31 outubro 2016

Caminhos de morte, vereda de vida!



Boa noite, irmãos. Graça, paz e sabedoria, da parte de Deus, É uma alegria para mim compartilhar o evangelho de Jesus com os irmãos nesta noite. Minha gratidão ao pr. Raul pelo convite e aos irmãos pela companhia nesta celebração ao Filho de Deus.
  
Hoje, sob o tema “Caminhos de morte, vereda de vida” seremos desafiados pela palavra de Deus a experimentar o poder transformador de Cristo.
  
Há muitos caminhos para se viver a vida, irmãos. Dentro e fora da igreja as opções de vida são variadas. Elas brilham diante de nós como letreiros luminosos! Cada um desses caminhos nos atrai para si mesmo e nos promete coisas que queremos. Por onde devemos ir?

Uma pergunta importante para esse começo de conversa é: será que nossas opções de vida, as decisões que tomamos diariamente, a maneira como nos relacionamos com as pessoas, o jeito como resolvemos nossos problemas são testemunhos sobre a novidade de vida a que fomos chamados por Jesus?

O nosso texto base fala sobre isso. Está em Provérbios, escrito por Salomão e outros sábios:

Há caminhos que ao ser humano parecem ser as melhores opções de vida, mas ao final conduzem à morte. Pv 14.12

Toda vez que leio esse texto é como se eu fosse sacudido! Alô, Aristarco! Você pode estar enganado, sabia? Você pode, inclusive, estar enganando-se a si mesmo, amigo! O caminho que você escolheu com tanto cuidado como algo bom pra sua vida pode ser, na verdade, uma grande armadilha. Caminho de morte!

Três histórias

Três histórias recentes divulgada nos jornais vão nos servir de ilustrações sobre esses muitos caminhos que se apresentam diante de nós:

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Ela era muito feliz!

A mulher indonésia que assassinou a amiga com cianureto no café porque a considerava uma pessoa feliz foi condenada nesta quinta-feira (27) a 20 anos de prisão. Residente na Austrália, Jessica Wongso, de 28 anos, envenenou em 6 de janeiro de 2016 sua compatriota Wayan Mirna, de 27 anos, em uma cafeteria de Jacarta.

O juiz Binsar Gultom afirmou que Jessica tinha problemas pessoais, trabalhistas e sociais, e quando se encontrou com Mirna em dezembro de 2015 e a viu tão feliz casada, pensou em assassiná-la. Jessica não demonstrou emoção ao ouvir o veredicto com sua sentença, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Porque ela tem o direito de ser feliz e eu não? A pergunta que Jéssica pode ter feito é um clamor por justiça e igualdade. E o que há de errado em desejar que o mundo seja justo e as pessoas tenham as mesmas oportunidades? Como esse caminho que parecia tão legal para Stefano se transformou em caminho de morte?

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Quero ver se você tem coragem!

Gustavo Riveiros, de 13 anos, foi encontrado ainda vivo com uma corda pendurada no pescoço. Marco Riveiros, tio de Gustavo, relatou à Polícia que, após ter perdido uma partida de um jogo online, o garoto teria sido desafiado pelos outros jogadores a se enforcar.

Segundo o relato do tio, Marco Riveiro, que consta no boletim de ocorrência, o sobrinho brincava online com outros três colegas quando aconteceu o enforcamento. A cena teria sido acompanhada em tempo real pelos outros participantes do jogo.

Quem gosta de virar as costas a um desafio? Quem gosta de ser considerado medroso e covarde? Gustavo queria ser visto como alguém corajoso e ser aceito pelos amigos. O que há de errado nisso? Como esse caminho que parecia tão legal para Gustavo se transformou em caminho de morte?
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Eu só queria me divertir!

Stefano Brizzi, de 50 anos, admitiu ter estrangulado Gordon Semple, de 59, no flat em que morava em Londres (Inglaterra). Os dois haviam se conhecido por meio do aplicativo de paquera Grindr (leia mais aqui). Stefano desmembrou o cadáver e dissolveu partes dele em um banho de ácido - sinistro método utilizado pelo personagem Walt, da série famosa “Breaking Bad”.

Apesar do cenário de horror, Stefano disse no tribunal que não tinha intenção de matar o policial: “Não, eu só queria me divertir. Estávamos vendo filme pornô, eu só queria fazer sexo”, declarou ele. Inicialmente, pressionado pela polícia, Stefano declarou que havia matado o policial “sob ordens de Satã”.

O que há de errado em alguém querer se divertir? Não parece ser uma boa opção aproveitar o que a vida pode oferecer? Por acaso a diversão em si é algo errado? Como esse caminho que parecia tão legal para Stefano se transformou em caminho de morte?

Muitas propostas

A verdade, irmãos, é que há muitas propostas para vivermos nossas vidas. Há muitas maneiras diferentes pelas quais podemos viver nossos dias aqui. Por isso, uma pergunta é inevitável: quais dessas maneiras de viver são as melhores?

      Devemos viver como se não houvesse amanhã?
      Devemos deixar a vida nos levar: vida, leva eu?
      Devemos tirar da vida tudo que ela pode oferecer?
      Devemos experimentar tudo sem arrependimento?

Alguém pode pensar que não faz diferença se vivemos de um jeito ou de outro, que tudo isso é só uma questão de gosto ou de opção pessoal, mas a experiência confirma que a maneira como vivemos é determinante não só para o nosso futuro, mas também para o futuro daqueles que nos cercam.

Será que Jéssica fez o melhor ao colocar a própria felicidade como algo inegociável? Será que Gustavo estava certo acreditando que a aceitação de seus amigos era o seu bem mais precioso naquele momento? Será que Stefano tomou a melhor decisão ao colocar a diversão como o objetivo maior de sua vida?

Momentos decisivos

Assim como nós, Jesus viveu momentos decisivos em que precisou resolver como ele ia lidar com as circunstâncias do dia a dia. Ele precisou decidir o que era mais importante que tudo em sua vida e descobrir como lidar com os dias difíceis... como responder ao medo... o que fazer quando ele sentisse forte o poderoso... como responder aos sentimentos de insegurança.

Momentos assim são realmente importantes. O que fazemos nesses momentos define o tipo de pessoa em quem nos transformaremos. Nossas convicções nessa hora são como bússolas que nos guiam por entre as muitas opções de vida que estão disponíveis diante de nós.

Um desses momentos vividos por Jesus foi quando ele passou 40 dias no deserto. Ali ele tomou várias decisões. Ali no deserto ele enfrentou questões importantes sobre os objetivos de sua vida e sobre onde estava depositada sua confiança.

(1)          Em quem confiamos?

O primeiro desafio que Jesus enfrentou foi exatamente a respeito da sua confiança no Pai.

Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Mt 4.3

Será que o tentador tinha dúvida sobre quem Jesus era? Claro que não! Será que os anjos que testemunhavam aquela cena tinham dúvida sobre quem Jesus era? Certamente não! E Jesus tinha dúvida sobre quem ele era? Absolutamente não! A questão ali não era sobre a identidade de Jesus, mas sobre onde estava sua confiança: “você realmente confia no Pai? ”, perguntou o tentador?

Bastava uma ordem para que das pedras surgissem pães, mas Jesus não fez isso. Ele se negou a dar um jeitinho na situação. Negou-se a fazer uma contabilidade criativa para se garantir. Ele preferiu confiar que aquela situação difícil e sofrida estava sendo acompanhada pelo Pai e seria usada por Ele para o seu bem.

Veja que são caminhos diferentes, meu irmão: O tentador propõe que você transforme as pedras de sua vida em pães e mate sua fome. Ele afirma que você pode ser o seu próprio herói. Não é preciso andar pelos caminhos tortuosos de Deus, porque pode ser arriscado. Ninguém sabe o que ele vai fazer.
A proposta do evangelho de Jesus é que você não fuja do deserto pelas suas próprias forças. É um chamado para você confiar naquele que o levou até o deserto. Por isso, a resposta de Jesus:

Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mt 4.4

Ali no deserto a fome de Jesus era a mais básica de todas: fome de pão mesmo. No deserto de concreto em que estamos, a fome que temos às vezes é de outro tipo: de roupa (bacana), de tênis/sapato (legal), de carro (novo), de celular (moderno), de apartamento (maior), de emprego (seguro), de TV por assinatura, de plano de saúde.

O que você vai fazer com essa fome? Existem alguns caminhos que parecem ser bons:

Carro novo – fazer um financiamento em 60 meses e depois cola um adesivo: foi Deus quem me deu – Jesus na frente!
Celular moderno – comprar um usado em estado de novo pela metade do preço. Daqueles que já vem fotos e contatos (do antigo dono).
Apartamento – comprar comprovante de renda pra declarar renda formal.
TV por assinatura – contratar os serviços daquele técnico que vende, ele mesmo, o pacote completo da NET: la garantia soy yo!

Se você pode transformar pedras em pães, por que não fazer?  Porque quando transformamos pedras em pães, estamos perdendo a oportunidade de confiar no Senhor e na promessa que ele nos fez de nos consolar e animar em meio ao sofrimento, dor, angústia, amargura e tristeza que são plantadas em nossas almas.

A caminho de morte é transformar pedras em pães e sair logo do deserto. A vereda da vida é permanecer no deserto e, mesmo como fome, confiar na palavra que procede da boca de Deus.

Lembra da Jéssica, que matou a amiga porque não suportou a felicidade dela? E se a Jéssica tivesse enfrentado o deserto em que ela estava de outra forma? Se ela conhecesse o amor de Deus? Talvez ela haveria dito NÃO para a proposta de transformar pedras em pães. Sua fome de felicidade continuaria, mas ela teria recebido o consolo da presença de Jesus e, quem sabe, teria sido socorrida por anjos em suas necessidades.

(2)          Qual o preço do sucesso?

O segundo desafio que Jesus experimentou foi em relação a até onde estamos dispostos a ir para obter sucesso:

Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Mt 4.6

O tentador ofereceu um caminho brilhante: um grande espetáculo tiraria Jesus no anonimato em que ele se encontrava naquele momento. Ele se jogaria do lugar mais alto do templo e seria aparado pelos anjos antes de se espatifar no chão. E como Jesus disse que preferia confiar na palavra de Deus, o tentador trouxe uma promessa registrada nas Escrituras para tornar a opção digna de crédito.

O que haveria de errado nisso? Não parece um bom caminho? Não é uma promessa de Deus? Jesus não estaria exatamente confiando no Pai? Não seria esse caminho uma garantia de sucesso? Olhando de longe parece um caminho largo e pavimentado.

Se você quer confiar em Deus e ao mesmo tempo garantir independência pessoal e sucesso, esse parece ser um jeito muito atrativo de viver. Pode-se ficar encantado com brilho desse espetáculo que tentar colocar Deus numa sinuca.

Mas Jesus percebeu que se tratava de uma ilusão: conciliar o irreconciliável. O show seria maravilhoso e as pessoas veriam imediatamente o sucesso do filho de Deus, e tudo pareceria aceitável, porque era o cumprimento de uma promessa feita por Deus nas Escrituras, mas aquilo significava romper seu relacionamento com o Pai.  Então ele respondeu o seguinte:

Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Mt 4.7

Essa é a mesma proposta daqueles que hoje nos convidam a exigir de Deus o que nos é devido por promessa. Na mente dessas pessoas Deus está agora obrigado a fazer o que elas querem, porque está escrito.

Esse caminho despreza a importância do relacionamento com um Deus que não é um caixa eletrônico, mas uma pessoa com quem podemos conversa francamente através da oração que se revela através de sua Palavra. Assim, aquilo que parecia inicialmente um bom caminho para aprender a confiar no Senhor na verdade se revela uma rota direta para a morte da alma.

Jesus não estava disposto a pegar um atalho a fim de parecer bem-sucedido, ainda mais quando isso significava sacrificar o seu relacionamento com o Pai.

Ele sabia que as muitas promessas feitas nas escrituras não era botões mágicos para se obter coisas e favores. Nas Escrituras as promessas estão sempre num contexto de relacionamento. Promessas não devem ser exigidas, mas recebidas de coração grato. Quando o Senhor cumpre uma promessa em nossas vidas ele o faz por sua graça e misericórdia, não por força de uma obrigação.

Lembra do Gustavo? Quando que ele estava ali, jogando com os amigos, ele acreditou que precisava arriscar tudo. Ser aceito e reconhecido pelos amigos depois de sair por cima daquele desafio era o sucesso daquele momento.

Tudo poderia ser diferente se ele houvesse percebido a armadilha que estava a sua frente. Se naquela hora crucial houvesse a possibilidade de escolher pelo amor, a aceitação e o reconhecimento do amigo Jesus... A história teria sido outra!

Há muitas coisas que fazem a gente se sentir bem-sucedido na vida, mas nenhuma delas é tão importante quanto o nosso relacionamento com Deus.

(3)          Uma vida sem limites

O terceiro desafio que Jesus enfrentou foi sobre limites. Será que a vida deve ser vivida sem limites? Isto é, será que devemos ir até as últimas consequências em tudo que fizermos? Ou seria melhor colocar limites naquilo que fazemos?

Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Mt 4.9

A oferta do tentador é um desaforo! Ele pede ao filho de Deus que se prostre e o adore. Por que ele fez essa proposta sem sentido? Penso que ele queria se aproveitar da situação em que Jesus se encontrava: ao assumir a forma humana Ele limitou-se a si mesmo.

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Fl 2.5-8
  
É como se o tentador olhando pra Jesus dissesse: “Ora, exploda-se o Pai, o mundo que ele criou e toda a raça humana! Você é livre para fazer o que quiser! Ninguém tem o direito de determinar a sua vida! Porque tanto sofrimento, tanta dificuldade? Você pode receber toda a glória que lhe foi prometida agora mesmo!”

Essa maneira de viver é oferecida o tempo todo para nós: “Dane-se tudo e todos! O importante é realizar o seu sonho! Essa vida é muita você tem mais é que curtir! A única coisa que importa é você encontrar sua feliz! Tire da vida tudo que ela pode lhe oferecer!”

Com essa forma de pensar em mente, o ser humano e capaz de cometer atrocidades inomináveis e maldades que nunca imaginávamos se capazes de fazer. Como base nessa forma de pensar, famílias são destruídas, empresas são fraudadas, impostos sonegados, florestas destruídas, pessoas assassinadas, crianças violentadas, mulheres espancadas e empregados explorados.

Jesus responde ao tentador reafirmando o entendimento que o trouxe a este mundo: a verdadeira liberdade está em respeitar os limites do amor.

Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. Mt 4.10

Jesus deixa claro que não está disposto a viver uma vida sem limites. Ele não vai fazer de tudo para receber a glória que lhe justa. Ele colocar nada, nem mesmo a glória que lhe pertence por justiça, acima do relacionamento dele com o Pai.

Lembra do Stefano? Ele disse que só queria uma noite de curtição e prazer, mas acabou cometendo um crime vil e inominável contra outro ser humano. Talvez, se ele entendesse os limites como parte da vida... se ele compreendesse que limitar as próprias vontades pode ser uma expressão de amor... Se o exemplo de Jesus estivesse vivo em sua mente... A história poderia ser outra.

A renovação da mente

Concluo nossa reflexão dessa noite ressaltando que a única maneira de escaparmos dos caminhos de morte é encontramos a vereda de vida. Jesus afirmou que ele mesmo é a vida. Mas como isso acontece?
Precisamos permitir que nossa maneira de pensar, isto é, a forma como entendemos o mundo, seja mudada. Você não pode ser a mesma pessoa e pensar do mesmo jeito depois que Jesus para a ser o seu Senhor.

A nossa mentalidade, isto é, nossas convicções, opiniões e opções de vida precisam transformadas mesmo, pela renovação constante que o Espírito realiza através da Palavra de Deus. Veja o diz o apóstolo Paulo

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.2


As muitas opções de vida que se oferecem a todo instante, mas quando elas encontram em nós uma mente renovada pelo Espírito, fortalecida pelas convicções do amor de Deus e confiante no exemplo deixado por Cristo Jesus, o resultado é que os caminhos de morte são rejeitados e a vereda de vida se torna nossa trilha diária, e começamos a experimentar como a vontade de Deus é boa perfeita e agradável.

09 outubro 2016

Jesus Cristo: Senhor e Rei



SENHOR E REI

Hoje vamos complementar nossa compreensão sobre Jesus lembrando dois aspectos muito importantes no entendimento que os primeiros discípulos tiveram sobre ele: os escritores do Novo Testamento são unânimes em apresentar Jesus como SENHOR E REI. O texto que usaremos como base para essa reflexão está no Apocalipse de João, o livro que encerra o Novo Testamento.

João era um dos doze, possivelmente um dos mais novos e provavelmente o último dos apóstolos a morrer. Ele escreveu um dos evangelhos, três cartas e o apocalipse.

11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça. 12 Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. 13 Estava vestido de um manto

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

02 outubro 2016

Jesus Cristo: único e necessário


JESUS CRISTO: ÚNICO E NECESSÁRIO

Diferente em que?

Irmãos, hoje à noite desejo compartilhar um pouco sobre nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A pergunta que pretendo responder é: Em que Jesus é diferente? Não seria ele um entre muitos messias que se anunciam como salvadores? Ou ele é realmente único e necessário para nossas vidas?

Jesus viveu entre nós como uma pessoa comum. Ele foi plenamente humano entre nós. Jesus nasceu de uma mulher, foi um bebezinho precisando de cuidados, tornou-se uma criança que corria e brincava com os amigos, aprendeu a profissão de seu pai e trabalhou pesado como carpinteiro, estudou as Escrituras com dedicação e aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu (Hb 5.8).

Jesus também morreu como as pessoas comuns morrem. Seu corpo não suportou as atrocidades que sofreu. A tortura física que lhe foi imposta com açoites e espancamento e o suplício que a crucificação produzia nos crucificados tirou-lhe a vida em meio a muitas dores e sofrimento. Assim como os ladrões ao seu lado, ele deu seu suspiro final ali, pregado no madeiro.

Por que, então, Jesus era e é diferente?

18 setembro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Servindo uns aos outros


 Servindo uns aos outros

13 Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Gl. 5.13 (NVI)

Há quatro palavras básicas na linguagem do Novo Testamento que são frequentemente traduzidas por “servir”, “servo, “servindo”, e usadas mais de 300 vezes (cercad de 130 nos Evangelhos e Atos, e aproximadamente 170 nas epístolas. A duas mais frequentes são diakoneo (διακονεω) – Atos 6.2 e douleuo (δουλευω) Gálatas 5.13.

Diakoneo quer dizer ajudar ou servir. Escritores do Novo Testamento usaram essa palavra para ser referir a alguém que serve comida ou bebida, isto é, que se importa com as necessidades materiais dos outros. Num sentido mais geral, é aquele que faz qualquer coisa para servir aos interesses de outrem. Daí tiramos a palavra diácono.

Doulos era uma um escravo, um servo, alguém que servia. Neste sentido mais forte significa alguém que abdica de si mesmo completamente em favor do desejo de outro, alguém que serve com sentido de devoção.

Charles Swindoll propôs uma pirâmide verbal para simbolizar os valores que pautam grande parte dos relacionamentos humanos. São valores representados por frases como:
(1). Eu sou importante;
(2). Não abro mão dos meus direitos;
(3). Farinha pouca, meu pirão primeiro;
(4). Se você não se colocar pra cima, ninguém o fará.

EU
M E U
A   M I M
P A R A    M I M

Por que agimos dessa forma?

Essa atitude reflete o princípio (ou lei) do pecado que está ativo em nós. Desde Adão e Eva, passamos a não desconfiar do cuidado de Deus por nós. Os homens se tornaram dominantes e muitas vezes cruéis, enquanto as mulheres se tornaram insubmissas e resistentes a qualquer forma de autoridade. Assim, todos buscam proteger-se em um mundo em que ninguém se importa com ninguém. Garantir a própria situação (direitos, necessidades e interesses) é a melhor estratégia em um mundo no qual cada um cuida do seu e Deus não existe (ou, se existe, não é confiável). Essa descrença está refletida no ditado “É cada um por si e Deus por todos”.

Como é possível libertar-se desse problema?

Como pode um avião voar se pela lei da gravidade ele deveria cair?

LIBERDADE PARA SERVIR – A “lei do pecado e da morte” está ativa no ser humano. Contudo, as Escrituras também revelam uma lei que é maior e mais poderosa, e pode ser ativada pelo próprio Deus. É a “lei do Espírito da vida”, que se tornou possível com a vinda de Jesus (Rm 8.2) e nos liberta para servir a Deus e aos outros em amor.

Jesus tornou possível vencermos a natureza produzida pela lei do pecado: viver para si mesmo (Rm 6). Em Cristo estamos livres para atender aos outros em suas necessidades e amá-los como a nós mesmo (Gl 5.14). Quando nos tornamos cristãos ganhamos uma nova vida, a vida eterna, e junto com ela o poder de ir além de nós mesmos e experimentar a realização de servir aos outros.

LIBERDADE DISPONÍVEL – É assim que a “lei do Espírito da vida” cria as condições para voarmos: quando pela fé confiamos no Senhor Jesus como nosso salvador, nos identificando com sua morte, morremos com ele. Assim, a “lei do pecado e da morte” não tem mais efeito sobre nós e o impossível pode acontecer: tornamo-nos livres para servir. A liberdade está disponível, mas é como alguém que vê a porta da prisão abrir-se; é preciso sair por ela.

SERVIR COM AMOR – Para servir uns aos outros temos de ser guiados por verdadeiro amor. O amor é o princípio de todo relacionamento cristã, inclusive o processo de servir uns aos outros. Sob a lei do pecado, servir aos outros seria uma experiência negativa; mas sobe a lei do Espírito da vida, guiada pelo princípio do amor, servir torna-se algo alegre e recompensador.

SERVIR MEDIANTE A FÉ – Servir é uma maneira poderosa de demonstrar nossa confiança de Jesus Cristo. Ele é a fonte da nossa liberdade para servir. Essa libertação para o serviço está disponível mediante o exercício de confiança no Senhor. (Rm 5.1,2). Essa confiança que liberta não é uma mera concordância, mas a decisão ativa na direção de obedecer ao ensino de Jesus.

SERVIR RELACIONANDO-SE – O chamado para servir uns aos outros não pode ser atendido individualmente. Não podemos viver isolados. Dependemos uns dos outros para satisfazer nossas necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais. Além disso, como crentes em Jesus fomos incluídos pelo Espírito Santo como parte de uma família, a família de Deus. Portanto, o serviço com amor e mediante a fé acontece sobretudo nos relacionamentos que desenvolvemos uns com os outros.

SERVIR NO ESPÍRITO – É manifestar o fruto do espírito, enquanto serve, em seus relacionamentos: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23).
  
PASSOS PRÁTICOS PARA SERVIR AOS OUTROS EM AMOR

1)    Avalie o quanto o fruto do Espírito é refletido em seus relacionamentos. Marque 1 para “Nunca Existe” e 7 para “Sempre existe”

1.     Há amor cristão sendo expresso em minha igreja?                         1  2  3  4  5  6  7
2.     Há evidências de alegria e felicidade?                                            1  2  3  4  5  6  7
3.     Há paz e unidade?                                                                           1  2  3  4  5  6  7
4.     Os irmãos demonstram paciência uns com os outros?                   1  2  3  4  5  6  7
5.     Os irmãos são bondosos em atitudes?                                            1  2  3  4  5  6  7
6.     A bondade é demonstrada com atos concretos?                             1  2  3  4  5  6  7
7.     Os irmãos são dignos de confiança?                                               1  2  3  4  5  6  7
8.     Demonstram-se gentileza e sensibilidade nos relacionamentos?   1  2  3  4  5  6  7
9.     Há autocontrole nas conversas e no estilo de vida?                        1  2  3  4  5  6  7
  
Some suas respostas e confira na tabela abaixo os indicadores a respeito do serviço em sua igreja:
  
A)  9 a 18 – Há muitos desafios pela frente e você precisará de ajuda.
B)   19 a 36 – Os desafios são grandes, mas os primeiros passos já foram dados;
C)   37 a 54 – O serviço orientado pelo amor é uma prática, mas ainda pode melhorar;
D)  Acima de 54 – A excelência no serviço foi incorporada ao seu modo de viver.


Adaptação a partir do capítulo 8 – Servindo uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus – Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova Versão Internacional

17 setembro 2016

A unidade que agrada a Deus


Boa noite, irmãos queridos. Que o Senhor seja a força de suas vidas! Que vocês encontrem nele o lugar seguro para os dias difíceis! E sejam alcançados pela sabedoria que vem do alto. Minha gratidão à juventude desta igreja e em especial ao Wellington pela oportunidade de compartilhar a palavra de Deus nesta noite.

Nunca me canso de agradecer a Deus pela liberdade que temos de fazer isso: reunir-nos livremente, abrir as escrituras, lê-las e refletir sobre seus ensinamentos. Isso é um privilégio que muitos irmãos amados ao redor do mundo não têm. Apenas esse entendimento já seria suficiente para considerar cada encontro como este um presente dos céus.

Durante os próximos minutos iremos pensar juntos sobre UNIDADE, um dos temas mais importantes para a igreja, sobretudo nos tempos difíceis que vivemos. Penso que os irmãos foram felizes em escolher esse assunto, sobretudo quando desejam tratar não uma unidade qualquer, mas da unidade que agrada a Deus.

Quando me refiro a tempos difíceis, não pensem que falo isso com algum saudosismo; como se os dias passados fossem sempre melhores que o presente. Não! Seguir a Jesus no passado não era mais fácil ou mais difícil. Porque cada época guarda suas próprias dificuldades.

Os tempos que vivemos, portanto, são difíceis porque trazem consigo desafios que somos chamados a enfrentar hoje. São desafios desta geração. Desafios para mim e para você. Um desses desafios é experimentar a unidade como uma vocação, um chamado irresistível de Deus para nós.

O texto que sobre o qual vamos tratar encontra-se no capítulo 17 do evangelho de João. Vamos ler juntos os versos 20 e 21 e em seguida orar ao Senhor.

20 "Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Jo 17.20,21 (NVI)

A oração de Jesus

Jesus vivia os momentos que antecediam sua prisão, julgamento, tortura, crucificação e morte. Talvez os discípulos não tivessem clareza sobre o que viria, mas Jesus sabia. Como um de nós, ele estava ansioso. Como um de nós, ele sofria angustiado com o que havia de vir. Além disso ele antevia os dias difíceis que seus discípulos iriam viver e isso, de alguma forma consumia seu espírito. O que fez Jesus? Ele orou ao Pai.

O capítulo 17 do evangelho de João é conhecido como “Oração Sacerdotal”, mas talvez esse título pomposo nos afaste do coração amorosos e sensível do Senhor. Ele, antevendo o caminho difícil a ser trilhado por seus discípulos, não decretou vitória, não amarrou satanás, não ficou inconformado nem tampouco evocou poderes angelicais. Jesus simplesmente orou e pediu ao Pai por seus discípulos. Aqui, na disposição de Jesus para a oração há lições importantes, mas não é nosso assunto hoje.

Jesus falou muitas coisas importantes nesta oração, mas, por causa dos pedidos que fez ao Pai por seus discípulos, este capítulo se tornou conhecido, como falei, como uma oração sacerdotal, isto é, intercessora.

Há algo maravilhoso nessa oração, porque Jesus deixa bem claro que ele não estava intercedendo apelas pelos doze, ou pelos demais discípulos que o seguiam naqueles dias. Ele afirma com todas as letras:

20 Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles, (KJA)

Jesus orou por você, meu irmão. Antes que você viesse a existir ele já intercedia pela sua vida, pedindo por sua caminhada em direção ao Pai. Encha-se de alegria e satisfação diante desse amor! Você não é um lobo solitário que vai vencer a dureza da vida na marra; você é uma ovelha do rebanho do Senhor, ovelha amada e cuidada por ele há muito tempo. Deixe de lado esse script de guerreiro esforçado e permita que o amor de Deus o alcance, fortaleça e console.

É importante lembrar que estamos diante de uma oração. Com isso quero dizer que este capítulo não é um roteiro com tarefas que devemos seguir. Não estamos falando de um “passo a passo” para uma vida de sucesso. Estamos diante de uma maravilhosa conversa entre o Filho e o Pai, através do Espírito. Estamos testemunhando a trindade conspirando em nosso favor, tecendo teias de amor e bondade para nos sustentar nos dias difíceis!

O que Jesus pediu ao pai em sua oração?

(A)        Protege-os em teu nome (v.11)

Começando no verso 11, Jesus pediu ao Pai que fôssemos protegidos, guardados. Vejamos:

11 Agora vou deixar o mundo e deixá-los a eles também, para ir para junto de ti. Pai Santo, guarda-os sob o teu cuidado, todos aqueles que me deste, para que permaneçam unidos, como nós estamos unidos (...) 15 Não te peço que os tires do mundo, mas que os conserves a salvo do poder de Satanás. (OL)

Olhando pelas frestas dessa oração, irmãos, parece-me que a unidade da qual Jesus está falando é resultado, antes de tudo, da proteção e do cuidado de Deus sobre nossas vidas. A verdade é que sempre que tentamos resolver nossas vidas por conta própria corremos o risco de estragar tudo, por causa de nosso coração corrompido e egoísta. Então, preste atenção: a unidade desta igreja, depende da sua rendição aos cuidados de Deus.

Enquanto estivermos confiados em nosso próprio esforço ou simplesmente na força do grupo para que a igreja seja unida e tudo dê certo, não experimentaremos a unidade que agrada a Deus.

Enquanto for a sua mão, querido líder, a conduzir e proteger os irmãos ao seu redor, ainda que você faça isso de boa vontade, não experimentaremos a unidade que agrada a Deus.

Enquanto sua confiança, amado irmão, estiver depositada nas mãos de alguém diferente do Filho de Deus, não experimentaremos a unidade que agrada a Deus.

Apenas se você estiver rendido aos cuidados do Pai, e protegido por Ele, a unidade pela qual Jesus intercedeu será possível. Renda-se aos cuidados de Deus, meu irmão! Confie no poder e no amor dele por você, ainda que as circunstâncias pareçam desfavoráveis! Apenas nesse lugar de descanso, poderemos viver como um povo de um só coração e de uma só mente.

(B)        Santifica-os na verdade (v.17)

No verso 17 Jesus intercedeu por nós de outra maneira. Veja o que ele pediu:

16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou. 17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. (ACF)

Novamente eu o convido a olhar pelas frestas dessa oração e enxergar como a unidade que agrada a Deus pode tornar-se uma realidade entre nós.

No pensamento comum do dia-a-dia, alguém é considerado santo por aquilo que faz. Isto é, quando se vê alguém realizando algo que parece bom ou correto vê-se ali algum tipo de santidade. Os católicos romanos têm um procedimento complexo e cuidadoso para verificar se alguém pode ser considerado santo. Esse procedimento passa pela verificação da vida moral e da comprovação dos milagres realizados pelo candidato. Essa santidade é resultado do esforço pessoal para uma vida disciplinada.

Em sua oração, no entanto, Jesus parece falar de outro tipo de santidade. Digo isso porque ele pediu a Deus que nos santifique. Santificar é o mesmo que consagrar, isto é, separar para um propósito sagrado. Jesus deixa claro, portanto, que a santidade na qual ele acredita é uma ação de Deus na vida das pessoas, não uma ação das pessoas em direção a Deus, o que é bem diferente.

Assim, em sua oração Jesus pede ao Pai para que Ele nos santifique, isto é, que Ele dê a cada um de nós um propósito sagrado e nos inclua a cada um nos planos dele de maneira que nos tornemos um povo de um só coração e uma só mente. Portanto, irmãos, a unidade que agrada a Deus só acontece quando nós nos rendemos individual e coletivamente aos propósitos eternos de Deus.

Para experimentar essa unidade é preciso deixar que nossa maneira de pensar seja moldada pela verdade. Porque é na verdade que somos santificados por Deus. Essa verdade que santifica, segundo afirmou Jesus, é exatamente a palavra de Deus. É a palavra de Deus que tem o poder de moldar nossa maneira de pensar e nos fazer parte de um propósito sagrado.

Portanto, para que esta igreja experimente a unidade que agrada a Deus, você precisa submeter-se à Palavra de Deus. É preciso que você compreenda e adote o ponto de vista de Deus sobre a vida, sobre as pessoas, sobre os relacionamentos, sobre as coisas comuns da vida. A unidade não pode ser experimentada individualmente, porque é algo coletivo por sua própria natureza, mas ela começa individualmente.

Pare de resistir à Palavra! Admita suas limitações! Deixe que Deus o torne alguém santo! Deixe-se ser incluído nos propósitos de Deus para este mundo. Deixe-se ser santificado pela palavra e a unidade que agrada a Deus virá como um vento suave e refrescante.

(C)        Que eles sejam levados à plena unidade (21-23)

Nos versos 20 a 23 a oração de Jesus vai direto ao ponto da unidade. Vejamos:

20 "Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, 21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.

Neste terceiro ponto, quero chamar sua atenção para dois sinais externos, visíveis para os que estão fora da igreja, de que estamos vivendo a unidade que agrada a Deus.

É importante relembrar que a oração de Jesus não era apenas por seus discípulos mais próximos... “os doze”, nem também pelos demais discípulos dessa época. Ele deixou claro que intercedia por todos aqueles que viesse a crer no evangelho a partir daquele momento. Portanto, a unidade de que Jesus estava falando não tem fronteiras; junta todas as gerações de discípulos debaixo do mesmo modo de pensar e sentir: uma só mente, um só coração.

Vejam, agora, que coisa maravilhosa, irmãos: essa unidade que atravessa as gerações de discípulos de Jesus está relacionada à proclamação do Evangelho: “...para que o mundo creia que tu me enviaste.”.

Pelas frestas da oração sacerdotal, somos levados a compreender que o mundo em nossa volta, ao observar a forma como nos relacionamos uns com os outros, reconhecerá que esse modo de viver não pode ser produzido apenas com boa vontade e esforço pessoal. Então eles serão levados à conclusão de que o Jesus a quem seguimos é o filho de Deus, o messias enviado, e crerão nele.

Esse é o primeiro sinal externo de que estamos usufruindo da unidade que agrada a Deus: as boas novas são anunciadas de forma natural e orgânica, como resultado da maneira que vivemos.

Por outro lado, Jesus afirmou também que, além levar as pessoas a crerem que ele é o filho de Deus, quando a igreja vive em unidade as pessoas de fora reconhecem que esse modo de vida só pode ser resultado de amor, de muito amor, do amor de Deus derramado sobre a igreja.

Quando pessoas diferentes, com histórias diferentes, com costumes diferentes, de diferentes realidades sociais, com diferentes situações financeiras e que trilharam caminhos diferentes pela vida caminham juntos em uma só mente e um só coração, a única explicação que é elas foram inundadas pelo amor de Deus.

Jesus afirmou que as pessoas de fora da igreja irão reconhecer isso. Assim, quando essa unidade que agrada a Deus é experimentada por nós o amor de Deus é anunciado de forma natural e orgânica, como resultado da maneira que vivemos. Esse é o segundo sinal externo a que Jesus se refere em sua oração.

Não temos como controlar esses sinais, irmãos. Apenas podemos observá-los. A ausência deles é um alerta que não devemos desprezar. Alguns acham que a unidade é um produto apenas para o consumo interno da igreja, mas isso não é verdade. A unidade desta igreja alcança os de fora e testemunha a respeito de Cristo e do amor de Deus; e você, que é a igreja, precisa permanecer atento para o tipo de testemunho que está sendo dado.

(D)        Que estejam comigo onde eu estou. (24)

Quero concluir essa reflexão, irmãos, apresentando a quarta intercessão de Jesus por nós em sua oração, chamada sacerdotal. No verso 24 ele revela a natureza relacional do seu amor.

24 "—Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina, que tu me deste; pois me amaste antes da criação do mundo." (NTLH)

Essa unidade que estamos aprendendo agora é uma realidade para o Deus trino desde sempre. Jesus disse que antes de o mundo existir ele e o pai já experimentavam este amor. Veja que coisa maravilhosa, irmãos: nós fomos chamados, por causa da bondade e da misericórdia de Deus, a fazermos parte com Ele desse maravilhoso relacionamento de amor e confiança.

Ele quer que todos nós estejamos onde ele estiver para experimentarmos essa mesma unidade que ele tem com Pai. Isso tudo acontecerá de forma plena na eternidade. Jesus já havia dito antes para seus discípulos (Jo 14):

1 "Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. 3 E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver.

Portanto irmãos, a unidade que agrada a Deus não é apenas para esta vida. Somos chamados para experimentá-la já agora, mas sem esquecer de que um dia a oração do Senhor será completamente atendida e experimentaremos a alegria de juntos (gente de toda raça, tribo, nação e época) vivermos em harmonia... uma só mente... um só coração. Esse tempo ainda chegou, mas todo nós já podemos ir treinando agora e provando um pouco da maravilha que será.


Que o Senhor nos socorra em nossas limitações e nos ajude a nos rendermos aos seus cuidados, nos deixarmos santificar por sua Palavra, de maneira que as pessoas em nossa reconheçam a Jesus com salvador e testemunhem do amor de Deus entre nós. Assim estamos cada dia mais próximos de experimentar a plenitude a unidade que Ele planejou para sua igreja.