deus, a quem dia verei.
O futuro do futuro não está por sua conta
Serve ao Senhor do tempo, descansa a sua porta.

30 março 2006

Crise de Compromisso

Por Aristarco Coelho

Há palavras que parecem causar calafrios quando se ouvem. Compromisso é uma delas.

Comprometer-se é assumir responsabilidade. Por isso a palavra é falada e ouvida com bastante cuidado. É tal o peso que leva consigo, que muitos utilizam a expressão “sem compromisso” para tentar transmitir a idéia de liberdade.

No entanto, a despeito do ônus que alguns vêem no conceito (e na prática) de compromisso, por milênios as relações humanas foram construídas sobre esse chão. Em simples acordos pessoais de convivência ou nos grandes empreendimentos envolvendo nações inteiras, a história da humanidade não teria acontecido sem que compromissos fossem firmados e mantidos.

Hoje vivemos uma notória crise de compromissos nas mais diversas esferas do relacionamento humano. Amizades são rompidas e se desfazem por muito pouco. Basta que uma das partes se sinta prejudicada no relacionamento para que a idéia de descartar o outro venha à mente. Pessoas como latas de alumínio e caixas de papelão.
Não é nada fácil encontrar amigos que assumam o compromisso de caminhar juntos pela vida, e uma raridade amizades disposta a enfrentar as horas boas e também as ruins.

Assim como a amizade, o casamento sofre imensamente com a crise de compromisso. O egoísmo e o imediatismo do mundo de consumo nos centros urbanos não deixa oportunidade para o casamento amadurecer; pensar primeira e quase exclusivamente em si mesmo parece ser a regra que orienta boa parte das pessoas nos relacionamentos atuais. Diante disso, os compromissos tornam-se volúveis e ancorados em si mesmos.

Outro relacionamento que tem sido abalado com a crise de compromisso em que vivemos é a ligação entre pais e filhos. Nos noticiários e na vizinhança, pais odeiam filhos, filhos matam pais, mães jogam filhos no lixo, nem o sangue do mesmo sangue parece inspirar compromisso.

Na política, o compromisso tem muitas faces e muitos tempos. Interpretar essas faces e tempos é algo difícil para o cidadão comum. A política reserva para a palavra significados dúbios e não verificáveis. Assim, o compromisso com a coletividade, que já foi marca registrada de muitos homens públicos, hoje jaz moribundo nas sarjetas dos congressos, câmaras e assembléias.

A Igreja também é vítima dessa crise de compromisso. Fiéis, não muito fiéis, flutuam entre os agrupamentos religioso ao sabor dos serviços que lhes são oferecidos por cada igreja. Com quem se pode contar para construir o futuro da Noiva de Cristo? Não se sabe! Os rostos diferentes se repetem a cada reunião.

Mas, antes que uma precipitação nos leve a concluir que o compromisso está em extinção, é preciso olhar a questão por outro lado. A crise de compromisso não está na ausência da atitude de lealdade, mas na mudança do foco e das bases do compromisso.

Quando alguém assume um compromisso, pode estar focado em si mesmo ou na outra parte. Embora essa não seja uma questão de "ou", mas de "e", a ênfase do foco faz toda a diferença. O ponto crítico é porque compromissos são acordos mútuos, mas cumpridos pessoalmente, isto é, você só pode responder pela sua parte. Apenas o que lhe cabe no acordo está sob algum controle, e isso representa um grande risco.

Quando firmamos compromissos com foco nos benefícios a ganhar, além de expor-nos ao risco da frustração, colocamos a insegurança do cumprimento para o centro da questão; Mas quando o foco do compromisso é nossa disposição em mantê-lo, ainda que com prejuízo próprio mas em benefício do outro, a tensão e as expectativas de "lucrar" com o outro ficam em segundo plano.


Mas porque alguém tentaria manter um compromisso com prejuízo próprio? Isso não faz muito sentido para a mentalidade mercantilista em que vivemos. Prejuízos, financeiros, emocionais, ou morais, são inadimissíveis. Na verdade, parece que só é razoável fazer isso em nome de algo maior que o prejuízo assumido, isto é, é preciso que as bases do compromisso sejam largas e solidamente fundadas para suportar os possível prejuízos do caminho.

Crenças, valores e princípios são as bases capazes de suportar compromisso duradouros. É olhando para eles que os compromissos podem ser mantidos, ainda que unilateralmente. Foi a crença no amor do Pai, a confiança de que os valores do Reino resultam em recompensa maior e a fidelidade aos princípios pelos quais Deus age, que permitiram a Jesus manter seu compromisso até o fim.

Amizades duram anos quando o foco é o bem que posso fazer pelo outro e a base é o amor fraternal que me faz sentir a dor do outro como minha; casamentos se tornam duradouros quando as necessidades do outro são prioridade em minha lista e a base é a Graça de Deus, que ama sem esperar qualquer prêmio ou reconhecimento; pais e filhos constroem juntos quando o foco é crescimento do outro e a base é o respeito por sua individualidade; a política se torna benefício quando o foco é o bem comum e a base é o valor inestimável da vida humana; a Igreja é viva quando o foco é a implantação do Reino pregado por Jesus e a base é submissão ao Espírito de Deus.

Manter compromissos não é fácil. Foco certo e bases que realmente valham a pena fazem toda a diferença, mas não são suficientes.
Apenas quando reconhecermos nossas limitações e abrirmos nossas vidas para a ação sobrenatural de Deus através do seu Espírito é que podemos esperar algum resultado acima da mediocridade que assola os compromissos em nosso país. Que Deus nos dê a Graça de ser parecidos com Jesus, que assumiu seus compromissos até a morte, e morte de cruz.

28 março 2006

Provoice

O texto Poder de Deus para Salvar, publicado originalmente aqui no Idéia de Reflexão, foi republicado semana passado no site Provoice. Mantido por Carlos Sider, o Provoice se propõe a ser o megafone daqueles que falam das coisas de Deus.

27 março 2006

Jorge Camargo

Mesmo que você não tenha um dom para música, como o irmão aí da charge, não deixe de visitar o site do compositor e músico Jorge Camargo. Discografia, letras e outros interessantes recursos estão à disposição lá. Visite também o blog e ouça a entrevista que ele deu a Nelson Bomilcar no programa Sons do Coração. Quem gosta de bela poesia embalada por excelente música não pode deixar de ouvir, ler e ver Jorge Camargo.

26 março 2006

Relacionar-se com Deus 2/4

Introdução

Hoje vamos começar no mesmo ponto em que terminamos no domingo passado.

1. Existe um Deus pessoal, criador de todas as coisas;
2. Nós, seres humanos, fazemos parte da criação de Deus;
3. Deus tomou a iniciativa de se revelar, de mostrar quem é;
4. A Bíblia é a auto-revelação de Deus para a humanidade.

Deus não é um objeto nem uma força, ele é uma pessoa. Ele é o criador de todas as coisas, inclusive da raça humana, que Ele criou a sua imagem e semelhança.

Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homem tanto de forma natural, através do restante da criação, como de forma especial através de tudo que foi registrado na Bíblia.

A Bíblia é uma biblioteca portátil. São 66 livros agrupados em duas partes: antigo e novo testamento. Escrita por cerca de 40 pessoas durante cerca de 1200 anos, a Bíblia gira em torno de um personagem: Jesus Cristo. (Transp. 1)

O AT diz: o Salvador virá
O NT diz: o Salvador veio

Se a Bíblia é a auto-revelação de Deus para a humanidade. Jesus é personificação dessa revelação. O próprio Deus que se fez gente e habitou entre nós.

Deus quer relacionar-se com a humanidade

Deus tomou a iniciativa de se revelar por causa do seu desejo de relacionar-se conosco. Essa é uma verdade que está presente em toda a bíblia. Levítico 26:3-13

Acima e além de tudo que ele promete, Deus quer estar comigo e com você. A presença dele é o maior presente! Ser amigo dele é o há de melhor. João 14:1-3

Jesus, a revelação máxima de Deus, o próprio Deus feito gente, falou sobre a mesma verdade: falando sobre sua morte, Ele disse aos seus discípulos para não ficarem aflitos: eu vou preparar um lugar onde estaremos juntos.

O Deus trino quer fazer parte do seu dia-a-dia. Ele quer se envolver com seu trabalho, lutar com você as lutas da falta de emprego e aconselhá-lo em suas decisões.

Deus quer chorar conosco as nossas dores e sorrir com as nossas vitórias. Ele quer nos dá família e sustento para nós e nossos filhos, simplesmente porque nos ama. Deus é Deus, mas quer ser amigo chegado, daqueles com quem se pode rasgar o coração.

Deus quer se fazer conhecido

Qual a base para um bom relacionamento? Não é segredo para ninguém, conhecimento.

(1) São raros os casamentos bem sucedidos na base do amor à primeira vista. (2) Amizades que se tornam íntimas muito rápido normalmente levam à decepção. (3) Quando vizinhos que se tornam amigos da noite para o dia, muitas vezes dá em confusão.

Há um ditado que diz que para conhecer alguém é preciso comer uma saca de sal junto. Já pensou?

O princípio por trás disso é que bons relacionamentos nascem do conhecimento mútuo. E Deus não quer quebrar esse princípio. Como Ele já nos conhece, agora ele que se fazer conhecido.

Tive a curiosidade de pesquisar as palavras gregas que, no NT, foram traduzidas por conhecimento em relação a Deus. Eu encontrei uma espécie de caminhada, uma jornada crescente de proximidade com Deus.

Se conhecimento de Deus é uma caminhada, onde estamos? No começo, no meio ou no fim. Se você compreender em que ponto está seu relacionamento com Deus, vai poder dar os passos necessários em direção a Ele.

Como é seu relacionamento com Deus?

Há pessoas para quem Deus é um Estranho. Às vezes elas até notam que Deus existe, mas não são capazes de reconhecê-lo. Deus não faz parte da vida delas. Não sentem falta da sua presença. São capazes de viver sem Ele por que acham que construíram suas vidas sem a ajuda de ninguém. O Deus estranho nada tem a ver comigo!

Há aquele para quem Deus é o Vizinho da rua da frente. Você cruza com a pessoa no shopping ou no centro e o mais que acontece é cumprimentar com cabeça. Essas pessoas sabem quem é Deus, mas o relacionamento não passa de bom dia e boa noite. O Deus vizinho é um conhecido, mas não tem acesso à minha vida.

Há outros para quem Deus é um Parente Distante. Você sabe que tem uma ligação com ele, mas não se sente à vontade, não tem intimidade, porque não conhece! No aperto, na necessidade, você recorre. Mas quando vai tudo bem... O silêncio e a distância são a lei. Uma oração corrida pela manhã, um agradecimento mecânico no almoço e uma prece pela metade à noite. O Deus Parente Distante pode até ser parente, mas não é tratado amigo.

Mas há aqueles para quem Deus é Amigo. Você sabe que ele é diferente de você, mas confia que ele quer o seu bem. Nada acontece sem que você compartilhe e peça sua opinião. Você não tem medo de ser rejeitado ou acusado, porque sabe o quanto ele gosta de você. O Deus amigo faz parte da vida, aconselha, orienta e nos ama do jeito que somos.

Qual é o seu grau de intimidade com Deus? Como é seu relacionamento com ele hoje? (Escrever no Papel)

As vendas que nos cegam

Porque tantas pessoas rejeitam a aventura de conhecer a Deus? Porque tantos oferecem a Deus o tratamento de um estranho? Por que Deus continua sendo tratado por muitos como um vizinho ou um parente distante?

O apóstolo Paulo nos ajuda a entender o motivo: muitos foram feitos cegos em seu entendimento.

Porque, se o evangelho que anunciamos está escondido, está escondido somente para os que estão se perdendo. Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é. II Coríntios 4:3-4

Somente é possível ver quem realmente Deus é se as nossas mentes estiverem iluminadas pela Luz, pelo próprio Cristo. Mas o deus deste mundo tem trabalhado para manter a todos na escuridão.

Como a sua mente tem sido mantida na escuridão, para que você não veja a luz de Cristo, que mostra quem Deus é? Quero que você reflita comigo agora sobre quatro vendas que deixam nossas mentes na escuridão.

Ignorância

Ignorância é desconhecimento. O deus desse mundo tem tentado de todas as formas nos manter distantes da Palavra de Deus e assim nos encarcerar no desconhecimento. Por séculos as pessoas foram proibidas de ler a Bíblia. As desculpas eram as mais diversas, desde maldições para quem lesse o livro sagrado de capa a capa até a desculpa esfarrapada de que é muito complicado.

Justiça Própria

Justiça própria e confiar em si mesmo. O deus desse mundo tem vendido a idéia de que se eu me esforçar um pouco, se fizer alguma coisa legais em benefício dos outros, o Deus eterno vai ter que me aceitar. Assim, não preciso de Deus. Eu mesmo faço por onde. Fazer o bem aos outros não marca pontos extras, é o mínimo que podemos fazer.

Auto Suficiência

Auto Suficiência é arrogância. O deus desse mundo tem implantado o pensamento de que o homem se basta. O mundo gira em torno do homem. Somos as estrelas do universo. Grande mentira! Nem o nosso pequeno planeta temos administrado bem. Tudo que existe e foi criado é para Glória de Deus. Para reconhecimento de quem Ele é.

Medo

Medo é falta de confiança. O deus desse mundo tem plantado a semente da desconfiança desde Adão e Eva. Será que Deus é bom? Será que vale a pena? Será que Ele fará o melhor? Será que você não vai sofrer nas mãos desse Deus? Deus é bom e os pensamentos que tem sobre nós são pensamentos de paz. Creia!

Quais são as venda que lhe impedem de conhecer a Deus? (Escrever)

A História de Jó

Jó era um homem muito rico, próspero e temente a Deus. Uma combinação cada vez mais rara em nossos dias. Jó orava pelos pecados que seus filhos houvessem cometido e por aqueles que eles viessem a cometer. O próprio Deus se gabava da fidelidade de Jó.

Vendo a satisfação de Deus com a vida de Jó, Satanás, o acusador, diz que a fidelidade de Jó era porque ele possuía tudo, porque que ele estava abarrotado das bênçãos de Deus.

Deus permite que todos os bens, inclusive a família e a saúde, de Jó lhe sejam tirados. No começo Jó se mantém tranqüilo, mas como a situação não mudava, Ele começa a se inquietar e perguntar pra Deus por que tudo aquilo estava acontecendo.

Os amigos de Jó o acusaram de está em pecado. Tinha algo errado para está acontecendo tanta coisa ruim. Mas ele se mantém firme mesmo depois de, cheio de feridas, ser incitado a amaldiçoar a Deus.

No final da sua história, Jó faz uma afirmação que pode resumir o projeto de Deus para nós: Ele diz, antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora meus olhos te vêem.

Se você quer conhecer mais de Deus, se você quer ser amigo dele, se você quer conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor até que seus olhos o vejam, hoje é dia de você assumir esse compromisso com Ele.

Dobre esse papel que você tem nas mãos e coloque nessa cesta com um símbolo da sua decisão.

Como crescer no conhecimento de Deus?

Pode ser que hoje você tenha descoberto que pouco conhece sobre Deus; que Ele é um estranho, um vizinho conhecido ou mesmo um parente distante. Não se entristeça!

O profeta Oséias (6:3) nos faz um desafio e fala sobre a sua própria experiência sobre conhecer a Deus:

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva (o amanhecer), a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia (como as últimas chuvas da estação), que rega a terra.

(1) Oséias reconhece que conhecer a Deus é uma caminhada, não se resolve da noite para o dia. Na verdade passaremos toda a vida e toda a eternidade aprendendo sobre Deus. Por isso não se entristeça, ponha o pé na estrada e comece sua caminhada pessoal.

(2) O profeta Oséias afirma que a presença de Deus está garantida para aqueles que decidem conhecê-lo. Por isso, mesmo se hoje você percebeu que Deus é um estranho para você, basta que você decida conhecê-lo. Ele se fará presente.

(3) O profeta diz ainda que o conhecimento de Deus chega como uma chuva fora de tempo: Sem que você espere. Parece que não já passou, mas o Espírito de Deus se encarrega de trazer no tempo certo. Por isso você não precisa se angustiar, apenas decida no seu coração conhecer o caráter desse Deus que lhe ama.

23 março 2006

O Dom

Livre-se da Culpa


Por Aristarco Coeho

Culpa é algo que ninguém gosta de sentir. Por isso fugimos dela, e sempre que é possível entregamos esse pacote indesejável para qualquer outra pessoa.

Em algumas situações essa atitude faz parte da maneira como nos defendemos por culpas que não são nossas; outras vezes, no entanto, somos realmente culpados tanto por situações que constrangeram e entristeceram outras pessoas como por prejuízos materiais e morais, resultado da falta do
amor altruista, que nos faz pensar no bem-estar do outro tanto quanto no nosso.

O começo da cura é admtir que fugir da culpa não resolve os sentimentos que corroem nossa alma e muitas vezes até agrava o quadro emocional quando nos sentimos culpados. O primeiro passo de um caminho às vezes longo.

Mas, embora não haja solução rápida, a boa notícia é que A Bíblia oferece um caminho prático e eficaz para lidarmos com esses terríveis sentimentos:

Depois de decidir lidar com o sentimento de culpa, o passo seguinte é reconhecer que antes de ofender ou prejudicar as pessoas, suas atitudes ofenderam primeira e principalmente ao próprio Deus.


Então você é chamado a admitir expressamente sua culpa, diante do principal ofendido, pedindo perdão a Deus. Em uma oração aberta e simples ou escrevendo em um papel, apresente a Ele os fatos, sem rodeios, e peça-lhe perdão.

Em seguida seu reconhecimento de culpa e pedido de perdão precisa ser dirigido às pessoas ofendidas. Essa é uma parte difícil, que exige de você atitudes de simplicidade e humildade.

O que acontece em seguida é a chave para a restauração: PERDÃO. Deus nos garante perdão irrestrito. No Evangelho de João lemos “Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

O perdão de Deus é possível graças à morte de Jesus na cruz. Ele que nunca havia ofendido ao Pai, foi injustiçado, ultrajado e morto, tudo sob a permissão de Deus. Assim, Jesus pagou pelas nossas culpas e tem disponível perdão para quem crer nele.

Além de apropriar-se do perdão de Deus , você precisa perdoar a si mesmo. Se Deus, que é perfeito, está disposto a lhe perdoar por causa do que Jesus fez, não há porque insistir em se culpar. Nesse processo é muito importante lembrar também que depois de confessados os pecados e recebido o perdão, Deus oferece os recursos especiais para quem quer viver uma vida íntegra: a ação sobrenatural do seu Espírito.

Veja como são sábias as orientações da Bíblia! Perdão do Alto, perdão de fora, perdão de dentro. A culpa é dissipada quando, retirada da escuridão da alma, é iluminada com a luz do perdão.

Ainda que os vossos pecados
sejam vermelhos com a escarlata,
eles se tornaram brancos como a neve.
Salmos 119:50


Não guarde consigo pensamentos que destroem sua alma. Não se deixe consumir pela culpa: reconheça-se culpado, peça perdão a quem foi ofendido, receba perdão de Deus, perdoe-se a si mesmo e reinicie sua vida certo de que Deus o ama profundamente.


Fruto do Espírito - Bondade


Por Aristarco Coelho
Fortaleza, Ceará - 2004

Em minha vida quero ser
cheio da Vida, ó Senhor.
Ao que precise, ajudar;
e ao carente assistir.

Ao que me pede, pronto estar,
em seu favor logo agir.
Bondade, sei, é o Teu pensar;
bondade quero refletir.

Em retidão quero viver!
Em lealdade me expressar
firmado só em Teu poder.
Bondade é o que vem de Ti.

Orações por um Mundo Melhor

Por Walter Rauschenbusch
In Orações por um Mundo Melhor - Ed. Paulus

Ó Deus, nós te damos graças por este universo, nossso lar; pela sua vastidão e riqueza, pela exuberância da vida que o enche e dal qual somos parte. Nós te louvamos pela abóbada celeste e pelos ventos, grávidos de bênçãos, pelas nuvens que navegam e as constelações, lá no alto. Nós te louvamos pelos oceanos, pelas correntes frescas, pelas montanhas que não se acabam, pelas árvores, pelo capim sob os nossos pés.

Nós te louvamos pelos nossos sentidos: poder ver o esplendor da manhã, ouvir as cnações dos namorados, sentir o hálito bom das flores da primavera. Dá-nos, rogamos-te, um coração aberto a toda esta alegria e a toda esta beleza, e livra as nossas almas da cegueira que vem da preocupação com as coisas da vida e das sombras da paixões, a ponto de passar sem vem e sem ouvir até mesmo quando a sarça, ao lado do caminho, se incendeia com a glória de Deus.

Alarga em nós o senso de comunhão com todas as coisa vivas, nossas irmãs, a quem deste esta terra por lar, juntamente conosco. Lembramo-nos, com vergonha, de que no passado nos aproveitamos do nosso mairo domínio e dele fizemos uso com crueldade sem limites, tanto assim que a voz da terra, que deveria ter supido a ti numa canção, tornou-se um gemido de dor. Que aprendamos que as coisas vivas não vivem sõ para nós; que elas vivem para si mesma e para ti, que elas amam a doçura da vida tanto quanto nós, e te servem, no seu lugar, melhor que nós no nosso.

Quando chegar o nosso fim, e não mais pudermos fazer uso deste mundo, e tivermos de dar nosso lugar a outros, que não deixemos coisa alguma destruída pela nossa ambição ou deformada pela nossa ignorância. Mas que pasemos adiante nossa herança comum mas bela e doce, sem que lhe tenha sido tirado nada de sua fertilidade e alegria, e assim nossos corpos possam retorna em paz para o ventre da grande mãe que os nutriu e os nosss espíritos possam gozar da vida perfeita em ti.

Dinheiro, sexo e poder

Desde as primeiras civilizações, estes três fatores estiveram envolvidos em quase todos os movimentos sociais, políticos e econômicos. Eles motivaram o início, a ascensão, o auge, o declínio e a derrocada de homens e mulheres, famílias e etnias, povoados e nações, iniciativas simples ou ideologias inteiras. É impossível pensar em um período histórico que não tenha sido motivado ou, pelo menos, influenciado por um dos elementos dessa tríade. Ou por todos eles.Isto não significa, porém, que o dinheiro, o sexo e o poder sejam maléficos por natureza. O que determina seus efeitos são os princípios e o caráter de quem deles dispõe, como mostra Richard J. Foster em Dinheiro, sexo e poder: Um chamado à renovação ética.

Abordagem corajosa e fundamentação bíblica consistente são as marcas deste livro, uma investigação séria sobre as raízes de três fontes poderosas de bênção ou de problemas. A escolha está nas mãos de cada um.

Richard J. Foster é autor de Celebração da disciplina (Vida) e Oração: O refúgio da alma (Hagnos). Pastor quacre e conferencista internacional, ele foi professor da Friends University e fundador da Renovare, organização dirigida ao desenvolvimento e ao crescimento das igrejas cristãs.

19 março 2006

Relacionar-se com Deus 1/4

O Quadro

Esse quadro é uma tentativa de apresentar uma das mais profundas verdades da vida: Deus quer se relacionar com o ser humano e no decorrer de toda a história tem tomado a iniciativa de se aproximar de nós. Esse quadro fala do projeto inicial de Deus: relacionamento. Desde o começo era essa a sua intenção.

Ele hoje não diz muita coisa, mas no decorrer dos próximos domingos ele vai se transformar em uma lembrança permanente sobre esse grande desejo do coração de Deus.

Esse quadro vai ser ampliado e receber outras informações (Algumas, você mesmo vai incluir) até que essa verdade e os desdobramentos dela para nossas vidas fiquem completamente claros.

Hoje, pra começar, apenas quatro considerações:

1. Existe um Deus pessoal, criador de todas as coisas;
2. Nós, seres humanos, fazemos parte da criação de Deus;
3. Deus tomou a iniciativa de se revelar, de mostrar quem é;
4. A Bíblia é a auto-revelação de Deus para a humanidade.


Um Deus Pessoal

"Nenhum homem é uma ilha” Foi o que escreveu John Donne, poeta do século XVI. Somos seres relacionais. Temos necessidade de compartilhar, de estar junto de outras pessoas. É difícil imaginar que alguém possa viver bem cercado apenas de objetos. Falta alguma coisa. É unilateral. É você de um lado e o nada do outro. É você e você mesmo. Não há resposta, por isso não dá certo por muito tempo!

Quem assistiu “O Náufrago” com Tom Hanks, lembra do Wilson. O filme é a história de um executivo muito comprometido com sua empresa, ao ponto de deixar em segundo plano a família. Ele sofre um acidente em uma de suas viagens a trabalho e acaba em uma ilha deserta. Lá, entre os destroços do avião, ele encontra uma bola, cuja marca era Wilson.

Depois de quase enlouquecer de solidão, ele desenha um rosto na bola. Antes era só uma bola, mas agora com rosto e nome, Wilson, passou a ser seu companheiro naquela ilha deserta. Agora a bola era alguém. Alguém com quem falar, pra quem sorrir, com quem brigar, com quem discordar e compartilhar esperança. Mas o Wilson era uma farsa. Ele nada tinha a dizer. Ficava mudo impassível, sem expressão, sem opinião sobre nada.

Na verdade, algumas pessoas lidam com Deus como se Ele fosse o Wilson. Mas Deus não é um objeto a quem eu dou vida; ao contrário disso, Ele me deu vida. Deus não é uma força impessoal, uma energia positiva ou uma espécie de consciência da coletividade.

Deus é alguém, ele é uma pessoa! Deus não é gente, mas é pessoal. Na Bíblia vemos um Deus que fala, ouve, sente tristeza e alegria. Ele tem caráter e personalidade, enfim um Deus com quem é possível alguém se relacionar.

Um Deus Criador

Até o século XV, o mundo ocidental era muito religioso e acreditava em um Deus criador, ainda que fosse um Deus distante. Muitos erros e abusos foram cometidos pela Igreja durante a idade média, mas até aquela época o mundo ocidental acreditava em um Deus criador.

Entre os séculos XVI e XVII movimentos como o iluminismo, o renascimento, e também os grandes avanços científicos libertaram a humanidade de muitas crendices, mas ao mesmo tempo induziram a raça humana a um sentimento de auto-suficiência.

Os séculos XVIII e XIX foram o ápice dessa auto-suficiência. O homem se recoloca no centro das coisas, abandona a idéia de um criador e se proclama auto-gerado. Sem origem em um criador, o homem busca teorias que esclareçam de onde ele viemos, aliás, uma pergunta sempre em evidência. Darwin respondeu: somos descendentes dos macacos.

No século XX, a farsa dessa proposta, de um homem auto-suficiente, veio à tona: Guerras mundiais, genocídios, destruição dos recursos do planeta e total banalização do valor da vida humana. O homem que se dizia auto-gerado e auto-suficiente, caminha direto para a auto-destruição.

A despeito do que o homem pense sobre o assunto, Deus se apresenta desde o começo como o Criador da vida. Antes de tudo Ele era. Ele criou tudo que existe por sua vontade a partir da sua palavra.

Arquiteto, Engenheiro e Pedreiro

Mas que tipo de criador é Deus? Há alguns anos uma trilogia levou milhões aos cinemas: Matrix. O filme impressionava pelos efeitos especiais, muitos deles inovadores (e que depois foram copiados por muitos diretores).

Uma das cenas que causou muita discussão foi o diálogo do Neil com o criador da Matrix, chamado de Arquiteto, uma referência atravessada à pessoa de Deus.

Aliás, alguns grupos, como os maçons, também se referem a Deus como o Arquiteto. O Deus arquiteto é um Deus muito sábio, mas distante. É o Deus que até projetou a vida com muito cuidado, mas depois foi embora.

Mas Deus não afirma isso de si mesmo! Ele diz que além de arquiteto, ele também é o engenheiro, o mestre de obras e o pedreiro da criação. Literalmente, Ele diz que meteu a mão na massa. Trabalhou o barro com as próprias mãos para criar o que ele queria: um ser a sua imagem e semelhança.

Não houve acaso, mas intencionalidade; Não houve distância, mas proximidade; Não houve produção em série, mas artesanal.

Somos parte especial dessa criação. Ele nos fez para reconhecermos quem Ele é. Para que o reconhecimento da sua infinita bondade, do seu perfeito amor, da sua justiça eterna e de todos os seus atributos encha nossa vida de alegria.

Auto-Revelação

Como poderíamos, por conta própria, saber algo sobre Deus? O Deus criador, santo, bondoso, amoroso, justo e perfeito era antes de tudo, e criou tudo que existe. Por isso seria impossível conhecê-lo sem que Ele mesmo decidisse se revelar. E Ele fez isso.

Primeiro há uma revelação natural, isto é própria criação. A sobrevivência da vida em nosso planeta, as belezas da natureza e do universo, os intrincados códigos genéticos, o complexo funcionamento da mente humana apontam para um Criador. Ninguém que olhe um céu estrelado um acompanhe a gestação de uma criança pode dizer em são consciência: nunca pensei na existência de um Ser superior.

Além dessa revelação natural, Deus se apresentou ao ser humano através da Bíblia. A Bíblia é uma coletânea dos registros sobre o relacionamento entre Ele e diversos homem e mulheres no decorrer da história humana. Na Bíblia você vai encontrar a forma como Deus lida com a sua criação e principalmente com o ser humano.

Conhecer a Deus passa obrigatoriamente pela Bíblia. Não dá para desviar dela, nem evitá-la. Nela estão os registros das iniciativas de Deus para se relacionar conosco. Enquanto revela quem é Deus, a Bíblia aponta para Jesus como a plena revelação de Deus:

Na Bíblia lemos sobre os pensamentos de Deus, mas também sobre os seus sentimentos. É na Bíblia que descobrimos o que Ele ama, e também o que Ele odeia. Ninguém que deseje se aproximar de Deus pode esse livro.

Motivos para a auto-revelação

A pergunta é inevitável: Por que Criador do universo se revelaria ao ser humano? Por que um Deus eterno espontaneamente se apresentaria ao homem mortal? A resposta é uma só: Ele quer se relacionar conosco. Deus quer desenvolver um relacionamento com a sua criação.

O Deus trino é relacional e quer proximidade com sua criação, por isso ele se apresentou. Deus quer ser amigo, vizinho, colega e confidente porque ele sabe o quanto precisamos disso.

Seu desejo de se aproximar de nós é com o objetivo de oferecer um propósito de vida que valha a pena. Seu desejo é apresentar o projeto original, que estava no seu coração desde do começo, quando criou a ração humana: relacionamento.

Resumo da ópera

Deus não é um objeto nem uma força, ele é uma pessoa. Ele é o criador de todas as coisas, inclusive da raça humana, que Ele criou a sua imagem e semelhança. Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homem tanto de forma natural, através do restante da criação, como de forma especial através de tudo que foi registrado na Bíblia. Ele fez isso porque quer desenvolver um relacionamento comigo e com você

O que eu faço agora?

Bom, agora você precisa fazer algumas perguntas pra si mesmo e eu quero lhe ajudar nisso.

Você acredita na pessoalidade de Deus, isto è, você está disposto a considerar que Deus tem vontade própria, emoções e sentimentos? Se isso não faz sentido pra você, eu quero lhe convidar a, junto comigo, procurar mais informações sobre o Deus de quem estamos falando. Às quartas-feiras, às 19:30, aqui mesmo, você vai ter a oportunidade de fazer essa e outra perguntas que tiver.

Você, que crer em um Deus pessoal, criador de todas as coisas, já parou pra pensar em quanto você acredita na Bíblia como uma auto-revelação de Deus? É a própria Bíblia que se apresenta dessa forma! E se Deus se revelou de forma especial através das escrituras, tentando assim se aproximar de mim e de você com o propósito de desenvolver um relacionamento conosco, como estamos tratando esse livro? Há um desafio para todos: encontrar Deus nas páginas desse livro

Você vai receber agora a bússola. É um recurso que vai lhe mostrar várias maneira de ler a Bíblia. Escolha uma das maneiras e comece essa semana.

Hoje nós ficamos ficar por aqui. Reflita sobre essas perguntas durante a semana e peça a Deus que revele a você através da Sua Palavra. Na próxima semana vamos conhecer as bases desse relacionamento.

17 março 2006

Resgate


Aristarco Coelho

Cruzando os mares de um dia
Náufrago à dor do premente
Emaranhado em idéias
Afundo rumo a quem sou

Penumbra que se aproxima
Escuridão se revela
Onde as velas que clareiam
As entranhas da minh’alma?
Afogado em tristeza
Afundo direto ao fundo
À luz daquilo que sou.

De repente um clarão!
E Tua voz pude ouvir
Luz pura, brilhante luz
Que não cega, mas clareia.
Que além de mostrar quem sou
Revela quem posso ser.

As redes que me prendiam
Em pedaços se tornaram
Seguras-me pela mão!
E me fazes subir da morte
Com o sopro do teu amor!

Na superfície de mim
Respiro a graça da Graça
E recostado em Seu peito,
Descubro em Seus olhos a Luz:
Um quê de amor sem limites
Um quê de amor que conduz

Levanta-te, filho náufrago,
Que agora não és mais!
Resgate, alto preço paguei.
Em mim seguro estás.

13 março 2006

O Primeiro Pastor Brasileiro


No dia 17 de dezembro de 1865 era ordenado, pelo recém-instalado Presbitério do Rio de Janeiro, o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, o paulista filho de portugueses José Manoel da Conceição. Conhecido como o padre protestante, ele não foi apenas o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, mas o primeiro pastor brasileiro.

José Manoel da Conceição nasceu na cidade de São Paulo, no ano de 1822. Em 1844, foi ordenado padre da igreja romana, e pelo espaço de 18 anos exerceu o cargo de pároco em diversos lugares de sua província natal.

Mas não era esse o motivo pelo qual ele era chamado pelos seus contemporâneos e entrou para a história como o Padre Protestante. É que, mesmo antes de deixar a batina, ele já aborrecia os bispos católicos ao estimular seus párocos a lerem a Bíblia. Quando o Rev. Alexander Blackford trabalhava em Brotas, no interior de São Paulo, ouviu falar de certo padre católico romano que lia a Bíblia e manifestava interesse por seus ensinamentos. Blackford fez uma visita de cordialidade ao jovem sacerdote.

Essa visita veio a ser o ponto marcante de mudança na vida de Conceição, que partiu para o Rio de Janeiro, a fim de se instruir com Simonton, Blackford e Chamberlain. No dia 23 de outubro de 1864, o ex-padre José Manoel da Conceição professava sua fé em Jesus Cristo como seu Redentor e Senhor, tornando-se membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

Seu espírito esclarecido e reto não podia conciliar os dogmas e a prática da Igreja Católica Apostólica Romana com a luz do evangelho, que seus estudos lhe traziam, e depois de uma renhida luta espiritual por alguns anos, decidiu tudo abandonar por amor da verdade. Em setembro do mesmo ano participou ao bispo de São Paulo a sua retirada definitiva da igreja romana e a sua renúncia dos cargos que nela tinha exercido.

Em dezembro de 1865, foi ordenado ministro do Evangelho pelo Presbitério do Rio de Janeiro, reunido na cidade de São Paulo. Tornando-se o primeiro pastor Presbiteriano Nacional. Ele possuía, em alto grau as características essenciais para o ministério sagrado, uma profunda e viva simpatia com seus semelhantes; e em toda parte onde andava, foi admirado e amado pelo povo.

Poucos meses depois, empreendeu o que era seu trabalho predileto, andar de casa em casa e de lugar em lugar anunciando aos homens a boa nova de salvação de graça por nosso Senhor Jesus Cristo. E até o fim de sua vida, umas vezes a cavalo outras vezes a pé, prosseguiu, como podia, nesta sua nobre missão. Seus colegas e amigos, muitas vezes instavam com ele para aceitar algum outro emprego ou modo de trabalho mais compatível com as suas forças. Ele, porém, não quis anuir.

Muitas cidades, vilas e arraiais e milhares de pessoas nas províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foram testemunhas da fidelidade, zelo e fervor com que ele pregava Cristo crucificado como único Redentor. Ele semeou a boa semente, da qual haverá no Brasil e no céu uma imensa colheita.

José Manoel da Conceição padecia, havia muitos anos de uma grave enfermidade, que as vezes, o incapacitava por dias e semanas inteiras para qualquer serviço. Em 1867, na esperança de achar alívio desta sua enfermidade, fez uma viagem aos Estados Unidos, onde exerceu o seu ministério, pregando o Evangelho a duas colônias portuguesas no estado de Ilinois com grande aceitação.

Voltou de lá em 1868; e logo depois tornou a seu trabalho predileto de andar pregando pelo interior, no qual continuou, apesar de agravar-se a moléstia de que padecia. Os rogos e ofertas de seus irmãos e amigos não puderam demovê-lo.

A 24 de dezembro de 1873, vindo, segundo parece, em direção à cidade do Rio de Janeiro, e chegando a um lugar perto de Cascadura na freguesia de Irajá, o Sr. Conceição não pode mais prosseguir.

Tendo recebido notícia vaga de sua doença, um amigo seu saiu logo no dia seguinte à procura dele. Chegando ao lugar indicado, soube que tinha sido transportado, por ordem do digno subdelegado da Irajá, para a enfermaria do Laboratório Químico de Campinho, onde, depois de receber todos os socorros possíveis tinha falecido às 4 horas da manhã desse dia, 25 de dezembro.

Figura fundamental na expansão do evangelho no território nacional, o Rev. José Manoel da Conceição, além de realizar freqüentes cruzadas no Rio e em São Paulo, fazia questão de visitar a população do interior, não passando por nenhuma fazenda ou casa pobre sem orar e ler a Bíblia com os moradores. Através da influência do ex-padre, as antigas paróquias católicas interioranas acabaram se transformando em igrejas evangélicas. Conceição era homem de grande erudição, emotivo e dotado de influência considerável. Pregava com muito zelo e grandes multidões vinham ver e escutar o ex-padre.

11 março 2006

Para ser Amigo de Deus



Tiago 4:7-10

Primeiro – Sujeite-se a Ele. Tudo começa com um exercício de confiança irrestrita Nele. Submeta-se confiadamente a Deus;

Segundo – Resista ao Diabo. Mesmo depois da decisão e sujeitar-se a Deus você será assediado pelo Diabo, que usa o sistema de valores mundanos para provocar sua natureza rebelde. Resista e ele fugirá! É a promessa da Palavra;

Terceiro – Chegue-se a Ele. Não há amizade sem proximidade. Você precisa conhecer a Deus para confiar nele. Nem Deus espera de você uma confiança cega. A confiança nasce do conhecimento, da intimidade com Deus. Quando nos chegamos a Ele, Ele se achega a nós;

Quarto – Purifique suas Mãos. Deus é santo e pede pureza. Essa pureza é marcada pela integridade. Deus quer toda a sua vida, não apenas algumas horas por semana; Deus quer todas as áreas da sua vida, não apenas alguns assuntos. Deus lhe quer por inteiro, não qualquer parte de você.

Quinto – Aflija-se, lamente e chore. Pra ser amigo de Deus é preciso enxergar-se de forma honesta e verdadeira. É preciso haver lágrimas pelos erros cometidos, arrependimento e aflição sinceros, tristeza em vez de riso diante dos nossos pecados.

Sexto – Humilhe-se. Os amigos de Deus não têm receio em humilhar-se diante do seu Senhor, porque sabem que, ao Seu tempo, Ele os exaltará. Deus exalta o coração quebrantado.

Deus porá aqueles que se consideram frágeis sobre uma rocha firme, Ele socorre todo o que clama por socorro, ouvirá o clamor daqueles que esperam nele. O Senhor dará graça aos humildes, mas resistirá aos soberbos.

09 março 2006

O Dono da Festa

Por Aristarco Coelho

Certa vez um homem muito rico resolveu realizar uma festa em sua casa. Ele mandou preparar convites especiais e enviou para toda a cidade. O dono de festa preparou tudo com muito cuidado. Havia comidas deliciosas, bebidas especiais, música e um ambiente decorado com muito esmero. No dia da festa havia uma multidão, como se toda a cidade estivesse lá.

Um pouco depois de iniciada a festa, aquele homem resolveu andar pelo salão principal e ver como tudo estava acontecendo. Qual não foi a sua surpresa ao encontrar um homem cumprimentando a cadeira de madeira maciça que ficava em sua sala de estar.

O dono da festa ficou impressionado ao ver aquele homem agradecendo efusivamente a uma cadeira, que havia sido comprada no mercado, por haver sido convidado para aquela bela festa. O quadro ficou ainda mais incrível quando outras pessoas se juntaram àquele homem e começaram a aplaudir a cadeira e dizer uns para outros como a cadeira da sala era sábia.

- Uma excelente companhia! – disse um deles.

O dono da festa saiu daquele ambiente triste porque aquelas pessoas estavam satisfeitas com a companhia de uma cadeira de madeira e festejavam entre si a importância e a sabedoria de pedaços de madeira.

Ao sair da sala, depois de presenciar aquela cena, ele dirigiu-se para o jardim em frente da casa. O dono da festa era um homem muito criativo. Sua casa era bem decorada por dentro, e por fora havia um lindo jardim. Ele também gostava muito de animais. Ali ele deparou-se com um quadro não menos impressionante: uma mulher acabara de começar a agradecer ao seu cachorro pelo convite a tão bela festa. Falava bem da comida, farta e deliciosa, e embora o cachorro saísse desconfiado com aquele falatório, a mulher e outras pessoas explodiram em palmas e homenagens ao cachorro do dono da festa.


Algo realmente parecia estar errado. O dono da festa andou do por toda a casa e não foi sequer notado por muitas daquelas pessoas que ele mesmo havia convidado. Algumas delas estavam realmente se divertindo tanto que até se esqueceram da situação de convidados e agiam como se dono da casa fossem.

Em um grande salão, o dono da festa encontrou um grupo de pessoas que gesticulavam e falavam alto. Ao aproximar-se viu que eles conversavam sobre um de seus convidados mais especiais, um grande amigo seu. Ele ficou muito surpreso porque aquelas pessoas estavam afirmando que esse outro convidado era o verdadeiro dono da festa. Diziam que esse amigo comum era tão especial, uma pessoa tão boa, que tinha feito tanto bem aos outros que ele merecia ser o dono da festa.

Já desanimado, o verdadeiro dono da festa sentou na escadaria em frente a porta de entrada. Seu semblante já não era o mesmo do início da noite. Foi então que sua tristeza se completou. Ao olhar para o lado, viu um de seus convidados recebendo outros convidados e se apresentando como o dono da festa. Sem nenhum constrangimento, aquele homem estava em frente de uma casa que não era a dele, recebendo convidados que não eram dele. Mentindo para si mesmo e para os outros, ele cumprimentava a todos como se fosse o próprio dono da festa.

Cabisbaixo e triste com tudo o que havia visto, o dono da festa ficou muito desgostoso. Foi então que um pequeno grupo de pessoas aproximou-se dele e disse:

- Você é que é o dono da festa, não é?
- Sim, sou eu – disse o verdadeiro dono da festa.
- Nós vimos lhe prestar nossa homenagem por ter realizado uma festa tão linda – disseram eles. Queremos também lhe agradecer por nos ter convidado.

Depois de tudo que tinha visto, o dono da festa até ficou surpreso com aquilo, mas alegre por haver sido reconhecido. Então aquelas pessoas o aplaudiram por muito tempo e homenagearam o verdadeiro dono da festa.

Todos nós recebemos o dom da vida sem nada fazer por isso. Fomos convidados a participar da grande festa da vida e a considerá-la como um presente especial. Fomos convidados por Aquele que criou e mantém a vida. Veja cada um como decide tratar o verdadeiro Dono da Festa.

07 março 2006

Entre Livros - Edição Especial

CONTEÚDO
8 - Introdução O maior best-seller de todos os tempos
20 - Antigo testamento A história e a sabedoria do povo hebreu
46 - Novo testamento Jesus é o grande personagem que surge dos Evangelhos
58 - Literatura Os autores que recriaram passagens bíblicas
68 - Música O som que nasce inspirado no livro sagrado
74 - Artes e cinema O Novo Testamento aguça a visão e chega às telas
86 - Filosofia Com a pós-modernidade, leitura da Bíblia retorna
42 - AS TRADUÇÕES COMPARADAS
98 - COLABORADORES

Ler a Bíblia

Por Aristarco Coelho

Fala-se da leitura como uma ferramenta indispensável para a formação de pessoas capacitadas a articular suas idéias e apresentar seus pensamentos de maneira compreensível. E é isso mesmo! A leitura abre canais que tornam possível o que seria praticamente impossível sem ela: conhecer o pensamento, ouvir os lamentos de tristeza e os gritos de alegria de pessoas que jamais encontraríamos de outra forma.

Ao falar de leitura é importante resgatar a palavra encontro. Ler é encontrar-se com alguém. A leitura transformadora é o resulta de encontros especiais, calorosos debates de idéias, cálidos sussurros de confissão e até mesmo de encontros frios e lineares.

Não é diferente em relação à leitura da Bíblia. Considerá-la como um encontro, um diálogo, deixa-nos mais dispostos a nos relacionarmos com as pessoas por trás do texto. Assim, João, Lídia, Pedro, Amós, Noé e Rute mudam de classificação, deixam de ser figuras intocáveis e passam a se tornar gente de carne e osso que amou, odiou, sofreu, festejou e viveu a vida com lutas pessoais idênticas às nossas. Assim, ao me encontrar com eles na leitura da Bíblia, revivo suas dúvidas e certezas e encontro neles a identificação que me encoraja a permanecer no Caminho.

Um dos principais equívocos na promoção da leitura é tentar impô-la como uma espécie de poção mágica, como se ela fosse capaz de transformar instantaneamente. A leitura é transformadora quando se torna um hábito, e os hábitos são processos que levam toda uma vida para se consolidar. Quanto mais cedo a leitura faz parte da vida, melhor; quanto mais se lê, maior facilidade para seguir lendo; quanto mais aqueles em volta de nós gostam de ler, maior o nosso gosto pela leitura; enfim, quanto mais a leitura toca na realidade vida, mais ela se torna indispensável para nós.

Duas posições se apresentam quanto ao hábito da leitura da Bíblia. Por um lado alguns consideram que a formação do hábito não carece de prazer ou satisfação na leitura. Isto é, leia, continue lendo, permaneça lendo que em algum momento isso vai transformar-se em algo que lhe agrada. Não resta duvida que algumas das atividades das quais nem gostamos tornam-se habituais pela prática persistente. Esse caminho é razoável e tem sido seguido por muitas pessoas.

Mas, outras vezes os hábitos se formam a partir da satisfação em fazer algo que atende nossas necessidades. Não acho que devemos optar por um dos dois caminhos e descartar o outro, mas o hábito que se forma pelo prazer da necessidade atendida leva consigo algo muito poderoso.


Isso torna compreensiva a força da literatura de auto-ajuda. As respostas rápidas, simples e focadas nas necessidades são acolhidas com satisfação. No entanto, a leitura pode ser fazer bem mais que dar respostas. Ela pode nos ajudar a fazer perguntas capazes de sondar as entranhas da alma humana.

A dificuldade de trilhar esse caminho é que a leitura concorre com meios de comunicação que oferecem bem menos resistência à mente e que atrofiam a capacidade de expressão. Assim, alguns preferem ouvir um CD ou ver um DVD a ler um livro, inclusive sendo ele a Bíblia. A música e a imagem “passam direto” e nos enchem a pança de tanto doce que a fome de uma refeição mais elaborada desaparece. Nada contra um bom CD ou um DVD com bom filme. Eles também podem ser pontos de partida para a reflexão, mas a leitura é a mestra na arte de instigar o pensamento humano e deixar marcada a alma.

Segundo Eugene Peterson, o grande desafio na leitura bíblica é ouvir a Bíblia diz. Claro que não é caso de comprar um CD com o texto sagrado, mas de “ouvir” o significado que permeou o registro da palavra de Deus em cada acontecimento. Resgatar a poesia, a prosa, o humor, os épicos, as cartas e toda a diversidade literária da Bíblia pode nos ajudar a ouvi-la melhor. Ler mecanicamente cansa e deixa escapar importantes nuances do texto.

No entanto, parar e "ouvir" o que a Bíblia diz pede um estilo de vida diferente do que a maioria de nós tem. Parar e ouvir pede uma vida despida de complexidade e menos veloz. Isso nos coloca rapidamente em confronto com nosso modo urbano de viver, no qual a expressões como “meditar na sua lei de dia e de noite” parecem vazias de significado prático.


É fácil concordar com essa impossibilidade prática, principalmente se todos os canais da vida já foram ocupados. Por isso, parar e avaliar nosso estilo de vida é indispensável para que o hábito da leitura da bíblia encontre espaço e se estabeleça como uma resposta aos nossos anseios de significado para a vida. O desafio está lançado.

05 março 2006

Amigo de Quem?





Em nossos dias as pessoas são avaliadas por sua capacidade de consumo. Somos ensinados que a posse de bens é uma marca de identidade e respeito. Você é alguém digno de ser respeitado na proporção de suas posses. Esse ensino não é ostensivo, mas chega velado por todos os meios de comunicação.

O lugar onde você mora, o tênis que você calça, a roupa que você veste, o carro que você dirige, o salário que você ganha, a TV que você tem, o celular que você usa são símbolos que podem torná-lo digno de respeito e admiração pelas pessoas que lhe conhecem.

O caráter foi substituído pelo carisma, a honestidade pela esperteza, a sinceridade pela desfaçatez, o altruísmo pelo egoísmo, a misericórdia pela pelo senso e utilidade, a doação de si mesmo pela exploração do outro.

Vivemos dias em que o homem elegeu-se a si mesmo como a razão da existência do universo e considera seu próprio prazer, sua satisfação e realização pessoais como o objetivo máximo da vida. Vivemos em função e nós mesmos.

Provavelmente foi o Tiago irmão de Jesus que escreveu o texto que vou ler agora. A passagem se encontra no livro de mesmo nome, capítulo 4 versos de 1 a 4. Vou ler o texto na versão da Bíblia Viva.


O que está causando as discussões e as lutas entre vocês? Não é porque existe um exército inteiro de maus desejos dentro de vocês? Vocês querem o que não possuem, a tal ponto que matam para consegui-lo. Desejam o que os outros têm, e não podem adquirir, portanto começam a lutar para tomar deles. E contudo, a razão pela qual vocês não têm o que desejam é que não pedem a Deus. E mesmo quando pedem, não recebem, porque o objetivo de vocês está todo errado – vocês só querem o que dará prazer a vocês.

Vocês são semelhantes a uma esposa infiel que ama os inimigos do marido. Vocês não percebem que fazer amigos entre os inimigos de Deus – prazeres pecaminosos deste mundo – torna vocês inimigos de Deus? Eu volto a dizer que se o objetivo de vocês é desfrutar o prazer pecaminoso do mundo perdido, vocês não podem ser também amigos de Deus.
Hoje eu quero lhe conduzir a compreensão de que não é possível, ao mesmo tempo, ser amigo de Deus e amigo do mundo. Meu desejo hoje é explicar porque aqueles que decidem ser amigos de Deus tornam-se inimigos do Mundo, e aqueles que decidem ser amigos do mundo tornam-se inimigos de Deus.


Para começarmos nossa caminhada, precisamos entender que o Deus criador de todas as coisas tem valores que ele considera inegociavelmente apropriados para sua criação. Deus tem apresentado no decorrer da história do homem um jeito de viver que está alinhado com o próprio caráter Dele. Esse jeito de viver está apoiado na confiança em um Deus justo, poderoso, santo e bom. Deus afirma que Ele mesmo é a garantia de que tudo vai dar certo. É apenas ele e a Sua palavra.

Foi assim com Adão, Noé, Jó, Abraão, Isac, Jacó, José, Moisés, Josué, Raabe, Gideão, Rute, Davi, Salomão, Isaías, Jeremias, Elias, Eliseu, Pedro, a Mulher Samaritana, Paulo, João, Estevão e tantos outros homens e mulheres. Deus os convidou a confiar em meio às lutas e dificuldades da vida, a confiar a despeito do que viam e também do que não viam; confiar mesmo diante dos exércitos inimigos, da velhice estéril, da prisão, da perseguição, da imensidão do mar, do poder do imperador, da incredulidade do povo e das fragilidades de cada um. Olhar a vida com os olhos de Deus e ver um grande empreendimento com o objetivo ensinar a confiar.

Jesus resume esses valores de Deus em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. O apóstolo Paulo diz que ao vivermos vidas alinhadas com os valores de Deus, eles se mostram como um fruto de muitos gomos. Nós mesmos não podemos produzir esse fruto, isto é, essa maneira de viver que agrada a Deus só se torna realidade quando o Espírito de Deus tem a liberdade de conduzir nossas vidas e decisões.

A partir do verso 22 do capítulo 5 de Gálatas, temos o seguinte:

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
São palavras bonitas, mas não adianta você apenas achar bonito. Isso não vai gerar em você o Fruto do Espírito. Não adiante se sua mãe, seu pai, sua irmã, seu amigo, seu patrão, seu pastor ou qualquer outra pessoa vive uma vida que agrada a Deus. Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio só serão realidade em sua vida quando o Espírito Santo de Deus tiver carta branca para transformar sua você.

Outra questão importante nesse primeiro momento compreender o que é o Mundo sobre o qual estamos falando. Que Mundo é esse que nossa associação ele nos torna inimigos de Deus? Esse Mundo é um sistema de valores, de crenças, uma maneira de enxergar a vida que se opõe aos valores de Deus.

O mundo não é o planeta, também não estamos falando das pessoas. Estamos falando de um sistema de valores que tem como princípio a crença de que “Se há um Deus, ele não é confiável”. Essa maneira de ver a vida considera que cada um deve procurar se proteger como puder. E melhor cada um se garantir, porque afinal de contas o futuro pertence a Deus e Deus não merece confiança.

Foi essa a linha de argumentação da serpente na conversa que teve com Eva no jardim do Éden. A serpente olhou para a mulher e falou mais ou menos o seguinte: Deus disse pra não comer do fruto?... E você confia nele?... Você boba e ingênua, Eva. Deus está com medo de que vocês se tornem iguais a Ele. A desconfiança de Deus é a base do sistema mundano em que vivemos.

Esse sistema de valores que a bíblia chama de Mundo não age de forma isolada. Ele encontra eco em nossa própria natureza rebelde. A Bíblia chama essa natureza e Carne. Quando a Bíblia fala de carne ela não está falando apenas de apetite sexual descontrolado, mas da nossa tendência de nos rebelarmos contra Deus.

O mundo e a carne se opõem à maneira como Deus vê a vida. O Mundo e a Carne são inimigos de Deus, por isso não é possível ser amigo do Mundo e de Deus ao mesmo tempo; por isso não é possível satisfazer nossa natureza rebelde, que desconfia de Deus, e ao mesmo tempo satisfazer a vontade do Espírito de Deus, que nos leva a confiar em Deus.

Veja o que diz a palavra de Deus em Romanos 8:5-8 (BV)

Aqueles que se deixam controlar por sua natureza inferior vivem tão somente para agradar a si próprios; mas aqueles que seguem o Espírito Santo, constatam que fazem as coisas que agradam a Deus. Seguir o Espírito Santo conduz à vida e à paz, mas seguir a velha natureza leva à morte, porque a velha natureza pecaminosa dentro de nós está contra Deus. Ela nunca obedeceu às leis divinas e nunca o fará. E por essa razão que nunca podem agradar a Deus aqueles que ainda estão sob o controle de sua própria natureza pecaminosa, inclinados a seguir seus antigos desejos malignos.

Ouça o que Deus deixou registrado para os nossos irmãos do passado na região da Galácia, pra onde o apóstolo Paulo escreveu uma carta. Gálatas 5: 16-18 (NVI)

Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, e modo que vocês não fazem o que desejam. Mas se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei.

O resultado dessa aliança entre o Mundo e a nossa natureza rebelde é descrito pelo Apóstolo Paulo como Obras da Carne.

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. (Gálatas 5:19-21 - NVI)
Volte comigo ao capitulo 4 da carta de Tiago e veja que ele reconhece que há uma luta entre a maneira como Deus vê a vida e a maneira como a vida é apresentada por esse sistema de valores que é contra Deus. Há guerras dentro de nós e entre nós.



Dentro de nós há uma guerra de desejos. Ora queremos construir a vida com nossas próprias mãos, fazer por onde e sermos reconhecidos por nosso valor, ora queremos confiar em Deus, declará-lo como o único digno de reconhecimento e nos entregarmos aos seus cuidados. Mas como é difícil confiar!

Há guerras também entre nós. Cada um é levado por esse sistema de valores mundano a pensar apenas em si mesmo. Temos sido treinados a ser insensíveis ao sofrimento e à dor alheios. Vemos e ouvimos crianças famintas, pessoas exploradas, famílias despedaçadas, ira, angústia, solidão... Mas nosso coração endurecido só consegue pensar em si mesmo.

Tiago diz que essa luta dentro de nós e entre nós vem à tona através da cobiça. O desejo obsessivo por algo ao ponto de fazer o que for preciso para obter o que se deseja. Tiago diz que cobiçar é dizer não aos valores de Deus, porque a cobiça nasce da nossa falta de confiança no suprimento que vem de Deus.

Há uma insegurança latente e permanente em nossas almas. Temos medo. A vida, a morte, a doença, o desemprego, o abandono, a vida sem propósito, a dor do sofrimento, o choro da angústia, a falta de consideração, a solidão, a velhice, a pobreza, tudo nos amedronta. Por isso cobiçamos o que não temos. Comprar, possuir coisas e pessoas aparentemente nos coloca no controle da vida, nos torna menos inseguros por um momento. Isso não é segredo para os especialistas em marketing e propaganda, que brincam todos os dias com a fragilidade e a insegurança humanas. Essa é a lógica de um sistema de valores no qual Deus não merece confiança.


De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. (Tiago 4:1-3 - RA)
Há algo que me chamou muito a atenção nesse texto: Por que alguém que tem livre acesso ao Deus criador e todas as coisas passaria por privações sem pedir a Ele aquilo de que necessita? Veja o que a Palavra de Deus está dizendo: vocês não têm porque não pedem. Jesus disse: pedi e dar-se-vos-á! Porque não pedimos? Não pedimos porque não confiamos! Preferimos conseguir pelo nosso esforço próprio a correr o risco de receber um não de Deus.

Jesus disse: Tudo que pedirdes em meu nome, crendo, recebereis. Porque não pedimos? Não pedimos pela nossa falta de confiança na perfeita vontade de Deus, assim preferimos cobiçar, matar e invejar, lutar e fazer guerras... Parece que a voz da serpente ainda ecoa em nossas mentes dizendo que certamente não morremos.

Mas você pode ser daquele tipo que na verdade pede sim, pede todos os dias e pede muito, mas não tem recebido. Para todos os que pedem, Tiago revela uma das falhas em nossas orações e clamores diante de Deus: pedimos para esbanjar em nossos prazeres. A questão não é só pedir, mas pedir em nome de Jesus, pedir de acordo com a vontade do Pai, pedir não para você se sentir mais seguro e protegido, mas em atitude de submissão à vontade de Deus. Pedir assim só é possível se você confiar na boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Meus irmãos a Palavra de Deus não poderia ser mais explícita. Lembra da estória que contei no começo, da prostituta que se tornou sócia do seu cafetão, traindo o esposo que a tinha resgatado dessa maneira de viver? Tiago diz que parecemos com essa prostituta quando decidimos ser amigos do mundo. Tornar-se amigo do mundo é compartilhar dos valores que nos afastam da confiança em Deus. Esses valores nos levam à cobiça, à inveja, às lutas e guerras para obter o que ainda não temos, a qualquer preço.

Precisamos decidir todos os dias de quem queremos ser amigos. O sistema de valores do mundo é atrativo e tem promessas de sucesso certo; Já os valores do Reino prometem um sucesso diferente: o caráter de Cristo aperfeiçoado em nós. É por isso que o Espírito de Deus anseia por você com terno ciúme. É o Espírito que através da Palavra nos apresenta o caminho para nos tornarmos amigos de Deus. (Tiago 4:7-10 RA)

Primeiro – Sujeite-se a Deus. Para ser amigo de Deus, tudo começa com um exercício de confiança irrestrita Nele. Submeta-se com confiança a Deus;

Segundo – Resista ao Diabo. Mesmo depois da decisão e sujeitar-se a Deus você será assediado pelo Diabo, que usa o sistema de valores mundanos para provocar sua natureza rebelde. Resista e ele fugirá! É a promessa da Palavra;

Terceiro – Chegue-se a Deus. Não há amizade sem proximidade. Você precisa conhecer a Deus para confiar nele. Nem Deus espera uma confiança cega. A confiança nasce do conhecimento, da intimidade com Deus. Quando nos chegamos a Ele, Ele se achega a nós;

Quarto – Purifique suas Mãos. Deus é santo e pede pureza de nos. Essa pureza tem a marca da integridade. Deus lhe quer por inteiro, não uma parte de você; Deus quer toda a sua vida, não apenas algumas horas por semana; Deus quer todas as áreas da sua vida, não apenas alguns assuntos. O Senhor lhe quer por inteiro.

Quinto – Afligi-vos, lamentai e chorai. Pra ser amigo de Deus é preciso enxergar-se a si mesmo de forma verdadeira. É preciso haver lágrimas pelos erros cometidos, arrependimento e aflição sincera, tristeza em vem de riso diante dos nossos pecados.

Sexto – Humilhai-vos e ele vos exaltará. Os amigos de Deus não têm receio em humilha-se diante do seu Senhor, porque sabem que, ao Seu tempo, Ele lhes exaltará. Deus exalta o coração quebrantado.

Deus porá aqueles que se consideram frágeis sobre uma rocha firme, Ele socorre todo o que clama por socorro, ouvirá o clamor daqueles que esperam nele. O Senhor dará graça aos humildes, mas resistirá aos soberbos.

Eu quero ser amigo de Deus! Abraão foi chamado de amigo de Deus. Jesus chamou seus discípulos de amigos. Eu quero ser amigo de Deus, mesmo sabendo que isso significa ser amigo do mundo. Eu quero aprender a confiar em Deus, sei que preciso melhorar muito nesse aspecto. Quero dar ao Espírito de Deus plena liberdade para que ele aperfeiçoe em minha vida o caráter de Cristo.

De quem você quer ser amigo? Eu quero ser amigo de Deus.

02 março 2006

Fruto do Espírito - Benignidade






Aristarco Coelho
Fortaleza - Ceará

Em meu pensamento, age ó Espírito
No meu coração, faze-me gentil
Cheio de bondade quero ser, Senhor
Benignidade, ao Teu dispor.

Faze-me amável em todo proceder
Com palavras brandas, doces prá ouvir
Com integridade, sim, quero viver.
Benignidade, sei que posso crer.

Não encontro aqui disposição pra o bem
Duro coração, seco da Verdade.
Mas Teu amor sem fim, suave e doce amor
Faz nascer o mim benignidade.

01 março 2006

Livre-se da Angústia

Por Aristarco Coelho

Às vezes pode parecer difícil definir o que é angústia.

Talvez seja porque é um estado de espírito tão difuso e complexo que o confundimos com outros sentimentos.

Na verdade, se você nunca sentiu um aperto no peito, uma sensação generalizada de apreensão, um gosto amargo na boca, a mente cansada e aflita, realmente fica difícil entender o que seja angústia.


Nossas cidades estão angustiadas, cheias de apreensão a cada esquina, a cada minuto do dia; um filho que saiu e não voltou, um pai que ainda não chegou do trabalho, um trabalho que pode não existir amanhã, a educação dos filhos no próximo ano, um marido agressivo... enfim, a vida nos sobrecarrega com fardos muito difíceis de suportar.
A primeira grande barreiras que precisamos vencer é admitir quando somos alcançados pela angústia. Muito pior do que viver angustiado é afundar sob o peso da angústia e não reconhecer pelo que se está passando. Não há necessidade de remédio para quem não está doente.

Certa vez Jesus falou diretamente àqueles que se encontram dominados pela angústia. Ele disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." – Mateus 11:28-30.
A promessa é clara e sem rodeios. Jesus não era um teórico que apenas falava frases bonitas. Ele mesmo era alguém que sabia lidar com a angústia e afirmou que deveríamos aprender como ele sobre mansidão e humildade para assim experimentarmos o tipo de descanso que desfaz a angústia.

O que me consola na minha angústia é isto: que a tua
palavra me vivifica. Salmos 119:50

Decida agora se deseja livrar-se da angústia. Procure aprender sobre Jesus, suas idéias e seu modo de viver. Ele experimentou momentos de grande apreensão sem nunca esquecer de que podia contar com o cuidado especial do Pai Celeste. Você vai descobri que é possível enfrentar a vida sem deixar-se dominar pela angústia que toma conta do nosso século.

Arrebatamento