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10 fevereiro 2017

Pedras em pães!


Você está aqui, em um mundo de concreto e asfalto bem diferente daquele em que Jesus estava. Ainda assim, a fome que lhe consome a alma e tão real quanto a que aperta seu estômago. Certamente neste deserto em que vivemos também há muitas pedras que podem ser transformadas em pão. 


Basta observarmos um pouco as pessoas em nossa volta para nos convencermos de que há muitas formas de se viver a vida, irmãos. Dentro e fora da igreja as opções de vida que alguém pode fazer são bem variadas.

Essas opções de vida brilham diante de nós como se fossem letreiros luminosos! E cada um desses caminhos tenta nos atrair para si mesmo e nos promete coisas interessantes que queremos. São caminhos que parecem bons à primeira vista, mas será que são os melhores caminhos para nós?

Há um texto nas Escrituras que reflete sobre essa situação. Está em Provérbios, escrito por Salomão e outros sábios:

Há caminhos que ao ser humano parecem ser as melhores opções de vida, mas ao final conduzem à morte. Pv 14.12

Toda vez que leio esse texto é como se eu fosse sacudido: Alô, Aristarco! Será que a direção que você está dando à sua vida é a melhor? Ei amigo, será que você não está enganando aos outros e a si mesmo? É chocante, mas o caminho que por um momento escolhemos como uma boa direção para nossas vidas pode ser, na verdade, uma grande armadilha. Pode ser um caminho de morte!

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Ela era muito feliz!

Jéssica, uma jovem de vinte e poucos anos, saiu da Indonésia e foi para a Austrália em busca de uma vida melhor. Ela tinha convicção e que essa mudança transformaria sua vida e abriria muitas portas para que sua vida fosse tudo aquilo que ela desejava. Na mesma época uma outra jovem, Mirna, também saiu da indonésia para Austrália.

Em janeiro deste ano, Jéssica assassinou a amiga Mirna em uma cafeteria de Jacarta colocando veneno no seu café porque a considerava uma pessoa feliz e foi condenada a 20 anos de prisão.

O juiz do caso afirmou que Jéssica tinha problemas pessoais, trabalhistas e sociais, e quando se encontrou com Mirna em dez/2015, e a viu tão feliz casada, pensou em assassiná-la. Jessica não demonstrou emoção ao ouvir o veredicto com sua sentença.

Acho que uma pergunta martelou a mente de Jéssica: porque ela tem o direito de ser feliz e eu não? Não é uma pergunta descabida. De certa forma, não é um clamor por justiça e igualdade? O que há de errado em desejar que o mundo seja mais justo e as pessoas tenham as mesmas oportunidades? A questão é: como esse caminho que parecia tão legal para Jéssica se transformou em caminho de morte?

Muitas propostas

Há muitas propostas para vivermos nossas vidas, irmãos. Há muitas maneiras diferentes pelas quais podemos passar nossos dias por aqui. Qual o caminho que devemos seguir?

    Devemos viver como se não houvesse amanhã?
    Devemos deixar a vida nos levar: vida, leva eu?
    Devemos tirar tudo que pudermos da vida?
    Devemos provar de tudo sem arrependimento?

Alguém pode pensar que não faz diferença se vivemos de um jeito ou de outro, que tudo isso é só uma questão de gosto ou de opção pessoal, mas a experiência confirma que a maneira como vivemos é determinante não só para o nosso futuro, mas também para o futuro daqueles que nos cercam.

As decisões que tomamos diariamente, a maneira como nos relacionamos com as pessoas, o jeito como resolvemos nossos problemas são testemunhos que refletem a novidade de vida a que fomos chamados por Jesus?

Momentos decisivos

Na maioria das vezes não temos controle sobre as circunstâncias de nossas vidas nem sobre os sentimentos que nos alcançam, mas sempre podemos decidir como queremos responder a eles.

O que fazemos nesses momentos de decisão define o tipo de pessoa que seremos. E nessa hora nossas crenças e convicções são como bússola que nos guiam por entre as muitas opções de vida que estão disponíveis diante de nós.

Assim como nós, Jesus também precisou resolver como ele ia lidar com as circunstâncias do dia a dia. Ele precisou decidir o que era mais importante que tudo em sua vida e descobrir como lidar com os dias difíceis... como responder ao medo... o que fazer quando ele se sentisse forte o poderoso... como responder aos sentimentos de insegurança...

Um desses momentos vividos por Jesus foi quando ele passou 40 dias no deserto (Mt 4.3). Ali ele tomou várias decisões. E enfrentou questões importantes sobre como ele iria viver sua vida.

Em quem confiamos?

Um dos desafios que Jesus enfrentou foi aconteceu quando ele estava faminto e fisicamente debilitado. Depois de ser privar voluntariamente de comida por tanto tempo, Jesus estava realmente com fome. Aproveitando aquela fragilidade, o tentador se pronunciou:

Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Mt 4.3

Será que o tentador tinha dúvida sobre quem Jesus era? Claro que não! Será que os anjos que testemunhavam aquela cena tinham dúvida sobre quem Jesus era? Certamente não! E Jesus tinha dúvida sobre quem ele era? Absolutamente não! Então, a questão ali não era sobre a identidade de Jesus, o assunto era outro. A pergunta nas entrelinhas era “você realmente confia no Pai? ”

Bastava uma ordem para que das pedras surgissem pães, mas Jesus não fez isso. Por quê? Sua fome era legítima e ele tinha o poder para fazer isso, por que ele não resolveu logo aquela situação? Ele preferiu confiar que aquela situação difícil e sofrida estava sob os cuidados do Pai e seria usada por Ele para o seu bem.

Veja que são caminhos diferentes, meu irmão:
O tentador propõe que você transforme as pedras de sua vida em pães e mate logo sua fome. Ele afirma que você pode ser o seu próprio herói. Não é preciso andar pelos caminhos desconhecidos de Deus, porque isso pode ser arriscado

A proposta do evangelho é que você não fuja do deserto pelas suas próprias forças, com seus esquemas e jeitinhos. É um chamado para você confiar naquele que o levou até o deserto. Por isso, a resposta de Jesus:

Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mt 4.4

Jesus decidiu algumas coisas importantes ali. Sua vida não seria uma fuga das dificuldades. Ele não faria qualquer coisa para afastar os problemas, ele não rejeitaria o sofrimento como parte da vida. Ele decidiu confiar em Deus em meio aos problemas. Ele estava convicto que Deus estava cuidando dele, mesmo quando os dias não eram duros e difíceis.

Como você tem vivido sua vida de discípulo de Jesus? A quem você dá ouvido? Quem faz sua cabeça? A quem você recorre para tomar as decisões de sua vida? Ser um discípulo não é seguir os passos dele?

Há pessoas entendendo que ser discípulo de Jesus é receber um ticket de entrada para o céu. Estão garantidos para sempre, porque ninguém vai arrebata-las das mãos de Jesus! A eternidade é deles, e isso é o que realmente importa. O mundo pode despencar ao seu lado, mas ele não se abala. Famílias podem desmoronar à sua direita, jovens podem ser destruídos à sua esquerda, mas ele está seguro no Senhor. Eles já encontraram o Pão da Vida, isso é suficiente.

Outros há para quem ser discípulo de Jesus é ser filho do Rei e ter direito a tudo que um filho de rei merece. Profetizam bênçãos, decretam sucesso, revoltam-se contra tudo que lhes pareça ruim. Colocam Deus na frente de seus caminhos, como se ele fosse uma imagem de procissão, para garantir que tudo será como desejam. Para esses não há pedras no caminho, todas foram ou serão transformadas em pães.

Há também aqueles para quem ser discípulo de Jesus é vir para os cultos, participar dos programas da igreja, contribuir financeiramente, ler a bíblia sempre que possível, pagar as contas em dia e não dar trabalho para o pastor. Gente se acha tão certinha que não se mistura com qualquer um, não; gente que está morrendo de fome diante dos pães porque desconhece a provisão de Deus para uma vida abundante.

Fome de quê?

Ali no deserto a fome de Jesus era a mais básica de todas: fome de pão mesmo. No deserto de concreto em que estamos, a fome que temos às vezes é de outro tipo: de roupa (bacana), de tênis/sapato (legal), de carro (novo), de celular (moderno), de apartamento (maior), de emprego (seguro), de TV por assinatura, de plano de saúde.

Você está aqui, em um mundo de concreto e asfalto. Ainda assim a fome lhe consome a alma. Certamente no deserto em que vivemos também há muitas pedras que podem ser transformadas em pão e saciar sua fome. O que você vai fazer?

Carro (novo) – fazer um financiamento em 60 meses e depois cola um adesivo “Foi Deus quem me deu” no vidro traseiro! – Deus ou financeira?

É claro que não há nenhum problema em você financiar ou parcelar um bem que você deseja comprar. Esse é um recurso legítimo. A questão é se ao fazer isso você não está fugindo do deserto.

Porque às vezes o Senhor nos mantém em situações adversas porque quer nos ensinar algo. A privação daquilo que desejamos nem sempre é algo ruim, muitas vezes o caminho que Deus usa para aprendermos a submissão a sua vontade, aprendermos a ajustar nossas prioridades.

Então, veja só, quando você usa o crédito apenas para matar sua fome de possuir, e o usa além de sua capacidade de pagar, é como se você estivesse transformando pedras em pães para matar sua fome e sair logo desse deserto.

Celular moderno – comprar um usado em estado de novo pela metade do preço. Daqueles que já vem fotos e contatos (do antigo dono).

Qual problema em ter um smartphone de última geração? Nenhum problema. Eles podem ser muito úteis na vida corrida que temos. Mas será que você não está fugindo do deserto quando compra um aparelho de procedência duvidosa pela metade do preço?

Um discípulo de Jesus não deveria ter restrições quanto à origem dos bens que compra? Ou não faz diferença para nós se estamos alimentando uma cadeia de crime e violência? Aliás violência que volta contra nós mesmos?
Perceba então, que ao comprar um smartphone de origem duvidosa apenas para matar sua fome de celular moderno é como se você estivesse transformando pedras em pães, para ver se acaba logo esse deserto em que sua vida se transformou.

Eu me pergunto: um discípulo de Jesus deveria colocar um smartphone como uma prioridade tão alta em sua vida que o faz colocar de lado o fato que está participando de uma cadeia criminosa de venda de objetos roubados?

Apartamento – comprar comprovante de renda e declarar renda formal maior que a verdadeira. Pedir emprestado um nome de um parente.

Não há qualquer problema em desejar morar numa casa melhor, ou em um apartamento mais amplo. Tem onde morar de forma digna é um direito e morar bem é um desejo legítimo. Agora, forjar uma renda maior que o seu rendimento mensal para se enquadrar no financiamento certamente é transformar pedras em pães.

São muitas as pessoas que fizeram isso e agora não têm como pagar as prestações do mês. E alguns deles com que converso ao telefone que dizem assim: “Em nome de Jesus, eu não perder minha casa. Deus na frente! Vai dar certo! ”.


O que leva esses irmãos a pensar que Jesus estava como eles enquanto eles compravam uma declaração falsa de rendimento com um contador “amigo”? Um discípulo de Jesus deveria fazer como ele dizer: “nem só pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor.”

Uma variante que parece mais aceitável é quando se pega o nome de alguém emprestado para financiar, fazer empréstimo ou financiamento. Normalmente, quando você não consegue fazer no seu nome é porque sua renda não é suficiente ou seu cadastro não foi aprovado. O próprio sistema está dizendo que você não está em condições de contrair dívida.

Aí você vê as pedras e ouve a voz do tentador dizendo: “se tu és filho de Deus, como isso pode estar acontecendo contigo. Você é um vitorioso, porque você vai ficar aqui passando por essa situação difícil? Transformas as pedras em pão!”

Ao tomar emprestado o nome de alguém para fazer dívida, você está transformando pedras em pães e trazendo para sua vida grande possibilidade de brigas, desavenças, discórdias e até de rompimento dos relacionamentos familiares envolvidos e de amizade.

Eu volto a me perguntar: não deveria um discípulo de Jesus prezar pela verdade, regularizar suas dívidas atrasadas, limpar seu nome no comércio e comprar apenas aquilo que cabe dentro de seus rendimentos?

Mas para isso, irmãos é preciso confiar que o Senhor está no controle de todas as coisas inclusive no meio das dificuldades. É preciso acreditar que os sofrimentos, as ausências e os desejos não realizados fazem parte da vida. Em todas essas coisas o Senhor tem muito a nos ensinar sobre submissão, confiança e contentamento.

TV por assinatura – contratar os serviços daquele técnico que vende, ele mesmo, o pacote completo da NET: la garantia soy yo!

Qual o problema em ter o pacote completo da TV por assinatura? Claro que não tem nenhum problema. Se você tiver Telecino em HBO no seu pacote e quiser me chamar para assistirmos um bom filme juntos, pode preparar a pipoca.

Em muitos bairros, a venda desses pacotes completos e controlado por milícias que também controlam a venda de gás e cobram pela proteção das ruas. Verdadeiros império do crime!

Toda vez que alguém compra um pacote completo de TV por uma ninharia, faz um gato de energia, autoriza uma ligação clandestina de água, molha a mão do guarda de trânsito, compra carteira de motorista, arranja um atestado médico para o trabalho é como se você estivesse transformando pedras em pães.

Por que não?

Se você pode transformar pedras em pães, por que não fazer? Porque quando transformamos pedras em pães, estamos perdendo a oportunidade de confiar no Senhor, de experimentar o cumprimento da promessa que ele nos fez de nos consolar e animar em meio ao sofrimento, dor, angústia, amargura e tristeza que são plantadas em nossas almas por esse mundo caído em que vivemos.

Transformar pedras em pães pode parecer uma boa saída para sair logo do deserto, mas um caminho de morte é. A vereda da vida a que somos chamados pelo Evangelho, vereda estreita e pedregosa, é permanecer no deserto suportar as fomes que nos assediam e confiar na palavra que procede da boca de Deus: estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos.

Lembra da Jéssica, que matou a amiga porque não suportou a felicidade dela? E se a Jéssica tivesse enfrentado o deserto em que ela estava de outra forma? Se ela conhecesse o amor de Deus? Talvez ela haveria dito NÃO para a proposta de transformar pedras em pães. Sua fome de felicidade continuaria, mas ela teria recebido o consolo da presença de Jesus e, quem sabe, teria sido socorrida por anjos em suas necessidades.

A renovação da mente

Concluo nossa reflexão dessa noite, irmãos, dizendo que que estou convicto de que somos chamados, como discípulos de Jesus, a permanecer no deserto até que o nosso Deus, que nos pôs lá, nos tire. Ele conhece nossa estrutura e sabe exatamente o que precisamos aprender e como vamos aprender.

 Transformar pedras em pães vai nos tornar autossuficientes e arrogantes, donos do nosso destino, senhores de nossas vontades, distantes e descrentes no amor dele por nós.

Devemos permanecer em nossos desertos até que o Senhor nos ensine tudo que precisamos aprender, mas isso só será possível se estivermos rendidos à convicção profunda de que o amor de Deus por nós não é medido pela abundância pão, como sugere o tentador, mas pelo fato de Cristo, o Pão da Vida, nos ter reconciliado com o Pai e nos dado vida nova e eterna.

Precisamos permitir que nossa maneira de pensar, isto é, a forma como entendemos o mundo, seja mudada. Você não pode ser a mesma pessoa e pensar do mesmo jeito depois que Jesus para a ser o seu Senhor.

A nossa mentalidade, isto é, nossas convicções, opiniões e opções de vida precisam transformadas mesmo, pela renovação constante que o Espírito realiza através da Palavra de Deus. É isso que o apóstolo Paulo afirma na carta que escreveu aos irmãos da cidade de Roma:

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.2

As pedras estão por todo lado! E a todo momento alguém repete a fala do tentador: “se tu és filho de Deus, transforma estas pedras em pães”. Mas quando essas propostas encontram em nós uma mente renovada pelo Espírito, fortalecida pelas convicções do amor de Deus e confiante no exemplo deixado por Cristo Jesus, podemos fazer como ele e dizer:


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Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mt 4.4

29 agosto 2016

Glorioso Dia!

Glorioso Dia!

Introdução

É uma alegria, irmãos, voltar aqui para compartilhar as Escrituras com vocês. Nosso tema hoje é uma das realidades mais maravilhosas da fé cristã e, ao mesmo tempo, um dos assuntos mais desprezados nos púlpitos cristãos: a volta de Jesus.

1"Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. 3E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Jo 14. 1-3 (NVI)

O texto que lemos foi registrado pelo apóstolo João. Ele, assim como os outros discípulos, ouviu da boca do próprio Jesus, de forma direta, natural, sem rodeios e sem alegorias, essa que é, talvez, umas das realidades mais impactantes do evangelho: Jesus voltará para buscar o seus!

Agora, como foi que essa conversa de “voltar” começou? Começou porque Jesus, um pouquinho antes, no capítulo 13, disse o seguinte aos seus discípulos:

33Meus queridos filhos, vou estar convosco por pouco tempo mais! E então, apesar de me procurarem, não poderão vir ter comigo... Jo 13.33 (OL)

Essa fala de Jesus não passou despercebida. Aqueles homens seguiam o Mestre há três anos. E não era como seguir um famoso no Facebook, não! Seguir a Jesus era andar com ele pelas mesmas ruas, frequentar os mesmos lugares, ir às mesmas festividades, comer juntos no mesmo lugar, orar juntos no mesmo monte... Então, quando Pedro ouviu que Jesus ia para um lugar onde eles não o poderiam acompanhar, ele falou o seguinte:

36"Senhor, para onde vais?Jo 13.36 (NVI)

Pedro e os demais discípulos não estavam compreendendo, por isso ficaram apreensivos. Eles não queriam ficar longe do seu Mestre. Jesus estava falando de seu martírio, de sua morte na cruz, e de sua ressurreição, mas os discípulos não tinham a menor ideia do que iria acontecer.

Pedro, então insistiu na pergunta:

37"Senhor, por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti!" Jo 13.36 (NVI)

Foi em meio à angústia que tomou conta dos discípulos, prestes que estavam a perder a convivência com seu Mestre, que Jesus falou do lugar para onde ele irá: a casa do pai. Um lugar com muitos aposentos e espaço suficiente para abrigar a todos.

De fato, tudo isso aconteceu. O sofrimento, a morte de cruz, a ressurreição e também o seu retorno para a casa do Pai. Esse é o testemunho das Escrituras sobre a assunção de Jesus.

9Tendo dito isso, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles.10E eles ficaram com os olhos fixos no céu enquanto ele subia. De repente surgiram diante deles dois homens vestidos de branco,11que lhes disseram: "Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir". At 1.9-11(NVI)

Então, queridos irmãos, alguém que não creia, no profundo de sua alma, que Jesus viveu com um de nós, que ele sofreu sem merecer, morreu em uma cruz, ressuscitou dentre os mortos e foi elevado aos céus, não tem motivos para acreditar no Dia Glorioso de sua segunda vinda.

Portanto, esse Dia Glorioso, de forma nenhuma, deve ser usado para fazer ameaças para quem não crer. Não fomos chamados para ameaçar quem quer que seja, mas para amar. Tentar fazer com que alguém comece a crer em Jesus pelo medo não é um bom caminho. O caminho para alguém entregar sua vida a Jesus é ser alcançada pelo amor. Esse é o caminho sobremodo excelente.

Dia Glorioso: motivo de paz

Como já vimos, Jesus começou a falar da casa do Pai, para onde ele ia e para onde ele vai nos levar, quando os discípulos estavam angustiados com a possibilidade não podem mais estar junto com o mestre.

Quem os ensinaria? Quem os confortaria nos dias ruins? Que compreenderia suas dúvidas? Quem os encorajaria a serem pessoas melhores? Quem desvendaria seus corações pecadores e ofereceria perdão? Os discípulos não podiam nem pensar em ficar longe do Mestre!

Diante de tantas inquietações, o Senhor procurou aquietar os discípulos e afirmou:

1"Não se perturbe o coração de vocês. Jo 14.1 (NVI)

Queridos irmãos, muitas vezes nós também somos tomados pela angústia e pela inquietação. Muitas vezes a ansiedade a respeito da vida, daqueles que amamos e sobre nós mesmo cresce e nos consome. Quando isso acontecer, lembre-se das palavras de Jesus.

Não deixe que seu coração se perturbe demasiadamente com as circunstâncias dessa vida. Lembre-se de que Jesus foi preparar a casa do Pai para nos receber e um dia estaremos com Ele, usufruindo da eternidade para a qual fomos criados. Começa aqui e agora, mas não podemos esquecer de que nossa existência não está limitada a esta vida.

Portanto, irmãos, mesmo quando as circunstâncias do dia-a-dia não são tão boas quanto gostaríamos, essa esperança do Glorioso Dia da vinda de Cristo deve nos encher de paz, pela convicção que temos de que Ele virá e nos levará para si. Devemos pensar com o apóstolo Paulo que disse: 7Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. 2 Co 5.7 (NVI)

Dia Glorioso: motivo de confiança

Aquele era um momento difícil. Os discípulos estavam confusos com o que Jesus acabara de dizer. Eles tinham deixado tudo para seguir o Messias, o enviado de Deus. Mas Jesus acabara de dizer que isso tudo ia acabar.

Acho que os discípulos foram invadidos por dúvidas nesse momento. Será que eles haviam sido enganados por um falso Messias que agora estava indo embora? Será que eles tinham desperdiçado três anos de suas vidas seguindo a pessoa errada? Será que valia a pena continuar ao lado de Jesus? Essas e outras perguntas certamente vieram às suas mentes naquele momento.

Ao perceber as dúvidas que consumiam aqueles homens, o mestre faz um convite:

1...Creiam em Deus; creiam também em mim. Jo 14.1 (NVI)

Esse mesmo chamado, um convite para confiar, o Mestre faz hoje pra você. Os dias são difíceis e as dúvidas também rondam nosso coração. Será que esse negócio de igreja, bíblia, oração e Jesus vale a pena? Será que não é um desperdício de vida usar o pouco tempo que me resta, depois de um dia de trabalho, conversando sobre fé, santidade e vida de adoração a Deus? Não é melhor eu cair fora e procurar outra turma?

As mesmas palavras ditas por Jesus aos seus discípulos dois mil anos atrás ecoam hoje em seus ouvidos: creiam em Deus! Confiem em mim! Há uma promessa feita pelo filho de Deus de que ele vai voltar. Alimente seu coração com essa esperança! Seguir a Jesus começa a produzir frutos agora, sim, mas não é um projeto apenas para esta vida; continua por toda a eternidade.

Portanto fortaleça seu coração com a esperança da volta do Senhor! Você verá que os dias serão mais leves, o consolo será presente e sua confiança será renovada; não com expectativas falsas de uma vida sem sofrimento, mas pela convicção de o Senhor está conosco agora e de que um dia, quando ele vier, tudo será exatamente como deveria ser.

Dia Glorioso: vou preparar uma festa

Sempre que leio essa conversa de Jesus com seus discípulos, penso que ele abriu os braços e também um grande sorriso quando disse:

2Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. Jo 14.2 (NVI)

No momento em que seus amigos estavam confusos sobre esse lugar para eles não poderiam acompanhá-lo, Jesus tenta tranquilizá-los, dizendo para onde ele ia e o que ia fazer. Não era preciso que eles se preocupassem ou ficassem angustiados, porque Jesus ia retornar para a casa de seu Pai e a razão era preparar lugar para eles.

Uma grande festa! Jesus foi elevado aos céus e retornou para a presença de Deus a fim de preparar a eternidade para nossa chegada. Há lugar para todos, mas é preciso preparar tudo para a maior e mais importante celebração de todos os tempos. A festa das bodas do cordeiro:

6Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava: "Aleluia! pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso.7Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.8Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro". O linho fino são os atos justos dos santos.9E o anjo me disse: "Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro! " E acrescentou: "Estas são as palavras verdadeiras de Deus". Ap 19.6-9 (NVI)

Naquele momento os discípulos ainda não sabiam sobre essa grande festa. É possível que eles nem tenham compreendido muito bem o que Jesus disse sobre ir para a casa do Pai e preparar lugar. Mas nós, irmãos, nesse aspecto somos mais abençoados porque o Espírito de Deus revelou ao apóstolo João, na sua velhice, esse quadro maravilhoso.

A festa está sendo preparada. A história da humanidade, a minha história e a sua história estão sendo guiadas por Deus para que Ele receba o justo reconhecimento, o justo louvor e a justa adoração que ele merece. Quando tudo estiver pronto, quando a noiva que é a igreja estiver sido preparada, quando tudo houver se completado, então virá o Glorioso Dia!

Quando penso nisso meu coração se enche de expectativa e às vezes de apreensão. Tem sido assim no transcorre dos últimos dois mil anos. Por isso acho que nesse ponto vale pena deixar duas orientações:

1)  Não há razão para tentar apressar a chegada desse dia. É claro que podemos desejar que chegue logo. No livro do Apocalipse há uma palavra que expressa esse desejo: maranata. Mas não há nada que possamos fazer para antecipar as bodas do Cordeiro. Tudo acontecerá no tempo de Deus, quando a noiva estiver pronta e chegar a hora.

2)  Não há razão fixar sua mente nesse glorioso dia e esquecer a vida que estamos vivendo agora. Na verdade, João afirma que a noiva, que é a igreja, estará vestida de linho fino, brilhante e puro, e que esse linho representa os atos de justiça dos santos. Isso quer dizer que a maneira como vivemos nossas vidas aqui e agora é de grande importância para a festa que virá.

Dia Glorioso: a festa está pronta

Nessa conversa que Jesus teve com seus discípulos, um pouco antes de sua prisão, ele deixou transparecer algo que enche o meu coração de alegria. O Senhor não vem apenas cumprir a agenda celestial marcada desde a eternidade. Isso também. Ele nos revela algo muito pessoal nesse seu retorno: ele deseja nossa companhia:

3E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Jo 14.3 (NVI)

Que coisa maravilhosa, irmãos! Jesus vem nos buscar para ficarmos junto com ele, onde ele estiver. Ele nos quer ao seu lado, participando de daquilo que o Pai preparou desde a eternidade. Esse dia glorioso será o dia do reencontro de Jesus com seus discípulos e amigos. Como um irmão mais velho cuidadoso e amoroso, Jesus aguarda o dia em que estaremos todos jutos. O apóstolo Paulo pode nos ajudar a compreender isso. Veja o que ele diz:

29-30Porque desde o princípio de tudo Deus decidiu que aqueles que viessem até ele, e ele já sabia quem seria, se tornariam semelhantes ao seu Filho, a fim de que o seu Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. E, tendo-nos escolhido, chamou-nos para si; e quando viemos, respondendo à sua chamada, ele nos reconciliou consigo, concedendo-nos o direito à sua glória. Rm 8. 29,30 (OL)

Quando a festa estiver pronta Jesus voltará, irmãos! Ele se fez gente, viveu entre nós e entregou sua vida como um sacrífico, em nosso lugar, para que esse Glorioso Dia aconteça. E acontecerá, assim como foi revelado ao apóstolo João.

A festa está preparada para os amigos de Jesus, para aqueles que desejam estar com ele, para aqueles que o amam e são gratos pelo que Jesus fez por eles. A festa está pronta, mas você está pronto para participar dela? Jesus é aquele amigo que participa das coisas da sua vida, ou é apenas uma imagem, um crucifixo, uma oração repetida, uma marca na capa da bíblia?

Você precisa conhecer mais sobre o que Jesus fez por você. Você deve procurar saber sobre o significa a morte dele na cruz, sobre como isso foi uma prova de amor. Você precisa descobrir o quanto Deus o ama e o quanto ele deseja cuidar de você, torná-lo uma pessoa melhor e fazer de você alguém parecido com Jesus, que confia completamente no amor do Pai.

Dia Glorioso: quando e como será?

É normal que nossa curiosidade fique aguçada com esse evento tão importante para aqueles que confiaram sua vida ao Senhor. Os discípulos também ficaram curiosos. Quem registrou essa curiosidade foi Mateus:

3 Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos? " Mt 24.3 (NVI)

Que bom que os discípulos perguntaram! É bem possível que eles esperassem respostas bem objetivas, mas Jesus faz diferente: ele relatou um imenso cenário, em que várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Aparentemente Jesus estava se referindo aos tempos que sucederão ao arrebatamento da Igreja, tempos duríssimos que serão experimentados pelo povo eleito de Deus: os descendentes de Abraão.

Jesus falou de perseguição, do esfriamento do amor e dos falsos messias que aparecerão. Ele disse que serão tempos de guerra entre as nações, de fome no mundo e muitos terremotos. Jesus disse também que o tempo que antecederá sua vinda será marcado pelo aparecimento de numerosos falsos profetas, que falando em nome de Deus enganarão muitas pessoas. Ele disse que serão realizados sinais miraculosos e maravilhas impressionantes com o propósito de enganar o povo escolhido de Deus.

Mas, quando tudo isso acontecer, irmãos, aqueles que confiaram em Jesus como seu Senhor e salvador não estarão mais aqui. O Senhor já terá nos levado para si, para a grande festa que está preparando. Antes de tudo isso acontecer, algo tremendo a maravilhoso acontecerá primeiro. Vejamos o diz o apóstolo Paulo a respeito desse evento que provocará grande confusão em todo o mundo.

15Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem.16Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.17Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.18 Consolem-se uns aos outros com estas palavras. 1 Ts 4.15-18

As imagens que foram reveladas a Paulo pelo Espírito de Deus são impressionantes e tremendas! É assim que Jesus virá buscar sua igreja! É assim que a noiva será arrebatada para encontrar-se com o noivo. Primeiro todos aqueles que morreram confiando no Senhor serão ressuscitados e terão seus corpos devolvidos. Depois os que estiverem vivos naquele dia terão seus corpos transformados e então todos juntos nos encontraremos com o Senhor Jesus para a grande celebração que marcará o início da eternidade com Cristo.

Portanto, meus irmãos. Nós não estamos abandonados neste mundo louco. Não estamos vivendo como se não houvesse amanhã, como alguns poetas propõem. Nós, os que cremos na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus, aguardamos com alegria e expectativa o seu retorno. A eternidade que nos espera não nos foi completamente revelada, para sabemos que será tudo aquilo que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Minha oração ao final dessa reflexão é um pedido a Deus para nossos olhos permaneça voltados para Cristo, que nossos corações sejam preenchidos com paz e nossa fé no Senhor se fortaleça. Porque a festa está quase pronta, o dia já se aproxima, já está às portas o tempo em que a dor, o choro e o lamento serão banidos e todas as convergirão para Cristo.

33Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! 34"Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?" 35"Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?" 36Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém. Rm 11.33-36