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18 junho 2016

Evangelho Autêntico - Sem mim, nada podeis fazer


Evangelho Autêntico
Sem mim, nada podeis fazer

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o terceiro encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus.

Primeiramente vimos que o Evangelho é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.

Depois, chegamos à conclusão de que Jesus nos chama para si mesmo (vinde a mim!), não para uma religião. Ele é o único caminho para a liberdade dos pesados fardos das tentativas de justiça própria, do esforço religioso e da confiança no mérito pessoal.

Vimos que da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse, somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que nossa caminhada de fé não é trilhada à base da virtude humana, mas decorre do amor gracioso de Deus por nós.

Nossa vida cristã não será saudável se for uma correria para longe de Jesus, em busca de realizações para agradar a Deus; o evangelho autêntico é o convite de Jesus para nos achegarmos para perto dele. É assim que seremos aliviados e encontraremos descanso para nossas almas.

Introdução

Hoje veremos outro aspecto do evangelho: só o experimentaremos de verdade se estivermos conectados a Jesus: “sem mim nada podeis fazer”. Nosso texto base será Mt 11.28:

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Quando Jesus falou essa frase, “sem mim nada podeis fazer”, ele estava explicando uma comparação. Aliás, ele fez isso várias vezes: para ensinar verdades espirituais, ele gostava de recorrer a ilustrações, começando nas coisas normais da vida diária. Jesus falou de ovelhas, de arado, de sementes, de lampião, de varrer a casa...  

Dessa vez, ele estava usando a videira para fazer uma comparação e ensinar verdades espirituais importantes. Para aqueles discípulos que ouviram Jesus falar pela primeira vez, a videira era uma planta muito conhecida, talvez como a latada de maracujá ou a rama de melancia, para quem conhece o interior do Nordeste.

É por isso que quando Jesus disse: eu sou a videira verdadeira, todo mundo que o ouviu imaginou logo um pé de uva. E como é um pé de uva? (imagens)

Um novo significado

Mas não foi apenas porque a videira fazia parte da agricultura hebraica que Jesus a usou como ilustração. A videira também aparece muitas vezes como simbologia no Antigo Testamento e isso poderia ajudar as pessoas a compreender o novo significado que Jesus queria dar para essa comparação.

O profeta Oseias falou sobre uma videira para ilustrar a situação em que se encontrava a nação de Israel: uma nação próspera que se entregou à idolatria, cultuando os deuses dos povos vizinhos.

1 Israel era como videira viçosa; cobria-se de frutos. Quanto mais produzia, mais altares construía; Quanto mais sua terra prosperava, mais enfeitava suas colunas sagradas. Os 10.1

O profeta Isaías também usou a mesma imagem da videira, mas para descrever o cuidado constante de Deus com Israel.

2 Ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensar uvas. Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas. Is 5.2

De forma semelhante, o profeta Jeremias falou sobre uma videira de sementes selecionadas, mas que se tornou degenerada e selvagem

21 Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem? Jr 2.21

Na fala dos profetas, a videira era sempre a nação de Israel, plantada e cuidada por Deus; Jesus, no entanto, fez uma outra comparação. Ele disse que a videira de Deus era ele mesmo: eu sou a videira verdadeira, disse Jesus, e meu pai é o agricultor.

Jesus é a videira

Talvez não seja possível para nós avaliar o grande impacto dessa nova proposta. Mas deixe-me tentar explicar.

Os judeus se orgulhavam muito de sua história. Eles confiavam no fato de que eram descendentes de Abraão, e de que por isso tinham uma condição especial diante de Deus. Eles liam os profetas e achavam que o parentesco deles com Abraão era a ligação que os mantinham conectados à videira e sob os cuidados de Deus.  

Quando João Batista começou a pregar, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, muitos Judeus correram para ser batizados por ele, mas no fundo eles não estavam arrependidos da maneira como viviam. João foi duro com eles:

7-9Era assim que João pregava às multidões que vinham para batizar-se: Raça de víboras! Quem os avisou de fugir do julgamento de Deus que há-de vir? Tratem primeiro de mostrar o vosso arrependimento pela maneira como vivem. E não pensem que estão em segurança por descenderem de Abraão. Isso não basta; até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar-vos as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo. Lc 3.7-9 (OL)

Talvez agora dê para perceber como a fala de Jesus foi contundente: enquanto os judeus acreditavam que os descendentes de Abraão eram a videira de Deus neste mundo, a fonte de vida para as outras nações, Jesus apresentou-se a si mesmo como a videira verdadeira, o centro da vida.

A vida de Deus emana dele, a salvação de Deus, a esperança de Deus... Tudo de Deus converge para ele. Portanto, a vida está disponível sim, mas não para aqueles ligados a Abraão pelos laços de sangue; a vida é um presente para aqueles ligados a Jesus pelo poder do Espírito Santo.

Hoje, muitos irmãos que vivem de forma semelhante àquelas pessoas a quem João falou. Acham que é suficiente ser membro de uma igreja. Acham que se forem dizimista e usarem o crentês no domingo aí “tá tranquilo, tá favorável”. Pensam que estão bombando quanto postam no Face uma frase gospel ou uma imagem bonita com versículo e aí escrevem embaixo: “A minha cara!” ou “Muito forte!”. Mas estão enganados!

Entendem que a conexão importante para suas vidas é com a moda gospel do André e da Ana Paula, com o pregador da moda que aos berros promete mundos e fundos na televisão, com o novo clip da MK ou com a blogueira de milhões de fãs... Estão completamente enganados!

Há crentes que se acham seguros porque são sangue bom, porque têm história, porque papai e mamãe são líderes na igreja, porque organizaram um lual, porque participaram da bandinha no EJC ou distribuíram cesta básica para famílias necessitadas. Estão profundamente enganados!

A segurança está na videira e a videira verdadeira é Jesus! A vida está nele desde a eternidade. Veja o dizem as Escrituras:

15 Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele existe antes de Deus ter criado todas as coisas e está acima de toda a criação 16 Na verdade, foi através dele que Deus criou tudo o que há nos céus e sobre a Terra, até os governantes, as autoridades, os que têm o poder e a força, tanto no mundo espiritual como no terreno. Tudo isso foi estabelecido por Cristo, e para Cristo. 17 Antes que tudo tivesse sido criado, já ele tinha existência; e todo o universo se mantém graças a ele.

18 Cristo é a cabeça da igreja, a qual é o seu corpo. E é o princípio de uma vida nova, o primeiro a ter ressuscitado dos mortos, e é consequentemente o primeiro em tudo e sobre todas as coisas!

19 Porque Deus em toda a sua plenitude decidiu estar presente em Cristo, 20 e por ele Deus reconciliou todas as coisas consigo mesmo. Cristo estabeleceu a paz com tudo que existe no céu e na Terra por meio do seu sangue na cruz. Cl 1.15-20

Nós somos os ramos

Na comparação que Jesus fez, ele é a videira. Ele foi plantado por Deus, o agricultor. Nós somos os ramos da videira.

Jesus afirmou para Nicodemos que para alguém entrar no Reino dos Céus é preciso nascer duas vezes: da água e do Espírito. Nós sabemos que esse segundo nascimento é quando o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Nessa ilustração de Jesus, nascer de novo é brotar do tronco da videira. Por meio de Jesus, a vida de Deus encontrou lugar em nós. Ele é a videira, nós somos os ramos.

Meus irmãos, agora prestem atenção a isso: de si mesmos os ramos não têm vida; de si mesmos os ramos não têm força; por si mesmos os ramos não se desenvolvem; por si mesmos os ramos não crescem; por si mesmos, os ramos não produzem fruto. Em tudo, os ramos são dependentes da videira.

Enquanto os falsos evangelhos alardeiam sua capacidade de fazer por conta própria o que você quiser, o autêntico evangelho de Jesus afirma: “sem mim, nada podeis fazer”. Veja o que disse Jesus:

4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Jo 15.4 (NVI)
Hoje em dia qual é a primeira informação que a maioria das pessoas pede quando chegam a um restaurante ou na casa de um amigo? A senha do wi-fi. Por quê?

- Ora, porque não tem crédito no celular! Aí tem que aproveitar o wi-fi!

Não deixa de ser verdade. Mas por que esse desespero para conectar no wi-fi da lanchonete ou filar a conexão 4G do amigo? Porque ninguém quer ficar desconectado.

Jesus está dizendo pra você hoje à noite que a conexão mais importante da sua vida e com ele. Um ramo quebrado, desconectado da videira, na verdade não seca de uma hora para outra. Mas ele vai murchando, perde o brilho, perdendo as forças, até que seca.

É assim que está sua alma? Conectada com tudo, menos com aquele de onde vem a vida? Então é bem possível que você esteja secando por dentro. É possível que a leitura da Bíblia não seja mais tão prazerosa, que a oração seja um fardo pesado e que a comunhão com os irmãos pareça até desnecessária.

O primeiro passo para sair dessa situação é você admitir que Jesus não tem sido a principal conexão de sua vida. Você não está permanecendo na videira! É duro reconhecer que o nosso status em relação a Jesus é “não conectado”, mas esse é o caminho da restauração.

Permanecer

Depois de admitir, você precisa atender ao chamado de Jesus. Veja o que ele disse: 4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Jo 15.4a

Em outras palavras, Jesus está dizendo: conecte-se a mim, porque o meu wi-fi está sempre disponível e com sinal cheio! E como isso acontece na prática? Assim como é preciso ajustar as configurações do celular, você também precisar ajustar as configurações da sua vida:

(1)          A primeira coisa é acreditar no profundo de sua alma que Jesus é o filho de Deus. João, um dos discípulos de Jesus afirmou que confessar essa crença em Jesus abre as portas da nossa vida para que Ele permaneça em nós e nós nele.

Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. 1Jo 4:15 (NVI)

Se isso ainda não aconteceu com você, procure ler as Escrituras e conhecer a vida e a pessoa de Jesus.


(2)          O segundo passo é render-se a Jesus. O mesmo João afirmou que aqueles que se rendem a Jesus são incluídos na família Deus e ganham o direito de serem chamados filhos de Deus

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1:12 (NVI)

(3)          Depois você deve seguir descobrindo qual é maneira que Deus recomenda que a vida seja vivida E ajustar o seu jeito de pensar e viver às orientações do Espírito de Deus nas Escrituras.

Os que obedecem aos seus mandamentos permanecem nele, e ele neles. Deste modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu. 1Jo 3:24 (NVI)

(4)          Por fim, você precisa viver a vida confiando no evangelho. É não desistir! É não deixar morrer a semente que foi plantada em sua alma pelo Espírito de Deus.

Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai. 1Jo 2:24 (NVI)

Conclusão

Irmãos, o Senhor Deus é o dono da vinha. Ele plantou Jesus como a videira verdadeira. Através da cruz de Cristo, Ele resgatou homens e mulheres e os colocou em íntima ligação com o Filho, fazendo-nos ramos dessa videira verdadeira. A vida que temos em nós vem da videira: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.

Não há conexão mais importante em sua vida do que a conexão com Jesus. É dele que vem a seiva que mantém você espiritualmente vivo. Sem ele, nada de valor poderemos fazer. Sem ele nada do que fazemos tem implicações eternas. Sem ele nós podemos até parecer vivos, mas na verdade estamos mortos.


Você está ligado à videira verdadeira? Então permaneça nela! Uma vida cheia de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade está esperando por você. O Espírito produzirá em você os doces frutos da presença dele em nós.

24 abril 2016

Discipulado – um crescimento sadio

Comunidade Batista Mangabeira IV - João Pessoa/PB - 24/04/16 

   
Hoje iremos refletir juntos sobre alguns versos de um texto muito conhecido. Trata-se de uma conversa que Jesus teve com seus discípulos um pouco antes de ser preso e crucificado. Nessa conversa, ele falou sobre videiras, uvas, varas e agricultores.

1 "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. Jo 15:1-8

Oração

Nosso assunto hoje tem a ver com discipulado e crescimento. Um crescimento sadio. Como avaliar se estamos crescendo em nossa caminhada com Cristo? Nosso crescimento tem sido marcado por saúde espiritual? Penso que o texto da videira poderá nos ajudar nisso e a tomar decisões que nos assegurem a melhor direção para a caminhada.

Um novo significado

Ao usar a videira como ilustração, Jesus recorreu a uma imagem comum para aqueles que o escutavam; não apenas porque a videira fazia parte da agricultura hebraica, mas também porque a videira aparece muitas vezes como ilustração e simbologia no Antigo Testamento.

O profeta Oseias usou a imagem da videira viçosa para ilustrar a situação em que se encontrava Israel: uma nação próspera que se entregou à idolatria, cultuando os deuses dos povos vizinhos.

1 Israel era como videira viçosa; cobria-se de frutos. Quanto mais produzia, mais altares construía; Quanto mais sua terra prosperava, mais enfeitava suas colunas sagradas. Os 10.1

O profeta Isaías também usou a mesma imagem da videira, mas para descrever o cuidado constante de Deus com Israel.

2 Ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensar uvas. Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas. Is 5.2

De forma semelhante, o profeta Jeremias fala sobre uma videira de sementes selecionadas, mas que se tornou degenerada e selvagem

21 Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem? Jr 2.21

Embora esta fosse uma imagem recorrente para seus ouvintes, quando Jesus a usou ele deu um novo significado à ilustração. Na fala dos profetas, a videira era sempre a nação de Israel, plantada e cuidada por Deus; Jesus, no entanto, se identificou como sendo ele mesmo a videira.

Talvez não seja possível para nós avaliar o impacto dessa nova proposta. Jesus apresentou-se a si mesmo como o centro da vida. Era ele o canal da vida de Deus, a salvação de Deus, a esperança de Deus. A vida está disponível para aqueles que permanecem ligados a ele.

Uma videira cultivada

Como vimos, os profetas do AT também falaram sobre a videira. Eles tinham convicção de que a videira estava nas mãos de um viticultor cuidadoso.

Oseias falou que a videira se tornou frutífera e cheia de vida porque era cultivada. Isaías falou que foram tomados todos os cuidados para que isso acontecesse: a terra foi arada, as pedras retiradas, as sementes selecionadas, colocou-se vigias para protegê-la e construiu-se um lugar para produzir vinho. Jeremias afirmou que foram escolhidas sementes perfeitas para que a videira produzisse frutos selecionados.

Ao falar da videira, Jesus acompanhou o pensamento dos profetas e começou apresentando o trabalho do viticultor. Em sua comparação Ele afirmou que Deus não apenas concede a vida, mas também providencia as condições para um crescimento sadio, afim de que venham os frutos esperados pelo viticultor.

Essa palavra de Jesus é um alento e uma esperança para nós, irmãos. Não fomos largados por conta própria nessa vida! Eu e você nascemos de novo. Somos como ramos que o Senhor fez nascer no tronco da videira. Mas nós não somos plantas silvestres, que crescem sozinhas no meio do mato, arrastando-se pelo chão. Somos parreiras cultivadas. Temos alguém que cuida de nós para que produzamos frutos doces e agradáveis aos Agricultor.

Como nosso Deus e agricultor faz isso? Jesus fala de duas ações. Dois tipos de poda: na primeira o dono da plantação corta os ramos sem fruto; na segunda ele limpa os galhos com algum fruto para que produzam ainda mais.

Podemos concluir, então, que Jesus está falando de três tipos de ramos: (1) os que não produzem fruto, (2) os que produzem algum fruto e (3) os que produzem muito fruto. Observe, porém, que todo os três tipos de ramos estão ligados à videira – “estando em mim”. Esse detalhe é importante para não sermos induzidos a um entendimento equivocado e perdermos parte do ensino de Jesus aqui.

O que faz o agricultor para garantir que sua videira cresça saudável e frutífera? Ele a poda. Hoje à noite vamos lidar apenas com o primeiro tipo de poda, para a qual Jesus usou a palavra grega airo (airw)

A primeira poda - airo (airw)

A primeira providência que o agricultor toma é em relação aos ramos que não produzem fruto. E o que ele faz? Em várias traduções a palavra airw, utilizada por Jesus, é traduzida por cortar; em algumas traduções mais antigas o tradutor optou por “retirar” ou “remover”. No entanto, e isso é impressionante, o uso mais comum dessa palavra nos dias de Jesus era com o significado de levantar, elevar ou erguer. Quem faz esse alerta é Bruce Wilkinson no livro “Segredos da Vinha”.

Levantar ou erguer é exatamente o que um viticultor faz para que um ramo que não produz passe a produzir. Quem cultiva uvas sabe que é nos ramos que os frutos são produzidos, portanto, ele trabalha para que cada ramo produza tudo o que é esperado dele.

O crescimento natural dos ramos de uma parreira é para o chão. Acontece assim com as parreiras não cultivadas. O viticultor, então, precisa erguer os ramos e preparar para eles suportes (que nós conhecemos por latadas) a fim de que esses ramos cresçam longe da poeira e, na época de chuva, da lama. Se os ramos crescerem para o chão terão suas folhas cobertas por poeira e lama e não crescerão saudáveis.

Acho que neste ponto podemos extrair duas lições para nossas vidas:

A)       A Beleza está nos frutos

A primeira lição é que a beleza de uma videira não está no seu próprio brilho. O sucesso de uma videira não consiste apenas no viço de suas folhas ou na abrangência do alcance de seus ramos. A beleza da videira está nos frutos que seus ramos produzem.

Os ramos não têm um fim em si mesmos. Não basta que eles estejam verdinhos e brilhoso. O agricultor espera que eles produzam frutos. Jesus confirma isso no verso 8: “o meu pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto;”

Isso nos ajudará a compreender, irmãos, que nosso crescimento como discípulo de Jesus pode ser avaliado pelos frutos que produzimos. Cabe o alerta de que não há qualquer indicação aqui da necessidade de esforço próprio para produzir frutos. Assim como é natural para os ramos de uma videira produzir uvas, também é natural para os discípulos de Jesus produzir frutos espirituais.

Os ramos nasceram na videira e recebem dela vida em forma de seiva. A vida da videira é o que produz os frutos nos ramos. Da mesma forma, o fruto espiritual na vida do discípulo é gerado em nós pela atuação do Espírito do Senhor. A vida de Cristo em nós é o que nos leva a produzir os frutos esperados pelo Agricultor.

Que frutos são esses?

Certamente não estamos falando de frequência aos cultos, contribuição financeira ou assumir responsabilidades eclesiásticas. (Ainda que essas coisas sejam importantes e necessárias à nossa caminhada coletiva).

Também não estamos falando de ações humanitárias, compromissos comunitários, e engajamento social. (Embora tudo isso possa vir exatamente dos frutos espirituais, da mesma forma que um delicioso suco pode ser extraído de uvas selecionadas).

É o apóstolo Paulo quem nos ajuda a perceber quais são os frutos que o Agricultor espera colher. Frutos dignos de ramos que nasceram da videira verdadeira. Na carta que escreveu aos irmãos da Galácia ele fala que “o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade (pavio longo), benignidade (amável), bondade e fidelidade (amor constante)”. Gl. 5.22,23.

Hoje, nos supermercados, podemos comprar frutas sem sementes, manipulas geneticamente. A uva sem semente, por exemplo, é mais fácil de comer. No entanto, é estéril: não tem a capacidade de produzir uma nova vida.

Mas o Fruto do Espírito não é estéril. Quando brota em nós, nele estão as sementes capazes de produzir novos discípulos de Jesus. Assim, à medida que nossas vidas se tornam mais saudáveis e frutíferas, isto é, cheias de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade, fazer discípulos se torna um movimento natural, resultado da vida de Cristo em nós.

A beleza está nos frutos.

B)       O Agricultor intervém

O segundo ensino de Jesus nesses primeiros versos do capitulo 15 de João é que o Pai, o agricultor que plantou a videira, trata cada ramo individualmente para que nenhum ramo permaneça sem fruto. Então, não tenha dúvidas: se você está ligado à videira, o agricultor vai intervir em sua vida.

 Esse ensino revela que o amor de Deus por nós não foi algo pontual, restrito à salvação, ou impessoal (Deus amou o mundo...). Ele intervirá na vida daqueles que nasceram de novo para que não permaneçam sem fruto.

A agricultor não vai deixar que você rasteje pelo chão da vida, coberto de pó e lama! Ele irá erguê-lo e o colocará sobre uma latada, um lugar alto, para que você tenha todas as condições de frutificar.

O plano do Senhor da Vide vai além de nos tornarmos videira próspera, brilhosa preparada e culta; Ele planejar para nós uma vida de constante frutificar. Se nossas vidas seguirem nessa direção, o Senhor intervirá. Com amor e de forma disciplinadora ele corrigirá a direção de nossas vidas.

Disciplina é quase sempre um problema para nós. Algumas de nossas experiências sobre ser disciplinado não são boas. Alguns de nós sofremos nas mãos de pais/mães descontrolados, que nos puniram no calor das emoções, tomados de sentimentos de inadequação e perdidos, sem saber como lidar com a vida.

É importante saber que não é desta maneira que o Senhor trata com a gente. Toda correção do Senhor é para o bem. Toda disciplina é para a edificação. Toda intervenção do Senhor é para que venhamos a ser tudo o que podemos ser. O seu amor por nós já foi provado e por isso podemos confiar nele.

Neste ponto é o escritor de Hebreus que ajudará a perceber a disciplina do Senhor por um outro ângulo e a lidar com ela. Porque assim com o viticultor direciona os ramos à produção de uvas, nosso Pai direciona nossas vidas à plenitude do Fruto do Espírito.

Leiamos o texto de Hebreus 12.

 5 (...) "Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão,6 pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho". Hb 12.5,6

O crescimento sadio do discípulo, em algum momento de nossa caminhada cristã, quando nos tornamos ramos improdutivos, passará pela disciplina do Senhor. Essas intervenções do agricultor são sempre motivas por seu amor.

Nós nos acostumamos a chamar de amor um jeito descuidado, desinteressado ou mesmo irresponsável de tratar as pessoas; aquela atitude de quem deixa o outro cair no precipício para não se tornar incômodo ou ser mal compreendido; é um amor que não se pronuncia para não correr o risco de ser rejeitado. O amor de Deus não é assim. Ele interfere e corrige aquele que ama.

No trecho que lemos, o escritor de Hebreus confirma esse entendimento e também nos leva a refletir sobre a maneira como reagimos à disciplina do Senhor. Os ramos da videira não têm vontade própria, mas, em algum grau, nós temos. Portanto, ele nos dá duas recomendações importantes para quando formos disciplinados:

a)  Não despreze

Fazer ouvido de mercador é sempre uma saída de portas aberta quando somos advertidos. A maioria de nós fez isso quando era criança. O aviso ecoa pela casa: cuidado com a bola! Presta atenção no sofá! Olha a porta aberta! É mais fácil fazer de conta que não é com a gente.

O Senhor também faz alertas. Na maioria das vezes Ele é bem mais suave do que as mães. Sua voz doce e firme ecoa em nossas consciências. Sua palavra escrita sussurra à nossas almas. O que faremos? Se você deseja um crescimento espiritual sadio, não despreze. Dê ouvidos aos alertas e siga na direção que o Senhor está apontando.

b)  Não se magoe.

Depois da etapa dos alertas, a disciplina caminha para uma intervenção: a bola é retira das suas mãos, suas mãos são retiradas do sofá, ou a porta é fechada. Nessas horas não é raro o choro sentido e soluçante tomar conta da casa.

Quando os alertas encontram ouvidos mocos, a disciplina do Senhor também passa para o nível seguinte. Muitas vezes isso contraria nossa vontade, frustrando planos e projetos e ficamos magoados com Deus e o mundo. O que faremos? Se você deseja um crescimento espiritual sadio, pare de resmungar. Em vez disso, busque ao Senhor em oração e peça discernimento sobre suas pisadas de bola. Depois corrija o rumo e siga na direção que o Senhor está apontando.

Conclusão

Irmãos, o Senhor é o dono da vinha. Ele plantou Jesus como a videira verdadeira. Através da cruz de Cristo, Ele resgatou homens e mulheres e os colocou em íntima ligação com o Filho, fazendo-nos ramos dessa videira verdadeira. A vida que temos em nós vem da videira: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.

A videira foi plantada para produzir frutos que glorificam o viticultor. Por isso quando alguns ramos, que estão ligados à videira, se tornam infrutíferos, o agricultor imediatamente interfere para que essa situação não continue.

Quando o agricultor interferir em sua vida, lembre-se que é por amor que ele faz isso. Não despreze a correção! Não fique magoado! Dê ouvidos aos seus alertas e procure identificar os passos errados. Depois corrija o rumo e siga na direção que o Senhor está apontando.


Você está ligado à videira verdadeira? Então permaneça nela! Uma vida cheia de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade está esperando por você. O Espírito produzirá em você os doces frutos da presença dele em nós.