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26 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Dedicados uns aos outros


Dedicados uns aos outros

Paulo usou a metáfora do corpo para mostra que os seguidores de Jesus são membros uns dos outros. Essa bonita ilustração mostra como a Igreja funciona. Cada crente é necessário e vitalmente importante no plano de Deus.

Analogias são ótimas para introduzir um assunto ou para fornecer acesso a um conhecimento. No entanto, comparações não são perfeitas em tudo e não têm a função de esgotar o assunto. Isso quer dizer que nem tudo a respeito do corpo humano pode ser aplicado à igreja e que há muitos aspectos da igreja que não podem ser percebidos através da comparação com o corpo.

É por isso, e também por causa da importância e complexidade do assunto, que as Escrituras nos fornecem outras analogias sobre a Igreja, como lavoura, edifício, exército, etc. Em Rm 12.10 temos indícios de outra analogia importante para compreendermos a natureza da Igreja que somos.

10 Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Rm. 12.10 (NVI)

O termo philadelphia, traduzido por amor fraternal, originalmente refere-se aos relacionamentos familiares. Quando o apóstolo Paulo o aplica à igreja, parece afirmar que o relacionamento entre os discípulos de Jesus é marcado por um amor semelhante ao amor que existe entre irmãos.

O termo adelphos, usado nas escrituras por mais de 200 vezes e traduzido como irmão, quer dizer, literalmente “do mesmo ventre” e é claramente um termo familiar. Assim, a Bíblia aponta para uma realidade inescapável e profunda: nascemos de novo (como Jesus falou a Nicodemos) dentro da família de Deus. Ele nos adotou a todos como filhos e filhas por meio de Jesus Cristo.

5 Deus nos destinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo; esse era o seu desejo e o seu propósito. Ef 1.5 (VFL)

As duas analogias (corpo e família) claramente nos fornecem comparações diferentes e parecem ter objetivos diferentes: quando Paulo usou a metáfora do corpo, valeu-se dos aspectos físicos para ilustrar o funcionamento da igreja com a participação de todos discípulos a partir das habilidade e capacitações de cada um; mas quando empregou a metáfora da família o foco é outro: ele quis mostrar os aspectos psicológicos das relações entre os cristãos.

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Dizer que a igreja é como uma família pode ser inspirador para alguns, mas não ajuda muito outras pessoas, cuja a experiência familiar não foi (ou não é) das melhores.

Com frequência, crianças crescem sem sentir como é ser aceito, amado incondicionalmente ou sentir-se seguro; não aprendem a confiar nos outros, pelo contrário. Por causa do ambiente hostil em que são criadas, aprendem a mentir, trapacear e enganar; assim, o egoísmo acaba se tornando um modo de sobrevivência onde há pouco espaço para confiança, generosidade e afeto.

Como esse cenário se liga à analogia da igreja como família? O ponto a ser considerado é o fato de que alguém se tornar um cristão não muda automaticamente atitudes e modos de pensar que foram desenvolvidos ao longo da vida. Assim, quando passam a fazer parte da família de Deus, muitos chegam apenas com uma vaga noção do que seja ser amável, carinhoso, sincero e confiante e com pouca disposição para acreditar que esta família seja diferente daquela em que ele cresceu.

A boa notícia é que Deus projetou a igreja (a família dele) para trazer cura espiritual e emocional a todos os que nela forma incluídos, mesmo aqueles que tiveram poucas experiências familiares de amor e cuidado mútuos.


Infelizmente, o mundo está cheio de igrejas que não funcionam como famílias plenas e funcionais. Nessas igrejas os crentes não são dedicados uns aos outros em amor fraternal; nessas igrejas o lema “um por todos, todos por um” é motivo de gracejos, piada e descrença; nessas igrejas há poucas empatia, pouco desprendimento e pouca disposição para se gastar em benefício dos outros; nessas igrejas as pessoas que chegam vindas de famílias quebradas e desestruturadas são expostas a outras famílias que quase nada podem fazer, porque também se encontram na mesma situação.

Quando isso acontece, o plano de Deus para a cura espiritual e emocional é impedido. De fato, essa situação leva à desilusão e devastação espiritual. É inegável que vivemos tempo difíceis.


Uma pergunta é inevitável. Pode a igreja trazer cura e saúde a quem tanto precisa? A resposta é decididamente “SIM”. Isso já aconteceu incontáveis vezes na história e pode acontecer aqui com a gente também. Que passos podemos dar para caminhar em direção a uma igreja-família, cujos relacionamentos dão testemunho aos de fora e acolhimento aos de dentro?

Apesar de nossa condição como membros da família de Deus ser uma ligação produzida pelo Espírito de Deus, mediante a regeneração, que nos insere em uma nova vida, ainda assim mostrar amor e afeto por outros cristãos e trata-los como irmãos e irmãs precisa ser aprendido.

PASSO 1

O primeiro passo para esse aprendizado é examinar com cuidado e espírito de submissão o que a Bíblia fala sobre amor fraternal. A seguir, uma amostra:

9Mas quanto ao amor fraternal puro que deve existir entre o povo de Deus, eu não preciso falar muito, tenho certeza! Porque o próprio Deus está ensinando vocês a se amarem uns aos outros. 10Na verdade, já é forte o amor que vocês têm por todos os irmãos em Cristo no seu país todo. Mesmo assim, queridos amigos, nós lhes rogamos que amem cada vez mais a eles. 1 Ts 4.9,10

1Não deixem nunca de se amar com amor de irmãos. 2Não se esqueçam da hospitalidade, porque foi assim que alguns hospedaram anjos, sem o saber. 3Lembrem-se dos presos como se estivessem presos com eles; e dos que são maltratados como se fossem vocês mesmos a sofrer. Hb 13.1-3

22Agora podem ter entre vocês um amor fraterno, não fingido, porque as vossas almas foram purificadas pela obediência à verdade. Amem-se, pois, uns aos outros de todo o coração. 23Porque vocês nasceram de novo, não de uma semente deteriorável, mas de uma semente imortal, pela palavra de Deus viva e que permanece para sempre. 1 Pe 1.22,23

8E agora, esta palavra a cada um: vocês devem ser como uma grande família feliz, cheios de simpatia uns pelos outros, amando-se uns aos outros, com corações ternos e mentes humildes. 9Não paguem mal por mal. Não retribuam àqueles que dizem coisas desairosas sobre vocês. Em vez disso, orem para que Deus ajude os tais, pois devemos ser bondosos para com os outros, e Deus nos abençoará por isso. 1 Pe 3.8,9

5-7Sendo assim, esforcem-se diligentemente por acrescentar à vossa fé uma boa conduta; e além disso o conhecimento das coisas espirituais; depois aprendam o que é o domínio dos vossos próprios desejos naturais; acrescentem a perseverança, e ainda uma relação efectiva com Deus. E não se esqueçam da afeição fraterna, e enfim do amor. 8Porque se estas qualidades abundarem na vossa vida, elas não vos deixarão ociosos nem estéreis, mas antes frutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 2 Pe 1.5-7

PASSO 2

Avalie suas atitudes e ações com respeito aos outros membros da sua família cristã. Até que ponto você sente amor e afeto em relação aos seus irmãos em Cristo? Vejamos se as perguntas a seguir podem auxiliar-nos nessa reflexão:
  
Bloco A

1.     Você se sente à vontade para expressar seus sentimentos a outras pessoas? Por quê?
2.     Você já foi magoado por alguém em quem confiava? O que você aprendeu com essa situação?
3.     Você acha que vale a pena abrir o coração na família de sangue? E na família de fé?
4.     Quais são os riscos que corremos ao expressar nossos sentimentos na família de Deus? Você acha que vale a pena?

Bloco B

1.     Na sua família, com seus pais e irmãos, como vocês expressavam amor uns pelos outros?
2.     Como você classificaria sua família (pais e irmãos) em relação a expressar sentimentos? Muito Aberta, Aberta, Fechada, Muito Fechada.
3.     Em termos de expressar sentimentos e emoções, o que era assunto proibido em sua família (pais e irmãos)?
4.     Você se sente confortável em chamar Deus de pai? Por quê?

Bloco C

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

Bloco D

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

PASSO 3

Se depois dessas perguntas você achar que precisa de ajuda, procure um membro amadurecido do Corpo de Cristo em quem você confie. Isso é muito importante para sua caminhada. Comece a agir em harmonia com aquilo que você sabe ser o desejo de Deus. Não espere sentir vontade. Frequentemente sentimentos vêm logo após ações. Expressa o amor de forma tangível o ajudará a desenvolver sentimentos de amor e a comunica-los verbalmente.

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000. Tradução por Ana Vitoria Esteves de Souza.