24 janeiro 2011

Nossa identidade em Cristo - Sou Aceito


Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Rom 15:7 

INTRODUÇÃO

Os primeiros anos da vida da igreja, essa nova comunidade que surgiu a partir da assunção de Cristo e da vinda do Espírito Santo, foram marcados, entre outras coisas, pela tensão entre os convertidos de origem judaica e os demais convertidos (chamado pelo judeus de gentios).

Os apóstolos que estiveram com Jesus durante os seu ministério se voltaram para a pregação e o ensino aos judeus, enquanto Paulo, que foi alcançado por Cristo depois, voltou-se para o mundo não judeu. Através de suas viagens ele levou ao resto do mundo a mensagem do evangelho de Cristo: que Deus estava disposto a receber as pessoas em Sua família adotando-as como seus filhos exclusivamente mediante a fé em Jesus Cristo.

Acoantece que essa pregação não era completamente aceita por alguns seguidores de Jesus de origem judaica, porque eles entendiam que os costumes e as leis que faziam parte da cultura judaica há séculos deveriam ser observados também pelos seguidores de Jesus.

Uma questão dizia respeito ao tipo de comida que se deveria ou não comer, já que em volta dos templos pagãos havia um intenso comércio de carnes oriundas dos sacrifícios aos seus deuses, e os seguidores de Jesus de origem judaica eram levados a acreditar que era errado, um pecado mesmo, comer daquela carne; por outro lado muitos seguidores gentios não pensavam dessa forma e achavam normal comprar e comer da carne sacrificada aos ídolos. 

Situações como esta revelaram divergências de pensamento que estavam presente desde o começo na vida da igreja, provocando atitudes e sentimentos de rejeição mútua entre os dois grupos. Se por uma lado os irmãos de origem judaica queriam obrigar os gentios a cumprir os ritos e costumes deles, por outro lado os irmãos de origem gentia muitas vezes desprezava os judeus, seus costumes e seus rituais.

Essa rejeição, sobretudo por parte dos irmãos judeus, era tão forte que Deus precisou revelar-se em sonho a Pedro para convencê-lo de que não havia motivos para agir daquela maneira. Pedro e os demais irmãos judeus não deveriam rejeitar aqueles a quem Deus acolhera e por isso ele, Pedro, não deveria se negar a ir até a casa de um homem chamado Cornélio, gentio, para falar sobre Jesus.

Foi nesse contexto de tensão entre rejeitar ou aceitar que Paulo, escrevendo aos irmãos de Roma (Rom. 14), disse que não fazia sentido rejeitar o irmão por causa daquilo que ele come ou bebe, porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Em vez disso, eles deveriam aceitar-se uns aos outros, mesmo havendo diferença de entendimento sobre o que deveriam ou não comer.

O principal argumento de Paulo para encorajar os irmãos (judeus e gentios) a se aceitarem em vez de rejeitarem uns aos outros era que Cristo tinha aceito a ambos os grupos.


Paulo explicou que Cristo aceitou a todos, tanto os judeus quanto os gentios, glorificando a Deus com essa atitude. Tanto os judeus que rejeitaram o messias e foram ao ponto de crucificá-lo quanto os gentios que simplesmente desconheciam a promessa de que Deus enviaria um salvador, foram acolhidos por Cristo. Fomos aceitos por Ele.

Portanto, uma vez que Cristo aceitara a todos (judeus e gentios), e que não havia motivos para que eles se rejeitassem mutuamente, Paulo pede aos irmãos de Roma que sigam o exemplo de Cristo e também aceitem-se uns aos outros.

POR OUTRO PONTO DE VISTA

Agora veja toda essa história de um outro ponto de vista: Paulo estava explicando aos irmãos de Roma que o sentimento de rejeição que eles nutriam de uns para com os outros talves tivesse suas raízes no fato de que eles não se reconheciam aceitos incondicionalmente por Cristo, mas sim por seu méritos pessoais.

Eles ainda lutavam com o entendimento equivocado de que Deus aceita as pessoas com base no esforço que elas fazem para cumprir a Sua lei.

Eles não compreendia que todos aqueles que são alcançados pela Graça de Deus (judeus e gentios, homens e mulheres, pobre e ricos, cultos e incultos, casados, solteiros, escravos e livres) não encontram em si mesmos explicações razoáveis para isso.

Não sei por que de Deus o amor
A mim se revelou,
Por que razão o Salvador
Pra si me resgatou.

Ignoro como o Espírito
Convence-nos do mal,
Revela Cristo, Verbo seu,
Consolador real.

Não sei o que de mal ou bem
É destinado a mim;
Se maus ou áureos dias vêm,
Até da vida o fim.

E quando vem Jesus não sei,
Se breve ou tarde vem;
Mas sei que meu Senhor virá
Na glória que ele tem.

Mas eu sei em quem tenho crido,
E estou bem certo que é poderoso
Pra guardar o meu tesouro
Até o dia final.

Quando você não se reconhece alvo da aceitação incondicional de Cristo, mas lá no íntimo acha que Cristo o aceitou com base em algum mérito seu, você fica exposto a se sentir rejeitado por Deus sempre que faz algo errado, isto é, sempre que você peca você sente que Deus não quer mais conversa com você .

Paulo estava admitido que esse sentimento de ser rejeitado por Deus acaba nos tornando pessoas que também rejeitam os outros.

Você se sente aceito por Jesus? Às vezes sim e às vezes não? Essa é uma questão muito importante e devemos recorrer às Escrituras para certificarmo-nos da verdade. Então quando a verdade estiver clara para você, deixe que ela a liberte para viver livre em Cristo Jesus.

VOCÊ FOI CONVIDADO PELO DONO DA FESTA

A primeira coisa que você deve saber é que foi Jesus quem convidou você para caminhar com Ele. Não foi você quem procurou  Cristo, você foi procurado e atraído por Deus, convidado pelo Filho a fazer parte da família de Deus e viver desde agora a vida que Deus preparou para você.

Vinde a mim todos os que estão cansado e sobrecarregados e eu os aliviarei... vinde a mim e encontrareis descanso para as vossas almas.

Esse convite singelo de Cristo foi feito sem condição alguma. Quando você aceitou o convite de Cristo e entregou a Ele a direção da sua vida, (1) reconheceu que estava indo no rumo errado e que estava disposto a mudar o destino da sua vida (isso é o que a bíblia chama de arrependimento); (2) você tomou essa decisão confiando em Cristo e em suas palavras (isso é o que a bíblia chama de ).

Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu lhes darei descanso...

O convite de Jesus é uma prova de que você não é um intruso na grande festa da salvação. Você não está na festa de penetra. Você foi convidado pelo dono da festa porque por ele o aceitou em Sua família.

Então, você deve afirmar para si mesmo, confiado na aceitação de Cristo, que os sentimentos de auto-rejeição que assediam sua mente não têm correspondência com a verdade; você foi aceito incondicionalmente por Cristo.

Não importa seu passado obscuro, nem seu presente confuso. Quando você aceitou a convite de Cristo e foi correndo em direção a Ele, os braços dele se abriram para abraça-lo(a) e recebê-lo(a). Você se tornou parte da grande família de Deus e a festa foi preparada para você.

CELEBRE! ELE NÃO VAI  VOLTAR ATRÁS

A segunda coisa que você não pode esquecer é que Jesus não muda de opinião. Ele não é o tipo de pessoa que primeiro acolhe e depois rejeita. Quando ele nos aceitou foi algo definitivo.

Isso é assim exatamente porque você foi aceito por Ele não com base no que você é capaz de fazer, mas com base no amor do Pai por você. Jesus certa vez afirmou:

37  Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. 38  Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. 39  E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40  Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia". Joã 6:37-40 

Essa aceitação irrevogável deve produzir em você gratidão e disposição para viver a vida conforme a grandeza desse amor. O fato de que o amor de Deus não volta atrás, deve nos encorajar a viver uma vida que honra e valoriza esse amor, não uma vida sem compromisso com aquele que nos amou.

Deus tinha propósitos quando Cristo aceito você dessa maneira, incondicional e irrevogavelmente. Ele queria ao mesmo tempo protegê-lo e fazer descansar o seu coração.

Ao aceitar você incondicionalmente, Deus o está livrando do engano de achar que isso tudo tem alguma coisa a ver com seu esforço ou mérito pessoal. É pura Graça precedida de misericórdia! Dessa maneira você não precisa continuar levando nas costas o fardo de “fazer por onde” para ser aceito. Você está livre para viver a vida que Deus preparou para você.

Da mesma forma, ao aceitá-lo irrevogavelmente Deus deseja que seu coração encontre paz e descanso por meio da confiança no amor de Deus, que não volta atrás. Assim você não precisa ficar com medo de ser expulso da festa porque derrubou e quebrou um copo de Cristal ou pisou no pé de alguém. Você está livre para participar da festa do jeito que você é.

CONCLUSÃO

Voltamos agora ao começo. Uma vez que nós compreendemos e experimentamos a aceitação de Cristo em nossas vidas, somos chamados a aceitar os nossos irmãos da mesma maneira como Cristo nos acolheu: sem impor condições nem ameaçar voltar atrás.

Um seguidor de Jesus, acolhido por Ele, não tem qualquer base nem explicação justificável para rejeitar seus irmãos em Cristo, não importa o motivo. Você pode pensar diferente, você pode não gosta de como ele faz, você pode discordar do jeito que ele aje, mas você não pode rejeitar aquele que Jesus aceitou. Ele é seu irmão porque foi gerado pelo mesmo pai, não por uma questão de opção sua ou dele.

Um seguidor de Jesus, acolhido por ele não deve alimentar sentimentos de rejeição por causa das diferenças circunstanciais entre nós, porque em Cristo somos um!

Vocês tem confiado em Jesus Cristo, e por isso todos vocês são filhos de Deus... Assim que não importa se são judeus ou gentios, se são escravos ou livres, ou se homens ou mulheres. Se estão unidos a Jesus Cristo, todos são iguais. (Gl. 3:26,27 BLS)

Um seguidor de Jesus, aceito incondicional e irrevogavelmente por Ele não deve se deixar tomar por sentimentos de rejeição por outros pecadores, que precisam ser acolhidos tanto quanto ele precisou.

Estabelecer critérios para rejeitar ou aceitar pessoas no Corpo de Cristo não é seu papel. Deus não o constituiu juiz das outras pessoas. Você não recebeu a incubência de fazer uma triagem na porta do céu. Lembre-se de que você foi aceito por Cristo apesar de quem você era (e é).

Por fim, meu irmão e irmão, cultive em você o mesmo sentimento e atitude que Cristo teve e deixe que o Espírito Santo o use para acolher as pessoas em sua volta com o  mesmo amor que você foi acolhido por Jesus: um amor que não impõe condições nem ameça voltar atrás.

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