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17 setembro 2018

Admoestando uns aos outros



Admoestando uns aos outros

E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros. Rm 15.14

A palavra não faz parte do nosso vocabulário do dia-a-dia, mas você certamente já ouviu algumas vezes em pregações e palestras, ou leu em algum texto. Admoestar é a tradução da palavra grega νουθετεω noutheteo
  
As várias traduções usam outros termos para a palavra Noutheteo neste verso, tais como... Aconselhar (NVI, NTLH), Corrigir (PAST), Ensinar (VIVA, VFL) e Orientar (KJA, AM). Além disso essa mesma palavra é traduzida em outras passagens do NT como Instruir e Advertir.

Parece, então, que tudo isso faz parte da vida da igreja. Isto é, viver igreja é nos envolvermos uns com os outros a ponto de ser possível ensinar, orientar, advertir, aconselhar e corrigir, bem como ser ensinado, orientado, advertido, aconselhado e corrigido.

Essa palavra de Paulo aos irmãos da cidade Roma, nos faz compreender que admoestar não é uma função exclusiva dos pastores ou dos líderes de uma igreja. De alguma forma, todos nós fazemos parte dessa ação de Deus.

Cada um de nós pode e será usado por Deus, em alguma ocasião, para aconselhar, corrigir, ensinar, orientar, instruir ou advertir o irmão. Da mesma forma, todos nós, em alguma ocasião precisamos ser aconselhados, corrigidos, ensinados, orientados, instruído ou advertidos por nossos irmãos.

Admoestar é o contraponto que equilibra o aceitar. Porque pode parecer, quando a gente fala em aceitar o irmão, que alguém entenda que estamos obrigados a nos calar diante do comportamento pecaminoso de alguém. Mas aceitar como Cristo aceitou e acolher a pessoa em amor sem abrir mão de ensinar, orientar advertir e corrigir quando necessário.

Duas condições são apresentadas pelo Apóstolo Paulo para alguém cumprir bem a função de admoestar o seu irmão:

Possuídos de bondade

A primeira condição é estar possuído de bondade. John Murray diz que a palavra grega agathosunes, “bondade”, se refere à virtude oposta a tudo quanto é vil e maligno; também inclui retidão, gentileza e beneficência de coração e vida.

Isso quer dizer que para ajudar nossos irmãos é preciso que estejamos tomados de sentimentos, pensamentos e intensões de bondade de uns para com os outros. Desejar o bem do outro e agir nesta direção é pré-requisito para ser útil ao orientar, advertir ou corrigir alguém.

Hernandes Lopes, esclarece que na prática a bondade tem a ver também com a disposição de investir tempo e energia para socorrer as outras pessoas em suas necessidades. Bem como a disposição de tratar bem aqueles cujas virtudes não os recomendam.

Isso quer dizer que é necessário dispor de tempo para ensinar aconselhar ou advertir alguém. Não é coisa que se faz rapidinho. Também é preciso uma disposição para ser gentil cordial e cheio de graça, sobretudo quando a pessoa resiste à Palavra de Deus e age de forma insensata e irresponsável.

Outro aspecto desse “possuídos de bondade” é que para admoestar alguém é preciso que nossa caminhada com Jesus, nosso crescimento em fé e confiança no Senhor sejam uma realidade. Não é preciso ser perfeito, mas é preciso que haja algum amadurecimento em nós quando pretendemos ajudar nosso irmão.

Cheios de todo conhecimento

A segunda condição é que sejam cheios de todo conhecimento, isto é, é preciso que haja compreensão da fé cristã, sendo necessário também a capacidade de fazer compreensível as bases dessa fé para outra pessoa. Ao pé da letra, a palavra Noutheteo, traduzida por admoestar, significa “por na mente” do outro.

Assim, faz sentido a afirmação do comentarista “O pastoreio mútuo depende não só de bondade, mas também de conhecimento”. Hernandes Lopes afirma que o conheci­mento governa a bondade. A bondade enche o cora­ção de amor, o conhecimento enche a mente de luz.

Portanto, antes de aconselhar alguém é preciso saber o que as Escrituras ensinam a respeito do assunto. E isso não é apenas para problemas grandes e complexos, mesmo os pequenos conselhos que damos no dia-a-dia precisam encontrar suporte na Palavra de Deus.

A admoestação à qual somos chamados como membros do Corpo de Cristo não é dizer nossa opinião sobre uma certa questão. Não se trata também de realizar uma sessão de terapia ou de se tornar uma espécie de Coach, mas de apresentar uma verdade bíblica, claramente discernível, experimentada, e que possa servir de guia para seu irmão seguir a Jesus bem de perto.

Algumas orientações bíblicas

Lembrem-se de que durante três anos jamais cessei de advertir cada um de vocês disso, noite e dia, com lágrimas. At 20. 25-31

A admoestação deve ser fruto de profundo compromisso de amor: “com lágrimas” – se você não estiver comprometido com seu irmão de maneira que seu coração chore por ele, sua admoestação poderá assumir contornos de descaso.

A admoestação dever ser persistente: “noite e dia” – ensinar, corrigir, advertir e instruir não é coisa que deva ser feita apenas nos momentos de crise. Nos somos chamados por Deus a nos aconselharmos mutuamente de forma contínua e perseverante.

Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória. 1 Ts 2.11,12

A admoestação dever ser preferencialmente pessoal: “cada um” – A pregação ou a oração pública não devem ser usadas como exortação genérica, se o desejo é orientar ou alertar uma pessoa. É muito melhor chamar o irmão em particular e dizer o que precisa ser dito, e evitar as orações relatórios que muitas vezes expõem a vida dos irmãos sem ajudar em nada.

Não estou tentando envergonhá-los ao escrever estas coisas, mas procuro adverti-los, como a meus filhos amados. 1 Co 4.14

A admoestação dever surgir de razões puras: “não estou tentando envergonhá-los” – Se percebermos qualquer motivação que não seja para o bem da pessoa que estamos aconselhando, devemos imediatamente interromper esse aconselhamento. Se houver sentimentos de vingança, auto-afirmação, orgulho, desejo de humilhar ou qualquer outro sentimento incompatível com a cruz de Cristo, nem comece a ajudar.

Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai. Cl 3.16

A admoestação dever ser o resultado natural de uma igreja que está crescendo em maturidade – “instruí-vos e aconselhai-vos” -

Cada um de nós pode e será usado por Deus, em alguma ocasião, para aconselhar, corrigir, ensinar, orientar, instruir ou advertir o irmão. Da mesma forma, todos nós, em alguma ocasião precisamos ser aconselhados, corrigidos, ensinados, orientados, instruído ou advertidos por nossos irmãos.

Conclusão

Quando nos colocamos à disposição para viver este admoestai-vos uns aos outros, estamos dizendo que nossas vidas estão abertas para os reparos que Deus deseja fazer. Falamos sempre sobre ser aperfeiçoados, mas às vezes esquecemos que esse aperfeiçoamento não é uma mágica, mas um caminho árduo de se deixar polir através da convivência com nossos irmãos.

Se somos uma igreja que pretende conviver mais de perto... experimentar mais que o culto de domingo... fazer parte da vida uns dos outros... precisamos aprender a usar a Palavra para orientar nossos irmãos em suas lutas contra o pecado, enquanto choramos juntos uns pelos outros; por outro precisamos aprender a abrir mão dos melindres e não-me-toques, permitindo que o Espírito de Deus use nossos irmão para nos corrigir e advertir.

E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros. Rm 15.14

Baseado em capítulo homônimo do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz, traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela editora Textus (1ª edição brasileira em setembro de 2000).

Levai as cargas uns dos outros



Igreja Batista Videira, João Pessoa/PB - 02/09/2018

Levai as cargas uns dos outros

Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Gl.6.2

Como sabemos, Paulo se utilizou com frequência das cartas para complementar seu esforço missionário e evangelizador. Diferente de outras, esta carta foi escrita para as igrejas de uma região, a Galácia, e não para a igreja de uma cidade.

Impossibilitado de ir vê-los pessoalmente (uma viagem de 400km a pé), Paulo resolveu escrever para falar sobre as investidas dos judaizantes contra o evangelho da Graça de Deus em Jesus Cristo. 

É que os irmãos daquela região, que haviam dados os primeiros passos da caminhada cristã pela fé em Jesus e guiados pelo amor gracioso de Deus, estavam sendo pressionados a aderir aos costumes e rituais judaicos, como as proibições alimentares, as festas cerimoniais e até a se circuncidarem como sinal de pacto com Deus.

Como o principal argumento era que a Lei de Moisés deveria ser obedecida integralmente pelos irmãos gentios, essa pressão dos irmãos judeus acabava colocando sobre os gentios exigências das quais Jesus já havia libertado todos, judeus e gentios.

Talvez, o que Paulo está afirmando é que aqueles que desejam cumprir uma lei deveriam cumprir a lei de Cristo (que é a lei do amor), e que uma das formas de fazer isso é levar as cargas uns dos outros, e não colocar sobre os ombros do irmão peso extra e desnecessário, como estavam fazendo os judaizantes.


Ninguém deve andar sozinho

Quando o apóstolo afirma que devemos levar as cargas uns dos outros ele dá como certo que não devemos levá-las sozinhos.

Infelizmente algumas pessoas tentam fazer isso. Acham que é um sinal de força espiritual não incomodar os outros com seus problemas. Essa é uma decisão corajosa, mas não é uma decisão sábia. Caminhar sozinho é o que faria um adepto do estoicismo (um movimento filosófico com viés religioso que tem causado dano ao cristianismo), mas não tem qualquer relação com o ensino de Jesus. Portanto, se você está ou esteve nesta direção, recomendo que saia dele e não volte mais.

Há também quem apresente argumentos bíblicos para justificar sua jornada solitária de fé. A ideia é que devemos confiar no Senhor (Sl 55,2) e que Jesus nos convidou para irmos a ele com nossos fardos (Mt 11.28) e que isso é suficiente para uma boa jornada cristã. 

Certamente Jesus é suficiente. Mas os solitários da fé se esquecem de que o consolo, a orientação, a exortação e tudo mais de que precisamos quando sentimos o peso dos nossos fardos chegará através de nossos irmãos. O Senhor opera preferencialmente através das pessoas. Portanto, ninguém deve andar sozinho.

Cada um de nós pode recorrer à memória e se lembrar de um momento em que teve seu fardo aliviado pela intervenção amorosa de um irmão. O próprio apóstolo Paulo narra uma experiência neste sentido.


5 Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro. 6 Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito; 7 e não somente com a sua chegada, mas também pelo conforto que recebeu de vós, referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo. (2 Co 7.5,6)


Todos temos fardos

Quando o apóstolo afirma que devemos levar as cargas uns dos outros ele dá como certo que todos temos fardos a carregar. Duas vezes nesta passagem e fala sobre carregar cargas. No verso 2 ele diz “Levai as cargas uns dos outros” e um pouco mais à frente, no verso 5, “cada um levará seu próprio fardo”

A aparente contradição é resolvida quando descobrimos o significado das palavras gregas utilizadas por Paulo: báros no verso 2 significa um peso ou fardo pesado, e phortíon no verso 5 é um termo comum para pacote, algo possível de ser levado. 

Então, há responsabilidades que são suportáveis, pacotes que devemos levar. São obrigações que ninguém pode cumprir por outro, e tarefas das quais cada um de nós deve ser pessoalmente responsável. No entanto, há também os fardos pesados demais para uma pessoa carregar sozinha e que precisam ser compartilhados. Ajudar aos irmãos a carregar esses fardos é cumprir a lei de Cristo. A lei do amor.

Dentre os fardos pesados, que ninguém deveria tentar levar sozinho, está o pecado que nos assedia. É sobre ele que Paulo fala no primeiro verso desse capitulo.


Se alguém for surpreendido...


1 Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. (Gl 6.1)

Hernandes Dias Lopes, em seu comentário, esclarece que o termo surpreendido indica não se tratar de um caso de desobediência deliberada, isto é, rebeldia contra o ensino bíblico. A palavra grega paráptoma, “falta”, significa literalmente “pisar fora do caminho”, dar um passo em falso ou resvalar os pés num caminho perigoso. 

Há duas coisas importantes aqui.

1) Todos estamos sujeitos à emboscada do pecado. Até mesmo aqueles que consideramos mais espirituais entre nós. Lembre-se de que Jesus, em sua oração, nos ensinou a pedir ajuda para enfrentar a tentação e livramento contra mal que há mundo. 

2) Para quem segue a Jesus como seu Senhor e Salvador, cair na armadilha do pecado é um fardo muito pesado para se carregar sozinho. Quem cai na armadilha deve pedir socorro. E quem vê o outro cair? O que deve fazer?


O QUE FAZER
Vocês, (...) deverão restaurá-lo 

A palavra que ele usa para corrigir (ou restaurar), katartídzo, era usada quando alguém realizava um reparo (em redes de pesca, por exemplo), e também para o trabalho de um médico que coloca um membro quebrado em seu lugar. 

Barclay, explica que “toda a atmosfera da palavra enfatiza não o castigo, mas a cura; a correção é vista não como uma punição, mas como um remédio. E Paulo prossegue dizendo que quando vemos um irmão cair em uma falha faremos bem em dizer: ‘Se não fosse pela graça de Deus, seria eu’.”

John Stott, em seu comentário, nos ensina que se algum de nossos irmãos cair na armadilha do pecado não devemos permanecer inertes, sob o pretexto de não ser da nossa conta. Também não devemos desprezá-lo ou condená-lo em nossos corações. Nem tampouco devemos ir correndo contar ao pastor ou fazer fofocas com os outros irmãos. Devemos restaurá-lo. É nossa obrigação trazê-lo ao bom caminho de Cristo.


QUEM DEVE FAZER
Vocês, que são espirituais (...)

Quem são os crentes espirituais? Paulo diz que são aqueles que andam no Espírito, produzem o fruto do Espírito e são guiados pelo Espírito. O texto parece deixar claro que são esses é que devem tomar a iniciativa de cuidar daqueles que são surpreendidos pelo pecado. 

Isso é tão importante que um outro comentarista, Adolf Pohl, observou que é Paulo dedicou à questão do pecado somente o primeiro terço do versículo 1, e os dois terços seguintes e os quatro versículos restantes foram dedicados a explicar quem deve corrigir. Isto é, o apóstolo parece preocupar-se mais com os exortadores do que os irmãos faltosos.

Aqui é preciso dizer que a Palavra de Deus não está falando de um grupo de elite espiritual dentro da igreja. TODOS os crentes devem e podem ser espirituais e, portanto, todos os crentes podem e devem ser instrumento de Deus para restaurar o seu irmão.

Mas se alguém não estiver sendo guiado pelo Espírito, andando no Espírito e produzindo o Fruto do Espírito ele pode produzir mais doença do que cura ao tentar ajudar alguém. Em outras palavras, como disse Jesus, é preciso primeiro tirar a trave do seu próprio olho para depois ajudar o irmão a tirar o cisco do olho dele. 


COMO DEVE SER FEITO
...deverão restaurá-lo com mansidão.

 A mesma palavra grega praótes usada aqui aparece em 5.23 como parte do fruto do Espírito, pois a mansidão é uma característica da verdadeira espiritualidade. Esse um dos motivos (Hernandes) por que apenas os cristãos espirituais devem se envolver no ministério da restauração. 

A verdade é que (John Stott) a dureza, a insensibilidade e a hipocrisia não podem estar presentes no processo da confrontação. Precisamos ter a ternura de Cristo e a doçura do Espírito de Deus a fim de que a pessoa ferida pelo pecado possa ser curada e restaurada. 

Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão”. 2 Ts 3.15

Infelizmente, muitos que procuram viver a vida cristã com sinceridade jogam duro com as quedas dos outros. Há uma certa dureza no jeito em que alguns crentes tratam uns aos outros e isso precisa ser mudado. A mansidão é imprescindível para restaurar e naqueles que são guiados pelo Espírito ela nasce da percepção da própria fraqueza e da inclinação humana para o pecado.


CONCLUSÃO

Levar as cargas uns dos outros é um chamado para todos os crentes. Somos chamados a andar no Espírito e a vivermos relacionamentos harmoniosos uns com os outros. Não devemos nos “provocar uns aos outros” nem “invejar uns aos outros” (5:26), mas, antes, devemos “levar as cargas uns dos outros” (6:2). 

Levar as cargas uns dos outros é cumprir a lei de Cristo. É uma expressão do amor mútuo, que Cristo deixou como um mandamento para nós. E porque é mútuo (amai-vos uns aos outros), não devemos andar sozinhos. Cristãos solitários são a negação do evangelho de Cristo.

Devemos reconhecer os fardos que a vida nos impõe e precisamos levar nós mesmo, fortalecidos em Cristo e pelo seu poder.

Também precisamos reconhecer que o pecado não é o tipo de carga que deva ser levado sozinho. Esse fardo precisa ser dividido. Portanto, aqueles que se virem presos à armadilha do pecado devem pedir ajuda e aqueles que virem o irmão preso devem correr para socorrê-lo.

O socorro é a restauração. Não há necessidade de fazer cara feia e dizer palavras duras com o passarinho que ficou preso na armadilha. A armadilha já está roubando-lhe a liberdade. Basta ajuda-lo a sair.

Devemos pedir ao Senhor que nos ajude na caminhada de fé para que sejam guiados pelo Espírito, andemos no Espírito e produzamos o Fruto do Espírito. Isso nos habilitará a cuidar bem dos nossos irmãos.

Porque todo trabalho de restauração precisa ser feito com brandura e mansidão. Isso é verdade em uma obra de arte, mas é ainda mais verdade quando estamos falando da vida de uma pessoa amada pelo Senhor.

Baseado em capítulo homônimo do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz, traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela editora Textus (1ª edição brasileira em setembro de 2000).

Sujeitai-vos uns ao outros

  Igreja Batista Videira -  João Pessoa 16/09/2018
Sujeitai-vos uns ao outros

Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef. 5.21

Dando continuidade a essa série de mensagens sobre os mandamentos recíprocos e sobre como eles são imprescindíveis para uma igreja que se pretende relacional, chegamos ao 11º mandamento “uns aos outros”.

Começamos com “membros uns dos outros” e passamos por “Dedicados uns aos outros”, “Honrando uns aos outros”, “Aceitando uns aos outros”, “Admoestando uns aos outros”, “Saudando uns aos outros”, “Servindo uns aos outros”, “Levando as cargas uns dos outros” e por fim , domingo passado refletimos sobre “suportando uns aos outros”.

Sob diversos aspectos o tema de hoje é indigesto para várias pessoas. Sujeitar-se a alguém está para além dos limites que algumas pessoas estão dispostas a ir a fim de seguir a Jesus. Sujeitar-se a Deus, tudo bem; mas a outras pessoas... aí já é demais, podem pensar alguns.

De certa maneira, a resistência para submeter-se a alguém é porque o significado da palavra vem carregado de um sentimento de impotência diante de alguém mais forte ou poderoso que eu. Submissão, portanto, é sempre algo que faço contra a minha vontade.

Quando Paulo escreveu sua carta aos efésios sujeitar-se já significava respeitar a hierarquia, isto é, a submissão era imposta de cima para baixo.

“A hierarquia estava implícita nas estruturas sociais do século I. O imperador ficava sozinho no topo da pirâmide. Imediatamente abaixo, ficava o senado, com cerca de 600 homens. Abaixo deles, estavam os ricos proprietário de terras e homens de negócios. Abaixo, estavam os aristocratas locais das províncias e cidades do império, que possuíam algum poder político ou influência devido à sua riqueza (...) A maior parte da população ocupava as classes inferiores — pequenos proprietários de terras, artesãos e comerciantes, e os pobres que conseguiam sustentar-se como trabalhadores diaristas. Abaixo deles, os mais inferiores na escala social, estavam os escravos, considerados segundo a lei como meras propriedades, apesar do fato de que muitos escravos eram indivíduos muito instruídos e talentosos. Nesta sociedade social altamente estratificada, a posição e os privilégios eram guardados ferozmente.”[1]

Em nossos dias, embora a hierarquia seja um pouco diferente, o significado é parecido. Sujeitar-se a alguém é algo que se faz obrigado, encurvado sobre um poder maior e contra a própria vontade.

Por isso muita gente torce o nariz quando se depara com os chamados bíblicos para nos sujeitarmos a outra pessoa (como, por exemplo, as esposas se sujeitarem a seus maridos, ou os filhos se sujeitarem a seus pais). Eles pensam que um Deus de amor não deveria recomendar a alguém que se sujeitasse a outra pessoa, o que parece razoável.

O que fazer, então com esse mandamento?

Uma rápida perspectiva bíblica

Bem, a primeira coisa que precisamos fazer é nos certificar de que realmente a Bíblia nos pede isso, isto é, que nos submetamos a alguém. Vejamos, então, alguns textos:

1 Pedro 5.5
5 Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”.

Tito 2.9,10
9 Ensine os escravos a se submeterem em tudo a seus senhores, a procurarem agradá-los, a não serem respondões e 10 a não roubá-los, mas a mostrarem que são inteiramente dignos de confiança, para que assim tornem atraente, em tudo, o ensino de Deus, nosso Salvador.

Colossense 3.20
20 Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor.

Efésios 5.22
22 Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor,

Romanos 13.1
1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.

Com esses textos podemos ver que o conceito de submissão não era estranho aos escritores bíblicos, muito pelo contrário. A expressão foi usada para orientar uma variedade de comportamentos que deveriam se adotados pelos cristãos. Se a Bíblia realmente apresenta e recomenda a sujeição como uma forma de relacionamento, precisamos compreender a natureza dessa sujeição.

Sujeição Mútua

Vamos examinar criteriosamente as Escrituras e buscar seu real significado. Só assim o texto sagrado vai cumprir plenamente seu papel em nossas vidas.

Tanto para sociedade do primeiro século como para a dos nossos dias, a sujeição é uma via de mão única que obriga o mais fraco a curvar-se diante do mais forte. Mas o nosso texto diz “sujeitem-se uns aos outros”. Há um elemento novo aqui. O apóstolo Paulo nos apresenta um tipo de sujeição que é um caminho de mão dupla: uns aos outros, ele diz.

Fora do Evangelho sujeitar-se é uma atitude passiva, uma marca dos vencidos. Mas, sob a sombra da cruz, submeter-se é a marca do vitoriosos; uma atitude proativa recomendada para todos.

Como é essa sujeição de mão dupla?

Imagino que os irmãos de Éfeso, assim como nós estamos agora, ficaram muito curiosos sobre essa sujeição de mão dupla. A sujeição pela força eles já conheciam, mas como seria esse 'sujeitai-vos uns aos outros'?

Ao propor que nós devemos nos sujeitar uns aos outros, Paulo não estava criando um novo ensino. Foi Jesus quem propôs esse novo jeito para o mundo funcionar:

Jesus os chamou e disse: “Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Mt 20.25-28

Esse é um bom momento para dizer que seguir a Jesus é descobrir a visão de mundo de Cristo (cosmovisão) em seus mais diferentes aspectos e se esforçar para colocá-la em prática em nossas vidas; caso contrário não teremos o direito de ser chamados discípulos de Jesus.

É importante perceber que o NT não desafia diretamente as estruturas sociais existentes, como a escravidão. Em lugar disto ele fala diretamente às pessoas cristãs, e as convoca para viverem uma vida de amor dentro das estruturas da sociedade.[2]

Todos conheciam a submissão imposta, com base na força, de cima para baixo; Paulo ecoando as palavras e a vida de Jesus, propôs uma submissão não de cima para baixo, mas em todas as direções; não com base na força, mas baseada no amor. Ele fez algumas aplicações práticas para demonstrar como isso deveria funcionar. Vejamos:

Maridos e esposas

22 Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, (...) 25 Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela

As esposas são exortadas a se sujeitarem a seus próprios maridos assim com a igreja se está sujeita a Cristo, isto é, espontaneamente e como resposta ao amor com que são amadas.

O marido é chamado a amar sua esposa, e a colocar suas vidas a serviço dela, protegendo, cuidando e provendo suas necessidades.

Assim, nesse “sujeitai-vos uns aos outros” que acontece entre marido e mulher, é o amor que norteia tanto a submissão da mulher (mediante o respeito e a consideração) quanto a submissão do homem (mediante o serviço).

Pais e filhos

1 Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo (...) 4 Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.

Os filhos são exortados a obedecerem a seus pais, reconhecendo que eles têm autoridade para orientá-los.

Já os pais são orientados a agirem com equilíbrio e sensatez, evitando assim irritarem seus filhos, levando-os à ira e à rejeição dessa autoridade.

Assim nesse “sujeitai-vos uns aos outros” que acontece entre pais e filhos, é o amor que norteia tanto a sujeição dos filhos (mediante a obediência) quanto a submissão dos pais (mediante a perseverança no ensino e no exemplo).

Senhores e escravos

5 Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. (...) 7 Sirvam aos seus senhores de boa vontade, como ao Senhor, e não aos homens, (...) 9 Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas.

Paulo não é um revolucionário que enfrenta ostensivamente a cultura escravagista de sua época, como muitos gostariam de ver. No entanto, o enfrentamento acontece e se dá na raiz do problema: a natureza pecadora do ser humano.

Os escravos são orientados a reconhecerem a autoridade de seus senhores, a respeitá-los, a tratá-los com sinceridade e a servi-los como se estivessem servindo Cristo.

Já os senhores são exortados a tratarem seus escravos com iguais a eles mesmos e deixarem de lado as ameaças, lembrando-se que há um único Senhor sobre todos, que não faz diferença entre senhores e servos.

Assim, nesse “sujeitai-vos uns aos outros” que acontece entre senhores e escravos, é a confiança/temor em Jesus que sustentam tanto a sujeição dos escravos (mediante a obediência) quanto a submissão dos senhores (mediante o respeito e o tratamento digno).

Cristãos e seus líderes

Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês. (Hb 13.17)

Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. (1 Pe 5.2,3)

Os cristãos são exortados a se submeterem à autoridade de seus líderes obedecendo sem resistência. Já os pastores e líderes são orientados a liderarem com espírito de servo, deixando de lado qualquer inclinação autoritária ou controladora.

Assim, mediados pelo amor e pela confiança, todos podemos nos sujeitar uns aos outros. Essa vida de amor à qual somos convocados vira do ponta-cabeça as ideologias de plantão, e capacita o povo de Deus a se unir em um só corpo, uma só família, uma só nação.

Conclusão

A sujeição imposta pela força, de cima para baixo, que oprime o fraco e humilha aquele que já está abatido não é deve ter lugar na igreja de Jesus e nem em qualquer um de nossos relacionamentos.

Mas a sujeição mútua, pautada no amor e na confiança, que se acontece em todas as direções, é a proposta de Cristo para uma nova realidade. O Espírito de Deus está pronto para nos ajudar. Vamos juntos?

Baseado em capítulo homônimo do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz, traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela editora Textus (1ª edição brasileira em setembro de 2000).


[1] Comentário Histórico Cultural do NT
[2] Comentário Histórico Cultural do NT

09 outubro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

28 agosto 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Aceitando uns aos outros


Aceitando uns aos outros

7Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Rm. 15.7 (NVI)

Julgar ou Aceitar

Quando a aceitação dos outros é baseada em princípios legalistas, estranhos ao ensinamento bíblico, ou meramente culturais, somos levados rapidamente a um comportamento acusador ou a uma pseudo-espiritualidade. Isso cria falsa culpa em quem é rejeitado e destrói a liberdade pessoal do cristão.

No outro lado do pêndulo, passa-se do legalismo para a licenciosidade, usando-se a liberdade em Cristo para engajar-se em atividades que são sem dúvida uma violação dos desejos de Deus, sob o pretexto de que estão “sob a graça” e não “sob a lei”.

A chave da unidade

8 Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deu;9 o é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso.10 Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que Deus planeou para nós. Ef 2.8-10 (OL)

Devemos aceitar outros cristãos assim como Cristo nos aceitou, o que nos leva a perguntar: como Jesus nos aceitou? Obviamente ele não nos aceitou por sermos perfeitos, porque não o somos. Tampouco não nos recebeu em sua família baseado em nossa cor, status, condição financeira, idade, sexo ou formação acadêmica.

Jesus nos aceitou como estávamos. Acreditamos no seu amor por nós e isso foi suficiente. Jesus Cristo nem mesmo nos pede que arrumemos a casa para sermos aceitos. Ao contrário: ele nos afirma que nos aceita com nossas fraquezas e tudo mais. Ele nos recebe como estamos para fazer as transformações de que precisamos.

A aceitação nesses termos: por amor, sem condições e com compromisso para a transformação é do tipo que glorifica a Deus, porque reconhece em Deus o autor e consumador da nossa fé.

Nem desprezo nem julgamento

3Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou. Rm 14.3(NVI)

A aceitação mútua na igreja é uma via de mão dupla. Aqueles que estão dando seus primeiros passos com o Senhor são convidados a não julgarem seus irmãos mais experientes por alguma atitude que não lhe parece correta, mas que você não está certo de que sejam realmente desobediência ao Senhor.

Aqueles que estão firmes na fé e caminham com o Senhor há tempos são convidados a não desprezarem os irmãos que em suas consciências ainda têm dúvidas sobre os assuntos sem orientação expressa nas Escrituras e se sentem inseguros em situações conflituosas.

20 Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. 21 É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair. Rm 14. 20,21 (NVI)

Se somos firmes na fé, teremos sensibilidade para com nossos irmãos e irmãs em Cristo que não são tão firmes quanto nós. Devemos ter o cuidado de não fazer nada que possa leva-los a fraquejar e cair no pecado.

Sem parcialidade

1 Meus irmãos, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, é incompatível com atitudes de parcialidade em relação às pessoas. Tg 1.1 (OL)

16 Trabalhem juntos com alegria. Não busquem mostrar grandeza. Não procurem cair nas boas graças de gente importante, mas tenham prazer na companhia de gente comum. E não pensem que vocês sabem tudo! Rm 12.16 (BV)

Tiago e Paulo alertam sobre a forma diferente com que alguns irmãos estavam tratando aqueles que tem mais recursos financeiros ou tem mais importância na sociedade. Tiago é contundente e afirma que isso não é compatível com a fé em Jesus. Já Paulo alerta para o fato de que atitudes assim colocam em risco a própria unidade da Igreja, pois é muito difícil trabalhar juntos quanto o clima da igreja é de preferência e parcialidade em favor de alguns.

Honra, sim. Favoritismo, não

Não é errado honrar que é fiel a Deus, dedicando-lhe suas posses e sua própria vida. Assim como não é errado honrar cristãos por serem hospitaleiros, anunciadores do evangelho ou servos fiéis em tudo que fazem. A honra digna de ser recebida também honra a Deus que presenteou com dons e talentos.

No entanto, favoritismo e discriminação fazem com que cristãos sejam rejeitados e apartados, o que viola a lei de Deus e a verdadeira natureza do funcionamento do corpo de Cristo. Se mostramos favoritismo, destruímos a unidade, a harmonia e a singularidade do corpo de Cristo.



Adaptação a partir do capítulo 5 – Aceitando uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus – Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova Versão Internacional