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10 janeiro 2011

Dilma manda tirar Bíblia e crucifixo do gabinete


Em sua primeira semana no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (foto) mandou tirar do seu gabinete a Bíblia e o crucifixo, o que, talvez, tenha sido a primeira vez que isso ali ocorre. Esse gesto pode ter várias interpretações, entre as quais a sinalização de que ela não aceitará em seu governo a ingerência de religiões e religiosos. O que não houve em sua campanha eleitoral, quando teve de se aproximar de líderes evangélicos e católicos para tentar convencê-los de que não vai se empenhar para a legalização do aborto.
Durante o vale-tudo da campanha, evangélicos acusaram Dilma de ser ateia, o que ela nunca admitiu. Mas certeza mudou o seu senso de religiosidade, ao menos de boca para fora, para não perder parte dos votos que herdou do Lula.
Em 2007, em entrevista à Folha de S.Paulo, ela afirmou ter ficado “durante muito tempo meio descrente”. Em abril de 2010, já em campanha, lembrou ter sido criada no catolicismo e que acreditava em uma força superior. “Estudei em colégio de freira. Sou católica.”
Em um dos seus discursos de posse, Dilma reafirmou o compromisso com a liberdade religiosa, o que seria desnecessário dizer, porque está previsto na Constituição.
A rigor, independente da crença ou descrença de Dilma, a Bíblia, o crucifixo e demais símbolos religiosos deveriam ser retirados não só do gabinete presidencial, mas de todas as repartições públicas, porque o Estado é laico. Também está na Constituição.

18 setembro 2010

Eleições: vale a pena?


 Em algumas semanas todo o país vai participar de mais um eleição. Todos os brasileiros com mais de 16 anos de idade poderão expressar sua vontade através do voto direto.

Em cada Estado deste país, brasileiros e brasileiras irão se deslocar até suas sessões eleitorais e exercer o direito inalienável de escolher seus governantes.

São centenas de candidatos disputando mandatos para Presidente da República, Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual.

Quem assiste ao programa eleitoral gratuito sabe que tem candidato de todo jeito:


·       Tem aquele que fala muito e ninguém entende nada;
·       Tem candidato que fala pouco e também não se entende nada;
·       Tem candidato engraçado e simpático e outros sérios e sisudos;
·       Há quem se apresente com o nome completo e outros pra quem basta o apelido;
·       Tem candidato que não pede voto, tem os que pedem e aqueles que imploram “pelo amor de Deus”;
·       Tem candidato que apela pedindo voto porque é  “irmão”;
·       E tem também aquele que apela porque é negro, jovem, pobre, homossexual, deficiente, funcionário público, militar, do interior, ou porque teve uma vida sofrida na infância.

No entanto, mesmo com tanto barulho, ninguém pode negar: quando o assunto é eleição, somos uma sociedade em fase de aprendizado; faz pouco tempo que reconquistamos a plenitude do direto de escolher nossos representantes.

Isso aconteceu com o retorno das eleições diretas na segunda metade da década de 80, no século passado. Pode parecer muito tempo para os mais novos, mas em termos de história é quase nada. Pode-se dizer com tranqüilidade que estamos em pleno aprendizado. Há menos de 30 anos atrás, uma eleição como essa da qual vamos participar no próximo mês era apenas um sonho acalentado no coração de alguns.

Partindo desse cenário, hoje eu gostaria de refletrir sobre compromissos que os seguidores de Jesus deveriam assumir nesses tempos de eleição. Vamos fazer isso nos nos detendo em quatro questões:

(A) Política serve para alguma coisa?

Infelizmente, em nosso país, quando ouvimos a palavra política as imagens que nos vêm à mente são corrupção, mar de lama, desonestidade, suborno, sangue-suga, acordos feitos na calada da noite, mensalão, propina, máfia das ambulâncias, corrupção e uma total falta de compromisso em conciliar os interesses da nação.

No Brasil, a política tornou-se uma forma de usurpar os recursos públicos e usá-los em benefício próprio ou em benefício de um grupo de amigos privilegiados.

Mas, política serve para alguma coisa boa? Claro que sim! Alguém afirmou que “política é a ciência que estuda e exercita os relacionamentos entre as pessoas, entre as pessoas e instituições e entre instituições”.

A política está sempre associada ao “conjunto de relações sociais que distribuem o poder, ordenam, hierarquizam e organizam os grupos humanos”. A política está presente tanto nas relações familiares, quanto nos acordo internacionais.

1.         Negociar com o filho adolescente a que horas ele vai voltar para casa é um exercício político;
2.         Apaziguar uma disputa entre filhos pequenos é um ato também político;
3.         Decidir se vai pintar o muro do condomínio ou colocar uma cerca elétrica é um grande desafio político;
4.         Realizar um acordo de paz entre duas nações é fazer política (em alguns casos esse acordos entre nações são mais fáceis do que aquela decisão do condomínio).

A política não é má em si mesma, ela é o meio pelo qual os interesses divergentes de uma sociedade são atendidos. Portanto, nenhum cristão deveria considerar a política como algo desprezível e inservível, mas sim como uma ferramenta capaz de ser usada em benefício do ser humano e do restante da criação de Deus.

(A) Política serve para alguma coisa?
(B) O que a Bíblia fala sobre política

A palavra política não se encontra na Bíblia. Mas, o conceito de política perpassa praticamente todos os livros das Escrituras Sagradas. E não podia ser diferente, porque a Bíblia narra a história de pessoas, de seus relacionamentos com Deus e entre si. Um exemplo disso são os vários personagens bíblicos que ocuparam posições onde a política estava sempre presente.

José
Depois de ser vendido pelos irmãos como um escravo e preso injustamente, José foi conduzido por Deus ao centro das decisões políticas do Egito: a nação mais rica e poderosa do seu tempo. (Gen. 41:37-40)

Foi José quem organizou a produção do Egito durante os sete anos de fartura lidando com interesses divergentes e a perspectiva de uma grande fome que se aproximava.
Por isso, além de habilidades administrativas, Ele precisou de sabedoria política dada por Deus para sobreviver nesse ambiente, ainda mais sendo um hebreu em meio aos egípcios.

Davi
Davi, um simples pastor de ovelhas, também tem sua história ligada ao ambiente político. Enquanto José foi mantido por Deus no centro das decisões através de suas habilidade administrativas, Davi foi conduzido através suas habilidades militares.

Antes mesmo de ser ungido rei, Davi foi perseguido e enfrentou a ira de Saul. Fez aliança com Jônatas e sobreviveu às perseguições do Rei sem jamais atentar contra a vida dele. Davi também precisou lidar com os interesses de seus generais e relacionar-se com os reinos vizinhos.

Perseguido por Absalão, seu filho, Davi foi expulso de Jerusalém. Em sua fuga, encontra Husai e planeja uma estratégia para lidar com a rebelião de seu filho em que Husai, amigo de Davi, entra no conselho de Absalão para se contrapor a Aitofel, o conselheiro que era contra Davi. (2 Sam. 15:31-37)

Daniel
Daniel foi cativo na Babilônia por muitos anos. Em certo momento, o rei Dario cogitou colocar Daniel como um dos três presidentes responsáveis por acompanhar o trabalho dos 120 sátrapas, que eram administradores de pequenas províncias.

Daniel, não fugiu da responsabilidade, mas teve que enfrentar as articulações políticas tanto dos outros dois presidentes quanto dos sátrapas. (Daniel 6:1-9)

A política faz parte da vida das cidades. Não há como, nem porque fugir dela. É no meio de tudo que é insosso que o sal é notado; é no meio da escuridão que a luz é vista; é no meio de uma sociedade que não tem compromisso com o bem comum que o cristão deve afirmar sua disposição em fazer parte da solução e enfrentar o risco de participar, de opinar, de votar e ser votado, pedindo a Deus sabedoria para isso de forma a manter intacto seu compromisso como os valores do Reino de Deus.



(A) Política serve para alguma coisa?
(B) O que a Bíblia fala sobre política
(C) Como o cristão deveria lidar com política?

(1) Alguns cristãos fogem da política como o diabo foge da cruz. Por isso, pouco sabem sobre a maneira como o país é governado e muito menos sobre que participação cada um de nós pode ter.

(a) Alguns se omitem porque trazem consigo uma herança distorcida dos missionários estrangeiros que, ao chegarem ao Brasil, não podiam envolver-se com as questões políticas do país e por isso se mantinham afastados.

O que não foi muito bem explicado aos nossos pais na fé, a geração que foi evangelizada por esses missionários, é que em seus países de origem eles eram em sua maioria cidadãos comprometidos com suas comunidades e muitas vezes envolvidos politicamente.

A fé evangélica não deveria ser usada como motivo de alienação política nem justificativa para nos afastarmos das decisões do país.

Ao contrário disso, em vários momentos da história, a Igreja esteve profundamente envolvida nas questões sócio-politicas, como nos avivamentos que abalaram a Europa nos séculos XVII e XVIII, com participação ativa de homens com a envergadura John Wesley e George Whitefield, e que tocaram em questões de grande interesse político e econômico como o trabalho escravo nas minas de carvão.

(b) Há outros que se omitem de participar politicamente, porque se sentem impotentes diante de tanta corrupção e desonestidade. Não se pode negar que estamos anestesiados diante da triste realidade em que se encontram nossas instituições. Há um clima geral de desesperança e tristeza.

Esse é um desalento legítimo. Mas deve nos alertar para o fato de que as esperanças da nação não podem ser depositadas nas mãos de uma só pessoa (seja ela presidente, governador, senador ou deputado). Políticos não são messias prometidos por Deus. O desalento é legítimo, mas não podemos nos deixar dominar por ele.

Martin Luther King, pregador batista, viveu dias em que nos EUA um negro não podia sentar em um mesmo ônibus com um branco. E quando um branco entrasse no ônibus, o negro tinha que se levantar e ceder o lugar. Os banheiros públicos eram separados, os bairros eram separados e, pasmem, as igrejas eram separadas.

Foi ele quem disse a seguinte frase: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

·       É o seu silêncio, a sua omissão como cidadão brasileiro, o abandono das suas responsabilidades como cidadão do Reino que abrem o espaço para que o grito dos maus seja ouvido com tanta força.

(2) Há um segundo grupo de cristãos que está próximo da política e se acha astuto e inteligente, mas na verdade tem se deixado corromper pelo brilho do poder e pelas cifras do dinheiro, que estão sempre perto das decisões políticas. Para esses cristãos tudo não passa de um jogo de interesses.

Alguns deles são eleitores venais que, de título na mão buscam favores e benesses (devidamente traduzidas como “bênçãos” no evangeliquês), oferecendo em troca seus votos; outros são pastores e líderes venais, que por sua vez vendem os votos da igreja inteira ao político A ou B, de porteira fechada, como diz o ditado.

Pela ação dessas pessoas, igrejas se transformam em verdadeiros currais eleitorais que denigrem a integridade dos crentes e trata com desprezo a sensatez dos eleitores evangélicos.

·       Não coloque seu voto à venda, junto com ele você está vendendo também a sua dignidade.
·       Da mesma forma, os púlpitos das igrejas não podem ser “alugados” como palanques para fins de politicagem eleitoreira;
·       O aprisco de Deus não pode ser tratado como curral eleitoral.
·       Que o Senhor guarde a sua igreja e o seu povo!

(A) Política serve para alguma coisa?
(B) O que a Bíblia fala sobre política
(C) Como o cristão deveria lidar com política?
(D) Que compromissos deveríamos assumir nestas eleições?

1.  Não abra mão do direito de votar. Deus constrói a história se utilizando das estruturas sociais, econômicas e políticas de cada tempo. Votar em branco é entregar para os outros o direito que é seu; Anular intencionalmente o voto é fugir de uma responsabilidade que é sua;

2.  Não negocie seu voto. Um servo de Jesus não vende ou compra votos, não troca o voto por um favor, por um emprego, uma promessa, um aperto de mão, um elogio ou qualquer outra coisa. Voto não é mercadoria, é o exercício livre da sua vontade.

3.  Não vote no irmão só porque ele é irmão. Eleição não é um concurso para escolhermos o cristão do ano. Presidente, senadores, deputados e governadores devem exercer suas funções de forma abrangente, para todas as pessoas. Por isso, seja um evangélico ou não, devemos escolher aqueles que irão governar ou legislar para todos. Também não deixe de votar porque ele é um irmão; avalie as propostas.

4.  Conheça e acompanhe seu candidato. Antes de votar, procure conhecer o máximo possível sobre o seu candidato. Conheça suas propostas, suas bandeiras políticas, seu estilo de vida, sua maneira de ver o mundo. Leia jornais e revistas que falam sobre ele, pesquise na internet, investigue sobre sua história política. Depois de votar, acompanhe seus discursos e entrevistas, compare as promessas feitas com as realizações, escreva cartas e emails, aplauda os acertos e reclame quando for preciso;

5.  Conheça as propostas e programas dos partidos políticos. Você não precisa filiar-se a um partido, mas deve conhecer a linha política do partido ao qual seu candidato pertence. Votar em um candidato é também votar em um partido;

6. Peça sabedoria ao Senhor. Votar é um importante aspecto da vida. Todo cristão deve votar de forma livre, de acordo com sua consciência. Não vincule seu voto a quem quer que seja. Padres, pastores, professores, médicos ou qualquer outra autoridade podem ser bons conselheiros, mas não devem definir o seu voto. Depois de conhecer os candidatos, partidos e suas propostas, peça sabedoria a Deus e vote em paz com sua consciência.

7. Ore pelo Brasil e pelas pessoas investidas de autoridade. Ore por aqueles que receberam autoridade para administrar orçamentos, prestar serviços ao público, construir obras públicas, definir estratégias, optar por projetos, contratar serviços, assinar contratos, etc.


(1) Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, (2) em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. (3) Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, (4) o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (I Timóteo 2:1-4)

Oração pelo Brasil