Introdução
Pela manhã aprendemos que Jesus quer substituir o pesado fardo da culpa pelo fardo dele, que é leve e suave. Vimos que confissão e perdão são como inspirar e expirar para nossa saúde espiritual.
Hoje à noite minha palavra vai ser breve. Eu gostaria de deixar um alerta quanto ao perigo de se tornar um súdito no reino da emoção.
Antes começar, no entanto, preciso reafirmar minha crença de que Deus nos fez criaturas com diversas dimensões. Corpo, Mente, Alma e Espírito são os elementos que formam essa mescla muitas vezes complexa.
A dimensão física do corpo se junta às emoções, ao centro da vontade e à capacidade de relacionamento com o Eterno para forma o que conhecemos por ser humano.
Nenhum desses aspectos do ser humano pode ser desprezado. Deus lida conosco considerando todas essas dimensões, por isso nenhuma delas deve ser preterida em função da outra ou privilegiada diante das demais.
Olhando para a história da humanidade, pode-se verificar que durante a idade moderna viveu-se o reinado da mente e da vontade. A lógica e o racional comandaram o mundo dos negócios e dos relacionamentos.
Nos tempos pós-modernos em que nos encontramos o reinado mudou de mão. Agora são emoções que dão as cartas.
O órgão que mais usado para representar o centro das emoções e o coração. O profeta Jeremias faz uma afirmação de grande impacto a respeito do coração humano, isto é, das poderosas emoções que nos atravessam.
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9)
Não podemos nem devemos descartar nossas emoções. Elas são imprescindíveis para sermos quem somos. Mas o profeta nos alerta que elas não são tão confiáveis assim. O coração é enganoso, ora sente uma coisa, ora sente outra oposta. Quem o conhecerá?
Gade e Rúben
(1) Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em muitíssima quantidade; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. (2) Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés, e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: (3) Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, (4) a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. (5) Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão. (6) Porém Moisés disse ao filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à guerra, e ficareis vós aqui? (7) Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o SENHOR lhes deu? (8) Assim fizeram vossos pais, quando os enviei de Cades-Barnéia a ver esta terra. (9) Chegando eles até ao vale de Escol e vendo a terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o SENHOR lhes tinha dado. (Números 32:1-9)
Essa era a segunda vez que Moisés caminhava em direção à terra prometida por Deus. Os descendentes de Rúben e Gade, que eram criadores de gado, viram que a terra que eles acabavam de conquistar era boa para pasto e pediram a Moisés para ficar. O pedido era justo, mas o momento era muito ruim.
Por isso Moisés não questiona o direito à terra. Ele alerta as duas tribos de que essa atitude desanimaria o coração dos demais para enfrentar as batalhas que ainda viriam. Moisés lembrou-se, então, que da primeira vez havia acontecido a mesma coisa.
Daquela vez, todos haviam sido desencorajados pelos espiões de Israel que voltaram falando da altura dos soldados e da fortificação das cidades.
O que precisamos notar aqui é a fragilidade das emoções. O coração destemido rapidamente pode se transformar em um coração temeroso. Os sentimentos positivos se transformam em sentimentos negativos e, de repente, a certeza vira dúvida.
Moisés foi muito impactado pela volatilidade do coração do povo. Tanto que um pouco ante desse momento, ao repetir a lei ele já havia lembrado o ocorrido.
Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. (Deuteronômio 1:28)
Paulo e Ágabo
(10) Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo; (11) e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. (12) Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém. (13) Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. (Atos 21:10-13)
Agora estamos nos primeiros passos dados pela igreja de Cristo. Saulo o perseguidor dos cristãos havia-se convertido ao Jesus que ele perseguia. Então ele recebe um aviso dado por um profeta de Deus. A profecia foi entregue em forma de dramatização. Paulo seria preso pelos judeus em Jerusalém.
Todos os irmãos começaram a pedir que Paulo não fosse para Jerusalém. Aqueles irmão ficaram tão abalados com a aquela profecia que a atitude deles estava quebrantando o coração do apóstolo.
Há muitas lições aqui, e uma delas é que o coração, a emoções são volúveis. Paulo percebeu que o medo daqueles irmão de que algo lhe acontecesse estava mudando os seus sentimentos.
O caminho da cruz é pela confiança, não pelas emoções
O que há de comum entre as experiências de Moisés e de Paulo? Entre outras coisas, eles não permitiram que seus sentimentos conduzissem suas decisões quando eles tinham clareza sobre qual era o projeto de Deus.
O caminho da cruz é trilhado pela confiança, não pelas emoções. Durante a sua caminhada com Jesus o seu humor vai mudar e isso não pode desviar você do seu destino: a Cruz de Cristo.
· Hora você vai estar triste, hora vai estar alegre;
· Hora você vai ter vontade de pular e saltar cantando louvores a Deus, hora você vai querer ficar no fundo de uma rede;
· Hora os irmãos serão presentes de Deus para você, hora eles serão insuportáveis;
· Hora você vai desejar que tenha culto todos os dias da semana, hora você vai querer que seja de mês em mês;
· Hora o sermão vai tocar profundamente em sua vida, hora ele vai parecer meio água com açúcar;
· Hora a Bíblia vai ser lida com sorriso nos lábios, hora você vai chorar porque não tem vontade de ler;
· Hora vai ser um prazer fazer o bem ao outros, hora você só vai pensar em si mesmo.
Não se desespere!! O caminho da cruz não pode ser trilhado em função dos nossos tobogãs emocionais.
Há uma Palavra, há uma verdade, há um Deus todo poderoso, há poder na cruz de Cristo. E isso não depende das suas emoções. No caminho da cruz, suas emoções não podem ser motivo de tropeço. Por isso você precisar ter sempre à mão a Palavra. Ela é a âncora que lhe mantém firme quando as emoções balançam o barco da vida.
· Quando você se sentir fraco, você lembrará que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza;
· Quando você não se sentir salvo, você lembrará que ninguém pode arrebatá-lo das mãos de cristo;
· Quando você se sentir abatido, você lembrará que os que esperam no senhor não se cansarão e voarão como as águias;
· Quando você se sentir desamparado, você lembrará que o Senhor é o seu pastor, nada vai lhe faltar;
· Quando você se sentir um pecador, você lembrará que o sangue de Jesus lhe purificou de todo o pecado.
· Quando você sentir que está longe do Senhor, você lembrará que nem a morte poderá lhe separar do amor de Deus;
· Quando você estiver cansado e sobrecarregado, você lembrar que Cristo aliviará a sua carga;
· Quando você sentir que não tem mais solução, você lembrará que para o homem pode ser impossível, mas para Deus tudo é possível;
Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra... lembrai-vos do SENHOR (Jeremias 51:46 e 50)
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