06 outubro 2011

Na biblioteca


Gosto de ler. Nas últimas semanas tenho usufruído de boas horas de leitura na biblioteca da UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Trata-se de um prédio grande de três pavimentos, com uma razoável área de leitura, bem conservado, não tão bem iluminado, mas limpo.

Depois de experimentar o térreo e o primeiro andar, refugiei-me várias vezes no segundo andar. Lá é possível usar umas escrivaninhas que têm espaço suficiente para espalhar alguns livros e privacidade para se concentrar nos estudos. Além disso, em obediência à lei do menor esforço, normalmente, ali a concorrência pelos locais de leitura é menor.

Em cada andar do edifício há uma espécie de ponto de apoio e esclarecimento aos usuários da biblioteca. Dois funcionários trabalham ali. Pelo que percebi, um deles tem a função de ajudar os alunos a encontrar as obras desejadas; o outro é responsável pela reposição dos livros às prateleiras corretas (algumas vezes no dia ele dirige um carrinho abarrotado de livros a devolver cada mestre ao seu lugar de descanso).

Por todo o salão de estudo há placas lembrando que o silêncio deve ser mantido. Sem dúvida, ali, o silêncio é necessário; não só pelo propósito do ambiente, como nas demais bibliotecas, mas ali especialmente porque o prédio e todo de concreto (paredes e pisos), criando um ambiente em que o som se propaga com bastante facilidade. Ao ponto de apoio cabe a responsabilidade de zelar pelo silêncio.

Um dia desses cheguei e me dirigi diretamente ao segundo andar, ao final do salão, à escrivaninha que fica próxima aos corredores de livros formado por prateleiras de aço. Nem cinco minutos se passaram e o silêncio do ambiente foi quebrado por uma gargalhada ruidosa, seguida de frases curtas, seguidas de novas gargalhadas, seguidas de... Bem, era possível distinguir duas, talvez três vozes que vinham da direção do ponto de apoio.

Esperei alguns minutos na esperança de que o silêncio voltaria a frequentar o lugar que lhe era tão pertinente. Não aconteceu. Gargalhadas seguiam-se a frases curtas, a que se seguiam novas gargalhadas. O que fazer quando aqueles que são investidos de autoridade e se tornam, em algum aspecto, responsáveis em zelar pelo bem estar das pessoas não cumprem o papel que lhes cabe?

Sentado ali, sem conseguir me concentrar, olhei em volta para ver se o incômodo era só meu ou se mais alguém também não conseguia ler com aquele barulho. Não foi animador. Todos pareciam bastante concentrados; alguns de cabeça baixa sobre os livros nem podiam ser vistos por trás das escrivaninhas. Ninguém parecia dar a mínima para a situação ali. Esperei mais alguns minutos e a conversa no ponto de apoio continuava um pouco mais animada.

Bem, eu poderia ficar quieto no meu canto e me esforçar um pouco mais para me concentrar na leitura. Quem sabe assim poderia me desligar daquela situação incômoda e mergulhar mais profundamente ainda em minhas leituras. Acho que alguns dos meus companheiros ali tomaram essa decisão. Afinal de contas não era eu o responsável por zelar pelo silêncio, embora o fim dele não estivesse ajudando em nada minha tarde de leitura.

Outra saída. Permanecer sentado, recorrer à minha formação cristã e, movido pela fé, orar a Deus pedindo que ele interviesse de uma forma que eu não saberia pedir para por fim àquela barulheira. Não sei dizer se algum dos meus companheiros de leitura naquela tarde fez isso, mas é possível que sim. Seria legítimo e para algumas pessoas uma saída que apazígua a alma à medida que a responsabilidade passa a ser de Deus; a vontade de Deus será realizada. Não encontrei fé apropriada para agir assim naquele momento.

Já irritado com o barulho, pensei na seguinte possibilidade: levantar e perguntar em voz alta se mais alguém estava incomodado com aquela situação. Se houvesse mais alguém como eu imaginava, eu os convidaria a ir convocaria a ir comigo ao ponto de apoio para falarmos juntos sobre a nossa causa e dizer que aquela situação não era admissível. Juntos então exigiríamos que o silêncio fosse respeitado. Afinal de contas aquele era um espaço coletivo voltado para a leitura e o silêncio. Pensei na confusão que isso poderia provocar e desisti.

Ainda ouvindo as gargalhadas, considerei outra saída para voltar a ter o desejado silêncio no meu andar da biblioteca. Eu poderia me levantar e formalizar uma reclamação junto à direção. Ali eu relataria a situação em que se encontrava o andar, falaria do pouco caso dos funcionários em relação ao ambiente e exigiria providências para uma solução imediata. Pensei nas próximas vezes em que estaria ali, junto com aqueles mesmos funcionários, e nos sentimentos pouco amigáveis que poderiam passar a nutrir por mim... Desisti.

Restou-me uma saída. Levantei e fui até lá.

- Boa tarde - eu disse.
- ...
- Desculpa incomodar, mas você poderia falar um pouco mais baixo. É que tá difícil ler aqui do lado (com esse barulho).
- Ah... sim... tá... Desculpa, viu?

Voltei à minha escrivaninha e no caminho de volta algumas das frontes antes baixas se ergueram e fui agraciado e agradecido com sorrisos e maneios de cabeça silencioso.

Sentei e curti dez minutos de silêncio, até que o volume das conversas do ponto de apoio voltaram quase à mesma marca de decibéis. Esperei que mais alguém se levantasse, mas todos ficaram sentados enquanto o ponto de apoio continuava a conversar (e gargalhar). Quase uma hora depois, terminado o assunto, o ponto de apoio finalmente silenciou - como todos os demais que estávamos no segundo andar da biblioteca havíamos feito antes.

12 agosto 2011

Às 5h30min


Às 5h30min as nuvens cor de chumbo deixam passar por entre suas frestas graciosos raios prateados de sol, enquanto no horizonte o céu plúmbico contrasta com o mar verde musgo e as areias amarelas em um cenário majestoso. 

Às 5h30min os bem-te-vis cantam alto, de peito cheio, uma canção de bom dia. Um aqui, outro ali, vão-se falando e cumprimentando, a desejar um dia repleto de alegria. Bem-nos-vêem eles do alto de suas árvores frondosas.

Às 5h30min as folhas vermelho-alaranjadas das castanholeiras ganham tons vivos e se destacam das copas verde-escuras que crescem umas sobre as outras em muitos andares. Algumas delas, dever cumprido, logo estarão no chão, mas outras ainda oferecerão sua sombra por mais alguns dias.

Às 5h30min as pessoas parecem mais simpáticas e até são dadas aos antigos cumprimentos. Acenos discretos de cabeça, mãos que sinalizam, olhares que se procuram e bons-dias sussurrados ou sonoros parecem revelar um incontido anseio por partilha e identidade; antes que a multidão se faça e a impessoalidade se estabeleça.

Às 5h30min os vendedores de abacaxi ainda não chegaram e, infelizmente, o cheiro doce da fruta ainda não se espalhou pela rua. Mais tarde a carroça estacionada no acostamento passará todo o dia vendendo abacaxis recém-colhidos.

Às 5h30min o cheiro gostoso de pão já invadiu a praça convidando a quem passa a parar e se servir. Se a padaria não fosse a duas quadras, desviaria o curso da caminhada e compraria pão quentinho.

Às 5h30m ainda dá tempo de ser diferente e mudar os rumos da vida, por mais impossível que vá parecer mais tarde.

Às 5h30min o dia está cheio de esperança. Um dia inteiro que aguarda pela frente repleto de dores, mas também de alegrias e oportunidades.

Às 5h30min os olhos se abrem para a vida, que de forma surpreendente, recomeça todos os dias distribuindo a si mesma em formato de esperança, vestida de cores, perfumada de odores e ornada de sons. Às 5h30m.

22 julho 2011

Só se algo estiver errado



CONTA-SE A HISTÓRIA de um meninozinho que não falou até os cinco anos de idade. Os pais, morrendo de preocupação, levaram-no a inúmeros especialistas, tentando descobrir porque ele nunca dizia nada. Então, certo dia, sentado à mesa para tomar o café da manhã, observou a mãe colocar uma torrada escura no prato dele. O garoto olhou para a torrada, depois para a mãe, e disse clara e distintamente:
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- A torrada está queimada!
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A mãe ficou extasiada. Após recobrar-se do choque provocado pela tão esperada explosão de linguagem, perguntou ao filhinho:
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- Já que você pode falar tão bem, por que não falou até hoje?
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- Bem, explicou ele deliberadamente -, estava tudo certo até agora.
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Embora engraçada, essa história infelizmente me lembra de casamentos nos quais os cônjuges quase só conversam quando há algo errado. (...) São presas do mito de que os cônjuges precisam se concentrar nos defeitos de casamento para poderem eliminá-los.


* O Mito do Casamento Perfeito - Bárbara R. Chesser

16 julho 2011

Dividir para reinar?



Cuidado com aqueles que se dizem líderes mas gostam de alimentar disputas, criar antagonismos, promover discórdias, insuflar ânimos, insinuar contendas e jogar as pessoas que os cercam umas contra as outras.
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Quando se está próximo de líderes assim é comum sentir-se em permanente clima de guerra. Algumas vezes esses líderes estabelecem inimigos para servirem de catalizadores da raiva coletiva e transforma a luta contra esses inimigos na força motriz da vida; portanto há sempre que existir um inimigo e uma luta a ser travada. Outras vezes eles aderem à máxima "Dividir para reinar", e por isso promovem discórdia e desconfiança entre aqueles que estão ao seu redor para em seguida apresentarem-se como pacificadores e dignos de confiança.
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Fique atento! Não embarque nesses jogos de guerra. Prefira aproximar-se dos líderes que promovem a paz; eles são bem aventurados. Aplauda aqueles que plantam sementes de confiança mútua e usam suas palavras para promover reconciliação. Andando com essas pessoas você vai tornar-se herdeiro de um grande tesouro.

Desalojar-se para acomodar



Cuidado com aqueles que se dizem líderes mas estão fechados dentro de seus espaços seguros, porque ainda não aprenderam a arte de desalojar-se para acomodar o outro como expressão de amor e serviço.
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Caminhar ao lado desses líderes pode produzir o desconforto da falta de espaço e a insegurança de não estar em casa. Para eles a própria privacidade é sagrada e seu modo de vida não está aberto a interrupções que os exponham ao risco da autorevelação; por isso seus próprios lares muitas vezes não são receptivos a hóspedes e visitantes. É impressionante como, por outro lado, esse afastamento pode criar uma aura de mistério em torno desses líderes que encanta algumas pessoas. Mas não se deixe encantar. A liderança não se esconde no mistério, mas na simplicidade da partilha.
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Aproxime-se de líderes que mantém abertas as portas de seu coração e de sua casa. Valorize aqueles que demonstram hospitalidade nas suas mais diversas formas de expressão: desde um simples convite para sentar-se na cadeira ao lado até situações extremas nas quais o mesmo teto é compartilhado como expressão de amor e cuidado. Quando nos acolhemos uns aos outros certamente estamos copiando o maior dos líderes.

09 julho 2011

Virtude a ser aprendida



Cuidado com aqueles que se dizem líderes mas desconhecem a sobriedade como virtude a ser aprendida. Conviver com esses líderes e ver-se, muitas vezes, obrigado a lidar com seus exageros, indiscrições, falatórios, precipitações, descontroles e ideias mirabolantes. Líderes assim imprudentes podem levar aqueles à sua volta na direção de ruas sem saída, já que eles mesmos sentem falta de equilíbrio e constância em suas próprias vidas .
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Com frequência a falta de sobriedade é confundida com coragem até pelo falto de serenidade. Mas não se deve confundir as duas coisas sob pena de pagar um alto preço, que a vida sempre cobra nesses casos. Portanto, não se deixe encantar pelo brilhos nos olhos daquele que perdeu a sensatez, ao invés disso agarre-se com força à serenidade de quem sabe que não sabe.
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Prefira o equilíbrio e a ponderação! Reconheça o valor que têm os prudentes e os apoie! Atenda ao conselho do sóbrio e reflita em suas palavras. É bem  possível que você passe a ver a vida por outro prisma e redescubra a sobriedade como uma virtude capaz de tornar a vida mais simples, bela e cheia de alegria.

07 julho 2011

Postos à prova



Cuidado com aqueles que se dizem líderes e demonstram ser incapazes de manter um relacionamento conjugal duradouro e satisfatório para ambos. É na intimidade da relação a dois que são postas à prova as habilidade necessárias para se conviver em harmonia com as pessoas em sua volta.
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Líderes que adoecem suas esposas farão doentes os que os cercam; líderes que as sufocam em suas realizações são propensos a matar os sonhos de quem os cerca; líderes que as tratam como crianças tentarão infantilizar quem anda com eles; líderes que enganam suas esposas não exitarão em engar, quando julgarem necessário, qualquer outra pessoa; líderes que as desprezam não serão capazes de reconhecer o valor não utilitário dos que andam com eles. Não seja tolo! Perceba o que se passa em sua volta!
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Reconheça e valorize aqueles que decidem manter-se fiéis ao compromisso que assumiram com suas esposas e as tratam com respeito e dedicação (não apenas de palavra, mas por ação). Aplauda o elogio dito, o carinho feito, o afago concedido, o apoio realizado, a razão reconhecida e a vida compartilhada por anos a fio.

06 julho 2011

Não se deixe intimidar



Cuidado com aqueles que se dizem líderes e tentam exercer essa liderança através de violência e ameaças. A valentia que se apresenta através da intimidação (seja física ou moral) pode ser uma cortina de fumaça a esconder um espírito temeroso e inseguro em busca de afirmação.
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Quem convive com líderes assim pode encher os olhos com a coragem inabalável que eles são capazes de demonstrar; ouvirão com freqüência frases e gestos contundentes, e muitas palavras de ordem. Sem dúvida é preciso sabedoria e coragem para não se deixar intimidar por eles. Lembre-se de que a mão que bate na mesa ou os olhos que sondam as fraquezas da alma (para aprisioná-la) não são capazes de afagar com sincero amor os que foram abatidos pelas estradas da vida.
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Não aceite a violência (de qualquer tipo) como instrumento de liderança. Não importa se ela se revela pela ameaça física, pela intimidação moral ou pelo poder da sedução, deixe claro o quanto essa atitude o desagrada e quebre o ciclo de opressão/violência que emudeceu a sua voz. Valorize os líderes amáveis e bondosos. Através da sua caminhada com eles você poderá experimentar paz em seu dia-a-dia e um irresistível desejo de imitá-los (ou seja, segui-los).

03 julho 2011

Costume de casa vai à praça


Cuidado com aqueles que se dizem lideres e arrastam após si uma família emocionalmente despedaçada. Quando o sujeito esquece que seu projeto primeiro é cuidar daqueles que estão junto com ele sob o mesmo teto pode acabar transformando o exercício da liderança em um substituto da missão mais básica: prover sua família de cuidado, carinho e bem estar na medida do que suas forças podem realizar.

Quem não aprendeu a conviver em paz com seu cônjuge dificilmente será capaz de provomer a paz entre as pessoas em sua volta; Quem não aprendeu a abrir mão de desejos pessoais para atender à necessidade dos filhos dificilmente saberá ceder em benefício de outros em questões que lhe são caras; Quem não consegue ensinar pelo exemplo os seus mais próximos não tem exemplo a ser seguido pelos que estão à sua volta; Quem faz chantagens emocionais ou explode em agressividade para obter o que deseja dos filhos dificilmente saberá lidar com as frustrações da liderança de forma honesta e tranquila. Acompanhar alguém assim é como ser adotado em uma família carente, confusa e sem direção; acaba-se ficando da mesma forma sem saber exatamente o motivo.

É preciso aproximar-se de quem lidera para ver de perto essas limitações; mas, mesmo distante pode-se percebê-las nos relacionamento truncados que esses líderes desenvolvem com os que estão a sua volta.  Desvie seu olhar do centro do palco onde esses líderes geralmente atuam sob holofotes e volte-se com atenção para a penumbra onde estão anônimas as dores dos que moram com eles sob o mesmo teto. Não tenha dúvida, o dito popular é verdadeiro: "Costume de casa vai à praça".

Líderes que amam o dinheiro


Cuidado com aqueles que se dizem líderes e amam o dinheiro. Mais cedo ou mais tarde eles terão que decidir para que lado tocarão suas vida e esse amor os arrastará para longe dos amigos e de Deus; se você os estiver seguindo será arrastado junto com eles. Alguns desses líderes declaram abertamente seu amor pela riqueza e por esses você não será enganado. No entanto, outros manterão seu amor pelo dinheiro encoberto com motivos nobres; esses são os mais perigosos.

Líderes que amam o dinheiro podem ser adeptos e praticantes do pensamento de que os fins justificam os meios. O acúmulo de riqueza, então, é explicado pelas boas coisas que serão feitas com os bens amealhados. Assim, os amantes do dinheiro podem ser vistos como pessoas convictas, decidas e perseverantes, mas também inescrupulosos, sem ética, desumanos e desonestos em sua jornada pela acumulação. Para esses líderes o valor de alguém é medido por sua capacidade de tornar-se e manter-se rico.

Quem segue líderes dessa estirpe está sempre ouvindo um discurso desafiador de que "há muito mais a ser conquistado". Para justificar seu enriquecimento eles vendem a idéia de que essa jornada em direção ao topo está disponível para todos. Assim, encantados com a possíbilidade de se tornarem também ricas e prósperas, as pessoas em volta desses líderes afrouxam sua ética pessoal e se tornam incapazes de avaliar os irreparáveis prejuízos de suas jornadas rumo ao topo.

02 julho 2011

Líderes do próprio ventre


Cuidado com aqueles que se dizem líderes e preferem os jogos políticos dos bastidores à singeleza dos relacionamentos sin-ceros. Nas mãos deles pessoas são úteis, assim como são úteis os utensílios; também se tornam descartáveis e descartadas são, quando não servem mais aos seus propósitos. Não se orgulhe porque eles o chamam de amigo e lhe dão tapinhas carinhoso nas costas. Lembre-se de que amizades de conveniência são como chuvas de verão: vêm e vão rapidamente ao sabor do vento.

Fique esperto! Os líderes do próprio ventre massacram os divergentes, manipulam os simples e usam os de boa fé para alcançar seus objetivo. Exortá-los é como jogar pérola aos porcos, porque se tornaram incapazes de reconhecer o mal que carregam dentro de si. Observe a história e veja quantos já foram usados e descartados por líderes assim e saia da fila.

Prefira os líderes que não têm um projeto pessoal de poder, mas que encontram força em servir as pessoas em sua volta. Eles podem até ser pouco carismáticos a princípio mas não o tratarão como peças de um jogo. Além disso, certamente ainda estarão ao seu lado quando você começar a dar o seus próprios passos, ainda que seja em uma direção diferente da que eles mesmos tomaram.

14 março 2011

Eu sou um membro do Corpo de Cristo

 Ao falar sobre os seguidores, ou discípulos de Jesus, as Escrituras usam várias comparações para tentar explicar a realidade espiritual que envolve essas pessoas.

Jesus fez algumas dessas comparaçãoes e também os apóstolos, em seus textos, tentataram explicar quem são essas pessoas decidem seguir o Rei e quais as implicações que sobrevêm a elas quando decidem seguir a Jesus.
  • Um rebanho (Atos 20:28, João 10:11, 27-28)
  • Uma festa, um casamento...
  • Uma videira (João 15:1)
  • Uma plantação ( I Cor. 3:9)
  • Uma construção ( I Cor. 3:9, I Pedro 2:5, Ef. 2:19-22)
  • Uma família (Ef. 2:19-10)
  • Um corpo (I Cor. 12:12-27)

Cada uma dessas comparações tem o propósito de nos ajudar a compreender melhor e viver melhor a realidade como seguidores de Jesus.

Então preciso deixar bem claro o meu entendimento de que essas comparações não falam sobre como são aqueles que tem o nome listado no rol de membros da organização, mas das características daqueles que se deixaram amar pelo Pai (amor demonstrado na Cruz), tiveram seus nomes escritos no livro da vida e se tornaram seguidores do Caminho.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! " Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês! " Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.  1Co 12:12-27 NVI 

1. Você é parte de algo maior, complexo, diverso. Assim como a mão, o pé ou o olho em relação ao corpo, os seguidores de Jesus fazem parte de um complexo de membros com natureza, características e funções distintas: o Corpo de Cristo.

A diversidade não é empecilho à unidade. Aqueles que são de Cristo (comprados pelo sangue de Cristo e adotados na família de Deus) devem resistir à tentação de padronizar as pessoas tomando a si mesmo com régua (engano religioso) e tratando com desdém aqueles que lhes parecem diferentes.

Não podemos ser iguais e formar o corpo de Cristo. Muitas mãos, não formam um corpo; muitos braços não formam um corpo. Isso nos desafia a um atitude de tolerância.

É maravilhoso ser parte do Corpo, mas lembre-se de que você é apenas um dos membros. Então, deixe de olhar apenas para si mesmo, e perceba os outros membros do corpo.
  • Olhando em volta você vai perceber pessoas com necessidades que você pode suprir. Seja o braço que se estende.
  • Olhando em volta você vai aprender a ser socorrido pelos outros. Deixe-ser tocar força das mãos. 

2. Os seguidores de Jesus estão ligados por uma conexão espiritual – assim como no corpo há ligações neurais entre os membros.

Você não pode produzir essa ligação nem negá-la(somos parte do corpo porque Deus nos resgatou em Cristo Jesus) mas você pode mantê-la saudável trazendo sempre à memória o que nos liga.
  • Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
  • Outra maneira de manter saudável a ligação entre nós é desenvolver o hábito de dar importância à vida das pessoas.

3. Cada membro só recebe orientação direta do Cabeça - Jesus. Por outro lado os membros podem ajudar uns aos outros e assim todos podem viver melhor.

Jesus fez uma advertência quanto a essa questão:

"Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’; um só é o mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo.  Mat 23:8-10 NVI 

No corpo de Cristo há apenas um que é Cabeça: Jesus, o próprio filho de Deus. Ele foi colocado nessa posição pelo Pai. Recebeu um nome que está acima de todo o nome e diante dele todo o joelho se dobrará.
  • Por sermos todos membros do Corpo, devemos nos tratar como companheiros de caminhada. Há funções diferentes no corpo e algumas parecem mais importantes do que outras para o funcionamento do corpo, mas todas são necessárias e indispensáveis para a plena saúde do corpo.
  • Não há chefes, não Pais, não há mestres: somos todos irmãos. Isso não invalida as diferentes funções de cada parte do corpo. O coração não é chefe do fígado, mas cada um tem “responsabilidade” e “autoridade” no que foi criado para fazer.

4. Você tem uma função. Ser o corpo de Cristo não é uma experiência contemplativa. Cada parte do corpo é chamada a encontrar sua forma de ser útil ao corpo.

Cada membro do corpo é útil para corpo. Basta ficar atento à orientações daquele que o Cabeça, porque ele nos chama a ser para o Corpo quem ele nos preparou para ser.
  • Seus dons e talentos não são para seu próprio deleite (porque não sou mão, não sou do corpo). Eles foram planejadas para servir sobretudo ao outros membros do corpo e a disposição de cada membro no corpo é uma prerrogativa de Deus (Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade) – você deve confiar nele;
  • Descarte a ideia tola de que você foi chamado para ser ouvinte passivo. Cada parte do corpo, inclusive você, está cheia da vida de Cristo e você foi chamada para comunicar essa vida aos demais membros do corpo.
  • Não confunda ser útil com tornar-se ativista. Qualquer parte do corpo atua além dos seus limites dá mostra de que está doente e vai adoecer o corpo todo junto com ele.

5. Você não tem como prescindir do restante do corpo. Não há como abrir mão dos irmãos sem sofrer a dor da perda.

Nenhuma parte do corpo tem a prerrogativa de descartar outro membro a seu bel prazer. Seja a atitude agressiva ou de desdenho. (O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! " Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês! ").
  • Um membro do corpo adoecido não deveria ser amputado; mas sim cuidado.
  • Um membro do corpo entristecido não deveria ser deveria ser desprezado; mas sim consolado;
  • Um membro do corpo desequilibrado não devera ser deixado para trás; mas sim suportado;
  • Um membro do corpo que errou não deveria ser acusado; mas sim ensinado;
  • Um membro do corpo ferido não deveria se descartado; mas sim curado;
  • Um membro do corpo confuso não deveria ser menosprezado; mas sim orientado.

A dor de um parte do corpo é a dor do corpo todo; a alegria de um parte do corpo e a alegria do corpo todo.
  • Como é possível que o braço seja quebrado e corpo todo não sinta a dor? Como é possível que a a perna seja ferida e o corpo todo não sinta dor?
  • O que você diria se o prazer copo de água fria em meio ao calor fosse sentido só pela boca? O que você pensaria se uma massagem nos ombros não fosse sentida por todo o corpo?
  • Corpo só está sadio quando “...um membro sofre, (e) todos os outros sofrem com ele; ... um membro é honrado, (e) todos os outros se alegram com ele.”. Quando isso não acontece o corpo vai se dilacerando.

6. ... Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.
Minha cruz (Wolô)
Jesus, tua cruz foi pesada;
O teu rosto exposto ao horror; 
Tua estrada foi dor,
Sede arfante teu fel,
Teu instante sem céu por amor...

Foi meu ego que os pregos cravou
Mas teu cravo este escravo livrou
E hoje lembro da dor que teu corpo sofreu
Para um membro do corpo ser eu...

Não deixe quem ninguém ponha em dúvida essa verdade: somos o corpo de corpo; e cada um de nós individualmente é membro desse corpo e uns dos outros.

28 fevereiro 2011

Igreja: o melhor de Deus?




Sou grato a Deus pelo privilégio de estar hoje à noite com os irmãos neste dia de festa e celebração a Deus pela história que tem sido escrita neste bairro através de suas vidas e das vidas daqueles que vieram antes de vocês.

São mais de trinta anos de perseverança em seguir ao Senhor. Certamente percalços e lutas fazem parte dessa história, mas também fazem parate as alegrias que Deus concede àqueles que saem chorando e semeando a semente.

Obrigado, Pr. Fernando, pelo convite e pela oportunidade de compartilhar a Palavra.

B

Ao ouvir do Pr. Fernando o tema proposto para estes dias, confesso que fiquei tentato a colocar um ponto de interrogação ao final da frase: igreja, o melhor de Deus?

Eu explico: é que a palavra igreja evoca tantos significados distintos daquele que se pretendia quando a palavra era usada no primeiro século da era cristã, que tem se tornado uma temeridade falar sobre igreja sem antes deixar claro sobre o que se está falando.

26 fevereiro 2011

E aí, vai encarar?


Uma das dificuldades que cercam aqueles que buscam tornar-se próximo das pessoas é o risco de que a aproximação com os outros se transforme em decepção acompanhada de tristeza e desânimo. Esse é um risco real e certamente é um dos motivos que faz com que algumas pessoas pensem duas vezes antes de escancarar as janelas do próprio coração. 

Mesmo sem ter pensado com clareza sobre essas ideias no passado, sempre tive o cuidado de manter as janelas do meu coração fechadas para me proteger desses riscos. Essa estratégia funciona bem, mas descobri que ao me proteger dos riscos inerentes aos relacionamentos eu também fechava as portas para as alegrias de caminhar lado a lado, de ter amigos de jornada.

Desde que decidi mudar esse jeito de viver sinto-me mais exposto. Tenho procurado ser transparente e, na medida do que consigo ser sincero em minhas amizades, mais percebo que isso funciona como se em meio a um conflito eu depusesse minhas armas, sem no entanto saber se os outros em minha volta farão o mesmo. Parece uma situação arriscada, e é mesmo.

Tenho sido machucado mais e com mais freqüência depois disso. Sentimentos de frustração e tristeza por vezes me assolam quando não sou compreendido ou mesmo quando abro mão do meu arsenal e o outro se apossa dele para usar contra mim. Algo realmente doloroso nisso é que o sofrimento causado pelos mais próximos é maior e mais intenso do aquele provocado pelos mais distantes.

Tenho lidado com gente por toda a minha vida adulta, mas não canso de me surpreender com o tanto de desprezo e falta de consideração que pode existir no coração humano. Já ouvi juras de amor fraternal e promessas de lealdade indissolúvel; já vi expressões de apoio, recebi abraços fervorosos e senti afagos de encorajamento. Tudo isso passa! Quem está perto hoje pode virar as costas amanhã; quem se assenta à sua mesa para ouvi-lo pela manhã, à tarde pode simplesmente desprezá-lo sem nada avisar. Já aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer pessoa que decidir se aproximar das outras pessoas. 

Mas esse não é apenas um desabafo lamentoso. Escrevo para tentar descobrir como Jesus lidou com essa questão e assim quem sabe aliviar minhas próprias dores.

A primeira coisa que percebo ao olhar para os evangelhos é que Jesus correu o risco. Ele não fugiu das pessoa por causa da grande possibilidade de frustração que os relacionamentos trazem consigo. Ele aceitou convites para estar com elas, recebeu pessoas em sua casa, encontrou-se com elas em meio à rua, foi a jantares, casamentos, e banquetes. 

Então, essa é a minha primeira decisão para 2011: não vou desistir de me aproximar das pessoas. Vou continuar tentando ir ao encontro e me deixar encontrar, perdoar e ser perdoado, compreender e me fazer compreendido, amar e ser amado. Não vou jogar pérolas aos porcos e mendigar amizade de quem deseja apenas me usar, mas não abrirei mão de correr o risco de me tornar próximo daqueles que Deus colocar em meu caminho.

Outra coisa que percebo quando leio os evangelhos é que embora Jesus amasse com profundidade as pessoas em sua volta ele não permitia que as atitudes delas pautassem suas emoções: a incredulidade dos apóstolos não o tornou descrente; a vida amarga de Judas não o tornou amargo; a traição do amigo Pedro não o fez traidor nem o encheu de autocompaixão; o abandono dos amigos que o acompanharam durante os tempos áureos de ministério não o tornou indignado ou decepcionado. Parece que Ele tinha outras fontes para suprir seu “tanque emocional” e isso o tornava uma pessoa capaz de agir com graça em vez de reagir em busca de justiça para as ofensas que sofrera. 

Das palavras ditas por Cristo na cruz, "Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem", brotam frescor e leveza de alma que apenas vez por outra tenho experimentado, mas que quero que façam parte permanente de minha vida.

Bom, agora já é tarde. Então vou parar por aqui. Mas quero voltar a pensar e a escrever sobre o assunto. Um dos pontos de minha investigação será tentar descobrir o que fazia de Jesus alguém sábio em seus relacionamentos. Não vou desistir, porque essa é uma questão de "vida ou morte" relacional para mim.

Oliveiras e Videiras


Estamos unidos com o Senhor

(13) Como vocês sabem Deus me nomeou como um mensageiro especial para vocês, os gentios. Eu dou muita ênfase a isso e lembro aos judeus este fato tantas vezes quantas posso, (14) para que, se possível, eu os faça desejar aquilo que vocês, os gentios, têm, e deste modo possa salvar alguns deles. (15) E como é maravilhoso quando eles se tornam cristãos! Quando Deus lhes voltou às costas, isto significou que Ele Se voltava para o resto do mundo a fim de oferecer sua salvação; e agora é ainda mais maravilhoso quando os judeus vão a Cristo. Será como gente morta voltando à vida novamente. (16) Visto como Abraão e os profetas são o povo de Deus, seus filhos também o serão. Se as raízes da árvore são santas, também os ramos serão santos. (17) No entanto, alguns desses ramos da árvore de Abraão, isto é, alguns dos judeus, foram quebrados. E vocês, os gentios, que eram ramos, por assim dizer, duma oliveira brava, foram enxertados. Assim, agora vocês também recebem a bênção que Deus prometeu a Abraão e a seus filhos, participando do rico nutrimento de Deus à sua oliveira particular. (18) É preciso, porém, que você tome cuidado para não se gabar por aí de ter sido posto no lugar dos ramos que foram quebrados. Lembre-se de que você só é importante porque agora é uma parte da árvore de Deus; você é apenas ramo, e não raiz. Rom 11:13-18 VIVA
  • Nós – Gentios – somos oliveiras bravas (normalmente não cultivadas) enxertadas na oliveira mansa (cultivada); 
  • Nossa união com o Senhor não era desde sempre, mas se deu mediante a iniciativa dele de nos transportar – ele nos tirou do meio do mato onde crescíamos por conta própria e produzíamos olivas bravas e nos levou para uma plantação cultivada de olivas mansas. 
  • Nós não estávamos unidos com o Senhor antes, mas passamos a essa condição mediante esta ação providencial de Deus de nos enxertar em sua oliveira particular. 
  • No entanto, se tem aqui algum ténico agrícola ele está confuso com essa ilustração de Paulo, porque um galho de oliveira brava enxertada em oliveira mansa continuaria produzindo olivas bravas. 
  • Então o que Paulo parece dizer é que nossa união com Ele é mais que um mero enxerto. Além de nos enxertar e nos fazer participar da seiva de sua oliveira particular, isto é, nos tornar herdeiros das promessas de vida que ele fez a Abraão, Deus faz um transformação em nós: Ele muda nossa natureza para que possamos produzir o bom fruto que ele deseja ver em nós. O galho de oliveira brava é transformado em oliveira mansa. O pecador é mudado em santo. O inimigo é feito Filho de Deus. 
  • Mediante sua confiança em Jesus, você foi unido ao Senhor dessa maneira: enxertado e transformado. 

Como estamos unidos com o Senhor

(1) Jesus disse: —Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. (2) Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda. (3) Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado. (4) Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo. (5) —Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada. (6) Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os ramos secos que são juntados e jogados no fogo, onde são queimados. (7) Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem. (8) E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos. (9) Assim como o meu Pai me ama, eu amo vocês; portanto, continuem unidos comigo por meio do meu amor por vocês.  Joã 15:1-9 NTLH
  • Não estamos colados. Os ramos estão ligados ao tronco por fora e por dentro. Então, sua unidade com Cristo não é uma mera aproximação. Você é parte da videira. O seu DNA é o mesmo da videira. 
  • Os ramos estão verdinhos e vivos, mas a vida que eles têm não é produzida por eles. Eles recebem essa vida do tronco da videira. Enquanto eles permanecerem ligados intimamente à videira terá. 
  • Se você permanecer ligado à videira, a vida continuará fluindo por você até produzir os frutos que são típicos da videira. 
  • Você não deve se preocupe em produzir os frutos certos porque os ramos da videira só têm duas possibilidades: não produzir nada ou produzir uvas. Mas você deve se deixar limpar pela Palavra para que seus frutos sejam abundantes e saborosos; 
  • Se você estiver ligado, unido a Deus mediante sua confiança em Jesus, o Espírito de Deus habita em você e alimentará você com Sua seiva para que você produza o fruto do Espírito. 
  • Se você não se sente unido ao Senhor, duas coisas podem estar acontecendo: (1) ou você é um galho de outra árvore, apenas encostado na videira; (2) ou você é um galho da videira que precisa ser limpo para produzir frutos e assim se sentir unido com o Senhor. 

Qual o fruto da unidade com o Senhor

(18) Quando vocês forem guiados pelo Espírito Santo, não precisarão mais obrigar-se a obedecer às leis judaicas. (19) Entretanto, quando vocês seguirem suas próprias inclinações erradas, suas vidas produzirão os seguintes maus resultados: pensamentos impuros; ansiedade pelo prazer carnal; (20) idolatria, feitiçaria, (isto é, incentivo à atividade dos demônios); ódio e luta; ciúme e ira; esforço constante para conseguir o melhor para si próprio; queixas e críticas; o sentimento de que todo mundo esta errado, menos aqueles que são do seu próprio grupinho; e haverá falsa doutrina, (21) inveja, assassinato, embriaguez, divisões ferozes e toda essa espécie de coisas. Vou dizer-lhes novamente como já o fiz antes, que todo aquele que levar esse tipo de vida não herdará o reino de Deus. (22) Mas quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, Ele produzirá em nós esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, paciência, bondade, retidão, fidelidade, (23) mansidão e domínio próprio; e aqui não há conflito algum com as leis judaicas. (24) Aqueles que pertencem a Cristo pregaram seus maus desejos naturais na sua cruz e os crucificaram ali. (25) Se agora, estamos vivendo pelo poder do Espírito Santo, sigamos a liderança do Espírito Santo em todos os aspectos da nossa vida.  Gál 5:18-25 VIVA
  • Sua natureza pecaminosa (o fato de originalmente você ser uma oliveira brava) só é capaz de produzir as obras que lhe são próprias; mas, em Jesus, Deus mudou seu DNA. Você foi unido a Ele. 
  • Agora que você foi enxertado e transformado, você está pronto para produzir o fruto do Espírito, que é o selo de garantia dessa transformação que Deus fez. 
  • Não se trata de contabilidade de boas obras, nem de lista de serviços eclesiásticos (ainda que fazer o bem e servir às pessoas sejam efeitos colaterais), mas de mudanças na forma de se relacionar com consigo mesmo e com as pessoas. 
  • A produção abundante desse fruto (essa mudança na forma de nos relacionarmos) depende de permitirmos ao Espírito que use as palavras de Cristo para nos limpar permanentemente para que a nova natureza que Deus nos deu se apresente plenamente. 

A Unidade abrange o ser inteiro

(9) Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, (10) nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. (11) Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus. (12) "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine. (13) "Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos", mas Deus destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. (14) Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará. (15) Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De modo nenhum! (16) Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: "Os dois serão uma só carne". (17) Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. (18) Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. (19) Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? (20) Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.  1Co 6:9-20 NVI 
  • O Reino de Deus é uma herança para os seus filhos. Não se compra, não se vende, não se conquista, é recebido pelos filhos. Os Filhos de Deus se parecem com Ele, têm a natureza de Deus e vivem a vida conforme essa natureza. 
  • Os irmãos de Corínto já haviam vivido suas vidas fora da condição de filhos, mas agora, como filhos eles deveriam adotar uma nova forma de pensar e viver coerente com essa nova condição. 
  • Tudo é permitido... Os alimentos forma feitos para o estômago... 
  • Ao sermos unidos ao Senhor, não apenas o espírito foi unido, mas também o corpo e alma. Isto é, sua unidade espiritual com Deus elevou também seu corpo e sua alma a uma nova condição: seu corpo é tratado com Templo do Espírito e você desafiado a ter a Mente de Cristo. O corpo é para o Senhor! 
  • Não é pra separar. A unidade com o Senhor abrange tudo e portanto somos chamados a adotar um novo modo de vida coerente com nossa nova condição.

30 janeiro 2011

Aprender Humildemente


Cresça através de seus problemas e dores

Você tem ouvido Deus falar durante esse encontro? Ele tem tocado em questões que você havia deixado de lado? Deus tem incomodado você? Espero que sim! Quando somos incomodados pelo Senhor estamos a poucos passos de grandes mudanças. Por isso, não faça ouvido de mercador. Ou, como está na Bíblia: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”.

Permita-se ser guiado pelo Espírito. Permita-se ser curado pelo Espírito. Não racionalize suas emoções. Resista à tentação de solucionar apressadamente o desconforto da sua alma. Espere mais um pouco.

É o Senhor quem trará a paz de que você tanto precisa. Será uma paz diferente de tudo o que você já experimentou porque Ela “excede todo o entendimento [e] guardará seu coração e a sua mente em Cristo Jesus”.

Quando essa paz chegar, a vida vai florescer como um belo jardim, mesmo quando ao seu redor estiver cinzento e sombrio; Porque o Espírito de Deus abrirá seus olhos para a vida e encherá seu peito de alegria e paixão.

Ouça a voz do Espírito. Ele deseja conectar você às pessoas por meio do amor, que lança fora o medo. Ele transformará nossas vidas gerando em nós o mesmo amor que acompanhou Jesus.

Então, para experimentar a vida abundante que Cristo prometeu, viva apaixonadamente e ame completamente. Além disso, aprenda humildemente crescendo através de seus problemas e dores.

Aprender humildemente

Aprender humildemente é quase uma redundância. Eu explico: Não é possível aprender sem a humildade de não saber. Para aprendermos qualquer coisa precisamos reconhecer que não sabemos, que não temos a habilidade, que não conhecemos, que não experimentamos, enfim, não vivemos aquela experiência.

29 janeiro 2011

A pessoa: conceitos fundamentais da antropologia de Viktor Emil Frankl


A Logoterapia é um sistema teórico e prático de psicologia, criado pelo psiquiatra vienense Viktor Emil Frankl (1905-1997). A Logoterapia é uma linha existencial-humanística e busca, a partir da Antropologia, superar o psicologismo reducionista de outras linhas.

"Para a Logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora do ser humano. A Logoterapia é considerada e desenhada como terapia centrada no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido. Não pretende suplantar a psicoterapia vigente, mas complementá-la e completar também o conceito de ser humano - mais dispensável às ciências do homem do que o método e técnicas corretos." (Frankl). A Logoterapia busca "restitutir a imagem do homem superando reducionismos. Faz uma proposta que não se limita à Psicologia, mas abrange todas as áreas da atividade humana e busca resgatar aquilo que é especificamente humano na pessoa.



As dez teses sobre a pessoa 

1. A pessoa é um indivíduo. 
Não admite partir, subdividir ou cisão alguma porque ela é uma unidade.


2. A pessoa não é só um in-dividuum, mas também in-summabile. 
Nem se pode partir, nem se pode agregar nada, porque é “unidade” é “totalidade”. Para Frankl o homem é uma unidade que se apresenta em três dimensões indivisíveis e inseparáveis: a biológica, a psicológica e a espiritual, formando assim o ser em sua totalidade. Compreender o humano é compreender sua unidade na diversidade e sua diversidade na unidade. É conceber a unidade do múltiplo e a multiplicidade do um. 



2.1. Primeira lei: de projeção.
2.2. Segunda lei: de ambigüidade. 

O que se percebe nas projeções pode não ser 
a totalidade do ser. Para se perceber o ser em sua totalidade é necessário vê-lo através de olhares e lugares diferenciados. Se nos detivermos na projeção inferior (biológica) estaremos reduzindo o homem a fenômenos somáticos. Se nos concentramos na projeção lateral (psíquica) reduzirems o homem a fenômenos psíquicos.




E se percebermos o homem pela projeção superior (espiritual) tambem estaremos reduzindo-o a um espírito. Em todos esses planos poderíamos interpretar a realidade humana, mas cometeríamos o erro de tomar a parte pelo todo e de interpretar uma figura aberta como se fosse uma, fechada. Essas dimensões não se contradizem, porém se completam, formando o caráter de unidade ou de continuidade que possui e manifesta propriamente o homem. 

3. Cada pessoa é absolutamente um ser novo. 
Cada individuo é único e singular irrepetível em sua existência. “Já  vimos que, cada pessoa que vem ao mundo, é um ser novo, se insere na existência e a realidade é colocada a ele, pois a existência espiritual não pode porpagar-se, não se pode passar de pai para filho. As únicas coisas que se propagam são os tijolos, não o construtor.”


4. A pessoa é espiritual. 
A natureza da pessoa humana é espiritual. “A espiritulidade do homem não é somente uma característica, mas algo que o distingue, que corresponde só a ele e antes de tudo a ele, pois o animal também possui o corporal e o psiquico”. Assim devido a essa dimensão maior (espiritural) o homem manifesta-se nas duas outras dimensões de maneira diferenciada.O âmbito espiritual que permite ao homem governar-se. “Precisamente designamos espiritual no homem aquilo que pode confrontar com o social, o corporal e o psíquico. O espiritual é o livre no homem. Pessoa é aquela que pode comportar-se livremente em qualquer circunstância.” 


5. A pessoa é existencial. 
O indivíduo é um ser facultativo, ou seja, que decide e escolhe, é um ser livre para fazer o que quiser. Sua conduta é ditada pelas decisões que pode tomar. A pessoa é existencial porque existe de acordo com sua própria possibilidade para o qual ou contra o qual pode decidir. Não se pode esquecer que liberdade implica diretamente a responsabilidade, ou seja, um ser livre deve ser profundamente responsável pelos seus atos. 


6. A pessoa é ego, eu, ser, consciência.

7. A pessoa não é somente unidade e totalidade em si mesma, mas facilitadora da unidade e da totalidade. 
Ela apresenta a unidade físico-psíquico-espiritual e a totalidade representada pela criatura homem.O homem se apresenta nas suas três dimensões (biológica, psicológica e espiritual) que são indivisíveis e diferenciáveis, pois é unidade e totalidade. Assim o homem é capaz de distanciar-se do psico-fisico e posicionar a uma distância fecunda e sobrepor-se a qualquer circunstância. 


8. A pessoa é dinâmica. 
O dinamismo da pessoa constitui na ação de autodistanciar-se de si mesma, transcender, ir além do aqui-agora, dialogar consigo mesmo e ultrapassar os limites impostos pelo bio-psicossocial através da dimensão espiritual. 


9. O animal não é pessoa, visto que não é capaz de autodistanciar, transcender e de enfrentar a si mesmo.
“O homem dotado dessas características relaciona-se com o mundo amplo no qual existe e por sua vez fica envolido em um mundo superior, que o abarca, com o qual se relaciona valorativamente.” 


10.
 A pessoa não compreende a si mesma, mas desde o ponto de vista da transcendência.

“A essência da existência humana se encontra na sua transcendência. Ser homem, ser autotranscendente, está orientado a valores e sentidos descobertos mais além de si mesmo.“ Quando o homem descobre a orientação que tomou para sua vida, quando descobre os valores que o inspiram e o sentido da vida, aí pode chegar a compreender-se como homem.“Todo homem resultará sendo quem é segundo a causa do que abraça em sua vida.” (Karl Jaspers)

O salmista do século 20


A psicóloga clínica Izar Aparecida de Moraes Xausa, coordenadora da comissão científico-tecnológica do Serviço Interconfessional de Aconselhamento (SICA), em Porto Alegre, pode estar exagerando ao chamar o psiquiatra Viktor Emil Frankl de “o salmista do século 20”. Porém, ela tem diversas razões, já que há uma coincidência entre a sede de Deus expressa nos Salmos e a redescoberta dessa mesma dependência na experiência, nas abordagens psicológicas e nos livros de Frankl.

Sem constrangimento algum, o salmista confessa sua sede interior de Deus. No Salmo 42 (Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo), no Salmo 63 (Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água), no salmo 84 (A minha alma anela, e até desfalece, pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo) e no Salmo 143 (Estendo as minhas mãos para ti; como a terra árida, tenho sede de ti).

Viktor Frankl, por sua vez, garante que sobreviveu aos campos de concentração por causa de sua fé pessoal em Deus, que lhe dava e mostrava o sentido da vida. Izar lembra que, “num dos primeiros discursos públicos depois da guerra, Frankl testemunhou o poder sustentador da fé num Deus pessoal e vivo”. Ele poderia parafrasear Davi na situação difícil em que este se encontrava: “Todo o meu ser anseia por ti nesse campo de concentração, sem nome, sem família, sem consultório, sem cartas, sem livros, sem nada”.



Outro comportamento coincidente entre o salmista do século 10 antes de Cristo e o salmista do século 20 depois de Cristo é que ambos olhavam para as alturas. O salmista da Bíblia proclama: “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 121.1-2, NVI). Gordon W. Allport, ex-professor de psicologia de Harvard, ousa dizer que, por terem transformado tudo, em especial a psicologia profunda, em “psicologia das alturas”, os estudos de Viktor Frankl deram origem ao “movimento psicológico mais importante de nosso tempo”. Tanto os médicos como os pacientes têm de olhar para os montes, para cima, para as alturas, para Deus, onde encontrarão a chave de tudo: o sentido da vida. Só assim será possível vencer o vazio existencial, que Frankl diz ter sido a neurose do século 20.

Um dos livros escritos por ele chama-se “Der Unbewusste Gott”, que na verdade é sua tese de doutorado em filosofia (1948). Em vez de traduzir como “O Deus Inconsciente”, os tradutores brasileiros Walter O. Schlupp e Helga Reinhold deram ao livro o sugestivo título de “A Presença Ignorada de Deus”. O maior trunfo de Frankl é não se envergonhar de crer na existência de Deus como pessoa e mostrar que essa existência está arraigada no interior de qualquer um, em qualquer lugar e em qualquer tempo. Nesse sentido, mesmo não sendo cristão (era judeu), Frankl foi um pregador de Deus como os profetas do Antigo Testamento. Como psicólogo e psiquiatra, ele mostrava que “além do elemento instintivo, havia o elemento espiritual inconsciente”.

Na logoterapia, fundada por Frankl e geralmente chamada de “a terceira escola vienense de psicoterapia”, “o homem é levado não tanto para fora de uma doença, como em direção a uma verdade” (Izar Aparecida). Na psicanálise, explica ele, “o paciente se deita num divã e conta ao médico coisas que, às vezes, não são muito agradáveis de contar; na logoterapia, no entanto, o paciente pode ficar sentado normalmente, mas precisa ouvir coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de se ouvir”. Para Frankl, “o ser humano não é impelido pelo impulso, mas puxado pelos valores”.

Tudo isso se reveste de um valor muito maior se nos lembrarmos que, nas décadas de 1930 e 1940, o ambiente na Alemanha nazista não era nem um pouco favorável ao cristianismo. Hitler dizia que todas as religiões eram semelhantes e que nenhuma delas teria futuro. O alvo oculto do Führer era fazer o que Jesus fez com a figueira infrutífera: “despedaçar as raízes e os ramos do cristianismo”. Não seria necessário abrir guerra contra os cristãos, fossem católicos ou protestantes. Bastava impedir que as igrejas fizessem qualquer coisa diferente do que estavam fazendo, ou seja, perdendo terreno dia-a-dia. Naquele período, um dos mais sombrios da história, Hitler soube substituir a Páscoa e o Natal por festividades nacionais sem teor religioso, e a cruz pela suástica, o emblema nazista. Já que o credo do Cristo judeu ensinava uma “ética efeminada de piedade”, os pais foram desencorajados a mandar seus filhos a qualquer escola religiosa. Para substituir o cristianismo, foi instituído “o culto do Führer, do sangue e do solo”. Em 1937, mais de 100 mil alemães abandonaram formalmente a igreja católica. Uma pequena porcentagem de católicos e protestantes era praticante.

Apesar de ter sido irresponsavelmente chamado de ateu tanto por Freud quanto por um padre durante um ofício religioso na famosa Igreja Votiva de Viena, Frankl era um judeu religioso. Na infância, ele e o irmão mais velho eram obrigados a ler poemas em hebraico ao pôr-do-sol de toda sexta-feira, quando começava o sábado judaico. O exemplo e as palmadas do pai fizeram de Viktor Emil Frankl um daqueles judeus ou não-judeus “tementes a Deus” de que fala o livro de Atos (10.2; 16.14; 18.7). Porém, aquele que é chamado “o salmista do século 20”, “o Copérnico da psicologia”, “o médico do vazio existencial” e “o psicólogo da religião humana” nunca se tornou seguidor ou discípulo de Jesus.