Introdução
Que igreja seremos no futuro? As decisões que fazemos hoje é que determinam o tipo de igreja que seremos. Planos e projetos são bons, mas não são suficientes para dar direção a uma igreja. A direção de uma igreja é o resultado da decisão de cada um de nós.
Seremos uma igreja que serve ou é servida?
Qual é a sua decisão, servir ou ser servido?
Nós sabemos que decisão devemos tomar, mas saber a decisão certa não muda nada na vida da gente. O que muda é tomar a decisão certa.
A maioria de nós é capaz de falar muitas coisas bonitas sobre servir, mas poucos são aqueles que se colocam a serviço dos outros. Por quê?
Como cristão conhecemos o valor do servir, mas na prática não nos sentimos atraídos por ele porque nos sentimos diminuídos quando servimos.
Em nossa forma de pensar, servir é uma falta de opção. Nossos filhos são treinados e orientados para estudar e progredir na vida. Esse progresso é sinônimo de ter o que quiser e ser servido pelas outras pessoas.
Na economia o serviço é um bem que é vendido e comprado. Quem não possui propriedades e não tem dinheiro acumulado, vende os seus serviços para sobreviver,
Para muitas pessoas o serviço é considerado uma humilhação porque a posição social de quem serve está ligada ao status do escravo: alguém que não tem liberdade, que é obrigado a fazer aquilo que os outros se negam a realizar.
Por esses e outros motivos, servir soa tão mal aos nossos ouvidos.
Jesus e o serviço
Que tipo de pessoa você quer ser? Alguém que serve ou alguém que é servido? O que realmente é melhor para nós? Qual a melhor decisão para a sociedade? Qual é o tipo de atitude que nos tornará parceiros de Deus para restaurar o mundo que ele planejou para nós?
Precisamos olhar para Jesus. Ele tem uma forma própria de considerar essa questão. A maneira de Jesus ver a decisão entre servir e ser servido é revolucionária porque vai contra o senso comum da humanidade.
Acontece que esse senso comum foi afetado pela nossa distância de Deus e do projeto dele para nós. Por isso, não podemos confiar nele. É preferível confiar em Jesus e no jeito como ele ver todas as coisas, inclusive quanto a essa tensão entre servir e ser servido.
Hoje vamos ver dois textos que nos ajudarão a conhecer melhor a opinião do Filho de Deus sobre servir e ser servido. O primeiro está no evangelho de Marcos 10:32-41 e o segundo é João 13:1-17.
(32) Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo: (33) Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; (34) hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará. (Mar 10:32-34)
Era um clima tenso e cheio de apreensões. Jesus e seus discípulos estavam indo em direção a Jerusalém onde uma multidão de peregrinos de todas as partes se reunia todos os anos.
Jesus sabia que aquela seria sua última viagem a Jerusalém e passou a compartilhar com seus discípulos os acontecimentos que estavam prestes a ocorrer. Jesus não queria que eles estivessem à parte do plano de Deus.
Os sacerdotes e escribas judeus fariam um complô para prender Jesus e condená-lo à morte. Depois disso, Jesus seria entregue aos romanos para que a sentença fosse cumprida.
Além disso esse seria um momento de humilhação e zombaria. Jesus seria alvo de pouco caso, seria cuspido em sinal de desprezo e depois de toda a tortura física e emocional, ele seria por fim morto. Dá quase pra ver o rosto triste e o semblante cabisbaixo dos discípulos ao ouvir a descrição de Jesus.
Tiago e seu irmão João, depois de ouvir tudo, dizem que têm algo a pedir para Jesus.
(35) Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir. (36) E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? (37) Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.
Tiago e João estavam sintonizados em outro canal. Eles não compreendiam o agir de Deus. Para Eles não havia sentido naquilo que Jesus falava. Jesus era o messias vitorioso. Finalmente eles que estavam dominados pelos romanos seriam os dominadores. Jesus era o enviado de Deus. A questão mais importante para eles agora era: quem vai ser o segundo na hierarquia de poder do reino de Cristo?
Depois de três anos de caminhada lado ao lado com aqueles homens, ouvir o que Jesus ouviu dá vontade até de chorar. Mas Cristo, pacientemente, explica que eles não tinham noção do que estavam pedindo e que a preocupação deles com poder e posição não era saudável.
(38) Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado? (39) Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; (40) quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado. (Mar 10:35-40)
Acontece que toda essa história não passou despercebida aos demais apóstolos. Os outros ficaram indignados com a atitude de Tiago e João. Como é que eles tiveram a coragem de falar com Jesus antes de nós!?
(41) Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.
O pensamento de todos eles era o mesmo. O jeito que eles conheciam para fazer funcionar as coisas era com base no domínio e na opressão. Eles não queriam apenas libertar-se dos romanos, mas queriam se tornar eles mesmos os dominadores.
Dentro de nossas almas há uma enorme sede de controle e poder. Por quê. Porque somos inseguros e quando somos os maiorais, nos sentimos menos inseguros.
Um educador brasileiro chamado Paulo Freire, entendendo que a educação poderia libertar os oprimidos desenvolveu um método de alfabetização de adultos. Depois de anos de trabalho, ele afirmou algo que retrata essa sede da alma por dominar: quando o oprimido é libertado do opressor, ele assume o mesmo papel de opressão. O oprimido tem um opresso oculto em sua alma.
Jesus sabia disso. Então ele chamou os doze para perto de si para ensina algo a respeito de servir e ser servido.
(42) Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
Jesus reconhece que há um senso comum na humanidade pelo qual a dominação é a única forma de fazer a vida funcionar. Ele admite que nosso mundo caído, que não se importa com as idéias de Deus sobre vida encontrou um jeito para as coisas acontecerem: uma cadeia de opressão e domínio.
Opressão e domínio não podem conviver com o serviço voluntário e amoroso. Opressão e domínio têm como resultado um serviço doloroso e cheio de amargura. O sistema do mundo em que vivemos funciona assim. O serviço é extraído à força das pessoas, que servem porque são obrigadas a fazê-lo.
Aqueles que tem poder, não usam seu poder para servir, mas para serem servidos. Quem tem autoridade, não a usa em benefício dos outros, mas em benefício de si mesmo. Aqueles que foram colocados em posição de domínio sobre as pessoas, usam essa posição para atingir seu próprios objetivos, não para servi-las.
(43) Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; (44) e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. (Mar 10:41-44)
É nesse ponto que vem a palavra revolucionária de Cristo: entre vós não é assim. Jesus chama aqueles homens para se tornarem parceiros de Deus na reconstrução do mundo como Deus imaginou.
No mundo que Cristo deseja restaurar a marca daqueles que têm um grande caráter é o serviço. Grandes não são aqueles que têm pessoas a sua disposição para cumprir suas ordens, mas sim aqueles que se colocam a serviço das pessoas que estão ao seu redor.
No mundo que Cristo deseja restaurar, grandes são aqueles que têm como se não tivessem e são como se não fossem, porque devolvem qualquer poder e qualquer autoridade que receberam de Deus em forma de serviço para as outras pessoas.
No mundo que Cristo deseja restaurar, os primeiros são aqueles que em suas vidas se consideram com a obrigação de servir às pessoas. Esses sãos os recebem o reconhecimento do Pai.
Conclusão
Essa é a opinião de Cristo. Na verdade, não apenas a opinião esse foi o modo de vida de Cristo. Não há dúvidas que é revolucionário e utópico aos olhos humanos, mas é assim que o Filho de Deus vê o mundo funcionando.
Pode ser que a vida tenha lhe tornado cético, porque ela realmente tem essa capacidade. Você já viveu tantas frustrações e decepções que já não tem mais esperança em coisas como essas. Eu não quero desprezar o que você já viveu, apenas quero desafiá-lo a voltar a sonhar e experimentar acreditar nas palavras do Filho de Deus. A vida que Deus planejou para nós não pode ser insossa e sem esperança.
Pode ser você seja um jovem que está dando os primeiros passos por conta própria. Ouça as palavras de Cristo. Viver conforme a orientação Dele só vai trazer bons resultados para sua vida. Decida viver do jeito que Jesus viveu. Além disso, perceba que Cristo está chamando você para ser parceiro dele na reconstrução do mundo. Essa é uma grande aventura que você não pode perder. Decida servir.
Talvez você ouviu tudo isso e está enrolado como filhos, esposa, trabalho, chefes, igreja, família, contas, e dezenas de outras coisas. Sua pergunta é o que isso tudo tem a ver com a minha semana que começa amanhã?
Servir é priorizar as pessoas. Servir é reconhecer que os relacionamentos são mais importantes do que as tarefas e realizações. Servir é valorizar sua esposa e seus filhos e se deixar usar por deus para suprir suas necessidades; servir é decidir que você não está satisfeito com o mundo cão em que você vive, que você tem esperança de a vida possa ser melhor do que é hoje. Servir é ter esperança no coração de que o Reino de Deus virá e que você quer ser parceiro de Deus dizendo: venha o teu reino, seja feita a tua vontade.
03 dezembro 2008
24 novembro 2008
Sê Tu uma Bênção
Mensagem proferida no aniversário da Igreja Batista Alvorada em Eusébio
Estamos falando nesses encontros em ser uma bênção.
Abrimos mão de aguardar, de negociar ou exigir bênçãos de Deus para nos tornamos bênção na vida das pessoas.
Decidimos não mais fugir das pessoas, nem de nós mesmos, mas a nos colocarmos à disposição de Deus para sermos bênção para aqueles que estão próximos de nós.
Descobrimos que Deus deixou registrado nas Escrituras um jeito de ser que nos faz bênção na vida daqueles que nos cercam.
Amor, alegria, paz, paciência, bondade retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprios são as partes de um fruto que o Espírito quer produzir em nossas vidas.
• Para amar alguém é preciso primeiro receber amor de Deus;
• Quando nossa confiança está no Senhor, a alegria é real;
• A paz nasce da reconciliação com Deus;
• Quando nossos olhos estão na eternidade somos pacientes;
• Precisamos desejar, esperar e faze o bem aos outros;
• Devemos optar pelo bem em nossas vidas;
• Fidelidade é marca de quem é leal aos pactos que fez;
• A mansidão é abrir mão dos próprios direitos;
• Aquele que domina seus impulsos pode ser bênção para outros.
Introdução
No encontro que entre Deus e Abrão, Deus tomou três iniciativas:
Fez um chamado: sai da tua terra
Fez uma promessa: abençoarei e engradecerei
Fez um desafio: seja uma bênção
Veja que ser bênção a terceira coisa que aparece no texto. Primeiro é há um chamado depois uma promessa, por último tornar-se bênção.
Muitas vezes queremos ir direto para o final, mas é preciso passar pelo caminho completo. É preciso atender ao chamado, depois é preciso crer na promessa e por fim podemos viver o desafio.
Atender ao chamado
Deus fez um chamado para Abrão. Ele deveria deixar sua cidade natal, seus parentes e familiares e ir para um lugar que Deus não disse logo onde era.
Deus queria forma um povo que o amasse. Deus não nos criou para ficarmos longe dele, mas para sermos amigos dele. Por isso, ele chamou Abrão para deixar para trás o jeito de viver da cidade em que ele nasceu.
Harã era uma cidade onde as pessoas não se importavam com Deus. Em Harã, Deus não era honrado. As pessoas de Harã viviam suas vidas sem dar nenhuma atenção a Deus, elas preferiam cuidar dos seus afazeres, correr atrás do pão de cada dia e cumprir suas obrigações religiosas.
Mas Deus queria mais ele queria que as pessoas se aproximassem dele, conhecessem que Ele era e se tornassem seus amigos. Por isso ele chamou Abrão.
Deus hoje está chamando você, meu amigo e você, meu irmão para deixar o modo de viver da sua parentela, deixar de viver a vida sem se importar com Ele, para se tornar um amigo de Deus. Ele quer que você o conheça, que você confie nele.
Assim como ele chamou Abrão, hoje ele chama você.
Quem vai dizer sim e atender ao chamado de Deus?
Crer na promessa
O chamado de Deus para Abrão não veio no vazio. Ele chamou a Abrão e imediatamente depois fez uma promessa: e abençoarei, em engrandecerei.
Deus não chama para humilhar, Deus não chama para destruir, Deus não chama para fazer passar necessidade, Deus não chama para amaldiçoar. Deus chama para abençoar.
Há belo trecho das Escrituras em que o Senhor afirma: eu sei os pensamentos que tenho a respeito de vós e são pensamentos de paz.
Deus quer transformar o seu caráter e mudar a sua vida. Ele não se alegra com a dor que consome a sua alma, Ele não tem prazer no seu sofrimento, Ele não suporta vê-lo vivendo uma vida pequena sem sentido. Deus tem o propósito de tornar você parecido com Cristo Jesus.
Deus fez promessas a Abrão e ele creu. O escritor de Hebreus diz que isso foi o que aproximou Abrão de Deus: Crer na promessa.
Hoje Deus faz a mesma promessa: ele abençoará você, sua vida e sua família. Quem hoje vai dizer sim e crer nas promessas de Deus?
Viver o desafio
O final daquele encontro dentre Deus e Abrão foi um desafio de vida: Sê tu uma bênção! Viva de forma que as pessoas em volta de você sejam abençoadas por suas palavras e atitudes. Vida de forma que aqueles que o cercam recebam a bênção que você receberá de mim.
Ninguém pode ser bênção sem abandonar o modo de vida descomprometido com Deus. Não dá pra viver o desafio de ser bênção se não nos importamos com Deus.
Para viver o desafio de ser bênção na vida das pessoas é preciso crer nas promessas que Deus faz. Não dá pra ser bênção sem antes ser abençoado por Deus.
Você que ser bênção? Você quer viver o desafio?
Eu quero lhe encorajar a dar esse dois passos importantes hoje: Você precisa dizer hoje dois “sins”.
Você precisa dizer sim, eu decido abandonar meu jeito de viver sem compromisso com Deus e passar a viver uma vida de amizade com Deus por meio de Jesus Cristo.
Você precisa dizer sim, eu decido crer nas promessas de Deus e aceito a bênção dele em minha vida. Eu recebo as bênçãos do Pai, através de Cristo Jesus.
Agora você está pronto para ser uma bênção.
16 novembro 2008
Que igreja seremos - Separados pelo Imediatismo
Introdução
Essa é outra poderosa muralha que nos separa uns dos outros e impede o amor de acontecer: Se no passado algumas sociedade adotaram o imediatismo como orientação de vida, nunca na história humana ele se tornou um padrão global como agora vemos e vivemos.
Há uma lenda judaica que fala sobre imediatismo.
Dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo.
Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.
Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera. Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.
O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verde. Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado. Então ambos entenderam o trabalho do semeador.
Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar. O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro. E voltou para a cidade, fugindo do campo.
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viu-o levar o trigo para o celeiro. Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.
Somos uma geração que se acostumou com coisas instantâneas. Estamos longe da árdua tarefa de cultivar a terra e por isso desconhecemos a lei do plantio e da colheita. Perdemos a habilidade de esperar o tempo necessário para que a vida aconteça de forma natural. Queremos tudo imediatamente.
• Um clique e temos luz;
• Giramos a torneira e temos água;
• Usamos o telefone e falamos com pessoas distantes;
• Vamos ao supermercado e temos todo o alimento que quisermos;
• As filas nos dão a sensação de prejuízo (perda de tempo);
• Computadores lentos são repudiados.
• A falta de objetividade das pessoas nos incomoda;
• Pessoas que não acendem com um clique são menosprezadas;
• Gente que toma o nosso tempo nos causa prejuízo;
• Pessoas confusas e lentas em aprender são repudiadas;
• Gente que não acerta de primeira, não é chamada de novo
Ninguém quer ou precisa abrir mão das facilidades que o progresso nos trouxe, mas precisamos compreender que rapidez e agilidade podem ser ótimas conquistas para o nosso conforto, mas não devem invadir nossos relacionamentos na forma de imediatismo, sob pena de coisificarmos as pessoas e de o amor ser impedido de acontecer.
Por que gostamos de coisas instantâneas?
Pode ser que alguns falem que gostamos de coisas instantâneas porque isso reduz o trabalho, mas eu creio que o imediatismo de nossos dias parece estar profundamente enraizado não no benefício da redução do trabalho, mas na maneira com que nos relacionamos com tempo.
Para a grande maioria da sociedade ocidental o tempo é um bem de consumo avaliado pelas leis econômicas. A máxima de que tempo é dinheiro dá a dimensão da importância desse “produto”.
Mas porque o tempo tem tanto valor se ele é um bem abundante e disponível para todos? A questão é que o tempo é volúvel (isto é, se dissipa rapidamente) e imprevisível (pode chegar ao fim sem nenhum aviso), por isso é tão precioso.
O que faz o tempo se volúvel e imprevisível? A morte. A expectação do fim da vida é que torna o tempo tão preciso. Quanto menor for o horizonte do tempo disponível, mas importante esse tempo se torna.
Muitas pessoas que recebem a notícia do fim provável de suas vidas, são capazes de repensar seus hábitos e refazer sua escala de valores; embora uma notícia como essas também seja capaz de até antecipar o fim de outras pessoas.
Alguns idosos são capazes de se desligar de coisas e situações da quais, em sua juventude, achavam impossível abrir mão, porque agora entendem melhor o valor do pouco tempo que lhes resta; embora outros idosos se tornem ainda mais exigentes, apegados a si mesmos e imediatistas.
A verdade é que quando não há tempo (ou temos a sensação de que o tempo é curto), nos sentimos pressionados, acuados e nos tornamos imediatistas. Então, nossa escala de valores se revela e priorizamos aquilo que realmente é mais importante para nós.
A questão é que se a morte for o ponto final do tempo, então estamos todos destinados ao imediatismo. Os seguidores de Jesus não pensam assim, por isso podem viver libertos do imediatismo.
Nesse mundo, há tempo para todas as coisas.
(1) HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: (2) Tempo para nascer, tempo para mor¬rer; tempo para plantar, tempo para colher; (3) tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; (4) tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; (5) tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; (6) tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; (7) tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; (8) tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz. (9) Que vantagem o homem tem com o trabalho pesado, que cansa tanto? (10) Vendo os vários tipos de trabalho que Deus deu aos homens, fiquei pensando nessa pergunta. (11) Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Ecc 3:1-11)
Mas não há só esse mundo.
1Co 15:19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
Quando entendemos que o tempo foi criado por Deus como uma dimensão humana, mas que ele mesmo está fora do tempo, podemos que um dia estaremos libertos do tempo.
Quando nossos horizontes de tempo são alargados para a eternidade, o imediatismo não encontra lugar para prosperar.
Quando passamos a viver a vida na perspectiva da eternidade, a pressão pelo imediato se dissipa e ganhamos tempo para fazer o que há de mais importante: amar as pessoas de forma prática, dedicando nosso precioso tempo.
Quando nossos olhos estão postos na promessa feita por Cristo de que estaremos com ele, o tempo deixa de ser nosso inimigo e passa a ser nosso aliado.
Se queremos derrubar a muralha do imediatismo, precisamos da eternidade em nosso coração e a convicção de que o Senhor estará conosco aqui enquanto amamos os irmãos e esperamos a promessa.
Essa é outra poderosa muralha que nos separa uns dos outros e impede o amor de acontecer: Se no passado algumas sociedade adotaram o imediatismo como orientação de vida, nunca na história humana ele se tornou um padrão global como agora vemos e vivemos.
Há uma lenda judaica que fala sobre imediatismo.
Dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo.
Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.
Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera. Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.
O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verde. Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado. Então ambos entenderam o trabalho do semeador.
Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar. O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro. E voltou para a cidade, fugindo do campo.
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viu-o levar o trigo para o celeiro. Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.
Somos uma geração que se acostumou com coisas instantâneas. Estamos longe da árdua tarefa de cultivar a terra e por isso desconhecemos a lei do plantio e da colheita. Perdemos a habilidade de esperar o tempo necessário para que a vida aconteça de forma natural. Queremos tudo imediatamente.
• Um clique e temos luz;
• Giramos a torneira e temos água;
• Usamos o telefone e falamos com pessoas distantes;
• Vamos ao supermercado e temos todo o alimento que quisermos;
• As filas nos dão a sensação de prejuízo (perda de tempo);
• Computadores lentos são repudiados.
• A falta de objetividade das pessoas nos incomoda;
• Pessoas que não acendem com um clique são menosprezadas;
• Gente que toma o nosso tempo nos causa prejuízo;
• Pessoas confusas e lentas em aprender são repudiadas;
• Gente que não acerta de primeira, não é chamada de novo
Ninguém quer ou precisa abrir mão das facilidades que o progresso nos trouxe, mas precisamos compreender que rapidez e agilidade podem ser ótimas conquistas para o nosso conforto, mas não devem invadir nossos relacionamentos na forma de imediatismo, sob pena de coisificarmos as pessoas e de o amor ser impedido de acontecer.
Por que gostamos de coisas instantâneas?
Pode ser que alguns falem que gostamos de coisas instantâneas porque isso reduz o trabalho, mas eu creio que o imediatismo de nossos dias parece estar profundamente enraizado não no benefício da redução do trabalho, mas na maneira com que nos relacionamos com tempo.
Para a grande maioria da sociedade ocidental o tempo é um bem de consumo avaliado pelas leis econômicas. A máxima de que tempo é dinheiro dá a dimensão da importância desse “produto”.
Mas porque o tempo tem tanto valor se ele é um bem abundante e disponível para todos? A questão é que o tempo é volúvel (isto é, se dissipa rapidamente) e imprevisível (pode chegar ao fim sem nenhum aviso), por isso é tão precioso.
O que faz o tempo se volúvel e imprevisível? A morte. A expectação do fim da vida é que torna o tempo tão preciso. Quanto menor for o horizonte do tempo disponível, mas importante esse tempo se torna.
Muitas pessoas que recebem a notícia do fim provável de suas vidas, são capazes de repensar seus hábitos e refazer sua escala de valores; embora uma notícia como essas também seja capaz de até antecipar o fim de outras pessoas.
Alguns idosos são capazes de se desligar de coisas e situações da quais, em sua juventude, achavam impossível abrir mão, porque agora entendem melhor o valor do pouco tempo que lhes resta; embora outros idosos se tornem ainda mais exigentes, apegados a si mesmos e imediatistas.
A verdade é que quando não há tempo (ou temos a sensação de que o tempo é curto), nos sentimos pressionados, acuados e nos tornamos imediatistas. Então, nossa escala de valores se revela e priorizamos aquilo que realmente é mais importante para nós.
A questão é que se a morte for o ponto final do tempo, então estamos todos destinados ao imediatismo. Os seguidores de Jesus não pensam assim, por isso podem viver libertos do imediatismo.
Nesse mundo, há tempo para todas as coisas.
(1) HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: (2) Tempo para nascer, tempo para mor¬rer; tempo para plantar, tempo para colher; (3) tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; (4) tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; (5) tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; (6) tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; (7) tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; (8) tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz. (9) Que vantagem o homem tem com o trabalho pesado, que cansa tanto? (10) Vendo os vários tipos de trabalho que Deus deu aos homens, fiquei pensando nessa pergunta. (11) Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Ecc 3:1-11)
Mas não há só esse mundo.
1Co 15:19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
Quando entendemos que o tempo foi criado por Deus como uma dimensão humana, mas que ele mesmo está fora do tempo, podemos que um dia estaremos libertos do tempo.
Quando nossos horizontes de tempo são alargados para a eternidade, o imediatismo não encontra lugar para prosperar.
Quando passamos a viver a vida na perspectiva da eternidade, a pressão pelo imediato se dissipa e ganhamos tempo para fazer o que há de mais importante: amar as pessoas de forma prática, dedicando nosso precioso tempo.
Quando nossos olhos estão postos na promessa feita por Cristo de que estaremos com ele, o tempo deixa de ser nosso inimigo e passa a ser nosso aliado.
Se queremos derrubar a muralha do imediatismo, precisamos da eternidade em nosso coração e a convicção de que o Senhor estará conosco aqui enquanto amamos os irmãos e esperamos a promessa.
12 novembro 2008
Que igreja seremos, que ama ou rejeita?
Introdução
Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Já pensou nisso?
Igrejas são como pessoas: têm a mesma natureza, buscam objetivos parecidos, mas são bem diferentes umas das outras. Assim, como não há uma pessoa exatamente igual a outra (até os gêmeos idênticos têm suas diferenças), também não há duas igrejas exatamente iguais.
Essa realidade parece ser simples e lógica quando apresentada dessa maneira, mas muitas pessoas não conseguem aplicar essa verdade à sua vida na igreja de Jesus.
Há quem saia de uma igreja para outra (porque mudou-se de cidade/bairro, ou porque encontrou uma comunidade em que sentiu-se mais à vontade) e alimente a expectativa de reviver as mesmas experiência que teve no passado. Sem dúvida essa pessoas viverão frustradas. Não há igrejas iguais, por isso, as circunstâncias vividas no passado também não podem ser reproduzidas.
Também há pessoas que olham para o passado de forma saudosa e sentimental, esperando que os dias de hoje tenham as mesmas cores que marcaram suas memórias em dias passados, mas isso não acontecerá. Ao tentarem reproduzir as cores do passado, essas pessoas acabam perdendo as cores do presente; cores que o Senhor está usando para pintar uma nova obra de arte.
Há quem tenha seu tipo de igreja bem definido em sua mente. O tipo que têm em mente é o jeito certo de viver e fazer igreja. Por isso, quando ouvem outras pessoas ficam frustrados e indignados ao descobrirem que há quem tenha idéias bem diferentes. Mas é preciso entender que a igreja é uma coletividade, e ninguém pode esquecer isso.
Assim como um corpo, um organismo vivo, a igreja funciona e se desenvolve através da diversidade da atuação de seus membros, isto é, sermos e agirmos diferente um dos outros é que nos possibilita a ser o corpo de Cristo.
A igreja está em constante mudança, porque as pessoas estão em constante mudança. Uma igreja muda no transcorrer de sua história; e em nossos dias precisa mudar senão se tornará obsoleta diante dos desafios que se avolumam em nossa sociedade.
Será que uma igreja pode decidir o rumo de suas mudanças? Será possível uma determinada igreja escolher a direção para onde deseja mudar? Será que podemos pedir ao Senhor que nos faça ser uma igreja com estas e aquelas características? Será razoável para Deus que sua igreja almeje ser de um jeito e não de outro?
Eu creio que sim. Assim como cada um de nós pode orar ao Senhor e pedir que ele nos transforme, nos faça pessoas diferentes do que somos, também podemos, como igreja, clamar ao Senhor para nos transformar e nos fazer uma igreja diferente. Podemos pedir que Ele conduza sua igreja para que ela se torne o desejo do coração do Pai para os dias difíceis que vivemos.
Que tipo de igreja somos hoje? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Durante as próximas semanas será essa nossa reflexão.
Uma igreja que ama, ou uma igreja rejeita
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita?
Pode parecer estranho contrapor amor e rejeição. Normalmente colocamos de um lado da balança o amor e do outro lado o ódio. Mas nem sempre é assim: o amor se sente pelo outro, sofre quando o outro está sofrendo e festeja quando o outro está feliz. Mas a decisão de não amar resulta na rejeição muda, na desconsideração, na falta de sensibilidade para com a dor ou alegria do outro.
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita? Nós devemos decidir isso agora. Eu e você decidiremos a direção para onde irá a Igreja do Caminho ao decidirmos a direção para nossas vidas irão. Seremos pessoas que amam, ou pessoas que rejeitam. Como será a igreja do Caminho? O futuro é decido no presente.
Em relação aos seus irmãos em Cristo?
Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita. Vejamos o que dizem as escrituras sobre isso em 1 João 3.10-16.
Assim, agora podemos dizer quem é filho de Deus e quem é de Satanás. Todo aquele que vive uma vida de pecado e não ama a seu irmão mostra que não está na família de Deus. Porque a mensagem enviada a nós desde o princípio tem sido que devemos amar uns aos outros.
Não devemos ser como Caim, que era de Satanás e matou a seu irmão. Por que ele o matou? Porque Caim estava praticando o mal e sabia muito bem que a vida do seu irmão era melhor do que a dele. Portanto, não se admirem, queridos amigos, se o mundo odiá-los.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna. Qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração; e vocês sabem que ninguém que deseja matar tem a vida eterna dentro de si. Nós sabemos o que é o amor verdadeiro pelo exemplo de Cristo, ao morrer por nós. E, portanto nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. (1 João 3.10-16)
Amar o irmão não é uma questão de sentimento ou empatia. Não tem essa coisa de energia positiva ou identificação. Amar é uma decisão que nasce no íntimo daqueles que foram alcançados pelo amor de Deus.
A prova de que você nasceu de novo, isto é, de que foi gerada em você uma nova natureza pelo Espírito de Deus, não é a quantidade de conhecimento que você tem da Bíblia ou o tipo de dom espiritual que você tem. A prova de que você foi liberto do inferno e recebeu a vida eterna não é o seu falar bonito, nem sua prosperidade financeira, mas sua disposição para amar o seu irmão. Mas o que é amar o irmão?
Amar o irmão é não rejeitá-lo por causa dos pecados do passado.
Há quem se alegre em amar aqueles que têm uma vida certinha, que fizeram tudo sempre correto e que parecem ser exemplos irretocáveis de procedimento. Mas a prova de que você foi liberto do inferno é sua disposição em amar o seu irmão, mesmo que o passado dele seja sombrio o tortuoso.
1-2 Entretanto, Saulo, ameaçador e desejoso de destruir todos os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao supremo sacerdote, em Jerusalém, pedindo-lhe que lhe fosse passada uma carta credencial dirigida às sinagogas de Damasco, exigindo a cooperação destas na perseguição de quaisquer seguidores do Caminho que Saulo aí encontrasse, tanto homens como mulheres, para que pudesse levá-los acorrentados para Jerusalém.
3-4 Ao aproximar-se de Damasco no cumprimento desta missão, uma luz brilhante vinda do céu fixou-se, de súbito, sobre ele. Caindo no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5-6 Quem és tu, Senhor?, perguntou. Sou Jesus, aquele a quem tu persegues! Levanta-te, vai para a cidade e espera por instruções minhas.
7 Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de surpresa, pois ouviam uma voz mas não viam ninguém
8-9 Quando Saulo se levantou, verificou que deixara de ver. Tiveram de o levar pela mão até Damasco, onde ficou três dias sem comer nem beber.
10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias, a quem o Senhor falou numa visão, chamando-o: Ananias!Aqui estou, Senhor!, respondeu.
11 O Senhor disse: Vai à rua Direita, procura em casa de Judas um homem chamado Saulo de Tarso. Neste momento está ele a orar, pois mostrei-lhe em visão alguém chamado Ananias que deverá procurá-lo e que porá as mãos sobre ele para que torne a ver!
13-14 Mas, Senhor, exclamou Ananias, contaram-me coisas terríveis que este homem fez aos crentes de Jerusalém! E consta que tem mandatos de prisão, passados pelos principais dos sacerdotes, autorizando-o a prender, em Damasco, todos os que invocam o teu nome!
15-16 O Senhor insistiu: Vai, pois Saulo é o meu instrumento escolhido para levar a minha mensagem às nações e até à presença dos reis, bem como ao povo de Israel. E mostrar-lhe-ei quanto ele deverá sofrer por mim.
17 Ananias obedeceu. Na presença de Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse-lhe: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, enviou-me para que sejas cheio do Espírito Santo e tornes a ver.
18 Imediatamente, caindo-lhe como que umas escamas dos olhos, Saulo recuperou a vista, e, levantando-se, foi batizado. (Atos 9.1-18)
O sujeito conhece alguém na igreja e começa a conversar. No domingo seguinte, ele já procura o irmão, cumprimenta, pergunta sobre a semana. Duas semanas depois ele diz pra esposa o quanto aquele irmão é gente fina. Um mês depois as famílias saem junto depois do culto. Seis meses depois, ele descobre que o irmão foi arrastado por Deus de práticas homossexuais.
Os olhos se arregalam, o semblante caído e o ar de decepção estampado na cara. Aí ele diz pra esposa: puxa, e eu que imaginava que ele era um bom sujeito. Aí, passa a sentar nas cadeiras do outro lado, depois do culto sai rapidinho e avisa para o filho que é melhor ele não conversar muito com o filho daquele irmão.
Que amor há em uma atitude como essa? Porque teimamos em achar que os pecados dos outros são mais graves do que os nossos? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando o seu passado.
Amar o irmão é não desprezá-lo porque ele é diferente de você.
Muitos de nós temos dificuldade para lidar com o diferente. Alguns desejariam conviver apenas com aqueles que eles consideram parecidos por que têm uma cultura semelhante, uma posição social próxima, uma condição financeira parecida e melhor ainda se tiver o mesmo nível acadêmico.
Onde está o amor quando alguém seleciona as pessoas que o agradam e exclui aquelas que ele acha menos interessantes, porque são diferentes dele? (alguns consideram até inferiores)
Não está mente que pensa assim cheia de arrogância e soberba? Tiago fez um alerta em sua carta que nos servirá de reflexão neste momento.
Queridos irmãos, como vocês podem alegar que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se mostrarem preferência por gente rica e desprezarem os pobres?
Se entrar na igreja de vocês um homem vestido de roupas custosas e com preciosos anéis de ouro nos dedos, e no mesmo instante entrar outro homem, pobre e vestido de roupas velhas, e vocês fizerem um grande alvoroço com o homem rico, e lhe derem o melhor assento da casa, e disserem ao homem pobre: ”você pode ficar em pé ali, se quiser, ou então se sente no chão” – ora, este tipo de procedimento lança uma interrogação sobre a fé que vocês têm – vocês afinal de conta, são realmente cristãos? – e mostra que vocês estão sendo dirigidos por propósitos errados. (Tiago 2.1-4)
Se o sujeito é muito alto vira piada porque é alto; se muito baixo, fica fora do grupo porque é baixinho. Se os cabelos são crespos, não faz parte do grupinho; se os cabelos são escorridos também fica de fora. Se for magro, tá doente; se é gordo não é chamado para participar.
Se for negro, não faz parte do clube; mas se for japonês pode. Se tiver nível superior, eu paro pra conversar; se não tiver, não vale a pena; se veio de carro pra igreja, eu corro pra falar com o sujeito; se veio de ônibus, e melhor ele ir logo antes que fique tarde. Se ela tem marido e filhos, eu me aproximo; mas, se é mãe solteira, é melhor não misturar as coisas;
Onde está o amor? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim.
O Apóstolo Pedro viveu uma experiência muito marcante a respeito dessa atitude desastrosa que é a exclusão das pessoas que são diferentes de nós. Os judeus sempre foram um povo fechado, para dentro de si mesmos. No dias de Jesus eles esperavam um messias que vinha como uma promessa de Deus para libertá-los dos opressores, mas Deus os surpreendeu enviando um messias não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade. Os judeus eram exclusivistas, mas Deus, em Cristo Jesus, incluiu todos os seres humanos.
Para quebrar essa atitude e libertar o evangelho de Cristo para o restante do mundo, o Senhor revelou-se em sonho para Pedro e pediu que ele matasse e comesse animais que eram considerados impuros pelos judeus. Pedro disso que jamais faria isso, mas o Senhor insistiu três vezes dizendo que Pedro não deveria considerar impuro algo que Deus estava dizendo que era puro.
Depois disso, o Senhor o enviou para falar do messias para alguém que não era judeu. Como alguém que não era judeu poderia compreender algo sobre o messias? Como alguém que não era judeu poderia ser abençoado pelo Deus dos judeus? Pedro precisava decidir se iria amar ou rejeitar. Ele decidiu amar.
No dia seguinte foi com eles, acompanhado por alguns outros crentes de Jope. 24 Chegaram a Cesareia no outro dia; Cornélio esperava-o já na companhia de parentes e amigos íntimos.
25-26 Cornélio, logo que Pedro entrou na sua casa, lançou-se-lhe aos pés para o adorar mas Pedro impediu-o: Levanta-te, que sou um homem como tu! 27 Cornélio levantou-se e conversaram juntos e entraram para dentro onde os outros estavam reunidos.
28 Pedro disse-lhes: Sabem que é contra as leis judaicas eu entrar assim num lar de estrangeiros. Mas Deus mostrou-me numa visão que nunca deveria considerar alguém meu inferior .29 Apressei-me pois a vir, e agora digam-me porque me mandaram vir.
30 Cornélio respondeu: Há quatro dias, estava eu a orar como de costume às três horas da tarde, quando me apareceu um homem com roupas brilhantes 31 que me disse: 'Cornélio, as tuas orações são ouvidas e Deus reparou nos teus actos de caridade.32 Envia alguns homens a Jope e manda vir Simão Pedro, que está a ficar em casa de Simão o curtidor, que mora perto do mar'.
33 Assim, mandei-te vir imediatamente, e fizeste bem em vir depressa. Estamos todos presentes diante de Deus, ansiosos por ouvir o que ele te mandou dizer-nos!
34 E Pedro respondeu: Vejo bem que os judeus não são os únicos favoritos de Deus!35 Ele aceita pessoas de todas as nações que o temem e fazem o que é justo.
Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim. E amar os que são diferentes porque Deus não faz acepção de pessoas, o amor deles alcança a todos e está disponível a todos.
Conclusão
Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos?
Isso depende da sua decisão hoje, a cada dia.
Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita.
Qual será sua decisão? O desafio das Escrituras hoje é para que você decida dispor seu coração para amar.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna.
Se você decidir rejeitar, esta será uma igreja que rejeita; mas se você decidir amar, esta será um igreja que ama.
Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Já pensou nisso?
Igrejas são como pessoas: têm a mesma natureza, buscam objetivos parecidos, mas são bem diferentes umas das outras. Assim, como não há uma pessoa exatamente igual a outra (até os gêmeos idênticos têm suas diferenças), também não há duas igrejas exatamente iguais.
Essa realidade parece ser simples e lógica quando apresentada dessa maneira, mas muitas pessoas não conseguem aplicar essa verdade à sua vida na igreja de Jesus.
Há quem saia de uma igreja para outra (porque mudou-se de cidade/bairro, ou porque encontrou uma comunidade em que sentiu-se mais à vontade) e alimente a expectativa de reviver as mesmas experiência que teve no passado. Sem dúvida essa pessoas viverão frustradas. Não há igrejas iguais, por isso, as circunstâncias vividas no passado também não podem ser reproduzidas.
Também há pessoas que olham para o passado de forma saudosa e sentimental, esperando que os dias de hoje tenham as mesmas cores que marcaram suas memórias em dias passados, mas isso não acontecerá. Ao tentarem reproduzir as cores do passado, essas pessoas acabam perdendo as cores do presente; cores que o Senhor está usando para pintar uma nova obra de arte.
Há quem tenha seu tipo de igreja bem definido em sua mente. O tipo que têm em mente é o jeito certo de viver e fazer igreja. Por isso, quando ouvem outras pessoas ficam frustrados e indignados ao descobrirem que há quem tenha idéias bem diferentes. Mas é preciso entender que a igreja é uma coletividade, e ninguém pode esquecer isso.
Assim como um corpo, um organismo vivo, a igreja funciona e se desenvolve através da diversidade da atuação de seus membros, isto é, sermos e agirmos diferente um dos outros é que nos possibilita a ser o corpo de Cristo.
A igreja está em constante mudança, porque as pessoas estão em constante mudança. Uma igreja muda no transcorrer de sua história; e em nossos dias precisa mudar senão se tornará obsoleta diante dos desafios que se avolumam em nossa sociedade.
Será que uma igreja pode decidir o rumo de suas mudanças? Será possível uma determinada igreja escolher a direção para onde deseja mudar? Será que podemos pedir ao Senhor que nos faça ser uma igreja com estas e aquelas características? Será razoável para Deus que sua igreja almeje ser de um jeito e não de outro?
Eu creio que sim. Assim como cada um de nós pode orar ao Senhor e pedir que ele nos transforme, nos faça pessoas diferentes do que somos, também podemos, como igreja, clamar ao Senhor para nos transformar e nos fazer uma igreja diferente. Podemos pedir que Ele conduza sua igreja para que ela se torne o desejo do coração do Pai para os dias difíceis que vivemos.
Que tipo de igreja somos hoje? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Durante as próximas semanas será essa nossa reflexão.
Uma igreja que ama, ou uma igreja rejeita
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita?
Pode parecer estranho contrapor amor e rejeição. Normalmente colocamos de um lado da balança o amor e do outro lado o ódio. Mas nem sempre é assim: o amor se sente pelo outro, sofre quando o outro está sofrendo e festeja quando o outro está feliz. Mas a decisão de não amar resulta na rejeição muda, na desconsideração, na falta de sensibilidade para com a dor ou alegria do outro.
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita? Nós devemos decidir isso agora. Eu e você decidiremos a direção para onde irá a Igreja do Caminho ao decidirmos a direção para nossas vidas irão. Seremos pessoas que amam, ou pessoas que rejeitam. Como será a igreja do Caminho? O futuro é decido no presente.
Em relação aos seus irmãos em Cristo?
Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita. Vejamos o que dizem as escrituras sobre isso em 1 João 3.10-16.
Assim, agora podemos dizer quem é filho de Deus e quem é de Satanás. Todo aquele que vive uma vida de pecado e não ama a seu irmão mostra que não está na família de Deus. Porque a mensagem enviada a nós desde o princípio tem sido que devemos amar uns aos outros.
Não devemos ser como Caim, que era de Satanás e matou a seu irmão. Por que ele o matou? Porque Caim estava praticando o mal e sabia muito bem que a vida do seu irmão era melhor do que a dele. Portanto, não se admirem, queridos amigos, se o mundo odiá-los.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna. Qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração; e vocês sabem que ninguém que deseja matar tem a vida eterna dentro de si. Nós sabemos o que é o amor verdadeiro pelo exemplo de Cristo, ao morrer por nós. E, portanto nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. (1 João 3.10-16)
Amar o irmão não é uma questão de sentimento ou empatia. Não tem essa coisa de energia positiva ou identificação. Amar é uma decisão que nasce no íntimo daqueles que foram alcançados pelo amor de Deus.
A prova de que você nasceu de novo, isto é, de que foi gerada em você uma nova natureza pelo Espírito de Deus, não é a quantidade de conhecimento que você tem da Bíblia ou o tipo de dom espiritual que você tem. A prova de que você foi liberto do inferno e recebeu a vida eterna não é o seu falar bonito, nem sua prosperidade financeira, mas sua disposição para amar o seu irmão. Mas o que é amar o irmão?
Amar o irmão é não rejeitá-lo por causa dos pecados do passado.
Há quem se alegre em amar aqueles que têm uma vida certinha, que fizeram tudo sempre correto e que parecem ser exemplos irretocáveis de procedimento. Mas a prova de que você foi liberto do inferno é sua disposição em amar o seu irmão, mesmo que o passado dele seja sombrio o tortuoso.
1-2 Entretanto, Saulo, ameaçador e desejoso de destruir todos os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao supremo sacerdote, em Jerusalém, pedindo-lhe que lhe fosse passada uma carta credencial dirigida às sinagogas de Damasco, exigindo a cooperação destas na perseguição de quaisquer seguidores do Caminho que Saulo aí encontrasse, tanto homens como mulheres, para que pudesse levá-los acorrentados para Jerusalém.
3-4 Ao aproximar-se de Damasco no cumprimento desta missão, uma luz brilhante vinda do céu fixou-se, de súbito, sobre ele. Caindo no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5-6 Quem és tu, Senhor?, perguntou. Sou Jesus, aquele a quem tu persegues! Levanta-te, vai para a cidade e espera por instruções minhas.
7 Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de surpresa, pois ouviam uma voz mas não viam ninguém
8-9 Quando Saulo se levantou, verificou que deixara de ver. Tiveram de o levar pela mão até Damasco, onde ficou três dias sem comer nem beber.
10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias, a quem o Senhor falou numa visão, chamando-o: Ananias!Aqui estou, Senhor!, respondeu.
11 O Senhor disse: Vai à rua Direita, procura em casa de Judas um homem chamado Saulo de Tarso. Neste momento está ele a orar, pois mostrei-lhe em visão alguém chamado Ananias que deverá procurá-lo e que porá as mãos sobre ele para que torne a ver!
13-14 Mas, Senhor, exclamou Ananias, contaram-me coisas terríveis que este homem fez aos crentes de Jerusalém! E consta que tem mandatos de prisão, passados pelos principais dos sacerdotes, autorizando-o a prender, em Damasco, todos os que invocam o teu nome!
15-16 O Senhor insistiu: Vai, pois Saulo é o meu instrumento escolhido para levar a minha mensagem às nações e até à presença dos reis, bem como ao povo de Israel. E mostrar-lhe-ei quanto ele deverá sofrer por mim.
17 Ananias obedeceu. Na presença de Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse-lhe: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, enviou-me para que sejas cheio do Espírito Santo e tornes a ver.
18 Imediatamente, caindo-lhe como que umas escamas dos olhos, Saulo recuperou a vista, e, levantando-se, foi batizado. (Atos 9.1-18)
O sujeito conhece alguém na igreja e começa a conversar. No domingo seguinte, ele já procura o irmão, cumprimenta, pergunta sobre a semana. Duas semanas depois ele diz pra esposa o quanto aquele irmão é gente fina. Um mês depois as famílias saem junto depois do culto. Seis meses depois, ele descobre que o irmão foi arrastado por Deus de práticas homossexuais.
Os olhos se arregalam, o semblante caído e o ar de decepção estampado na cara. Aí ele diz pra esposa: puxa, e eu que imaginava que ele era um bom sujeito. Aí, passa a sentar nas cadeiras do outro lado, depois do culto sai rapidinho e avisa para o filho que é melhor ele não conversar muito com o filho daquele irmão.
Que amor há em uma atitude como essa? Porque teimamos em achar que os pecados dos outros são mais graves do que os nossos? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando o seu passado.
Amar o irmão é não desprezá-lo porque ele é diferente de você.
Muitos de nós temos dificuldade para lidar com o diferente. Alguns desejariam conviver apenas com aqueles que eles consideram parecidos por que têm uma cultura semelhante, uma posição social próxima, uma condição financeira parecida e melhor ainda se tiver o mesmo nível acadêmico.
Onde está o amor quando alguém seleciona as pessoas que o agradam e exclui aquelas que ele acha menos interessantes, porque são diferentes dele? (alguns consideram até inferiores)
Não está mente que pensa assim cheia de arrogância e soberba? Tiago fez um alerta em sua carta que nos servirá de reflexão neste momento.
Queridos irmãos, como vocês podem alegar que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se mostrarem preferência por gente rica e desprezarem os pobres?
Se entrar na igreja de vocês um homem vestido de roupas custosas e com preciosos anéis de ouro nos dedos, e no mesmo instante entrar outro homem, pobre e vestido de roupas velhas, e vocês fizerem um grande alvoroço com o homem rico, e lhe derem o melhor assento da casa, e disserem ao homem pobre: ”você pode ficar em pé ali, se quiser, ou então se sente no chão” – ora, este tipo de procedimento lança uma interrogação sobre a fé que vocês têm – vocês afinal de conta, são realmente cristãos? – e mostra que vocês estão sendo dirigidos por propósitos errados. (Tiago 2.1-4)
Se o sujeito é muito alto vira piada porque é alto; se muito baixo, fica fora do grupo porque é baixinho. Se os cabelos são crespos, não faz parte do grupinho; se os cabelos são escorridos também fica de fora. Se for magro, tá doente; se é gordo não é chamado para participar.
Se for negro, não faz parte do clube; mas se for japonês pode. Se tiver nível superior, eu paro pra conversar; se não tiver, não vale a pena; se veio de carro pra igreja, eu corro pra falar com o sujeito; se veio de ônibus, e melhor ele ir logo antes que fique tarde. Se ela tem marido e filhos, eu me aproximo; mas, se é mãe solteira, é melhor não misturar as coisas;
Onde está o amor? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim.
O Apóstolo Pedro viveu uma experiência muito marcante a respeito dessa atitude desastrosa que é a exclusão das pessoas que são diferentes de nós. Os judeus sempre foram um povo fechado, para dentro de si mesmos. No dias de Jesus eles esperavam um messias que vinha como uma promessa de Deus para libertá-los dos opressores, mas Deus os surpreendeu enviando um messias não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade. Os judeus eram exclusivistas, mas Deus, em Cristo Jesus, incluiu todos os seres humanos.
Para quebrar essa atitude e libertar o evangelho de Cristo para o restante do mundo, o Senhor revelou-se em sonho para Pedro e pediu que ele matasse e comesse animais que eram considerados impuros pelos judeus. Pedro disso que jamais faria isso, mas o Senhor insistiu três vezes dizendo que Pedro não deveria considerar impuro algo que Deus estava dizendo que era puro.
Depois disso, o Senhor o enviou para falar do messias para alguém que não era judeu. Como alguém que não era judeu poderia compreender algo sobre o messias? Como alguém que não era judeu poderia ser abençoado pelo Deus dos judeus? Pedro precisava decidir se iria amar ou rejeitar. Ele decidiu amar.
No dia seguinte foi com eles, acompanhado por alguns outros crentes de Jope. 24 Chegaram a Cesareia no outro dia; Cornélio esperava-o já na companhia de parentes e amigos íntimos.
25-26 Cornélio, logo que Pedro entrou na sua casa, lançou-se-lhe aos pés para o adorar mas Pedro impediu-o: Levanta-te, que sou um homem como tu! 27 Cornélio levantou-se e conversaram juntos e entraram para dentro onde os outros estavam reunidos.
28 Pedro disse-lhes: Sabem que é contra as leis judaicas eu entrar assim num lar de estrangeiros. Mas Deus mostrou-me numa visão que nunca deveria considerar alguém meu inferior .29 Apressei-me pois a vir, e agora digam-me porque me mandaram vir.
30 Cornélio respondeu: Há quatro dias, estava eu a orar como de costume às três horas da tarde, quando me apareceu um homem com roupas brilhantes 31 que me disse: 'Cornélio, as tuas orações são ouvidas e Deus reparou nos teus actos de caridade.32 Envia alguns homens a Jope e manda vir Simão Pedro, que está a ficar em casa de Simão o curtidor, que mora perto do mar'.
33 Assim, mandei-te vir imediatamente, e fizeste bem em vir depressa. Estamos todos presentes diante de Deus, ansiosos por ouvir o que ele te mandou dizer-nos!
34 E Pedro respondeu: Vejo bem que os judeus não são os únicos favoritos de Deus!35 Ele aceita pessoas de todas as nações que o temem e fazem o que é justo.
Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim. E amar os que são diferentes porque Deus não faz acepção de pessoas, o amor deles alcança a todos e está disponível a todos.
Conclusão
Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos?
Isso depende da sua decisão hoje, a cada dia.
Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita.
Qual será sua decisão? O desafio das Escrituras hoje é para que você decida dispor seu coração para amar.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna.
Se você decidir rejeitar, esta será uma igreja que rejeita; mas se você decidir amar, esta será um igreja que ama.
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02 novembro 2008
Que igreja seremos - Separados pela religiosidade
Introdução
Se queremos ser uma igreja que ama, se queremos ser pessoas que amam e não pessoas que rejeitam, precisamos reconhecer que há uma armadilha que está sempre bem perto de nós, pronta para se tornar uma grande muralha a nos separar um dos outros e assim nos impedir de amar. Essa armadilha é a religiosidade.
Se você observar os evangelhos, verá que Jesus era doce e sensível com os pobres, oprimidos, rejeitados, com os sem esperança, desacreditados e excluídos; mas quando os religiosos apareciam, as palavras do Mestre eram firmes e contundentes.
Os religiosos nunca foram afagados por Jesus porque a religiosidade é capaz de separar as pessoas e sufocar o amor. Hoje vamos escutar juntos uma das pregações mais contundentes que Jesus fez sobre os males da religiosidade. Capítulo 23 de Mateus.
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26 outubro 2008
Que igreja seremos - Separados pelo consumismo
Separados pelo consumismo
Já vimos que o egoísmo é capaz de nos separar e impedir que sejamos uma igreja que ama. Mas há outras barreiras que nos separam uns dos outro. Uma delas é o consumismo.
O consumismo é recente na história da humanidade. O comportamento consumista tem sido observado e investigado, sobretudo depois da revolução industrial que mudou drasticamente o modo de produção e as relações de trabalho e expôs as famílias a modos de pensar que até então não eram comuns.
O diagnóstico
Por Gabriela Cabral no site www.brasilescola.com
Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.
Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.
O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir à indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros.
no site www.mundoeducacao.com.br
O consumismo é uma compulsão caracterizada pela busca incessante de objetos novos sem que haja necessidade dos mesmos. Após a industrialização, criou-se uma mentalidade de que quanto mais se consome mais se tem garantias de bem-estar, de prestígio e de valorização.
Uma pessoa pode ser considerada consumista quando dá preferência ao shopping a qualquer outro tipo de passeio, faz compras até que todo o limite de crédito que possui exceda, deixa de usar objetos comprados há pouco tempo, não consegue sair do shopping sem comprar algo, se sente mal quando alguém usa um objeto mais moderno que o seu, etc.
De que maneira o consumismo nos separa?
(25) Um dia um especialista nas leis de Moisés veio pôr à prova os ensinamentos de Jesus, fazendo-Lhe esta pergunta: "Mestre, que precisa um homem fazer para ir para o céu?” (26) Jesus respondeu: "Que diz a lei de Moisés a este respeito?” (27) Ele respondeu: "Diz que você deve amar ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força, e de toda a sua mente. E deve amar ao seu semelhante como ama a você mesmo". (28) "Certo!” disse-lhes Jesus "Faça isto e você viverá!”
(29) Mas o homem queria justificar (sua falta de amor por alguns tipos de pessoas), e por isto perguntou: "Que semelhantes? " (30) Jesus respondeu com uma história: "Um certo judeu que fazia uma viagem de Jerusalém para Jericó foi atacado por bandidos. Estes tiraram suas roupas e seu dinheiro, bateram nele e o deixaram caído meio morto ao lado da estrada. (31) Por acaso, passou um sacerdote judaico; quando ele viu o homem caído ali. atravessou para o outro lado da estrada e passou de longe. (32) Certo judeu ajudante do templo fez a mesma coisa; também deixou o homem caído ali. (33) Porém veio um desprezado samaritano, e quando o viu, sentiu grande pena da vítima. (34) Ajoelhando-se ao lado dele, o samaritano passou-lhe remédio nas feridas e fez curativos. Depois colocou o homem em seu jumento e foi andando ao lado dele até chegarem a uma hospedaria, onde cuidou dele durante a noite.
(35) No dia seguinte entregou ao dono da hospedaria duas moedas e lhe pediu que cuidasse do homem. 'Se a conta dele for além disso', disse ele, 'eu pagarei a diferença na próxima vez que passar por aqui'. (36) Ora, qual destes três você diria que foi o semelhante da vítima dos bandidos?" (37) O homem respondeu: "Aquele que mostrou alguma compaixão". Então Jesus disse: "Sim, agora vá e faça o mesmo". (Lucas 10-25-37)
O comportamento consumista nos separa um dos outros por que somos consumidos por ele. Em outras palavras, o consumista é tão consumido pelo seu consumismo que não lhe sobram energia, recursos ou tempo para amar as outras pessoas. Se queremos ser uma igreja que ama, não podemos permitir que o consumismo nos consuma.
Consome nossas energias
É necessária muita energia e disposição para encontrar o que há de mais moderno em tecnologia. Substituir o guarda-roupa com a cor da nova estação é trabalhoso. Encontrar toda semana um novo lugar para sair pode ser empolgante, mas é cansativo. Monitorar permanentemente os lançamentos do cinema e assisti-los na primeira semana consome atenção. Tudo isso exige energia e dedicação.
Isto é, o consumismo consome o consumista ao ponto de não lhe sobrar energia para amar as pessoas. Nossas energias não são inesgotáveis, por isso, se nossa decisão é ser uma igreja que ama devemos decidir guarda parte de nossas energias para amar.
O samaritano que parou para socorrer o homem caído na beira da estrada precisou de forças para erguê-lo e cuidar de suas feridas. Ele não estava exaurido consigo mesmo, ele não estava cansado com suas próprias preocupações fúteis.
Eu e você também vamos precisar de forças para amar e se essas forças houverem sido gastas em um modo de vida consumista, não conseguiremos amar e acabaremos por rejeitar os nossos irmãos.
Consome nossos recursos
Ser consumista custa dinheiro; mais dinheiro do que você dispõe. A cultura consumista é uma espécie de pirâmide em que os consumistas da base sustentam o consumismo daqueles que estão no topo. Isso porque os consumistas da base sonham que um dia serão como os consumistas do topo.
Quem se deixa dominar pelo consumismo nunca tem recursos disponíveis para amar. Pode parecer estranha a idéia de que precisamos de dinheiro para amar, mas o amor prático do qual fala Tiago, o amor de fato e de verdade do qual fala o apóstolo João precisa de recursos para acontecer.
O Samaritano da história contada por Jesus tinha dinheiro para os remédios e curativos. Pagou pela estada daquela noite e assumiu as despesas futuras com o cuidado daquele homem que ele nem conhecia.
Se desejamos ser um igreja que ama, precisamos proteger nossos recursos do consumismo. Devemos ser firmes e perspicazes quando a mídia despejar uma campanha publicitária sobre nossas cabeças. Se dissermos não para os gastos que o consumismo nos impõe, teremos recursos para amar as pessoas.
Consome nosso tempo
Ser consumista exige e consome tempo. Consumir por esporte exige dedicação, tempo gasto do shopping, tempo navegando na internet, e tempo para lamentar os estragos feitos nos limites dos cartões de crédito.
O consumismo exige tempo para colecionar os carnês de pagamento e também tempo para comprar, trocar aquilo que comprou, guardar, devolver, trocar de novo, comprar cinco achou lindo, comprar um melhor e nunca parar.
Quem incorpora o consumismo ao seu estilo de vida não tempo para amar as pessoas. Não dá tempo de parar e olhar nos olhos das pessoas, não dá tempo para ouvir o irmão na sua dor. Não sobra tempo para outros, porque todo o tempo está sendo usado para si mesmo e seus atos de consumo.
Os dois religiosos crentes que passaram antes do samaritano não tinham tempo. Para ajudar aquele homem era preciso investir tempo, e foi isso que o samaritano fez. Ele parou, ele desviou-se por um pouco dos seus objetivos pessoais e gastou tempo com aquele homem.
Devemos permanecer atentos quando preferimos as compras às pessoas. Devemos dizer não para a o consumo quando ele nos aliena, isto é, nos separa das pessoas. Se nós queremos ser um igreja que ama, precisamos impedir que o consumismo nos roube o tempo para amar.
O cerne da questão consumista
Nossa sociedade consumista está apoiada e ganha dinheiro explorando a insatisfação humana. Não resta dúvida que um nível saudável de insatisfação é necessário para que a vida progrida.
No entanto, as pesquisas e campanhas publicitárias, (publicitários, comunicadores sociais, sociólogos e psicólogos) têm como objetivo não apenas identificar nossas insatisfações (até aquelas que desconhecemos), mas também plantar em nossas almas insatisfações falsas.
• Se não temos o carro do comercial não somos ninguém...
• Se a roupa não é da cor e da griffe certas, não somos ninguém...
• Se não temos o celular de última geração, nos sentimos menores
• Se não formos para o novo restaurante nos sentimos por fora
• Se não lemos o best-seller do mês, nos sentimos menos cultos
• Se não compramos o novo computador nos sentimos desatualizados
Uma falsa insatisfação foi plantada em nossas almas e nos impulsiona ao consumo como forma de alívio. Será que também nós, seguidores de Cristo vamos nos deixar acorrentar por isso? Não temos nós algo infinitamente superior para buscar nossa identidade: o amor de Deus por nós?
Para sermos uma igreja que ama precisamos rejeitar a falsa insatisfação e cultivar o contentamento. Quando a alma está contente em Deus a vida se torna cheia de presentes, porque tudo se transforma em surpresa especial da parte do Pai.
Contentamento, um bálsamo para a alma.
O sábio Salomão, um dos homens mais ricos e poderosos que já existiu sabia bem que a insatisfação da alma humana não encontra remédio no consumo.
(10) Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido. (11) Quando aumentam os bens, também aumentam os que os consomem. E que benefício trazem os bens a quem os possui, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos?
O Espírito de Deus deixou registrados, nas palavras do apóstolo Paulo, ensinamentos preciosos sobre o contentamento que nos protege do consumismo.
(8) E agora, irmãos, ao terminar esta carta, quero dizer-lhes mais uma coisa. Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas. (9) Continuem a pôr em prática tudo quanto aprenderam de mim e me viram fazer, e o Deus de paz será com vocês. (10) Como estou grato e como louvo ao Senhor porque vocês estão me ajudando novamente! Eu sei que vocês têm estado sempre ansiosos para enviar-me o que podiam, mas por algum tempo não tiveram oportunidade. (11) Não estou dizendo isto porque estava precisando, pois aprendi a viver alegremente, tenha muito ou pouco. (12) Sei viver com quase nada ou tendo tudo. Já aprendi o segredo para viver contente em qualquer circunstância, quer com o estômago satisfeito, quer na fome, na fartura ou na necessidade; (13) porque eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a ajuda de Cristo, que me dá a força e o poder.
Há um segredo para vivermos contentes em qualquer circunstância: contar com a força e o poder que Cristo dá. Essa força vem da nossa confiança em Deus, de que Ele nos ama e nos considera importantes exatamente como somos e estamos agora. Isso enche nosso coração de esperança. Aí podemos todas as coisas.
O Senhor nos dá força e poder para viver tanto com muito como com pouco. Em Cristo ficamos contentes com o último celular ou com daqueles antigos. Em Cristo ficamos contentes vestido na cor da estação ou em qualquer outra cor. Em Cristo ficamos contentes com carro ou sem carro. Em Cristo ficamos contentes se vamos ao restaurante ou se comemos em casa. Em Cristo ficamos contentes por que o nosso contentamento vem do amor que Ele tem por nós.
Se queremos ser um igreja que ama, precisamos cultivar em nossas vidas o contentamento: um bálsamo que nos protege do consumismo. Aí teremos energia, recursos e tempo para amar.
Quem sabe, então, o Senhor contará a história da sua vida e no final, assim como a história samaritano, Ele dirá para aqueles que estiverem ouvindo: vai e faze o mesmo.
Já vimos que o egoísmo é capaz de nos separar e impedir que sejamos uma igreja que ama. Mas há outras barreiras que nos separam uns dos outro. Uma delas é o consumismo.
O consumismo é recente na história da humanidade. O comportamento consumista tem sido observado e investigado, sobretudo depois da revolução industrial que mudou drasticamente o modo de produção e as relações de trabalho e expôs as famílias a modos de pensar que até então não eram comuns.
O diagnóstico
Por Gabriela Cabral no site www.brasilescola.com
Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.
Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.
O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir à indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros.
no site www.mundoeducacao.com.br
O consumismo é uma compulsão caracterizada pela busca incessante de objetos novos sem que haja necessidade dos mesmos. Após a industrialização, criou-se uma mentalidade de que quanto mais se consome mais se tem garantias de bem-estar, de prestígio e de valorização.
Uma pessoa pode ser considerada consumista quando dá preferência ao shopping a qualquer outro tipo de passeio, faz compras até que todo o limite de crédito que possui exceda, deixa de usar objetos comprados há pouco tempo, não consegue sair do shopping sem comprar algo, se sente mal quando alguém usa um objeto mais moderno que o seu, etc.
De que maneira o consumismo nos separa?
(25) Um dia um especialista nas leis de Moisés veio pôr à prova os ensinamentos de Jesus, fazendo-Lhe esta pergunta: "Mestre, que precisa um homem fazer para ir para o céu?” (26) Jesus respondeu: "Que diz a lei de Moisés a este respeito?” (27) Ele respondeu: "Diz que você deve amar ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força, e de toda a sua mente. E deve amar ao seu semelhante como ama a você mesmo". (28) "Certo!” disse-lhes Jesus "Faça isto e você viverá!”
(29) Mas o homem queria justificar (sua falta de amor por alguns tipos de pessoas), e por isto perguntou: "Que semelhantes? " (30) Jesus respondeu com uma história: "Um certo judeu que fazia uma viagem de Jerusalém para Jericó foi atacado por bandidos. Estes tiraram suas roupas e seu dinheiro, bateram nele e o deixaram caído meio morto ao lado da estrada. (31) Por acaso, passou um sacerdote judaico; quando ele viu o homem caído ali. atravessou para o outro lado da estrada e passou de longe. (32) Certo judeu ajudante do templo fez a mesma coisa; também deixou o homem caído ali. (33) Porém veio um desprezado samaritano, e quando o viu, sentiu grande pena da vítima. (34) Ajoelhando-se ao lado dele, o samaritano passou-lhe remédio nas feridas e fez curativos. Depois colocou o homem em seu jumento e foi andando ao lado dele até chegarem a uma hospedaria, onde cuidou dele durante a noite.
(35) No dia seguinte entregou ao dono da hospedaria duas moedas e lhe pediu que cuidasse do homem. 'Se a conta dele for além disso', disse ele, 'eu pagarei a diferença na próxima vez que passar por aqui'. (36) Ora, qual destes três você diria que foi o semelhante da vítima dos bandidos?" (37) O homem respondeu: "Aquele que mostrou alguma compaixão". Então Jesus disse: "Sim, agora vá e faça o mesmo". (Lucas 10-25-37)
O comportamento consumista nos separa um dos outros por que somos consumidos por ele. Em outras palavras, o consumista é tão consumido pelo seu consumismo que não lhe sobram energia, recursos ou tempo para amar as outras pessoas. Se queremos ser uma igreja que ama, não podemos permitir que o consumismo nos consuma.
Consome nossas energias
É necessária muita energia e disposição para encontrar o que há de mais moderno em tecnologia. Substituir o guarda-roupa com a cor da nova estação é trabalhoso. Encontrar toda semana um novo lugar para sair pode ser empolgante, mas é cansativo. Monitorar permanentemente os lançamentos do cinema e assisti-los na primeira semana consome atenção. Tudo isso exige energia e dedicação.
Isto é, o consumismo consome o consumista ao ponto de não lhe sobrar energia para amar as pessoas. Nossas energias não são inesgotáveis, por isso, se nossa decisão é ser uma igreja que ama devemos decidir guarda parte de nossas energias para amar.
O samaritano que parou para socorrer o homem caído na beira da estrada precisou de forças para erguê-lo e cuidar de suas feridas. Ele não estava exaurido consigo mesmo, ele não estava cansado com suas próprias preocupações fúteis.
Eu e você também vamos precisar de forças para amar e se essas forças houverem sido gastas em um modo de vida consumista, não conseguiremos amar e acabaremos por rejeitar os nossos irmãos.
Consome nossos recursos
Ser consumista custa dinheiro; mais dinheiro do que você dispõe. A cultura consumista é uma espécie de pirâmide em que os consumistas da base sustentam o consumismo daqueles que estão no topo. Isso porque os consumistas da base sonham que um dia serão como os consumistas do topo.
Quem se deixa dominar pelo consumismo nunca tem recursos disponíveis para amar. Pode parecer estranha a idéia de que precisamos de dinheiro para amar, mas o amor prático do qual fala Tiago, o amor de fato e de verdade do qual fala o apóstolo João precisa de recursos para acontecer.
O Samaritano da história contada por Jesus tinha dinheiro para os remédios e curativos. Pagou pela estada daquela noite e assumiu as despesas futuras com o cuidado daquele homem que ele nem conhecia.
Se desejamos ser um igreja que ama, precisamos proteger nossos recursos do consumismo. Devemos ser firmes e perspicazes quando a mídia despejar uma campanha publicitária sobre nossas cabeças. Se dissermos não para os gastos que o consumismo nos impõe, teremos recursos para amar as pessoas.
Consome nosso tempo
Ser consumista exige e consome tempo. Consumir por esporte exige dedicação, tempo gasto do shopping, tempo navegando na internet, e tempo para lamentar os estragos feitos nos limites dos cartões de crédito.
O consumismo exige tempo para colecionar os carnês de pagamento e também tempo para comprar, trocar aquilo que comprou, guardar, devolver, trocar de novo, comprar cinco achou lindo, comprar um melhor e nunca parar.
Quem incorpora o consumismo ao seu estilo de vida não tempo para amar as pessoas. Não dá tempo de parar e olhar nos olhos das pessoas, não dá tempo para ouvir o irmão na sua dor. Não sobra tempo para outros, porque todo o tempo está sendo usado para si mesmo e seus atos de consumo.
Os dois religiosos crentes que passaram antes do samaritano não tinham tempo. Para ajudar aquele homem era preciso investir tempo, e foi isso que o samaritano fez. Ele parou, ele desviou-se por um pouco dos seus objetivos pessoais e gastou tempo com aquele homem.
Devemos permanecer atentos quando preferimos as compras às pessoas. Devemos dizer não para a o consumo quando ele nos aliena, isto é, nos separa das pessoas. Se nós queremos ser um igreja que ama, precisamos impedir que o consumismo nos roube o tempo para amar.
O cerne da questão consumista
Nossa sociedade consumista está apoiada e ganha dinheiro explorando a insatisfação humana. Não resta dúvida que um nível saudável de insatisfação é necessário para que a vida progrida.
No entanto, as pesquisas e campanhas publicitárias, (publicitários, comunicadores sociais, sociólogos e psicólogos) têm como objetivo não apenas identificar nossas insatisfações (até aquelas que desconhecemos), mas também plantar em nossas almas insatisfações falsas.
• Se não temos o carro do comercial não somos ninguém...
• Se a roupa não é da cor e da griffe certas, não somos ninguém...
• Se não temos o celular de última geração, nos sentimos menores
• Se não formos para o novo restaurante nos sentimos por fora
• Se não lemos o best-seller do mês, nos sentimos menos cultos
• Se não compramos o novo computador nos sentimos desatualizados
Uma falsa insatisfação foi plantada em nossas almas e nos impulsiona ao consumo como forma de alívio. Será que também nós, seguidores de Cristo vamos nos deixar acorrentar por isso? Não temos nós algo infinitamente superior para buscar nossa identidade: o amor de Deus por nós?
Para sermos uma igreja que ama precisamos rejeitar a falsa insatisfação e cultivar o contentamento. Quando a alma está contente em Deus a vida se torna cheia de presentes, porque tudo se transforma em surpresa especial da parte do Pai.
Contentamento, um bálsamo para a alma.
O sábio Salomão, um dos homens mais ricos e poderosos que já existiu sabia bem que a insatisfação da alma humana não encontra remédio no consumo.
(10) Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido. (11) Quando aumentam os bens, também aumentam os que os consomem. E que benefício trazem os bens a quem os possui, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos?
O Espírito de Deus deixou registrados, nas palavras do apóstolo Paulo, ensinamentos preciosos sobre o contentamento que nos protege do consumismo.
(8) E agora, irmãos, ao terminar esta carta, quero dizer-lhes mais uma coisa. Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas. (9) Continuem a pôr em prática tudo quanto aprenderam de mim e me viram fazer, e o Deus de paz será com vocês. (10) Como estou grato e como louvo ao Senhor porque vocês estão me ajudando novamente! Eu sei que vocês têm estado sempre ansiosos para enviar-me o que podiam, mas por algum tempo não tiveram oportunidade. (11) Não estou dizendo isto porque estava precisando, pois aprendi a viver alegremente, tenha muito ou pouco. (12) Sei viver com quase nada ou tendo tudo. Já aprendi o segredo para viver contente em qualquer circunstância, quer com o estômago satisfeito, quer na fome, na fartura ou na necessidade; (13) porque eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a ajuda de Cristo, que me dá a força e o poder.
Há um segredo para vivermos contentes em qualquer circunstância: contar com a força e o poder que Cristo dá. Essa força vem da nossa confiança em Deus, de que Ele nos ama e nos considera importantes exatamente como somos e estamos agora. Isso enche nosso coração de esperança. Aí podemos todas as coisas.
O Senhor nos dá força e poder para viver tanto com muito como com pouco. Em Cristo ficamos contentes com o último celular ou com daqueles antigos. Em Cristo ficamos contentes vestido na cor da estação ou em qualquer outra cor. Em Cristo ficamos contentes com carro ou sem carro. Em Cristo ficamos contentes se vamos ao restaurante ou se comemos em casa. Em Cristo ficamos contentes por que o nosso contentamento vem do amor que Ele tem por nós.
Se queremos ser um igreja que ama, precisamos cultivar em nossas vidas o contentamento: um bálsamo que nos protege do consumismo. Aí teremos energia, recursos e tempo para amar.
Quem sabe, então, o Senhor contará a história da sua vida e no final, assim como a história samaritano, Ele dirá para aqueles que estiverem ouvindo: vai e faze o mesmo.
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19 outubro 2008
Que igreja seremos - Separados pelo egoísmo
Introdução
Daqui a cinco anos, qual será a reação de quem souber que você faz parte desta igreja? Um sorriso, um nariz torcido ou a indiferença?
A igreja que seremos no futuro está sendo construída hoje por cada um de nós. Cada atitude que tomamos hoje, cada decisão sobre sua maneira de viver é um tijolo a mais no tipo de igreja que seremos. Por isso, é um erro pensar que nossa maneira de viver o evangelho não tenha importância para nossos irmãos ou que isso diga respeito apenas a nós mesmos.
Será possível a uma igreja escolher o jeito que deseja ser no futuro? Será que podemos pedir ao Senhor que nos faça ser uma igreja com estas e aquelas características? Será aceitável para Deus que sua igreja almeje ser de um jeito e não de outro? Se esse jeito que almejarmos estiver de acordo com a vontade do Pai, eu creio que sim.
Assim como cada um de nós pode orar individualmente ao Senhor e pedir que Ele nos transforme, nos faça pessoas diferentes do que somos, também podemos, como igreja, clamar ao Senhor para nos transformar e nos fazer uma igreja diferente do que somos. Podemos pedir que Ele nos conduza para que nos tornemos o desejo do Seu coração nesses dias difíceis em que vivemos.
Então, que tipo de igreja nós seremos? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Definitivamente, isso tem a ver comigo e com você e nossa atitude hoje.
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita? Nós devemos decidir isso agora. Eu e você decidiremos a direção para onde irá a Igreja do Caminho ao decidirmos, todos os dias, a direção para onde nossas vidas irão: Quando sairmos hoje à noite dessa reunião, seremos pessoas que amam, ou pessoas que rejeitam?
Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita. Vejamos o que dizem as escrituras sobre isso em 1 João 3.10-16.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna. Qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração; e vocês sabem que ninguém que deseja matar tem a vida eterna dentro de si. Nós sabemos o que é o amor verdadeiro pelo exemplo de Cristo, ao morrer por nós. E, portanto nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. (1 João 3.10-16)
A prova de que você nasceu de novo, isto é, de que foi gerada em você uma nova natureza pelo Espírito de Deus, não é a quantidade de conhecimento que você tem da Bíblia ou o tipo de dom espiritual que você tem. A prova de que você foi liberto do inferno e recebeu a vida eterna não é o seu falar bonito, nem sua prosperidade financeira, mas sua disposição para amar o seu irmão. Mas o que é amar o irmão?
Amar o irmão é não rejeitá-lo por causa dos pecados do passado.
Há quem se anime em amar aqueles que têm uma vida certinha, que fizeram tudo sempre correto e que parecem ser exemplos irretocáveis de procedimento. Mas a prova de que você foi liberto do inferno é sua disposição em amar o seu irmão, mesmo que o passado dele seja sombrio o tortuoso.
Ananias, da cidade de Damasco, foi desafiado por Deus a não rejeitar Saulo de Tarso por causa do seu passado recente cheio de violência contra os cristãos.
13-14 Mas, Senhor, exclamou Ananias, contaram-me coisas terríveis que este homem fez aos crentes de Jerusalém! E consta que tem mandatos de prisão, passados pelos principais dos sacerdotes, autorizando-o a prender, em Damasco, todos os que invocam o teu nome!
15-16 O Senhor insistiu: Vai, pois Saulo é o meu instrumento escolhido para levar a minha mensagem às nações e até à presença dos reis, bem como ao povo de Israel. E mostrar-lhe-ei quanto ele deverá sofrer por mim.
17 Ananias obedeceu. Na presença de Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse-lhe: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, enviou-me para que sejas cheio do Espírito Santo e tornes a ver.
18 Imediatamente, caindo-lhe como que umas escamas dos olhos, Saulo recuperou a vista, e, levantando-se, foi batizado. (Atos 9.13-18)
Estamos prontos para amar as pessoas a despeito do seu passado? Estamos prontos para amar a jovem senhora que em sua adolescência abortou o filho indesejado? Quais serão nossos sentimentos para com irmão que confessa a destruição que causou a sua família por causa do alcoolismo? Vamos amar a irmã que revela sua dependência de poderosos calmantes que a fazem dormir? Que palavras de amor diremos ao irmão que confessa em lágrimas sua atração por pornografia infantil.
Amar o irmão é não desprezá-lo porque ele é diferente de você.
Alguns desejam conviver apenas com aqueles que eles consideram parecidos por que têm uma cultura semelhante, uma posição social próxima, uma condição financeira parecida e melhor ainda se tiver o mesmo nível acadêmico. Mas, onde está o amor quando alguém decide amar apenas as pessoas que o agradam e rejeita aquelas que são diferentes dele?
Pedro foi desafiado por Deus para amar o diferente. Entrar na casa de alguém que não era judeu era um ato de obediência às leis judaicas, mas o Senhor desafiou Pedro a ir além da letra da lei e amar os diferentes.
28 Pedro disse-lhes: Sabem que é contra as leis judaicas eu entrar assim num lar de estrangeiros. Mas Deus mostrou-me numa visão que nunca deveria considerar alguém meu inferior .29 Apressei-me pois a vir, e agora digam-me porque me mandaram vir. (...) 34 E Pedro respondeu: Vejo bem que os judeus não são os únicos favoritos de Deus!35 Ele aceita pessoas de todas as nações que o temem e fazem o que é justo.
Se o sujeito é muito alto vira piada porque é alto; se muito baixo, fica fora do grupo porque é baixinho. Se os cabelos são crespos, não faz parte do grupinho; se os cabelos são escorridos também fica de fora. Se for magro, tá doente; se é gordo não é chamado para participar. Se for negro, não faz parte do clube; mas se for japonês pode. Se tiver nível superior, eu paro pra conversar; se não tiver, não vale a pena; se veio de carro pra igreja, eu corro pra falar com o sujeito; se veio de ônibus, e melhor ele ir logo antes que fique tarde. Se ela tem marido e filhos, eu me aproximo; mas, se é mãe solteira, é melhor não misturar as coisas;
Estamos prontos para amar os diferentes?
Como é possível amar se estamos longe um dos outros?
Essa é uma questão que tem me inquietado nos últimos anos. Falamos muito de amor, mas o nosso estilo de vida resulta em poucas oportunidades para amar. Estamos longe uns dos outros, mas não é de distância geográfica que estou falando.
Eu e Marina somos amigos de Toni e Vânia há pelo menos 10 anos. Durante alguns anos, apenas poucas quadras nos separavam geograficamente uns dos outros. Hoje são muitos quilômetros entre nós, mas estamos bem mais próximos do que no passado.
Por que estamos distantes uns dos outros? O que nos separa? Precisamos entender isso, porque vencer essa distância é indispensável para sermos uma igreja que ama.
Há grandes muros que nos separam uns dos outros. Muros que foram destruídos na cruz de Cristo, mas que têm sido reerguidos por uma igreja debilitada que na prática desconhece ou despreza a mensagem da Cruz de Cristo.
Poderoso é o nosso Senhor para destruir as barreiras e muros que nos separam uns dos outros, precisamos apenas aceitar e por em prática seu evangelho.
Estamos separados pelo muro do egoísmo
Não é preciso ir muito longe para constatar que a preocupação das pessoas apenas consigo mesmas é uma marca dos nossos dias. Há uma série de idéias que se tornaram comuns em nossa maneira de pensar e servem para explicar e justificar o nosso jeito egoísta de ser.
• Precisamos primeiro amar a nós mesmos, para então amarmos o próximo;
• Devemos cuidar de nossa auto-estima colocá-la como uma prioridade;
• Somos desafiados a darmos presentes a nós mesmos;
• Os bons profissionais fazem promoção de si mesmos;
• Gostamos do personais... personal trainning, personal stylist,
• E se ninguém fala bem de mim, eu mesmo faço isso.
Nada disso é ruim em si mesmo, mas são tijolos como esses que muitas vezes usamos para construir o muro do egoísmo em torno de nós mesmo. Um muro pode até dar a sensação provisória de segurança, mas ao mesmo tempo ele nos separa uns dos outros.
O egoísmo pode até parecer uma boa solução no curto prazo e de forma localizada, mas quando pensamos em um mundo em que todos sejam egoístas o tempo todo, certamente não é um mundo que gostaríamos deixar como herança para nossos filhos. O egoísmo separa as pessoas e separados nós não temos a oportunidade de amar.
Por outro lado, se a lógica da vida é cada um por si, a pergunta que deveríamos fazer é: porque não ser egoístas? Se ninguém se preocupa comigo, porque eu deveria me preocupar com alguém? Se ninguém vai me estender a mão quando eu precisar de ajuda, porque eu deveria parar a minha vida para ajudar outra pessoa. É fácil, então, perceber que o egoísmo é o resultado de uma profunda sensação de abandono e desgoverno que está instalada na alma humana.
O que o evangelho de Cristo tem a dizer sobre o muro do egoísmo? Lembre-se: o egoísmo nos separa uns dos outros e isso nos impede de amar, então para sermos uma igreja que ama precisamos desfazer essa separação.
Quem é o meu próximo?
Certa vez Jesus contou uma história sobre a prática do amor.
(25) Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? ” (26 ) Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês? ” (27) Ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e teu próximo como a ti mesmo!” (28) Jesus lhe disse: “Respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. (29) Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”.
(30) Jesus retomou: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. (31) Por acaso, um sacerdote estava passando por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. (32) O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.
(33) Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. (34) Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho. Depois colocou-o em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. (35) No dia seguinte, pegou dois denários e entregou-os ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, pagarei o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: (36) “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ” (37) Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze tu a mesma coisa”. (Luk 10:25-37)
Veja que a pergunta do mestre da lei foi: quem são as pessoas que eu devo amar (quem é o meu próximo), porque certamente ele entendia que deveria amar algumas pessoas, mas a outras não. Aquele intérprete da lei queria saber quais eram as pessoas merecedoras do seu amor.
O muro do egoísmo é construído quando você seleciona as pessoas que vai amar, porque não está disposto a amar a todos. O muro do egoísmo é construído com desculpas esfarrapadas e sem graça: meu ministério não é esse, não tenho muita intimidade com ela, não sei chegar perto de pessoas que eu não conheço, sou meio atrapalhado pra essas coisas...
Esse texto tem muitas verdades preciosas, mas hoje gostaria de destacar apenas uma delas: a resposta de Jesus mudou o foco da pergunta do intérprete da lei.
(29) Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”.
(36) “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”.
Portanto, a questão deixou de ser “quem será o meu próximo?” para se tornar “eu serei o próximo de quem?” Assim, Jesus desafiou aquele homem a parar com sua tentativa de fazer uma lista das pessoas que ele ajudaria, e se tornar ele mesmo uma ajuda viva para qualquer pessoa que precise ser amada.
Quando permanecemos distantes do outro, escolhendo quem será o alvo do nosso amor, o muro do egoísmo ser ergue e se fortalece; quando nós nos tornamos próximos do outro, o muro do egoísmo perde sua força e cai. Então o amor encontra espaço para acontecer. Mas nós precisamos tomar a decisão de chegar perto, como fez o samaritano.
(33) Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão.
Quem vai cuidar de mim?
Se eu decidir abrir mão do egoísmo e me importar com as outras pessoas, quem vai cuidar de mim? Se eu resolver ser o próximo do outro, quem vai ter compaixão de mim. Se eu gastar a minha vida por causa de pessoas que não têm nada a me oferecer, quem virá em meu socorro quando eu precisar. Vale a pena?
Com certeza esses pensamentos também passaram pela mente do filho de Deus, que foi tão humano quanto eu e você: viver a vida em função de si mesmo ou importar-se com os outros e abrir mão do egoísmo? Jesus decidiu importar-se com as pessoas. É assim o seu evangelho. Foi assim a sua vida.
Embora os religiosos não compreendessem porque um jovem tão promissor se envolvia com a escória da sociedade, a opção de Jesus foi sempre pelos rejeitados, doentes, cansados, quebrados e sobrecarregados.
(10) Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. (11) Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: - Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama? (12) Jesus ouviu a pergunta e respondeu: - Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. (13) Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais.” Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons. (Mat 9:10-13 NTLH)
Há uma palavra clara para nas Escrituras sobre esse assunto e nós precisamos ouvi-la:
(3) Não sejam egoístas; não vivam para causar boa impressão aos outros. Sejam humildes, pensando dos outros como sendo melhores do que vocês mesmos. (4) Não pensem unicamente em seus próprios interesses, mas preocupem-se também com os outros e como que eles estão fazendo. (Php 2:3-4 BV)
Nesse mesmo texto o Espírito de Deus segue falando e somos desafiados a agir da mesma maneira que o Senhor Jesus agiu. Ele não pensou no seu próprio bem estar, mas decidiu sofrer as dores pelas quais passam todos aqueles que decidem se importar com as pessoas.
(5) A atitude de vocês deve ser semelhante àquela que nos foi mostrada por Jesus Cristo, (6) que embora (sendo) Deus, não exigiu nem tampouco Se apegou a seus direitos como Deus, (7) mas pôs de lado seu imenso poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de escravo e tornando-se como os homens. (8) E Se humilhou ainda mais, chegando ao ponto de sofrer uma verdadeira morte de criminoso numa cruz. (Php 2:5-8 BV)
Como nos importarmos do jeito que Jesus se importou? Como nos tornaremos próximos do jeito que Ele fez? Como nos preocuparemos mais com as necessidades dos outros do que com as nossas? É preciso que tenhamos a mesma confiança que Ele teve no Pai.
Nós precisamos aprender dia-a-dia, em cada pequena decisão, que sempre vale a pena confiar no Senhor, mesmo nos momentos de confusão, dor e dúvida.
Quem vai cuidar de você? O Senhor, Ele vai cuidar de você! Deus honrou a decisão de Jesus e honrará também a sua decisão de se importar com as pessoas. O Pai cuidou do Filho e também cuidará de nós, enquanto cuidamos de outras pessoas. O Pai ressuscitou o filho e também nos ressuscitará para estarmos com ele pra sempre. Ouça a Palavra do Senhor:
(9) Contudo, foi por causa disso que Deus O elevou até às alturas do céu e Lhe deu um Nome que está acima de qualquer outro nome, (10) para que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra, e debaixo da terra, (11) e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus o Pai. (Php 2:3-11 BV)
Conclusão
Seremos uma igreja que ama ou uma igreja que rejeita?
Nós nos tornaremos próximos das pessoas e daremos uma oportunidade para que o amor se torne real, ou levantaremos os muros do egoísmo?
Vamos gastar nossas vidas apenas em função de nós mesmos ou faremos como Cristo, que se deixou gastar em benefício dos outros.
Pode ser que depois de ouvir essas palavras você olhou para si mesmo e se sentiu fraco para abrir mão do seu jeito de viver e demolir a muralha de egoísmo em sua volta. Não se preocupe em seu coração, creia em Deus, creia também em Jesus.
(3) Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. (4) As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. (5) Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. (2Co 10:3-5 NVI)
A mudança em sua maneira de viver será feita pelo Espírito de Deus. Mesmo que seus hábitos egoístas tenha lhe acompanhado por toda sua vida, as armas do Espírito são poderosas em Deus para destruir argumentos e toda pretensão que se levantam contra Deus. Arrenda-se agora, confesse e venha até à frente para orarmos por você.
Daqui a cinco anos, qual será a reação de quem souber que você faz parte desta igreja? Um sorriso, um nariz torcido ou a indiferença?
A igreja que seremos no futuro está sendo construída hoje por cada um de nós. Cada atitude que tomamos hoje, cada decisão sobre sua maneira de viver é um tijolo a mais no tipo de igreja que seremos. Por isso, é um erro pensar que nossa maneira de viver o evangelho não tenha importância para nossos irmãos ou que isso diga respeito apenas a nós mesmos.
Será possível a uma igreja escolher o jeito que deseja ser no futuro? Será que podemos pedir ao Senhor que nos faça ser uma igreja com estas e aquelas características? Será aceitável para Deus que sua igreja almeje ser de um jeito e não de outro? Se esse jeito que almejarmos estiver de acordo com a vontade do Pai, eu creio que sim.
Assim como cada um de nós pode orar individualmente ao Senhor e pedir que Ele nos transforme, nos faça pessoas diferentes do que somos, também podemos, como igreja, clamar ao Senhor para nos transformar e nos fazer uma igreja diferente do que somos. Podemos pedir que Ele nos conduza para que nos tornemos o desejo do Seu coração nesses dias difíceis em que vivemos.
Então, que tipo de igreja nós seremos? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Definitivamente, isso tem a ver comigo e com você e nossa atitude hoje.
Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita? Nós devemos decidir isso agora. Eu e você decidiremos a direção para onde irá a Igreja do Caminho ao decidirmos, todos os dias, a direção para onde nossas vidas irão: Quando sairmos hoje à noite dessa reunião, seremos pessoas que amam, ou pessoas que rejeitam?
Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita. Vejamos o que dizem as escrituras sobre isso em 1 João 3.10-16.
Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna. Qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração; e vocês sabem que ninguém que deseja matar tem a vida eterna dentro de si. Nós sabemos o que é o amor verdadeiro pelo exemplo de Cristo, ao morrer por nós. E, portanto nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. (1 João 3.10-16)
A prova de que você nasceu de novo, isto é, de que foi gerada em você uma nova natureza pelo Espírito de Deus, não é a quantidade de conhecimento que você tem da Bíblia ou o tipo de dom espiritual que você tem. A prova de que você foi liberto do inferno e recebeu a vida eterna não é o seu falar bonito, nem sua prosperidade financeira, mas sua disposição para amar o seu irmão. Mas o que é amar o irmão?
Amar o irmão é não rejeitá-lo por causa dos pecados do passado.
Há quem se anime em amar aqueles que têm uma vida certinha, que fizeram tudo sempre correto e que parecem ser exemplos irretocáveis de procedimento. Mas a prova de que você foi liberto do inferno é sua disposição em amar o seu irmão, mesmo que o passado dele seja sombrio o tortuoso.
Ananias, da cidade de Damasco, foi desafiado por Deus a não rejeitar Saulo de Tarso por causa do seu passado recente cheio de violência contra os cristãos.
13-14 Mas, Senhor, exclamou Ananias, contaram-me coisas terríveis que este homem fez aos crentes de Jerusalém! E consta que tem mandatos de prisão, passados pelos principais dos sacerdotes, autorizando-o a prender, em Damasco, todos os que invocam o teu nome!
15-16 O Senhor insistiu: Vai, pois Saulo é o meu instrumento escolhido para levar a minha mensagem às nações e até à presença dos reis, bem como ao povo de Israel. E mostrar-lhe-ei quanto ele deverá sofrer por mim.
17 Ananias obedeceu. Na presença de Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse-lhe: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, enviou-me para que sejas cheio do Espírito Santo e tornes a ver.
18 Imediatamente, caindo-lhe como que umas escamas dos olhos, Saulo recuperou a vista, e, levantando-se, foi batizado. (Atos 9.13-18)
Estamos prontos para amar as pessoas a despeito do seu passado? Estamos prontos para amar a jovem senhora que em sua adolescência abortou o filho indesejado? Quais serão nossos sentimentos para com irmão que confessa a destruição que causou a sua família por causa do alcoolismo? Vamos amar a irmã que revela sua dependência de poderosos calmantes que a fazem dormir? Que palavras de amor diremos ao irmão que confessa em lágrimas sua atração por pornografia infantil.
Amar o irmão é não desprezá-lo porque ele é diferente de você.
Alguns desejam conviver apenas com aqueles que eles consideram parecidos por que têm uma cultura semelhante, uma posição social próxima, uma condição financeira parecida e melhor ainda se tiver o mesmo nível acadêmico. Mas, onde está o amor quando alguém decide amar apenas as pessoas que o agradam e rejeita aquelas que são diferentes dele?
Pedro foi desafiado por Deus para amar o diferente. Entrar na casa de alguém que não era judeu era um ato de obediência às leis judaicas, mas o Senhor desafiou Pedro a ir além da letra da lei e amar os diferentes.
28 Pedro disse-lhes: Sabem que é contra as leis judaicas eu entrar assim num lar de estrangeiros. Mas Deus mostrou-me numa visão que nunca deveria considerar alguém meu inferior .29 Apressei-me pois a vir, e agora digam-me porque me mandaram vir. (...) 34 E Pedro respondeu: Vejo bem que os judeus não são os únicos favoritos de Deus!35 Ele aceita pessoas de todas as nações que o temem e fazem o que é justo.
Se o sujeito é muito alto vira piada porque é alto; se muito baixo, fica fora do grupo porque é baixinho. Se os cabelos são crespos, não faz parte do grupinho; se os cabelos são escorridos também fica de fora. Se for magro, tá doente; se é gordo não é chamado para participar. Se for negro, não faz parte do clube; mas se for japonês pode. Se tiver nível superior, eu paro pra conversar; se não tiver, não vale a pena; se veio de carro pra igreja, eu corro pra falar com o sujeito; se veio de ônibus, e melhor ele ir logo antes que fique tarde. Se ela tem marido e filhos, eu me aproximo; mas, se é mãe solteira, é melhor não misturar as coisas;
Estamos prontos para amar os diferentes?
Como é possível amar se estamos longe um dos outros?
Essa é uma questão que tem me inquietado nos últimos anos. Falamos muito de amor, mas o nosso estilo de vida resulta em poucas oportunidades para amar. Estamos longe uns dos outros, mas não é de distância geográfica que estou falando.
Eu e Marina somos amigos de Toni e Vânia há pelo menos 10 anos. Durante alguns anos, apenas poucas quadras nos separavam geograficamente uns dos outros. Hoje são muitos quilômetros entre nós, mas estamos bem mais próximos do que no passado.
Por que estamos distantes uns dos outros? O que nos separa? Precisamos entender isso, porque vencer essa distância é indispensável para sermos uma igreja que ama.
Há grandes muros que nos separam uns dos outros. Muros que foram destruídos na cruz de Cristo, mas que têm sido reerguidos por uma igreja debilitada que na prática desconhece ou despreza a mensagem da Cruz de Cristo.
Poderoso é o nosso Senhor para destruir as barreiras e muros que nos separam uns dos outros, precisamos apenas aceitar e por em prática seu evangelho.
Estamos separados pelo muro do egoísmo
Não é preciso ir muito longe para constatar que a preocupação das pessoas apenas consigo mesmas é uma marca dos nossos dias. Há uma série de idéias que se tornaram comuns em nossa maneira de pensar e servem para explicar e justificar o nosso jeito egoísta de ser.
• Precisamos primeiro amar a nós mesmos, para então amarmos o próximo;
• Devemos cuidar de nossa auto-estima colocá-la como uma prioridade;
• Somos desafiados a darmos presentes a nós mesmos;
• Os bons profissionais fazem promoção de si mesmos;
• Gostamos do personais... personal trainning, personal stylist,
• E se ninguém fala bem de mim, eu mesmo faço isso.
Nada disso é ruim em si mesmo, mas são tijolos como esses que muitas vezes usamos para construir o muro do egoísmo em torno de nós mesmo. Um muro pode até dar a sensação provisória de segurança, mas ao mesmo tempo ele nos separa uns dos outros.
O egoísmo pode até parecer uma boa solução no curto prazo e de forma localizada, mas quando pensamos em um mundo em que todos sejam egoístas o tempo todo, certamente não é um mundo que gostaríamos deixar como herança para nossos filhos. O egoísmo separa as pessoas e separados nós não temos a oportunidade de amar.
Por outro lado, se a lógica da vida é cada um por si, a pergunta que deveríamos fazer é: porque não ser egoístas? Se ninguém se preocupa comigo, porque eu deveria me preocupar com alguém? Se ninguém vai me estender a mão quando eu precisar de ajuda, porque eu deveria parar a minha vida para ajudar outra pessoa. É fácil, então, perceber que o egoísmo é o resultado de uma profunda sensação de abandono e desgoverno que está instalada na alma humana.
O que o evangelho de Cristo tem a dizer sobre o muro do egoísmo? Lembre-se: o egoísmo nos separa uns dos outros e isso nos impede de amar, então para sermos uma igreja que ama precisamos desfazer essa separação.
Quem é o meu próximo?
Certa vez Jesus contou uma história sobre a prática do amor.
(25) Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? ” (26 ) Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês? ” (27) Ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e teu próximo como a ti mesmo!” (28) Jesus lhe disse: “Respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. (29) Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”.
(30) Jesus retomou: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. (31) Por acaso, um sacerdote estava passando por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. (32) O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.
(33) Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. (34) Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho. Depois colocou-o em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. (35) No dia seguinte, pegou dois denários e entregou-os ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, pagarei o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: (36) “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ” (37) Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze tu a mesma coisa”. (Luk 10:25-37)
Veja que a pergunta do mestre da lei foi: quem são as pessoas que eu devo amar (quem é o meu próximo), porque certamente ele entendia que deveria amar algumas pessoas, mas a outras não. Aquele intérprete da lei queria saber quais eram as pessoas merecedoras do seu amor.
O muro do egoísmo é construído quando você seleciona as pessoas que vai amar, porque não está disposto a amar a todos. O muro do egoísmo é construído com desculpas esfarrapadas e sem graça: meu ministério não é esse, não tenho muita intimidade com ela, não sei chegar perto de pessoas que eu não conheço, sou meio atrapalhado pra essas coisas...
Esse texto tem muitas verdades preciosas, mas hoje gostaria de destacar apenas uma delas: a resposta de Jesus mudou o foco da pergunta do intérprete da lei.
(29) Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”.
(36) “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”.
Portanto, a questão deixou de ser “quem será o meu próximo?” para se tornar “eu serei o próximo de quem?” Assim, Jesus desafiou aquele homem a parar com sua tentativa de fazer uma lista das pessoas que ele ajudaria, e se tornar ele mesmo uma ajuda viva para qualquer pessoa que precise ser amada.
Quando permanecemos distantes do outro, escolhendo quem será o alvo do nosso amor, o muro do egoísmo ser ergue e se fortalece; quando nós nos tornamos próximos do outro, o muro do egoísmo perde sua força e cai. Então o amor encontra espaço para acontecer. Mas nós precisamos tomar a decisão de chegar perto, como fez o samaritano.
(33) Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão.
Quem vai cuidar de mim?
Se eu decidir abrir mão do egoísmo e me importar com as outras pessoas, quem vai cuidar de mim? Se eu resolver ser o próximo do outro, quem vai ter compaixão de mim. Se eu gastar a minha vida por causa de pessoas que não têm nada a me oferecer, quem virá em meu socorro quando eu precisar. Vale a pena?
Com certeza esses pensamentos também passaram pela mente do filho de Deus, que foi tão humano quanto eu e você: viver a vida em função de si mesmo ou importar-se com os outros e abrir mão do egoísmo? Jesus decidiu importar-se com as pessoas. É assim o seu evangelho. Foi assim a sua vida.
Embora os religiosos não compreendessem porque um jovem tão promissor se envolvia com a escória da sociedade, a opção de Jesus foi sempre pelos rejeitados, doentes, cansados, quebrados e sobrecarregados.
(10) Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. (11) Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: - Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama? (12) Jesus ouviu a pergunta e respondeu: - Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. (13) Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais.” Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons. (Mat 9:10-13 NTLH)
Há uma palavra clara para nas Escrituras sobre esse assunto e nós precisamos ouvi-la:
(3) Não sejam egoístas; não vivam para causar boa impressão aos outros. Sejam humildes, pensando dos outros como sendo melhores do que vocês mesmos. (4) Não pensem unicamente em seus próprios interesses, mas preocupem-se também com os outros e como que eles estão fazendo. (Php 2:3-4 BV)
Nesse mesmo texto o Espírito de Deus segue falando e somos desafiados a agir da mesma maneira que o Senhor Jesus agiu. Ele não pensou no seu próprio bem estar, mas decidiu sofrer as dores pelas quais passam todos aqueles que decidem se importar com as pessoas.
(5) A atitude de vocês deve ser semelhante àquela que nos foi mostrada por Jesus Cristo, (6) que embora (sendo) Deus, não exigiu nem tampouco Se apegou a seus direitos como Deus, (7) mas pôs de lado seu imenso poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de escravo e tornando-se como os homens. (8) E Se humilhou ainda mais, chegando ao ponto de sofrer uma verdadeira morte de criminoso numa cruz. (Php 2:5-8 BV)
Como nos importarmos do jeito que Jesus se importou? Como nos tornaremos próximos do jeito que Ele fez? Como nos preocuparemos mais com as necessidades dos outros do que com as nossas? É preciso que tenhamos a mesma confiança que Ele teve no Pai.
Nós precisamos aprender dia-a-dia, em cada pequena decisão, que sempre vale a pena confiar no Senhor, mesmo nos momentos de confusão, dor e dúvida.
Quem vai cuidar de você? O Senhor, Ele vai cuidar de você! Deus honrou a decisão de Jesus e honrará também a sua decisão de se importar com as pessoas. O Pai cuidou do Filho e também cuidará de nós, enquanto cuidamos de outras pessoas. O Pai ressuscitou o filho e também nos ressuscitará para estarmos com ele pra sempre. Ouça a Palavra do Senhor:
(9) Contudo, foi por causa disso que Deus O elevou até às alturas do céu e Lhe deu um Nome que está acima de qualquer outro nome, (10) para que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra, e debaixo da terra, (11) e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus o Pai. (Php 2:3-11 BV)
Conclusão
Seremos uma igreja que ama ou uma igreja que rejeita?
Nós nos tornaremos próximos das pessoas e daremos uma oportunidade para que o amor se torne real, ou levantaremos os muros do egoísmo?
Vamos gastar nossas vidas apenas em função de nós mesmos ou faremos como Cristo, que se deixou gastar em benefício dos outros.
Pode ser que depois de ouvir essas palavras você olhou para si mesmo e se sentiu fraco para abrir mão do seu jeito de viver e demolir a muralha de egoísmo em sua volta. Não se preocupe em seu coração, creia em Deus, creia também em Jesus.
(3) Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. (4) As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. (5) Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. (2Co 10:3-5 NVI)
A mudança em sua maneira de viver será feita pelo Espírito de Deus. Mesmo que seus hábitos egoístas tenha lhe acompanhado por toda sua vida, as armas do Espírito são poderosas em Deus para destruir argumentos e toda pretensão que se levantam contra Deus. Arrenda-se agora, confesse e venha até à frente para orarmos por você.
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18 outubro 2008
Sobre Pastores
Mensagem proferida no culto de ordenação do Pr. Joaquim, na Igreja Batista Betel
Saudação
Hoje é uma noite especial!
É especial para o Senhor, porque através de momentos como este a Igreja afirma sua confiança Nele como o supridor de suas necessidades; inclusive a necessidade que temos de pastores para o rebanho.
É especial para a Igreja Batista Betel, porque essa noite se tornará em um marco de mudança. Uma nova história será construída a partir de hoje. Uma construção de muitas mãos em direção à vontade do Pai.
É especial para os batistas do Ceará, porque confirma princípios que nos são caros, como a autonomia e a autogestão democrática das igrejas. Também porque renova nossa convicção de que o Espírito do Senhor deseja fazer uma obra em nós e através de nós neste estado.
É especial para o Joaquim, que hoje vê realizado seu desejo pelo episcopado, e ao mesmo tempo vislumbra o início de uma longa estrada pela qual só devem se aventurar aqueles que foram chamados pelo Senhor para isso.
É especial para mim, por causa da amizade que eu e Joaquim temos desenvolvido, e também pelo ardor no peito que tenho pela igreja do Senhor Jesus em sua expressão mais singela: Corpo de Cristo, Família de Deus onde o amor é a marca de nosso relacionamento com o Senhor, com nossos irmãos e com o mundo de Deus.
Minha saudação especial aos colegas pastores, que têm gastado suas vidas a serviço do Rei. No Senhor, o nosso trabalho não é vão, irmãos. Nós, os que temos guardado a esperança da volta do Senhor para buscar sua igreja, sabemos que não é vão. Ele trará consigo a justa recompensa aos seus servos.
Introdução
A Bíblia levou mais de 1.200 anos para ser escrita e seu último livro foi concluído há cerca de dois mil anos. Mas, se a imagem (digital) pode ser considerada uma grande revolução na comunicação do século XXI, a Bíblia precisa está totalmente conectada com nossos dias. Ela é um livro de imagens poderosas que têm influenciado de forma definitiva a vida humana.
Uma dessas imagens é a do pastor de ovelhas. Como toda imagem capaz de impactar, a ilustração do pastor e suas ovelhas surgiu da simplicidade do dia-a-dia. Uma profissão comum, sem glamour, sofrida, mesmo cansativa, mas que foi capaz de inspirar muitas pessoas através de gerações.
Jesus, os pastores e os mercenários
Nos dias de Jesus não eram necessárias muitas explicações sobre a figura dos pastores de ovelhas, porque ele fazia parte da vida das pessoas. Jesus usou a poderosa e simples imagem do pastor de ovelhas para ilustrar verdades espirituais de grande profundidade:
“Todo aquele que se recusa a entrar no curral das ovelhas pelo portão, e entra às escondidas por cima do muro, deve ser certamente um ladrão! Porque o pastor das ovelhas entra pelo portão. O porteiro abre o portão para ele, as ovelhas ouvem a sua voz e vê; ele chama suas próprias ovelhas pelo nome e leva todas para fora. Vai andando na frente, e elas seguem o pastor, porque reconhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho; antes fugirão dele, porque não e reconhecem a sua voz.” (João 10.1-5)
“Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Um simples empregado fugirá, se perceber que o lobo vem chegando, e deixará as ovelhas, porque elas não são dele, e ele não é o pastor delas. Com isso o lobo ataca e espalha o rebanho. O empregado foge porque é apenas uma pessoa que trabalha por dinheiro, e não tem interesse real nas ovelhas.
Eu sou o Bom Pastor, conheço minhas próprias ovelhas, e elas me conhecem. Assim como meu pai me conhece, Eu conheço o Pai, e entrego a minha vida pelas ovelhas. Eu ainda tenho outras ovelhas, em outro curral. Eu tenho de trazer essas também, e elas atenderão à minha voz; e haverá um só rebanho com um só pastor.” (João 10.11-16)
Grandes lições podem ser extraídas desse texto:
• O pastor chama as ovelhas pelo nome, ele as conhece;
• A voz do pastor é conhecida das ovelhas;
• As ovelhas seguem seu pastor;
• O pastor não é um empregado, ele não trabalha pelo que recebe;
• O pastor tem interesse pelo bem estar das ovelhas;
• O pastor é conhecido pelas ovelhas;
Mas não será nele nossa reflexão hoje à noite. Apenas precisamos entender o alerta de Jesus: assim como acontecem em meio aos pastores de ovelha, ao falarmos do rebanho do Senhor devemos saber que existem bons pastores, mas também existem mercenários, cujo interesse principal não é o bem estar das ovelhas que lhe foram confiadas, mas sim o seu próprio conforto.
Aliás, esse alerta deve ecoar em cada um que se diz chamado para pastorear o Rebanho e também no meio da igreja do Senhor Jesus.
Os profetas falam sobre os pastores
O alerta feito por Jesus já vinha ecoando na boca dos profetas do antigo testamento. O Espírito do Senhor não tem se calado diante daqueles que gostam da pompa e dos títulos. O Senhor não tem emudecido diante daqueles que usam o poder em benefício próprio sem demonstrar amor e misericórdia pelos rebanhos que lhes foram confiados.
O profeta Jeremias disse o seguinte:
Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor. (Jeremias 23.1-4)
O profeta Isaías levantou um clamor de indignação e disse:
Aproximem-se, animais selvagens, venham despedaçar; que as feras das montanhas venham devorar o meu povo.
Porque os chefes do meu povo -os vigias do Senhor, os pastores- estão cegos a todo o perigo, estão como que imbecilizados e nem sequer reagem, avisando quando o perigo se aproxima. Gostam de se deitar, amam a sonolência, deleitam-se em sonhar.
São gulosos como cães, nunca se satisfazem; são pastores estúpidos, só compreendem bem aquilo que representa os seus interesses pessoais e imediatos, procurando obter e ganhar tanto quanto possível, cada uma para si e seja de que forma for.
Venham, dizem eles. Vamos buscar vinho e fazer uma festa; vamo-nos todos embriagar. Isto assim é que é viver. Faremos isto hoje, amanhã, depois; e quantos mais dias melhor será. (Isaías 56:9-12)
O profeta Zacarias pronuncia um lamento que revela a seriedade como que a questão deve ser tratada.
Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o seu braço será de todo mirrado, e o seu olho direito será inteiramente escurecido. (Zacarias 11.17)
Cada um que se pronunciou como tendo sido chamado pelo dono das ovelhas para pastorá-las, e permitiu que as mãos lhes fossem impostas para o ofício, deve ler com temor e tremor as palavras dos profetas.
A Queixa do Senhor
Qual o ofício de um pastor? Qual é realmente o seu trabalho? O que deve esperar dele a igreja? O que espera dele o Senhor, dono das ovelhas? O que deve fazer um pastor para ser encontrado com o coração limpo diante do seu Senhor.
Hoje há uma grande confusão na igreja, com muitos títulos imponentes, muitos cargos importantes, e pouca gente para fazer o trabalho pastoral.
Muitos querem ser líderes, supervisores, diretores, superintendentes, presidentes; dependendo da denominação, desejam ser bispos, apóstolos ou quem pai-póstolos. Mas pouca gente deseja o árduo e cansativo trabalho de pastor de ovelhas.
Há quem queira liderar um grande ministério, responder por um orçamento farto, orientar uma grande equipe, ou dirigir uma grande instituição. Mas poucos desejam gastar-se no cuidado das ovelhas.
Através do profeta Ezequiel, o Senhor apresentou uma reclamação em forma de denúncia para os líderes do Seu povo. Creio que essa palavra do Senhor poderá nos ajudar, nesta noite a resgatar um pouco do ofício do pastor, que tem sido esquecido e desprezado até mesmo pela igreja.
1 Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? 3 Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. (Ezequiel 34:1-4)
O Ofício do Pastor
Tenho dito nesta noite que o ofício do pastor não tem qualquer glamour. Ser pastor de ovelhas não é poético. Um pastor de ovelhas pode até posar para uma foto com uma ovelhinha nos braços, mas o seu trabalho de todo dia não é esse.
Além disso, as ovelhas das fotos estão sempre limpas e saudáveis, mas no dia-a-dia do seu trabalho nem sempre é assim.
A denúncia do Senhor àqueles que se consideram líderes em sua igreja diz respeito ao desleixo com aquilo que é a parte principal do ofício dos pastores: apascentar as ovelhas.
O Senhor explica com detalhes quais responsabilidades de um pastor. Cumprir essas responsabilidades é o que credencia a alguém a ser reconhecido como pastor.
Fortalecer a fraca
Curar a doente
Enfaixar a quebrada
Orientar a desgarrada
Buscar a perdida
Fortalecer a fraca
Ovelhas fracas não têm nenhum atrativo, são na verdade sinônimo de problema. São aquelas que não se alimentam direito e por isso não conseguem encorpar espiritualmente. Não lêem as escrituras (e quando lêem não entendem). A ovelha fraca não tem ânimo para caminhar com resto do rebanho e não tem forças para responder aos chamados do pastor.
As ovelhas fracas cansam os pastores, por isso, alguns levantam as mãos para os céus em gratidão a Deus quando descobrem que elas estão em outro aprisco.
No entanto, ao pastores foi dada a incumbência de fortalece as ovelhas fracas. A questão é como fazer isso. A fraqueza das ovelhas normalmente é resultado da falta de alimento: ou porque o pastor não está oferecendo pasto sadio e abundante ou porque a ovelha não aprendeu a alimentar-se.
Pastores não podem fazer corpo mole diante das ovelhas fracas. Pastores precisam extrair da Palavra o alimento capaz de nutrir e fortalecer o rebanho do Senhor. Se toda semana você entrega a mesma sopinha rala, o rebanho enfraquece e conseguirá dar um passo sequer com suas próprias pernas.
Da mesma forma, as ovelhas precisam receber, mastigar e digerir o alimento. De que adianta um grande e delicioso banquete que é cuspido fora a cada colherada? De que adianta a pregação que é ouvida e esquecida? De que adianta o ensino que não muda o jeito de viver?
Curar a doente
Ovelhas doentes não têm qualquer atrativo. Ao tentar cuidar delas, alguns pastores tem a sensação de perda de tempo. E o resto do rebanho? E as tarefas que tenho de cumprir? E os relatórios que tenho de prestar? E o ensino que tenho de preparar? Ovelhas doentes também não conseguem acompanhar o ritmo de rebanho sadio.
Quando uma ovelha adoece (não a doença do corpo, mas a doença da alma) e começa a dar muito trabalho, não é difícil que o pastor, no mais escondido de sua alma, deseje-lhe um desfecho fatal.
O Senhor chamou os pastores não apenas para amarem as ovelhas doentes e desejarem a restauração de suas vidas, mas para levar-lhes cura. Para curar é preciso descobrir a doença, procurar e encontrar os remédios, e ficar ao lado enquanto a restauração não vem. Há curas que são rápidas, mas há outras que levam toda uma vida para acontecerem.
Da mesma forma as ovelhas precisam admitir quando estão doentes e permitir que os medicamentos da alma lhe sejam ministrados. É preciso aceitar a autoridade daquele que deseja o seu bem quando um remédio amargo é ministrado. É preciso enfrentar a necessidade de pedir perdão ou de perdoar. É preciso admitir o orgulho e abrir mão da pequenez da alma, quando a voz do pastor chega aos ouvidos. Não haverá cura se você não desejar e permitir-se ser curado.
Enfaixar a quebrada
Há ovelhas que não fazem perguntas. Saem correndo em direção aos abismos da vida e se jogam nos desfiladeiros. Ovelhas tolas, que por isso vivem quebradas.
Algumas vezes o desejo do pastor é dizer: bem que eu avisei, eu disse que isso não ia dá certo. Agora te vira aí com as conseqüências. Pode ser não se diga, mas o abandono e o afastamento são tradução prática desse sentimento.
O Senhor chama os pastores e exercerem misericórdia. Não importa quantas vezes isso for necessário. O Senhor deu aos pastores a missão de enfaixar os quebrados e levá-los nos braços por um tempo até que estejam prontos para caminhar sozinhos.
Pastores não jogam na cara a exortação que fizeram no passado. Pastores não se alegram com a queda de suas ovelhas. Pastores não expõem as feridas de suas ovelhas como forma de punição. Pastores limpam com amor, enfaixam com cuidado e ficam ao lado até que a recuperação se complete.
Da mesma forma, é preciso que as ovelhas se deixem enfaixar. Muitas vezes é preciso colocar o osso no lugar e isso dói muito. Se você não aceitar a correção, é possível que você se torne uma ovelha manca, e perca a alegria de festejar junto com o restante do rebanho. Não fuja da correção, não escape de mansinho quando a palavra do pastor encontrar as suas feridas. Permita-se ser consertada.
Orientar a desgarrada
Ovelhas desgarradas são aquelas que têm seus próprios caminhos. Elas são desatentas, e se desviam do caminho do rebanho por qualquer motivo. Na maioria das vezes, elas não se dão conta de que estão distantes.
Porque preocupar-se com aquelas que estão se desgarrando do rebanho, se há outra que têm atenção e prazer de caminhar junto? Ovelhas desgarradas são um trabalho extra para os pastores e, se não for por amor, os pastores não irão orientá-las.
Deus chamou os pastores para prover orientação para as ovelhas desatentas que gostam de ler horóscopo e fazem Yoga. Deus chamou os pastores para orientar aqueles que estão obcecados pelo consumismo, que desistiram de amar o próximo e para quem Deus se tornou apenas uma peça decorativa em um ritual religioso.
É preciso que as ovelhas aceitem com tranqüilidade a orientação de seus pastores. Não deixe o orgulho ou a timidez se tornarem empecilho para sua maturidade espiritual. Aceite de bom grado a orientação de seu pastor, verifique a palavra, ouça irmãos experientes e assim deixe que a orientação do Senhor mude o destino de sua vida.
Buscar a perdida
Como é difícil ir em busca da ovelha perdida que abandonou o aprisco e há muito não é mais vista. Só de pensar em fazer isso os pastore ficam cansados. Só em pensar na resistência que encontrarão, nas lutas que enfrentarão, já ficam exaustos.
Mas o Senhor os chamou também para isso. Buscar a perdida faz parte do ofício de pastor. Para isso é preciso vencer o próprio medo de rejeição. É preciso saber que iremos em nome do Senhor, o dono das ovelhas. É preciso amar profundamente as ovelhas que nos foram confiadas.
Buscar a ovelha perdida não é perda de tempo, é o nosso trabalho de pastor. Buscar a ovelha perdida é uma declaração de confiança no dono das ovelhas, que disse: ninguém as arrebatará de minha mão.
Da mesma forma, as ovelhas que estão longe do aprisco devem prestar atenção à voz do pastor. E quando você ouvir a voz e reconhecer o Supremo Pastor lhe chamando pelo nome, corra para os seus braços. Ele tem pastos verdejantes para alimentar a sua alma. Ele tem águas tranqüilas para saciara a sua sede. Não perca tempo! Volte para o rebanho do Senhor e para de vaguear pelos desertos da vida.
Conclusão
Talvez você não tenha percebido, mas há uma relação entre essas tarefas que fazem parte do ofício pastoral.
Quando o pastor se dedica a fortaleza as ovelhas fracas oferecendo o alimento sadio que é a Palavra, o número de ovelhas doente diminui.
Quando o pastor cuida das ovelhas doentes, limpa suas feridas e lhes ministra o necessário remédio, um número menor de ovelhas tropeçarão nos penhascos da vida.
Quando o pastor se dedica a consertar as ovelhas quebradas enfaixando-lhes as pernas e cuidando de sua recuperação, um número menor de ovelhas vai se desgarrar do rebanho.
Quando o pastor orienta as desgarradas com coragem e intrepidez, quando ele aplica a palavra para vida de cada dia, poucas ovelhas se perderão.
Talvez, hoje tenham sido trazidas à tona dimensões do ofício pastoral que estavam esquecidas e isso pode ter produzido um grande peso sobre os seus ombros. Esse é o peso que levam aqueles que, assim como Pedro, foram chamados pelo Senhor Jesus: apascenta minhas ovelhas.
Mas o Senhor jamais coloca sobre nós um peso maior do que podemos levar. Ao contrário disso, ele como o pastor de nossas almas, declara que estará ao nosso lado nessa empreitada. O Senhor está conosco, não estamos sozinhos! Ele estará conosco apascentando o rebanho sobre o qual nos colocou como pastores. Ouça o Senhor:
15 Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus. 16 A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer; a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; e a gorda e a forte vigiarei. Apascentá-las-ei com justiça. Eze 34:15-16
Veja como ele é misericordioso como seus pastores. O Senhor começa exatamente onde as nossas forças se acabam. Ele começa buscando aquelas que se perderam.
A tarefa é árdua, mas é honrosa.
A missão é maior do que nos, mas o Senhor estará conosco.
Os resultados nem sempre são visíveis, mas temos a esperança da eternidade plantada em nossos corações.
Instruções Finais
Introdução
O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.
Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.
Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.
(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)
Instruções Finais
É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.
Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.
12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.
Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.
Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.
Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.
Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.
Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.
14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.
Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.
Advirtam os ociosos
Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.
Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.
Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.
Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.
Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.
Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.
Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.
Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.
Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.
6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)
A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.
Confortem os desanimados
A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.
Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.
Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.
Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.
Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.
Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.
4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)
Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?
Auxiliem os fracos
Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.
Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.
A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.
Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.
Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.
Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.
Sejam pacientes com todos
Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.
Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.
O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.
Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.
Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.
(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)
Instruções Finais
É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.
Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.
12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.
Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.
Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.
Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.
Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.
Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.
14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.
Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.
Advirtam os ociosos
Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.
Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.
Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.
Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.
Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.
Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.
Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.
Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.
Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.
6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)
A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.
Confortem os desanimados
A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.
Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.
Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.
Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.
Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.
Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.
4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)
Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?
Auxiliem os fracos
Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.
Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.
A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.
Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.
Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.
Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.
Sejam pacientes com todos
Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.
Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.
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