01 julho 2006

A cartilha moral do PT

por Rafael Vitola Brodbeck

Ocorreu nos últimos dias 28 a 30 de abril o XIII Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, os delegados do PT aprovaram as “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo”, visando às próximas eleições presidenciais. Chama a atenção o ponto 35 do referido documento:

“Combate às desigualdades e discriminações - O segundo Governo deve consolidar e avançar na implementação de políticas afirmativas e de combate aos preconceitos, à discriminação, ao machismo, racismo e homofobia. As políticas de igualdade racial e de gênero e de promoção dos direitos e cidadania de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais receberão mais recursos. A Secretaria Especial de Mulheres, a Secretaria de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial e o Programa Brasil sem Homofobia serão fortalecidos, influenciando e dialogando transversalmente com o conjunto das políticas públicas. O Governo Federal se empenhará na agenda legislativa que contemple as demandas desses segmentos da sociedade, como o Estatuto da Igualdade Racial, a descriminalização do aborto e a criminalização da homofobia.”

Nesse sentido, pretende o PT criminalizar qualquer conduta que entenda ser homofóbica, um conceito tão indeterminado que pode incluir até mesmo aqueles que contextam a licitude moral das práticas homossexuais. Assim, um sacerdote católico ou um pastor protestante que simplesmente anuncie a doutrina de sua religião, a qual, embora respeite e ame o homossexual, condena os atos de homossexualidade como pecados, poderá ver-se preso. Na Suécia, vários ministros luteranos já foram processados e condenados por esse pretenso crime. Onde fica a liberdade religiosa, tão apregoada pelos meios progressistas?

Além disso, mediante políticas de promoção dos gays, o Estado brasileiro, governado pelo PT, se vitorioso, continuará empregando dinheiro público – oriundo dos tributos pagos até por aqueles que discordam do homossexualismo, considerando-o iníquo – nas tais passeatas do orgulho homossexual e em campanhas destinadas a provar para a sociedade que a prática pederasta é tão normal quanto a heterossexualidade. Que os grupos gays dediquem-se a isso, é compreensível? Mas o Estado? Em vez de subsidiar a saúde, a educação, os investimentos sociais e econômicos, os cofres mantidos com nosso suado numerário serão esvaziados para uma destinação que não pertence aos fins estatais e nem encontra eco na maioria do povo.

Outro ponto que merece mais profunda reflexão é a descriminalização do aborto. Aos Bispos do Brasil, o presidente Lula sempre garantiu que basearia seu governo pelas práticas cristãs. Que cristianismo é esse que pretende permitir o assassinato de crianças indefesas?
Não é de se estranhar essa bandeira petista – aprovada em uma reunião nacional –, que já está em sua cartilha há anos. O PT, sem embargo de contar com pessoas que se dizem católicas em seus quadros, nunca escondeu de ninguém sua pretensão em instaurar o aborto livre no Brasil. O
próprio Lula, ao indicar os membros da comissão governamental que iria estudar tal proposta, só apontou nomes pró-aborto, excluindo a participação dos adversários de tão horrível delito, inclusive a CNBB – que representa a fé de 75% dos brasileiros.

No mesmo Encontro Nacional, o PT exigiu que os seus parlamentares que, porventura, façam parte da Frente Parlamentar em Defesa da Vida/Contra o Aborto, “retirem seus nomes desse movimento” (
cf. a íntegra do documento e suas pretensões no site oficial do PT).

Os Bispos americanos, nas últimas eleições, condenaram com as devidas sanções canônicas os fiéis que apoiassem, com seu voto, os candidatos pró-aborto e pró-gay. Aos brasileiros, tais sanções não atingem pela diversidade de jurisdição. Todavia, os princípios que as motivaram permanecem. Urge uma maior ponderação em todos esses assuntos, principalmente por parte dos cristãos, maioria esmagadora da população.

Brasil
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