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10 fevereiro 2017

Jesus, o fariseu e a mulher pecadora


36Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa. 37Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.
Lucas 7:36-38 (NVI)

Nossa história tem três personagens: Jesus, um fariseu chamado Simão e uma mulher. A história se passa na casa de Simão, durante um jantar.

Ao que parece, aquele era um jantar formal, pois Jesus tomou lugar à mesa, isto é, havia um lugar separado especialmente para ele; É possível que Simão houvesse convidado Jesus após ouvi-lo expondo as Escrituras em algum lugar;

Jesus, portanto, era um convidado especial. Mas a outra personagem, a mulher, não fazia sequer parte da lista de convidados; não que ela fosse desconhecida na cidade, mas porque possivelmente era uma prostituta.

Naquela época, as casas de pessoas ricas eram construídas em torno de um pátio aberto que parecia uma pequena praça. Muitas vezes, havia no pátio um jardim e uma fonte; era ali que eles comiam nos dias quentes. Era costume, quando um rabino era convidado, virem todo tipo de pessoa; ninguém era impedido de ouvir as pérolas de sabedoria que saíam da sua boca. Foi ali, no pátio interno casa de Simão que tudo aconteceu.

No Oriente, os convidados não se sentavam em cadeiras, mas reclinavam à mesa, em sofás baixos, apoiando-se em seu braço esquerdo para liberar o direito para comer. Tinham os pés estendidos para fora do sofá e estavam sem sandálias durante as refeições. Pode-se entender assim como a mulher chegou aos pés de Jesus.

Os sofás eram dispostos ao redor de uma mesa longa e baixa, ou, algumas vezes, no lugar da mesa, havia apenas grandes pratos de madeira colocados ao longo do centro da sala. Em um jantar formal, o sofá de cada convidado era colocado segundo a ordem da sua posição de importância naquela reunião.  

Ao chegar, todos tiravam as sandálias ou chinelos, e os deixavam à porta. Os servos ficam de pé, por detrás dos sofás, com uma bacia rasa e larga no chão, e derramavam água sobre os pés dos hóspedes.

Hoje em dia algumas cortesias são esperadas por alguém que é recebido na casa de outra pessoa, como cumprimentos de mão, beijos na face, uma palavra de bem-vindo, a indicação de um lugar para sentar.

Naquele tempo também eram esperadas pelos hóspedes algumas cortesias: um beijo de saudação, água para lavar os pés e óleo perfumado para ungir a cabeça.

Curiosamente, o texto de Lucas fala apenas que Jesus chegou à casa de Simão e ocupou o lugar que estava separado para ele. Não há qualquer menção   a respeito dos rituais de recepção que seriam esperados numa ocasião como esta.

Por que Simão convidou o mestre e negou-lhe as boas vindas? Não é estranha a forma como Simão se comportou? Será que ele gostava realmente de Jesus, ou não? Jesus era um convidado especial naquela festa, mas somos forçados a nos perguntar se Jesus era realmente importante para Simão.

Ainda hoje muitas pessoas agem em relação a Jesus da mesma forma: preparam uma festa para homenageá-lo, convidam os amigos, mas deixam de lado o próprio Jesus.

Nesse ponto da história entra em cena a mulher tida como pecadora, que era conhecida de todos.

37b...certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.
Lucas 7:37 (NVI)

Os convidados estavam todos em seus lugares. A comida estava servida e as conversas preenchiam o ambiente no pátio interno da casa de Simão. Jesus também estava deitado de lado, apoiado em um dos braços e com os pés fora do sofá.

De repente, entra no ambiente uma mulher conhecida na cidade por ganhar a vida nos prostíbulos. Muitos homens ali a reconheceram.

Ela colocou-se atrás, aos pés de Jesus. Chorou ao ponto de molhar os pés dele. Enxugou-os com os cabelos, beijou-os e depois os ungiu com um perfume muito caro.

Os olhos de todos ali estavam voltados para aquela cena inusitada, surpreendente. Aquela mulher estava fora do seu ambiente. No entanto, ela se expôs e se dispôs a enfrentar aquela situação (e o julgamento de todos) para demonstrar o quanto Jesus era importante para ela.

O quanto nós estamos dispostos a fazer o mesmo, irmãos, a demonstrar a importância de Jesus em nossas vidas? Qual o tamanho do nosso amor por ele? Qual o tamanho de nossa gratidão diante do que ele fez por nós?

Na verdade, não havia como aquela cena passar despercebida do restante dos convidados, e do próprio Simão, o anfitrião. Seja pela força das imagens, seja pela disposição de todos ali no pátio interno da residência de Simão.

Ele talvez tenha maneado a cabeça e feito algum gesto com os lábios. Mas Lucas afirma que o Fariseu falou consigo mesmo nos seguintes termos:

39"Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’ ". Lucas 7:39


A forma como Simão reagiu àquela cena inusitada revelou seu coração e algumas de suas convicções. Normalmente não falamos muito sobre nossas convicções, nossas crenças, mas elas têm um papel importante na maneira como vivemos nossa vida. Uma outra forma de dizer a mesma coisa é que aquilo em que cremos direciona nossas ideias.

Embora seja difícil, irmãos, refletir sobre os próprios pensamentos e considerar o porque das nossas reações, isso pode ser um bom exercício para expor nossa alma diante de Deus. Quem reflete sobre si mesmo tem a possibilidade de tirar a trave do próprio olho antes de tentar tirar o cisco do olho de outra pessoa.

O que podemos deduzir a partir de sua fala a respeito dos pensamentos de Simão?

1.    Parece que Simão considerava aquela mulher alguém inferior a ele. Ela era uma pecadora e sua atitude ali certamente não era bem-intencionada. Por causa dos costumes ele não a proibiu de entrar em sua casa, mas definitivamente para Simão ele e ela não eram do mesmo tipo de pessoa.

Infelizmente, irmãos, esse tipo de pensamento não é raro entre pessoas que se dizem seguidoras de Jesus. Como alguém que foi salvo pela graça de Deus, que foi amado por Deus quando estava morto em delitos e pecados, pode se considerar superior a outra pessoa? Realmente uma atitude assim nada tem a ver com o evangelho de Jesus.

2.    Outra coisa importante na fala de Simão é que ela parece revelar uma "agenda escondida". Ele chamou Jesus para um jantar, mas o que queria mesmo era saber se o jovem Rabino era um profeta de Deus. A conclusão a que ele chegou foi um definitivo NÃO. Se ele fosse profeta saberia que aquela mulher era uma prostituta e não permitiria que ela o tocasse. Afinal de contas, deve ter pensado, profetas não se misturam com gente desse tipo.

Simão tinha a si mesmo em alta conta. E é claro que para alguém ser um profeta deveria ser ainda melhor do que ele. Aparentemente Jesus não tinha passado no teste de Simão.

Ao ouvi-lo Jesus percebeu que Simão não tinha uma visão correta sobre si mesmo. Ele não se achava apenas uma boa pessoa, mas melhor que muita gente; e que por isso Deus o amava e o havia escolhido. Simão acreditava que era amado por Deus porque vivia uma vida correta.
Por isso ele também só amava as pessoas que viviam uma vida correta. Certamente que aquela mulher não vivia uma vida correta de acordo com o ponto de vista de Simão.

Nós também, irmãos, somos tentados a ir pelo caminho de Simão: amarmos os certinhos porque acreditamos que Deus também ama os certinhos. Mas Jesus falou algo muito diferente disso em outra ocasião:

17Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores".
Marcos 2.17 (NVI)

O Senhor decidiu, então, contar uma história para ajudar Simão. Lucas 7:40-43  

- Respondeu-lhe Jesus: Simão, tenho algo a lhe dizer.

- Dize, Mestre, disse ele. 

- Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais? 

- Simão respondeu: Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior. 

- Você julgou bem, disse Jesus.

Na história de Jesus, amor é o que acontece na vida de alguém que foi perdoado. Quanto mais uma pessoa reconhece é devedora ao ser perdoada, tanto mais ela percebe o tamanho do perdão que recebeu; e aí seu coração se enche mais ainda de gratidão por aquele quem o perdoou.

A única linguagem que Simão conhecia para o relacionamento com Deus era viver uma vida correta. Por isso, quando ele viu aquela mulher abraçada aos pés de Jesus ele imediatamente pensou: isso não está certo! Ela é uma pecadora! Pecadores não tem nada a oferecer a Deus.

A mulher, no entanto, aprendeu uma outra linguagem, outra forma de se aproximar de Deus: o amor. Ela e o fariseu eram devedores diante de Deus. Nenhum dos dois podia pagar sua dívida. Mas ao contrário dele, ela reconhecia o estado em que se encontrava. Por isso, ao ser perdoada, seu coração encheu-se de amor e gratidão.

Já Simão achava que sua dívida nem era tão grande assim, pois ele era uma boa pessoa e fazia tudo certinho. Como ele pensava que não havia muita coisa para Deus perdoar, o seu amor por Deus era pequeno e debilitado.

Você já pensou que seu amor por Deus e pelas pessoas pode estar enfraquecido porque você não tem ideia de quão imensa era sua dívida e de quão grande foi o perdão de Deus em sua vida?

10Tal como as Escrituras afirmam: Ninguém é bom - ninguém no mundo inteiro é inocente.11Ninguém jamais seguiu realmente as veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo.12Todos se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é direito durante toda a sua vida nem uma só pessoa.13O que falam é abominável e tão sujo quanto o mau cheiro de uma sepultura aberta. Suas línguas estão cheias de mentiras. Tudo o que dizem tem o ferrão e o veneno de serpentes mortíferas.14Suas bocas estão cheias de maldição e de amargura.15Estão prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde com eles.16Por onde quer que vão, eles deixam a miséria e o transtorno atrás de si.17Nunca chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus.18Não se importam com Deus, nem tampouco com o que Ele pensa deles. (...)23Sim, todos pecaram; todos fracassaram, e não puderam alcançar o glorioso ideal de Deus;24no entanto, Deus nos declara agora "sem culpa" das ofensas que Lhe fizemos se confiarmos em Jesus Cristo, aquele que em sua bondade tira os nossos pecados gratuitamente.
Romanos 3.10-18, 23,24 (BV)

Era essa a situação em que você se encontrava quando o Senhor o encontrou, o amou e pagou o preço pela sua vida, meu irmão.

Jesus contou aquela história para ajudar Simão a compreender de onde vinha o amor que fez aquela mulher se expor e se dispor diante de todos a demonstrar a importância de Jesus para ela. Ao terminar a história, Jesus voltou a falar com Simão:

44Então, virou-se em direção à mulher e declarou a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos.45Da mesma maneira, tu não me saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que cheguei não cessa de me beijar os pés.46E mais, tu não me ungiste a cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo, ungiu os meus pés.47Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados. Mas onde há necessidade de pouco perdão, pouco amor é revelado.48Em seguida, Jesus afirmou à mulher: “Perdoados estão todos os teus pecados!
Lucas 7.44-48 (KJA)
Um dos versos da canção que cantamos no começo diz assim:

Só quem conhece a grandeza do perdão que recebeu, entrega em amor todo o tesouro seu, para adorar a Deus.

O que o impede de falar para todos o quanto Jesus é importante para você? Se você tem caminhado na mesma direção de Simão e deixado sua gratidão a Jesus esfriar, o tempo de mudar chegou.

Esse é um bom momento de derramar sua vida em adoração, como um perfume agradável a Deus. Sim! É hora de renovar sua gratidão pelo imenso amor com que Deus o amou! Eu o convido a cantarmos mais uma vez a canção Vaso de Alabastro.

Antes, porém, quero deixar uma palavra para você que ainda não se rendeu-se a Jesus e continua se esforçando para ser aceito por Deus:

- A religião não pagará sua dívida;
- Os muitos cultos não pagarão sua dívida;
- As promessas cumpridas e os terços rezados não pagarão sua dívida;
- As orações sem fim, correntes, novenas e preces poderosas não pagarão sua dívida.

Apenas Jesus pode fazer isso. Na verdade, Ele já pagou. O que você precisa fazer é deixar-se alcançar pela Maravilhosa Graça de Deus e receber pela fé aquilo que jamais vai alcançar por esforço próprio.

Se você quer abrir mão do penoso esforço de tentar ser certinho quando Deus lhe quer perfeito e parar de entregar moedinhas para tentar pagar uma dívida de milhões...

Se você reconhece o quão necessitado do perdão você é...

Saiba que o Senhor quer dizer para você o mesmo que ele disse àquela mulher: Perdoados estão todos os seus pecados.

16 julho 2016

Evangelho Autêntico - Quem é o meu próximo?


Evangelho Autêntico
Quem é o meu próximo?
 
Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o nosso penúltimo encontro nesta série de pregações sobre o autêntico evangelho de Jesus. Até agora vimos que o evangelho está guardado sob algumas falas importantes de Jesus. Ele disse:

Eu vim para que tenham vida.

Eu vos aliviarei.

Sem mim nada podeis fazer.

Amai-vos com eu vos amei.

Hoje vamos nos deter no diálogo de Jesus com um intérprete da lei, um homem que gastava muito do seu tempo lendo, estudando e meditando nas Escrituras. Desse diálogo espero que possamos extrair mais um aspecto das boas novas anunciadas por Jesus.

Na conversa que teve com aquele estudioso, Jesus contou a história de um homem que viajava de Jerusalém para Jericó. Era uma viagem perigosa, descendo a serra, com caminhos estreitos e tortuosos.

Desde que Jesus a contou, essa história tem sido recontada, cantada, pintada e dramatizada repetidas vezes pelas gerações seguintes de seus seguidores. Grandes mestres da pintura já retrataram algumas de suas cenas, tentando capturar a força das palavras ditas pelo nosso Senhor.

Eu trouxe uma animação para nos lembrar qual é a história. Vamos ver.



Vejamos agora toda a história, conforme foi registrada no evangelho de Lucas:

25Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: "Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?"

26"O que está escrito na Lei?", respondeu Jesus. "Como você a lê?"

27Ele respondeu: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’".

28Disse Jesus: "Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá".

29Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?"

30Em resposta, disse Jesus: "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
31Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.32E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.

33Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele.34Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.

35No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’.

36"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? "

37 "Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo". Lc 10. 25-37

Tudo começa com a tentativa de fazer uma pegadinha teológica com Jesus. De tanto estudar as Escrituras, aquele homem tornou-se um perito da lei. Nada havia escapado ao seu exame dedicado e meticuloso. Ele então, resolveu testar os conhecimentos de Jesus. Será que aquele jovem galileu tinha feito a lição de casa e estudado direitinho todos os ensinamentos das Escrituras Sagradas?

A pergunta feita foi sobre um tema muito polêmico nos dias de Jesus: a vida eterna. O que era preciso fazer para herdá-la? O estudioso da lei estava pronto para um grande debate teológico! Finalmente ele encontrara alguém à altura dos seus conhecimentos sobre as Escrituras. Quando terminou de perguntar, todos os olhos se voltaram para Jesus. Como seria a resposta dele?

Conheci um homem que era um estudioso muito detalhista da Bíblia. Ele era muito correto no seu procedimento e tinha um caderninho em que anotava suas dúvidas sobre os textos bíblicos. Sempre que alguém tentava conversar sobre a fé em Jesus e vida de relacionamento com o Senhor ele desconversava e acabava falando sobre o caderninho. Ele achava que para andar com Jesus era preciso resolver todas as dúvidas sobre as Escrituras. Em uma de nossas conversas eu lhe disse: “Quem já tem certeza não precisa de fé. A fé é a marca daqueles que não têm certeza, mas confiam.”.

Voltando a nossa história, Jesus não entrou no debate. A resposta dele foi uma pergunta: o que está escrito? Como você entende o texto sagrado? Não é interessante isso? Jesus poderia fazer uma bela e profunda exposição dos textos sagrados, mas não o fez. Ele poderia sair dali aplaudido como um profundo conhecedor da lei, mas não o fez. Ele preferiu dialogar. Por quê.

Penso que Jesus fez isso porque não era o debate das ideias ou a vitória do argumento que lhe interessava naquele momento. Diante dele havia uma pessoa que precisava descobrir mais sobre como viver o amor de Deus. Jesus estava mais interessado em facilitar essa descoberta.

A melhor maneira de facilitar a descoberta do amor de Deus é dialogar: ouvir, refletir, falar, refletir, ouvir, refletir... Vejo muito crente sedento por debates e discussões nas redes sociais. Muitas argumentações, grosseria, xingamento, desrespeito e pouquíssimo diálogo. É preciso repensar a forma como nos relacionamos nesses ambientes virtuais! Ninguém é obrigado a pensar ou crer exatamente como nós. Jesus sempre optou pelo diálogo para alcançar o coração das pessoas.

 O perito da lei sabia a resposta; perguntou o que sabia apenas para ficar mais à vontade no debate. Ele foi direto ao ponto: amar a Deus e amar ao próximo. Jesus, então disse: isso mesmo! Você está certo faça isso e viverá.

Até agora, o perito estava apenas estudando a lei, pensando sobre o que é certo e o que é errado, refletindo sobre qual o melhor caminho. Jesus, então, como um mestre cuidadoso, segurou na mão daquele homem e o convidou a dar um passo a mais: faça isso e viverá!


É assim o autêntico evangelho de Jesus! Ele vai além da simples reflexão, ultrapassa os estudos dedicados. O evangelho é mais que o um conjunto de regras e não se contenta apenas em saber o que é certo. O evangelho autêntico de Jesus nos chama experimentar a verdade em nossas próprias vidas.

Muitos de nós, que frequentamos as igrejas, nos acostumamos a apenas saber o que é certo. Quando é que você vai segurar na mão de Jesus e fazer o que já sabe que é certo? Ouvimos sobre perdão, mas não perdoamos. Entendemos a graça de Deus, mas continuamos tentando nos salvar a nós mesmo. Ouvimos sobre misericórdia, mas somos cruéis. Aprendemos sobre paz, mas vivemos em guerra com as pessoas. Choramos diante do sacrifício de Jesus não cruz, mas somos incapazes de pagar o preço necessário para manter a família unida, sustentar uma amizade antiga, ser fiel à esposa, ou sustentar o testemunho de Cristo no trabalho. Até quando irmãos, vamos viver assim?

Nossa história continua de forma bem interessante. Era de se esperar que o perito da lei se desse por satisfeito. Afinal de contas ele perguntou e Jesus confirmou que o entendimento que ele tinha da lei estava correto: a vida eterna é a herança daqueles que amam a Deus com todo seu coração, alma, forças e entendimento e amam ao próximo como a si mesmos.

No entanto, o estudioso das Escrituras não se contentou. Por quê? Primeiro, porque o debate que não aconteceu como ele imaginava: Jesus o transformou em um diálogo; segundo, porque se tudo terminasse ali ele sairia com um grande desafio prático: faze isso e viverá.

Nos jogos de computador ou no celular, todo mundo quer passar de fase. Tem gente que vira a noite até passar para fase seguinte do seu jogo preferido. Ali, de frente com o desafio de avançar e colocar sua fé em prática, aquele homem, crente nas Escrituras, não queria passar de fase. Então, ele fez uma pergunta, como quem derruba propositalmente uma árvore no meio da estrada em que está caminhando, e parou novamente: quem é o meu próximo?

Ainda hoje, meus irmãos, muitos de nós que somos da fé, fazemos a mesma coisa. Quando o evangelho nos alcança e nos convoca para viver a vida, colocamos obstáculos no meio da estrada. Quais são as suas árvores? O que impede você de abraçar o autêntico evangelho de Jesus? Quais são as coisas que primeiro você vai resolver para só então passar de fase? Por quanto tempo mais você vai permanecer apenas ouvinte do evangelho de Jesus? Não é a hora de fazer o que você já sabe ser certo?

Nossa história é um alento, um consolo para nossa caminhada com Cristo. Ela mostra como Jesus é realmente um mestre paciente e perseverante. Veja só:

Para ajudar o perito da lei a passar de fase, ele contou a história de um viajante que saiu de Jerusalém para Jericó. Todo mundo sabia que esse era um caminho perigoso. Uma descida de serra, cheia de curvas e voltas onde os assaltantes poderiam se esconder e com facilidade tomar de assalto quem por ali fosse passando. E foi exatamente isso o que aconteceu com o viajante da história. O homem foi roubado, espancado e deixado quase morto na beira da estrada.

Jesus continuou dizendo que outros dois homens passaram pela mesma estrada logo em seguida: um sacerdote e um levita. Os dois eram pessoas de fé e muito religiosas. Eles participavam diretamente do culto a Deus, por isso ambos eram tidos como pessoas que caminhavam perto de Deus.

Todos que ouviam a história esperavam que tanto o sacerdote quanto o levita socorressem aquele homem. Era o mínimo que se esperava deles: que o fato de eles serem pessoas tão próximas de Deus produzisse neles compaixão por aquele homem caído. Mas não foi isso que aconteceu. Os dois mudaram de calçada.

Nesse ponto da história, todos estavam em suspense. E agora? Se o sacerdote e o levita, pessoas de Deus, não pararam para ajudar, certamente este homem vai morrer ali na beira da estrada.

Jesus, no entanto, continuou a história. Um terceiro homem caminhava pela mesma estrada naquele dia: um estrangeiro da região de Samaria. Quando Jesus falou isso, todo mundo que estava ouvindo a história torceu o nariz (coçou a cabeça, mudou o lado que estava sentado...), porque havia uma disputa antiga entre os judeus e os samaritanos. Uma briga de família mal resolvida.

Claro que o samaritano ia passar direto! Se o pastor e o ministro de louvor passaram reto... aquele rapaz da renovação carismática católica não ia parar. Aliás, alguns deles estavam já torcendo para o samaritano passar direto. Nem se lembravam mais do sofrimento daquele homem, jogado na beira da estrada para morrer.

O samaritano também viu o homem ferido e gemendo. A história então, toma uma direção surpreendente. Ele olhou para o homem caído e encheu-se de compaixão diante do estado em que ele se encontrava. Interrompeu sua viagem, desceu de sua montaria, tratou e enfaixou as feridas do viajante, o pôs sobre seu próprio animal e o levou para uma pousada. Lá, ele passou a noite cuidando daquele desconhecido, para no dia seguinte prosseguir em sua viagem. Mais que isso, o homem de Samaria, ao sair, pediu que o dono da pousada continuasse cuidado do viajante desconhecido e se responsabilizou por todas as despesas.

A essa altura todos que ouviam a história, inclusive o perito da lei, estavam de boca aberta. O homem de Samaria, que não adorava Deus do jeito certo, que não sabia tudo o que era necessário a respeito de Deus, cuja família desde muitas gerações não acreditava em coisas errada a respeito de Deus, foram o único a fazer aquilo que todos sabiam ser a coisa certa a ser feita.

Precisamos reconhecer, meus irmãos, que o mero conhecimento das Escrituras não significa muita coisa se não houver também transformações em nossa maneira de viver. A mera participação em cultos e programações, que falam sobre o evangelho de Jesus, não tem muito valor se nossas atitudes para com as pessoas próximas de nós forem de amor e misericórdia. O autêntico evangelho de Jesus não pode ser plenamente vivido sem que você perceba as dores e o sofrimento daqueles que Deus colocar em seu caminho.

Vamos lembrar que a pergunta do perito da lei, aquele tronco que ele jogou meio da estrada para não avançar, era “Quem é o meu próximo”, isto é, quem eu devo amar. A pergunta do perito é sutil, porque pressupõe que nem todas as pessoas devem ser amadas, porque nem todas estão próximas. Então como eu saberei quem é o próximo que eu devo amar?

O perito da lei e todos que ouviam a história de Jesus estão prontos para sua conclusão. Ele a queriam ouvia da boca do jovem pregador. Quem é afinal o próximo a quem devo amar.

Então Jesus outra vez faz uma pergunta: “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ”. Vejam como Jesus muda a direção da conversa: o perito queria saber quem era o seu próximo, Jesus pergunta que se fez próximo do viajante na estrada; o mestre da lei queria saber quem ele deveria amar, Jesus pergunta quem amou; para o estudante das escrituras o importante era quem está próximo de mim o suficiente para que eu ame, para Jesus o que importava de quem você vai se aproximar para amar.

Qual deste três se aproximou do viajante assaltado, perguntou Jesus. Qual deles se fez próximo daquele homem e o amou não só da boca pra fora? O perito na lei não fugiu da pergunta: “aquele que teve misericórdia dele”.

Temos aqui uma vocação, um chamado do autêntico evangelho para todos os seguidores de Jesus: fazer-se próximo das pessoas para amá-las de fato e em verdade. Os seguidores de Jesus fazem como ele: não esperam que as pessoas se aproximem para amá-las, aproximam-se das pessoas para que possam amá-las.

Fazendo assim estamos imitando nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, que deixou a eternidade e se fez humano. Sentiu nossas dores, viveu nossas angústias e experimentou os nossos medos, para que seu amor por nós fosse completo. Ele se fez próximo de nós e nos chama para que nos façamos próximos daqueles que cruzam nosso caminho.

Começamos com a pergunta do perito da lei, “Quem é o meu próximo” e chegamos à pergunta de Jesus “De quem você vai se fazer próximo? ” A primeira pergunta é um tronco no meio da estrada, a segunda é caminho livre para passar de fase e experimentar o autêntico evangelho de Jesus. Que ele nos ajude na caminhada.


18 junho 2016

Evangelho Autêntico - Sem mim, nada podeis fazer


Evangelho Autêntico
Sem mim, nada podeis fazer

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o terceiro encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus.

Primeiramente vimos que o Evangelho é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.

Depois, chegamos à conclusão de que Jesus nos chama para si mesmo (vinde a mim!), não para uma religião. Ele é o único caminho para a liberdade dos pesados fardos das tentativas de justiça própria, do esforço religioso e da confiança no mérito pessoal.

Vimos que da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse, somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que nossa caminhada de fé não é trilhada à base da virtude humana, mas decorre do amor gracioso de Deus por nós.

Nossa vida cristã não será saudável se for uma correria para longe de Jesus, em busca de realizações para agradar a Deus; o evangelho autêntico é o convite de Jesus para nos achegarmos para perto dele. É assim que seremos aliviados e encontraremos descanso para nossas almas.

Introdução

Hoje veremos outro aspecto do evangelho: só o experimentaremos de verdade se estivermos conectados a Jesus: “sem mim nada podeis fazer”. Nosso texto base será Mt 11.28:

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Quando Jesus falou essa frase, “sem mim nada podeis fazer”, ele estava explicando uma comparação. Aliás, ele fez isso várias vezes: para ensinar verdades espirituais, ele gostava de recorrer a ilustrações, começando nas coisas normais da vida diária. Jesus falou de ovelhas, de arado, de sementes, de lampião, de varrer a casa...  

Dessa vez, ele estava usando a videira para fazer uma comparação e ensinar verdades espirituais importantes. Para aqueles discípulos que ouviram Jesus falar pela primeira vez, a videira era uma planta muito conhecida, talvez como a latada de maracujá ou a rama de melancia, para quem conhece o interior do Nordeste.

É por isso que quando Jesus disse: eu sou a videira verdadeira, todo mundo que o ouviu imaginou logo um pé de uva. E como é um pé de uva? (imagens)

Um novo significado

Mas não foi apenas porque a videira fazia parte da agricultura hebraica que Jesus a usou como ilustração. A videira também aparece muitas vezes como simbologia no Antigo Testamento e isso poderia ajudar as pessoas a compreender o novo significado que Jesus queria dar para essa comparação.

O profeta Oseias falou sobre uma videira para ilustrar a situação em que se encontrava a nação de Israel: uma nação próspera que se entregou à idolatria, cultuando os deuses dos povos vizinhos.

1 Israel era como videira viçosa; cobria-se de frutos. Quanto mais produzia, mais altares construía; Quanto mais sua terra prosperava, mais enfeitava suas colunas sagradas. Os 10.1

O profeta Isaías também usou a mesma imagem da videira, mas para descrever o cuidado constante de Deus com Israel.

2 Ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensar uvas. Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas. Is 5.2

De forma semelhante, o profeta Jeremias falou sobre uma videira de sementes selecionadas, mas que se tornou degenerada e selvagem

21 Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem? Jr 2.21

Na fala dos profetas, a videira era sempre a nação de Israel, plantada e cuidada por Deus; Jesus, no entanto, fez uma outra comparação. Ele disse que a videira de Deus era ele mesmo: eu sou a videira verdadeira, disse Jesus, e meu pai é o agricultor.

Jesus é a videira

Talvez não seja possível para nós avaliar o grande impacto dessa nova proposta. Mas deixe-me tentar explicar.

Os judeus se orgulhavam muito de sua história. Eles confiavam no fato de que eram descendentes de Abraão, e de que por isso tinham uma condição especial diante de Deus. Eles liam os profetas e achavam que o parentesco deles com Abraão era a ligação que os mantinham conectados à videira e sob os cuidados de Deus.  

Quando João Batista começou a pregar, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, muitos Judeus correram para ser batizados por ele, mas no fundo eles não estavam arrependidos da maneira como viviam. João foi duro com eles:

7-9Era assim que João pregava às multidões que vinham para batizar-se: Raça de víboras! Quem os avisou de fugir do julgamento de Deus que há-de vir? Tratem primeiro de mostrar o vosso arrependimento pela maneira como vivem. E não pensem que estão em segurança por descenderem de Abraão. Isso não basta; até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar-vos as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo. Lc 3.7-9 (OL)

Talvez agora dê para perceber como a fala de Jesus foi contundente: enquanto os judeus acreditavam que os descendentes de Abraão eram a videira de Deus neste mundo, a fonte de vida para as outras nações, Jesus apresentou-se a si mesmo como a videira verdadeira, o centro da vida.

A vida de Deus emana dele, a salvação de Deus, a esperança de Deus... Tudo de Deus converge para ele. Portanto, a vida está disponível sim, mas não para aqueles ligados a Abraão pelos laços de sangue; a vida é um presente para aqueles ligados a Jesus pelo poder do Espírito Santo.

Hoje, muitos irmãos que vivem de forma semelhante àquelas pessoas a quem João falou. Acham que é suficiente ser membro de uma igreja. Acham que se forem dizimista e usarem o crentês no domingo aí “tá tranquilo, tá favorável”. Pensam que estão bombando quanto postam no Face uma frase gospel ou uma imagem bonita com versículo e aí escrevem embaixo: “A minha cara!” ou “Muito forte!”. Mas estão enganados!

Entendem que a conexão importante para suas vidas é com a moda gospel do André e da Ana Paula, com o pregador da moda que aos berros promete mundos e fundos na televisão, com o novo clip da MK ou com a blogueira de milhões de fãs... Estão completamente enganados!

Há crentes que se acham seguros porque são sangue bom, porque têm história, porque papai e mamãe são líderes na igreja, porque organizaram um lual, porque participaram da bandinha no EJC ou distribuíram cesta básica para famílias necessitadas. Estão profundamente enganados!

A segurança está na videira e a videira verdadeira é Jesus! A vida está nele desde a eternidade. Veja o dizem as Escrituras:

15 Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele existe antes de Deus ter criado todas as coisas e está acima de toda a criação 16 Na verdade, foi através dele que Deus criou tudo o que há nos céus e sobre a Terra, até os governantes, as autoridades, os que têm o poder e a força, tanto no mundo espiritual como no terreno. Tudo isso foi estabelecido por Cristo, e para Cristo. 17 Antes que tudo tivesse sido criado, já ele tinha existência; e todo o universo se mantém graças a ele.

18 Cristo é a cabeça da igreja, a qual é o seu corpo. E é o princípio de uma vida nova, o primeiro a ter ressuscitado dos mortos, e é consequentemente o primeiro em tudo e sobre todas as coisas!

19 Porque Deus em toda a sua plenitude decidiu estar presente em Cristo, 20 e por ele Deus reconciliou todas as coisas consigo mesmo. Cristo estabeleceu a paz com tudo que existe no céu e na Terra por meio do seu sangue na cruz. Cl 1.15-20

Nós somos os ramos

Na comparação que Jesus fez, ele é a videira. Ele foi plantado por Deus, o agricultor. Nós somos os ramos da videira.

Jesus afirmou para Nicodemos que para alguém entrar no Reino dos Céus é preciso nascer duas vezes: da água e do Espírito. Nós sabemos que esse segundo nascimento é quando o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Nessa ilustração de Jesus, nascer de novo é brotar do tronco da videira. Por meio de Jesus, a vida de Deus encontrou lugar em nós. Ele é a videira, nós somos os ramos.

Meus irmãos, agora prestem atenção a isso: de si mesmos os ramos não têm vida; de si mesmos os ramos não têm força; por si mesmos os ramos não se desenvolvem; por si mesmos os ramos não crescem; por si mesmos, os ramos não produzem fruto. Em tudo, os ramos são dependentes da videira.

Enquanto os falsos evangelhos alardeiam sua capacidade de fazer por conta própria o que você quiser, o autêntico evangelho de Jesus afirma: “sem mim, nada podeis fazer”. Veja o que disse Jesus:

4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Jo 15.4 (NVI)
Hoje em dia qual é a primeira informação que a maioria das pessoas pede quando chegam a um restaurante ou na casa de um amigo? A senha do wi-fi. Por quê?

- Ora, porque não tem crédito no celular! Aí tem que aproveitar o wi-fi!

Não deixa de ser verdade. Mas por que esse desespero para conectar no wi-fi da lanchonete ou filar a conexão 4G do amigo? Porque ninguém quer ficar desconectado.

Jesus está dizendo pra você hoje à noite que a conexão mais importante da sua vida e com ele. Um ramo quebrado, desconectado da videira, na verdade não seca de uma hora para outra. Mas ele vai murchando, perde o brilho, perdendo as forças, até que seca.

É assim que está sua alma? Conectada com tudo, menos com aquele de onde vem a vida? Então é bem possível que você esteja secando por dentro. É possível que a leitura da Bíblia não seja mais tão prazerosa, que a oração seja um fardo pesado e que a comunhão com os irmãos pareça até desnecessária.

O primeiro passo para sair dessa situação é você admitir que Jesus não tem sido a principal conexão de sua vida. Você não está permanecendo na videira! É duro reconhecer que o nosso status em relação a Jesus é “não conectado”, mas esse é o caminho da restauração.

Permanecer

Depois de admitir, você precisa atender ao chamado de Jesus. Veja o que ele disse: 4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Jo 15.4a

Em outras palavras, Jesus está dizendo: conecte-se a mim, porque o meu wi-fi está sempre disponível e com sinal cheio! E como isso acontece na prática? Assim como é preciso ajustar as configurações do celular, você também precisar ajustar as configurações da sua vida:

(1)          A primeira coisa é acreditar no profundo de sua alma que Jesus é o filho de Deus. João, um dos discípulos de Jesus afirmou que confessar essa crença em Jesus abre as portas da nossa vida para que Ele permaneça em nós e nós nele.

Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. 1Jo 4:15 (NVI)

Se isso ainda não aconteceu com você, procure ler as Escrituras e conhecer a vida e a pessoa de Jesus.


(2)          O segundo passo é render-se a Jesus. O mesmo João afirmou que aqueles que se rendem a Jesus são incluídos na família Deus e ganham o direito de serem chamados filhos de Deus

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1:12 (NVI)

(3)          Depois você deve seguir descobrindo qual é maneira que Deus recomenda que a vida seja vivida E ajustar o seu jeito de pensar e viver às orientações do Espírito de Deus nas Escrituras.

Os que obedecem aos seus mandamentos permanecem nele, e ele neles. Deste modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu. 1Jo 3:24 (NVI)

(4)          Por fim, você precisa viver a vida confiando no evangelho. É não desistir! É não deixar morrer a semente que foi plantada em sua alma pelo Espírito de Deus.

Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai. 1Jo 2:24 (NVI)

Conclusão

Irmãos, o Senhor Deus é o dono da vinha. Ele plantou Jesus como a videira verdadeira. Através da cruz de Cristo, Ele resgatou homens e mulheres e os colocou em íntima ligação com o Filho, fazendo-nos ramos dessa videira verdadeira. A vida que temos em nós vem da videira: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.

Não há conexão mais importante em sua vida do que a conexão com Jesus. É dele que vem a seiva que mantém você espiritualmente vivo. Sem ele, nada de valor poderemos fazer. Sem ele nada do que fazemos tem implicações eternas. Sem ele nós podemos até parecer vivos, mas na verdade estamos mortos.


Você está ligado à videira verdadeira? Então permaneça nela! Uma vida cheia de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade está esperando por você. O Espírito produzirá em você os doces frutos da presença dele em nós.