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09 outubro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

11 setembro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Saudando uns aos outros


Saudando uns aos outros

16 Saúdem uns aos outros com beijo santo. Todas as igrejas de Cristo enviam-lhes saudações. Rm 16.16

1) aproximar-se

1a) saudar alguém, cumprimentar, dar cumprimentos de boas-vindas, desejar o bem a

1b) receber alegremente, dar boas vindas
      i.            De pessoa que vai ao encontro de outra;
   ii.            Daqueles que visitam alguém para vê-lo por um pouco, partindo logo depois;
iii.            Pagar respeitos a uma pessoa distinta ao visitá-la;
iv.            Daqueles que cumprimentam alguém que encontram no caminho

Uma saudação era feita não meramente por um pequeno gesto e poucas palavras, mas geralmente por abraços e beijos, uma viagem frequentemente atrasava por causa das saudações.

2) Cumprimentos de passagem: rápido, formal, superficial, cômoda, descomprometida

Oi. Oi. Tudo bem? Tudo bem!

3) Cumprimentos pessoais: seguidos de considerações sobre a pessoa e seu relacionamento com ela. Mais lento, menos formal, interessado, abaixo da superfície, arriscado.

Olá Allan! E aquela alergia, melhorou?

Vejamos as saudações de Paulo no início do verso 16.

16 Saúdem uns aos outros com beijo santo. Todas as igrejas de Cristo enviam-lhes saudações.

Absolutos e não-absolutos
“Ensinar e aconselhar uns aos outros” é uma função da igreja, mas não há uma forma rígida para isso acontecer;

“Pregar ao mundo” é uma função da igreja, mas não há uma forma rígida para isso ser feito;

Função => Absolutos => Supraculturais => Cumprimentem-se
Forma => Não-absolutos => Culturais => com beijo santo

·       Um, dois ou três beijos?
·       Os russos e suas saudações
·       Os italianos e suas saudações

O Beijo nas Escrituras

William Hendriksen aponta três conjuntos de passagens nas quais o Novo Testamento faz referência ao beijo.

a. Lucas 7.36-50, onde Jesus diz a seu hospedeiro, Simão, o fariseu: Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar meus pés (Lc 7.45). Eis a lição: não só deve haver afeição, mas esta tem de ser expressa. É preciso haver um sinal de afeição, por exemplo, o ósculo.
b. Lucas 22.47-48. Jesus perguntou a Judas: E com um beijo que você trai o Filho do homem? O amor deve não apenas ser expresso, mas tem de ser real. O ósculo precisa ser sincero.
c. Romanos 16.16 e em I Coríntios 16.20 e 2Coríntios 13.12. O ósculo trocado entre os membros da comunidade cristã, a igreja. Não só teria de ser um ósculo e um símbolo de afeição genuína, mas também deveria ser santo. Em outros termos, jamais poderia implicar menos de três partes: Deus e as duas pessoas que se osculam reciprocamente. O ósculo santo assim simboliza o amor de Cristo mutuamente compartilhado.
Passos Práticos

PASSO 1 – Certifique-se de que você vive em harmonia com outros irmãos em Cristo. Você não pode saudá-los sinceramente se não se importa com ele ou se há alguma rixa entre vocês.

PASSO 2 – Faça todo o esforço para desenvolver interesse sincero pelos outros. Se não estamos sinceramente interessados nas vidas de nossos irmãos nunca nos sentiremos à vontade para saudá-los. Se você tem dificuldade de expressar amor e afeição sincera a outros cristãos duas coisas podem estar acontecendo: você é uma pessoa egoísta, que se preocupa sem consigo mesmo em primeiro lugar; você está sujeito à timidez ou dominado por sentimentos de inferioridade.

PASSO 3 – Considere os aspectos de afeição física de maneira a não provocar mal-entendidos ou expor a si mesmo e a comportamentos e pensamentos sensuais que não podem ser correspondidos apropriadamente.
  •      Homens e mulheres que não são parentes devem ser discretos quanto a demonstração de afeição física;
  •    Afeição física íntima entre pessoas que não são casadas raramente devem ser manifestas em situações particulares;
  • Pastores e conselheiros precisam ter especial cuidado ao demonstrar afeto físico, mas ainda em particular;
  • Cristãos não casados nunca devem demonstrar afeto físico de maneira que estimule a natureza sensual de outra pessoa, provocando pensamentos e atos impróprios;
  •   As pessoas mais vulneráveis ao pecado têm de tem mais cuidado do que as outras, ao demonstrar afeto físico ao sexo oposto.

Somos chamados ao equilíbrio. Nossos cumprimentos não devem ser apenas de passagem, mas pessoais, interessados, pausados, afetuoso e dispostos ao aprofundamento. Cristãos maduros podem e devem demonstrar afeto físico. Em nossa sociedade, apertos de mão, beijos no rosto e abraços são certamente apropriados. Podemos expressar esse tipo de afeto, mas sempre com base em motivos puros, discrição, e acima de tudo verdadeiro amor cristão. Quando o afeto é demonstrado dessa maneira, criamos singularidade, unidade e cura psicológica e espiritual.

Adaptação a partir do capítulo 7 – Saudando uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus – Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova Versão Internacional

28 agosto 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Aceitando uns aos outros


Aceitando uns aos outros

7Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Rm. 15.7 (NVI)

Julgar ou Aceitar

Quando a aceitação dos outros é baseada em princípios legalistas, estranhos ao ensinamento bíblico, ou meramente culturais, somos levados rapidamente a um comportamento acusador ou a uma pseudo-espiritualidade. Isso cria falsa culpa em quem é rejeitado e destrói a liberdade pessoal do cristão.

No outro lado do pêndulo, passa-se do legalismo para a licenciosidade, usando-se a liberdade em Cristo para engajar-se em atividades que são sem dúvida uma violação dos desejos de Deus, sob o pretexto de que estão “sob a graça” e não “sob a lei”.

A chave da unidade

8 Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deu;9 o é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso.10 Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que Deus planeou para nós. Ef 2.8-10 (OL)

Devemos aceitar outros cristãos assim como Cristo nos aceitou, o que nos leva a perguntar: como Jesus nos aceitou? Obviamente ele não nos aceitou por sermos perfeitos, porque não o somos. Tampouco não nos recebeu em sua família baseado em nossa cor, status, condição financeira, idade, sexo ou formação acadêmica.

Jesus nos aceitou como estávamos. Acreditamos no seu amor por nós e isso foi suficiente. Jesus Cristo nem mesmo nos pede que arrumemos a casa para sermos aceitos. Ao contrário: ele nos afirma que nos aceita com nossas fraquezas e tudo mais. Ele nos recebe como estamos para fazer as transformações de que precisamos.

A aceitação nesses termos: por amor, sem condições e com compromisso para a transformação é do tipo que glorifica a Deus, porque reconhece em Deus o autor e consumador da nossa fé.

Nem desprezo nem julgamento

3Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou. Rm 14.3(NVI)

A aceitação mútua na igreja é uma via de mão dupla. Aqueles que estão dando seus primeiros passos com o Senhor são convidados a não julgarem seus irmãos mais experientes por alguma atitude que não lhe parece correta, mas que você não está certo de que sejam realmente desobediência ao Senhor.

Aqueles que estão firmes na fé e caminham com o Senhor há tempos são convidados a não desprezarem os irmãos que em suas consciências ainda têm dúvidas sobre os assuntos sem orientação expressa nas Escrituras e se sentem inseguros em situações conflituosas.

20 Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. 21 É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair. Rm 14. 20,21 (NVI)

Se somos firmes na fé, teremos sensibilidade para com nossos irmãos e irmãs em Cristo que não são tão firmes quanto nós. Devemos ter o cuidado de não fazer nada que possa leva-los a fraquejar e cair no pecado.

Sem parcialidade

1 Meus irmãos, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, é incompatível com atitudes de parcialidade em relação às pessoas. Tg 1.1 (OL)

16 Trabalhem juntos com alegria. Não busquem mostrar grandeza. Não procurem cair nas boas graças de gente importante, mas tenham prazer na companhia de gente comum. E não pensem que vocês sabem tudo! Rm 12.16 (BV)

Tiago e Paulo alertam sobre a forma diferente com que alguns irmãos estavam tratando aqueles que tem mais recursos financeiros ou tem mais importância na sociedade. Tiago é contundente e afirma que isso não é compatível com a fé em Jesus. Já Paulo alerta para o fato de que atitudes assim colocam em risco a própria unidade da Igreja, pois é muito difícil trabalhar juntos quanto o clima da igreja é de preferência e parcialidade em favor de alguns.

Honra, sim. Favoritismo, não

Não é errado honrar que é fiel a Deus, dedicando-lhe suas posses e sua própria vida. Assim como não é errado honrar cristãos por serem hospitaleiros, anunciadores do evangelho ou servos fiéis em tudo que fazem. A honra digna de ser recebida também honra a Deus que presenteou com dons e talentos.

No entanto, favoritismo e discriminação fazem com que cristãos sejam rejeitados e apartados, o que viola a lei de Deus e a verdadeira natureza do funcionamento do corpo de Cristo. Se mostramos favoritismo, destruímos a unidade, a harmonia e a singularidade do corpo de Cristo.



Adaptação a partir do capítulo 5 – Aceitando uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus – Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova Versão Internacional

19 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Membros uns dos outros


Membros uns dos outros

Há um certo tipo de poder quando as pessoas se unem: quando a torcida pula junto e grita o nome do time, há uma força nessa unidade; quando na quadra de vôlei, cada jogador az sua parte e todos se esforças para cobrir as falhas uns dos outros e o ponto parece não ter fim, para que tipo de poder toma conta de todos que estão por perto.

É difícil negar que quando as pessoas se unem em torno de um objetivo surge uma energia que nos faz realizar bem mais do que imaginamos ser capazes. Vamos ver um vídeo sobre o poder da unidade.

Há um poder na união. Mesmo quando ela é um processo puramente humano. Imagine agora o que pode acontecer quando essa união é o resultado da ação do Espírito Santo em cada um de nós. Quando lemos as escrituras parece que essa unidade no Espírito era um dos desejos mais intensos de Jesus. Ele até orou sobre isso em Jo 17.20-23.

Uma analogia é a tentativa de explicar algo através de outra coisa. Para tentar explicar essa unidade no Espírito, que existe entre os seguidores de Jesus, a Bíblica usa uma analogia, isto é, ela compara os seguidores de Jesus ao corpo humano em I Co 12.14-26.

VERDADES IMPORTANTES

Há muito a aprender na leitura dessa comparação entre a Igreja e o copo humano. O apóstolo Paulo resume da seguinte forma: “Então nós ... somos membros uns dos outros.” (Rm 12.5). Hoje vamos destacar três verdades importantes que podem ser aprendidas neste texto.

1.     Nenhum cristão deve atuar sozinho: somos interdependentes. Não há lugar para carreira solo entre os seguidores de Jesus – o nosso canto é sempre coral. Não há lugar para monólogo – nossa atuação é sempre coletiva. Não há lugar para lobos solitários – nós andamos sempre em bandos. Nós dependemos uns dos outros. Mas, por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

2.     Nenhum cristão deve sentir-se mais importante que os demais: somos limitados. Somos chamados à humildade, isto é, ao reconhecimento de nossos limites – nem mais, nem menos. Ninguém pode dizer a outro irmão “não preciso de você”. Por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

Além disso, veja o ensino de Paulo aos irmãos de Roma em Rm 12.3.

3.     Cada cristão deve trabalhar para preservar a unidade: somos responsáveis. A manutenção da unidade na igreja é o resultado de nossas atitudes e uns para com os outros.

No time de futebol ou na torcida, a união vem por causa dos objetivos comuns. Porque todos querem a mesma coisa, juntam-se para alcançar os resultados. Na igreja é diferente. A unidade do Corpo de Cristo é resultado da presença do Espírito Santo em nós. Fazemos parte do mesmo corpo, porque fomos feitos parte da família de Deus (Jo 1.12)

Ninguém é parte da Igreja de Jesus apenas por vontade própria. Foi Deus quem fez de você um membro do Corpo de Cristo. É como na família de sangue: ninguém escolhe por si mesmo fazer parte. A escolha é dos outros. Portanto, eu e você não podemos produzir união. A união já existe, porque fomos feitos irmãos uns dos outros. Pode ser que essa união não esteja funcionando, bem, mas ela é uma realidade que não depende da nossa vontade.

Por outro lado, fomos chamados para preservar a essa unidade através de humildade, mansidão, longanimidade e apoio mútuo, conforme. (Ef 4.1-3)

1Suplico-vos pois - eu, prisioneiro por causa de servir o Senhor - que se conduzam de uma maneira digna da chamada que receberam de Deus. 2Sejam humildes, delicados para com os outros e pacientes, numa base de compreensão mútua e com uma afeição sincera. 3Procurem conservar entre vocês a unidade que o Espírito Santo produziu com laços de paz. (Ef 4.1-3 OL)

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO

1.     Somos uma igreja unida? Como podemos melhorar?
2.     Nosso jeito de viver igreja valoriza essa dependência uns dos outros?
3.     A humildade é um valor que nos caracteriza com igreja?
4.     Até que ponto o individualismo está trabalhando contra a unidade da igreja?

5.     O que poderia melhorar em nossas programações para nos sentirmos ainda mais membros uns dos outros?

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000, 

12 junho 2016

Evangelho Autêntico - Eu vos aliviarei

PIB Nova Esperança - Santa Rita/PB - 21/05/16 


Evangelho Autêntico
Eu vos aliviarei

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mt 11.28 (ARA)

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o nosso segundo encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus. No encontro anterior, vimos que o Autêntico Evangelho é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.

Embora o Ladrão insista, rondando por todos os lados, com o propósito de furtar nossa humanidade, destruir nossa identidade, e matar nossas esperanças, Jesus veio para nos dar vida abundante, ao desfazer as obras do salteador: Ele restitui a humanidade perdida, refaz a identidade partida e reanima a esperança esquecida. Como?

1.   Ele muda a disposição da nossa mente por meio da presença do seu Espírito em nós: conduz-nos a valorizar a vida, abençoar as pessoas, defender quem sofre ameaças, lutar pela verdade, encorajar os humilhados, preservar os relacionamentos, promover a paz, respeitar os diferentes e amar a todos.
2.   Ele nos inclui na família de Deus e nos concede uma nova identidade, de filhos e herdeiros de Deus.
3.   Ele nos anima com a esperança da eternidade, pois um dia todo o choro será consolado, toda a dor será banida e encontraremos consolo em Deus.

Hoje veremos outro aspecto do evangelho autêntico: ele é alívio e descanso; não é pesado nem trabalhoso.

Introdução

Um olhar atento para nossas igrejas possivelmente vai revelar que o crente comum está cada dia mais cheio de coisas para fazer.

Somos convocados por nossos líderes e pastores ao compromisso com Jesus. Ocorre que esse compromisso, cada vez mais, se traduz em cumpri certas normas e regras, participar de cultos e programações, observar as exigências (da igreja, da denominação ou mesmo do líder), apoiar financeiramente projetos e iniciativas importantes, etc.

A vida de nossas comunidades tem se tornado cada vez mais intensa com muitas e necessárias reuniões. Os dias da semana já não cabem tudo aquilo a que estamos dispostos e desejosos de fazer. Semana após semana somos convocados a demonstrar nosso compromisso com Jesus tomando parte ativa em todas essas coisas.

Por outro lado, se prestarmos atenção, se formos além da saudação costumeira e olharmos nos olhos uns dos outros sem pressa, veremos que muitos de nós estamos cansados. Nossas vidas estão sobrecarregadas de exigências. Elas vêm de fora, mas vêm também de dentro da igreja pela imposição que fazemos uns aos outros de resultados, performance e imagem.

Um outro evangelho tem sido pregado em nossos dias (que embora seja outro, não é novo): o evangelho da justiça própria por meio da religião salvadora. É esse outro evangelho que tem nos sobrecarregado com exigências mútuas, cobranças, intolerância e falta de amor.

Era exatamente este o cenário nos dias de Jesus. Os líderes religiosos, que estudavam e conheciam as Escrituras, se tornaram muito exigentes com os outros. Cada vírgula da lei de Moisés precisava ser cumprida. Mas não apenas isso: eles instituíram outras 600 orientações, que normatizavam o modo das pessoas viverem. Essas orientações ganharam o mesmo valor das escrituras e passaram a ser exigida de todos.

A atenção se voltou de tal forma para o cumprimento das leis, ordenanças e orientações que o judeu simples andava curvado debaixo do fardo de tantas exigências. É nesse contexto que Jesus afirma:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mt 11.28 (ARA)

O povo andava pela vida arqueado sob o peso de pesados fardos de Justiça Própria e Mérito. A cada item da lei perseguido pelo povo, uma nova exigência era criada pelos mestres da lei.

O fardo da justiça própria

Justiça própria é a tentativa de parecer honesto, de bom coração e digno, diante de Deus e das pessoas. É se esforçar para que Deus fique satisfeito com nossas boas atitudes e por fim diga: “É realmente, eu tenho visto que você é bem melhor que a maioria das pessoas por aqui! Você merece tudo de bom! Inclusive a salvação! Parabéns! O prêmio é seu!”

Justiça própria é fazer por onde. É receber por mérito próprio. E embora o mérito, isto é, o merecimento, seja importante em várias instâncias do relacionamento humano, com Deus não é esse o caminho; porque o padrão de Deus é a perfeição. Apenas os perfeitos podem ir à presença de Deus e se apresentarem.

Por que a justiça própria se torna um fardo, então? Porque a cada boa atitude que temos, somos flagrados em duas ou mais situações onde o pecado levou vantagem sobre nós.

Alguém nos diz: “a solução é orar! Deus se agrada daqueles que o buscam em oração”. Então começamos a orar com fervor. Mas descobrimos que nossa oração é egoísta, que só pensamos em nós, nossos parentes e amigos. Percebemos que oramos quase que apenas para pedir, que pouco sabemos agradecer, e que mesmo no mais fervoroso momento de oração nossa mente divaga e... de repente estamos pensando que amanhã precisamos ir ao banco pagar a conta de energia.

A Bíblia nos diz que nossos esforços não são suficientes, mas esse outro evangelho nos diz que o problema é que ainda não esforçamos pra valer. A Bíblia nos diz que ninguém é bom o suficiente, mas esse outro evangelho diz que se você tentar um pouco mais Deus vai honrar o seu sacrifício.

Esse outro evangelho quer nos convencer de que precisamos apenas ser mais determinados, ir a todos os cultos, fazer e cumprir todos os votos, participar de todas as correntes de oração, não faltar a EBD, vir aos cultos de oração, trabalhar no EJC, postar foto com versículo bíblico no Face, tornar-se ofertante e dizimista, fazer o culto doméstico todos os dias, ser assíduo nos cultos de domingo... que aí não tem erro! Deus vai ficar sem desculpas! Ele vai olhar pra mim e vai dizer: você é o cara!!! Ou melhor, servo bom e fiel!

Nada disso é ruim em si mesmo, mas tudo isso junto ainda não é suficiente para que sejamos aceitos por Deus. E além de não ser suficiente, torna-se um fardo muito pesado para se levar. Nossa vida com Deus não pode ser uma correria em busca de uma oferendas e ofertas.

Quando Jesus fez o convite, venham a mim, ele estava dizendo claramente que a proposta dos líderes religiosos de seus dias não era suficiente para levar paz à alma humana. É preciso mais que esforço próprio para paz, alegria e sentido para a vida.

Vinde a mim

Aos cansados de carregar os pesados fardos da religiosidade vazia, o convite de Jesus soa maravilhoso! Ele promete alívio e descanso.

Mas é um convite para o quê? Para o que Jesus está nos convidando? A dificuldade para responder essa pergunta talvez seja porque ela não é a pergunta certa. Jesus NÃO fez um convite para um evento, uma reunião ou um grupo religioso. Ele nos convida para ele mesmo.

O autêntico evangelho de Jesus não é uma religião nova, nem tampouco alguma espécie de clube dos crentes, em que nos encontramos toda semana, revemos os outros sócios e pagamos nossas mensalidades. O evangelho é um relacionamento com Jesus, o Deus que se fez gente. Por isso ele disse: vinde a mim!

É possível que você tenha se aproximado do evangelho por diversas razões: em busca de solução para um problema difícil, em busca de amizades verdadeiras, em busca de compreender melhor a bíblia, porque você desejava se livrar o álcool ou de qualquer outra coisa o aprisionava.

Todas essas razões são legítimas para sua aproximação do evangelho, mas a solução dessas situações não é suficiente para sustentar sua caminhada com Deus. A solução dessas situações nos alivia, mas é um alívio temporário. O tipo de alívio de que precisamos é mais profundo e permanente.

Jesus nos chama para si mesmo porque ele é o único caminho para nos livrarmos definitivamente dos fardos pesados da justiça própria, do esforço e do mérito. Se você for para qualquer outro lugar ou pessoa, não vai encontrar alívio ou descanso.

Todos que estais cansados e sobrecarregados

Um tema que se tornou comum nas últimas décadas é o esgotamento espiritual. Essa expressão é usada para aquela situação em que as pessoas ficam tão comprometidas com os afazeres religiosos, que deixam de cultivar sua vida com Deus e acabam também dando pouco valor ao relacionamento com as pessoas.

Existe um cansaço natural que acontece porque você está dedicando sua vida a conhecer mais o Senhor pela oração, pela leitura da palavra e através de relacionamentos saudáveis com demais membros do corpo de Cristo. Mas esse cansaço natural não é esgotamento espiritual.

O cansaço do qual Jesus promete alívio é aquele que vem quando tudo passa a girar em torno das tarefas e programações. Quando se alimenta a esperança de que um pouco mais de esforço e Deus vai notar o que estamos fazendo e seremos recompensados por isso. Aí a pessoa entra em verdadeiro carrossel, tentado fazer sempre mais e mais, sem nunca ser suficiente. As atividades na igreja vão se tornando mecânicas e perdendo o significado. E a pessoa fica tão cansada que perde o ânimo e a alegria de servir.

Muitos testemunhos bonitos já foram destruídos por causa disso. Muito pastores já perderem seus ministérios. Muitos casamentos já desfizeram. Muitos filhos abandonaram a fé de seus pais. Simplesmente por causa dessa tentativa louca de se tornar o queridinho de Deus fazendo a obra de Deus pela nossa cabeça e do nosso jeito.

Se você se sente cansado e sobrecarregado, o convite de Jesus é para você. Esse não é um convite apenas para os de fora. É também, e sobretudo, um convite para os de dentro. Para aqueles que, mesmo tendo compreendido o amor de Deus continuam levando pesados fardos sobre si.

O Evangelho autêntico de Jesus não sobrecarrega de preocupações. Não amarra fardos nas costas daqueles que servem ao Senhor. Aqueles que abraçaram o evangelho devem ao mesmo tempo aceitar esse convite feito por Jesus e aproximar-se dele. A promessas que ele nos fez é que seremos aliviados dos fardos pesados da religiosidade vazia.

Eu vos aliviarei

Como vem o alívio de Jesus? O que acontece para que os fardos pesados que estão sobre nós sejam retirados? Duas coisas são necessárias.

1.   Precisamos ser libertos pela verdade

Jesus não deu voltas para afirmar que ele mesmo é a verdade. Eu sou o Caminho, a verdade e a vida, ele disse. As cordas que prendem esses pesados fardos sobre nós são cortadas pelas tesouras da verdade.

As palavras e a vida de Cristo são declarações contundentes contra qualquer ilusão de bondade que estejamos alimentando sobre nós. O Apóstolo Paulo ecoou esse pensamento de Jesus ao escrever para os irmãos de Roma:

10Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; 11não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.12Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer". Rm 3.10-12

O alívio de Jesus começa quando reconhecemos nosso estado de penúria e necessidade de Deus. Enquanto estivermos tentando manter as aparências, não há como desatar os fardos de sobre os ombros.

Há um pensamento muito equivocado de que a igreja é lugar de gente certinha, cheia de energia interior. Gente batalhadora e vitoriosa porque é determinada e perseverante. Não nada há mais falso do que esse entendimento! Isso não faz parte do Autêntico evangelho de Jesus.

Na verdade, a igreja é lugar de gente que se reconhece pecadora e sem solução. Gente que não confia em si mesma, porque sabe quão ruim pode ser. Gente que desistiu de dar um jeito na própria vida e decidiu depender única e exclusivamente do amor de Deus.

O primeiro passo do alívio é ser libertado pela verdade da ilusão da bondade própria

2.   Precisamos encontrar justificação na graça

Mas o autêntico evangelho de Jesus não para por aí. Ele acena com a maior das esperanças: a graça de Deus. É nesse momento que nossa mente é conduzida ao correto entendimento da natureza humana e do amor de Deus.

5 Por isso, mesmo quando estávamos espiritualmente mortos nos nossos pecados, Ele nos deu uma vida nova juntamente com Cristo. Vocês foram salvos pela graça de Deus.6 E, como somos identificados com Cristo Jesus, Deus nos ressuscitou assim como ressuscitou a Cristo e nos fez reinar com Ele nos céus.7 Deus fez isso para que pudesse mostrar a incomparável riqueza da sua graça para as gerações futuras. Esta graça é demonstrada pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.8 Pois é pela graça de Deus que vocês foram salvos, por meio da fé que vocês têm. Vocês não salvaram a si mesmos. A salvação vem de Deus como um dom,9 e não como o resultado das obras que alguém fez, para que assim ninguém se orgulhe. Ef 2.5-9 (VFL)

Evangelho quer dizer boas notícias. E boa notícia é que Deus não nos abandonou. Ele nos viu indo em direção ao abismo, caminhado feito zumbis para longe dele, por causa de nossos pecados.

E o que ele fez? Ele nos amou de uma maneira tão impressionante que decidiu entregar Jesus, seu único filho, para que através de sua morte e ressurreição pudéssemos receber vida.

Não havia e não há em nós qualquer mérito para que Deus nos ame. Isso tudo foi graça. A demonstração da bondade de Deus, que resolveu nos dar nova oportunidade (pela fé em Jesus) de nos aproximarmos dele e revivermos. Um presente de Deus para nós.

Por que eu fui salvo? Porque Deus o amou!
O que ele viu em mim? Nada!
O que eu fiz para merecer? Nada!
Então, porque Deus me amou? Graça! Favor imerecido da parte de Deus.

Da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse; também somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que nossa caminhada de fé não é resultado de qualquer mérito de nossa parte, mas do amor gracioso de Deus por nós.

Conclusão

Ser aliviado por Jesus não é se tornar apático na igreja, deixar de participar dos cultos e eventos. Quando os fardos da religiosidade vazia são retirados de sobre nossos ombros continuamos servindo, mas nosso serviço deixar de ser para obter pontos de Deus e se transforma em expressão de gratidão a Ele e de amor pelos irmãos.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mt 11.28 (ARA)


O evangelho autêntico é assim, nos leva aos pés de Cristo. Vinde a mim, ele disse. E nós dizemos: sim, Senhor.