PIB Nova Esperança - Santa Rita/PB - 21/05/16
Evangelho Autêntico
Eu vos aliviarei
Conexão
Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o nosso segundo
encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus. No encontro anterior, vimos que o Autêntico Evangelho
é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude
planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.
Embora o Ladrão insista, rondando por todos os lados,
com o propósito de furtar nossa humanidade, destruir nossa identidade, e matar
nossas esperanças, Jesus veio para nos dar vida abundante, ao desfazer as obras
do salteador: Ele restitui a humanidade perdida, refaz a identidade partida e
reanima a esperança esquecida. Como?
1. Ele muda a disposição da nossa
mente por meio da presença do seu Espírito em nós: conduz-nos a valorizar a
vida, abençoar as pessoas, defender quem sofre ameaças, lutar pela verdade,
encorajar os humilhados, preservar os relacionamentos, promover a paz,
respeitar os diferentes e amar a todos.
2. Ele nos inclui na família de Deus e
nos concede uma nova identidade, de filhos e herdeiros de Deus.
3. Ele nos anima com a esperança da
eternidade, pois um dia todo o choro será consolado, toda a dor será banida e
encontraremos consolo em Deus.
Hoje veremos outro aspecto do evangelho autêntico: ele é alívio e descanso; não é pesado nem trabalhoso.
Introdução
Um olhar atento para nossas igrejas possivelmente vai
revelar que o crente comum está cada dia mais cheio de coisas para fazer.
Somos convocados por nossos líderes e pastores ao
compromisso com Jesus. Ocorre que esse compromisso, cada vez mais, se traduz em
cumpri certas normas e regras, participar de cultos e programações, observar as
exigências (da igreja, da denominação ou mesmo do líder), apoiar
financeiramente projetos e iniciativas importantes, etc.
A vida de nossas comunidades tem se tornado cada vez
mais intensa com muitas e necessárias reuniões. Os dias da semana já não cabem
tudo aquilo a que estamos dispostos e desejosos de fazer. Semana após semana
somos convocados a demonstrar nosso compromisso com Jesus tomando parte ativa
em todas essas coisas.
Por outro lado, se prestarmos atenção, se formos além
da saudação costumeira e olharmos nos olhos uns dos outros sem pressa, veremos
que muitos de nós estamos cansados. Nossas vidas estão sobrecarregadas de
exigências. Elas vêm de fora, mas vêm também de dentro da igreja pela imposição
que fazemos uns aos outros de resultados, performance e imagem.
Um outro evangelho tem sido pregado em nossos dias
(que embora seja outro, não é novo): o evangelho da justiça própria por meio da
religião salvadora. É esse outro evangelho que tem nos sobrecarregado com
exigências mútuas, cobranças, intolerância e falta de amor.
Era exatamente este o cenário nos dias de Jesus. Os
líderes religiosos, que estudavam e conheciam as Escrituras, se tornaram muito
exigentes com os outros. Cada vírgula da lei de Moisés precisava ser cumprida.
Mas não apenas isso: eles instituíram outras 600 orientações, que normatizavam
o modo das pessoas viverem. Essas orientações ganharam o mesmo valor das
escrituras e passaram a ser exigida de todos.
A atenção se voltou de tal forma para o cumprimento
das leis, ordenanças e orientações que o judeu simples andava curvado debaixo
do fardo de tantas exigências. É nesse contexto que Jesus afirma:
Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mt 11.28 (ARA)
O povo andava pela vida arqueado sob o peso de pesados
fardos de Justiça Própria e Mérito. A cada item da lei perseguido pelo povo,
uma nova exigência era criada pelos mestres da lei.
O fardo da justiça
própria
Justiça própria é a tentativa de parecer honesto, de
bom coração e digno, diante de Deus e das pessoas. É se esforçar para que Deus fique satisfeito com nossas boas atitudes e por fim diga: “É realmente, eu tenho
visto que você é bem melhor que a maioria das pessoas por aqui! Você merece
tudo de bom! Inclusive a salvação! Parabéns! O prêmio é seu!”
Justiça própria é fazer por onde. É receber por mérito
próprio. E embora o mérito, isto é, o merecimento, seja importante em várias
instâncias do relacionamento humano, com Deus não é esse o caminho; porque o
padrão de Deus é a perfeição. Apenas os perfeitos podem ir à presença de Deus e
se apresentarem.
Por que a justiça própria se torna um fardo, então?
Porque a cada boa atitude que temos, somos flagrados em duas ou mais situações
onde o pecado levou vantagem sobre nós.
Alguém nos diz: “a solução é orar! Deus se agrada
daqueles que o buscam em oração”. Então começamos a orar com fervor. Mas
descobrimos que nossa oração é egoísta, que só pensamos em nós, nossos parentes
e amigos. Percebemos que oramos quase que apenas para pedir, que pouco sabemos
agradecer, e que mesmo no mais fervoroso momento de oração nossa mente divaga e...
de repente estamos pensando que amanhã precisamos ir ao banco pagar a conta de
energia.
A Bíblia nos diz que nossos esforços não são
suficientes, mas esse outro evangelho nos diz que o problema é que ainda não
esforçamos pra valer. A Bíblia nos diz que ninguém é bom o suficiente, mas esse
outro evangelho diz que se você tentar um pouco mais Deus vai honrar o seu
sacrifício.
Esse outro evangelho quer nos convencer de que
precisamos apenas ser mais determinados, ir a todos os cultos, fazer e cumprir
todos os votos, participar de todas as correntes de oração, não faltar a EBD,
vir aos cultos de oração, trabalhar no EJC, postar foto com versículo bíblico
no Face, tornar-se ofertante e dizimista, fazer o culto doméstico todos os
dias, ser assíduo nos cultos de domingo... que aí não tem erro! Deus vai ficar
sem desculpas! Ele vai olhar pra mim e vai dizer: você é o cara!!! Ou melhor,
servo bom e fiel!
Nada disso é ruim em si mesmo, mas tudo isso junto
ainda não é suficiente para que sejamos aceitos por Deus. E além de não ser
suficiente, torna-se um fardo muito pesado para se levar. Nossa vida com Deus
não pode ser uma correria em busca de uma oferendas e ofertas.
Quando Jesus fez o convite, venham a mim, ele estava
dizendo claramente que a proposta dos líderes religiosos de seus dias não era
suficiente para levar paz à alma humana. É preciso mais que esforço próprio
para paz, alegria e sentido para a vida.
Vinde a mim
Aos cansados de carregar os pesados fardos da
religiosidade vazia, o convite de Jesus soa maravilhoso! Ele promete alívio e
descanso.
Mas é um convite para o quê? Para o que Jesus está nos
convidando? A dificuldade para responder essa pergunta talvez seja porque ela
não é a pergunta certa. Jesus NÃO fez um convite para um evento, uma reunião ou
um grupo religioso. Ele nos convida para ele mesmo.
O autêntico evangelho de Jesus não é uma religião nova,
nem tampouco alguma espécie de clube dos crentes, em que nos encontramos toda
semana, revemos os outros sócios e pagamos nossas mensalidades. O evangelho é
um relacionamento com Jesus, o Deus que se fez gente. Por isso ele disse: vinde
a mim!
É possível que você tenha se aproximado do evangelho
por diversas razões: em busca de solução para um problema difícil, em busca de
amizades verdadeiras, em busca de compreender melhor a bíblia, porque você
desejava se livrar o álcool ou de qualquer outra coisa o aprisionava.
Todas essas razões são legítimas para sua aproximação
do evangelho, mas a solução dessas situações não é suficiente para sustentar
sua caminhada com Deus. A solução dessas situações nos alivia, mas é um alívio
temporário. O tipo de alívio de que precisamos é mais profundo e permanente.
Jesus nos chama para si mesmo porque ele é o único
caminho para nos livrarmos definitivamente dos fardos pesados da justiça
própria, do esforço e do mérito. Se você for para qualquer outro lugar ou
pessoa, não vai encontrar alívio ou descanso.
Todos que estais
cansados e sobrecarregados
Um tema que se tornou comum nas últimas décadas é o
esgotamento espiritual. Essa expressão é usada para aquela situação em que as
pessoas ficam tão comprometidas com os afazeres religiosos, que deixam de
cultivar sua vida com Deus e acabam também dando pouco valor ao relacionamento
com as pessoas.
Existe um cansaço natural que acontece porque você
está dedicando sua vida a conhecer mais o Senhor pela oração, pela leitura da
palavra e através de relacionamentos saudáveis com demais membros do corpo de
Cristo. Mas esse cansaço natural não é esgotamento espiritual.
O cansaço do qual Jesus promete alívio é aquele que
vem quando tudo passa a girar em torno das tarefas e programações. Quando se alimenta
a esperança de que um pouco mais de esforço e Deus vai notar o que estamos
fazendo e seremos recompensados por isso. Aí a pessoa entra em verdadeiro carrossel, tentado
fazer sempre mais e mais, sem nunca ser suficiente. As atividades na igreja vão
se tornando mecânicas e perdendo o significado. E a pessoa fica tão cansada que
perde o ânimo e a alegria de servir.
Muitos testemunhos bonitos já foram destruídos por
causa disso. Muito pastores já perderem seus ministérios. Muitos casamentos já
desfizeram. Muitos filhos abandonaram a fé de seus pais. Simplesmente por causa
dessa tentativa louca de se tornar o queridinho de Deus fazendo a obra de Deus
pela nossa cabeça e do nosso jeito.
Se você se sente cansado e sobrecarregado, o convite
de Jesus é para você. Esse não é um convite apenas para os de fora. É também, e
sobretudo, um convite para os de dentro. Para aqueles que, mesmo tendo
compreendido o amor de Deus continuam levando pesados fardos sobre si.
O Evangelho autêntico de Jesus não sobrecarrega de
preocupações. Não amarra fardos nas costas daqueles que servem ao Senhor.
Aqueles que abraçaram o evangelho devem ao mesmo tempo aceitar esse convite feito por Jesus e aproximar-se dele. A promessas que ele nos fez é que seremos aliviados dos
fardos pesados da religiosidade vazia.
Eu vos aliviarei
Como vem o alívio de Jesus? O que acontece para que os
fardos pesados que estão sobre nós sejam retirados? Duas coisas são
necessárias.
1. Precisamos ser
libertos pela verdade
Jesus não deu voltas para afirmar que ele mesmo é a
verdade. Eu sou o Caminho, a verdade e a
vida, ele disse. As cordas que prendem esses pesados fardos sobre nós são
cortadas pelas tesouras da verdade.
As palavras e a vida de Cristo são declarações
contundentes contra qualquer ilusão de bondade que estejamos alimentando sobre
nós. O Apóstolo Paulo ecoou esse pensamento de Jesus ao escrever para os irmãos
de Roma:
10Como
está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; 11não
há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.12Todos se desviaram, tornaram-se
juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer". Rm 3.10-12
O alívio de Jesus começa quando reconhecemos nosso
estado de penúria e necessidade de Deus. Enquanto estivermos tentando manter as
aparências, não há como desatar os fardos de sobre os ombros.
Há um pensamento muito equivocado de que a igreja é
lugar de gente certinha, cheia de energia interior. Gente batalhadora e
vitoriosa porque é determinada e perseverante. Não nada há mais falso do que esse
entendimento! Isso não faz parte do Autêntico evangelho de Jesus.
Na verdade, a igreja é lugar de gente que se reconhece
pecadora e sem solução. Gente que não confia em si mesma, porque sabe quão ruim
pode ser. Gente que desistiu de dar um jeito na própria vida e decidiu depender
única e exclusivamente do amor de Deus.
O primeiro passo do alívio é ser libertado pela
verdade da ilusão da bondade própria
2. Precisamos
encontrar justificação na graça
Mas o autêntico evangelho de Jesus não para por aí.
Ele acena com a maior das esperanças: a graça de Deus. É nesse momento que
nossa mente é conduzida ao correto entendimento da natureza humana e do amor de
Deus.
5 Por isso, mesmo quando estávamos
espiritualmente mortos nos nossos pecados, Ele nos deu uma vida nova juntamente
com Cristo. Vocês foram salvos pela graça de Deus.6 E, como somos identificados com Cristo
Jesus, Deus nos ressuscitou assim como ressuscitou a Cristo e nos fez reinar
com Ele nos céus.7 Deus
fez isso para que pudesse mostrar a incomparável riqueza da sua graça para as
gerações futuras. Esta graça é demonstrada pela sua bondade para conosco em
Cristo Jesus.8 Pois
é pela graça de Deus que vocês foram salvos, por meio da fé que vocês têm.
Vocês não salvaram a si mesmos. A salvação vem de Deus como um dom,9 e não como o resultado das obras que
alguém fez, para que assim ninguém se orgulhe. Ef 2.5-9 (VFL)
Evangelho quer dizer boas notícias. E boa notícia é
que Deus não nos abandonou. Ele nos viu indo em direção ao abismo, caminhado
feito zumbis para longe dele, por causa de nossos pecados.
E o que ele fez? Ele nos amou de uma maneira tão
impressionante que decidiu entregar Jesus, seu único filho, para que através de
sua morte e ressurreição pudéssemos receber vida.
Não havia e não há em nós qualquer mérito para que
Deus nos ame. Isso tudo foi graça. A demonstração da bondade de Deus, que
resolveu nos dar nova oportunidade (pela fé em Jesus) de nos aproximarmos dele
e revivermos. Um presente de Deus para nós.
Por que eu fui salvo? Porque Deus o amou!
O que ele viu em mim? Nada!
O que eu fiz para merecer? Nada!
Então, porque Deus me amou? Graça! Favor imerecido da parte de Deus.
Da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus,
isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse; também
somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que
nossa caminhada de fé não é resultado de qualquer mérito de nossa parte, mas do
amor gracioso de Deus por nós.
Conclusão
Ser aliviado por Jesus não é se tornar apático na
igreja, deixar de participar dos cultos e eventos. Quando os fardos da
religiosidade vazia são retirados de sobre nossos ombros continuamos servindo,
mas nosso serviço deixar de ser para obter pontos de Deus e se transforma em
expressão de gratidão a Ele e de amor pelos irmãos.
Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Mt 11.28 (ARA)
O evangelho autêntico é assim, nos leva aos pés de
Cristo. Vinde a mim, ele disse. E nós dizemos: sim, Senhor.