01 abril 2007

O Poder que há na Cruz - 6

Introdução à Mensagem

(35) Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte. (36) E, assentados ali, o guardavam. (37) Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. (38) E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. (39) Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: (40) Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! (41) De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: (42) Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. (43) Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. (44) E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele. (45) Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. (46) Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (47) E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. (48) E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. (49) Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. (50) E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. (Mateus 27:35-50)

Conta-se que em certo país do oriente médio a punição para alguém que fosse flagrado roubando um objeto era 50 chicotadas públicas, após o que ele podia ser libertado. Havia nesse país um juiz, um homem já velho, conhecido por todos como justo em seus julgamentos e na aplicação das sentenças.

Certa vez, em um dia normal de trabalho, foi anunciado o julgamento de um jovem que havia sido flagrado roubando. O caso era simples. Por isso, antes mesmo que aquele jovem entrasse no tribunal, o juiz já sabia o veredicto e a pena que deveria aplicar para o cumprimento da lei.

No entanto quando o jovem entrou na sala de julgamento, o Juiz compadeceu-se daquele rapaz. Era o filho de um vizinho seu. Ele conhecia aquele rapaz desde a mais tenra idade. Ele vira o garoto crescer brincando na calçada em frente a sua casa. Mas o que ele poderia fazer? A lei era clara, o rapaz realmente havia cometido o crime e a punição precisava acontecer. Como ele poderia manter-se como um juiz justo e ao mesmo tempo demonstrar o seu amor?

Então, depois de presidir o julgamento, emitir o veredicto de culpado e anunciar a sentença a ser executada, o velho juiz levantou-se, livrou-se dos paramentos do judiciário, assumiu o lugar do jovem e recebeu em seu próprio corpo as 50 chicotadas. Terminado o suplício ele virou-se para o jovem e disse: você está livre!

Na Cruz há poder para revelar o caráter de Deus. A cruz é o exato momento que a justiça e o amor de Deus se revelam em toda a sua plenitude. Na cruz foi confirmado que o caráter de Deus é imutável e que as nossas dúvidas sobre Ele são apenas a confirmação de nossas limitações em compreendê-lo. Ele sempre será santo, justo e bom.

Mas antes de aprendermos sobre as virtudes de um Deus justo e cheio de amor, precisamos compreender que a Cruz foi um acordo divino entre o Pai e o Filho. O Pai não é um Deus irado que forçou o filho a morrer; o Filho não é o lado amoroso de Deus pai.

(14) Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, (15) assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. (16) Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. (17) Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. (18) Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai. (João 10:14-18)

Na cruz do Calvário Jesus decidiu receber sobre seu próprio corpo a pena que estava endereçada para cada um de nós. Ele abriu mão de sua condição divina e espontaneamente assumiu o meu (e o seu) lugar na justa punição pelos nossos pecados.

Apesar da dor, do sofrimento, da angústia que cercava a todos que testemunharam a morte de Cristo. Tudo estava acontecendo exatamente como havia sido planejado desde a eternidade. Se por um lado Jesus entregou-se por sua livre vontade, recebendo em si mesmo o castigo que deveria ser nosso; por outro lado, a cruz foi um desejo também do Pai, que optou por desviar sua ira para único que era capaz de suportá-la.

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (7) Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. (8) Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. (9) Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. (10) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. (Isaías 53:4-10)

Na cruz, Deus executa a justiça pelo pecado cometido. Na cruz, Deus demonstra o seu amor pelo pecador perdido. Na cruz, aquele não tinha pecados recebeu a punição pelos pecados de toda a humanidade.

Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste!

A Bíblia conta a história de Abraão. Ele ficou conhecido como pai da fé

(1) Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! (2) Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. (3) Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. (4) Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. (5) Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. (6) Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. (7) Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? (8) Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. (9) Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; (10) e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. (11) Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! (12) Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. (13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho. (14) E pôs Abraão por nome àquele lugar - O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá. (15) Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão (16) e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, (17) que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, (18) nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. (19) Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência. (Gênesis 22:1-19)

O filho de Abraão não foi morto porque o anjo do Senhor bradou dos céus e impediu o sacrifício. Um cordeiro no lugar do menino. Isac não morreu, mas cordeirinho foi sacrificado.

(13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.

A cruz é a marca da justiça de Deus

Mas o filho de Deus não foi poupado. Sua vinda estava prevista desde o Éden, os profetas falaram da sua vida, morte e ressurreição, os sacerdotes e os sacrifícios eram ilustrações do verdadeiro sacrifício.

Jesus gritou: Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste?

O Senhor foi desamparado para que você pudesse ser acolhido
O Senhor morreu para que você pudesse ter vida
O Senhor suportou a ira de Deus para que você sinta o amor

Como o jovem Isac, nós fomos poupados. Em nosso lugar o Cordeiro de Deus: Jesus Cristo.

Ao meio-dia, quando Jesus ainda estava pendurado na cruz, os céus se escureceram. Por quê? Aquela escuridão era a demonstração visível da seriedade com que Deus trata o pecado.

Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (Romanos 8:32)

No momento em que o Senhor Jesus assumia sobre si a pena pelos pecados da humanidade, interrompeu-se a comunhão entre o Pai e Filho. Deus não pode lidar com o pecado sem executar a justa punição. Jesus recebeu sobre si a justa punição pelos nossos pecados, já que Ele mesmo viveu uma vida sem pecados.

Três horas de silêncio. Três horas de escuridão, três horas sofrendo o pior castigo que qualquer criatura poderia sofrer: a separação de Deus.

A cruz é a marca do amor de Deus

(6) Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (7) Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. (8) Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:6-8)

Aceitar a Cristo é dizer sim para algumas coisas:

É dizer sim para o fato de que você tem vivido separado de Deus por causa dos seus pecados. Reconhecer-se um pecador cuja a justa punição é a separação de Deus.

É dizer sim e reconhecer sua incapacidade de atender por seu próprio esforço aos padrões de Santidade que Deus deseja para você; E abrir mão das tentativas de justificar-se.

É dizer sim, e aceitar que os efeitos da morte de Cristo sejam aplicados por Deus em sua vida. É confiar que a morte do Cordeiro de Deus é um benefício que pode livrá-lo(a) da justa punição pelos seus pecados.

Não há merecimento, você não fez nada para isso, é simplesmente a demonstração do amor de Deus por você. Ele não quer que você viva uma eternidade de lamento e choro.

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (18) Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (19) O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (João 3:16-19)

O tratamento de Deus para o pecado é drástico. Ele não põe panos quentes, Ele não encobre, Ele não ameniza. O pecado destrói família, arrasa relacionamentos, devasta nações inteiras, contamina culturas, afunda as pessoas em suas próprias mazelas e gera morte.

O tratamento de Deus para o pecado foi a Cruz de Cristo. Se você ainda não se apropriou dessa solução de Deus, saiba que não existe outra.