26 agosto 2007

Família: Idéia de Deus - 1/6‏

Hoje estamos começando uma série de pregações intitulada “Família: idéia de Deus”.
Esse é um assunto palpitante, uma vez que se encontra no centro da vida das igrejas; prático, já que todos estamos diretamente ligados a ele; e extenso, dado à abrangência que o tema pode alcançar na psicologia, sociologia e antropologia.
Durante o tempo em que vamos refletir sobre esse tema não é nossa proposta fazer uma abordagem acadêmica, mas uma reflexão bíblica, sem deixar de lado elementos que possam nos ajudar a compreender melhor os problemas que temos enfrentado para viver família à luz da palavra de Deus.
Vamos dividir nosso tempo em três blocos: No primeiro bloco vamos compreender a evolução da família a partir de seus primórdios até a forma como a conhecemos no século XXI e pereceber as diferentes faces com que ela se apresenta em nossos dias.
No segundo bloco vamos listar os principais desafios relacionados a ela relacionados na atualidade e procurar respostas para esses desafios na Palavra de Deus;
No terceiro bloco vamos identificar uma proposta bíblica para a família, destacar os principais impactos causados pelo pecado nos relacionamentos familiares e esclarecer os papeis de marido, esposa e filhos, segundo as escrituras;
A FAMÍLIA DO SÉCULO XXI: COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI
As Mutações Históricas da Família
A noção que hoje temos sobre família não foi sempre preponderante no decorrer da história. O que hoje compreendemos como família (pai, mãe e filhos) era, no passado, uma pequena unidade de uma estrutura maior que poderia ser caracterizada como tribo ou família tribal.
Ela era formada por grupos de pessoas que viviam em um mesmo lugar, por grupos com ligações genealógicos, relações de parentesco ou de associação, ou ainda por grupos de pessoas com os mesmos interesses e obrigações. Os núcleos familiares do jeito que conhecemos hoje estavam presentes na Antigüidade, mas não eram o foco principal da estrutura familiar.
É fácil ver isso na Bíblia. No Antigo testamento não existe palavra que corresponda precisamente ao moderno termo família, composta de pai, mãe e filhos. A melhor aproximação é o vocábulo Bayith (casa), traduzido como família em I Cr 13:14, II Cr 35:5, 12 e Sl 68:6.
No livro de Josué (7:16-18) há um relato sobre um homem chamado Acã, que havia desobedecido às ordens dadas por Josué ao soldados para não se apropria dos espólio de uma batalha. Esse relato pode nos dá uma boa perspectiva sobre as estruturas familiares existentes na época do antigo testamento.
(16) Então, Josué se levantou de madrugada e fez chegar a Israel, segundo as suas tribos; e caiu a sorte sobre a tribo de Judá. (17) Fazendo chegar a tribo (shêbheth) de Judá, caiu sobre a família (mishpachath) dos zeraítas; fazendo chegar a família(mishpachath) dos zeraítas, homem por homem, caiu sobre Zabdi; (18) e, fazendo chegar a sua casa (bayith), homem por homem, caiu sobre Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá. (Js 7:16-18)
Acã era casado e pai de filhos, mas ainda assim era considerado como da família de seu avô. Isso nos ajuda a compreender melhor o conceito de Família Tribal, que é uma espécie de cone no qual o ancestral fundador está no cume, e todos os seus descendente vivos são a base.
O estudiosos dizem que a família tribal tinha pelo menos cinco funções básicas: reprodução, por meio da qual a tribo se perpetuava; educação, que possibilitava conservar e transmitir crenças e valores, além das aptidões necessárias à sobrevivência; segurança, que propiciava os meio de proteção de seus membros; cooperação, que promovia os meios de produção básicos e uma divisão do trabalho e apoio, que permitia atender às diversas necessidades psicossociais do ser humano.
Na verdade não foram os estudiosos que inventaram essa funções, eles apenas as descobriram. Essas funções, exercidas pela família, são parte da resposta de Deus às necessidades humanas presentes em nossa natureza e que ainda hoje clamam para serem atendidas.
Reprodução
Em Gênesis 1:27, 28 podemos ver a orientação do Senhor para que a humanidade se multiplicasse e enchesse a Terra, cumprindo assim a função reprodutiva da família.
(27) Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (28) E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gn 1:27-28)
Gerar filhos não é a única função da família, mas é uma das funções da família. Deus não nos incita a gerar filhos de forma irresponsável, mas Ele entrega à família o privilégio de compartilhar com Ele do ato de criar, ao gerar uma nova vida.
No entanto, em um mundo corrompido pelo pecado, em que a própria natureza geme esperando que Deus a liberte, nem todos temos a capacidade fisiológica de gerar filhos.
Na Bíblia há histórias de casais que não podiam gerar filhos como Elcana e Ana, Manoá e sua esposa. A bíblia conta história de mulheres que clamaram a Deus por um filho como fez Ana:
(1) Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. (2) Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha. (3) De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ae Senhor dos exércites em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. (4) No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas; (5) porém a Ana, embora a amasse, dava um só quinhão, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre. (6) Ora, a sua rival muito a provocava para irritá-la, porque o Senhor lhe havia cerrado a madre. (7) E assim sucedia de ano em ano que, ao subirem à casa do Senhor, Penina provocava a Ana; pelo que esta chorava e não comia. (8) Então Elcana, seu marido, lhe perguntou: Ana, por que choras? e porque não comes? e por que está triste o teu coração? Não te sou eu melhor de que dez filhos? (9) Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava sentado, numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor. (10) Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou muito, (11) e fez um voto, dizendo: ó Senhor dos exércitos! Se deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará navalha. (1Sa 1:1-11)
Deus atendeu à oração de Ana, mas em sua sabedoria eterna nem sempre nossos pedidos são atendidos.
Foi o que aconteceu com um casal de amigos que orou ao Senhor pedindo filhos, utilizou-se de vários métodos de concepção, mas não puderam gerar filhos de si mesmos. Esse casal aprendeu a duras penas lições que talvez só pudessem ser aprendidas daquela maneira.
Depois de um tempo de muita luta com Deus e de recuperação emocional, Deus operou de uma maneira miraculosa e eles decidiram adotar uma criança. Acabaram adotando duas meninas.
Mas, o que sempre me impressionou na experiência desse casal é o testemunho desse meu amigo de que depois de algum tempo visitando as meninas em um orfanato, ao voltar para casa, um dia ele teve a sensação de que havia deixado suas filhas e desejou levá-las para casa.
Disse ele que a partir daquele momento começou a compreender melhor o amor de Deus que também nos adotou em sua família, pagando como preço dessa adoção a vida de seu único filho legítimo: Jesus Cristo.
Hoje há casais que não desejam ter filhos. Muitas vezes o desejo de não gerar filhos está ligado à uma questão econômica: nos sonhos que eles têm para si mesmos não cabem filhos; outras vezes, com medo do mundo caótico em que vivemos, eles se perguntam se vale a pena colocar mais um vida neste mundo.
A vida é um presente de Deus. Ela é sempre bem-vinda. Filhos nos ensinam a abrir mão do egoísmo, a rejeitar a avareza, a compartilhar o que temos e somos. Filhos são um alerta de que não somos um fim em nós mesmos. Não é uma tarefa fácil. Mas concebê-los, de nossas entranhas ou do coração, é participar com Deus da sua criação.
Educação
Outra função da família é a Educação. É da família o principal papel na transmissão às gerações seguintes da cultura, crenças e valores que devem ter continuidade. Em Deut. 6:6-7 o Senhor orienta seu povo (naquele momento uma grande família tribal) a ensinar aos seus filhos o amor a Deus e às pessoas; era preciso explicar às novas gerações porque valia a pena amá-lo e obedecer-lhe. Assim, a família cumpria sua função educativa.
(4) Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (5) Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. (6) E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; (7) e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. (8) Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; (9) e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas (Dt. 6:4-9)
Hoje há certa confusão em relação à educação das crianças. A estrutura de muitas famílias não permite aos pais passar tempo com seus filhos. Pai e mãe trabalham, às vezes o dia todo, e não encontram o tempo necessário para compartilhar a vida com seus filhos.
A educação, então, é transferida para as escolas. Que em vez de se ocuparem apenas com a formação acadêmica das crianças passam a ser indutores de cultura, valores e crenças. A criança, ainda bem pequena, passa mais tempo na companhia das professoras no colégio do que na companhia dos pais. À noite, depois de um dia exaustivo de trabalho, pai e mãe chegam cansados demais para dar atenção aos filhos, sentem-se culpados sufocam os filhos com presentes, mimos e concessões.
Quando a família não cumpre seu papel de educar, as crianças serão educadas em outro lugar. Quando você, papai e mamãe, não assume sua responsabilidade de estar perto dos seus filhos e ensinar pelo exemplo sobre o que realmente é importante na vida; quando você abre mão de ensinar pelo exemplo sobre o amor a Deus acima de todas as coisas e o respeito pelas pessoas, seus filhos aprenderam eu outro lugar, de outras pessoas, coisas que talvez você nunca ensinaria para eles.
Quando os filhos vão crescendo é normal que essa função de educação passe a ser compartilhada com outras instituições da sociedade, mas é na família que ela tem suas expressão mais forte: por ação ou por omissão.
Proteção
Em Gênesis 3:21, Deus ensina as primeiras lições práticas sobre proteção como uma das funções da família. Ele revela seu cuidado com a segurança do casal Adão e Eva e providencia para eles vestimentas de pele para protegê-los do frio e do calor.
(21) Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu. (Gn 3:21)
Família é lugar de abrigo e segurança. Adão e Eva tinham desobedecido a Deus. Mais que isso, eles desacreditaram na bondade de Deus e fizeram exatamente o que Ele havia dito que fosse feito. O Senhor, então, ensina na prática, que a família não é lugar de condescendência, mas é lugar de proteger. O erro cometido por Adão é Eva não foi considerado sem importância, mas Deus não lhe negou proteção e cuidado.
A polícia protege contra os marginais (pelo menos deveria proteger), mas quem nos protege de nós mesmos, quem nos protege dos medos que escondemos fora de casa, quem nos protege enquanto aprendemos a lidar com nossas limitações? Proteger é função da família.
Família não é lugar de zombaria, nem pode ter espaço para ser fazer pouco caso um do outro. Família não é lugar de explorar a fraqueza dos outros, mas para de fortalecimento mútuo para enfrentar a vida.
A família não é lugar de complacência mútua, mas é lugar em que há espaço para sermos nós mesmos e ainda assim nos sentirmos amados. Família é uma espécie de casulo que protege e prepara para a vida.
Quando a família não cumpre seu papel de proteger, a proteção é buscada de outra forma, em outro lugar, em outras pessoas. Algumas vezes a igreja cumpre esse papel. Para aqueles que forma rejeitados por suas famílias por causa da fé em Jesus Ele promete muitos irmãos, irmãs, mãe, pais e filhos.
(29) Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,
(30) que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna. (Mar 10:29-30)
Para aqueles que se sentem rejeitados pelo mundo, e vivem neste mundo sem paz, como forasteiros em terra estranha, sem conexão com ninguém, o Senhor oferece sua família, como lugar de proteção e cuidado.
(14) Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, (15) isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, (16) e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade; (17) e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto; (18) porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
(19) Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, (20) edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; (21) no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, Eph 2:22 no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito. (Eph 2:14-22)
Cooperação
Em Gênesis 2:15, Deus orientou Adão para que cultivasse e guardasse o jardim, oferecendo assim à primeira família o caminho para a obtenção de seu sustento e ao mesmo tempo ensinando-lhes sobre função cooperativa da família.
15 Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.
É uma função da família ensinar seus membros a obter o sustento necessário para sua sobrevivência. Ela deve fazer isso de forma cooperativa, aproveitando as capacidades individuais, investindo nas habilidades demonstradas.
Papai e mamãe, vocês não são eternos. Seus filhos precisar ser habilitados a sobreviverem por conta própria. É claro que filhos pequenos dependem de seus pais, mas eles precisam depender cada vez menos. Cada etapa de desenvolvimento deles deve corresponder a novas etapas de independência e responsabilidade até que eles estejam prontos para andar por si mesmos.
Isso só será possível se a família for um espaço de cooperação. Se o tom da família é o egoísmo (cada um por si e todos que se virem) dificilmente será possível cumprir bem o papel de cooperação. É preciso encarar essa questão. Cooperar, significa agir juntos, como um time. Mas se cada um busca apenas o seu próprio interesse não há cooperação.
Quando a família falha e promover cooperação e treinamento para a vida, estaremos entregando à sociedade pessoas incapazes de sobreviverem por conta própria. Pessoas que serão um peso para a sociedade e para a própria família.
Apoio
Em Gênesis 2:20-24, vemos o cuidado de Deus com a necessidade humana de intimidade e identificação. Vemos também como de uma forma especial Ele constitui o estabeleceu o relacionamento homem – mulher como resposta a essas necessidades, revelando assim a função de apoio a ser exercida pela família.
20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea. 21 Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. 22 E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. 23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. (Gn 2:20-24)
Família não é lugar de competição entre marido e mulher. Família não é lugar de concorrência pra ver quem tem mais diplomas, quem ganha mais dinheiro, quem tem mais amigos, quem tem o melhor discurso, ou qualquer outro tipo de disputa. Família não é lugar de auto-afirmação pelo desprezo do outro.
A palavra chave é apoio mútuo. Deus nos fez complementares para que dependêssemos uns dos outros. Por isso, puxar o tapete do outro, expor o ponto fraco, esperar de tocai para acusar, denegrir a imagem diante de terceiros ou qualquer coisa do tipo não ajuda muita coisa para construir um relacionamento de apoio mútuo.
Conclusão
Temos presenciado mudanças muito grandes nas estruturas familiares, mas suas funções básicas são as mesmas, porque elas foram estabelecidas por Deus para suprir nossas necessidades com seres humano.
Não há um retrato único para a família, principalmente quando olhamos sua evolução no transcorrer da história. Mas não podemos esquecer as funções para as quais ela foi instituída por Deus.
A família que cumpre as funções para as quais ela foi instituída é uma miniatura daquilo que Deus deseja prover a todos os seus filhos. Diz o ditado que todos somos filhos de Deus. Mas a Bíblia fala um pouco diferente.
(11) Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (12) Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; (13) os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. (Joh 1:11-13)
Se você deseja fazer parte da família de Deus, você precisa receber a Jesus e crer nele como seu Senhor e Salvador. Confiar na morte de Cristo como eficaz para pagar os seus pecados é o seu passaporte para a família de Deus.
Só assim você poderá aproveitar os benefícios de fazer parte desta família, cujo pai e amoroso, cuidados e age sempre em nosso benefício.

Jogo do Casamento

Apresentação

Meu nome é Aristarco e sou casado com Marina há 20 anos. Temos dois filhos, Lídia e Levi. A Lídia tem 19 anos é comunicativa e ligada às pessoas. Ela gosta muito de lê e cursa letras na UECE. O Levi é simpático e cortês, muito objetivo e metódico. Ele está no 2º ano do ensino médio, gosta de matemática e já ganhou algumas medalhas em competições estaduais e nacionais.

Nesses 20 anos, Marina tem sido uma coluna de sustentação de nossa vida familiar. Ela é uma mulher ponderada e sensata que ama os filhos e gosta muito de cuidar da família, e de mim também. Nos intervalos de dedicação à família, ela já tocou negócios bem diferentes, que vão do artesanato em gesso e tecido até uma livraria com mais 300m2, passando ainda por uma pequena panificadora. Hoje ela ensina educação cristã às crianças do ensino infantil do CBSD e está se preparando para atuar em benefício de crianças que passam por situação de risco.

Eu sou funcionário da Caixa Econômica há 18 anos. Hoje, atuo como analista de crédito na Gerência de Riscos de Fortaleza. Sou também pastor na Igreja Batista do Caminho, que se reúne na Rua Visconde de Mauá, 2794, próximo à Assembléia Legislativa.

Introdução

Há alguns anos atrás seria impossível o que está acontecendo hoje aqui: um grupo de executivos dispostos a buscar aperfeiçoamento não apenas das habilidades técnicas ou de gestão dos negócios, mas também o aperfeiçoamento da capacidade de se relacionar com outras pessoas, sobretudo aquelas que compartilham o seu dia-a-dia sob o mesmo teto.

Houve um tempo passado em que empresas eram lugares onde se produzia algo e cada um deveria concentrar suas energias exclusivamente em alcançar as metas e em contribuir para o bom resultado do empreendimento. As empresas não eram lugares propícios para a convivência humana ou para a expressão de necessidades que não fossem as ligadas ao negócio.

Nesse tempo passado, as pessoas eram consideradas apenas peças em uma grande engrenagem desenvolvida para ser lucrativa a qualquer custo. Se a peça não ia bem, trocava-se por outra, de preferência com um custo menor. Um tempo em que homens e mulheres foram massacrados.

Hoje, descobriu-se que a empresa, além de uma mente (centro de racionalidade) e um corpo (estrutura e pessoas), tem também uma alma. Empresas têm emoções. Percebeu-se que as empresas sentem, porque são feitas de gente. E gente sente.

Essa constatação levou os executivos procurarem maneiras de lidar com essa gente que sente. Percebeu-se que não era possível repartir a pessoa em pedaços. Não existe isso de não levar problemas de casa para o trabalho nem do trabalho para casa. Somos inteiros. Onde estivermos carregamos conosco tudo o que somos. A disputa no trabalho pela supervisão nova respinga no relacionamento com os filhos, assim como o desentendimento com a esposa ou o marido no domingo vai ao trabalho com você na segunda-feira.

O Jogo do Casamento

Dentre os relacionamentos que mais causam impacto na vida de uma pessoa está o relacionamento conjugal. Marido e mulher têm a capacidade de influenciar poderosamente a vida um do outro. Essa influência pode ser uma mola propulsora para o bem ou um peso que afunda os dois e não deixa ninguém avançar.

A verdade é que o casamento nunca foi algo equacionado e pronto para funcionar. Não existem fórmulas mágicas porque cada pessoa é diferente e age de forma diferente nas várias circunstâncias que a vida apresenta.

O casamento é uma espécie de jogo em que as regras são numerosas e complexas (e algumas desconhecidas). Quando você pensa que está ganhando de goleada, descobre surpreso que está perdendo; quando você sente que tudo está perdido, de repente surge uma esperança que não era esperada.

No casamento, aqueles que são competidores por excelência sofrem e fazem o outro sofrer em sua saga de ganhar sempre. Mas aqueles que são indiferentes ao jogo e não se importam consigo nem com o outro também sofrem e fazem sofrer.

Penso que, a maneira como consideramos esse “jogo” faz toda diferença. O nome que damos para ele e as regras com as quais o jogamos são fatores determinantes para estabelecer um relacionamento que abençoa em vez de amaldiçoar.

O nome dos jogos

Hoje gostaria de considerar três dos jogos mais jogados entre os casais. São jogos que todos conhecemos e jogamos vez ou outra. É difícil um casamento em que apenas um deles seja jogado, já que a maioria dos casamentos é uma mescla desses jogos. Entre eles há uma que é preferível, porque resulta em alegria e bem estar para todos os envolvidos: marido, esposa e filhos

Primeiro Jogo: O mais forte ganha

Esse é um jogo fácil de jogar, porque só tem uma regra: ganha quem subjugar o outro mais rápido. É a lei das selvas. É um jogo rápido que sempre termina na destruição emocional, intelectual e até física de um dos participantes.

Nos relacionamentos em que prevalece esse tipo de jogo há sempre um opressor e um oprimido. O marido, mas forte fisicamente, ameaça bater na esposa se ela não atender aos seus caprichos. O cônjuge com maior formação acadêmica, humilha o outro com perguntas sobre assuntos desconhecidos. A mulher, mais madura emocionalmente, manipula e anula o marido com jogos de chantagem.

Para alguns pode parecer que não, mas esse tipo de jogo continua sendo jogado em muitos relacionamentos. Algumas vezes, quando a parte oprimida não suporta, tenta desfazer o relacionamento, mas nem sempre é fácil porque esse jogo causa dependência. É comum também que é a parte mais fraca do relacionamento submeta-se ao jogo por longos anos: um processo de anulação consentida.

Esse jogo é jogado também fora do casamento. Por isso os primeiros cristãos espelharam-se na atitude de Jesus para abrir mão do jogo “O mais forte ganha”

Segundo Jogo: Ninguém ganha

Os danos causados por esse primeiro jogo para o casamento foram e são terríveis. A saída encontrada foi estabelecer um outro jogo com novas regras. O nome do jogo é “Ninguém ganha”.

Nesse jogo cada cônjuge é incentivado correr atrás dos seus direitos dentro do relacionamento. O princípio do jogo tem raízes no pensamento dos economistas liberais: Se ambos buscarem o melhor para si, então haverá uma equalização de forças e resultado será bom para os dois. Não sabendo como fazer um jogo em que os dois ganhem, a saída encontrada foi admitir que o empate, embora sem graça e cansativo é melhor do que um dos dois sempre perder.

O jogo em que ninguém ganha é aquele em que a disputa é mais valorizada do que a outra pessoa. O marido é capaz de não voltar cedo para casa só para “acostumar mal” a esposa. A esposa e capaz de sacrificar o tempo como os filhos apenas para provar que ela é tão capaz quanto ele.

O jogo do “ninguém ganha” faz muito sucesso na nossa geração, porque ele parece justo e equilibrado. Metade para um e metade para outro: ela ganha o dinheiro dela, eu ganho o meu dinheiro; ela paga as contas dela, eu pago as minhas; ela faz os cursos dela, eu faço os meus; 50% das despesas, 50% do trabalho, 50% do esforço, 50% do amor. Realmente é bem mais justo do que o jogo “o mais forte ganha”.

Mas quem joga esse jogo ainda joga um contra o outro. Ainda é uma competição em que ninguém quer perder. Será que é possível haver um jogo melhor do que esse?

Terceiro Jogo: Os Dois ganham

O nome do terceiro jogo é “Os dois ganham”. A regra é colocar o outro e suas necessidades em primeiro lugar. Essa assim que os primeiros cristãos tentavam viver a vida

(3) Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos. (4) Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros.

(5) Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: (6) Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. (7) Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, (8) ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte - morte de cruz. (Filipenses 2:3-8)

Ela precisa de...

· Afeto

· Diálogo

· Honestidade e franqueza

· Estabilidade Financeira

· Compromisso com a Família

Ele precisa de...

· Realização sexual

· Companheirismo

· Uma mulher atraente

· Apoio Doméstico

· Admiração e respeito

Como pensar primeiro nas necessidades do outro? Isso é razoável? O cristianismo da bíblia acredita que só possível fazer isso se acreditarmos que, quando o nosso cônjuge não suprir nossas necessidades o nosso relacionamento com o Deus da Bíblia será suficiente.

Mas isso já é uma outra história...

20 agosto 2007

A Tentação de Jesus

Introdução
Uma das passagens mais conhecidas sobre a vida de Jesus é a sua tentação no deserto. Pinturas, gravuras, escultura, livros inteiros e vários filmes já foram produzidos tentando retratar aquele momento.
Mas o que realmente estava em jogo durante a tentação? Quais eram os objetivos do diabo com cada frase dita? Porque o Espírito de Deus conduziu Jesus para aquela situação? Será que Jesus realmente se manteve firme? Quais as lições que podemos tirar para nossas vidas sobre esse momento tão importante da vida de Jesus.
A tentação é citada em três evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas, mas é descrita com detalhes apenas em Mateus e Lucas. O nosso texto principal de hoje é exatamente o texto de Mateus 4:1-10.
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.
Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
Disse-lhe então o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão.
Alguém aqui já passou por semanas de fome? Você acha que poderia haver algum pecado em querer saciar a própria fome? Claro que não! A fome é o alerta de que uma necessidade básica e legítima do corpo não está sendo suprida: alimentação.
Além da alimentação, são necessidades básicas e legítimas a moradia digna, a vestimenta, a proteção e também os meios para se sustentar. São básicas e legítimas porque não se pode abrir mão delas sem prejuízo para a própria vida.
Jesus estava em jejum há muitos dias e certamente estava com muita fome. Seu corpo estava debilitado e suas energias eram só suficientes. Na sua primeira investida, o diabo usou de um golpe baixo e atacou Jesus exatamente na primeira das necessidades básicas: comida.
Disse-lhe então o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão. O pensamento vem logo à mente: Golpe baixo, golpe sujo! Logo quando Jesus estava com muita fome!
Ora, mas não há pecado em sentir fome, e muito menos em matar primeiro quem está nos matando. Querer atender a essa necessidade básica e legítima é algo muito natural. Onde estava, então, a tentação. Qual era o golpe baixo?
Não se engane, amigo! O diabo nada tem a ver com a figura horrenda que dele se pinta: pele rugosa e vermelha, chifres, rabo e tridente na mão. Lúcifer, seu outro nome, era um anjo de luz que gozava da presença de Deus. Ele é um profundo conhecedor da raça humana. Por séculos e séculos ele vem aprendendo sobre nossas fragilidades com o propósito explícito de nos afastar de Deus. O rebelde opositor do Deus Eterno, o inimigo das nossas almas é uma realidade e joga sujo.
Depois de 40 dias em jejum, o filho de Deus é conduzido ao deserto pelo Espírito Santo de Deus e o que Ele ouve o tentador perguntar?: Vale a pena tudo isso? Vale a pena essa coisa de seguir à vontade de Deus? Será que esse Deus que é tão bom vai lhe deixar morrer nesse deserto sem ter o que comer? Porque você mesmo não resolve o problema da sua fome? Aliás, porque passar fome, quando você tem como se alimentar sem depender de Deus?
Jesus, então, entendeu a armadilha e disse: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4:4). Na resposta de Jesus encontramos a chave para abrir o significado da tentação.
É legítimo desejar comida quando se está com fome, mas é Deus quem sustenta a vida, inclusive através da comida de que precisamos. É dele que vem nossa subsistência.
O diabo quis pegar Jesus pelo estomago e plantar na mente e no coração Dele a semente da desconfiança sobre o sustento que Deus dá aos seus filhos. A sugestão do inimigo foi de que, por via das dúvidas, só para o caso de Deus não cumprir com a palavra dele, é melhor ir logo transformando umas daquelas pedrinhas em pão, só para garantir.
A estratégia é mesma ainda hoje. Será que esse Deus tão bom vai lhe deixar sem emprego? Será que esse Deus em quem você acredita não está vendo a necessidade da sua família? Será que esse Deus bonzinho não vê que você precisa comprar um carro? Será que esse Deus tão poderoso vai deixar você sofrendo nesse trabalho? Será que esse Deus que se diz o criador da vida vai deixar você padecer com essa doença?
Quando foi tentado, Jesus disse: minha vida não depende apenas do pão. Eu confio no cuidado de Deus por mim ainda que agora eu esteja faminto. Qual tem sido a sua resposta?
Pode ser que o Diabo tenha plantado a desconfiança em seu coração. Tome hoje a decisão de rejeitar esses sentimentos e creia que na bondade e no cuidado de Deus. Ele é confiável e quer o nosso bem. Foi assim que Jesus respondeu; é assim que você pode responder.
Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és o Filho de Deus, atira-te a baixo, por que está escrito: Aos seus anjos ordenará a seu respeito; e: Eles te sustentarão nas tuas mãos, para não tropeçarem nalguma pedra.
Na minha infância eram comuns aquelas caixinhas de promessas. Certa vez ganhamos uma dessas caixinhas de um parente. Ela era de plástico e tinha uma tampa transparente. Dentro dela havia umas tiras de papel colorido com textos da bíblia. Os textos escolhidos eram recortes das promessas de Deus espalhadas pelas Escrituras (até por isso se chamava de caixinha de promessas).
A orientação era pra tirar e ler uma promessa diferente todos os dias. Mas o que eu gostava mesmo era de espalhar as tirinhas na mesa, separar pela cor e depois colocar de volta organizadas. Hoje há inclusive as bíblias onde as promessas de Deus aparecem destacadas.
Mas o que tem a ver a história da caixinha de promessas? É que a segunda tentação do diabo contra Jesus está relacionada com as promessas de Deus. O Diabo foi vencido na primeira tentação quando Jesus usou a Palavra para declara sua confiança na provisão de Deus. Agora, o inimigo também usa a Palavra de Deus para tentar o Senhor.
Jesus foi levado pelo Diabo para a torre que ficava acima do átrio do templo. O átrio era o lugar onde muitas pessoas se aglomeravam para adoração. Ele então desafia a Jesus:
Quer dizer que você confia em Deus? Quer dizer que você acha que Ele se importa com você? Então, pula daqui de cima! Se Deus realmente lhe ama e é cumpridor da Suas promessas ele não permitirá que você se machuque, os anjos irão lhe amparar antes que algo trágico aconteça.
O diabo cita um salmo (Salmo 91:11-12) para falar das promessas de Deus. Será que não é legítimo confiar nas promessas de Deus? Será que ao ler a Bíblia não se deve encontrar conforto naquilo que Deus nos prometeu? É claro que o problema não é esse, o profeta Jeremias disse: quero trazer à memória aquilo que me dá esperança, e nada nos enche mais de esperança do que as promessas de Deus. Qual era a tentação, então?
Outra vez, a chave para entender está na resposta de Jesus que disse: Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus (Mateus 4:7). Essa citação de Jesus se refere a um fato ocorrido com Moisés e o povo de Israel durante a peregrinação no deserto.
Em uma região no meio do deserto chamada Refidim, o povo que Deus tinha libertado da escravidão no Egito, reclamou com Moisés por causa da falta de água. Eles disseram: Porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos, e aos nossos rebanhos? (Ex.17:1-7).
O povo que tinha experimentado a libertação de Deus, realizada com prodígios e maravilhas, agora estava com medo de morrer de sede no deserto. O povo reclamou da sede e exigiu que algo fosse feito: afinal de contas, o Senhor está entre nós, ou não? O escritor do Êxodo diz que aquele lugar passou a se chamar Meribá porque ali o povo reclamou e pôs o Senhor à prova.
Nessa história é possível enxergar a grande diferença entre exigir, determinar o cumprimento das promessas de Deus e confiar nessas mesmas promessas.
Quando exigimos o cumprimento das promessas de Deus estamos expondo nossa desconfiança na capacidade e na intenção Dele aquilo que prometeu; Por outro lado, confiar nas promessas de Deus é descansar Nele a despeito das circunstâncias que nos cercam, porque o Deus das promessas é melhor que as promessas de Deus.
Jesus foi desafiado pelo diabo a requerer as promessas de Deus. O sussurro do diabo era: não vale a pena esperar pelo reconhecimento de Deus. As promessas que Ele lhe fez não acontecerão se você não exigir agora. Faça o seu Show particular, Deus vai ter que entrar com a parte dele. Jogue-se daqui de cima no meio da multidão e exija a promessa que ele fez. Você vai ver como as pessoas vão adorá-lo e você garante agora o seu reino.
O que está sendo sussurrado aos seus ouvidos? Quais são as exigências que você tem sido levado a fazer de Deus? Que determinações você tem pra Deus cumprir como prova do amor dele? Quais são as suas vontades que Ele é obrigado a realizar? Lembre-se disso: é melhor crer no Deus das promessas do que nas promessas de Deus. Foi assim que Jesus fez e você também pode fazer.
Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos... Se prostrado me adorares
Frustrado duas vezes em suas tentativas de destruir a integridade do filho de Deus, o diabo lança mão de uma arma poderosíssima: o desejo pelo poder, autoridade e glória. O poder embriaga porque ele oferece a sensação de segurança e nós somos, por natureza, carentes de segurança.
Richard Forster escreveu um livro chamado Sexo, Dinheiro e Poder, publicado pela editora Mundo Cristão. Forster argumenta que esse é o tripé que sustenta as nossas relações neste mundo.
Não é muito difícil constatar isso. Temos construído nossas vidas, nossas cidades tomando como base esses desses três elementos. Talvez porque eles ofereçam uma sensação de segurança, de que tanto precisamos, mesmo que seja por um breve período. Quem tem poder usar para obter dinheiro e sexo, quem tem dinheiro compra sexo e poder, e o sexo inúmeras vezes é a arma usada para obter dinheiro e poder.
Mas, dinheiro, sexo ou mesmo poder não são um mal em si mesmos. Ao contrário disso, quando se encontram sob o controle do Espírito de Deus, essas armas poderosas podem e devem ser utilizadas para estabelecer o Reino de Deus. Onde está então a tentação? Mais uma vez precisamos olhar para a resposta de Jesus.
Então Jesus lhe ordenou, retira-te Satanás, porque está escrito: ao Senhor teu Deu adorarás, e só a ele darás culto (Mateus 4:10).
Jesus sabia que seria estabelecido como Rei sobre toda a criação. Ele sabia que todas as coisas estariam debaixo de sua autoridade, que tudo convergiria para Ele. O final já estava certo. Mas Jesus também sabia que só havia um caminho para esse final grandioso: a obediência, se necessário, até à morte.
De forma sagaz, o Diabo então oferece um atalho para essas realizações. Não é necessário passar pela cruz, não precisa você se expor diante de pessoas que não vão lhe compreender. Basta que você me adore e terá poder, autoridade, riquezas e o que mais você quiser. Não dava pra ser mais transparente!
Ora, mas qual o problema com os atalhos? Quem não gosta de um caminho mais curto e que chega ao mesmo lugar (ou a um lugar parecido). A questão com os atalhos é que eles têm um preço. O atalho do poder levaria Jesus para longe da vontade de Deus. Jesus entendeu que o atalho para o poder tinha um preço: Negar a Deus e plano que havia sido traçado em conjunto com o Pai para a sua vida. No final desse atalho era um desvio para longe da vontade do Pai.
A questão era tão séria que Jesus ordenou ao diabo que se retirasse. Jesus foi tentado com o atalho do poder, mas há muitos outros. Quais os atalhos que têm sido oferecidos a você.
· Prazer sem responsabilidade, que leva multidões a destruírem sem corpos e suas alma?
· Lucro fácil, que leva empresários a jogarem o respeito pela vida humana na lata de lixo?
· Fraude, que leva muitos candidatos a concurso a pagarem outros para fazer as provas que eles deveriam fazer?
· Acordos e conchavos, que desprezam os que não fazem parte do seu grupinho.
· O atalho da mentira, que na verdade é um desvio escuro e frio para morte espiritual?
Seja como for, saiba que Jesus disse NÃO para o atalho do poder e você também pode dizer não para os atalhos que o diabo e o mundo têm lhe oferecido.
Jesus foi tentado em tudo. No texto sobre a tentação no evangelho de Lucas, no verso 13, diz: Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno (Lucas 4:13).
Ele foi vitorioso em todas as tentativas do diabo. O mesmo poder que O fez vencer as tentações, está à nossa disposição: a capacitação do Espírito Santo, gerando em nós a confiança em Deus que nos habilita a obedecê-lo.
No verso 11 do capítulo 4, Mateus deixou registrada uma observação muito importante: Com isto o deixou o diabo, e eis que vieram os anjos e o serviram (Mateus 11:4)..
Deus surpreendeu seu filho amado, que decidira confiar, enviando anjos para servi-lo. Deus preparou um banquete surpresa para suprir a sua fome, companhia para aliviar a solidão de apenas confiar nas promessas e com isso deu uma prova sem contestação de que vale a pena trilhar o caminho da obediência.
O Senhor continua pronto a recompensar aqueles que decidem obedecer ainda que não saibam como fazê-lo. Não é uma troca. É um presente que Ele tem prazer em nos oferecer.
Minha oração a Deus nesta noite é para que ele nos dê discernimento espiritual para perceber as ciladas do Inimigo e para que o seu Espírito tenha a liberdade, dada por cada um de nós para nos conduzir a experimentar a confiança que nos leva à obediência.

Não Temas

Embora os líderes não costumem confessar uns aos outros as coisas que mexem com eles, uma das questões que sempre está presente e nos rodeia, procurando nos tragar, é o medo.
Ninguém gosta de dizer que está com medo. E não é para menos, os medrosos são tratados com certo desdém. Ninguém gosta de apontá-los como exemplos e pouco deles ocupam lugar de honra nas narrativas históricas. Os medrosos são sempre desprezados, às vezes até injustamente.
No entanto, ao perceber a lógica ilógica do Reino de Deus, descobrimos que Ele sempre considerou o medo algo inerente à nossa condição humana; mas também incompatível com o árduo caminho da liderança.
É fácil confirmar isso!
Em uma pesquisa pelas páginas das escrituras, é possível encontrar os grandes expoentes da fé sendo exortados pelo Autor da fé a não permitirem que o medo os domine.
Abraão
Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo. (Gn 15:1)
Isac
E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por amor do meu servo Abraão. (Gn 26:24)
Jacó
(2) Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó: Eis-me aqui. (3) E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação. (4) Eu descerei contigo para o Egito, e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos. (Gen 46:2-4)
Josué
Então disse o Senhor a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, levanta-te, e sobe a Ai. Olha que te entreguei na tua mão o rei de Ai, o seu povo, a sua cidade e a sua terra. (Jos 8:1)
Gideão
(22) Vendo Gideão que era o anjo do Senhor, disse: Ai de mim, Senhor Deus! pois eu vi o anjo do Senhor face a face. (23) Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás. (Jdg 6:22,23)
Ezequias
(5) Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaias. (6) E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. (7) Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma nova, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair na sua terra. (Is. 37:5-7)
Jeremias
(4) Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: (5) Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta. (6) Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino. (7) Mas o Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. (8) Não temas diante deles; pois eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. (9) Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse- me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. (Jer 1:4-8)
Paulo
(9) E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; (10) porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade. (11) E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus. (Atos 18:9-11)
Duas lições
Primeira: nenhum de nós deve permitir que sentimentos de inferioridade espiritual ou de tristeza nos dominem porque experimentamos o medo diante dos desafios da vida e do ministério. Quando sentimos medo estamos na companhia dos grandes da Fé!
Segundo: não podemos nos acostumar com o medo, não podemos deixar que ele se aloje em nossas almas; porque isso nos tornará medrosos e incapazes de enfrentar os desafios da vida e do ministério. Quando lutamos contra o medo estamos na companhia dos grandes da Fé!
Como lidar com o medo?
Como lidar com esse inimigo que se esconde dentro de nós? É claro que não há uma fórmula mágica para isso, mas talvez haja na Palavra de Deus princípios que possam ser aplicados em nossas vidas. É possível encontrar boas dicas desses princípios nos argumentos usados por Deus para encorajar os nossos heróis da fé.
Abrão fora chamado por Deus e estava saindo do meio de sua parentela para um lugar cheio de riscos e perigos. Ele não conhecia a maneira de agir do Senhor e não tinha qualquer certeza a respeito do seu futuro. Eu sou o teu escudo
Isac não tinha um relacionamento pessoal com o Senhor, que era o Deus do pai dele. Eu sou contigo e te abençoarei
Jacó ficou com medo do que aconteceria com ele no Egito. Como Deus poderia está pensando em algo bom se ele e sua família estavam sendo levados para o Egito? Eu te farei ali uma grande nação
Josué ficou com medo de enfrentar os exércitos da cidade de Ai. Será que Deus daria vitória nessa empreitada? Eu te entreguei na tua mão o rei de Ai
Gideão teve medo de Deus. Ele achou que seria fulminado por que estava na presença de Deus. Gideão na conhecia o Senhor de perto. Eu não te matarei
Ezequias ficou com medo da afronta dos mensageiros do Rei da Assíria. O seu desconhecimento a respeito de Deus o levou a pensar que Deus não podia defender-se de seus acusadores. Eu farei cair o rei da Assíria em sua terra
Jeremias teve dúvidas a respeito de quem o protegeria em seu ministério. Como ele poderia falar a Palavra do Senhor? Será que o Senhor poderia protegê-lo e guardá-lo? Eu sou contigo para te livrar
Paulo: teve dúvida se deveria ou não continuar a pregar o evangelho em Corinto. Como seria o futuro? Deus o guardaria do mal? Eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal
Princípios
Constatação: o medo se alimenta do nosso (1) desconhecimento sobre o futuro, da nossa (2) falta de experiência com Deus e do nosso (3) desconhecimento quanto ao Seu caráter.
Primeiro: o futuro sempre será desconhecido. Deus não tem muito interesse em revelá-lo para todos nós. Por isso precisamos exercitar confiança no Senhor e na sua gestão do universo.
Segundo: a falta de experiências com Deus é uma decisão nossa. Deus está sempre pronto para revelar-se. Por isso precisamos buscar uma vida de comunhão prática e relacionamento íntimo com Ele.
Terceiro: o desconhecimento do caráter de Deus é prova da ausência de amizade com Ele. Por isso precisamos descobrir porque Ele age do jeito que age. Se o caráter de Deus for previsível e confiável, não precisaremos ter medo.
Conclusão
O Conhecimento é a base do amor. Por isso, conhecer o Senhor é a base para amá-lo.
Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra. (Os 6:3)
Quando amamos o Senhor o medo é lançado fora. É isso que diz o apóstolo João.
No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor. (1Jo 4:18)
O medo, portanto, é um elemento que faz parte das limitações humanas, mas aqueles que foram chamados por Deus a liderar não podem se tornar medrosos; mas precisam enfrentar o medo a partir conhecimento de Deus, que nos faz amá-lo e confiar Nele.
Patriarcas, Juízes, Reis, Profetas e Apóstolos aprenderam sobre o Senhor andando com Ele no dia-a-dia de suas vidas. Não um Deus distante e remoto; mas um Deus presente, que interferia em suas vidas.
Eles experimentaram a presença de Deus e assim aprenderam a confiar Nele. Talvez seja isso o que nos falte: Experimentar a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Mas isso já é outra história.
Que o Senhor nos abençoe e se faça presente em nossas vidas.
Mensagem pregada em 18/07/2007 na Igreja Batista em Itapagé por ocasião da reunião da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil Seção Ceará

19 agosto 2007

A Tentação de Jesus

Introdução

Uma das passagens mais conhecidas sobre a vida de Jesus é a sua tentação no deserto. Pinturas, gravuras, escultura, livros inteiros e vários filmes já foram produzidos tentando retratar aquele momento.
Mas o que realmente estava em jogo durante a tentação? Quais eram os objetivos do diabo com cada frase dita? Porque o Espírito de Deus conduziu Jesus para aquela situação? Será que Jesus realmente se manteve firme? Quais as lições que podemos tirar para nossas vidas sobre esse momento tão importante da vida de Jesus.
A tentação é citada em três evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas, mas é descrita com detalhes apenas em Mateus e Lucas. O nosso texto principal de hoje é exatamente o texto de Mateus 4:1-10.
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.
Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
Disse-lhe então o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão.
Alguém aqui já passou por semanas de fome? Você acha que poderia haver algum pecado em querer saciar a própria fome? Claro que não! A fome é o alerta de que uma necessidade básica e legítima do corpo não está sendo suprida: alimentação.
Além da alimentação, são necessidades básicas e legítimas a moradia digna, a vestimenta, a proteção e também os meios para se sustentar. São básicas e legítimas porque não se pode abrir mão delas sem prejuízo para a própria vida.
Jesus estava em jejum há muitos dias e certamente estava com muita fome. Seu corpo estava debilitado e suas energias eram só suficientes. Na sua primeira investida, o diabo usou de um golpe baixo e atacou Jesus exatamente na primeira das necessidades básicas: comida.
Disse-lhe então o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão. O pensamento vem logo à mente: Golpe baixo, golpe sujo! Logo quando Jesus estava com muita fome!
Ora, mas não há pecado em sentir fome, e muito menos em matar primeiro quem está nos matando. Querer atender a essa necessidade básica e legítima é algo muito natural. Onde estava, então, a tentação. Qual era o golpe baixo?
Não se engane, amigo! O diabo nada tem a ver com a figura horrenda que dele se pinta: pele rugosa e vermelha, chifres, rabo e tridente na mão. Lúcifer, seu outro nome, era um anjo de luz que gozava da presença de Deus. Ele é um profundo conhecedor da raça humana. Por séculos e séculos ele vem aprendendo sobre nossas fragilidades com o propósito explícito de nos afastar de Deus. O rebelde opositor do Deus Eterno, o inimigo das nossas almas é uma realidade e joga sujo.
Depois de 40 dias em jejum, o filho de Deus é conduzido ao deserto pelo Espírito Santo de Deus e o que Ele ouve o tentador perguntar?: Vale a pena tudo isso? Vale a pena essa coisa de seguir à vontade de Deus? Será que esse Deus que é tão bom vai lhe deixar morrer nesse deserto sem ter o que comer? Porque você mesmo não resolve o problema da sua fome? Aliás, porque passar fome, quando você tem como se alimentar sem depender de Deus?
Jesus, então, entendeu a armadilha e disse: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4:4). Na resposta de Jesus encontramos a chave para abrir o significado da tentação.
É legítimo desejar comida quando se está com fome, mas é Deus quem sustenta a vida, inclusive através da comida de que precisamos. É dele que vem nossa subsistência.
O diabo quis pegar Jesus pelo estomago e plantar na mente e no coração Dele a semente da desconfiança sobre o sustento que Deus dá aos seus filhos. A sugestão do inimigo foi de que, por via das dúvidas, só para o caso de Deus não cumprir com a palavra dele, é melhor ir logo transformando umas daquelas pedrinhas em pão, só para garantir.
A estratégia é mesma ainda hoje. Será que esse Deus tão bom vai lhe deixar sem emprego? Será que esse Deus em quem você acredita não está vendo a necessidade da sua família? Será que esse Deus bonzinho não vê que você precisa comprar um carro? Será que esse Deus tão poderoso vai deixar você sofrendo nesse trabalho? Será que esse Deus que se diz o criador da vida vai deixar você padecer com essa doença?
Quando foi tentado, Jesus disse: minha vida não depende apenas do pão. Eu confio no cuidado de Deus por mim ainda que agora eu esteja faminto. Qual tem sido a sua resposta?
Pode ser que o Diabo tenha plantado a desconfiança em seu coração. Tome hoje a decisão de rejeitar esses sentimentos e creia que na bondade e no cuidado de Deus. Ele é confiável e quer o nosso bem. Foi assim que Jesus respondeu; é assim que você pode responder.
Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és o Filho de Deus, atira-te a baixo, por que está escrito: Aos seus anjos ordenará a seu respeito; e: Eles te sustentarão nas tuas mãos, para não tropeçarem nalguma pedra.
Na minha infância eram comuns aquelas caixinhas de promessas. Certa vez ganhamos uma dessas caixinhas de um parente. Ela era de plástico e tinha uma tampa transparente. Dentro dela havia umas tiras de papel colorido com textos da bíblia. Os textos escolhidos eram recortes das promessas de Deus espalhadas pelas Escrituras (até por isso se chamava de caixinha de promessas).
A orientação era pra tirar e ler uma promessa diferente todos os dias. Mas o que eu gostava mesmo era de espalhar as tirinhas na mesa, separar pela cor e depois colocar de volta organizadas. Hoje há inclusive as bíblias onde as promessas de Deus aparecem destacadas.
Mas o que tem a ver a história da caixinha de promessas? É que a segunda tentação do diabo contra Jesus está relacionada com as promessas de Deus. O Diabo foi vencido na primeira tentação quando Jesus usou a Palavra para declara sua confiança na provisão de Deus. Agora, o inimigo também usa a Palavra de Deus para tentar o Senhor.
Jesus foi levado pelo Diabo para a torre que ficava acima do átrio do templo. O átrio era o lugar onde muitas pessoas se aglomeravam para adoração. Ele então desafia a Jesus:
Quer dizer que você confia em Deus? Quer dizer que você acha que Ele se importa com você? Então, pula daqui de cima! Se Deus realmente lhe ama e é cumpridor da Suas promessas ele não permitirá que você se machuque, os anjos irão lhe amparar antes que algo trágico aconteça.
O diabo cita um salmo (Salmo 91:11-12) para falar das promessas de Deus. Será que não é legítimo confiar nas promessas de Deus? Será que ao ler a Bíblia não se deve encontrar conforto naquilo que Deus nos prometeu? É claro que o problema não é esse, o profeta Jeremias disse: quero trazer à memória aquilo que me dá esperança, e nada nos enche mais de esperança do que as promessas de Deus. Qual era a tentação, então?
Outra vez, a chave para entender está na resposta de Jesus que disse: Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus (Mateus 4:7). Essa citação de Jesus se refere a um fato ocorrido com Moisés e o povo de Israel durante a peregrinação no deserto.
Em uma região no meio do deserto chamada Refidim, o povo que Deus tinha libertado da escravidão no Egito, reclamou com Moisés por causa da falta de água. Eles disseram: Porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos, e aos nossos rebanhos? (Ex.17:1-7).
O povo que tinha experimentado a libertação de Deus, realizada com prodígios e maravilhas, agora estava com medo de morrer de sede no deserto. O povo reclamou da sede e exigiu que algo fosse feito: afinal de contas, o Senhor está entre nós, ou não? O escritor do Êxodo diz que aquele lugar passou a se chamar Meribá porque ali o povo reclamou e pôs o Senhor à prova.
Nessa história é possível enxergar a grande diferença entre exigir, determinar o cumprimento das promessas de Deus e confiar nessas mesmas promessas.
Quando exigimos o cumprimento das promessas de Deus estamos expondo nossa desconfiança na capacidade e na intenção Dele aquilo que prometeu; Por outro lado, confiar nas promessas de Deus é descansar Nele a despeito das circunstâncias que nos cercam, porque o Deus das promessas é melhor que as promessas de Deus.
Jesus foi desafiado pelo diabo a requerer as promessas de Deus. O sussurro do diabo era: não vale a pena esperar pelo reconhecimento de Deus. As promessas que Ele lhe fez não acontecerão se você não exigir agora. Faça o seu Show particular, Deus vai ter que entrar com a parte dele. Jogue-se daqui de cima no meio da multidão e exija a promessa que ele fez. Você vai ver como as pessoas vão adorá-lo e você garante agora o seu reino.
O que está sendo sussurrado aos seus ouvidos? Quais são as exigências que você tem sido levado a fazer de Deus? Que determinações você tem pra Deus cumprir como prova do amor dele? Quais são as suas vontades que Ele é obrigado a realizar? Lembre-se disso: é melhor crer no Deus das promessas do que nas promessas de Deus. Foi assim que Jesus fez e você também pode fazer.
Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos... Se prostrado me adorares
Frustrado duas vezes em suas tentativas de destruir a integridade do filho de Deus, o diabo lança mão de uma arma poderosíssima: o desejo pelo poder, autoridade e glória. O poder embriaga porque ele oferece a sensação de segurança e nós somos, por natureza, carentes de segurança.
Richard Forster escreveu um livro chamado Sexo, Dinheiro e Poder, publicado pela editora Mundo Cristão. Forster argumenta que esse é o tripé que sustenta as nossas relações neste mundo.
Não é muito difícil constatar isso. Temos construído nossas vidas, nossas cidades tomando como base esses desses três elementos. Talvez porque eles ofereçam uma sensação de segurança, de que tanto precisamos, mesmo que seja por um breve período. Quem tem poder usar para obter dinheiro e sexo, quem tem dinheiro compra sexo e poder, e o sexo inúmeras vezes é a arma usada para obter dinheiro e poder.
Mas, dinheiro, sexo ou mesmo poder não são um mal em si mesmos. Ao contrário disso, quando se encontram sob o controle do Espírito de Deus, essas armas poderosas podem e devem ser utilizadas para estabelecer o Reino de Deus. Onde está então a tentação? Mais uma vez precisamos olhar para a resposta de Jesus.
Então Jesus lhe ordenou, retira-te Satanás, porque está escrito: ao Senhor teu Deu adorarás, e só a ele darás culto (Mateus 4:10).
Jesus sabia que seria estabelecido como Rei sobre toda a criação. Ele sabia que todas as coisas estariam debaixo de sua autoridade, que tudo convergiria para Ele. O final já estava certo. Mas Jesus também sabia que só havia um caminho para esse final grandioso: a obediência, se necessário, até à morte.
De forma sagaz, o Diabo então oferece um atalho para essas realizações. Não é necessário passar pela cruz, não precisa você se expor diante de pessoas que não vão lhe compreender. Basta que você me adore e terá poder, autoridade, riquezas e o que mais você quiser. Não dava pra ser mais transparente!
Ora, mas qual o problema com os atalhos? Quem não gosta de um caminho mais curto e que chega ao mesmo lugar (ou a um lugar parecido). A questão com os atalhos é que eles têm um preço. O atalho do poder levaria Jesus para longe da vontade de Deus. Jesus entendeu que o atalho para o poder tinha um preço: Negar a Deus e plano que havia sido traçado em conjunto com o Pai para a sua vida. No final desse atalho era um desvio para longe da vontade do Pai.
A questão era tão séria que Jesus ordenou ao diabo que se retirasse. Jesus foi tentado com o atalho do poder, mas há muitos outros. Quais os atalhos que têm sido oferecidos a você.
· Prazer sem responsabilidade, que leva multidões a destruírem sem corpos e suas alma?
· Lucro fácil, que leva empresários a jogarem o respeito pela vida humana na lata de lixo?
· Fraude, que leva muitos candidatos a concurso a pagarem outros para fazer as provas que eles deveriam fazer?
· Acordos e conchavos, que desprezam os que não fazem parte do seu grupinho.
· O atalho da mentira, que na verdade é um desvio escuro e frio para morte espiritual?
Seja como for, saiba que Jesus disse NÃO para o atalho do poder e você também pode dizer não para os atalhos que o diabo e o mundo têm lhe oferecido.
Jesus foi tentado em tudo. No texto sobre a tentação no evangelho de Lucas, no verso 13, diz: Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno (Lucas 4:13).
Ele foi vitorioso em todas as tentativas do diabo. O mesmo poder que O fez vencer as tentações, está à nossa disposição: a capacitação do Espírito Santo, gerando em nós a confiança em Deus que nos habilita a obedecê-lo.
No verso 11 do capítulo 4, Mateus deixou registrada uma observação muito importante: Com isto o deixou o diabo, e eis que vieram os anjos e o serviram (Mateus 11:4)..
Deus surpreendeu seu filho amado, que decidira confiar, enviando anjos para servi-lo. Deus preparou um banquete surpresa para suprir a sua fome, companhia para aliviar a solidão de apenas confiar nas promessas e com isso deu uma prova sem contestação de que vale a pena trilhar o caminho da obediência.
O Senhor continua pronto a recompensar aqueles que decidem obedecer ainda que não saibam como fazê-lo. Não é uma troca. É um presente que Ele tem prazer em nos oferecer.
Minha oração a Deus nesta noite é para que ele nos dê discernimento espiritual para perceber as ciladas do Inimigo e para que o seu Espírito tenha a liberdade, dada por cada um de nós para nos conduzir a experimentar a confiança que nos leva à obediência.