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09 outubro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

02 outubro 2016

Jesus Cristo: único e necessário


JESUS CRISTO: ÚNICO E NECESSÁRIO

Diferente em que?

Irmãos, hoje à noite desejo compartilhar um pouco sobre nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A pergunta que pretendo responder é: Em que Jesus é diferente? Não seria ele um entre muitos messias que se anunciam como salvadores? Ou ele é realmente único e necessário para nossas vidas?

Jesus viveu entre nós como uma pessoa comum. Ele foi plenamente humano entre nós. Jesus nasceu de uma mulher, foi um bebezinho precisando de cuidados, tornou-se uma criança que corria e brincava com os amigos, aprendeu a profissão de seu pai e trabalhou pesado como carpinteiro, estudou as Escrituras com dedicação e aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu (Hb 5.8).

Jesus também morreu como as pessoas comuns morrem. Seu corpo não suportou as atrocidades que sofreu. A tortura física que lhe foi imposta com açoites e espancamento e o suplício que a crucificação produzia nos crucificados tirou-lhe a vida em meio a muitas dores e sofrimento. Assim como os ladrões ao seu lado, ele deu seu suspiro final ali, pregado no madeiro.

Por que, então, Jesus era e é diferente?

18 junho 2016

Evangelho Autêntico - Sem mim, nada podeis fazer


Evangelho Autêntico
Sem mim, nada podeis fazer

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o terceiro encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus.

Primeiramente vimos que o Evangelho é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.

Depois, chegamos à conclusão de que Jesus nos chama para si mesmo (vinde a mim!), não para uma religião. Ele é o único caminho para a liberdade dos pesados fardos das tentativas de justiça própria, do esforço religioso e da confiança no mérito pessoal.

Vimos que da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse, somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que nossa caminhada de fé não é trilhada à base da virtude humana, mas decorre do amor gracioso de Deus por nós.

Nossa vida cristã não será saudável se for uma correria para longe de Jesus, em busca de realizações para agradar a Deus; o evangelho autêntico é o convite de Jesus para nos achegarmos para perto dele. É assim que seremos aliviados e encontraremos descanso para nossas almas.

Introdução

Hoje veremos outro aspecto do evangelho: só o experimentaremos de verdade se estivermos conectados a Jesus: “sem mim nada podeis fazer”. Nosso texto base será Mt 11.28:

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Quando Jesus falou essa frase, “sem mim nada podeis fazer”, ele estava explicando uma comparação. Aliás, ele fez isso várias vezes: para ensinar verdades espirituais, ele gostava de recorrer a ilustrações, começando nas coisas normais da vida diária. Jesus falou de ovelhas, de arado, de sementes, de lampião, de varrer a casa...  

Dessa vez, ele estava usando a videira para fazer uma comparação e ensinar verdades espirituais importantes. Para aqueles discípulos que ouviram Jesus falar pela primeira vez, a videira era uma planta muito conhecida, talvez como a latada de maracujá ou a rama de melancia, para quem conhece o interior do Nordeste.

É por isso que quando Jesus disse: eu sou a videira verdadeira, todo mundo que o ouviu imaginou logo um pé de uva. E como é um pé de uva? (imagens)

Um novo significado

Mas não foi apenas porque a videira fazia parte da agricultura hebraica que Jesus a usou como ilustração. A videira também aparece muitas vezes como simbologia no Antigo Testamento e isso poderia ajudar as pessoas a compreender o novo significado que Jesus queria dar para essa comparação.

O profeta Oseias falou sobre uma videira para ilustrar a situação em que se encontrava a nação de Israel: uma nação próspera que se entregou à idolatria, cultuando os deuses dos povos vizinhos.

1 Israel era como videira viçosa; cobria-se de frutos. Quanto mais produzia, mais altares construía; Quanto mais sua terra prosperava, mais enfeitava suas colunas sagradas. Os 10.1

O profeta Isaías também usou a mesma imagem da videira, mas para descrever o cuidado constante de Deus com Israel.

2 Ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensar uvas. Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas. Is 5.2

De forma semelhante, o profeta Jeremias falou sobre uma videira de sementes selecionadas, mas que se tornou degenerada e selvagem

21 Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem? Jr 2.21

Na fala dos profetas, a videira era sempre a nação de Israel, plantada e cuidada por Deus; Jesus, no entanto, fez uma outra comparação. Ele disse que a videira de Deus era ele mesmo: eu sou a videira verdadeira, disse Jesus, e meu pai é o agricultor.

Jesus é a videira

Talvez não seja possível para nós avaliar o grande impacto dessa nova proposta. Mas deixe-me tentar explicar.

Os judeus se orgulhavam muito de sua história. Eles confiavam no fato de que eram descendentes de Abraão, e de que por isso tinham uma condição especial diante de Deus. Eles liam os profetas e achavam que o parentesco deles com Abraão era a ligação que os mantinham conectados à videira e sob os cuidados de Deus.  

Quando João Batista começou a pregar, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, muitos Judeus correram para ser batizados por ele, mas no fundo eles não estavam arrependidos da maneira como viviam. João foi duro com eles:

7-9Era assim que João pregava às multidões que vinham para batizar-se: Raça de víboras! Quem os avisou de fugir do julgamento de Deus que há-de vir? Tratem primeiro de mostrar o vosso arrependimento pela maneira como vivem. E não pensem que estão em segurança por descenderem de Abraão. Isso não basta; até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar-vos as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo. Lc 3.7-9 (OL)

Talvez agora dê para perceber como a fala de Jesus foi contundente: enquanto os judeus acreditavam que os descendentes de Abraão eram a videira de Deus neste mundo, a fonte de vida para as outras nações, Jesus apresentou-se a si mesmo como a videira verdadeira, o centro da vida.

A vida de Deus emana dele, a salvação de Deus, a esperança de Deus... Tudo de Deus converge para ele. Portanto, a vida está disponível sim, mas não para aqueles ligados a Abraão pelos laços de sangue; a vida é um presente para aqueles ligados a Jesus pelo poder do Espírito Santo.

Hoje, muitos irmãos que vivem de forma semelhante àquelas pessoas a quem João falou. Acham que é suficiente ser membro de uma igreja. Acham que se forem dizimista e usarem o crentês no domingo aí “tá tranquilo, tá favorável”. Pensam que estão bombando quanto postam no Face uma frase gospel ou uma imagem bonita com versículo e aí escrevem embaixo: “A minha cara!” ou “Muito forte!”. Mas estão enganados!

Entendem que a conexão importante para suas vidas é com a moda gospel do André e da Ana Paula, com o pregador da moda que aos berros promete mundos e fundos na televisão, com o novo clip da MK ou com a blogueira de milhões de fãs... Estão completamente enganados!

Há crentes que se acham seguros porque são sangue bom, porque têm história, porque papai e mamãe são líderes na igreja, porque organizaram um lual, porque participaram da bandinha no EJC ou distribuíram cesta básica para famílias necessitadas. Estão profundamente enganados!

A segurança está na videira e a videira verdadeira é Jesus! A vida está nele desde a eternidade. Veja o dizem as Escrituras:

15 Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele existe antes de Deus ter criado todas as coisas e está acima de toda a criação 16 Na verdade, foi através dele que Deus criou tudo o que há nos céus e sobre a Terra, até os governantes, as autoridades, os que têm o poder e a força, tanto no mundo espiritual como no terreno. Tudo isso foi estabelecido por Cristo, e para Cristo. 17 Antes que tudo tivesse sido criado, já ele tinha existência; e todo o universo se mantém graças a ele.

18 Cristo é a cabeça da igreja, a qual é o seu corpo. E é o princípio de uma vida nova, o primeiro a ter ressuscitado dos mortos, e é consequentemente o primeiro em tudo e sobre todas as coisas!

19 Porque Deus em toda a sua plenitude decidiu estar presente em Cristo, 20 e por ele Deus reconciliou todas as coisas consigo mesmo. Cristo estabeleceu a paz com tudo que existe no céu e na Terra por meio do seu sangue na cruz. Cl 1.15-20

Nós somos os ramos

Na comparação que Jesus fez, ele é a videira. Ele foi plantado por Deus, o agricultor. Nós somos os ramos da videira.

Jesus afirmou para Nicodemos que para alguém entrar no Reino dos Céus é preciso nascer duas vezes: da água e do Espírito. Nós sabemos que esse segundo nascimento é quando o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Nessa ilustração de Jesus, nascer de novo é brotar do tronco da videira. Por meio de Jesus, a vida de Deus encontrou lugar em nós. Ele é a videira, nós somos os ramos.

Meus irmãos, agora prestem atenção a isso: de si mesmos os ramos não têm vida; de si mesmos os ramos não têm força; por si mesmos os ramos não se desenvolvem; por si mesmos os ramos não crescem; por si mesmos, os ramos não produzem fruto. Em tudo, os ramos são dependentes da videira.

Enquanto os falsos evangelhos alardeiam sua capacidade de fazer por conta própria o que você quiser, o autêntico evangelho de Jesus afirma: “sem mim, nada podeis fazer”. Veja o que disse Jesus:

4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Jo 15.4 (NVI)
Hoje em dia qual é a primeira informação que a maioria das pessoas pede quando chegam a um restaurante ou na casa de um amigo? A senha do wi-fi. Por quê?

- Ora, porque não tem crédito no celular! Aí tem que aproveitar o wi-fi!

Não deixa de ser verdade. Mas por que esse desespero para conectar no wi-fi da lanchonete ou filar a conexão 4G do amigo? Porque ninguém quer ficar desconectado.

Jesus está dizendo pra você hoje à noite que a conexão mais importante da sua vida e com ele. Um ramo quebrado, desconectado da videira, na verdade não seca de uma hora para outra. Mas ele vai murchando, perde o brilho, perdendo as forças, até que seca.

É assim que está sua alma? Conectada com tudo, menos com aquele de onde vem a vida? Então é bem possível que você esteja secando por dentro. É possível que a leitura da Bíblia não seja mais tão prazerosa, que a oração seja um fardo pesado e que a comunhão com os irmãos pareça até desnecessária.

O primeiro passo para sair dessa situação é você admitir que Jesus não tem sido a principal conexão de sua vida. Você não está permanecendo na videira! É duro reconhecer que o nosso status em relação a Jesus é “não conectado”, mas esse é o caminho da restauração.

Permanecer

Depois de admitir, você precisa atender ao chamado de Jesus. Veja o que ele disse: 4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Jo 15.4a

Em outras palavras, Jesus está dizendo: conecte-se a mim, porque o meu wi-fi está sempre disponível e com sinal cheio! E como isso acontece na prática? Assim como é preciso ajustar as configurações do celular, você também precisar ajustar as configurações da sua vida:

(1)          A primeira coisa é acreditar no profundo de sua alma que Jesus é o filho de Deus. João, um dos discípulos de Jesus afirmou que confessar essa crença em Jesus abre as portas da nossa vida para que Ele permaneça em nós e nós nele.

Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. 1Jo 4:15 (NVI)

Se isso ainda não aconteceu com você, procure ler as Escrituras e conhecer a vida e a pessoa de Jesus.


(2)          O segundo passo é render-se a Jesus. O mesmo João afirmou que aqueles que se rendem a Jesus são incluídos na família Deus e ganham o direito de serem chamados filhos de Deus

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1:12 (NVI)

(3)          Depois você deve seguir descobrindo qual é maneira que Deus recomenda que a vida seja vivida E ajustar o seu jeito de pensar e viver às orientações do Espírito de Deus nas Escrituras.

Os que obedecem aos seus mandamentos permanecem nele, e ele neles. Deste modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu. 1Jo 3:24 (NVI)

(4)          Por fim, você precisa viver a vida confiando no evangelho. É não desistir! É não deixar morrer a semente que foi plantada em sua alma pelo Espírito de Deus.

Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai. 1Jo 2:24 (NVI)

Conclusão

Irmãos, o Senhor Deus é o dono da vinha. Ele plantou Jesus como a videira verdadeira. Através da cruz de Cristo, Ele resgatou homens e mulheres e os colocou em íntima ligação com o Filho, fazendo-nos ramos dessa videira verdadeira. A vida que temos em nós vem da videira: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.

Não há conexão mais importante em sua vida do que a conexão com Jesus. É dele que vem a seiva que mantém você espiritualmente vivo. Sem ele, nada de valor poderemos fazer. Sem ele nada do que fazemos tem implicações eternas. Sem ele nós podemos até parecer vivos, mas na verdade estamos mortos.


Você está ligado à videira verdadeira? Então permaneça nela! Uma vida cheia de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade está esperando por você. O Espírito produzirá em você os doces frutos da presença dele em nós.

03 junho 2007

O Caminho da Cruz - Parte 2

Introdução

Vimos pela manhã que o caminho da cruz começa onde estamos. Precisamos reconhecer o quanto estamos distantes do centro do cristianismo. Mas onde fica o centro?

(41) Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. (42) Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38-42)

Marta não tinha dúvida de que estava fazendo a coisa certa. Jesus havia chegado a sua casa e era preciso tomar as providencias necessárias para recebê-lo bem. Marta concentrou-se nas necessidades de Jesus, mas o centro da sua vida era ela mesma e sua capacidade de fazer a coisa certa. Ela queria agradá-lo com seu esforço pessoal.

Maria não tinha dúvida de que estava fazendo a coisa certa. Jesus havia chegado a sua casa e ela podia perder a oportunidade de ouvir as palavras do Mestre. Maria concentrou-se em suas próprias necessidades, mas o centro da sua vida era o sustento que vinha das palavras de Jesus. Ela queria alimentar-se das palavras Dele.

Marta escolheu a si mesma; Maria escolheu Jesus.

Maria escolheu a boa parte. Ela não perdeu tempo com os enfeites da gaiola e foi direto ao que era necessário para que sua alma sobrevivesse. Sentou-se aos pés de Jesus.

O centro é Cristo

Na carta que escreveu aos colossenses, o apóstolo Paulo procura explicar a dimensão da centralidade de Cristo.

(13) Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, (14) no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. (15) Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (16) pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. (17) Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (18) Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, (19) porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude (20) e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. (Colossenses 1:13-20)

Se você tinha alguma dúvida sobre onde está o centro do evangelho, saiba que ele fica na pessoa, palavra e obra do Senhor Jesus Cristo. O caminho da cruz começa onde você está e vai até a morte de Cristo na Cruz.

O evangelho de Jesus, a boa notícia da parte de Deus é esta: nossa inimizade com Deus foi apaziguada pelo sangue de Cristo derramado na cruz. Fomos reconciliados com Deus através da morte de Cristo. O centro do evangelho é a cruz de Cristo.

A questão é: como eu saio de onde eu estou e me volto para cruz de Cristo. Qual o caminho da cruz? Quais são os passos que eu devo dar para trilhar o caminho da cruz?

Bem, seria muito bom que as coisas fossem assim. Alguns passos, algumas regrinhas e tudo resolvido. Na verdade o caminho da cruz é pessoal, porque cada um de nós se encontra em um lugar diferente. O destino é o mesmo, mas o ponto de partida é diferente. Por isso não há fórmulas mágicas, o cristianismo é uma caminhada pessoal de relacionamento cotidiano com o Cristo Ressurreto.

Então, o que estamos fazendo aqui?

Quando olhamos para o passado e observamos a caminhada de outros discípulos de Cristo é fácil ver que há desvios muito parecidos que desafiaram todos eles. Apesar de estarmos em lugares diferentes, em épocas diferentes, somos todos humanos, temos falhas comuns, a mesma tendência pecaminosa que encontrou lugar na raça humana desde Adão tenta hoje nos seduzir e desviar da cruz de Cristo.

Mas o caminho da cruz não pode ter desvios. Quando isso acontece é porque nos esquecemos de que a direção é o centro: a pessoa, palavra e obra de Jesus Cristo.

Durante esses dias vamos refletir sobre três desvios que são capazes de nos levar para longe da cruz de Cristo: o legalismo, a culpa e o domínio dos sentimentos.

LEGALISMO

Algumas Definições

Legalismo é um sistema de regras, expectativas ou regulamentos que prometem o amor de Deus em troca do esforço e da obediência humana.

Legalismo é qualquer tentativa de apoiar-se no esforço próprio para obter ou manter nossa justificação diante de Deus.

Legalismo é pretender alcançar o perdão de Deus e sua aceitação por meio da obediência a Ele.

O legalismo é um dos mais terríveis inimigos da graça de Deus porque ele é fruto de um coração que se julga capaz de obter a justificação de seu pecado. O legalismo é fruto de um coração enfatuado e arrogante.

O legalista não consegue admitir sua condição de pecador irrecuperável. Ele acha que basta um pouco mais de esforço próprio para que Deus o considere justo.

Como surgem os legalistas?

O legalismo é uma doença dos crentes, não dos incrédulos. Ele surge do meio de pessoas que têm a intenção de agradar a Deus. São pessoas dedicadas e cheias de fervor religioso e que gostam de cumprir regras. Não há nada de errado em cumprir regras, mas os legalistas tentam transformam as regras no caminho da salvação.

Alexandre é um cristão novinho em folhas. Ele tem muito para aprender sobre a vida com cristo, mas já tem um amor genuíno por Jesus Cristo.

Foi aí que o amigo Miguel, percebendo que Alexandre tinha dificuldades para ler a Bíblia, ofereceu um plano de leitura das Escrituras em um ano. Alexandre ficou maravilhado e começou imediatamente. Alexandre era uma alegria só com a leitura da Palavra de Deus.

Avançando seis meses, Alexandre agora é um crente muito ocupado. Depois de Miguel ter apresentado o plano de leitura da Bíblia, Joel o incentivou a meditar nas escrituras, André ressaltou as maravilhas de participar de um grupo de prestação de conta de homens e, em um sermão, o seu pastor falou da grande importância das reuniões de oração.

Então Alexandre participou de uma conferência sobre evangelização, afinal ele precisa testemunhar de evangelho todos os dias. Depois ouviu em um programa de rádio sobre o jejum e em outro sobre a santidade do viver.

Aos poucos Alexandre foi acrescentando mais e mais atividades espirituais à sua agenda. Todas elas muito boas e algumas imprescindíveis ao seu crescimento.

Ora, mas se são coisas boas e imprescindíveis, onde surge o legalismo? Ele aparece quando Alexandre, o novo convertido, permite um desvio perigoso em sua mente.

Oração, leitura da Bíblica, jejum, comunhão e testemunho são presentes de Deus através do qual podemos experimentar sua inclinação em nosso favor. Através da prática de cada uma dessas disciplinas podemos perceber o quanto Deus nos ama e como Ele cuida de nós. O desvio acontece quando Alexandre passa a usar essas disciplinas para obter a graça de Deus.

Quais são os sintomas desse desvio?

Como o legalismo é uma doença dos crentes, o desvio se torna perceptível nas manhãs e tardes de domingo. A alegria e o prazer de Alexandre que antes eram espontâneos passam a depender dos acontecimentos da semana.

Se a reunião de oração foi legal, a reunião do grupo pequeno foi uma benção, se ele conseguir ler a bíblia todos os dias e cumpriu o jejum da semana, então ele se alegra e se sente pronto para adorar a Deus.

Mas se ele faltou o culto de oração na semana, se teve dificuldade em ler a palavra todos os dias, se fracassou no jejum ou se o grupo pequeno foi um desastre, então ele se sente culpado, pensa que esse negócio de servir ao Senhor não vale a pena e acha que Deus está gostando menos dele do que na semana passada. Em suma, ele se sente desaprovado pelo Senhor quando não faz tudo certinho como ele acha deve ser feito.

Alexandre deixou de confiar no evangelho da Cruz e passou a confiar na sua própria performance das disciplinas espirituais. Como Marta, ele deixou de prestar atenção nas palavras de Jesus para gastar energias em buscar reconhecimento por seu desempenho operacional.

Gálatas insensatos

O apóstolo Paulo escreveu uma carta inteira para orientar os crentes da Galácia sobre os riscos do legalismo. Os crentes dessa região da Ásia estavam sendo pressionados pelos judeus a observarem todos os rituais e cerimônias da lei judaica.

Segundo os judaizantes não seria possível alguém ser alcançado pela salvação sem que essa pessoa cumprisse com todos os rituais e cerimônias da lei. Em outras palavras, a Cruz de Cristo não era suficiente. Era preciso fazer algo mais.

(1) Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? (2) Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (3) Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? (4) Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. (5) Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gálatas 3:1-5)

Pode ser que você hoje tenha compreendido o quanto tem agido de forma insensata, tentando acrescentar seu esforço próprio à fé salvadora que vem de Cristo. Não se entristeça, hoje é começo da sua plena libertação! Confie no Senhor, ele vai quebrar as algemas do legalismo, que tem lhe afastado do caminho da cruz.

A verdade liberta

Certa vez Jesus afirmou: conhecereis a verdade e ela vos libertará. A libertação do legalismo é obra do Espírito de Deus. Porque é o Espírito que convence. É Ele quem revela a verdade.

como está escrito: Não há justo, nem um sequer, (Romanos 3:10)

A citação do apóstolo é do salmo xx. Ninguém tem direitos diante de Deus por causa de sua própria justiça. Não há um só que seja justo por si mesmo! E Não é preciso ser muito perspicaz para descobrir isso. Basta que sua consciência não esteja cauterizada para você ter que admitir o que diz o profeta Isaías e apóstolo Paulo.

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam. (Isaías 64:6)

(23) pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, (Romanos 3:23)

Se não somos justos, precisamos ser justificados. Como poderia ser possível que Deus nos considerasse justos quando na verdade não somos? Muitos judeus acreditavam que poderiam alcançar essa posição diante de Deus, caso se esforçassem muito para fazer as coisas da maneira certa.

No entanto o apóstolo Paulo escrevendo tanto aos Gálatas quanto aos Romanos explica que a justificação é uma obra de Deus por meio da fé no sacrifício de Jesus.

sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. (Gálatas 2:16)

(24) sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, (Romanos 3:23-24)

Aí está o poder da Cruz de Cristo! Deus lhe entrega as credencias de justo não pelo seu esforço em fazer as coisas certinha, mas por causa da sua fé em Cristo Jesus, o justo.

A salvação não para aí. Depois de justificados, entramos em uma processo santificação através do qual o Espírito de Deus vai moldando em nós o caráter de Jesus Cristo. Assim a justiça de Cristo vai sendo aplicada à minha vida a cada dia.

Na primeira vez em que você se arrependeu de seu pecados e colocou sua confiança em Jesus Cristo, você foi justificado, declarado justo por causa de sua fé em Jesus. No dias que se seguiram até hoje você tem se aperfeiçoado (feito justo) pela obra do Espírito Santo em você.

A justificação é um ato soberano de Deus, não depende em nada de você. Até a fé para crer em Jesus é um presente Dele. Já a santificação é um processo no qual a nossa vontade tem interferência. Uma vez justificados estamos livres para buscar o aperfeiçoamento. A nossa posição de justos pela fé em Jesus é o pré-requisito da santificação.

O legalista mistura as coisas e faz diferença entre justificação e santificação. Ele acha que se tentar ser santo pelo seu próprio esforço, Deus irá considerá-lo justo. Ele não compreende que preciso primeiro Deus o declare justo pela fé em Cristo, para em seguida ele poder buscar a santidade.

Conclusão

Se você entrou pelo desvio do legalismo e perdeu o caminho da cruz, hoje você está sendo desafiado a voltar para a Cruz. Confie no sacrifício de Cristo, não no seu esforço em fazer tudo certinho. Quebre as algemas do legalismo com o martelo da confiança na cruz de Cristo.