Mostrando postagens com marcador Pecado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pecado. Mostrar todas as postagens

01 abril 2008

Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 3/4

Introdução

O evangelho de Jesus não pode resultar em desequilíbrio em nossa visão do mundo e das pessoas. Jesus apresentou uma mensagem coerente e capaz de dar sustentação para todas as dimensões da vida.

Um dos grandes problemas que enfrentamos em nossos dias é o desequilíbrio. Há quem veja Deus apenas como amor; um Deus meio bobo, incapaz de ser justo e firme. Há vem veja o Senhor como um juiz impiedoso e pronto a punir, incapaz de amar e exercer misericórdia.

Toda vez que vemos apenas uma parte do caráter de Deus, estamos vendo uma caricatura dele. A imagem de Deus se torna mais próxima da realidade à medida que vamos enxergando a plenitude de sua natureza: santo, verdadeiro justo, todo-poderoso, fiel, amor, misericordioso, perfeito, compassivo, perdoador... É preciso juntar tudo, senão ficamos apenas com uma caricatura de Deus.

Da mesma forma, hoje pela manhã, precisamos equilibrar a Esperança nas promessas de Deus (vida eterna, o retorno do Senhor e a ressurreição dos mortos) e um viver que não foge da dura realidade do mundo em que Ele nos colocou.

A Esperança Cristã não é um escapismo, uma fuga da vida, pelo contrário. A esperança que temos no futuro prometido por Deus para nós deve nos levar a viver hoje, de forma intensa, os valores do Reino de Deus.

A Esperança que temos não pode transformar a vida em um filme preto e branco, mas precisa realçar todas a cores de nossa realidade.

O maior dos mandamentos

Há muitos crentes que, ao descobrirem as promessas de Deus sobre a eternidade, se tornam orgulhos e cheios de empáfia. Usam a certeza de sua salvação em Cristo para ameaçar e intimidar. Quem faz assim, ainda não entendeu a natureza da salvação. Não compreendeu que fomos salvos por Cristo através da fé, isso não vem de nós, é um dom de Deus.

Na verdade, muitos crentes, vivem em buscas de experiências com Deus, mas evitam se relacionar com as pessoas. Falam para todos sobre o seu amor por Deus, mas são incapazes de transformar esse amor em ações práticas em favor dos outros.

O que é mais importante: Amar a Deus ou amar ao próximo? O que faz mais bem para nossas almas: a esperança da eternidade ou a transformação da realidade? Será que realmente precisamos escolher? A palavra de Deus nos garante que não precisamos nem devemos separa uma coisa da outra.

Quando Jesus respondeu à pergunta dos fariseus sobre o maior dos mandamentos, deixou isso bem claro. O amor a Deus anda de braços dados como o amor às pessoas em nossa volta. Não podemos viver ligados na eternidade futura e desligados da realidade presente.

(34) Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos; (35) e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo: (36) Mestre, qual é o grande mandamento na lei? (37) Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. (38) Este é o grande e primeiro mandamento. (39) E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Mat 22:34-39)

Jesus coloca o amor ao próximo em pé de igualdade com o amor a Deus porque são as duas faces de uma mesma moeda. São diferentes, mas não podem ser separados um dos outros.

Como tem sido com você? O seu amor por Deus pode ser visto no amor pelas pessoas à sua volta, ou o outro lado da sua moeda é apenas o seu amor por você mesmo?

Crianças famintas e sem futuro precisam do seu amor.

Idosos abandonados em asilos precisam do seu amor.

Pequeninos sem teto para morar precisam do seu amor

Meninas que vendem seus corpos na beira-mar precisam do seu amor.

Jovens consumidos pelas drogas precisam do seu amor.

Cidades acorrentadas à idolatria precisam do seu amor.

Casais que desistiram de se amar precisam do seu amor.

Famílias despedaçadas pelo ódio precisam do seu amor.

A eternidade começa agora. O reinado de Cristo, que será pleno na eternidade deve começar agora em nossas atitudes, em nossa maneira de viver, na prática de um amor que se importa com os outros. Esse é um grande desafio para o nosso egoísmo. Deus quer usar a mim e a você para mudar a difícil realidade daqueles que sofrem.

Uma questão de coerência

O apóstolo João foi um dos mais próximos de Jesus durante seu ministério. Talvez ele fosse o mais jovem dos discípulos. Suas palavras sobre esse assunto são um chamado à coerência.

(20) Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. (21) E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão. (1Jn 4:20-21)

João é muito direto. Seguindo com a nossa ilustração, a questão é que se uma das faces da sua moeda for o amor a Deus, mas na outra face não estiver o amor pelo seu irmão, então sua moeda e falsa. Que amor é esse que existe apenas para Deus, mas não se transforma em atitude para seu irmão?

Será que temos sido coerentes? As moedas que temos conosco são verdadeiras ou falsas? Qual será nossa resposta às palavras do Espírito através do apóstolo?

A esperança cristã não pode ser egoísta. Não podemos guardar esse tesouro, que é a vida abundante prometida por Deus, apenas para nós. A esperança da eternidade não pode nos acomodar, mas deve nos mover em direção aos nossos irmãos com atitudes de amor.

Foi assim com Cristo. A certeza das promessas do Pai o levou a enfrentar a cruz. Ele abriu mão do conforto da eternidade para se fazer homem, viver as limitações humanas para assim se identificar conosco.

(4) não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. (5) Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, (6) o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, (7) mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens;

(8) e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Php 2:4-8)

Esperança que não se serve

No capítulo 2 de sua carta, Tiago fala de um tipo de fé que não serve para nada. É uma fé estéril, incapaz de gerar vida. A Esperança Cristã não pode produzir esse tipo de fé. Não podemos olhar para o futuro maravilhoso prometido por Cristo e nos esquecermos daqueles que passam necessidades ao nosso lado.

A nossa confiança no Senhor para a Eternidade não pode nos alienar. Não podemos viver como se miséria, fome, exploração, desnutrição, desemprego, baixa escolaridade, assassinatos, assaltos, roubos, estupros e tantas outras mazelas da nossa cidade não existam ou não nos digam respeito. A Esperança na eternidade, na segunda vinda de Cristo ou na ressurreição não pode me levar a viver em um mundo de fantasia. A Esperança age enquanto espera a concretização da promessa.

(14) Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? (15) Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. (16) e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? (17) Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. (18) Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. (19) Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem. (20) Mas queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é estéril? (Jas 2:14-20)

Quando Deus lhe devolveu a eternidade, isto é, quando a vida eterna lhe foi concedia por meio da fé em Cristo, não era a intenção do Senhor lhe transferir direto para o céu. Ele fez isso apenas com duas pessoas, Enoque e Elias. O resto de nós deve começar a viver a eternidade agora. Isso que dizer que somos chamados a implantar os valores do Reino de Deus em nossos relacionamentos com as pessoas agora mesmo.

Tiago ironiza os religiosos. Ele explica que não adianta pousar de seguidor de Cristo. Se as suas atitudes não são coerentes com as palavras do Senhor, isso não passa de um discurso vazio e incapaz de produzir vida.

Como é nossa Esperança? Para dentro de nós mesmos ou para fora, em direção às pessoas? A esperança que fica aprisionada dentro da gente acaba definhando e morrendo, mas a esperança que volta para os outros floresce e é capaz de gerar a vida.

Esperança Cristã – Fundamentos da Esperança - 2/4

Introdução

A Esperança, sobre a qual vamos refletir durante esse encontro, não é o mero desejo de que alguma coisa aconteça. Também não é um sonho ou um pensamento positivo a respeito de algo.

A Esperança Cristã está baseada em promessas que nos foram feitas. Não é uma aventura de gente sem juízo, uma ficção sem fundamento! A Esperança Cristã não é um tiro desesperado no escuro. Os cristãos esperam o cumprimento das promessas que receberam de Deus.

A Esperança Cristã tem por base a confiança que temos naquele que fez a promessa: (1) Uma questão: As promessas podem ser excelentes (como aquelas feitas pelos políticos em tempos de eleição), mas se aquele que prometeu não tiver a intenção de cumpri-las, a frustração é certa; (2) outra questão: por mais que sejam promessas desejáveis, se aquele que prometeu não puder cumpri-las, também seremos frustrados.

A Esperança Cristã está baseada em amostras das promessas. O Senhor não é um embusteiro tentando nos enganar, por isso ele não se negou a oferecer amostras de que as promessas feitas serão cumpridas.

É sobre os fundamentos da Esperança Cristã que vamos meditar hoje à noite. O Espírito de Deus nos ensinará sobre a importância desses fundamentos e trará consolo para nossas vidas à medida que formos nos apropriando dessas verdades.

O Caráter de quem promete

Vale a pena confiar em Deus? Será que Ele é cumpridor de suas promessas? Será que Deus é capaz de usar de má fé conosco? Porque se Deus for um mal-caráter, então nem adiante continuarmos. Se não tivermos a certeza da intenção do Senhor em cumprir aquilo que Ele promete, nossa Esperança está apoiada em areia movediça.

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá? (Num 23:19)

(1) Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade que é segundo a piedade, (2) na esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos, (Tit 1:1-2)

(11) Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos; (12) se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; (13) se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo. (2Ti 2:11-13)

Deus é totalmente confiável. Jesus Cristo, o filho de Deus que se fez gente, é totalmente digno de confiança. Se a sua Esperança é no Deus de Abraão, Isac, Jacó, Davi, Daniel, Elias, Pedro, Paulo, Tiago e João, você não tem motivos para duvidar. Mas, se sua esperança está apoiada sobre qualquer outra coisa ou pessoa, você está correndo um sério risco de frustrar-se.

Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Jas 1:17)

O poder de quem promete

O Senhor é íntegro! Mas será que ele pode cumprir as promessas que faz? Porque, se apesar de bem intencionado, o Senhor não puder realizar o que Ele promete, então certamente seremos frustrados.

(5) Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos. (6) Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor, (7) um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor? (8) Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? (Psa 89:5-8)

(20) Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, (Eph 3:20)

Sim, Deus tem poder para cumprir suas promessas. Ele o Todo-poderoso. O Pai tem poder, e o Filho também tem poder. O nosso salvador Jesus Cristo recebeu do pai toda a autoridade e todo poder para cumprir aquilo que ele nos prometeu.

(1) Depois de assim falar, Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Filho te glorifique; (2) assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne (Joh 17:1,2a)

(16) Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. (17) Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. (18) E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. (Mat 28:16-18)

Eu sou o Alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. (Rev 1:8)

Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus; (Rev 19:1)

As Promessas

Há muitas promessas nas Escrituras. Mas, agora, precisamos focalizar em algumas que têm influência direta em nossa Esperança sobre o futuro.

ELE PROMETEU VIDA ETERNA

Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida. (Joh 5:24)

(27) As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; (28) eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. (Joh 10:27-28)

Jesus prometeu dar vida eterna àqueles que o seguem. Aqueles que atendem à palavra de Cristo e crêem em Deus recebem de volta a perspectiva da eternidade (aquela que jogamos fora no Éden). O Senhor Jesus veio para recuperar o projeto inicial de Deus, veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Quando colocamos nossa confiança em Deus e no Seu Cristo, a vida por aqui não precisa mais ser uma busca desesperada para ser reconhecido ou realizar algo; o tempo deixa de ser um inimigo e se torna um amigo que nos leva aos braços do nosso Senhor: onde seremos tudo que ele deseja que sejamos.

Quando a eternidade é colocada de volta em nosso coração, ele pode voltar a bater no ritmo certo; os 90 ou 100 anos que vivemos aqui são como o laço e o papel de um presente chamado eternidade. Para abrir o presente precisamos tirar o laço e desembrulhar o papel (precisamos viver nossas vidas aqui com alegria e intensidade). Mas, o laço e o papel do presente não podem se tornar mais importantes que o próprio presente.

ELE PROMETEU VOLTAR

(1) Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. (2) Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. (3) E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (Joh 14:1-3)

(27) Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem. (...) (30) Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. (Mat 24:27,30)

A igreja não mais fala sobre a vinda de Cristo. Estamos tão mergulhados em nossas vidas pequenas e agitadas que paramos de ansiar pela volta do Senhor. Temos tantos projetos que julgamos necessários e maravilhosos que chegamos a desejar que Ele demore um pouco mais, que não venha tão rápido. Estamos tão entretidos com o laço e o papel do presente que chegamos a rejeitar o presente.

Jesus prometeu que voltaria. Ele vai voltar! Ele nos quer perto dele, junto dele. Isso não é história de contos de fada, não! Foi o próprio Cristo que prometeu e ele cumprirá sua promessa.

Durante toda a história do cristianismo, nossos irmãos têm esperado pelo Senhor. Essa promessa alimentou seus corações e serviu de ânimo para que eles enfrentassem as dificuldades da vida e deve ser assim também para nós.

O Senhor virá. Não sabemos quando, mas sabemos como (como poder e grande glória) e sabemos também o porque (para encerrar essa parte da história humana e inaugurar um novo tempo que se chama eternidade).

ELE PROMETEU QUE NOS RESSUSCITARÁ

(38) Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (39) E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. (40) Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (Joh 6:38-40)

(23) Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. (24) Disse-lhe Marta: Sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. (25) Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; (26) e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? (Joh 11:23-26)

O nosso Senhor tem autoridade sobre a morte. Os servos de Cristo que morrerem antes da segunda vinda do Senhor serão ressuscitados por Ele. A morte perdeu seu poder sobre nós!

(54) Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. (55) Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (56) O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. (57) Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. (1Co 15:54-57)

Aqueles que entregaram suas vidas nas mãos do Filho de Deus serão ressuscitados pelo poder de Cristo. Que grande esperança o Senhor planta em nosso coração! A morte, o mais terrível dos inimigos, está derrotada. Onde está a tua vitória, morte. Em Cristo temos vida, vida abundante, vida eterna que começa agora!

O Senhor é confiável e poderoso. Suas promessas serão cumpridas. Ele ressuscitará a todos os que crêem no seu nome. Nenhum se perderá. Todos seremos novamente reunidos em um mesmo lar no qual no qual o reinado será entregue ao Pai pelo Filho. Um reino eterno de paz e alegria. Essa é a promessa e seu fundamento é sólido.

Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 1/4

Introdução

O livro de Eclesiastes é uma fonte inesgotável de reflexões sobre Deus, sobre a vida e também sobre a natureza humana. O seu autor era um grande pensador, e mesmo que muitas vezes ele se mostre pessimista e sem ânimo, sua coragem em investigar a vida deve servir de incentivo para nós.

O Capítulo 3 de Eclesiastes é com certeza a passagem mais conhecida do livro. Nos primeiros versos, o autor reflete sobre o tempo e a oportunidade propícia para cada coisa da vida. Ele diz:

(1) Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. (2) Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

(3) tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; (4) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; (5) tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; (6) tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; (7) tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; (8) tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. (Eclesiastes 3.1-8 AA)

Há tempo para tudo. Que doce verdade! Há tempo para estar em Fortaleza e tempo para está na Caponga. Há tempo para trabalhar duro, e tempo para descansar. Vamos aproveitar o tempo que o Senhor nos tem permitido passar aqui. Tempo de conhecer os irmãos e deixar-se conhecer; tempo de aprender a amar (mesmo sendo diferente uns dos outros) e de deixar-se amar; tempo de ajudar quem precisa e de precisar da ajuda de outros; tempo de exercitar paciência, de ser misericordioso e permitir que o amor seja o árbitro entre nós.

Criados para a Eternidade

Neste mesmo capítulo no verso 11, o Espírito de Deus, através do escritor de Eclesiastes, continua a revelar-nos outras verdades impressionantes sobre o tempo.

Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11 AA)

Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Eclesiastes 3.11 BV)

Tudo tem o seu tempo próprio. Mas ainda que Deus tenha posto no coração do ser humano a idéia da eternidade, mesmo assim o homem não consegue atingir inteiramente o propósito das obras de Deus, desde o princípio até ao fim. (Eclesiastes 3.11 OL)

Deus colocou a eternidade em nossas mentes; ainda que nós não entendamos muito bem todas as coisas, a eternidade ecoa em nossas mentes como algo que faz sentido (o que não faz sentido é que toda a complexidade da existência humana de repente desapareça porque o coração parou de bater).

Deus colocou a eternidade no coração do homem; nossas emoções dizem que a eternidade é algo que nos faz bem. Queremos continuar. Através dos filhos, queremos continuar. Nossas realizações são desejos de permanecer, de entrar na história, de ser lembrado pela posteridade.

A idéia da eternidade nos encanta e deslumbra. Nas histórias infantis é possível vermos as marcas desse deslumbre na fonte da juventude, nas poções mágicas e nos elixires que anulam o efeito do tempo. Nossa medicina, além de curar, quer estender a longevidade com pesquisas e muito investimento. A eternidade é um anseio do coração humano, um resquício da imagem de Deus, que é eterno.

Morte: uma hipótese que se tornou real

O ser humano não foi criado para a morte. Quando a morte se aproxima um pouco da gente é que se percebe isso (Denílson e Arivânia experimentaram isso ano passado com o falecimento de suas mães). Ainda que a possibilidade de morrer estivesse presente desde o início da criação, não foi para isso que fomos criados.

O primeiro casal tinha livre acesso a todo o jardim. Apenas o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não poderia ser comido, mas os frutos de todas as demais árvores estavam a sua disposição, inclusive da árvore da vida.

(8) Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. (9) E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gen 2:8-9)

Homem e mulher não confiaram naquilo que o Senhor havia falado e o desobedeceram. Nesse momento, a morte, que era apenas uma hipótese com uma condição, tornou-se realidade (não só para o primeiro casal, mas toda a raça humana.

(15) Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar. (16) Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; (17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gen 2:15-17)

A eternidade escapou por entre os dedos da raça humana. A árvore da vida estava à nossa disposição. Fomos criados para a eternidade, porque fomos criados para permanecer com Deus, mas jogamos tudo fora.

(22) Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. (23) O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. (Gen 3:22-23)

Ali no Éden toda a raça perdeu a plenitude da eternidade com Deus.

Angustiados com a vida

· Como é possível a seres que foram criados para a eternidade encontrar realização em um curto espaço de 80 anos?

· Como é possível oferecer respostas razoáveis para o sentido da vida humana para mentes que foram projetadas para a eternidade?

· Como é possível acharmos que um pouco de paz aquietará um coração que anseia pela eternidade?

Somos uma geração de angustiados com a vida. Estamos estressados. Queremos realizar tudo, ir a todos os lugares, provar de todas as comidas, experimentar todos prazeres, porque a vida é curta e não há tempo para perder. (livro: Mil lugares para conhecer antes de morrer).

(3) Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete. (4) E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. (5) Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu. (Gen 5:3-5)

(3) Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. (Gen 6:3)

(10) A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos. (Psa 90:10)

Distante de Deus, que é a fonte da vida, a vida humana vem definhando. Eternidade primeiro, depois 930 anos, baixou para 120 anos, 70 anos... A medicina promete longevidade, medicamentos, alimentação equilibrada, tudo para esticar um pouco mais a vida.

Vivemos angustiados com a brevidade de nossas vidas. A eternidade que Deus colocou em nosso coração não encontra espaço nos poucos anos de nossas vidas, e assim muitos vivem ansiosos: a vida é curta e não há tempo a perder.

Queremos experimentar emoções intensas, realizar projetos deslumbrantes, viver todos os minutos de forma a extrair tudo o que for possível deles. A vida parece cada dia mais curta, mas algo em nós diz que não deveria ser assim.

A Esperança Cristã

Será que existe esperança para essa terrível armadilha em que nós nos metemos? Será que existe resposta para nossa inquietação? Ou nós, cristãos, devemos nos conformar em sofrer a mesma angústia que consome corações e mentes de milhões e milhões?

O que há, no futuro, reservado para aqueles que são discípulos de Cristo? E para aqueles que permanecem rejeitando o filho de Deus, há alguma esperança de eternidade? Há nas Escrituras alguma promessa digna e confiável sobre o destino eterno de nossas vidas?

O que ressurreição tem a ver com eternidade? A morte pode ser vencida? Como? O que é arrebatamento? É certo que Jesus virá uma segunda vez, ou isso é um mito? Quando começa a eternidade com Deus para os seguidores de cristo?

Há uma Esperança para a vida que possa ser chamada de cristã? Há respostas nas Escrituras capazes de nos acalentar e confortar?

Vivemos tempos em que a igreja parece ter esquecido de que somos forasteiros. Vivemos tempos em que os crentes não reconhecem sua cidadania celeste. O Reino dos Céus parece tão distante, que eles resolveram construir aqui mesmo seus próprios reinos e vivem angustiados, porque a vida é muito curta para tudo que desejam realizar e eles não podem perder tempo.

Há uma Esperança para o nosso mal? Será esse nosso assunto nesses dias: Esperança Cristã: a eternidade em nós. Que o Senhor a nos ensinar.

05 novembro 2006

Sete Pecados Capitais - Introdução

Em 1995 a PlayArte Home Vídeo lançou o filme Seven, com a participação de Brad Pitt, Morgan Freeman, Kevin Spacey, o filme, um suspense policial, acontece em torno da investigação de uma série de crimes em que o assassino escolhe as vítimas de acordo com os sete pecados capitais. o primeiro corpo encontrado é o de um homem extremamente obeso, que foi forçado a comer até a morte; os crimes seguintes correspondem à ganância, à luxúria, à vaidade e à preguiça, ficando a inveja e a ira reservadas para o desfecho do filme.

Em 2003, uma empresa de sorvetes lançou em série especial de picolés inspirados nos sete pecados capitais. Durante a campanha, os comerciais desafiavam o público a descobrir qual seria o próximo pecado. A frase marcante da campanha foi “sua última chance de pecar”.

A empresa de jogos eletrônico MonteCristo lançou em setembro de 2005 um jogo chamado 7Sin. A empresa usou o trocadilho entre as palavras Sin (pecado em inglês) e Sim (abreviatura para simulação). 7Sin é um simulador de pecados. A meta do jogo é adquirir riquezas, poder e influência na cidade pecando máximo possível. Nas versões para PC e Play2, você marca pontos, entre outras coisas, humilhando as pessoas, fazendo sexo indiscriminadamente e curtindo com a violência.

Em Julho de 2006, o grupo Sensus estreou em São Paulo uma peça chamada “O Ritual dos 7”. Usando a poesia de Clarice Lispector e de outros autores, a peça,inspirada nos sete pecados capitais, tem como proposta discutir os segredos humanos.

História

Começando hoje e durante as próximas sete semanas vamos refletir juntos sobre os sete pecados capitais. Eles são chamados assim, por serem considerados como portais de entrada para os demais vícios que atormentam a alma humana.

A origem dessa tradição remonta ao século IV da era cristã, no movimento monástico cristão ocorrido no Egito, quando o monge grego Evágrio do Ponto (345-399) escreveu uma lista com oito pecados que afligiam a vida dos monges do deserto: Gula, Libertinagem, Avareza, Melancolia, Ira, Letargia Espiritual, Vanglória e Orgulho.

Um dos discípulos de Evágrio, João Cassiano, levou essa relação ao ocidente, onde no século VI Gregório Magno fez algumas mudanças na lista, que resultou em sete pecados: Orgulho, Inveja, Ira, Melancolia, Avareza, Gula e Luxúria.

Tempos depois, Tomás de Aquino e outros teólogos revisaram novamente a lista e chegou-se ao que hoje conhecemos como os sete pecados capitais: Soberba, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria.

É interessante observar que, embora já tenham passado mais de 15 séculos desde que os monges cristãos do Egito começaram a refletir sobre esse assunto, os sete pecados capitais continuam presentes na cultura ocidental; ainda que muitas vezes sejam desprezados quanto aos riscos que oferecem para a alma humana e outras vezes se transformem em mera campanha de marketing para vender picolé, como nós já vimos.

Por quê?

Porque refletir sobre os Sete Pecados Capitais em pleno século XXI? Esse não é um assunto ultrapassado, coisa antiga, dessas que já foram superadas pelos avanços científicos e tecnológicos? Não seria perda de tempo refletir sobre um tema como esse? Há pelo menos dois motivos pelos quais penso que nossa reflexão não será perda de tempo:

O primeiro motivo é exatamente a antiguidade do assunto. O pecado e os seus tentáculos acompanham o ser humano desde a criação e são marcas de nossa humanidade. Entender o ser humano é compreender suas lutas contra o pecado que tenta nos destruir.

Foi a Soberba que levou Adão e Eva a desejar e pensar que era possível ser igual a Deus. A Preguiça fez com que Caim fosse relapso com seu rebanho e a Ganância o levou a não ofertar o melhor para o Senhor. A Inveja, por sua vez, acendeu a indignação de Caim contra Deus porque o Senhor se agradou da oferta de Abel. Por fim a Ira tomou conta de Caim ao ponto de atentar contra a vida do seu irmão Abel e matá-lo.

Refletir sobre os pecados capitais é refletir sobre a natureza humana, nossas limitações e nosso anseio por cura e libertação. Reconhecer o pecado que habita nossa humanidade é um passo indispensável para confiar no Senhor e clamar pela salvação que vem Dele.

O segundo motivo para refletirmos sobre os pecados capitais é exatamente por que estamos no século XXI, um tempo em que as noções de certo e errado perderam força na sociedade e até se tornaram motivo de riso.

Honradez, justiça, bondade, coragem, domínio próprio, temperança, paciência, generosidade e humildade são palavras esquecidas por toda uma geração. Mais que isso: são valores que pouco a pouco estão sendo extirpados, arrancados do nosso jeito de viver.

Nossa sociedade tem bebido de uma taça misturada onde o bem e o mal não são distinguíveis, parecem a mesma coisa. É como um saboroso suco de fruta misturado a gotas de um veneno letal e lento em seus efeitos. Morre-se devagar!

Para muitos hoje não importam os conceitos de bondade ou maldade. O que importa e levar a melhor. Mas a nossa caminhada através dos pecados capitais vai nos ajudar a reconstruir os conceitos bíblicos sobre certo e errado, vícios e virtudes, pecados e bem-aventuranças.

Pode parecer estranho passar várias semanas falando sobre o pecado. Não era melhor falarmos apenas de coisas boas?

Realmente a preocupação com a moralidade não é um bom sinal. Preocupar-se com a moralidade é como a preocupação com a saúde, geralmente é um sinal de doença, não de vitalidade. Mas ainda assim é uma preocupação necessária quando o objetivo é esclarecer ao doente desavisado sobre o estado da sua saúde.

Em nossas cidades temos vivido com os pés atolados em lama podre e teimamos em afirmar que essa lama é um belo e verde gramado. Temos gastado nossos recursos com litros e litros de essência de grama verde. Derramamos a essência de grama sobre a lama podre do pecado e depois nos esparramamos sobre ela. Não funciona! Continua sendo lama, ainda que com cheiro de grama. A reflexão sobre os sete pecados capitais vai nos ajudar a reconhecer que estamos como os pés atolados na lama.

O terceiro motivo pelo qual vale pena a nossa reflexão, é que há uma saída para o estado de penúria da alma humana.

Para cada um desses pecados, verdadeiros portais que nos expõem à destruição, vamos nos deparar com uma bem-aventurança dita pelo próprio Filho de Deus no sermão da montanha e com um pedido feito ao Pai em sua modelo.

Nas bem-aventuranças, temos a ética do Reino. Um jeito de viver que é coerente como o evangelho de Jesus e nos protege de viver do nosso jeito. Nos pedidos ao Pai, temos à nossa disposição os recursos do Alto, necessários para enfrentar esse jeito diferente de viver.