Por Aristarco Coelho
Data: 08/02/2006
Texto: Romanos 1:8-13
Roma era a capital de um dos impérios mais poderosos de que se tem notícia. De Roma emanava o culto ao imperador, enquanto a igreja cristã defendia o culto ao único Deus verdadeiro. Em Roma muitas cerimônias religiosas pagãs eram celebradas em meio a orgias sexuais, enquanto a igreja falava de castidade e leito sem mácula. Roma era uma cidade militarizada, violenta e que acreditava na força como instrumento de dominação, enquanto o cristianismo falava de dar a outra face. Roma odiava os cristãos, queimava-os como tochas humanas. Prendiam, açoitavam e por fim os entregava aos leões em espetáculos para divertir a multidão.
Foi nesse contexto que a fé da igreja de Roma tornou-se conhecida. Escrevendo aos crentes daquela cidade, Paulo inicia sua carta com um rasgado elogio aos romanos: a fé daqueles irmãos era notícia por todo mundo. Imaginem que grandes desafios viveram nossos irmãos do passado. Testemunhos ousados de fé em Jesus diante de tochas acessas... Distância dos templo pagãos e seus atrativos litúrgicos, nem sempre tão espirituais... O não dito a César e o sim dito a Jesus.
Em Roma não dava pra ser cristão de forma disfarçada. Não dava pra apenas ir aos cultos na igreja e depois dar uma de desentendido no restante da vida, até porque não tinha templo para freqüentar. A igreja em Roma acontecia nas casas, em meio aos relacionamentos familiares; nos comércios, em meio aos negócios; no campo, em meio ao plantio e à colheita. Por isso não dava pra disfarçar. Logo se sabia se o sujeito era servo de Jesus ou não. A fé dos irmãos de Roma era conhecida por todos.
Hoje vivemos tempos diferentes. Nós nos acostumamos a uma fé que fica restrita às reuniões da igreja. É uma fé que não se estende para os problemas da vida real. Por isso nossa fé passa despercebida, se confunde com os valores do mundo e não é notada. Se os negócios são desonestos, nossa fé fica muda e fecha o acordo... Se o consumismo destrói a vida financeira das famílias, nossa fé se cala e vai ao shopping... Se a sensualidade é a moda, nossa fé é fashion e se rende ao padrão. Se o apóstolo Paulo lhe escrevesse uma carta hoje, e começasse da mesma maneira que começou a carta aos Romanos, o que ele diria a respeito da sua fé?
A partir do verso 11 vemos que Paulo tinha o grande desejo de estar com os irmãos em Roma. Note que a fé daquela igreja era tão notória que o apóstolo desejava poder compartilhar com eles o conforto que vem desse tipo de fé.
Isso nos lembra que a fé não deve ser notória apenas para os de fora. Não deve ser uma fé de vitrine, apenas para impressionar. Ela deve também ser conforto entre nós. Quando compartilhamos uns com os outros nossa fé nas promessas, no amor, na misericórdia, na graça e no poder de Deus, somos mutuamente confortados.
Esse conforto que vem do compartilhar, só acontece quando estamos na companhia uns dos outros. Veja que Paulo é até repetitivo ao falar do desejo dele de estar com aqueles irmãos. Não dava pra ser à distância. À distância só as notícias, só o conhecimento do testemunho. Paulo ansiava pela companhia dos irmãos.
Temos um grande desafio em nossos dias, que é driblar a distância que estamos uns dos outros... Às vezes é distância física, às vezes é distância emocional, às vezes é distância social... Seja qual for, precisamos vencê-la. Compartilhar a fé, receber e dar conforto só acontece se estivermos na companhia uns dos outros.
A fé dos irmãos de Roma era conhecida por todo o mundo. Era tão corajosa que se mantinha visível e presente em meio à vida real. Era de tal forma encorajadora que o Apóstolo Paulo ansiava por estar na companhia deles. Não fique triste se a sua fé não é assim. Não importa se a sua fé do tamanho de um pequeno grão de mostarda. O que importa é que ela esteja depositada naquele que é a fonte da Graça e do Poder de Deus. O Senhor Jesus Cristo.
Que a nossa fé seja mais forte, mais viva, mais visível, mais prática e capaz de encorajar outros a continuar servindo ao Senhor.
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