26 agosto 2017

Jovens Transformados



Jovens Transformados

Acredito que se alguém deseja prosseguir com determinação na caminhada como discípulo de Jesus, encontrará no estudo sério e na meditação piedosa das Escrituras a força e o ânimo necessários para enfrentar a jornada.

Trilhar o caminho do discipulado sem os recursos que a Palavra de Deus nos oferece é ou ingenuidade ou irresponsabilidade. Precisamos resgatar a leitura reflexiva das Escrituras. Precisamos reaprender a encontrar nas páginas da Bíblia a exortação, o conforto, o consolo e o encorajamento que nos ajudarão em nossa caminhada como discípulos de Jesus.

O texto em que vamos refletir hoje é aquele que serviu de base para a divisa. Encontra-se em Rm 12. 1,2. Vamos ler e depois orar.

1Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. 2 Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Introdução

A carta aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo provavelmente entre os anos 55 e 56 da era cristã. Ela faz parte do que alguns estudiosos chamas de “ministério epistolar”, pois em seu trabalho missionário Paulo usou várias vezes as epístolas como um recurso para complementar o ensino e o discipulado dos novos irmãos.

É interessante perceber que, certamente sem se dar conta do que estava fazendo, o apóstolo dos gentios deixou registrada uma coleção de escritos que foram, depois, reconhecidos pela igreja cristã como inspirados por Deus para a edificação e o ensino do povo de Deus. No momento em que Paulo escrevia essas cartas elas eram apenas uma estratégia ministerial, mas Deus tinha outros planos para elas.

Diante dessa consideração singela peço que você considere a forma como você tem lidado com o seu serviço à igreja. Porque às vezes somos tentados a desprezar as pequenas tarefas que nos chegam às mãos, como se elas não fossem importantes. Somos atraídos pelas grandes coisas, porque imaginamos que ficarão registradas na história. É claro que essa não é uma boa motivação, além do mais está fora da nossa competência definir o que será mais ou menos importante no futuro.

Paulo era um missionário itinerante e escrever cartas possivelmente não era sua atividade preferida, mas quando as circunstâncias lhe impuseram essa tarefa ele a fez com dedicação e esmero. Portanto faça com o esmero e dedicação tudo que lhe vier às mãos. Não seja displicente ou relaxado no serviço apenas porque você acha que não tem importância. O que está em jogo não é apenas o serviço, mas o seu caráter como filho de Deus.

O capítulo 12 de Romanos é um ponto de virada no texto nessa carta. A expressão “portanto” no primeiro verso é o que marca a passagem da primeira parte doutrinárias da carta para a segunda parte, claramente mais exortativa. Esse “portanto” é como se Paulo começasse dizendo “considerando tudo que eu escrevi até agora...” Ele começa, então, essa segunda parte com um pedido.

Rogo-vos

O sentido principal do verbo parakaleo, usado neste verso é “chamar para o meu lado”. É uma convocação para que a outra pessoa faça ou pense a mesma coisa que nós. Então ele está dizendo para os irmãos de Roma “Ei, eu quero vocês do meu lado neste assunto”.

Depois de expor seu entendimento teológico do evangelho da Graça de Deus nos onze primeiros capítulos, o apóstolo chega ao ponto em que convoca os irmãos da capital do império a assumirem uma posição.

A verdade é que a gente vai vivendo a vida... levando como dá... vai à igreja quando dá certo... lê a bíblia quando dá tempo... ora quando está precisando de alguma coisa... mas vai chegar uma ora na sua vida que você será chamado para assumir uma posição.

Pelas misericórdias de Deus

Algo que me chama a atenção é que Paulo não convoca os irmãos por si mesmo. Ele não apresenta sua autoridade apostólica como justificativa. A razão pela qual os irmãos deveriam considerar o que ele iria falar é a misericórdia de Deus.

Os romanos foram desafiados, antes de considerar o desafio, a trazer à memória o agir maravilhoso de Deus em suas vidas.

Considerem, irmãos, como vocês foram alcançados e libertos! Lembrem-se de como Deus tirou seus pés da lama do pecado e os colocou sobre a rocha firme da sua graça misericordiosa! Considerem atentamente que vocês estavam perdidos. O destino de vocês era viver para morrer! Quando, então, foram alcançados pelo amor de Deus, e forma feitos novas criaturas, destinados agora para a vida eterna. Considerem essas coisas e tomem uma decisão.

Que se ofereçam

Qual era a decisão que o apóstolo queria que os irmãos tomassem? Paulo convocou os romanos a se oferecerem como sacrifício a Deus. No passado havia religiões que sacrificavam humanos, mas a maioria das religiões na época do NT funcionavam à base de sacrifícios de animais.

Então, quando Paulo desafiou os irmãos a se sacrificarem isso certamente chamou a atenção deles. A provocação feita pelo apóstolo, no entanto, foi de que eles deveriam fazer um sacrifício vivo. Isto é, nos cultos pagãos o corpo dos animais mortos era queimado em oferenda às divindades, mas os discípulos de Jesus deveriam apresentar seus corpos em sacrifício vivo.

Vejam só, irmãos, o evangelho de Jesus não é para a morte, e sim para a vida! Os discípulos de Jesus não ficam lamentando a própria sorte e esperando a morte chegar. Somos chamados pelo evangelho a viver a vida em toda a intensidade com que ela se apresenta.

A eternidade com Deus é uma esperança que deve nos animar todos os dias, mas enquanto ela não chega somos convocados a tornar nossas vidas eu uma oferenda, um presente vivo, santo e agradável a Deus

Bom, você não está morto. Então, para quem sua vida está sendo oferecida? Como você está gastando os seus dias? A que você se dedica? O que consome suas forças e faz seus olhos brilhares de satisfação? Há quem viva por si mesmo, há quem viva por uma causa, há quem viva por um sonho. Mas nós somos chamados a viver nos vida por Jesus, que entregou sua vida por nós.

Este é o culto racional de vocês

Quando Paulo se refere a “culto racional” somos tentados a imaginar que ele estava fazendo um contraponto apenas aos cultos pagãos marcados pelo êxtase emocional e pela sensibilidade. É certo que o culto cristão nada tinha a ver com eles elementos, tanto que na carta aos coríntios (1 Co 14.40) há uma orientação para que o culto deveria aconteça com ordem e decência.

Paulo, no entanto, também está fazendo referência aos filósofos e eruditos gregos. Eles não gostavam dos sacrifícios de animais e das cerimônias sensuais. Como eles chamavam Deus de “pensamento puro” e “razão suprema”, achavam que o culto deveria ser um exercício mental. Eles então chamavam de “culto racional”. Na verdade, a fé desses eruditos da filosofia era uma fé desencarnada. Uma fé apenas para a mente.

Ao convocar os irmãos a apresentarem seus corpos como uma oferenda a Deus, o texto bíblico bate de frente com essa ideia dos filósofos, porque apresenta a caminha cristão como uma jornada completamente inserida na vida real, de carne e osso.

Portanto, irmãos, nós também devemos deixar de lado essas espiritualizações baratas e desencarnadas. A vida com Deus é uma entre pessoas de carne e osso. O nosso culto racional não deve ser um mero exercício da mente, mas uma experiência pulsante. É preciso olhar no olho, sentir a dor do outro, alegrar-se com seu sorriso, chorar com suas perdas e lamentar com seus erros como se fossem nossos.

Não se amoldem

Qualquer pessoa que vive neste mundo sabe que existe um jeito de viver que a maioria das pessoas segue. Esse jeito depende da época ou do lugar, mas a verdade é que existe um certo padrão de valores, costumes e modos de agir que se tornam comuns em uma geração.

Vou me valer aqui de um dos capítulos do livro “Tenham ânimo! Eu venci o mundo!” escrito por Roberto J. Sudermann e publicado pela Editora Encontro, para apresentar alguns desses padrões dos nossos dias que precisam ser avaliados à luz da mensagem de cristo.

Individualismo
Entendimento de que a pessoa se basta para si mesma, que a vida pode ser boa independente dos outros. A pessoa se coloca no centro de sua própria existência e considera tudo mais secundário.

Dualismo
Entendimento que a alma humana tem uma vida separada da vida do corpo. A alma é importante, mas o corpo não. Assim o corpo humano e muitas vezes tratado como um objeto. Alguns tentam negar os impulsos do corpo e outros tentam satisfazer todos os desejos.

Relativismo
Entendimento de que a verdade e os valores não são absolutos, tudo depende da situação. Assim é impossível afirmar o que é verdadeiro e bom, porque tudo é relativo.

Determinismo
Entendimento de que tudo ocorre como deve ocorre. Resulta em uma postura fatalista que nega o valor das decisões humanas. Ninguém é responsável por nada, porque é tudo uma questão de destino (ou da vontade de Deus).

Narcisismo
Entendimento de que a autograficação imediata é o critério ético mais importante. A pessoa decide pensando em sua própria satisfação. Deixa de enxergar a necessidade das pessoas e não se sente responsável pelas gerações seguintes.

Bom, os nomes podem ser difíceis, mas o modo de agir é bem conhecido por todos nós. Paulo afirmou que não devemos simplesmente nos acomodar a essas e outras maneiras de pensar simplesmente porque todo mundo está pensando assim. Deve haver em nós um certo espírito de rebeldia em relação aos modos de viver a vida que não estão sintonizados com o evangelho de Jesus.

Como você lida com isso? Alguns crentes estão tão mergulhados nesse modo de viver que parecem insensíveis aos apelos do Espírito. Estão acomodados feito geléia. Tomaram a forma desse mundo: acham que se bastam, não reconhecem a complexidade da vida humana, contornam a verdade sempre que são confrontados por ela e se negam a assumir responsabilidades agora e para o futuro.

Paulo clamou aos irmãos de Roma que não se transformassem em geleias. Seja corajoso! Não se conforme! Não se deixe levar pela vida! Rebele-se contra a mentalidade deste mundo e decida oferecer sua vida como um sacrifício vivo a Deus.

Transformem-se pela renovação

É interessante observar que o chamado do apóstolo Paulo é duplo. Além de nos convocar a dizerem NÃO à mentalidade deste século ele nos chama para dizer um SIM à transformação pela renovação da mente.

Há pessoas que gostam do evangelho apenas do NÃO, mas definitivamente ele é incompleto. Outros gostam do evangelho apenas do SIM, porque tem dificuldade para abrir mãos de suas opiniões e gostos. Mas o evangelho de Jesus tem NÃO e tem SIM.

Algumas pessoas acham que conversão é uma mudança de atitude. Você bebia e agora não bebe mais, você fumava e agora não fuma mais, você ia para a praia no domingo e agora vai pra igreja, você gastava seu dinheiro na farra e agora gasta com a família. É claro que essas e outras mudanças são importantes, mas a conversão e algo que acontece antes disso.

Conversão é quando você compreende que seu corpo foi criado para glorificar a Deus e que por isso você precisa cuidar dele e não destruí-lo. Conversão é quando você compreende a importância de administrar bem o seu tempo e que isso inclui conviver com os irmãos de fé. Conversão é quando você compreende que é apenas um mordomo, um cuidador das coisas que tem e que por isso deve perguntar ao dono de tudo qual é a melhor maneira de gastar.

Perceba que tudo começa com uma mudança em nossa maneira de entender as coisas. Primeiro a maneira de encarar a vida é mudada, depois mudam as atitudes. Primeiro vem o convencimento do Espírito atuando em nossos corações, depois vem as mudanças na maneira de viver. Essa também é ordem através da qual somos aperfeiçoadas: primeiro nossas mentes são renovadas e depois somos transformados.

Irmãos, o mundo em que vivemos é como uma correnteza gigantesca, arrasta a tudo e a todos. Não há como resistir por conta própria. Para não virarmos uma geleia sem forma e sem vida, precisamos permitir que nossa visão de mundo seja transformada. Essa é a renovação da mente a que Paulo se refere.

Hoje à noite começamos afirmando que se alguém deseja prosseguir com determinação como discípulo de Jesus não pode abrir mão do estudo sério e da meditação piedosa nas Escrituras.

Quero concluir agora afirmando que a renovação de nossas mentes ocorre quando nos expomos à Palavra Viva de Deus, que é Jesus Cristo. Em Jo 15.3 Jesus falou aos seus discípulos “vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado’. Portanto, a mente é renovada quando deixamos nosso ponto-de-vista sobre a vida ser iluminado pelo olhar de Jesus, porque ele mesmo é a Palavra de Deus.

Dê a ele a oportunidade de convencê-lo. Exponha-se a Jesus! Ouça a mensagem dele, leia sobre Jesus nas Escrituras, considere atentamente seu ensino nos evangelhos. À medida que isso for acontecendo seu modo de ver a vida será moldado, não mais por este mundo, mas pela mente de Cristo.

Esse é o maravilhoso processo através do qual é possível experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de deus. É o caminho para todo e qualquer discípulo de Jesus. O que você acha de aceitar a convocação do apóstolo Paulo e dizer NÃO a este mundo e SIM para o evangelho de Jesus? Eu espero que você aceite o desafio.


-->
Que Deus nos abençoe.

20 agosto 2017

Advertir, confortar e auxiliar


Advertir, confortar e auxiliar

14Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos. 1 Ts 4.14 (NVI)

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Depois de ser alcançado por Jesus no caminho de Damasco e ter sua visão sobre o amor de Deus transformada, ele gastou sua vida pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas dele. Algumas dessas cartas foram escritas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente. Duas dessas cartas foram escritas à igreja da cidade de Tessalônica.

As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Eles eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam. (1 Ts 1.2-4)

2Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; 3nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. 4Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. 1 Ts 1.2-4 (OL)

Na comparação com outras igrejas com que o apóstolo lidava parece que os irmãos de Tessalônica eram os primeiros da turma. Mas é interessante notar que mesmo tendo um apreço especial por aqueles dedicados irmãos, Paulo não deixou de escrever-lhes com o propósito de dar instruções sobre sua nova vida em Cristo.

Essa postura do apóstolo certamente serve de alerta para nós, irmãos. Nenhum seguidor de Jesus deveria se sentir intocável. Por mais experientes a amadurecidos que sejamos, carecemos de orientação sobre o modo como estamos vivendo nossas vidas. Não existe crente blindado. Quem se fecha para a exortação do Espírito de Deus está enganando-se a si mesmo e acaba sabotando o seu próprio crescimento como discípulo de Jesus. 

Precisamos manter em mente que somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.

Isso tudo é verdade! E exatamente por isso é que precisamos da orientação do Espírito para viver como discípulos de Jesus.

O verso que lemos no começo faz parte de uma série de orientações que finalizam essa primeira carta. São orientações diretas, ditas sem muitas voltas. Oro ao Senhor para que elas cumpram o propósito de Deus nesta noite.

Advertir os ociosos, confortar os desanimados e auxiliar os fracos. E para com todos ser paciente. É bom não confundir as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine como só como seria traria pouco benefício para igreja se nós, com muito amor, nos dedicássemos a “confortar os ociosos” ou a “auxiliar os desanimados” ou ainda a “advertir os fracos”.

Essa simples correlação adequada entre o tipo de necessidade e o serviço a ser prestado, irmãos, serve de alerta para nós. A vida comunitária deve ser experimentada de forma sábia. Somos chamados a servir considerando com cuidado a melhor maneira de ajudar-nos uns aos outros. Se não estivermos atentos a isso será tudo um grande desperdício. O serviço assim “de bolo” acrescenta muito pouco. No máximo alivia por um momento a consciência de quem serviu.

Advirtam os ociosos


Os irmãos de Tessalônica abraçaram a fé de forma tão intensa que viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo a qualquer momento. Essas pessoas começaram, então, a depender da ajuda de outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Essa situação certamente criou situações de conflito entre os irmãos e Paulo aproveitou as duas cartas para orientá-los sobre o assunto.

Hoje, a motivação para a ociosidade não é a mesma dos irmãos de Tessalônica, mas existem outras situações que também precisamos ser alertados.

Ausência de tarefas domésticas

Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas.

Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois será fácil consertar a ociosidade do adolescente que se acostumou a não fazer em casa quando era pequeno.

Ensinar desde cedo que todos temos responsabilidades para dar conta pode poupar muito sofrimento no futuro e certamente ajuda na construção de uma sociedade em que cada um assume sua parte.

Universitários dependentes

Há alguns cursos universitários que realmente não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que as aulas acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio.

No entanto alguns pais parecem querer “proteger” seus filhos do trabalho e dessa forma acabam abrindo espaço para uma ociosidade justificada, que depois vai cobrar um alto preço do seu protegido.

É impressionante o número de jovens que terminam seus cursos universitários sem sequer uma experiência de trabalho. Eles chegam ao final de seus cursos muitas vezes inseguros sobre o que farão na prática e sem nada que ser pareça com a vida real e possa ser apesentado ao mercado de trabalho. Assim, o que parece uma proteção amorosa no começo pode se revelar um imenso atrapalho para a pessoa e para a sociedade.

Recém-casados dependentes

É cada dia mais comum que jovens se casem ou mesmo comecem a morar juntos e continuem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé.

O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. Um jovem casal que não sai da casa dos pais terá muita dificuldade para construir uma nova família. Isso fará mal a eles, às famílias e a sociedade como um todo.

Às vezes é preciso abrigar filhos temporariamente em nossas casas, mas isso precisa ser sempre uma transição e jamais uma situação indefinida. Jovens casais que permanecem na casa dos pais acabam usando mal o tempo e flertam com a ociosidade, já que papai e mamãe tomam conta de tudo. Além disso, não adquirem a noção de responsabilidade, não sabem o preço das coisas, têm dificuldade de valorizar o trabalho e acabam vivendo uma realidade insustentável e danosas para todos.

Adultos dependentes

Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum vermos, principalmente homens, de 40 anos ou mais, às vezes sem trabalhar, sendo servidos por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida.

Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Adultos que dependem integral ou parcialmente de seus pais ou de outros adultos precisam ser desafiados a buscar o próprio sustento de forma digna. Não é justo que a geração que nos antecedeu e que já cumpriu seu papel de manter e sustentar seja constrangida a continuar fazendo isso de forma indefinida.

Confortem os desanimados


A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, e só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarolar uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?
Auxiliem os fracos


Quando olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, em que os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que surgisse um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento apressado é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

O escárnio, a zombaria, o pouco caso, o isolamento e o distanciamento daqueles que parecem fracos são provas de desamor e não podem fazer parte da vida de um discípulo de Jesus!


-->
Veja que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve apenas mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.
Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.