06 julho 2016

Evangelho Autêntico - Amai-vos como eu vos amei


Evangelho Autêntico
Amai-vos como eu vos amei

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o quarto encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus.

Primeiramente vimos que o Evangelho Autêntico é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus – Eu vim para que tenham vida.

Depois, chegamos à conclusão de que Jesus nos chamou para si mesmo, não para uma religião. Ele é o único caminho para a liberdade dos pesados fardos das tentativas de justiça própria, do esforço religioso e da confiança no mérito pessoal – Eu vos aliviarei.

Em nosso terceiro encontro vimos que a conexão mais importante de nossas vidas é com Cristo. Jesus é a videira, nós os ramos. Não há conexão mais importante em sua vida do que a conexão com Jesus. É dele que vem a seiva que mantém você espiritualmente vivo. Sem ele, nada de valor poderemos fazer. Sem ele o que fazemos tem implicações eternas. Sem ele podemos até parecer vivos, mas na verdade estamos mortos – Sem mim nada podeis fazer.

Introdução

Hoje é o nosso quarto encontro e veremos mais um aspecto do evangelho autêntico de Jesus Cristo: Ele nos deixou um mandamento novo, diferente de tudo que já havia sido dito. Nosso texto base será Jo 13.34 e 15.12:

34Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Jo 13.34 (ARA)

12O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Jo 15.12 (ARA)

No início deste ano, um irmão querido que compartilhava a Palavra conosco, ali na Comunidade Batista em Mangabeira IV, chamou-nos a atenção para o fato de que há uma gradação nos desafios feitos por Jesus em relação a amar as outras pessoas. Ele destacou que ao nos desafiar a amar da mesma maneira como ele nos amou, o Senhor está nos conduzindo para um nível mais aperfeiçoado de amor. Aquele irmão considerou que Jesus estaria nos desafiando a irmos além de amar o próximo como a si mesmo.

Enquanto ele falava fiquei pensando: como ir além? Como amar da mesma maneira que ele nos amou, se a maioria de nós acha um grande desafio amar os outros como ama a si mesmo? Aquilo me chamou a atenção!

Há quem pense que o caminho para o amor próprio é colocar a si mesmo sempre em primeiro lugar. Alguns se dedicam tanto a isso que se tornam amantes de si mesmo (2 Tm 3.2) e acabam engodados no próprio egoísmo. Não me parece que seja esse o caminho dos discípulos de Jesus.

Há outros que não perceberam ainda o quanto são importantes para Deus e amados por ele. A imagem que têm si mesmos é tão ruim que acabam aprisionados por pensamentos de tristeza e depressão, sentindo incapazes de amar quem quer que seja. Se você caiu nessa armadilha, precisa saber que há uma esperança para essa situação.

Não há dúvida de que precisamos experimentar o amor por nós mesmos para prosseguir amando as pessoas. No entanto, diferente do que pregam alguns, esse amor próprio não cresce sadio no chão do egoísmo. Ele acontece quando sabemos que somos importantes para alguém. É quando a gente se percebe necessário e amado que bate aquela sensação de bem-estar consigo mesmo.

A questão é que nem sempre isso é verdade. Algumas vezes o ambiente em nossa volta não é favorável para nos sentirmos amados pelos outros e de bem com a vida. Talvez essa seja uma das razões pelas quais a Bíblia nos lembra, o tempo todo, a respeito do amor de Deus por nós. Em seu versículo mais conhecido, ela nos diz “Deus amou o mundo de tal maneira...” (Jo 3.16). E depois afirma “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro”. (1 Jo 4.19).

 Aqueles que seguem a Jesus, portanto, não dependem das circunstâncias em sua volta para se sentirem amados; podem sempre contar com o amor de Deus, a despeito do estiver rolando em sua volta (Essa paz que sinto em minh’alma, não é porque tudo me vai bem!). Para nós, o amar-se a si mesmo não depende prioritariamente de como a vida nos trata. A base de nosso amor próprio é construída a partir do entendimento e da experiência do amor de Deus em nossas vidas.

Foi aí que percebi que em matéria de amar as pessoas, temos considerado o amor próprio como o objetivo máximo a ser alcançado, mas parece que para Jesus esse é o patamar mínimo. Isso me inquietou ainda mais!

A lei do mais forte

Retorne comigo agora para os primórdios da criação. Vejamos como nossa compreensão de amor foi-se aperfeiçoando.

Caim e Abel adoraram ao Senhor com o fruto do seu trabalho. Abel era pastor de ovelhas e Caim agricultor. O texto não esclarece a razão, mas o fato é que Deus aceitou a oferta de Abel, mas não aceitou o que Caim lhe trouxera. Caim ficou furioso com aquela situação. Sua ira foi tanta que ele tramou e executou o assassinato do seu irmão. 

A reação de Caim foi completamente desproporcional. Ele ficou transtornado com aquela situação. Mesmo depois de ter recebido uma orientação direta de Deus, ele não se conteve e tirou a vida de seu irmão.

6O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?7Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo". Gn 4.6,7(NVI)

Ao ser banido das terras que cultivava, a primeira preocupação de Caim foi com sua própria vida. Embora tenha agido de forma desproporcional com seu irmão, Caim acusou o Senhor de estar aplicando uma punição desproporcional ao crime que ele havia cometido.

13Disse Caim ao Senhor: "Meu castigo é maior do que posso suportar.14Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará". Gn 4.13,14 (NVI)

A acusação não procedia. Ainda que sua vida fosse tomada, isso seria apenas a mesma coisa que ele fizera com seu irmão. Mas Deus agiu com misericórdia e pôs em Caim um sinal para que ninguém tomasse a vingança de Abel em suas mãos.

15Não, respondeu-lhe o Senhor. Não te matarão. Porque quem o fizesse havia de ser castigado sete vezes mais do que tu. E pôs em Caim um sinal identificador, para o impedir de ser morto por quem o encontrasse. Gn 4.15

Esse descontrole que Caim experimentou, pouco a pouco, tornou-se o padrão nos relacionamentos humanos. Cinco gerações se passaram até que um homem chamado Lameque usou promessa feita por Deus a Caim para justificar sua violência.

23Um dia Lameque disse às esposas dele: "Ada e Zilá, escutem: Matei um homem porque me machucou, e um rapaz só porque me pisou.24Se aquele que matar Caim vai receber castigo sete vezes pior do que o dele, aquele que quiser vingar o que fiz sofrerá castigo setenta e sete vezes pior!" Gn 4. 23,24.

Essa era a “lei” que reinava no coração dos homens. A lei do assassinato, da violência, da impiedade e da opressão. É nesse contexto que o texto sagrado afirma a intensão de Deus de recomeçar tudo. Um grande dilúvio foi o que ele fez acontecer.

13Deus disse a Noé: "Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei juntamente com a terra. Gn 6.13

Vem o dilúvio e o recomeço, mas o coração do ser humano permanece cheio de medo e desconfiança. Não demorou muito até que o mesmo descontrole que dominou Caim se tornasse novamente o padrão nos relacionamentos humanos.

Os filhos de Abraão souberam que sua irmã, Diná, tinha sido violentada por um homem chamado Siquém e ficaram indignados com aquilo. Depois da violência cometida, Siquém sentiu-se atraído por Diná e propôs casar-se com ela e a sustentá-la, conforme dizia a lei (Dt. 22.28-29). Mas os irmãos de Diná, tomados pelo desejo de vingança, planejam com frieza uma oportunidade para executá-la, exigindo que todos os homens da região se circuncidassem para que o casamento fosse válido.

25Três dias depois, quando ainda sofriam dores, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, pegaram suas espadas e atacaram a cidade desprevenida, matando todos os homens. Gn 34.25

Há pessoas em nossos dias, em nossas cidades que vivem com base na mesma violência desmedida de Caim, Lameque e dos irmãos de Diná. A violência, física ou verbal, é o único modo de relacionamento que conhecem. É revoltante que a lei do mais forte sejam uma das poucas a ser cumprida em nossas cidades, mas é inadmissível que a violência, aconteça na rua ou dentro de casa, tenha lugar entre aqueles que são discípulos de Jesus.

Olho por olho, dente por dente

Nesse cenário de violência desmedida, em que o coração dos homens era facilmente tomado pela vingança, e que os crimes cometidos eram punidos de acordo com a tamanho da ira do ofendido, Deus pôs um limite:

19"Quem ferir alguém, fazendo com que fique com algum defeito, receberá castigo correspondente ao mal que fez. Terá de ser ferido do mesmo modo.20A regra é esta: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente. O que um homem fizer a outro, isso mesmo será feito a ele. Lv 24.19,20

Essa regra, conhecida com a Lei de Talião, estava presente em muitas culturas antigas e funcionou como um limite dado por Deus para violência humana. Hoje quando ouvimos temos a impressão de algo cruel, mas no contexto e que ela foi proposta era exatamente o contrário.

Ao mesmo tempo que colocava limite na vingança pessoal e desmedida, a lei de Talião provocava o extinto de autopreservação. Você gosta do seu braço? Então é melhor não ferir o braço do outro. Você gosta dos seus dentes? Então é melhor deixar os dentes do outro em paz

A lei do olho-por-olho, de certa forma, cumpriu seu papel de estabelecer um limite para os ofendidos descontrolados. Mas, por outro lado, os ofendidos frios e calculistas passaram a usá-la como um instrumento de reparação e vingança, cultivando ainda em suas almas sentimentos de desamor, ódio e rancor contra seus ofensores.

Tem gente que ainda hoje gosta da Lei de Talião. Normalmente é gente que se acha muito certinha, controlada e que nunca vai perder as estribeiras. É gente que acha que sempre tem razão e que jamais será alçado por uma norma assim, por isso fica animada em aplicá-la para os outros. Para esses, “olho por olho” se transformou em uma arma contra seus inimigos. Infelizmente, tá cheio de crente que é fã da Lei de Talião.

Eu, porém, vos digo...

Nos dias de Jesus, os efeitos positivos da lei de Talião já estavam instalados no modo de vida das pessoas. A vingança descontrolada dos tempos antigos havia encontrado alguns limites. Mas isso não era suficiente. Jesus desafia, então, para um novo passo:

38"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’.39Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Mt 5.38,39

Nesse novo degrau, somos desafiados pelo Senhor a interromper o percurso do mal. A maldade se perpetua pela vingança. Limitar a vingança limita o terreno de atuação do mal, mas quando dizemos não à vingança o mal é vencido.

O desafio proposto por Jesus tem a ver como o nosso modo de encarar a vida:

·       Como você reage ao ser ofendido ou agredido? Deseja tomar nas mãos a vingança? Você confia o suficiente no Senhor para deixar tudo nas mãos dele e vê-lo preservar os relacionamentos?

·       Como você lida com injúria, o perjúrio ou a acusação mentirosa (na rua ou na justiça)? Você está pronto a abrir mão de algo para manter a paz ou prefere a guerra? Dá pra esperar?

·       Você está pronto a submeter-se a leis injustas, impostas arbitrariamente, para testemunhar a respeito do bom nome de Cristo?

O desafio é a viver nossos dias aqui da melhor maneira possível, sem perder de vista a esperança do governo justo de Cristo, quando aquilo que agora é e parte será plenamente vivido por todos.
Como a si mesmo...

Quando foi indagado sobre qual era o mandamento mais importante de todos, Jesus apresentou a seguinte resposta:

29Respondeu Jesus: "O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor.30Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’.31O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes". Mc 12.29-31

Chegamos de volta agora ao começo de nossas reflexões: amar o próximo como a si mesmo. Há muitos crentes que se dão por satisfeitos em não desejar o mal para ninguém e a ajudar uma outra pessoa mais próxima. Sentem-se assim cumprindo o segundo mandamento. Mas será isso apenas?

Para quem acabou de sair do olho por olho e ainda está se despindo dos panos de trapo do velho homem, este são passos necessários e desafiadores. Na verdade, amar o próximo como a si mesmo é uma espécie de introdução ao desafio final de Cristo.
Amar o próximo como a si mesmo engloba todos os mandamentos relacionais do antigo testamento e certamente está no projeto de Deus para a vida humana. Mas como é isso demonstrado na prática? Sem um referencial, podemos ser tentados a relativizar esse amor.

Alguém que sente algum prazer doentio, poderia utilizar-se dessa máxima para ferir outros em nome de seu próprio prazer. Outro que afirme não se importar em amado, pode usar a máxima para não amar as pessoas em sua volta.

Muito do que desejamos para nós é bom e agradável ao Senhor, mas não é difícil que alguns de nossos desejos para nós mesmos esteja corrompidos pelo pecado que habita em nós, transformando-se em desculpar aparentemente perfeita para não amar. Diante dessas relativizações, Jesus mostrou em sua própria vida como é esse amor.

Há crentes que estão emaranhados nessas desculpas. Não ensinam porque não gostam de ser ensinados. Não exortam porque não gostam de ser exortados. Não cuidam dos outros porque não se permitem ser cuidados. Não se interessam pelos outros porque não abrem suas vidas para serem tratados. Por fim não amam, porque dizem não ter interesse em serem amados. Tudo isso é desculpa esfarrapada de quem se apega à letra da lei.

Como eu vos amei

Por fim chegamos ao nosso desafio final:

34Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Jo 13.34 (ARA)

Como foi esse amor de Jesus? Ele mesmo explicou isso. Um pouco mais à frente em sua conversa com os discípulos ele voltou a falar desse novo mandamento e explicou melhor:

12O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.13Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Jo 15.12,13

Amar como Jesus amou é colocar a vida a serviço das outras pessoas. Esse é um novo patamar de amor. É um amor sacrificial, que encontra significado além de si mesmo. É ao mesmo tempo a explicação e aprofundamento do que significa amar o próximo como a si mesmo.

Não é preciso muito para explicar a natureza do amor de Cristo por nós. Ele entregou-se à morte por mim e por você. Jesus não foi assassinado contra sua vontade. Como um cordeiro mudo que é encaminhado para o abate, assim ele caminhou para a cruz do Cálvario.

Certa vez ele disse:

17Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la.18Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Jo 10.18 (NVI)

O apóstolo Paulo fez uma afirmação que representa bem essa disposição de amar como Jesus amou:

15E eu sinto-me feliz em me dar totalmente a mim mesmo e tudo quanto tenho para vosso bem espiritual, embora pareça que quanto mais vos amo, menos vocês me amem. 2 Co 12.15 NVI

Amar como Jesus amou e se deixar gastar em prol do bem espiritual de outras pessoas. Aqui não tem cabimento a lei do mais forte, da vingança sem medida. Não faz sentido a lei de Talião, do olho por olho, dente por dente. Isso vai muito além do amar a si mesmo e ultrapassa o simples amar o próximo com a si mesmo. Isso é amar como Jesus amou.

Em outra versão a expressão usada por Paulo foi traduzida por gastar-se.

15 Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. 2 Co 12.15 NVI

Que grande desafio para os dias em que vivemos! Dias em que somos encorajados por outros evangelhos a viver para nós mesmos, a cuidar de nossos interesses e a fazer tudo para que nossas vidas sejam o mais confortáveis que for possível.

Que grande desafio saber que o autêntico evangelho de Jesus, com clareza cristalina, nos afirma que o sentido de nossas vidas está além de nós mesmo. Gastar-se e se deixar gastar, pessoalmente, sem delegações ou terceirizações, em prol do bem espiritual daqueles que nos cercam.
Que desafio investir tempo, recursos e a própria vida na esperança e na confiança de que a aparentem rejeição e incompreensão, no final resultaram no bem espiritual daqueles a quem o Senhor nos chamou a amar.


Que Ele nos encha de coragem e confiança para amar como Jesus amou.

29 junho 2016

Para quem você vive?

IEB Castelo Branco - João Pessoa/PB - 25/06/16

Celebração pelos 18 anos de organização da IEB Castelo Branco
Para quem você vive?

E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." 2 Co 5.15.


Boa noite, irmãos e irmãs! Que grande alegria mais uma vez celebrar com vocês a perseverança do testemunho do Evangelho de Jesus aqui neste bairro! Chegamos à maioridade, pr. Juarez! Como enche o coração de gratidão saber que há 18 anos o bairro do Castelo Branco tem testemunhado o compromisso dos irmãos com o Senhor.

Minha oração ao Senhor é para que o Espírito Santo fortaleça no coração de cada um dos irmãos a convicção do amor de Jesus e a certeza de que ele nunca os abandonará. Oro também pedindo a Deus que o testemunho a respeito da cruz de Cristo neste bairro seja confirmado com a transformação do caráter dos membros desta igreja e com boas obras de socorro e amparo aos necessitados.

Hoje tenho apenas uma pergunta a fazer e espero que essa pergunta grude em sua mente e seja um guia a ajudá-lo em sua caminhada como aprendiz de Jesus.

Para quem você vive?

Talvez essa pergunta seja, de certa forma, incomum. Se alguém perguntasse “Por que você vive?” ou “Como você vive?” ou ainda “Onde você vive?”, certamente não haveria muita dificuldade em responder. No entanto, a pergunta que quero fazer hoje à noite é esta: “Para quem você vive?”

Vamos ler juntos o texto que foi escolhido como divisa e depois orar ao Senhor pedindo sabedoria e coragem para refletirmos em sua palavra.

14 Sim, o amor de Cristo nos absorve completamente, ao pensar que um só morreu por todos e, portanto, todos morreram.15 Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
2 Co 5.14,25 (DIF)

Vivemos dias desafiadores. São dias marcados por posições extremadas. Não é difícil encontrar pessoas que matam e morrem como se a vida dos outros e a sua própria fossem algo desprezível. Por outro lado, as ruas estão lotadas de pessoas tão apegadas a esta vida que gastam tudo o que têm em prol de si mesmo e de seu bem-estar.

Para quem você vive?

Há muitos que vivem exclusivamente para si mesmos. Quem vive para si não se interessa a respeito de como o outro passa os seus dias. Não importa.

O vizinho está enfrentando lutas com um filho doente, mas não importa; o colega do trabalho está triste e cabisbaixo há semanas, mas não importa; seu primo recebeu um diagnóstico de câncer, mas não importa; o colega da faculdade começou a se envolver com drogas, mas não importa. A única coisa que importa é a sua vida.

Quando me deparo com situações parecidas com estas uma pergunta me vem imediatamente: deveria um seguidor de Jesus viver exclusivamente para si mesmo? Em outras palavras, viver ocupado apenas consigo mesmo é um modo de vida compatível com o evangelho de Cristo?

Algumas vezes, as raízes desse modo de viver autocentrado estão no pensamento enganoso de que somos mais importantes que os outros. Quando nós nos achamos assim, dignos de destaque, nossos olhos se fecham para os outros e só enxergamos a nós mesmo e nossos próprios interesses.

Para quem você vive?

Todos nós, os seguidores de Jesus, somos desafiados a viver como ele viveu. Ser um discípulo de Cristo não é apenas aceitar a salvação, mas também viver nossas vidas imitando o nosso mestre. Então, precisamos perguntar: Jesus viveu para si mesmo?

É inegável que, caminhando pelas ruas empoeiradas da Palestina, Jesus dedicou-se a sentir a dor das pessoas à sua volta. Ele se importou com os outros ao ponto de entregar sua própria vida como demonstração de que não devemos viver nossos dias aqui ocupados apenas com nossos próprios umbigos.

Não sei como acontece com você, mas quando alguém faz algo a meu favor, gratuitamente, sou invadido de sentimentos de constrangimento e gratidão: constrangimento é aquela sensação de que eu nada fiz por merecer o que foi feito por mim; gratidão é a rendição do coração diante do benefício recebido.

Quando o apóstolo Paulo refletiu sobre a vida de Jesus e a maneira como o filho de Deus viveu sua vida e morreu voluntária por nós, foi assim que ele se sentiu: constrangido e tomado de gratidão. Veja que ele disse:

Sim, o amor de Cristo nos constrange ao pensar que um só morreu por todos e, portanto, todos morreram. 2 Co 5.14 (DIF)

Cristo não viveu para si mesmo! E você? Para quem você vive? Não estou sugerindo que devamos morrer numa cruz pelas pessoas. Estou dizendo que se somos seguidores de Jesus devemos adotar sua maneira de pensar o mundo e a vida. A forma de Jesus considerar a si mesmo nesta vida faz diferença! E nós somos chamados a pensar da mesma forma que ele.

Em outro texto, escrevendo aos irmãos da cidade de Filipo, o apóstolo Paulo explicou como era esse jeito de Jesus pensar:

5Tenham entre vocês o mesmo pensamento que Cristo Jesus teve.6Embora Ele fosse Deus na sua natureza real, Ele não pensou que ser igual a Deus era algo para utilizar para seu próprio benefício.7Pelo contrário, Ele abandonou tudo o que tinha e assumiu a forma de servo, tornando-se igual aos homens. E, quando Ele apareceu em forma de homem,8Ele se humilhou, tornando-se obediente até o ponto de estar disposto a enfrentar a morte, e morte de cruz. Fp 2.5-8 (VFL)

Para quem você vive?

É possível que você nunca tenha sido desafiado a considerar esse modo de pensar e viver, ensinado e demonstrado por Cristo. Por isso, hoje lanço esse desafio e o convido a pedir a Jesus Cristo que o ensine a cuidar não apenas das coisas que importam para você, mas também daquilo que importante para as outras pessoas.

Eu sei que agir assim é contra tudo o que você tem ouvido e visto, mas esse é um dos desafios de seguir a Jesus: importar-se com o que ele se importou, viver como ele viveu. E, definitivamente, ele não viveu para si mesmo. Veja como falam as Escrituras:

4 Cada um zele, não apenas por seus próprios interesses, mas igualmente pelos interesses dos outros. Fp 2.4 (KJV)

Não faz diferença se você é antigo ou novo na igreja, para ser discípulo de Cristo é preciso imitá-lo em tudo! Então, peça ao Senhor que o ajude a perceber o valor que as outras pessoas têm, e ao mesmo tempo, reconheça que não há motivos verdadeiros para que você se considere superior a ninguém.

Para quem você vive?

Permitam-me agora, irmãos. Entrar diretamente no texto que é a nossa divisa:

15 Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 2 Co 5.14,25 (DIF)

Há muitas maneiras de viver para si mesmo e certamente você conhece algumas delas. Há muitas maneiras de viver para si mesmo e sua vida pode estar aprisionada em uma delas. Essa realmente, não é uma boa notícia. No entanto, existe uma boa notícia a ser dada. Aliás, boa notícia é a melhor tradução que temos para Evangelho.

A boa notícia, isto é, o evangelho de Jesus, é que podemos ser libertos dos grilhões que nos fazem viver para nós mesmos!

·       Ele morreu a fim de que nos tornemos livres das amarras que nos fazem pensar apenas nos nossos próprios interesses!

·       Ele morreu a fim de que sejamos livres da prisão que é a incapacidade de sentir a dor dos outros!

·       Ele morreu a fim de nos libertar do apego ao dinheiro e da ilusão de achar que isso tudo que precisamos!

·       Ele morreu para que você não passe o vexame de viver uma vida egoísta, preocupado apenas consigo mesmo.

·       Ele morreu e ressuscitou a fim de que nossas vidas sejam cheias de esperança pela eternidade. A vida não termina aqui, irmãos!

·       Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Para quem você vive?

Os seguidores de Jesus são chamados pelo Espírito de Deus a viver para aquele que, por eles morreu e ressuscitou, Jesus Cristo! Viver para glória de Deus!

Existe, no entanto algo que precisa acontecer antes. Antes de viver para Cristo: você tem que morrer com ele e ser ressuscitado com ele. O que isso significa? Significa que viver para a glória de Deus está reservado para aqueles que compreendem e aceitam sua incapacidade de dar jeito na própria vida e que depositam suas vidas quebradas e defeituosas nas mãos firmes e amorosas de Jesus.

Se você quiser ganhar a sua vida, disse Jesus, você terá que perdê-la. Em outras palavras, Jesus está afirmando que qualquer um que tentar ser o guardador da própria vida vai descobrir mais tarde, e com tristeza, que a vida escorregou por entre os seus dedos. Ele está dizendo que somos incompetentes para tornar a vida tudo aquilo que ela pode ser e precisamos admitir. Esse reconhecimento é tão difícil que os escritores sagrados chamam de morte.

Esse foi um tipo de morte que Jesus experimentou e que nós também podemos experimentar: decidir confiar completamente nas orientações de Deus para vida e seguir passo a passo o que ele nos pedir para fazer. Imitando Jesus dessa maneira, você está morrendo com Cristo. Então, antes de viver para a glória de Deus, você precisa morrer com Cristo.

O que ocorre depois disso é que da mesma forma que Deus, mediante seu Espírito trouxe Cristo de volta a vida, ressuscitando-o, nossa vida nos é devolvida para que a vivamos de forma diferente, mediante o poder de Deus, que nos liberta de nós mesmos, isto é, da dominação do pecado que mora em nós.

Ora, apenas nessa nova vida que recebemos de Deus, que é uma vida dependente dele, é que você vai encontrar a capacitação para deixar de viver para si mesmos e começar a viver para Cristo Jesus, viver para a Glória de Deus; porque não há como viver para glória de Deus, como fez Jesus, sem antes morrer para si mesmo como Cristo fez e ressuscitar para uma nova vida.

Para quem você vive?

15 Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 2 Co 5.14,25 (DIF)

26 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Dedicados uns aos outros


Dedicados uns aos outros

Paulo usou a metáfora do corpo para mostra que os seguidores de Jesus são membros uns dos outros. Essa bonita ilustração mostra como a Igreja funciona. Cada crente é necessário e vitalmente importante no plano de Deus.

Analogias são ótimas para introduzir um assunto ou para fornecer acesso a um conhecimento. No entanto, comparações não são perfeitas em tudo e não têm a função de esgotar o assunto. Isso quer dizer que nem tudo a respeito do corpo humano pode ser aplicado à igreja e que há muitos aspectos da igreja que não podem ser percebidos através da comparação com o corpo.

É por isso, e também por causa da importância e complexidade do assunto, que as Escrituras nos fornecem outras analogias sobre a Igreja, como lavoura, edifício, exército, etc. Em Rm 12.10 temos indícios de outra analogia importante para compreendermos a natureza da Igreja que somos.

10 Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Rm. 12.10 (NVI)

O termo philadelphia, traduzido por amor fraternal, originalmente refere-se aos relacionamentos familiares. Quando o apóstolo Paulo o aplica à igreja, parece afirmar que o relacionamento entre os discípulos de Jesus é marcado por um amor semelhante ao amor que existe entre irmãos.

O termo adelphos, usado nas escrituras por mais de 200 vezes e traduzido como irmão, quer dizer, literalmente “do mesmo ventre” e é claramente um termo familiar. Assim, a Bíblia aponta para uma realidade inescapável e profunda: nascemos de novo (como Jesus falou a Nicodemos) dentro da família de Deus. Ele nos adotou a todos como filhos e filhas por meio de Jesus Cristo.

5 Deus nos destinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo; esse era o seu desejo e o seu propósito. Ef 1.5 (VFL)

As duas analogias (corpo e família) claramente nos fornecem comparações diferentes e parecem ter objetivos diferentes: quando Paulo usou a metáfora do corpo, valeu-se dos aspectos físicos para ilustrar o funcionamento da igreja com a participação de todos discípulos a partir das habilidade e capacitações de cada um; mas quando empregou a metáfora da família o foco é outro: ele quis mostrar os aspectos psicológicos das relações entre os cristãos.

MÁS NOTÍCIAS E BOAS NOTÍCIAS

Dizer que a igreja é como uma família pode ser inspirador para alguns, mas não ajuda muito outras pessoas, cuja a experiência familiar não foi (ou não é) das melhores.

Com frequência, crianças crescem sem sentir como é ser aceito, amado incondicionalmente ou sentir-se seguro; não aprendem a confiar nos outros, pelo contrário. Por causa do ambiente hostil em que são criadas, aprendem a mentir, trapacear e enganar; assim, o egoísmo acaba se tornando um modo de sobrevivência onde há pouco espaço para confiança, generosidade e afeto.

Como esse cenário se liga à analogia da igreja como família? O ponto a ser considerado é o fato de que alguém se tornar um cristão não muda automaticamente atitudes e modos de pensar que foram desenvolvidos ao longo da vida. Assim, quando passam a fazer parte da família de Deus, muitos chegam apenas com uma vaga noção do que seja ser amável, carinhoso, sincero e confiante e com pouca disposição para acreditar que esta família seja diferente daquela em que ele cresceu.

A boa notícia é que Deus projetou a igreja (a família dele) para trazer cura espiritual e emocional a todos os que nela forma incluídos, mesmo aqueles que tiveram poucas experiências familiares de amor e cuidado mútuos.


Infelizmente, o mundo está cheio de igrejas que não funcionam como famílias plenas e funcionais. Nessas igrejas os crentes não são dedicados uns aos outros em amor fraternal; nessas igrejas o lema “um por todos, todos por um” é motivo de gracejos, piada e descrença; nessas igrejas há poucas empatia, pouco desprendimento e pouca disposição para se gastar em benefício dos outros; nessas igrejas as pessoas que chegam vindas de famílias quebradas e desestruturadas são expostas a outras famílias que quase nada podem fazer, porque também se encontram na mesma situação.

Quando isso acontece, o plano de Deus para a cura espiritual e emocional é impedido. De fato, essa situação leva à desilusão e devastação espiritual. É inegável que vivemos tempo difíceis.


Uma pergunta é inevitável. Pode a igreja trazer cura e saúde a quem tanto precisa? A resposta é decididamente “SIM”. Isso já aconteceu incontáveis vezes na história e pode acontecer aqui com a gente também. Que passos podemos dar para caminhar em direção a uma igreja-família, cujos relacionamentos dão testemunho aos de fora e acolhimento aos de dentro?

Apesar de nossa condição como membros da família de Deus ser uma ligação produzida pelo Espírito de Deus, mediante a regeneração, que nos insere em uma nova vida, ainda assim mostrar amor e afeto por outros cristãos e trata-los como irmãos e irmãs precisa ser aprendido.

PASSO 1

O primeiro passo para esse aprendizado é examinar com cuidado e espírito de submissão o que a Bíblia fala sobre amor fraternal. A seguir, uma amostra:

9Mas quanto ao amor fraternal puro que deve existir entre o povo de Deus, eu não preciso falar muito, tenho certeza! Porque o próprio Deus está ensinando vocês a se amarem uns aos outros. 10Na verdade, já é forte o amor que vocês têm por todos os irmãos em Cristo no seu país todo. Mesmo assim, queridos amigos, nós lhes rogamos que amem cada vez mais a eles. 1 Ts 4.9,10

1Não deixem nunca de se amar com amor de irmãos. 2Não se esqueçam da hospitalidade, porque foi assim que alguns hospedaram anjos, sem o saber. 3Lembrem-se dos presos como se estivessem presos com eles; e dos que são maltratados como se fossem vocês mesmos a sofrer. Hb 13.1-3

22Agora podem ter entre vocês um amor fraterno, não fingido, porque as vossas almas foram purificadas pela obediência à verdade. Amem-se, pois, uns aos outros de todo o coração. 23Porque vocês nasceram de novo, não de uma semente deteriorável, mas de uma semente imortal, pela palavra de Deus viva e que permanece para sempre. 1 Pe 1.22,23

8E agora, esta palavra a cada um: vocês devem ser como uma grande família feliz, cheios de simpatia uns pelos outros, amando-se uns aos outros, com corações ternos e mentes humildes. 9Não paguem mal por mal. Não retribuam àqueles que dizem coisas desairosas sobre vocês. Em vez disso, orem para que Deus ajude os tais, pois devemos ser bondosos para com os outros, e Deus nos abençoará por isso. 1 Pe 3.8,9

5-7Sendo assim, esforcem-se diligentemente por acrescentar à vossa fé uma boa conduta; e além disso o conhecimento das coisas espirituais; depois aprendam o que é o domínio dos vossos próprios desejos naturais; acrescentem a perseverança, e ainda uma relação efectiva com Deus. E não se esqueçam da afeição fraterna, e enfim do amor. 8Porque se estas qualidades abundarem na vossa vida, elas não vos deixarão ociosos nem estéreis, mas antes frutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 2 Pe 1.5-7

PASSO 2

Avalie suas atitudes e ações com respeito aos outros membros da sua família cristã. Até que ponto você sente amor e afeto em relação aos seus irmãos em Cristo? Vejamos se as perguntas a seguir podem auxiliar-nos nessa reflexão:
  
Bloco A

1.     Você se sente à vontade para expressar seus sentimentos a outras pessoas? Por quê?
2.     Você já foi magoado por alguém em quem confiava? O que você aprendeu com essa situação?
3.     Você acha que vale a pena abrir o coração na família de sangue? E na família de fé?
4.     Quais são os riscos que corremos ao expressar nossos sentimentos na família de Deus? Você acha que vale a pena?

Bloco B

1.     Na sua família, com seus pais e irmãos, como vocês expressavam amor uns pelos outros?
2.     Como você classificaria sua família (pais e irmãos) em relação a expressar sentimentos? Muito Aberta, Aberta, Fechada, Muito Fechada.
3.     Em termos de expressar sentimentos e emoções, o que era assunto proibido em sua família (pais e irmãos)?
4.     Você se sente confortável em chamar Deus de pai? Por quê?

Bloco C

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

Bloco D

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

PASSO 3

Se depois dessas perguntas você achar que precisa de ajuda, procure um membro amadurecido do Corpo de Cristo em quem você confie. Isso é muito importante para sua caminhada. Comece a agir em harmonia com aquilo que você sabe ser o desejo de Deus. Não espere sentir vontade. Frequentemente sentimentos vêm logo após ações. Expressa o amor de forma tangível o ajudará a desenvolver sentimentos de amor e a comunica-los verbalmente.

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000. Tradução por Ana Vitoria Esteves de Souza.

19 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Membros uns dos outros


Membros uns dos outros

Há um certo tipo de poder quando as pessoas se unem: quando a torcida pula junto e grita o nome do time, há uma força nessa unidade; quando na quadra de vôlei, cada jogador az sua parte e todos se esforças para cobrir as falhas uns dos outros e o ponto parece não ter fim, para que tipo de poder toma conta de todos que estão por perto.

É difícil negar que quando as pessoas se unem em torno de um objetivo surge uma energia que nos faz realizar bem mais do que imaginamos ser capazes. Vamos ver um vídeo sobre o poder da unidade.

Há um poder na união. Mesmo quando ela é um processo puramente humano. Imagine agora o que pode acontecer quando essa união é o resultado da ação do Espírito Santo em cada um de nós. Quando lemos as escrituras parece que essa unidade no Espírito era um dos desejos mais intensos de Jesus. Ele até orou sobre isso em Jo 17.20-23.

Uma analogia é a tentativa de explicar algo através de outra coisa. Para tentar explicar essa unidade no Espírito, que existe entre os seguidores de Jesus, a Bíblica usa uma analogia, isto é, ela compara os seguidores de Jesus ao corpo humano em I Co 12.14-26.

VERDADES IMPORTANTES

Há muito a aprender na leitura dessa comparação entre a Igreja e o copo humano. O apóstolo Paulo resume da seguinte forma: “Então nós ... somos membros uns dos outros.” (Rm 12.5). Hoje vamos destacar três verdades importantes que podem ser aprendidas neste texto.

1.     Nenhum cristão deve atuar sozinho: somos interdependentes. Não há lugar para carreira solo entre os seguidores de Jesus – o nosso canto é sempre coral. Não há lugar para monólogo – nossa atuação é sempre coletiva. Não há lugar para lobos solitários – nós andamos sempre em bandos. Nós dependemos uns dos outros. Mas, por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

2.     Nenhum cristão deve sentir-se mais importante que os demais: somos limitados. Somos chamados à humildade, isto é, ao reconhecimento de nossos limites – nem mais, nem menos. Ninguém pode dizer a outro irmão “não preciso de você”. Por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

Além disso, veja o ensino de Paulo aos irmãos de Roma em Rm 12.3.

3.     Cada cristão deve trabalhar para preservar a unidade: somos responsáveis. A manutenção da unidade na igreja é o resultado de nossas atitudes e uns para com os outros.

No time de futebol ou na torcida, a união vem por causa dos objetivos comuns. Porque todos querem a mesma coisa, juntam-se para alcançar os resultados. Na igreja é diferente. A unidade do Corpo de Cristo é resultado da presença do Espírito Santo em nós. Fazemos parte do mesmo corpo, porque fomos feitos parte da família de Deus (Jo 1.12)

Ninguém é parte da Igreja de Jesus apenas por vontade própria. Foi Deus quem fez de você um membro do Corpo de Cristo. É como na família de sangue: ninguém escolhe por si mesmo fazer parte. A escolha é dos outros. Portanto, eu e você não podemos produzir união. A união já existe, porque fomos feitos irmãos uns dos outros. Pode ser que essa união não esteja funcionando, bem, mas ela é uma realidade que não depende da nossa vontade.

Por outro lado, fomos chamados para preservar a essa unidade através de humildade, mansidão, longanimidade e apoio mútuo, conforme. (Ef 4.1-3)

1Suplico-vos pois - eu, prisioneiro por causa de servir o Senhor - que se conduzam de uma maneira digna da chamada que receberam de Deus. 2Sejam humildes, delicados para com os outros e pacientes, numa base de compreensão mútua e com uma afeição sincera. 3Procurem conservar entre vocês a unidade que o Espírito Santo produziu com laços de paz. (Ef 4.1-3 OL)

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO

1.     Somos uma igreja unida? Como podemos melhorar?
2.     Nosso jeito de viver igreja valoriza essa dependência uns dos outros?
3.     A humildade é um valor que nos caracteriza com igreja?
4.     Até que ponto o individualismo está trabalhando contra a unidade da igreja?

5.     O que poderia melhorar em nossas programações para nos sentirmos ainda mais membros uns dos outros?

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000,