24 julho 2007

Encontrando-se com Jesus – O Pescador de Betsaida

Introdução

Por volta do ano 30 da era cristã, havia na palestina dois jovens quase da mesma idade que causaram um grande alvoroço entre os judeus. Um se chamava João Batista, o outro Jesus Cristo. Eles eram primos. Os dois nasceram em circunstâncias sobrenaturais. O primeiro de uma mãe idosa, o segundo de uma jovenzinha.

João tinha um ministério à moda de alguns dos profetas do antigo testamento. Ele tinha uma dieta diferente e vivia afastado das cidades, onde chegava para pregar mensagens confrontadoras e de denúncia do pecado tanto do povo como das autoridades.

Jesus desenvolveu um ministério urbano. Ele circulava pelas ruas da cidade e usava vários métodos de ensino. Jesus chegou a ser acusado pelos religiosos Judeus que não concordavam com o livre trânsito que Ele tinha entre aqueles que era considerados como pecadores; a despeito disso sua mensagens tão o mais confrontadora do que a do seu primo João Batista.

No início do seu ministério, Ele teve um encontro muito especial com alguns dos homens que mais tarde se tornariam seus discípulos: Simão, André, Tiago e João. Esses quatro homens eram pescadores. O encontro de Jesus sobre o qual vamos meditar nesta noite é eles, e mais especificamente com Pedro, o pescador de Betsaida.

Esse encontro está registrado nos três evangelhos sinóticos: Mt. 4:18-22, Mc 1:16-20 e Lc 5:1-11.

Impressionante

As narrativas de Marcos e de Lucas são impressionantes em relação ao encontro de Jesus com os pescadores. Nas duas narrativas são histórias curtas que apresentam Jesus caminhando na beira do mar da galiléia. De repente Ele se encontra com um grupo de pescadores aparentemente desconhecidos, chama-os e eles largam tudo para segui-lo.


(16) Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. (17) Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. (18) Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. (19) Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. (20) E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus. (Marcos 1:16-20)


O evangelho de Marcos é uma espécie de roteiro de filme. As cenas são rápidas as histórias são curtas e as coisas acontecem num abrir e fechar de olhos. Jesus está caminhando na beira do lago, encontra os pescadores, faz um convite e eles largam tudo para segui-lo. Para reforçar o quadro, Marcos (que provavelmente escreveu seu evangelho a partir das memórias de Pedro), usa a palavra imediatamente.

João e Tiago também eram irmão e filhos de um homem chamado Zebedeu. Simão e André eram irmãos e possuíam um, talvez dois barcos. Pelo texto de Marcos sabemos que Zebedeu tinha empregados, o que pode indicar que Ele e os filhos tinham na verdade uma pequena frota de barcos.

A situação deles não era com a de alguns pescadores desse nosso Ceará que vivem muitas vezes mendigando o que comer, trabalhando em barcos que não lhe pertencem e entregando parte de sua produção aos atravessadores de plantão, que pagam barato pelo trabalho duro e o suor do rosto de seu semelhante.

Porque então esses homens, que tinham uma boa profissão e eram proprietários de seus próprios barcos, “imediatamente”, como afirma o evangelista, largaram tudo e seguiram a Jesus na primeira vez que O viram? Não parece uma atitude responsável ou equilibrada, tomada por homens maduros.

A chave para entender a prontidão dos pescadores, está na narrativa de Lucas, que é a mais detalhada quanto às condições em que tudo aconteceu. Vamos ler a história no evangelho de Lucas.

(1) Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; (2) e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. (3) Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões. (4) Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. (5) Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. (6) Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. (7) Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique. (8) Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador. (9) Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros, (10) bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. (Lc 5:1-11)

Jesus e o encontro

Era o início do ministério de Jesus, mas ele não era um desconhecido nas imediações do mar da Galiléia. É possível e até provável que Jesus conhecesse alguns dos seus discípulos antes do chamado para seguí-lo. As cidades não eram muito grandes e Jesus vivia uma vida normal, participando dos eventos de sua comunidade. Quando ele pede a Simão que afaste o barco e pede permissão para usá-lo como plataforma para sua pregação, Jesus não está se dirigindo a um estranho.

Não há qualquer indício de que aquela era a primeira vez que Jesus pregava nas imediações do mar da Galiléia. Nem sabemos se era essa a primeira vez que Ele usava o barco de Simão como uma plataforma para falar ao povo. Mas sabemos pela narração de Lucas que já era grande o número de pessoas que queria ouvi-Lo, tanto que a multidão começou a apertá-lo.

Simão e o encontro

Pode ser que Simão já tivesse ouvido Jesus falar antes pessoalmente, ou, quem sabe, algumas pessoas já houvessem contado a Ele sobre um jovem pregador que falava com autoridade sobre as coisas de Deus.

Simão já tinha visto vários pregadores se levantarem naquele tempo em que todos esperavam o messias, e por isso não ele não via motivo para alvoroço. Ele emprestou seu barco para Jesus e enquanto o Senhor pregava, Simão trabalhava lavando as redes. Havia sido um dia ruim, daqueles que não se pesca nada. Mas aquele encontro seria diferente.

Assim como Simão, pode ser que até hoje você tem estado perto do Senhor e algumas vezes tem ouvido falar sobre ele. Você escuta os amigos e parentes falando do amor Dele e sobre como é bom ser seu discípulo, mas você já ouviu isso tantas vezes... Você até empresta seu barco para que eles ouçam ao Senhor, mas você mesmo prefere continuar limpando as redes depois de um dia de trabalho duro e poucos resultados. Hoje, o seu encontro com Jesus pode ser diferente. É preciso apenas que ele tenha as mesmas marcas do encontro entre Ele e Simão.

Acesso Direto

Depois de ensinar multidão sedenta pela palavra de Deus, Jesus fala diretamente com Simão. Sem intermediários, sem mediadores, sem tradutores ou qualquer outra figura entre eles. Aqui está a primeira marca: acesso direto.

O Senhor não precisa de intermediários para falar com você. Na verdade causamos uma grande frustração quando tentamos colocar algo ou alguém entre Ele e nós.

Homens e mulheres do passado, que serviram ao Senhor devem ser imitados em sua busca pela presença de Deus, mas não devem ser colocados como intermediários. São mulheres e homens santos, mas não cabe a eles mediarem nosso relacionamento com o Senhor.

Entre os crentes, há pessoas que quando passam por alguma dificuldade procuram amigos, parentes e até líderes de destaque, (consideradas pessoas dignas ou mais religiosas) e pedem que elas intercedam diante de Deus por sua vida, mas elas mesmas não falam diretamente com o Senhor.

Jesus chamou Simão e falou diretamente com Ele. Você também pode falar diretamente com o Senhor. Basta uma simples oração dita ou pensada, no silêncio da sua dor, diretamente a Ele, e você terá dispensado todos os intermediários.
Confiança Prática

Ao falar com Simão, o Senhor deve ter visto os semblante caído de Pedro, depois de um dia de trabalho sem resultado e fez uma proposta que poderia ter sido recebida até como uma ofensa.

(4) Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. (Lc 5:4)

Simão e os demais homens eram pescadores experientes que aprenderam com os seus pais e os pais dos seus pais a arte de sobreviver através da pesca. Tinham seus próprios barcos, e havia prosperado ao ponto de terem empregados que trabalhavam para eles.

Eles já tinham vivido muitos dias ruins em sua profissão e ainda viveriam muitos outros. Jesus era carpinteiro por profissão e um mestre da palavra, mas de pesca ele não entendia nada, poderia ter pensado Simão.

Simão poderia reagir de várias maneiras: Fazer de conta que não ouviu... Fazer de conta que não entendeu... Tentar explicar a Jesus alguns princípios básicos sobre pesca... ou responder de forma indignada perguntado a Jesus quem ele achava que era para dar vir dar pitaco no trabalho dos outros.

Talvez você já tenha reagido de alguma dessas maneiras. Quem fica ouvindo Jesus a distância, usando outros como intermediários, pode até tentar uma dessas saídas; mas quem fala diretamente como Senhor, como Simão falou; quem ouve a voz daquele que é o Criador do Céus e da Terra, não pode continuar a fazer assim, precisar decidir se irá ou não confiar naquele que lhe dirigiu a palavra.

O Senhor não estava perguntando se Simão acreditaria, ou se ele acharia que ainda poderia pescar algo já no final do dia. Essa confiança não serve de nada; é na verdade uma porcaria. Ela não põe os pés nos chão, é apenas teórica.

Jesus chamou Simão para uma confiança prática. Apenas dessa maneira os seus encontros com Jesus vão deixar de mornos e sem sabor: através de uma confiança prática na Palavra de Cristo, que invade sua vida de segunda a segunda. Quem decide por isso, como Simão fez, deixará de ficar apenas ouvindo de longe para tornar-se um discípulo de Cristo.

Agora saiam mais para o fundo e lancem suas redes, que você vão pegar muitos peixes (Lc 5:4b - BV)

O Alvo certo

Uma outra palavra para confiança é fé. A Bíblia fala muito de fé e todos nós concordamos com a palavra que diz: sem fé é impossível agradar a Deus.

A fé é a vitória que vence o mundo
porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. (I João 5:4)

A fé nos guarda para o dia final
que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. (I Pedro 1:5)

A provação da fé produz perseverança
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança (Tiago 1:3)

O justo viverá pela fé
todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. (Hebreus 10:38)

Muitas pessoas tratam a fé como uma espécie de poder que alguns têm e o restante da humanidade deseja ter. A fé é considerada como uma espécie de fórmula mágica através da qual se obtém os desejos da alma.

Aliás, um dos best-selers mais recentes, “O Segredo” defende a tese de que se fixarmos nossos pensamentos mais intensos na direção dos nossos desejos, será um questão de tempo alcançarmos tudo o que quisermos.

No entanto a fé verdadeira é dom dado por Deus e precisa estar direcionada para o alvo certo, caso contrário se tornará um arma de destruição.

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; Efésios 2:8

Na resposta de Simão ao Senhor, encontramos a terceira marca de um encontro transformador com Jesus: o alvo certo.

(5) Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.

Simão deixou de lado sua experiência como pescador. Ele não tentou explicar o fracasso do dia, nem colocou a culpa em seus companheiros de pesca. Simão não tentou olhar uma segunda vez para mar da galiléia na tentativa de ver se valeria a pena. Ele disse: sob a tua palavra lançarei as redes!

Sua fé será tão forte quanto à pessoa ou objeto em quem você a deposita. O alvo da fé é que é a sua medida, não o nosso esforço pessoal em crer. Onde há esforço para crer, ainda não há fé. Talvez seja por isso que Jesus disse que a fé só precisa ser do tamanho de um grão de mostarda para que coisas impossíveis começassem a acontecer.

Se a sua fé está apoiada em uma imagem de escultura ela será tão fraca quanto aquela imagem. Se sua fé estiver apoiada em um dos santos homens do passado, ela será tão fraca quanto aqueles homens forma. Se você apoiar sua fé em algum líder religioso dos nossos dias (seja ele o papa, o Dalai Lama, um grande evangelista da TV ou o seu pastor), ela quebrará em pedaços juntamente com esse homem ou mulher em quem você se apoio.

Simão fez a decisão certa: sob tua lançarei as redes. Não é confiado em mim, nem em mais ninguém, mas apenas na tua Palavra.

A grande Pesca

Quando nossos encontros com Jesus são marcados pelo acesso direto a Ele, por uma confiança prática que invade a vida e pela fé em sua Palavra, os resultados são reais e se tornam visíveis de todos.

Depois de confiar na palavra do Senhor e lançar novamente as redes onde ele não havia encontrado nada. Simão encheu se barco de peixe e quase vai a pique. Outro barco foi chamado para ajudar e os dois se encheram de peixes.

No entanto a algo surpreendente na reação de Simão. Não foi a quantidade de peixes que impressionou aquele homem. Simão ficou chocado com a santidade de Cristo. Aquela grande pesca fez com que Simão compreendesse que ele era não apenas um pescador, mas também um pecador que não merecia permanecer na presença do filho de Deus.

Quando você, pela fé em Cristo, lançar as redes onde não havia nada e os peixes encherem o barco, não se espante com o milagre. Adore ao Senhor! Reconheça a santidade Dele. Admita sua necessidade da presença dele e prostre-se aos Seu pés. Aí, como Simão ouviu, você também vai ouvir: NÃO TEMAS! Pescar peixes é bom, mas há algo melhor pescar vidas e conduzir pecadores aos pés de Jesus.

20 julho 2007

Encontrando-se com Jesus - A Mulher e o Perfume

Introdução

Durante os meses de junho e julho estamos refletindo sobre alguns do muitos encontros que o Senhor teve durante seu ministério. Gente do povo, líderes religiosos, oficiais militares e todo tipo de gente se encontrou com Jesus e teve sua vida mudada com esse encontro.

O homem de Gadara, a mulher com uma hemorragia, Jairo e sua filha às portas da morte, o centurião de Cafarnaum e se escravo que estava doente e o homem rico que queria herdar a vida eterna são alguns desses exemplos.

Hoje vamos meditar sobre o encontro de Jesus com uma que tinha um perfume caríssimo. Esse episódio é narrado nos quatro evangelhos, mas nos vamos ler o texto que se encontra no evangelho de Mateu 26:6-13


(6) Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, (7) aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça, estando ele reclinado à mesa. (8) Quando os discípulos viram isso, indignaram-se, e disseram: Para que este disperdício? (9) Pois este bálsamo podia ser vendido por muito dinheiro, que se daria aos pobres. (10) Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. (11) Porquanto os pobres sempre os tendes convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes. (12) Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura. (13) Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua. (Mat 26:6-13)


O Cenário

Betânia era uma vila e pobre que fica a cerca de 3km de Jerusalém, a caminho para Jericó. Provavelmente ficava no lado leste do monte das oliveiras, aos pés do monte.

Era em Betânia que João Batista batizava (Joh 1:28). Por diversas vezes, quando ia a Jerusalém, o Senhor ficou hospedado em Betânia. Em uma dessas vezes, Ele conversou com Marta e Maria sobre o que era mais importante na vida (Lc 10:38-42). Foi lá que O Senhor ressuscitou Lázaro (Joh 11:1-44) e foi nas proximidades de Betânia que Jesus foi elevado aos céus.

Jesus chegara a Betânia seis dias antes da páscoa. Quatro dias depois, um fariseu chamado Simão, que havia sido curado por Jesus, ofereceu um jantar em Sua homenagem. Marta era uma das que serviam na festa e Lázaro era um dos convidados que estavam sentados à mesa com Jesus.

Jesus sabia que em poucos dias subiria a Jerusalém e lá seria preso a mando dos religiosos judeus. Ele sabia também que essa prisão resultaria na sua morte. Havia certa tensão no ar e os discípulos estavam atônitos com a resignação de Jesus quanto a Sua morte. Mas o jantar acontecia normalmente.

O Encontro

No tempo de Jesus as refeições não eram feitas em mesas do tipo que conhecemos hoje, nem as cadeiras em que se sentavam eram iguais às usamos. As refeições eram servidas em salões e eles usavam uma espécie de sofá sem encosto, nos quais se deitavam. Próximas a esses sofás, havia mesas baixas nas quais era posta a alimentação. Quem estivesse servindo as mesas, circulava por trás dos sofás em que os convidados estavam. O convidado de honra deitava-se próximo ao anfitrião.


Foi então que aparece uma mulher chamada Maria. O apóstolo João diz que era a irmã de Marta e Lázaro (Jo 11:12). Lucas afirma que ela aproximou-se por trás de Jesus e parou aos pés dele e começou a chorar (Lc 7:38).

Maria levava consigo um frasco feito de alabastro. O alabastro é uma espécie de pedra de calcário macia e de grande valor que era usada no antigo oriente para produzir pequenos frascos de perfume. Maria levava consigo um frasco onde cabia cerca de uma libra de perfume, aproximadamente 360 gramas. O frasco era tão bonito e caro que todos o notaram quando ela aproximou-se de Jesus.

Dentro do frasco, um bálsamo precioso: Nardo puro. O nardo era retirado de uma planta aromática com a qual se fazia perfume. Essa plantinha cresce no Himalaia, entre 3.300 e 5.100 metros de altitude, daí o preço exorbitante pelo qual eram vendidos os perfumes com essência de nardo. Maria, no entanto levava consigo um frasco de nardo puro. Os discípulos avaliaram o perfume em cerca 300 denários, algo como R$ 3.800,00 em nossos dias.

Ainda chorando, Maria quebrou o lacre do perfume e derramou o perfume sobre os pés e a cabeça de Jesus, misturando o perfume às suas próprias lágrimas. O Senhor não a impediu, nem tampouco a repreendeu. Sua morte estava às portas e ele considerou o desprendimento de Maria como uma boa ação digna de ser realizada. Maria estava preparando o corpo de Jesus para o seu sepultamento.

As reações

A reação foi imediata. Lucas diz que Simão, o anfitrião, um religioso cheio de preconceito sobre Maria, duvidou que Jesus fosse um profeta:

Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora. (Luk 7:39)


Simão achava que apenas as pessoas de boa reputação poderiam aproximar-se do mestre. Para ele era inconcebível que o Messias tivesse contato com pecadores, ainda mais da qualidade de Maria.

Mas Jesus não repudiou a atitude de Maria, porque Simão estava errado. Ele mesmo já havia afirmado antes:

Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores. (Mar 2:17)

Ninguém tem o direito de escolher sobre quem a graça do Senhor repousará. Ninguém tem o direito de fechar as portas do Reino de Deus àqueles considerados menos espirituais.

Qualquer pessoa independente de sua história de vida ou dos pecados que tenha cometido tem livre acesso a Cristo através da fé singela nele. Qualquer um que fizer como Maria e colocar-se aos pés de Jesus, chorando diante diante Dele o arrependimento dos seus pecados será acolhido pelo Senhor.

Os discípulos, e em especial Judas Iscariotes, preferiram reclamar de outra coisa. Alguns crentes são assim, quando alguém já reclamou de uma coisa ele procura outra coisa para reclamar, assim ele não fica pra trás.

As contas foram feitas com rapidez e chegaram a R$ 3.800,00. A palavra que veio à mente deles foi desperdício. Diante de tantas pessoas pobres e necessitadas era um desperdício derramar um perfume caríssimo nos pés e na cabeça de qualquer pessoa, até de Jesus. Judas disse o seguinte:

Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? (Joh 12:5)

É fácil ler e pensar: esse Judas realmente era mal intencionado. O Apóstolo João afirma que as intenções de Judas eram realmente escusas. O perfume vendido iria para a bolsa, um espécie de caixa que financiava o ministério de Jesus. Judas era um tesoureiro desonesto e enxergou a possibilidade de ganhar algum dinheiro.

Mesmo sendo Judas desonesto em relação ao dinheiro, Mateus afirma que o pensamento de que aquilo era um desperdício passou pela cabeça de todos eles.

(8) Quando os discípulos viram isso, indignaram-se, e disseram: Para que este desperdício? (9) Pois este bálsamo podia ser vendido por muito dinheiro, que se daria aos pobres. (Mat 26:8,9)


Enquanto Maria considerou que valia a pena desfazer-se de um precioso frasco de perfume para com isso demonstrar seu amor por Jesus, os discípulos viam nisso, no mínimo, má administração dos recursos. Para que? Perguntaram os discípulos. Por quê? Perguntou Judas. Toda pergunta precisa de respostas e Jesus não ficou calado diante da falta de compreensão de seus discípulos.

Para que?

Os discípulos ainda não haviam compreendido que o Reino de Cristo não era deste mundo. Eles não podiam lidar com a idéia de que o Cristo de Deus, o Messias libertador, seria preso, maltratado e por fim crucificado. O ministério de Jesus apenas começara. Ele ainda iria enfrentar os Judeus e por fim libertar o povo de Israel da opressão que pesava sobre eles. Estava claro para eles que esse ministério ainda precisava de muito recurso para avançar até o seu destino final. Para que então jogar fora um perfume tão caro? É melhor vendê-lo e guardar o dinheiro.

O Senhor percebe a falta de compreensão de seus discípulos e tenta explicar:

Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura. (Mat 26:12)


Não é desperdício, afirmou Jesus. Ela está preparando meu corpo para a minha inevitável sepultura, ainda que vocês não queiram aceitar, ainda que vocês não compreendam. Isso que você estão considerando jogar dinheiro fora, é na verdade o que de mais acertado ela poderia fazer, por isso não a importunem.

Deus nos concede recursos os mais diversos. Dinheiro, bens, disposição para trabalhar, relacionamentos, saúde, habilidade para ensinar, inteligência, criatividade, capacidade para empreender, conhecimento e tantos outros. Jesus tenta explicar que só duas maneiras de usar o que temos recebido: dentro ou fora do Reino de Deus.

Até aí os discípulos concordavam. Eles até estavam pensando em vender o perfume e comprar uns exemplares da Torá em uma linguagem mais popular para distribuir na periferia de Jerusalém. Mas o que Jesus queria explicar era que esse não era um projeto do Pai. Não era o passo seguinte para o estabelecimento do Reino. O passo seguinte era a morte do filho de Deus.

Não somos as pessoas confiáveis para decidir por nós mesmos o destino dos bens que o Senhor nos deu por empréstimo, a não ser que estejamos sintonizados com o mover de Deus e com o desenrolar do avanço do Seu Reino.

Os discípulos não estavam compreendendo que o avanço do Reino de Deus estava ligado diretamente à própria pessoa de Cristo e sua morte na Cruz. Por isso, qualquer investimento em direção a Ele era legítimo e necessário. Da mesma forma, meu irmão, seu dinheiro, seus bens e seus dons só estarão sendo corretamente aplicados se o forem para o avanço do Reino de Deus.

Os discípulos tinham seus próprios caminhos para um Reino que era mais deles do que de Cristo. Na cabeça de alguns isso passava inclusive por lugares de honra e poder, um à direita e outro à esquerda. Mas esses não eram os caminhos de Cristo.

Você também tem caminhos próprios para o seu Reino? Você tem aplicado neles dinheiro, bens e a própria vida? Pode ser que você se surpreenda, mas não vale apostar em nada que esteja fora do caminho de Deus para o estabelecimento do Reino Dele.

Por que?

Por que, perguntou Judas, por que não se vendeu esse perfume. A pergunta poderia ser feita a Maria. Porque você não vendeu esse perfume? Maria, será que você tá batendo bem da cabeça? Ô Maria, porque você insiste em aplicar seu dinheiro nessa igreja? Ô José, porque você continua gastando seu tempo nessas reuniões? Será que você perdeu a noção do que é sensato? Só poderia ser a boba da Maria!

Eram perguntas ferinas com motivações escusas. O Senhor então protegeu Maria. E explicou ao seus acusadores em forma de parábola.

(40) E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Respondeu ele: Dize-a, Mestre. (41) Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro cinquenta. (42) Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais? (43) Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem. (44) E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta com suas lágrimas os regou e com seus cabelos os enxugou. (45) Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os pés. (46) Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés. (47) Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. (48) E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. (Luk 7:40-48)

Maria quebrou o vaso de alabastro com nardo puro e o derramou sobre os pés e a cabeça do Senhor porque seu coração estava cheio de gratidão. Ela era uma percadora que havia alcançado o perdão do Senhor.

Ela não fazia parte de nenhuma família importante de sacerdotes, nem tinha profetas em sua linhagem. Ela não era uma profunda conhecedora da Torá, e nem mesmo era bem recebida nas sinagogas. Os seus pecados eram muitos, mas o perdão de Jesus era ainda maior, por isso seu coração estava cheio de gratidão. Por isso frasco de perfume caríssimo não era algo a que ela pudesse se apegar. O seu Senhor merecia muito mais.

Enquanto cada um de nós não compreendermos o quanto somos pecadores, o quanto os nossos pecados ofendem ao Senhor, não haverá lugar em nosso coração para a gratidão.

Enquanto nos acharmos dignos, honestos e merecedores de um tratamento especial por parte do Senhor, não compreenderemos a Sua Graça, que nos alcançou sem que nós merecêssemos nada; e o nosso amor por Ele será sufocado pelo amor aos vasos de alabastro que encontramos pelo caminho.

Conclusão

Como Jesus predisse, a história de Maria é contata e recontada em todos os lugares onde o evangelho tem chegado. É a história de uma pecadora cheia de gratidão que abriu mão de algo precioso aos olhos de todos apenas para fazer parte do avanço do Reino de Deus.

Qual é sua história, meu amigo? Você tem feito com Simão que se achava tão bom que não precisa tanto assim de Jesus? É difícil achar em seu coração gratidão a Ele? Lembre-se então que sem Ele sua vida está destinada à separação de Deus. Mas o arrependimento sincero, chorado aos pés dele resultará em perdão e vida eterna.

Qual é a sua história, meu irmão? Como ela será contato no futuro? O que dirão os filhos dos filhos dos seus filhos? Oro ao Senhor para que sua história seja a história de Maria, que colocou o que de melhor ela tinha a serviço do Reino de Deus.

10 julho 2007

George Campbell Morgan (1863 - 1945)

George Campbell Morgan nació el 9 de diciembre de 1863, en una granja de Tetbury, Gloucestershire, Inglaterra. Fue hijo de un piadoso ministro bautista de tradición puritana. Su casa trasuntaba verdadera piedad.

Morgan fue un niño enfermizo, incapaz de asistir a la escuela, por lo que tuvo que ser enseñado en casa. El resultado fue una sólida inclinación por el estudio que llevó durante toda su vida. Recluido en casa por largos períodos, solía entretenerse predicando a las muñecas de sus hermanas.
Cuando Morgan tenía 10 años de edad, el evangelista norteamericano D. L. Moody fue por primera vez a Inglaterra, y el efecto de su ministerio, más la dedicación de sus padres, dejó tal impresión en la vida del joven Morgan, que a los 13 años predicó su primer sermón. Dos años después, él ya predicaba regularmente en capillas rurales los domingos y festivos.

Sin embargo, a los 19 años, su mente se entrampó en las teorías del materialismo. Estudió filosofía, y mientras más leía, más preocupado se tornaba. Dejó su Biblia cerrada durante dos años en lo que él llamó el «eclipse» de su fe. Cuando llegó a los 21 años, estaba lleno de dudas. Entonces guardó con llave sus libros filosóficos en un armario, se compró una nueva Biblia y la leyó de principio a fin. Recordando esos años caóticos, Morgan escribió después: «La única esperanza para mí fue la Biblia... Dejé de leer libros sobre la Biblia y empecé a leer la Biblia misma. Allí vi la luz y fui devuelto al camino». Durante los siete años siguientes, él leyó sólo la Biblia, en total, más de 50 veces.

Entre 1883 y 1886, él enseñó en una escuela judía en Birmingham, de cuyo director, un rabino, aprendió a valorar la herencia de Israel.

Morgan trabajó con D. L. Moody y Sankey en su recorrido evangelístico por Gran Bretaña en 1883. En 1886, a los 23 años, dejó su profesión de maestro, y se consagró a tiempo completo al ministerio de la Palabra.
Pronto su reputación como predicador y expositor de la Biblia abarcó Inglaterra y se extendió a los Estados Unidos.
Fue ordenado como ministro congrega-cional en 1890, habiendo sido rechazado dos años antes por el Ejército de Salvación y por los metodistas wesleyanos, en su sermón de prueba. ¡Esta parece ser la suerte de muchos hombres de Dios, ser reprobados por los hombres, para ser vindicados después por Dios mismo!

En 1896, D. L. Moody lo invitó a dar una conferencia a los estudiantes del Instituto Bíblico Moody, en Estados Unidos. Ésta fue la primera de sus 54 travesías por el Atlántico para ministrar la Palabra. Tras la muerte de Moody en 1899, Morgan asumió el cargo de director de la Conferencia Bíblica de Northfield, que aquél había dirigido por muchos años. Los miles de convertidos por el ministerio de Moody necesitaban un maestro de la Biblia para fortalecer y profundizar su fe. Campbell Morgan llegó a ser ese maestro.

El método de Morgan era orar, a menudo brevemente, y luego estudiar la Escritura misma –tomándola en su pleno contexto– antes de iniciar los comentarios. Él nunca usó la pluma para hacer ninguna anotación sobre alguno de los libros de la Biblia antes de leerlo por lo menos 50 veces. Esto daba a su trabajo una extraordinaria frescura e inspiración. Él rara vez citaba a otros maestros de la Biblia, ni dependía de la luz que otros recibieron. Sus exposiciones bíblicas aun hoy resultan tan motivadoras e inspi-radoras, que uno no puede sino maravillarse de la luz que Morgan recibió de la Palabra.

En 1904, Campbell Morgan asumió la dirección de la congregación de la famosa Capilla de Westminster, conocida como «el bastión del no-conformismo» en Londres. La congregación estaba de capa caída por ese tiempo, y añoraba los viejos y dorados tiempos de Samuel Martin, quien la había pastoreado entre los años 1842 y 1878. El profundo conocimiento bíblico, y la presencia imponente de Campbell Morgan, además de su correctísima dicción, le hicieron muy pronto conocido. La Capilla de Westminster revivió. Pronto instituyó una escuela bíblica nocturna los viernes, que más tarde llegó a ser la Escuela de Teología de la Capilla de Westminster.

Poco después, Morgan estableció la Conferencia Bíblica Mundesley, una versión inglesa de la Northfield de Moody, que reunía anualmente a eminentes ministros y obreros cristianos de varias corrientes denominacionales y países. Mundesley llegó a ser una parte vital de la Capilla de Westminster.

Tras un largo pastorado, se retiró en 1916, debido a una debilitadora enfermedad, convirtiéndose luego en un predicador itinerante. En 1919 y 1932 realizó amplias giras evangelísticas y de predicación en Estados Unidos. Muchos miles de personas le oyeron predicar en casi cada estado y en Canadá. Durante un año (1927-1928) sirvió en la facultad del Instituto Bíblico de Los Angeles, y durante un año (1930-1931) fue un expositor de la Biblia en la Universidad de Gordon de Teología y Misiones en Boston. Entre 1929 y 1932 fue pastor de la Iglesia del Tabernáculo Presbiteriano en Filadelfia, Pennsylvania.

El atractivo de Morgan era asombroso. A menudo cuando él hablaba, las muchedumbres eran tan grandes que era necesario el control policial. F. B. Meyer cuenta que cierta vez él compartió el púlpito con Campbell Morgan en la Conferencia de Northfield, y que la gente llegaba en tropel a escuchar las brillantes exposiciones de éste sobre las Escrituras. Meyer confesaría después que al principio tuvo envidia, pero luego encontró un maravilloso remedio: «La única manera por la cual yo pude conquistar mis emociones fue orando por Morgan cada día».

Más tarde, en 1933, Morgan habría de reasumir el pastorado de Westminster hasta el año 1943. Su vida terrenal de testimonio y servicio concluyó en mayo de 1945.
Un rico legado para la Iglesia

Campbell Morgan fue, durante toda su vida, fiel a su vocación: «Sólo hay una cosa que quiero hacer y no puedo evitarlo: predicar», solía decir. Expositivo en sus sermones, siempre se ciñó al texto bíblico y a él apeló en primera y última instancia.
Fue, además, un prolífico pero profundo de libros, folletos, tratados y artículos. Entre sus libros publicados en inglés se destacan: «Las Parábolas del Reino», los once volúmenes del «Púlpito de Westminster», «La Biblia analizada», en diez volúmenes, y «Una Exposición Completa de la Biblia».

En español se han publicado: «Principios básicos de la vida cristiana», «Profetas menores», «El discipulado cristiano», «Las enseñanzas de Cristo», «El Espíritu de Dios», «Evangelismo»; «El ministerio de la predicación», «Pedro y la Iglesia», «La perfecta voluntad de Dios», «El plan de Dios para las edades», «Principios básicos de la vida cristiana», «Los triunfos de la fe», y «El último mensaje de Dios al hombre», por la editorial CLIE, de España; y «Las cartas de nuestro Señor», «Jesús responde a Job», «El corazón de Dios: Oseas», «Grandes capítulos de la Biblia» (dos volúmenes), «¡Me han defraudado!: Malaquías», «Las Crisis de Cristo» (dos volúmenes), por la Editorial Hebrón, de Argentina.

Aunque no pueda atribuirse a G. Campbell Morgan la apertura de grandes verdades bíblicas, como hicieron otros grandes siervos de Dios, él expuso la Biblia con luz fresca y con una expresión muy peculiar.

Gracias a su inspiradora y vigorosa predicación, Morgan atrajo a miles a amar la Biblia a través de sus mensajes, y sus libros de reflexiones bíblicas son populares entre los buscadores del Señor aún en nuestros días. Los escritos de Campbell Morgan tienen una profunda visión, son únicos e incomparables en expresividad. El Señor Jesús le dio una revelación especial para traer al pueblo de Dios a la comunión con Él, siendo nutrido e iluminado a través de un conocimiento espiritual de la Biblia.

Encontrando-se com Jesus – O Homem Rico





Hoje vamos meditar sobre o encontro entre Jesus e um homem que queria saber como herdar a vida eterna. Essa história está narrada no evangelho de Lucas 18:18-23 e também nos evangelhos de Mateus (19:16-22) e Marcos (10:17-22).

(18) E perguntou-lhe um dos principais: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? (19) Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. (20) Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe. (21) Replicou o homem: Tudo isso tenho guardado desde a minha juventude. (22) Quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. (23) Mas, ouvindo ele isso, encheu-se de tristeza; porque era muito rico.
Esse encontro normalmente é citado como a história do jovem rico. E embora no evangelho de Mateus ele seja chamado de jovem, nos evangelhos de Marcos e Lucas o perfil é de um homem maduro, com posição de destaque na sociedade.

Todos os evangelhos reforçam a idéia de que ele tinha algum tipo de autoridade em sua comunidade (em outras palavras, poder) e que era um homem riquíssimo (Lc 18:23) ou dono de muitas propriedades (Mc e Lc).

Nosso personagem de hoje era um homem com profundas raízes religiosas. Ele estava preocupado com a vida eterna. Nesta vida ele já tinha o suficiente, mas ele se sentia inseguro em relação à eternidade.

Nós não sabemos a origem da sua riqueza. Talvez ele tivesse feito por onde, trabalhado arduamente em seus empreendimentos e investido corretamente os seus ganhos até que se tornou dono de muitas propriedades; ou quem sabe ele era de uma família rica que havia deixado para ele uma grande herança, muitos bens e muita riqueza.

De uma forma ou de outra, parece que ele vai ao encontro de Jesus porque sentia que agora era necessário garantir também uma boa vida eterna.

Encontrando-se com Jesus – O Centurião de Cafarnaum



Introdução

Nesta série de mensagens “Encontrando-se com Jesus” temos meditado sobre personagens que tiveram suas vidas mudadas através da vida e da presença do Senhor Jesus. O homem de Gadara, a mulher que sofria com uma hemorragia e Jairo, o chefe da sinagoga que tinha uma filha doente, tiveram suas vidas tocadas pela presença transformadora de Cristo.

Hoje vamos conhecer a história de um militar da cidade de Cafarnaum. Ele também teve um encontro com Jesus e sua história está narrada no evangelho de Lucas 7: 1-10.

(1) Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. (2) E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. (3) Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. (4) Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; (5) porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. (6) Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. (7) Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. (8) Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.

(9) Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. (10) E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo. enviados, encontraram o servo com saúde. (Lucas 7:1-10)
Entre os vários encontros que Jesus teve com tantas pessoas durante o seu ministério esse é um dos mais surpreendentes. Ao narrar esse fato, Lucas conta uma história em que a atitude dos personagens envolvidos parece não ser coerente com o que se esperaria de cada um deles.

• Primeiro vemos o dono de um servo que o estimava a ponte de preocupar-se com a saúde dele, em vez de simplesmente descartá-lo, como seria normal e aceitável;
• Olhando por outro ponto de vista, vemos um militar romano, quer representava a autoridade de Roma, se submetendo a pedir ajuda a líderes religiosos de um povo dominado;
• É possível também ver anciãos judeus intercedendo em favor de um oficial do exército estrangeiro, de um povo que lhes oprimia;
• Por outro lado esses mesmo líderes religiosos judeus, que sempre estiveram do lado oposto a Jesus, nesta história suplicam ao Mestre para que ele faça uma cura;
• Por fim, vemos Jesus, o filho de Deus, o autor e consumador da fé, admirado com a fé de um militar romano.

Porque essas pessoas de Cafarnaum parecem agir fora do script que se espera delas? O ponto central dessa questão parece ser a fé demonstrada pelo centurião de cafarnaum. Um tipo de fé que Jesus não encontrou com muita freqüência em seus dias, mas que o deixou alegre e muito animado.