03 junho 2007

O Caminho da Cruz - Parte 1

Durante os três dias que vamos passar juntos aqui, o Senhor vai nos ensinar sobre o Caminho da Cruz. Um caminho esquecidos dos crentes do século XXI. O evangelho dos nossos dias tornou-se em imitação barata do evangelho de Jesus.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É uma fé de crendices e superstições, que escraviza as pessoas com mandingas, mantras, pactos, promessas e relíquias chamadas de sagradas como uma lasca da cruz de Cristo, um garrafa com água do Jordão ou uma porção de óleo bento do monte das oliveiras.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a uma fé positivista que decreta e declara. Tudo vai acontecer como se deseja, pois Deus está sob controle, não no controle. Basta uma oração, basta exigir a promessa, basta cumprir as novenas, basta entregar os dízimos. Ele não tem qualquer alternativa. É fé na fé... a fé pela fé... a fé que se alimenta de si mesma.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a fé do “Céu Agora”. Essa fé cansou de esperar pelas promessas do Céu, cansou-se de aguardar as moradas na casa do Pai e resolveu comprar um céu para si aqui mesmo na Terra. A riqueza, o sucesso financeiro e o acúmulo de bens são os deuses dessa fé. É a fé dos que cansaram de ser comparados aos pardais e aos lírios do campo e encheram seus corações de orgulho e amor ao dinheiro.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a fé dos psicólogos e suas intermináveis análises. Auto-ajuda, auto-análise, regressões induzidas, pecados desconhecidos, curas interiores, traumas espirituais, grupos de terapia. É a fé da alma, mas não é a fé do espírito. É a fé que arranha a superfície, remexe as feridas, mas vira as costas ao sangue de Cristo derramado na cruz do calvário.

A verdade é que milhares de cristão evangélicos parecem perdidos, não sabem para onde ir. Ouviram promessas mirabolantes que não se cumpriram, compraram e pagaram por coisas que não estavam à venda, creram em um falso deus, mais parecido com o gênio da lâmpada e agora não sabem o que fazer.

Alguns que começaram a trilhar o caminho da Cruz, agora perderam a trilha. Não sabem mais para onde. Caminham em círculos em volta de si mesmos. Onde está o caminho da cruz? Eles não sabem mais e suas almas se angustiam.

Outros nunca conheceram o caminho da Cruz. Nasceram no meio dessa fé estranha. Sentem um vazio em si mesmos, não estão plenamente preenchidos, porque lhes falta trilhar o único caminho que é capaz de gerar vida: o caminho da cruz.

Aqui vai um alerta: o evangelho de Jesus é o mesmo desde há dois mil anos atrás. Não há qualquer novidade nele desde então, a não ser seu tremendo poder de transformação capaz de gerar em nós o caráter de Cristo. Não há qualquer novidade, a não ser o fato de que apenas o evangelho de Jesus é capaz de dar sentido e significado para a vida. Não há qualquer novidade, a não ser a maravilhosa notícia de que o evangelho de Jesus pode invadir a vida, invadir o dia-a-dia e apresentar a vontade de Deus para o ser humano desorientado e perdido em si mesmo.

Hoje pela manhã, uma pergunta para aguçar o pensamento e nos ajudar a compreender o caminho da cruz: qual o centro da sua vida? Em torno do que ela gira? O que realmente importa para você? O que (ou quem) é capaz de influenciar suas decisões? Qual o apoio da sua vida, aquele lhe dá segurança e satisfação.

Pode parecer uma pergunta simples, mas respondê-la é o ponto de partida para o caminho da cruz, porque esse caminho começa onde você está.

Era uma segunda-feira ensolarada daquelas de céu azul. Pela manhã, Alice foi a uma loja de pássaros e comprou um papagaio. O vendedor disse que o bicho falava pelos cotovelos. Ela, que sempre sonhara com um papagaio, levou o louro para casa. Mas o papagaio ficou o dia inteiro calado.

No dia seguinte, Alice voltou à loja de pássaros e compartilhou sua frustração com o vendedor. O diagnóstico foi rápido: ele precisa de uma escada. Alice levou a escada vermelha, pôs na gaiola e... Nada. Nenhuma palavra o dia inteiro.

Na manhã do dia seguinte, Alice estava novamente na loja de pássaros. O vendedor sugeriu um balanço, podia ser que assim ele se animasse a falar. Alice escolheu um balanço feito de cipó tom sobre tom: era um pouco mais caro, mas valeria a pena. Terminou a manhã, a tarde e a noite chegou ao final e nada. O louro parecia abatido, meio triste.

No outro dia Alice voltou a falar com os atendentes da loja. A nova tentativa foi uma árvore de plástico. O vendedor disse que era uma imitação do habitat natural do bicho. Alice levou sem questionar, agora ia dar certo. Mas não deu. O louro continuava sua greve de palavras. Durante toda semana Alice trouxe um novo brinquedo para o papagaio.

Até que na manhã do domingo o bicho amanheceu morto. Alice correu para a loja com a gaiola na mão e os olhos cheios de lágrimas.

- Mas ele nunca chegou a dizer nenhuma palavra? Perguntou o dono da loja.
- Sim, disse Alice aos prantos e soluçando.
- Antes de morrer ele olhou para mim e perguntou: não tem comida pra vender naquela loja?

A vida é cheia de coisas belas, de momentos divertidos, de eventos importantes, de projetos que valem à pena e desafios nobres. Mas poucas coisas são essenciais, poucas coisas são necessárias. Ou mesmo uma só coisa, como Jesus disse à Marta.

(38) Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. (39) Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. (40) Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. (41) Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. (42) Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38-42)

Somos uma geração de Martas. Temos até o desejo de alegrar mas nos falta discernimento para escolher o que realmente é necessário. Somos uma geração inquieta que mesmo quando tenta agradar a Deus corre atrás de escadas, balanços e árvores de plástico. Estamos prestes a morrer de inquietação, preocupação e fome.

O que é mais importante em sua vida? Onde reside sua paixão? O que alimenta a sua mente? Porque a vida vale a pena pra você?

Há muitas pessoas que acham que a vida vale a pena por causa dos amigos que têm. Não nada melhor que sair com os amigos no final de semana, contar e ouvir as novidades, compartilhar os desafios, lamentar as derrotas e festejar as vitórias. Suas vidas giram em torno dos amigos.

Há outros para os quais a vida vale a pena por causa dos filhos. De acordo com a idade dos filhos os casais têm mais ou menos necessidade de ficar em função deles. Mas há aqueles que constroem suas rotinas exclusivamente em função dos filhos. Sejam pequenos ou grandes, ele são sempre “prioridade-zero”, tudo o mais vem depois deles. Chega-se a prejudicar as outras pessoas e os demais relacionamentos por causa dos filhos.

Há pessoas cuja vida gira em torno do trabalho. É o motor que os faz funcionar bem. Suas melhores energias, seu melhor tempo, sua mais profunda dedicação é entregue na busca de se tornar excelente no trabalho. Não importa quanto vão sofrer com isso ou mesmo que vai ser necessário abrir mão de valores éticos e morais. O sucesso no trabalho é o mais importante.

Por incrível que possa parecer, mesmo com tantas decepções e inúmeras tristezas com que temos sido presenteados em nosso país, algumas pessoas vivem em torno de sua filiação política. São militantes aguerridos, defendem a bandeira do partido. Muitas vezes fazem isso disfarçadamente em forma de reclamações sem fim, mas são capazes de gastar grande parte de seu tempo em embates e discussões sobre o cenário político.

Algumas pessoas vivem em função do próprio conforto. Tudo é usado para obter uma qualidade melhor de vida. Os bens, os recursos, ou mesmo as pessoas, são usadas com um propósito aparentemente nobre (a busca por uma vida mais confortável), mas que revela egoísmo de uma alma sedenta em busca de água.

O que há de errado em ter amigos, amar os filhos, crescer profissionalmente, ter uma convicção política ou desejar uma vida melhor?

Absolutamente nada! Não já nada de errado!

A questão é que essas e tantas outras coisas são como a escada, o balanço de cipó e a árvore de plástico do louro. Mais cedo ou mais tarde a pergunta ecoa em nossas almas: não tem comida nessa loja? Porque eu estou é morrendo de fome!

Não há nada de errado com os brinquedos, mas para aqueles que se dizem cristãos eles são apenas um complemento daquilo que é realmente necessário. São periféricos daquilo que é principal e indispensável.

Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas... Marta talvez não tenha gostado muito da exortação. Mas eram as palavras carinhosa do Senhor Jesus que ela já conhecia. Palavras de quem ela sabia que a amava.

Qual é a sua paixão? O que lhe arranca da cadeira e lhe impulsiona para a vida? Isso é o centro da sua vida. E se a sua vida estiver centrada em coisas periféricas, você está correndo o sério risco de morrer de fome, rodeado de brinquedos coloridos.

O caminho da cruz começa onde você está. Mas onde você está?
O caminho da cruz começa com o reconhecimento dos brinquedos.
O caminho da cruz começa com transparência diante de si mesmo.
O caminho da cruz é o único caminho onde há fartura de comida e ainda o prazer de brincar com os presentes de Deus.

Cântico: humilhados diante de ti, nós, teu povo.

01 abril 2007

O Poder que há na Cruz - 6

Introdução à Mensagem

(35) Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte. (36) E, assentados ali, o guardavam. (37) Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. (38) E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. (39) Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: (40) Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! (41) De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: (42) Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. (43) Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. (44) E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele. (45) Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. (46) Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (47) E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. (48) E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. (49) Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. (50) E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. (Mateus 27:35-50)

Conta-se que em certo país do oriente médio a punição para alguém que fosse flagrado roubando um objeto era 50 chicotadas públicas, após o que ele podia ser libertado. Havia nesse país um juiz, um homem já velho, conhecido por todos como justo em seus julgamentos e na aplicação das sentenças.

Certa vez, em um dia normal de trabalho, foi anunciado o julgamento de um jovem que havia sido flagrado roubando. O caso era simples. Por isso, antes mesmo que aquele jovem entrasse no tribunal, o juiz já sabia o veredicto e a pena que deveria aplicar para o cumprimento da lei.

No entanto quando o jovem entrou na sala de julgamento, o Juiz compadeceu-se daquele rapaz. Era o filho de um vizinho seu. Ele conhecia aquele rapaz desde a mais tenra idade. Ele vira o garoto crescer brincando na calçada em frente a sua casa. Mas o que ele poderia fazer? A lei era clara, o rapaz realmente havia cometido o crime e a punição precisava acontecer. Como ele poderia manter-se como um juiz justo e ao mesmo tempo demonstrar o seu amor?

Então, depois de presidir o julgamento, emitir o veredicto de culpado e anunciar a sentença a ser executada, o velho juiz levantou-se, livrou-se dos paramentos do judiciário, assumiu o lugar do jovem e recebeu em seu próprio corpo as 50 chicotadas. Terminado o suplício ele virou-se para o jovem e disse: você está livre!

Na Cruz há poder para revelar o caráter de Deus. A cruz é o exato momento que a justiça e o amor de Deus se revelam em toda a sua plenitude. Na cruz foi confirmado que o caráter de Deus é imutável e que as nossas dúvidas sobre Ele são apenas a confirmação de nossas limitações em compreendê-lo. Ele sempre será santo, justo e bom.

Mas antes de aprendermos sobre as virtudes de um Deus justo e cheio de amor, precisamos compreender que a Cruz foi um acordo divino entre o Pai e o Filho. O Pai não é um Deus irado que forçou o filho a morrer; o Filho não é o lado amoroso de Deus pai.

(14) Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, (15) assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. (16) Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. (17) Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. (18) Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai. (João 10:14-18)

Na cruz do Calvário Jesus decidiu receber sobre seu próprio corpo a pena que estava endereçada para cada um de nós. Ele abriu mão de sua condição divina e espontaneamente assumiu o meu (e o seu) lugar na justa punição pelos nossos pecados.

Apesar da dor, do sofrimento, da angústia que cercava a todos que testemunharam a morte de Cristo. Tudo estava acontecendo exatamente como havia sido planejado desde a eternidade. Se por um lado Jesus entregou-se por sua livre vontade, recebendo em si mesmo o castigo que deveria ser nosso; por outro lado, a cruz foi um desejo também do Pai, que optou por desviar sua ira para único que era capaz de suportá-la.

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (7) Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. (8) Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. (9) Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. (10) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. (Isaías 53:4-10)

Na cruz, Deus executa a justiça pelo pecado cometido. Na cruz, Deus demonstra o seu amor pelo pecador perdido. Na cruz, aquele não tinha pecados recebeu a punição pelos pecados de toda a humanidade.

Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste!

A Bíblia conta a história de Abraão. Ele ficou conhecido como pai da fé

(1) Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! (2) Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. (3) Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. (4) Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. (5) Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. (6) Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. (7) Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? (8) Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. (9) Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; (10) e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. (11) Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! (12) Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. (13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho. (14) E pôs Abraão por nome àquele lugar - O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá. (15) Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão (16) e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, (17) que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, (18) nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. (19) Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência. (Gênesis 22:1-19)

O filho de Abraão não foi morto porque o anjo do Senhor bradou dos céus e impediu o sacrifício. Um cordeiro no lugar do menino. Isac não morreu, mas cordeirinho foi sacrificado.

(13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.

A cruz é a marca da justiça de Deus

Mas o filho de Deus não foi poupado. Sua vinda estava prevista desde o Éden, os profetas falaram da sua vida, morte e ressurreição, os sacerdotes e os sacrifícios eram ilustrações do verdadeiro sacrifício.

Jesus gritou: Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste?

O Senhor foi desamparado para que você pudesse ser acolhido
O Senhor morreu para que você pudesse ter vida
O Senhor suportou a ira de Deus para que você sinta o amor

Como o jovem Isac, nós fomos poupados. Em nosso lugar o Cordeiro de Deus: Jesus Cristo.

Ao meio-dia, quando Jesus ainda estava pendurado na cruz, os céus se escureceram. Por quê? Aquela escuridão era a demonstração visível da seriedade com que Deus trata o pecado.

Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (Romanos 8:32)

No momento em que o Senhor Jesus assumia sobre si a pena pelos pecados da humanidade, interrompeu-se a comunhão entre o Pai e Filho. Deus não pode lidar com o pecado sem executar a justa punição. Jesus recebeu sobre si a justa punição pelos nossos pecados, já que Ele mesmo viveu uma vida sem pecados.

Três horas de silêncio. Três horas de escuridão, três horas sofrendo o pior castigo que qualquer criatura poderia sofrer: a separação de Deus.

A cruz é a marca do amor de Deus

(6) Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (7) Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. (8) Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:6-8)

Aceitar a Cristo é dizer sim para algumas coisas:

É dizer sim para o fato de que você tem vivido separado de Deus por causa dos seus pecados. Reconhecer-se um pecador cuja a justa punição é a separação de Deus.

É dizer sim e reconhecer sua incapacidade de atender por seu próprio esforço aos padrões de Santidade que Deus deseja para você; E abrir mão das tentativas de justificar-se.

É dizer sim, e aceitar que os efeitos da morte de Cristo sejam aplicados por Deus em sua vida. É confiar que a morte do Cordeiro de Deus é um benefício que pode livrá-lo(a) da justa punição pelos seus pecados.

Não há merecimento, você não fez nada para isso, é simplesmente a demonstração do amor de Deus por você. Ele não quer que você viva uma eternidade de lamento e choro.

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (18) Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (19) O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (João 3:16-19)

O tratamento de Deus para o pecado é drástico. Ele não põe panos quentes, Ele não encobre, Ele não ameniza. O pecado destrói família, arrasa relacionamentos, devasta nações inteiras, contamina culturas, afunda as pessoas em suas próprias mazelas e gera morte.

O tratamento de Deus para o pecado foi a Cruz de Cristo. Se você ainda não se apropriou dessa solução de Deus, saiba que não existe outra.

25 março 2007

O Poder que há na Cruz - 5

Introdução à Série

Chegamos hoje à quinta mensagem dessa série de reflexões sobre o poder que há na Cruz de Cristo.

Começamos pela compreensão do poder destruidor do pecado e de como a santidade de Deus não pode conviver com a atitude de rebeldia à vontade de Deus. Vimos também que a justiça de Deus é o que move o Senhor a punir o pecado com a separação da sua própria presença.

Em seguida encontramos nas Escrituras a história do primeiro casal humano, Adão e Eva, e vimos como Deu os criou com esmero a sua própria imagem e semelhança dando-lhes a capacidade de decidirem por si mesmo. Adão é Eva decidiraão virar as costas para Deus e viver a vida por conta própria.

Depois vimos como o amor de deus revelou-se de forma prática à raça humana. Ainda no Éden, Ele decidiu que o preço pelo pecado cometido por mim e por você seria cobrado do seu Filho, Jesus. Por um homem, Adão, o pecado entrou no mundo; por um homem, Jesus, a salvação veio a todos.

Reconhecer o próprio pecado e a incapacidade de curar-se a si mesmo é o primeiro passo; o seguinte é clamar pelos médicos dos médicos, o único que possui em seu sangue o antídoto para essa doença de morte, que é o pecado.

Na Cruz de Cristo há poder para receber o perdão de Deus. O preço da sua ofensa contra Deus foi pago na Cruz e agora, pela fé em Jesus Cristo, você pode ser beneficiado. Na Cruz de Cristo há poder para perdoar o ofensor. Perdoar é abrir mão do direito de revidar. Perdoar é confiar em Deus como o justo juiz, que retribuirá na medida certa e para o bem do seu ofensor, não para destruí-lo.

Na Cruz de Cristo há poder para mudar o destino eterno daquele que crê em Jesus. Um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus queria uma solução imediatista. Bastava para ele ser livrado daquela cruz. Como ele, hoje muitos têm perdido a perspectiva da eternidade e consomem-se em ansiedade e estresse porque a vida lhe escapa por entre os dedos. Já o outro ladrão pediu pelo seu destino eterno. Lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus responde àquele homem: hoje estarás comigo no paraíso.

Introdução à Mensagem

Se você ainda não percebeu, nessa série de mensagens estamos refletindo sobre as palavras ditas por Jsus enquanto estava agonizando, pregado a uma cruz no monte chamado calvário. Esse monte era um depósito de lixo, um aterro sanitário, um lixão a céu aberto.

Pai, perdoa-lhe porque eles não sabem o que fazem
Hoje mesmo estarás comigo no paraíso

Hoje vamos aprender juntos com as palavras ditas por Jesus à Maria, sua mãe, e a João um de seus discípulos. Hoje vamos aprender que na Cruz há poder para abrirmos mão de nós mesmos.

(23) Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. (24) Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá - para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados. (25) E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. (26) Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. (27) Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa. (João 19:23-27 ARA)

Os condenados eram crucificados seminus. As roupas de Jesus foram divididas entre os soldados. Sua túnica foi sorteada entre eles. As dores eram terríveis, a respiração curta, a sensação de sede indescritível. Jesus estava prestes a morrer e era perfeitamente justificável que Ele estivesse concentrado em suportar as dores físicas, emocionais e espirituais pelos quais passava. Mas o nosso Senhor, ainda assim, encontrou forças para não pensar em si mesmo.

Com certeza, nenhum de nós passou por sofrimentos sequer parecidos com os que Jesus enfrentou. Não conhecemos seus sofrimentos físicos, nem tampouco os emocionais e espirituais.

Mas nós temos nossos pequenos sofrimentos, nossas angústias e nossas dores. De uma banal fila de banco à morte de um ente querido, todos temos nossos sofrimentos. Como você reage? Como você se comporta quando o sofrimento lhe alcança? O mundo pára e ninguém mais importa?

Nesse início de século XXI, a maioria de nós não consegue pensar em mais nada, a não ser em si mesmo. Na fila do banco o seu tempo é mais importante do que o tempo dos outros? No estacionamento do shopping a vaga é sempre sua, jamais pode ser do outro? No ônibus o assento é seu independente de quem esteja de pé ao seu lado? No restaurante o item esquecido da conta é um brinde da casa, mesmo que o garçom vá pagar a conta? Você é daqueles que nunca saem perdendo em uma negociação, mesmo que para isso o outro lado seja prejudicado?

Jesus mostrou que é possível enfrentar o dia-a-dia com suas adversidades e ainda assim cultivar um coração capaz de pensar primeiro nas necessidades dos outros

No mundo da seleção natural, no mundo do salve-se quem puder, é um pecado imperdoável pensar nas necessidades dos outros. Abrir mão de si mesmo chega a ser uma insanidade. No mundo dos mais fortes, ninguém pensa em outra coisa que não seja sua própria satisfação.

É assim que quatro adolescentes arrastam por vários quarteirões uma criança, presa pelo cinto de segurança do lado de fora de um carro roubado, para não prejudicar seus planos de assalto.

É assim que uma mãe põe sua filha recém nascida em um saco plástico e a joga em uma lagoa, para não ser impedida de continuar seu romance com um novo namorado.

É assim que um homem violenta uma garota de 3 anos de idade, para satisfazer seu desejo demente de prazer.

É assim que as crianças estão sendo abandonadas por seus pais, aos cuidados da mestra televisão, para que suas carreiras profissionais não sejam prejudicadas.

É assim que o comerciante, de forma mentirosa, vende produtos de baixa qualidade por preços altos, para elevar as margens de lucro e construir um grande império.

É assim que os idosos que nos deram à luz e nos criaram são esquecidos em asilos e albergues, para que a rotina da vida não seja atrapalhada.

Mas como pensar no outro? Como ocupar-me das necessidades dos outros? E eu? Quem vai pensar em mim? Quem vai cuidar de mim? A Cruz tem as respostas para as nossas perguntas.

Mulher, eis aí o teu filho

(26) Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.

No tempo de Jesus, as mulheres dependiam economicamente de seus pais enquanto solteiras e de seus maridos quando casadas. Maria, a mãe de Jesus não era diferente. Tudo indica que ao tempo da morte de Jesus, ela era uma mulher viúva. Nesse caso a responsabilidade de sustentá-la recaía sobre seu filho mais velho, Jesus.

O sofrimento de Jesus era intenso! Acusado injustamente ele estava pagando por crimes que não tinha cometido. Abandonado pelos amigos mais próximos, ele tinha todos os motivos para pensar na própria dor e lamentar-se.

Jesus, no entanto não estava ocupado com suas próprias necessidades, mas com as necessidades dos outros. Sua mãe viúva em pouco tempo não teria mais um filho para sustentá-la. Ele não poderia desampará-la. Na Cruz há poder para abrir mão de si mesmo, da própria dor, e pensar o outro.

Você pode pensar que Jesus agia assim porque Ele era o filho de Deus: Ele era especial! Na verdade, Jesus foi tão humano quanto eu e você somos. Se havia um segredo que o capacitava a abrir mão de se preocupar apenas consigo mesmo não era a sua deidade, mas sua confiança de que o Pai estava cuidando dele. O pai também está cuidando de você! O Filho está cuidando de você! O Espírito está cuidando de você!

O Senhor Jesus não lhe deixará só, meu irmão. Ele disse: Estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos. Ele está ao seu lado, conte com Ele, converse com Ele, peça-lhe ajuda... Confie que Ele está cuidando de você e sinta-se livre para ocupar-se também com as necessidades do outros

Quantas pessoas solitárias precisam de sua companhia! Nos asilos e albergues ou na empresa em que você trabalha há pessoas que precisam da sua companhia, do seu interesse por elas.

Você pode ter paz! Jesus disse: deixo-vos a minha paz. Pela boca do profeta Jeremias, o Senhor afirmou: eu sei os pensamentos que tenho a respeito de vós, e são pensamentos de paz. Você não vai conseguir produzir a paz de que precisa em sua vida apenas sendo uma boa pessoa. A paz em sua família não acontecerá se não for pela intervenção do Rei da Paz: Jesus! Confie que Deus está cuidando de você e descanse. Sinta-se livre para ocupar-se com a necessidade dos outros.

Quantas pessoas perto de você precisam de uma palavra de paz. Quantos conflitos precisam de sua pacificação. Quantas pessoas precisam que você seja a marca da paz de Cristo. Quantos precisam de uma palavra de conciliação em meio às guerras pelas quais estão passando.

O Senhor vai suprir suas necessidades! Não se angustie! Ele sabe! Jesus afirmou: vosso Pai sabe do que necessitais. Você não é um filho abandonado, largado à própria sorte. Você não está por conta própria. O Senhor está com você! Confie no suprimento de Deus e usufrua da liberdade de ocupar-se com a necessidade dos outros.

Você está disposto a ser o suprimento de Deus, para aqueles que passam por necessidades e lutas? Você está pronto para confiar e abrir mão de si mesmo? Na Cruz de Cristo há poder! Aproprie-se desse poder através da confiança no Filho de Deus.


Eis aí a tua mãe

(27) Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.

Há algumas semanas estamos nos aproximando da Cruz de Cristo e quanto mais próximos chegamos mais compreendemos que a Cruz é salvação, mas também é compromisso.

Muitos tiveram vergonha de identificar-se com Jesus, o nazareno condenado a morte e nem sequer foram até o lixão para sofrer junto com Cristo. Alguns que foram ficaram à distância e apenas uns poucos ficaram ao pé da cruz.

João foi o único dos discípulos que estava ao pé da cruz. Foi ali que ele recebeu de Jesus uma missão: cuidar de Maria como se fosse sua própria mãe. O que Jesus diria para você? Que desafio ele lhe faria?

Talvez ele lhe mostrasse a imagem de um velho em asilo da cidade e dissesse: eis aí o teu pai!

Quem sabe a imagem de uma criança desnutrida e asquerosa e dissesse: eis aí o teu filho!

Ou pode ser que Ele lhe mostrasse a imagem de um desconhecido e dissesse: eis aí o teu irmão!

Mães solteiras precisam de pais substitutos para os seus filhos. Os que padecem nos hospitais precisam ser visitados. Meninas prostitutas precisam ser cuidadas com amor verdadeiro. Aqueles que perderam entes queridos precisam de consolo. Aqueles que padecem com limitações mentais precisam de compaixão. Os que sofrem com limitações físicas precisam de suporte e dignidade.

(31) Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; (32) e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; (33) e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; ... (41) Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (42) Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; (43) sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. ... (44) E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? (45) Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. (46) E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna. (Mateus 25:31-46)

A Cruz é lugar de salvação e compromisso. Na Cruz de Cristo há poder para confiar no cuidado do Pai, abrir mão de si mesmo e ocupar-se com a necessidade do outro.

18 março 2007

O Poder que há na Cruz - 4

Introdução à Série

Hoje chegamos à quarta mensagem dessa série de pregações sobre o poder que há na Cruz de Cristo. Semana passada, compreendemos que na Cruz de Cristo há poder para receber e conceder perdão.

Embora todos sejamos dignos de morte e mereçamos com justiça ser afastados de Deus por causa dos nossos pecados, podemos ser beneficiados pela morte substitutiva de Cristo, que recebeu a punição pelos nossos pecados. Eu posso ser perdoado por Deus, se confiar em Cristo Jesus como meu Senhor e Salvado. Na Cruz há poder para liberar o perdão de Deus em meu favor.

Na cruz também há poder que me capacita a perdoar. Crucificado, humilhado e alvo da zombaria de todos, o Senhor Jesus levantou a voz em oração: Pai, perdoa-lhes.

Apropriar-se do poder que há na Cruz é entregar nas mãos de Deus a dor da traição, da injustiça, da falta de consideração, do abandono, da injúria, da mentira e do desafeto. É confiar na retribuição Dele. Ele sabe a medida certa da retribuição. Ele sabe retribuir para construir, e não para destruir. Na Cruz de Cristo há poder para liberar em mim perdão para aqueles que me ofenderam.

Introdução à Mensagem

Quando Jesus clamou ao Pai, pedindo perdão para aqueles que o matavam, ele estava pregado a uma cruz, entre dois bandidos, cumprindo assim a profecia falada pelo profeta Isaías: ... foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu. Isaías 53:12

Os dois bandidos que estavam ao seu lado ouviram a oração do Senhor, no entanto eles não reagiram da mesma maneira. Eles inclinaram o coração em direções diferentes. Um deles queria mudar apenas o hoje, o agora; enquanto o outro pensou na eternidade.

O hoje daqueles homens era muito breve... Já o nosso hoje é uma incógnita, é algo que não está sob o nosso controle. A curta história desses dois bandidos, que está registrada nas escrituras, vai nos ajudar a descobrir que na Cruz de Cristo há poder disponível para mudar nosso destino eterno.

(35) O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido. (36) Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: (37) Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. (38) Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: ESTE É O REI DOS JUDEUS. (39) Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. (40) Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? (41) Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. (42) E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. (43) Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. (Lucas 23:35-43 ARA)

Nenhum daqueles dois homens eram flor-que-se-cheirasse. Eram malfeitores, bandidos e conforme as leis da época estavam sofrendo a justa punição por seus crimes. Não havia essa de “bom” ladrão e “mau” ladrão.

Ambos poderiam ser assaltantes, talvez constassem na lista dos “Procurados” de Jerusalém, talvez fossem acusados de conspiração contra os romanos ou fossem assassinos conhecidos por sua maldade e falta de compaixão.

Não faz diferença! Aqueles homens representam o estado em que se encontra a raça humana: escravos do pecado e destinados para uma eternidade distante de Deus. Eu e você não somos diferentes deles.

Os romanos costumavam fixar na parte superior da cruz os crimes pelos quais o crucificado fora condenado. Na cruz de Cristo foi escrito: Este é o rei dos judeus. Foi por causa dessa afirmação que os dois ladrões discutiram

Mudar o hoje

Um daqueles homens, pendurado ao lado de Jesus, era prático, tinha grande capacidade lógica. Ele sabia que o seu fim estava próximo e dirigiu-se a Jesus com uma pergunta provocadora: Não és tu o Cristo?

Aquele bandido não era ignorante sobre as profecias. Quando ele usou a expressão “O Cristo” ele estava fazendo uma referência ao Messias prometido nas escrituras, aquele que seria o Rei de Israel e destruiria os inimigos do povo de Deus.

Os judeus ansiavam por um líder militar e político que derrotasse os romanos, devolvesse a liberdade perdida e instaurasse um reino de paz. Era assim que as profecias eram interpretadas. A placa no alto da cruz de Jesus, dizia exatamente isso: Rei dos judeus.

A pergunta do ladrão parecia pertinente. Mas não era a pergunta de alguém que tinha dúvidas e queria ser esclarecido. Não era uma pergunta que esperava pela resposta. A pergunta feita por aquele malfeitor era apenas parte de um argumento do tipo “se... então”, parte de um jeito de pensar que ainda hoje controla a mente de tantas pessoas e as afasta de Deus: Não és tu o Cristo?

Aquele malfeitor, uma ilustração de nós mesmo, não esperou a resposta de Jesus. Imediatamente ele revelou o seu principal interesse: livrar-se daquela situação de sofrimento: Salva-te a ti mesmo e a nós também.

Ele enxergou uma oportunidade e foi rápido em tentar aproveitá-la. “Se esse homem é o messias prometido nas escrituras, não precisamos morrer pregados nessas cruzes. Vamos sair bem dessa!” Então, ele provocou o filho de Deus pondo em dúvida a sua identidade. “Quem sabe, se for provocado, ele reage e nos livra dessa situação”.

Jesus, pregado naquela cruz, com dores terríveis por todo o corpo, ouviu aquele ladrão e talvez lembrou-se da tentação no deserto, quando enfrentou o inimigo de Deus: se tu és o Filho de Deus... Parecia a mesma voz, a mesma idéia, a mesma maneira de pensar e viver a vida. Ele não respondeu.

Que maneira é essa?

Em primeiro lugar, essa é a maneira de pensar dos que vivem em função de si mesmos. Orgulho e egoísmo são as marcas. Pregado naquela cruz, aquele homem foi incapaz de refletir sobre a vida de crimes que tinha levado, incapaz de repassar na mente os males causados a tantas pessoas, incapaz de reconhecer a maldade do seu coração. É preciso humildade para fazer isso e ele não estava disposto a humilhar-se.

Qual o espaço que o orgulho e o egoísmo têm ocupado em sua vida? Quanto sua vida tem girado apenas em torno de você mesmos? Fora você e a sua família, quem mais você tem ajudado ultimamente? Há no seu coração compaixão pelas pessoas, ou você não tem tido tempo para isso?

Orgulho e egoísmo são pecados que corromperam o coração de Lúcifer no início e que ainda hoje corrompem o coração de homens e mulheres.

Em segundo lugar, essa é a maneira de pensar daqueles que tentam manipular a Deus para obter o que deseja. Aquele bandido achava que se Jesus fosse provocado, se Jesus fosse acuado no canto da parede, acabaria acontecendo o que ele desejava.

Aquele homem tentou pressionar o Senhor Jesus pondo em dúvida algo muito importante para qualquer pessoa, a própria identidade. Ou Jesus livrava todos da cruz e assim confirmava ser o Messias enviado por Deus, ou estaria provado que ele realmente não era. Aparentemente, Jesus estava preso no argumente do bandido. Mas Jesus não participa desse tipo de jogo. Ele simplesmente não respondeu.

Você é daqueles que acha que Deus só faz alguma coisa com base na pressão? Você acha que Deus pode ser manipulado por uma chantagem barata? Sua vida tem sido uma permanente tentativa de obter alguma coisa de Deus através de uma oferta na igreja, de uma esmola aos pobres, da leitura de capítulo da bíblia ou de um dia de paz com sua esposa/esposo?

Essa é uma mentira milenar que através dos séculos enganado a humanidade. A verdade é que Deus não depende de nós, Ele é suficiente em si mesmo. Não há nada capaz de suborná-lo, porque em Si mesmo ele já tem tudo de que precisa. Se Ele se interessa por nós é por causa do seu voluntário e inexplicável amor. Apenas por isso

Em terceiro lugar, essa é a maneira de pensar daqueles que perderam a perspectiva da eternidade. Deus não nos fez para uma existência breve. Ele nos criou para sermos eternos. Mas aqueles que perderam a perspectiva da eternidade gastam suas energias exclusivamente para fazer funcionar esta vida. São pessoas que vivem apressadas e angustiadas. Elas não têm tempo a perder porque a vida, daqui há pouco, vai acabar.

Aquele homem não estava preocupado se haveria ou não uma eternidade. Ele não estava nem um pouco interessado sobre o que o esperava ao final daquele dia, quando ele desse seu último suspiro naquela cruz. Ele só queria descer dali, voltar a sua vidinha e quem sabe continuar sua trajetória de crimes.

Como você lida com a brevidade da vida? Como você lida com a morte? Quais são suas expectativas sobre a eternidade que se estende depois que termina nossa vida neste mundo?

Mudar a eternidade

É nesse ponto que eu quero lhe apresentar a maneira de pensar do outro bandido. Ele não tinha nada de bom. Era um malfeitor como o seu colega. Mas, depois de ouvir a oração de Jesus pedindo que o pai perdoasse aqueles que o estavam maltratando, o segundo bandido inclinou seu coração na direção oposta à do seu colega.

Sua primeira palavra foi no sentido de repreender o orgulho e arrogância do colega de crimes. Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?

A palavra temor muitas vezes e confundida com medo. Deus não deseja inspirar medo em ninguém, mas Ele é digno do

respeito, da reverência, do reconhecimento de quem Ele é: o criador do Universo, o Deus Todo Poderoso que trouxe tudo que existe à existência pelo poder da sua palavra.

Aquele segundo ladrão viu na atitude de Cristo um ato de submissão a Deus e isso o inspirou a temer, a reconhecer que Deus é soberano sobre todas as coisas. Você pode fazer o mesmo ao declarar que reconhece o poder e a majestade de Deus.

Na Cruz de Cristo há poder para mudar o seu destino eterno e isso começa com o reconhecimento da soberania de Deus sobre o universo e sobre a sua vida.

Para onde o seu coração vai se inclinar?

Sua segunda palavra foi para admitir o seu pecado e reconhecer-se digno da punição que estava recebendo. Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem.

Essa é a grande barreira para muitos mudarem o seu destino eterno. Nossas mentes foram encharcadas com a idéia de que temos muitos direitos e de que devemos brigar por todos eles. Somos uma sociedade em que todos têm direitos e ninguém tem obrigações. Todos devem exigir seus direitos até a morte, mas ninguém está disposto a morrer para cumprir suas obrigações.

Aquele segundo bandido não procurou justificativas para os seus crimes. Ele não tentou esconder-se atrás dos seus direitos. Ele não culpou os pais ou a vida difícil que teve quando era criança. Ele não alegou falta de controle para explicar os pecados que cometeu. Ele apenas reconheceu que os atos que tinha cometido mereciam o castigo que ele estava recebendo. A sua punição era justa.

Na Cruz de Cristo há poder para mudar seu destino eterno, e isso passa pela admissão da sua culpa. A Graça inunda apenas a vida daqueles que se vêem com desgraçados. O perdão alcança apenas aqueles que se percebem culpados. A salvação é apenas para aqueles que se acham perdidos.

Para onde o seu coração vai se inclinar?

A terceira palavra daquele homem foi o reconhecimento de que a vida não se resume aos dias em que o coração palpita. Há algo mais! Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.

Pareciam frases insanas de alguém que estava à beira da morte. Aquele homem, crucificado, pedia a um outro crucificado que se lembrasse dele.

Jesus não parecia um Rei. Ele não tinha reino, não tinha poder, não tinha súditos, não tinha riqueza, não tinha pompa. Jesus estava morrendo, seminu, pregado a uma cruz. Dentro de algumas horas ambos estariam mortos. Mas aquele ladrão acreditou que a vida não terminaria ali. Por isso, à beira da morte, ele pede para ser lembrado no reino futuro de Jesus. Ele confiou sua eternidade ao Cristo de Deus.

Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. (I Coríntios 15:19)

Há um destino eterno. E na cruz de Cristo há poder para mudar o seu destino eterno. Apenas o Senhor Jesus tem as chaves que abrem as portas da eternidade com Deus. Apenas a confiança na eficácia da morte dele na Cruz pode nos garantir a comunhão com Deus por toda a eternidade.

Para onde o seu coração vai se inclinar?

Uma palavra de garantia

O que você diria àquele homem? Talvez algumas palavras de conforto do tipo: “agüenta firme!” Ou “o que é isso companheiro, ainda não é a sua vez”?

O filho de Deus disse: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

O Senhor Jesus não precisou pedir autorização para ninguém, não disse que precisava examinar melhor o caso dele, não perguntou se ele ia à sinagoga, ou quanto e quais eram os crimes que ele havia cometido. O destino eterno dele foi mudado pelo único que pode fazer isso: Jesus.

hoje estarás comigo no paraíso.

O homem não pediu nenhum benefício pessoal, não barganhou nenhuma troca, não ofereceu nada para Jesus, não pediu nada para os parentes. Aquele homem simplesmente depositou sua confiança no filho de Deus. O destino eterno dele foi mudado porque ele creu no Cristo de Deus.

O seu destino eterno também pode ser mudado.

Declare a soberania de Deus;
Reconheça o seu pecado;
Peça a Jesus que mude o destino eterno da sua vida;

Faça isso agora!

11 março 2007

O Poder que há na Cruz - 3

Introdução

Nestas semanas que antecedem a semana chamada santa, estamos aprendendo sobre o Poder que há na Cruz. Temos conversado sobre a realidade do pecado e sua implicações para a raça humana.

Vimos que a criação do ser humano foi um ato espontâneo e amoroso de Deus. A expressão desse amor ganhou extensão e profundidade quando Deus decidiu nos criar não como autômatos pré-programados, mas seres capazes de decidir.

Vimos que essa capacidade de tomar decisões por conta própria é um dos traços da semelhança de Deus com que fomos criados. E por que recebemos a liberdade de decidir, fomos tornados responsáveis por nossas decisões.

Vimos ainda como o Senhor foi justo e amoroso com Adão e Eva quando os colocou no jardim e lhes deu algumas orientações. O primeiro casal recebeu do Senhor plena condição para viver eternamente com Ele, mas decidiram dizer NÃO.

1) Eram habitados pelo Espírito de Deus e mantinham estreita comunhão com Ele;
2) A ordem recebida de Deus era simples e foi claramente explicada. As conseqüências da desobediência também foram explicadas com clareza;
3) Eles Tinham tudo de que precisavam em abundância;
4) Eles tinham fortes razões para confiar em Deus, conheciam Sua vontade, experimentavam diariamente Sua presença e companhia.
5) Eles tinham acesso a Deus, poderiam ter pedido uma explicação sobre a história contada pela serpente.

Mas, por sua livre vontade, eles decidiram virar as costas para Deus, acreditando assim que seria possível encontrar realização e significado maiores para suas vidas. Deus estava escondendo algo e não merecia confiança. Eis o pecado! E a morte veio em seguida.

Onde está o poder?

Uma cruz em si não passa de um cruel instrumento de tortura usado pelo governo Romano no início da era cristã para, diariamente, matar criminosos e rebeldes políticos. Não há qualquer poder em uma cruz qualquer. Por isso, fica claro que não falamos de uma cruz qualquer, falamos da Cruz de Cristo!

Mas que poder poderia haver nas toras de madeira usadas para cravar os pregos que prenderam as mãos e os pés de Jesus, deixando-o suspenso? Será que, porque prenderam o filho de Deus elas se tornaram especiais? Será que algum pedaço daquela cruz, se existisse ainda hoje, seria fonte de algum poder divino? Será que uma relíquia da cruz em que Cristo foi crucificado poderia enfim nos causar algum benefício? Claro que não!

Não há qualquer poder no objeto cruz, mesmo naquele em que o Cristo de Deus foi pendurado injustamente. Fica claro então que estamos falando não do objeto, mas do fato cruel e sangrento que aconteceu na palestina por volta do ano 30 da era cristã: Jesus, o filho de Deus, foi crucificado e morto. O poder que há na cruz não vem dela, mas Daquele que nela entregou a sua vida.

Que tipo de poder?

O poder sempre fez os brilharem os olhos do ser humano. Simão, um ilusionista conhecido por mágico, quis comprar o poder que os apóstolos tinham de orar pelas pessoas e elas receberem o Espírito Santo.

propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. (Atos 8:19)

Não há na cruz de Cristo, qualquer poder mágico que possa ser manipulado, ou alguma energia positiva e impessoal, ou mesmo algum tipo força esotérica que venha do universo. Que tipo de poder, então, há na Cruz?

Poder que libera perdão

Meus irmãos, durante os dois últimos domingos temos nos debruçado sobre o desastre que o pecado causou na humanidade. Desde Adão, nossa rebeldia contra o Criador nos tem tornado insuportáveis diante Dele.

A santidade de Deus não pode conviver pacificamente com nossa constante afronta ao Seu caráter. Nossa permanente negação em confiar no Seu amor, na sua soberania, na sua bondade, na sua justiça e na sua infinita superioridade nos mantém separados de Deus e é uma declaração aberta de que não queremos permanecer em Sua companhia. É assim que se encontra toda a raça humana.

Ao nos criar livres para decidir e responsáveis por nossas decisões, o Senhor, em sua justiça, não pode livrar-nos da conseqüência do nosso pecado.

(17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:17)

A justiça de Deus precisa ser satisfeita. A lógica divina de causa e efeito em relação a pecado não pode ser contrariada; caso contrário, as palavras ditas pelo próprio Deus perderiam sua integridade. Como confiar em um Deus que não é fiel a si mesmo?

(10) como está escrito: Não há justo, nem um sequer, Romanos 3:11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; (12) todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (13) A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, (14) a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; (15) são os seus pés velozes para derramar sangue, (16) nos seus caminhos, há destruição e miséria; (17) desconheceram o caminho da paz. (18) Não há temor de Deus diante de seus olhos. (Romanos 3:10-18)

Enquanto você não compreender a destruição do pecado, enquanto você não bater sinceramente no peito e sentir a dor da sua ofensa contra Deus, enquanto você não lamentar profundamente pela sua vida vivida de costas para Deus, a Cruz não fará sentido para você e o pode que há nela nenhuma diferença fará na sua vida.

Não adianta corrermos para o perdão, se acharmos que o nosso problema são apenas alguns deslizes sem muita importância, porque afinal somos boas pessoas. Nossa doença é para morte, não estamos apenas resfriados.

Mas se compreendermos nosso estado moribundo, de inimizade contra o Criador do Universo, estaremos prontos para considerar a boa notícia de que Deus não nos deseja mal. Ainda que não possa conviver com o pecado, Ele nos ama e deseja que nós estejamos com Ele. Por isso providenciou, Ele mesmo, uma maneira de satisfazer a Sua justiça.

Adão e Cristo

(12-14) Quando Adão pecou, o pecado transmitiu-se a toda a raça humana, e trouxe como consequência a morte a todos; e todos foram contados como pecadores. Mas desde Adão até Moisés, e embora naturalmente as pessoas pecassem, Deus não as julgou por desobediência a uma lei, porque justamente Deus ainda não lhes tinha dado as suas leis. Assim essas pessoas morreram em consequência do pecado, ainda que não tivessem desobedecido a uma determinada lei de Deus tal como Adão, o qual é uma figura, por contraste com Cristo, que ainda havia de vir!
(15) Há uma grande diferença entre o pecado do homem e o perdão de Deus! Um só homem, Adão, trouxe a morte a muitos, por causa do seu pecado. Mas também um só homem, Jesus Cristo, trouxe o perdão a muita gente através da abundante misericórdia de Deus.
(16) E o resultado da oferta graciosa de Deus é muito diferente do resultado do pecado daquele único homem. Porque o pecado de Adão trouxe o castigo da morte a muitos, enquanto que Cristo gratuitamente tira muitos pecados e oferece em seu lugar a aprovação de Deus
(17) O pecado de um só homem, Adão, fez com que a morte dominasse toda a natureza humana, mas todos os que receberam a maravilhosa graça e justificação de Deus terão, agora, o domínio da vida, através do acto também de um só, Jesus Cristo.
(18) É verdade que o pecado de Adão trouxe a todos o castigo, mas a justiça de Deus tornou possível que os homens se tornem justos perante Deus, para que assim possam viver
(19) Adão, porque desobedeceu a Deus, fez com que muitos se tornassem pecadores, mas Cristo, porque lhe obedeceu, fez que muitos também fossem aceites por Deus.
(20-21) A lei foi dada a fim de que todos pudessem ver bem quanto tinham falhado em obedecer a Deus. Mas se o nosso pecado é grande, muito maior e mais abundante é a graça de Deus que nos perdoa. Antes, o pecado governava sem limites todos os homens, levando-os à morte, mas agora é a misericórdia de Deus, que não merecíamos, que governa, colocando-nos numa posição de justiça perante Deus e de acesso à vida eterna por Jesus Cristo nosso Senhor. (Romanos 5:12-21 O Livro)


Todos somos culpados e dignos de morte. Mas a execução foi suspensa por um breve momento. O Juiz, antes de fazer cumprir a sentença de morte, executa o plano que desde o princípio ele planejara. Um plano doloroso, mas eficaz. Para demonstrar seu amor por nós e ao mesmo tempo cumprir a pena decretada pelo pecado, o Pai e o Filho concordaram que o Filho entregaria sua própria vida em nosso lugar.

Na Cruz há poder para liberar o perdão de Deus!

Na Cruz, Cristo, que não tinha pecado, deixou-se punir, como se pecador fosse, para satisfazer a justiça de Deus.

Na Cruz, o Filho, que não precisava morrer, foi entregue pelo Pai como prova do amor Dele por nós.

Na Cruz, a justiça e o amor de Deus se encontram para liberar o perdão de Deus para aqueles que admitem o seu pecado, reconhecem o amor de Deus provado através da morte de Jesus e submetem sua vida ao Senhorio de Cristo.

Só na Cruz de Cristo há remédio para os moribundos, há água para os sedentos, há abrigo para os que estão ao relento, há paz para os angustiados, há futuro para os sem esperança e há perdão para aqueles que reconhecem suas ofensas contra Deus.

Poder para perdoar

A verdade é que o perdão é uma palavra maravilhosa quando nós somos os perdoados, mas um grande desafio quando somos nós os ofendidos.

Como perdoar alguém que nos fere, nos machuca, tenta nos destruir, nos despreza, nos causa prejuízos e dores ou atenta contra a nossa dignidade ou quer nos destruir?

Como perdoar alguém que continua quebrando as promessas feitas? Porque perdoar quem não pede perdão? Porque tomar a iniciativa de perdoar, se você é o ofendido?

Se na Cruz de Cristo há poder para receber o perdão de Deus, há também poder para perdoar. Pregado na Cruz, sentindo dores insuportáveis, sofrendo todo tipo de humilhação, Jesus orou da seguinte maneira:

Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes. (Lucas 23:34)

Como você reage quando é ofendido? O que você pensa sobre Deus e sobre as pessoas quando as coisas vão de mal a pior, sua vida vira de ponta-cabeça, sua subsistência e ameaçada ou sua vida é colocada em risco?

Você é daqueles que enche a boca de palavrões, maldiz a si mesmo e a Deus e procura alguma maneira de dar o troco para quem lhe feriu? Esses chegam a ser agressivos e violentos, nas palavras e nos atos.

Você é daqueles que guarda as ofensas em uma caixinha bonita e decorada e todos os dias abre, alimenta, fecha e fica lamentando com Deus? Esses, vez por outra, têm que comprar uma caixa maior, porque as ofensas vão ficando maiores e maiores, até que chega o tempo em que não conseguem fazer mais nada na vida a não ser alimentá-las

Rapidamente desacreditamos na soberania de Deus quando somos atingidos pela dor e pelo sofrimento. Em meio a um dos maiores sofrimentos físicos e emocionais que um ser humano pode suportar, Jesus confiou no Pai e orou, em vez de maldizer ou lamentar. Essa é a base do poder para perdoar: confiança.

Jesus tinha todos os motivos para requer vingança contra aqueles que injustamente o estavam maltratando, mas ele decidiu confiar em Deus.

O apóstolo Paulo lança o desafio para vivermos como Jesus da seguinte forma:

(17) Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; (18) se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; (19) não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12:17-19)

Perdoar é sofrer o dano, e não retribuir o sofrimento. É deixar nas mãos do senhor a retribuição.

Uma das grandes dificuldades que temos em perdoar é o sentimento de que nossos direitos foram violados, de que algo precisa ser feito para que a nossa dignidade seja restaurada. Perdoar parece um empecilho à nossa cura. Mas isso é um engano! A verdadeira cura só vem com o perdão.

O sentimento de que algo precisa ser feito é legítimo. Mas tomar nas mãos o fazer algo é dizer para Deus que você não confia na justiça Dele e se sente preparado para agir no lugar Dele. Essa é uma atitude no mínimo arrogante.

Por isso a humildade precisa preceder o perdão. Jesus pediu ao Pai que perdoasse os seus algozes. Ele conseguir fazer isso porque esvaziou-se de si mesmo. Humilhou-se até a morte e morte de Cruz. O Senhor, sendo Deus, não usurpou a posição de Deus, porque você desejaria esse lugar?

(21) Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, (22) o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; (23) pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, (24) carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. (I Pedro 2:21-24)

Hoje é dia de perdoar! Hoje é dia de liberar perdão e ficar livre. O poder da cruz está a sua disposição, meu irmão. Confie no Senhor, esvazie-se do seu orgulho e perdoe. Muito maior injúria sofreu o Senhor Jesus e ainda assim orou pelo que o afligiam. Faça o mesmo hoje! Perdoe e liberte-se da prisão da mágoa e do ressentimento. Há pode na Cruz para isso!

04 março 2007

O Poder que há na Cruz - 2

INTRODUÇÃO

Como parte da nossa introdução ao tema o poder que há na cruz, hoje vamos nos deter no relato bíblico da tentação e queda do primeiro casal, Adão e Eva.

Muitas pessoas têm considerado o relato da criação do homem, registrado no livro de Gênesis, como uma alegoria; uma espécie de ilustração para explicar princípios e conceitos.

Não há dúvida de que o registro nos ajuda a compreender muitas verdades e por isso não deixa de ser um tipo de ilustração, mas o contexto do registro, o tipo de linguagem utilizada e a própria estrutura do texto apontam para um relato histórico.

Adão faz parte das genealogias registradas na Bíblia como alguém real e histórico como todos os demais. Jesus cita a criação do primeiro casal como a base do modelo de Deus para a família, o apóstolo Paulo fala de Jesus como o segundo Adão.

Assim, não há nenhum indício no contexto da Palavra de Deus que nos aponte para o caminho de considerar o relato da criação como apenas uma estória bonita.

Por isso, trataremos criação e queda de Adão e Eva da mesma forma pela qual a trataram os patriarcas, os profetas, os apóstolos e o próprio Jesus: um fato verdadeiro, real, histórico e de grande implicação para o restante da humanidade.

DETALHES DA CRIAÇÃO

1º Relato
(26) Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. (27) Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (28) E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gênesis 1:26-28)

2º Relato
(4) Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou. (5) Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. (6) Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo. (7) Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. ... (21) Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. (22) E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. (23) E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. (Gênesis 2:4-7 e 21-23)

No verso 26... três detalhes (26) Também disse Deus (a): Façamos (b) o homem à nossa imagem (c), conforme a nossa semelhança

(a) De acordo com o relato de Gênesis o homem foi a criação mais recente de Deus. Todo o universo já havia sido criado quando Deus anunciou a criação do homem. Esse anúncio é o nosso primeiro detalhe. Apenas a criação do homem é anunciada previamente como se algo especial fosse acontecer.

(b) O escritor do Gênesis, por revelação divina registra a fala de Deus no plural (Façamos). Esse é o nosso segundo detalhe. Na criação o homem se fez presente o Deus trino. Os dois primeiro versos já indicam a presença do Pai e do Espírito Santo. O apóstolo João, no início do seu evangelho nos revela que também o Filho estava presente e foi co-autor da criação.

(c) Deus anuncia que o homem será criado à Sua imagem e semelhança. Este é o nosso terceiro detalhe. Apenas o homem foi criado com essas características. Embora não seja possível compreender todas as implicações dessa semelhança, sabemos que Deus fez o homem moral, isto é, capaz de tomar decisões por si mesmo.

No verso 7... um detalhe (7) Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra(d) e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.

(d) No segundo relato da criação, vemos que Deus criou o homem do pó da terra soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida. Aqui temos nosso quarto detalhe. Fomos criados com a capacidade de nos relacionarmos tanto com a criação de Deus como com o próprio Deus. Um ser com duas naturezas que não se separam: uma natural e outra sobrenatural.

Uma das perguntas que mais tem incomodado filósofos e pensadores no transcorrer da história da humanidade é “De onde viemos?” Temos sede de saber nossas origens. Faz parte da própria natureza humana o desejo de conhecer sua história. A nossa história faz parte da nossa identidade, de quem somos.

Embora, nos últimos duzentos anos, muitos pensadores, filósofos e cientistas tenham virado a costas para Deus e o renegado, a Bíblia continua afirmando que fomos criados por Ele com amor, carinho e esmero. Nossa história tem origem Nele. Nossa identidade, nosso valor estão ligado ao propósito com que fomos criados por Ele. Fora disso, só dúvida e insatisfação.

TENTAÇÃO E QUEDA

O escritor de Gênesis afirma que Deus criou um jardim para servir de moradia para o primeiro casal. Nesse jardim Deus colocou duas árvores especiais e proibiu o homem de comer o fruto de uma delas.

Há uma compreensão equivocada de que essa fruta (algumas pessoas resolveram achar que era uma maçã, quando a bíblia não diz qual era) representava o sexo. Mas isso não é verdade! O sexo foi criado por Deus como algo bom e nada tem a ver com a tentação pela qual o casal passou.

(8) E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. (9) Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (10) E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. ...(15) Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. (16) E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, (17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:8-10, 2:15-17)

A princípio, pode parece uma proibição gratuita e sem sentido. Por que não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal? A resposta era simples: porque Deus o havia proibido. Todas as outras árvores, inclusive a árvore da vida, eram agradáveis à vista e boas para alimento, portanto não havia necessidade de comer da árvore que fora proibida.

Qual era a intenção de Deus?

Adão e Eva haviam sido criados com a capacidade e decidires por si mesmo. Deus os fez com autonomia de vontade. Eles não eram programados para obedecer ou amar, mas tinham vontade própria. Essa capacidade é uma confirmação de que foram criados à imagem e semelhança de Deus.

No jardim, Deus convivia com sua criação. Havia um relacionamento próximo entre o Criador e a criatura, ao ponto que à tardinha Deus passeava pelo jardim para conversar com o casal. Deus fez tudo isso por amor, um amor verdadeiro. Um amor espontâneo que é o único amor realmente digno.

Ele não foi forçado por ninguém a criar o homem, ele o fez por sua vontade embora não precisasse criá-lo. Não foi por obrigação que ele se esmerou ao fazer o jardim e nos demais detalhes da criação, Ele o fez livremente como um ato de amor. Só ama de verdade quem tem a opção de não amar. Esse é o único tipo de amor que pode fazer parte de um relacionamento com Deus.

O amor espontâneo de Adão e Eva pelo Criador deveria então ser confirmado pela decisão de obedecer por livre vontade a uma ordem recebida apenas porque ela havia sido dada por Deus. Seria uma decisão de confiança Nele.

Deus continua amando sua criação. Esse amor não é apenas da boca para fora. A Bíblia diz que Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Da mesma forma que Ele continua nos amando por sua livre vontade, Ele continua a nos oferecer a oportunidade de provarmos nossa confiança Nele através de nossa obediência.

Será que foi justo?

Mesmo compreendendo o propósito de Deus, algumas pessoas pensam que não foi justo da parte do Criador permitir que Lúcifer induzisse o jovem casal à desobediência. Mas, na verdade Deus foi completamente justo com eles.

1) Adão e Eva não carregavam consigo o peso do pecado. Eram habitados pelo Espírito de Deus e mantinha estreita comunhão com Ele;
2) A ordem era simples e foi claramente explicada. As conseqüências da desobediência também foram explicadas com clareza;
3) Eles não estavam privados de nada. Tinham tudo de que precisavam em abundância;
4) Eles tinham fortes razões para confiar em Deus, conheciam Sua vontade, experimentavam diariamente Sua presença e companhia.
5) Eles tinham acesso a Deus, poderiam ter pedido uma explicação sobre a história contada pela serpente.

Enfim, não havia desculpas. A desobediência foi resultado de uma decisão pessoal de cada um deles. Eles prefeririam confiar no que dissera a serpente. Viraram as costas para Deus.

Tenha certeza de que o Senhor é sempre justo e verdadeiro. Pode ser que a sua mente está cheia de dúvidas sobre Ele. Não se entristeça ou se apavore com isso. Coloque suas dúvidas e inquietações na presença de Deus em oração, pergunte pra Ele. Peça que Ele lhe responda em Sua Palavra, a Bíblia. O Senhor lhe esclarecerá os pensamentos. Mas não confie nas mentiras daquele que é mentiroso desde o princípio. Confie no Senhor!

A estratégia do inimigo

Já falamos desse púlpito algumas vezes que não devemos perder a perspectiva de que estamos em guerra. O inimigo é tremendamente poderoso, mas maior é aquele que está em nós do que o que está no mundo.

(1) Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? (2) Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, (3) mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. (4) Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. (5) Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. (6) Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gênesis 3:1-6)

Da mesma forma que Deus não o força a obedecê-Lo, Ele não permite que qualquer força espiritual o force a pecar. Ninguém o obriga a pecar. Pecamos por nossa própria vontade, por nossa própria decisão. O inimigo de Deus induz ao pecado (o que chamamos de tentação), mas somos nós que decidimos pecar. Assim, cada pessoa é também individualmente responsável pela conseqüência do seu pecado.

Mas como estamos em guerra precisamos conhecer as estratégias do inimigo de nossas almas.

(1) Satanás procura pontos fracos para atacar. Eva pode ter sido escolhida porque não ouvira a orientações diretamente de Deus, mas de Adão. Havia então a possibilidade de que Adão não houvesse explicado corretamente a sua esposa as orientações do Senhor. A verdade é que Eva, ao responder à serpente (verso 3), acrescenta coisas que Deus não havia deixado com ordem. Deus havia dito que eles não deveria comer o fruto, mas não havia qualquer orientação sobre não tocá-lo.

(2) Satanás, então, afirma uma mentira em forma de pergunta (É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?).. Lúcifer sabia qual tinha sido a ordem de Deus, mas ele também sabia que não poderia dizer mentiras abertas sobre Deus em um primeiro momento. Assim ele usa a pergunta para instigar a mente de Eva.

Esteja atento aos argumentos falaciosos. Hoje, muitos líderes religiosos, lobos em pele de ovelha, usam de perspicácia e boa lábia para enganar a fé dos simples. Apresentam-se como mestres do raciocínio, inteligentes e sensatos, mas sua lógica perfeita leva os incautos para longe de Deus.

(3) Em seu passo seguinte, a serpente coloca a palavra de Deus sob suspeição. Lúcifer mente com grande convicção (É certo que não morrereis!) com o objetivo de abalar a confiança que Eva tinha em Deus. O inimigo fala como se não tivesse qualquer dúvida de que a Palavra de Deus não é verdadeira.

Convicção não é sinal de verdade. Muitos estão convictamente envolvidos por uma mentira. Outros estão convictamente errados em suas idéias. A convicção só é boa quando fala da Verdade. Por isso não se sinta intimidado ou maravilhado com os convictos, avalie se aquilo que está sendo dito é verdade à luz da Palavra de Deus.

(4) Em seguida, a serpente põe em dúvida as motivações de Deus ao dar a sua ordem. (Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos...) Lúcifer conduz Eva a duvidar das boas intenções de Deus ao proibi-los de comer do fruto daquela árvore.

Todo cristão precisa permanecer bastante atento quando as motivações de Deus, já reveladas na Bíblia, são postas em dúvidas. Deus não muda. Quando a Bíblia afirma que ele é santo, justo, bondoso e misericordioso ela está afirmando uma verdade que não se altera. Quando a Bíblia diz que Deus é amor, que ele tem pensamentos de paz sobre nossas vidas, isso é uma verdade que não se altera. Quando o profeta afirma que Deus prefere vida íntegra a sacrifícios religiosos, ele está afirmando a verdade. Nele não sombra de mudança. Por isso rejeite as idéias que tentam denegrir as motivações do Senhor

(5) Por último, o inimigo acena com benefícios maiores que as promessas de Deus. (...e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.). Uma mentira após a outra servem para provocar o orgulho no coração de Eva: ser igual a Deus sem precisar dar satisfações a Ele.

Fique em alerta quando lhe forem feitas promessas que Deus não fez. O Senhor cumprirá todas as suas promessas, mas Ele não tem qualquer compromisso com o que não prometeu. Confira com a Palavra de Deus, verifique as vidas dos servos de Deus registradas nas escrituras. O inimigo inventa promessas maiores do que as prometidas pelo Senhor para provocar em nós o desejo de sermos independentes dele.

Eva cedeu à tentação e comeu o fruto que havia sido proibido por Deus. Além disso, ofereceu o fruto ao seu marido que espontaneamente também comeu, tornando-se ambos culpados de seu próprio pecado.


CONCLUSÃO

Depois de haverem desobedecido, Adão e Eva esconderam-se de Deus. O jardim já não parecia tão bonito, e a presença de Deus já não era tão desejável. Olharam um para o outro e tiveram vergonha de si mesmos.

Eles não tiveram coragem para encontrar o Criador. Sabiam que O haviam desobedecido, mas não tinham coragem para confessar espontaneamente o seu pecado. Quando ouviram a voz do Senhor se esconderam.

Pode ser que seja exatamente essa a sua situação hoje à noite. Escondido e sem qualquer desejo da presença de Deus, porque você com o seu pecado sabe que rejeitou o Senhor, virou as costas para Ele como fizeram Adão e Eva. Hoje eu gostaria de lhe oferecer uma oportunidade para sair do seu esconderijo e correr para os braços do Pai.

No Éden, Deus chamou por Adão: Onde estás? Hoje Ele chama por você. Onde estás? Em Cristo Jesus há esperança para o seu pecado. As conseqüências do seu pecado foram lançadas contra Cristo, na Cruz e hoje você pode apropriar-se do perdão de Deus.

Adão tentou explicar o seu pecado, mas não havia explicação. Não tente explicar nada. Apenas aceite o amor sem motivos que Deus tem por você e que foi provado na cruz fincada no monte chamado calvário.

25 fevereiro 2007

O Poder que há na Cruz - 1

INTRODUÇÃO

Hoje, estamos começando uma série de mensagens através das quais eu gostaria de levar você a compreender e beneficiar-se do poder que há na Cruz de Cristo.

A cruz tornou-se, com o passar dos tempos, um dos símbolos mais marcantes do cristianismo, mas apenas alguns cristãos compreendem o seu significado e poucos se beneficiam do poder que há na Cruz de Cristo.

Durante sete semanas, a começar de hoje, examinaremos as Escrituras, vasculharemos os texto Sagradas, pedindo ao Espírito Santo que nos deixe reconhecer nelas novamente a Palavra do Deus Vivo.

A conclusão dessa série de mensagens que começa hoje acontecerá durante o Primeiro Encontro do Caminho. A série será concluída com algumas reflexões sobre o Caminho da Cruz. Cinco personagens da Bíblia que estiveram presentes aos pés da Cruz nos ajudarão a compreender o caminho que levou o Senhor Jesus a entregar a sua vida, morrendo crucificado no monte chamado Calvário.

Meus irmãos, eu creio firmemente que o Senhor tem preparado um rico tesouro cheio de verdades que irão transformar nossas vidas durante essas semanas. Creio também que durante esse encontro o Espírito de Deus nos libertará de conceitos e práticas estranhas ao evangelho de Jesus e nos dará maior compreensão sobre o mistério que envolve a Cruz de Cristo.


O EVANGELIQUÊS

Nós, os evangélicos, desenvolvemos com o passar do tempo uma linguagem nossa, própria para as nossas crenças, cheia de conceitos e clichês que dificilmente são compreendido pelos que não estão no convívio de uma igreja evangélica. Essa linguagem é conhecida por muitos como evangeliquês.

Assim, um irmão passa pelo outro e pergunta: tá na bênção?! Ao que o outro responde: fogo puro, meu irmãozinho! Essa é de Deus. Participamos de União de Mocidade (nenhuma relação com a escola de samba) ou vamos para um louvorzão. Nossos líderes são ministros e desenvolvem seus ministérios (sem nunca terem ido a Brasília).

Palavras como GRAÇA, BÊNÇÃO, ALELUIA, MISERICÓRDIA, MISSÕES, GRUPO PEQUENO, MINISTÉRIO, OBREIRO, CONVERSÃO, CÂNTICO, DIÁCONO, COMUNHÃO, LOUVOR, e muitas outras fazem sentido para nós, mas levam muita gente a franzir a testa ao tentar compreendê-las.

Se as palavras não são compreendidas, imagine as frases. Temos frases inteiras que não significam absolutamente nada fora das paredes da igreja. Algumas dessas frases fazem parte do nosso linguajar há tanto tempo que nós também já esquecemos o seu real significado.

Aceite a Jesus hoje, amanhã pode ser muito tarde.
O significa aceitar? Aceitar onde? Porque eu deveria? Tarde para que?

Só Jesus Cristo Salva! Salva de quê? Salva quem? Como ele salva? Quem ele salva? Quando essa salvação acontece?


CRUZ – SALVAÇÃO – PECADO

O uso indiscriminado e muitas vezes com intuito de manipulação tem tornado verdades essenciais em frase vazias de sentido. Mas não se engane! Essas são questões importantes sobre as quais não devemos ter dúvidas.

A mensagem central de Jesus está registrada no evangelho de (João 3:16). Jesus falar do amor de Deus pelas pessoas; amor que foi demonstrado na salvação preparada através da entrega do seu filho, Jesus Cristo. Deus é glorificado quando alguém é salvo! O amor dele é reconhecido e a sua bondade é afirmada quando alguém é salvo.

O evangelho de Jesus, a boa notícia de salvação, não pode ser separado da sua morte na cruz; Cruz e salvação fazem parte de uma mesma cena na história da humanidade. No entanto, a salvação e a cruz não seriam necessárias se o pecado não existisse.

O pecado é a razão pela qual precisamos ser salvos. O meu pecado e o seu pecado são os motivos pelos quais o Filho de Deus enfrentou a Cruz. Por isso, vamos nos deter por alguns minutos hoje em busca de compreender a origem, o significado e as conseqüências do pecado.

Compreender as verdades que relacionam a Cruz, a Salvação e o Pecado é compreender as coisas de Deus. São verdades que fazem sentido no mundo espiritual, por apenas com a revelação do Espírito de Deus poderemos sair daqui com elas cravadas em nossos corações.

Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. (I Coríntios 2:11)

Por isso eu gostaria de lhe convidar a fazer uma oração comigo: Senhor, eu quero compreender as verdades sobre a Cruz, a Salvação e o Pecado. Mostra-me!


ORIGEM DO PECADO

O Deus da Bíblia, criador dos céus e da terra, é a essência do amor e da bondade. O apóstolo João afirma isso:

(7) Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. (8) Aquele que não ama não conhece a deus, pois Deus é amor. (I João 4:7-8)

Deus é também santo. Ele é perfeito. Não há qualquer variação em seu caráter, que sempre se inclina para a santidade. Não há nele qualquer traço de dúvida, insegurança ou incerteza. Deus é plenamente confiável. Ser santo é para Ele a sua própria natureza. Pedro afirma isso:

(14) Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; (15) pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, (16) porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. I Pedro 1:14-16

O Deus trino, criador de todas as coisas existe desde sempre. Ele existe fora das dimensões que chamamos de tempo e espaço. Na verdade tempo e espaço foram criados por Ele para a nossa existência e um dia terão também o seu fim.

Houve um ponto, na existência eterna de Deus, no qual ele criou os anjos. Nenhuma criação de Deus pode ser contrária a sua própria natureza. Por isso os anjos, seres espirituais diferentes dos homens, foram criados santos e perfeitos, prontos para viverem na presença de Deus e adorá-lo.

(4) Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. (5) Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? (6) Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, (7) quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? (Jó 38:4-7)

Embora santos e perfeitos, os anjos foram criados com a capacidade de decidirem por si mesmos. Nem os anjos são obrigados a servirem a Deus, mas fazem isso de livre espontânea vontade. A liberdade de amar ou não a Deus é o que tornar esse amor verdadeiro. Se não houvesse a possibilidade de rejeitar a Deus, nossa decisão por ele não seria amor.

Foi do mau uso desse livre-arbítrio que surgiu o pecado. O pecado jamais poderia ser criado por Deus, porque é contrário a sua própria natureza. Lúcifer, um desses seres angelicais criados por Deus, permitiu que o orgulho enchesse seus pensamentos e usou o livre-arbítrio dado por Deus para rebelar-se contra o Criador, negar Sua santidade e rejeitar o Seu amor.

Das 29 vezes em que Satanás é citado nos evangelho, 25 vezes é o próprio Jesus quem está falando. Em uma dessas vezes ele repreende satanás dirigindo-se diretamente a Pedro. Jesus compreendeu que a tentativa de Pedro de desviá-lo da cruz era uma artimanha do adversário.

Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. (Mateus 16:23)

Da mesma forma, encontramos os profetas Ezequiel e Isaías proferindo profecias contra os reis de Tiro e Babilônia, mas referindo-se ao anjo rebelde.

(12) Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! (13) Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; (14) subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. (15) Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo. (Isaías 14:12-15)

(12) Filho do homem, levanta uma lamentação contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. (13) Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. (14) Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. (15) Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. (16) Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. (17) Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. (Ezequiel 28:12-17)

O pecado tem sua origem na rebeldia de uma das criaturas de Deus que usando o livre-arbítrio que possuía, decidiu virar as costas ao seu Criador, negar a Sua perfeição e santidade, rejeitar o seu amor e por fim cobiçar o Seu lugar.

Em outro ponto, na existência eterna de Deus, o homem foi criado à Sua imagem e semelhança. Também criado santo e perfeito, o homem convivia com o Criador face a face. Além disso, também ao homem foi dado o livre-arbítrio: a capacidade de decidir, por si mesmo, se amaria o Criador.

Expulso da presença de Deus, o poderoso querubim investiu contra a nova criação de Deus e plantou em suas mentes a mesma semente do pecado que o havia afastado da presença do Deus Criador.

(1) Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? (2) Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, (3) mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. (4) Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. (5) Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. (6) Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gênesis 3:1-6)


O SIGNIFICADO DO PECADO

O Pecado é uma grande árvore com muitos galhos. Muita gente tenta compreendê-lo dando nome para cada um dos galhos. Embora seja necessário lidar com cada expressão do pecado em particular, é preciso compreender o pecado é um só: REJEITAR O DEUS CRIADOR, que é pessoal, soberano, santo, perfeito, bondoso, justo e fiel.

Lúcifer decidiu que não mais dependeria de Deus. Ele orgulhou-se tanto do seu brilho, das pedras preciosas que o cobriam, da sabedoria que possuía, do poder que exercia, que decidiu esquecer que a fonte de tudo era o Criador, e não ele. Serei igual ao altíssimo.

O pecado é responder NÃO para Deus:

Eu NÃO confio em Deus!
Eu NÃO acredito no seu amor!
Eu NÃO aceito a sua justiça!
Eu NÃO acredito na sua bondade!
Eu NÃO obedeço a sua Palavra!
Eu NÃO confio em suas decisões!
Eu NÃO me submeto ao seu poder!
Eu NÃO creio na sua existência!

Virar as costas para Deus e achar que podemos viver com alegria e realização dizendo NÃO ao criador da vida é uma ofensa contra quem Ele é. É uma insanidade! Uma mentira plantada no coração dos homens pelo Enganador, pelo pai da mentira.

Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. (João 8:44)


AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

O Pecado separa de Deus

(1) Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. (2) Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. (3) Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniqüidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. (4) Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniqüidade. (Isaías 59:1-4)

A santidade de Deus não pode conviver eternamente com o pecado. Ainda que por um tempo Ele nos suporte, por pura misericórdia, não é possível que alguém que deliberadamente renega o Criador conviva com Ele em paz e comunhão. O nosso pecado nos afasta da santidade de Deus. Ainda que não seja essa a sua vontade Dele, cada NÃO que dizemos para Deus e Seu jeito de ver a vida, nos leva para mais distante Dele.

O pecado escraviza

Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? (Romanos 6:16)

O apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos, desfaz a idéia da liberdade absoluta, como se fosse possível ao homem fazer valer sua própria vontade. Nas palavras de Paulo nossa decisão deve ser: de quem queremos ser servos. A liberdade absoluta é um mito, uma farsa, uma mentira. De quem você quer ser servo? Quem opta pelo pecado e vira as costas a Deus torna-se servo do pecado. Mas quem virar as costas ao pecado e disser sim para Deus, se tornará servo do Deus eterno e será alvo do seu amor permanente e carinhoso.

O pecado gera morte

Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, (Efésios 2:1)

E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; (Colossenses 2:13)

Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. (Tiago 1:15)

porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 6:23)


As palavras dos apóstolos são reflexos do que Deus já havia revelado nas escrituras. Desde o jardim Ele avisara que a desobediência levaria à morte.

(15) Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. (16) E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, (17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:15-17)

Foi exatamente nesse ponto que a serpente ludibriou o primeiro casal e é nesse ponto que ainda hoje Satanás tenta enganar com suas mentiras.

Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. (Gênesis 3:4)

Sobre que morte Deus estava falando? Depois de consumado o pecado, Adão e Eva realmente não morreram. A serpente estava certa?

Deus nos criou para a eternidade. Com uma alma eterna e um corpo eterno. Não fomos criados para a morte! Ela é um incidente previsível na história de Deus planejou para a raça humana.

A primeira morte é a morte do corpo. O pecado trouxe morte, deterioração. Nossos corpos se decompõem. Morrem por causa da nossa transgressão. É claro que isso não aconteceu de imediato com Adão e Eva, na verdade eles fizeram parte de uma geração bastante longeva. Adão viveu 930 anos, mas morreu. Deus tinha razão; a serpente está mentindo. O pecado gerou a morte.

A segunda morte é a impossibilidade de permanecer na presença de Deus. Essa morte é muito mais terrível do que a primeira e tem efeitos por toda a eternidade. Se a morte do corpo é a sua destruição, a morte do espírito é a sua existência eternamente longe de Deus.

Ao encorajar seus discípulos diante dos sofrimentos e perseguições pelos quais eles passariam, Jesus fez um alerta muito importante.

Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. (Mateus 10:28)

O Diabo vende sua mentira dizendo que não precisamos nos preocupara com essa coisa de morte.

· Ora ele tenta enganar dizendo que a eternidade não existe;
· Ora ele divulga a mentira que vamos passar por muitas vidas;
· Ora ele tenta passar uma imagem distorcida do caráter de Deus, afirmando que ele não separaria ninguém dele.

Apenas diversas maneiras de dizer: certamente não morrereis.


CONCLUSÃO

Precisamos de salvação, porque o pecado é um vírus replicante que tem tomado conta da raça humana. O pecado destrói nossos relacionamentos com Deus, como os outros seres humanos e também a imagem que temos de nós mesmos.

Precisamos de salvação, porque o pecado nos torna inaceitáveis na presença santa de Deus. Por isso, se não formos alcançados por essa salvação, nosso destino eterno é o inferno, a eterna separação do amor de Deus.

O plano de Deus para essa salvação encontrou seu ápice na Cruz de Cristo. Por isso não é possível compreender a Cruz sem antes compreender o estado lastimoso em que nos encontramos.

(1) Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem. (2) Do céu olha o SENHOR para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. (3) Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (Salmos 14:1-3)

(10) Não há um justo, nem um sequer (11) não há quem entenda, não há quem busque a Deus; (12) todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (13) A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, (14) a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; (15) são os seus pés velozes para derramar sangue, (16) nos seus caminhos, há destruição e miséria; (17) desconheceram o caminho da paz. (18) Não há temor de Deus diante de seus olhos. (Romanos 3:11-18)

Essa é a real situação de toda a raça humana, que virou as costas para Deus. Mas você não precisa continuar dizendo NÃO. Hoje mesmo você pode dizer SIM e ser alcançado pela salvação que vem da Cruz de Cristo.

Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. (I João 3:8)

24 janeiro 2007

Martin Luther King (1929-1968)

Martin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta na Georgia, filho primogênito de uma família de negros norte-americanos de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe era professora.

Com 19 anos de idade Luther King se tornou pastor batista e mais tarde se formou teólogo no Seminário de Crozer. Também fez pós-graduação na universidade de Boston, onde conheceu Coretta Scott, uma estudante de música com quem se casou.

Em seus estudos se dedicou aos temas de filosofia de protesto não violento, inspirando-se nas idéias do indu Mohandas K. Gandhi.

Em 1954 tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama. Em 1955, houve um boicote ao transporte da cidade como forma de protesto a um ato discriminatório a uma passageira negra, Luther King como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, organizou o movimento, que durou um ano, King teve sua casa bombardeada. Foi assim que ele iniciou a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Em 1957 Luther King ajuda a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC), uma organização de igrejas e sacerdotes negros. King tornou-se o líder da organização, que tinha como objetivo acabar com as leis de segregação por meio de manifestações e boicotes pacíficos.

Vai a Índia em 1959 estudar mais sobre as formas de protesto pacífico de Gandhi.

No início da década de 1960, King liderou uma série de protestos em diversas idades norte-americanas. Ele organizou manifestações para protestar contra a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Durante uma manifestação, King foi preso, tendo sido acusado de causar desordem pública.

Em 1963 liderou um movimento massivo, "A Marcha para Washington", pelos direitos civis no Alabama, organizando campanhas por eleitores negros, foi um protesto que contou com a participação de mais de 200.000 pessoas que se manifestaram em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos. A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Foi novamente preso diversas vezes. Neste mesmo ano liderou a histórica passeata em Washington onde proferiu seu famoso discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Em 1964 foi premiado com o Nobel da Paz.

Os movimentos continuaram, em 1965 ele liderou uma nova marcha. Uma das conseqüências dessa marcha foi a aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar.

Em 1967 King uniu-se ao Movimento pela Paz no Vietnam, o que causou um impacto negativo entre os negros. Outros líderes negros não concordaram com esta mudança de prioridades dos direitos civis para o movimento pela paz.

Em 4 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.

Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional em homenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.'s.

Fonte: http://www.lutherking.hpgvip.ig.com.br/biografia.html