03 novembro 2009

Agostinho (354-430)

by Vania DaSilva
Fonte: http://www.sepoangol.org/agostino.htm

Introdução


Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.

Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe crente, Mônica. Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã.

Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram feitos na escola local, onde aprendeu latim à força de muitos açoites. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica.

Longe da família, Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390.



Na busca pela verdade, ele aceitou o ensino herético maniqueísta, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal -- o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem -- o Deus do Novo Testamento. Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão, e depois para a casa imperial. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II.

Sua Conversão

No ano 386, quando passava várias crises em sua vida, Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Romanos 13.13,14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no maniqueísmo nem no neo-platonismo. Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, que muito orara por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Ambrósio na Páscoa de 387. Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391. Em Tagasta, ele supervisionou e instruiu um grupo de irmãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado bispo de Hipona por pedido daquela congregação, onde permaneceu até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.

Suas Obras

Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:

Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;

Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação na Bíblia;

De Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou a ciência da interpretação. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;

De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade;

De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em agosto 28 de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião clássica romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino.

Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Nem os historiadores gregos ou romanos foram capazes de compreender tão universalmente a história do homem. Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através do negro meio-milênio anterior ao ano 1000.

Agostinho é visto pelos protestantes como um precursor das idéias da Reforma com sua ênfase sobre a salvação do pecado original e atual através da graça de Deus, que é adquirida unicamente pela fé. Sua insistência na consideração dos sentido inteiro da Bíblia na interpretação de uma parte da Bíblia (Hermenêutica), é um princípio de valor duradouro para a Igreja.

Seus últimos meses

Durante os últimos meses de vida, os vândulos tomaram a cidade fortificada de Hipona por mar e terra. Eles haviam destruído as cidades do Império Romano no Norte da África e as evidências do Cristianismo. A cidade estava cheia de pobres e refugiados, e a congregação de Agostinho não era uma excessão. No final de sua vida, ele foi submetido a uma enfermidade fatal, e com 75 anos ele pediu que ficasse só, a fim de se preparar para encontrar com o seu Deus. Um ano depois da morte de Agostinho em 430, os bárbaros queimaram toda a cidade, mas felizmente, a biblioteca de Agostinho foi salva, e seus escritos se perpetuam em nosso meio até a nossa era.




Agostinho de Hipona 2
Por Sérgio Paulo de Lima
Fonte: Revista Palavra Viva - Boas-Novas de Alegria, Editora Cultura Cristã.

Agostinho não morreu martirizado, porém, desenvolveu a Doutrina da Graça de modo tão Bíblico que Calvino o abraçou. Sendo assim, vamos estudar a vida deste servo de Deus e, como os reformadores fizeram, aproveitar de seus ensinos o que tem respaldo bíblico.

A origem

Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354, em Tagasta, na África (hoje Argélia) e faleceu em 28 de agosto de 430 em Hipona. Foi um dos maiores pensadores da Igreja. Era filho de Patrício, homem de recursos, pagão, mundano, mas que se converteu nos últimos anos de sua vida e de Mônica, cristã que sempre manteve esperanças em relação ao filho, embora Agostinho tenha vivido sensual e desregradamente até os 32 anos, quando ocorreu sua conversão. Fez os estudos secundários em Madauro e estudou retórica em Cartago.

Agostinho foi um aluno brilhante e capaz em Literatura, línguas e retórica (a arte do bem falar). Aos 17 anos ingressou na fase da imoralidade, teve uma amante, e com ela um filho chamado Deodato. Foi muito imoral e mulherengo. Nesta época, ao orar dizia: “Senhor dá-me continência e castidade, mas não hoje”.

A busca pelo conhecimento

A leitura do Hortensius, de Cícero, o despertou para a filosofia. Por esta época aderiu ao Maniqueísmo, do qual falaremos adiante.

Em 383, desiludido com o Maniqueísmo, aproximou-se temporariamente do Ceticismo. Depois de ter ensinado retórica em Cartago e Roma, em 384 foi nomeado professor em Milão, onde, entrou em contato com Ambrósio, bispo desta cidade.

A conversão

Conta-se que, certo dia, no final do verão de 386, num jardim, numa casa de campo em Milão, na Itália, se encontrava Agostinho assentado num barco. Ao seu lado estava um exemplar das epístolas de Paulo. Mas, ele parecia não estar interessado, pois experimentava uma intensa luta espiritual, uma violenta agitação de coração e mente. Levantando-se do banco, foi para baixo de uma figueira. Ali ouviu a voz de uma criança que dizia “toma e lê, toma e lê”. Quando voltou ao banco e abriu a Bíblia, encontrou a passagem de Rm 13.14,15 . Leu e se converteu ao Cristianismo.

Em 387 foi batizado por Ambrósio e , na volta para Tagasta, perdeu sua mãe, Mônica. Este fato lhe causou grande tristeza.

Renunciou, então, a todos os prazeres, depois de grande luta interior, e retirou-se para Cassiaciacum, perto de Milão, para meditar.

Atraído pelo ideal de recolhimento e ascese, resolveu fundar um Mosteiro em Tagasta. De sua cidade natal dirigiu-se para Hipona, no inicio de 391, onde foi ordenado sacerdote, e quatro anos mais tarde, bispo-coadjutor, passando a titular com a morte do bispo diocesano Valério.

Mesmo assim, não abriu mão do ideal de vida monástica, fundado nas dependências de sua catedral uma comunidade que foi modelo para muitas outras e um centro de irradiação religiosa.

O mundo em que viveu

Agostinho viveu num momento crucial da história- a decadência do Império Romano e o fim da Antiguidade Clássica. A poderosa estrutura que, durantes séculos, dominou o mundo, desabou pela desintegração do proletariado interno e pelo ataque externo das tribos bárbaras.

Em 410 foi testemunha da tomada de Roma pelos visigodos de Alarico. E, ao morrer, em 430, presenciou o sitio de Hipona por Gensérico, rei dos vândalos, e a destruição do poderio romano na África do norte. Foi nesse mundo convulsionado por lutas internas que Agostinho exerceu o magistério sacerdotal e escreveu sua obra, de tão decisiva importância na história do pensamento cristão.

O pensamento

Escreveu contra os maniqueus, defendeu as autoridades das escrituras, explicou sobre a criação, abordou a origem do mal, debateu sobre a questão do livre-arbítrio, quando então, se tornou um grande defensor da predestinação.

A maior de suas lutas foi contra o pelagianismo; estes negavam o pecado original e aceitavam o livre-arbítrio afirmando que o homem tem o poder de vencer o pecado. Afirmavam que o homem podia pecar ou não pecar, logo, tinha vontade livre. Agostinho por sua própria experiência, percebeu o erro disso.

As obras

Além dos inúmeros sermões e cartas, das volumosas interpretações da Bíblia, além de obras didáticas, de catequese e de polemicas contra várias heresias de seu tempo (maniqueísmo, donatismo, pelagianismo), deve-se mencionar, entre as mais importantes de Agostinho:

As confissões de Agostinho (400), uma autobiografia espiritual em que faz ato de penitência e celebra a glória de Deus; relata nela sua piedade; “Tu nos fizeste para ti e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso”.

De Trinitate (400-416), um tratado filosófico e teológico;

Civitas Dei ou cidade de Deus (413-426), uma justificação de fé cristã e teologia histórica, da qual é considerado o fundador. É uma síntese do pensamento filosófico – teológico e político de Agostinho. É considerada pelos críticos como uma filosofia racional da história.

Escreveu-a quando os bárbaros invadiam e Europa e Roma estava sitiada pelos infiéis.

Posições de Agostinho

Agostinho defendeu a imutabilidade de Deus, o princípio da livre criação, isto é, Deus não criou nada por imposição. Sustentou também, ao contrario dos que criam os maniqueístas, que o diabo não era igual em força de Deus. Deus é o único criador, e superior a qualquer força contraria.

Agostinho combateu com grande capacidade as heresias de seu tempo e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”, pois, como ninguém, soube compreender os seus efeitos. Na sua grande obra “cidade de Deus”, que gastou 13 anos para escrever, afirma: “Dois amores fundaram, pois, duas cidades, a saber: o amor próprio, levado ao desprezo de si próprio, a celestial”.

Isto resume a sua obra.Como disse alguém, “seu símbolo é um coração”. Em chamas e o olhar voltado para as alturas”.

Agostinho foi um pregador incansável (400 sermões autênticos).Grande estudioso e teólogo, seu pensamento estava centrado em dois pontos essenciais: Deus e destino do homem.

Conclusão

Agostinho foi exemplo de alguém que saiu de uma vida confusa e desregrada, para uma vida de total consagração a Deus. O texto de Romanos 13.13,14, transformou sua vida cheia de pecados e se revestiu de Cristo, na alimentando a carne. Que essa consagração sirva de exemplo para nós.

01 outubro 2009

Discipulos de Jesus - Negar-se a si mesmo

Introdução

“Se alguém quer vir após mi, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” Lucas 9:23

“Quem não toma a sua cruz e vem após mim, não é digno de mim”. Mateus 10:38

“Então convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” Marcos 8:34


Três etapas são necessárias para aqueles que desejam ser discípulos de Jesus: negar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo.

(A) Essas três etapas são condições. Jesus não corria desesperado à procura de discípulos, como fazem alguns mestres hoje. Ele não negociava oferecendo benefícios em troca de fidelidade a Ele. Em vez disso, Jesus não hesitava em apresentar as condições a serem cumpridas por quem desejasse segui-lo. Não era de qualquer jeito: havia e ainda há condições.

O esforço de muitos pregadores (alguns bem intencionados) para alcançar mais pessoas com a mensagem do evangelho tem deslocado o centro dessa questão; em vez de apresentarem as condições para alguém ser discípulo de Jesus, eles acenam apenas com os benefícios de ser um discípulo de Cristo.

Sem perceber, muitos se tornam culpados de propaganda enganosa: a igreja tem usado letras garrafais para os benefícios e letras miúdas para as condições de ser discípulo. Parece propaganda de eletro-eletrônico.

Presas pela propaganda sobre Cristo, muitas pessoas decidem segui-lo sem compreender o que isso significa, mas apenas para ter acesso aos benefícios prometidos. Então, ao serem chamados para cumprir as condições muitos se decepcionam, se entristecem: viram consumidores enganados, reclamando por seus direitos.

Hoje vamos começar a virar a mesa dessa questão.

Se você observar os evangelhos com cuidado, verá que Jesus nunca correu atrás de discípulos. Os discípulos é que O procuravam. Jesus não fez apelos emocionais nem implorou a quem quer que fosse para que o seguisse. Pelo contrário. Ele impôs condições para os candidatos a discípulos. É sobre essas condições que vamos refletir nessas três mensagens.

Três condições e um pré-requisito

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, (1) negue-se a si mesmo, (2) tome a sua cruz, e (3) siga-me; (Mat 16:24)

São três condições: negar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Mas antes delas há um pré-requisito: você precisa querer ser um discípulo de Jesus. Ninguém se torna discípulos porque a mulher, o filho, o amigo ou os parentes querem. A própria pessoa precisa querer e tomar essa decisão.

Se você não quer ser um discípulo de Cristo seja sincero consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor. Ainda que essa não seja a melhor decisão, Deus apreciará a sua sinceridade e transparência. Saiba também que Cristo o ama profundamente e deseja alcançá-lo com esse amor.

Mas se você tem convicção de que deseja ser um discípulo de Jesus, o pré-requisito já está cumprido: se alguém quer vir após mim... Vamos agora às condições.

Veja que é o próprio Jesus Cristo que apresenta essas condições. Não é uma invenção minha, nem história de alguém que ouviu falar. Três condições: negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lo.

Hoje vamos buscar orientação do Espírito Santo de Deus para compreender o significado de negar-se a si mesmo.

Negar-se a si mesmo

Nesse começo, precisamos desfazer de imediato dois enganos: o primeiro é que negar-se significa anular-se como pessoa; o segundo é que negar-se é significado de autopunição.

Pedir que nós nos anulássemos seria uma grande incoerência da parte de Deus, já que ele nos criou seres que têm vontade própria e consciência de si mesmos. Por que ele nos daria uma identidade para em seguida impor essa anulação?! Negar-se não é anular-se.

O segundo engano é que negar-se é flagelar-se, buscando sofrimento como uma forma de punição. Deus não se alegra com a nossa dor, quanto mais se essa dor for algum tipo de sofrimento que impomos a nós mesmos. Negar-se não é autopunir-se.

Desfeitos esses dois enganos, precisamos caminhar em busca de compreender o que Jesus quis dizer com negar-se a si mesmo.

Para isso vamos contar com a ajuda de dois trechos das Escrituras. Primeiro, vamos prestar atenção ao encontro alguns sacerdotes e levitas com João Batista, quando alguns deles foram enviados ao profeta para descobrir se Ele era o messias. Em seguida, vamos refletir sobre o contexto do momento em que Jesus falou dessas condições para alguém ser seu discípulo. O senhor falou essa frase dentro de uma situação real.

João Batista

(19) E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? (20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. (21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. (22) Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? (23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. (João 1:19-23)

O negar-se a si mesmo passa pelo reconhecimento de quem somos e da descoberta de quem Deus é. Nesse encontro narrado pelo apóstolo João, há pelo menos três lições preciosas sobre o negar-se a si mesmo.

A - Eu não sou Deus

(20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.

• Não posso controlar o mundo;
• Não consigo fazer tudo dar certo;
• Não posso receber a glória que não é minha.

Muita gente sofre porque resolveu carregar o mundo nas costas. É preciso reconhecer quem somos: limitados e incapazes de lidar com todos os problemas à nossa volta.

João confessou que não era o Cristo. Ele preferiu ser quem ele era e disse não para o orgulho de ser confundido como o Cristo. Você precisa parar de agir como fosse Deus e dizer não para o orgulho que isso dá. Entregue a responsabilidade de dirigir o universo para aquele que pode fazer isso e aceite quem você realmente é!

B- Eu não sou o meu irmão

(21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.

• Não preciso viver do jeito que os outros vivem;
• Não devo almejar o sucesso dos outro;
• Não devo fingir ser o que eu não sou.

Deus não quer que você seja igual a ninguém nessa terra, senão que você seja semelhante ao seu filho Jesus Cristo. Ele lhe fez único e quer que você preserve sua identidade. Quanto sofrimento acontece quando queremos ser iguais a fulano ou beltrano.

Negar-se é uma jornada em busca da nossa verdadeira identidade. É dizer não para as tentativas de nos tornarem quem na verdade não somos. João não aceitou ser chamado de Elias, você também precisa rejeitar as tentativas de fazer de você uma cópia de outra pessoa. Todos nós somos originais.

C- Minha identidade está em Deus

(23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

De onde vinha essa convicção de João Batista? Algumas coisas posso garantir.

• Ele não fez curso de Ioga nem Meditação transcendental;
• Também não entrou de cabeça na psicoterapia;
• Não consultou os astrólogos e advinhadores;
• Ele também não leu o último best seller do Augusto Cury;

João encontrou sua identidade na fala de Deus sobre ele:

(13) Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; (14) e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; (15) porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; (16) converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; (17) irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido. (Luk 1:13-17)

Assim como aconteceu com João Batista, Deus também fez afirmações sobre você e é nessas afirmações que você deve buscar sua identidade.

• Você foi criado à imagem e semelhança dele;
• Você é alvo do seu amor através de Jesus;
• Sua presença e desejada por Deus.

Meu irmão, há muitas outras palavras de Deus sobre você! Leia as Escrituras, descubra as promessas que Ele fez sobre sua vida e viva conforme sua nova identidade em Cristo. Isso é ser uma nova criatura.

Negar-se é não desejar ser o que você na verdade não é, mas aceitar com gratidão tudo o que você realmente é em Cristo Jesus.

Negar-se é abrir mão do que eu penso que sou e do que os outros dizem que eu sou, para me tornar aquilo que Deus deseja que eu seja. Foi assim com João Batista e deve ser assim comigo e com você.

Jesus Cristo

O segundo trecho da Escrituras em que o negar-se a si mesmo se revela é no contexto da fala de Jesus em Mateus 16:24. Também nesse texto vamos encontrar três lições preciosas.

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse. (22) E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá. (23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens. (24) Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; (25) pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. (26) Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida? (Mat 16:21-26)

A - Era necessário...

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.

Jesus começou a explicar aos seus discípulos sobre negar-se a si mesmo. Ele começou pela necessidade de submeter-nos aos planos do Pai, não importando o preço a ser pago. É nessa submissão a Deus que está a essência do negar-se. Uma submissão espontânea de quem reconhece em Deus uma vontade infinitamente superior e boa.

Jesus deixa claro que a atitude de submissão é a única resposta que podemos dar depois que compreendemos quem somos e quem Deus é.

Esse era o ensino de Jesus. Ele nunca ensinou seus discípulos a barganharem com Deus o alívio de suas dores. Mesmo no jardim do getsêmani, angustiado e já sentindo o gosto da morte, ele concluiu sua oração dizendo: todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.( Luk 22:42)

B - Tem compaixão de Ti...

(22) E Pedro, chamando-o a parte, começou a reprova-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.

Pedro imaginava estar cumprindo bem o papel de discípulo de Jesus. Ele não podia aceitar o sofrimento de Cristo. Mas na verdade ele fez um apelo ao sentimento de auto-piedade, presente em todos os seres humanos.

• Há pais que não suportam o mínimo sofrimento de seus filhos, mesmo quando isso é necessário; Esses educam filhos incapazes de lidar com a dureza da vida.
• Há pessoa que não conseguem deixar Deus agir nas outras pessoas. Nem toda luta ou sofrimento é uma ação maligna, mas, muitas vezes, é o agir de Deus aperfeiçoando o caráter.

Negar-se a si mesmo é não aceitar a posição de coitadinho sofredor (muitas vezes nosso sofrimento e resultado de nossos próprios erros); é não se deixar levar pelas sugestões de autocomiseração, mas reconhecer que Deus está no controle de todas as coisas e que vale a pena seguir os seus passos, mesmo com dor e sofrimento.

C - Não cogitas das coisas de Deus...

(23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.

A Bíblia Viva apresenta assim o verso 23: “Você está pensando apenas do ponto de vista humano, e não do ponto de vista de Deus”. Negar-se é abrir mão de nossa maneira limitada de ver as coisas e enxergar a vida sob o ponto de vista de Deus.

O discípulo é aquele que abre mão dos seus conceitos sobre a vida porque encontrou no seu mestre conceitos superiores aos seus.

O discípulo de Jesus nega-se a si mesmo, não por constrangimento, mas porque prefere o modo de viver de Cristo ao seu próprio modo de viver (que ele já sabe que não funciona).

06 setembro 2009

João, o cristão 2

Um dia João aceitou o convite de um amigo, foi a uma igreja e lá ouviu a pregação do evangelho. João ouviu toda mensagem e entendeu que precisava aceitar a Jesus em sua vida. Com coragem, ele ergueu sua mão fez essa decisão. Orou ao Senhor e pediu para Deus transformá-lo.


João continuou a freqüentar os cultos e ouvir as pregações. Ele gostava de tudo. Seus versículos prediletos eram: o justo viverá pela fé e pela graça sois salvos, mediante a fé... Ele entendeu que através da fé em Jesus ele havia recebido um bilhete aéreo direto para o céu, ainda que ele não pretendesse usá-lo tão cedo.


Ele tornou-se um freqüentador regular dos cultos e eventualmente contribuía com alguma oferta; cumprimentava as pessoas com alegria e era querido por todos. No entanto sua vida real, fora da igreja, continuava exatamente a mesma.


No trabalho, ele continuava participando do esquema de falsificar os resultados das vendas para bater as metas da empresa; em casa, seus os acessos de ira, os chutes nas portas e as ameaças à esposa continuaram; com os colegas, ele manteve as noitadas de sexta-feira e as piadas picantes na hora do cafezinho; na família, ele continuou a ser rancoroso e amargurado, do tipo que não perdoa e jamais esquece.


Perguntado por um amigo sobre como estava sua nova vida em Cristo, ele respondeu: uma maravilha! Aceitei a Jesus como meu salvador e até já me batizei. Vou aos cultos de domingo e sempre que dá leio uns versículos da Bíblia. Estou muito alegre com minha nova vida.


O que é que está acontecendo com o João?


Admitindo que a oração do João foi sincera e o seu desejo de colocar Jesus no controle de sua vida era verdadeiro, vimos no domingo passado que duas coisas podem estar acontecendo:


Primeiro, pode ser que o João seja um novo convertido, isto é, alguém que entregou sua vida a Jesus há pouco tempo. Aliás, por quanto tempo alguém continua sendo um novo convertido?


Nesse caso, o João ainda não conhece todos os recursos espirituais que estão a disposição para sua nova vida em Cristo. Ele ainda não conhece o poder da oração, ele não sabe o bem que a confissão de pecados faz, ele ainda não aprendeu a confiar em Deus por experiência própria, ele conhece bem pouco sobre o caráter de Deus, pedir perdão e perdoar ainda é algo que ele desconhece, na maior parte do tempo ele ainda age movido pelos seus próprios impulsos, ele ainda está descobrindo a realidade de negar-se a sim mesmo e tomar a própria cruz. Bebês na fé.


Quando o apóstolo Paulo escreveu aos irmãos de corinto, em sua primeira carta, afirmou que eles eram carnais, usando para isso a palavra sarkinos.


Vocês são feitos de carne, irmãos. E quando estivemos juntos pela primeira vez, vocês eram como bebês, recém nascidos para a realidade da vida no espírito! Por isso, eu nem pude conversar com vocês sobre as coisas do Espírito.


A segunda coisa que pode estar acontecendo é que o João seja um crente antigo. Já faz algum tempo que ele reconheceu Jesus como seu Senhor e salvador e durante todo esse tempo ele participou de uma igreja local, ouviu sermões, participou dos encontros do caminho, leu alguns livros e até fez vários cursos.


O João ouviu muita informação sobre como é a vida guiada pelo Espírito de Deus, mas essas informações não se transformaram em mudanças reais em sua vida. Então, de tanto ouvir sobre a vida com Cristo, mas não experimentar dessa transformação em si mesmo, João calejou.


Calos nos ouvidos, calos no coração, calos na alma. Então, João acostumou-se com uma vida dupla: no domingo, cara de santo, roupa de santo, vocabulário de santo; na semana, surge o verdadeiro João, dominado por sua natureza pecadora.


Quando o apóstolo Paulo soube, através de algumas pessoas da família de Cloe, que os irmãos de Corinto estavam divididos em grupos de acordo com preferência que tinham por Pedro, Paulo ou Apolo, ele afirmou: vocês ainda são carnais.


Mas, agora, ele usou outra palavra, sarkikos, porque não era mais o caso de alguém que desconhecia os recursos do espírito para o amadurecimento da fé, mas de pessoas que mesmo depois de serem ensinadas sobre os fundamentos da vida no espírito, fizeram pouco caso disso e continuaram vivendo a vida com suas próprias forças; ainda que tinham aparência de pessoas de fé eram na verdade pessoas religiosas.



Uma pergunta: Ser um discípulo de Jesus seria um mero assentimento, ou concordância, mental? Seria apenas você render-se à lógica da salvação e receber um bilhete para a vida eterna, e fim da história? Isto é, basta aceitar a Jesus?


Se for assim, como deveriam ser entendidas as palavras de Cristo: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. (Luc 9:23). Qual seria o significado de seguir a Jesus?


Não é razoável que essa forma de pensar (“basta aceitar a Jesus”) seja capaz de paralisar os seguidores de Jesus, assim como aconteceu com o João e com os irmãos de Corinto? Certamente essa pode ser a uma gota de veneno transparente em um copo de água limpa.



A Verdade


Qual é a verdade então?


Bom, Jesus disse que se alguém quiser acompanhá-lo deve segui-lo. Parece que Jesus está dizendo que devemos andar junto com Ele. Dar passos na mesma direção que ele deu. Então, Jesus está dizendo que não basta apenas abrir a boca e dizer que deseja ser discípulo dele, é preciso segui-lo de fato.


Vejamos se isso confere com a vida dele?


(18) Quando Jesus notou que a multidão estava ficando grande demais, deu ordens a seus discípulos para que estivessem prontos para atravessar o lago. (19) Nesse exato momento um dos mestres religiosos dos judeus disse a Ele: "Mestre, eu seguirei o Senhor aonde quer que for! " (20) Mas Jesus respondeu: "As raposas têm tocas e os passarinhos têm ninhos, porém Eu, o Filho do Homem, não tenho meu próprio lar - nem um lugar para pousar a minha cabeça". (21) Um outro dos seus discípulos disse: "Senhor, deixe-me primeiro ir enterrar meu pai". (22) Mas Jesus lhe disse: "Siga-me agora! Deixe aqueles que estão espiritualmente mortos cuidar dos seus próprios mortos".(23) Então Ele entrou num barco e começou a atravessar o lago com seus discípulos. (Mat 8:18-23 - BV)


(61) Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. (62) E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus. (Luc 9:61-62 – ARC)


(18) Uma vez um líder religioso judeu fez-Lhe esta pergunta: “Bom mestre, que farei para chegar ao céu? ” (19) “Você sabe o que está dizendo quando me chama bom? ” perguntou-lhe Jesus. “Só Deus é verdadeiramente bom, e ninguém mais. (20) Mas quanto à sua pergunta você sabe o que os dez mandamentos dizem – não cometa adultério, não mate, não minta, respeite seus pais, e assim por diante. (21) O homem respondeu: "Eu tenho obedecido a cada uma dessas leis desde pequeno". (22) "Há uma coisa ainda que lhe falta", disse Jesus. "Venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres - isso se tornará um tesouro no céu para você - e venha seguir-Me". (23) Mas quando o homem ouviu isto, foi-se embora triste, porque era muito rico. (Luc 18:18-23 – BV)


Você percebeu que Jesus sempre chama a atenção daqueles que querem segui-lo para o fato de que isso implica em disposição para que ocorram mudanças em suas vidas?


Ora, o que realmente acontece quando alguém acredita na mentira de que “basta aceitar a Jesus”? Gradativamente ele vai se fechando para a necessidade de mudanças em sua vida. Afinal de contas, ele já é um salvo, ele é um crente, ele tem Jesus no coração. Mas é só isso? Jesus insiste que não.


A verdade é que somos chamados por Deus para crescer.


Termino minha carta com estas últimas palavras: Alegrem-se. Cresçam em Cristo. Prestem atenção ao que lhes tenho dito. Vivam em harmonia e paz. E que o Deus de amor e paz seja com vocês. (2 Co 13:11)


Somos chamados para ser aperfeiçoados


Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. (1Pe 5:10 – ARA)


Somos chamados para um processo de transformação.


Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rom 12:2 – NVI)


Tem uma pergunta que sempre me incomoda quando eu quero fazer qualquer coisa (Talvez incomode também você): Como? Como eu cresço em Cristo? Isso é algo que eu tenho que fazer ou é algo que Deus faz em mim?


Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. (1Pe 5:10 – ARA)


Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rom 12:2 – NVI)


A resposta para a pergunta como eu cresço é como uma moeda: é uma só, mas tem duas faces que não podem ser separadas uma da outra.


A primeira face diz respeito à soberania de Deus e à decisão que Ele tomou de nos tornar à imagem de Cristo. Ele está conduzindo a sua história em direção a isso. Nada do que acontece com você está fora do propósito de Deus em lhe aperfeiçoar. Isso deve produzir paz em meu coração. O processo todo está nas mãos de Deus.


A segunda face diz respeito à liberdade (e o poder) que recebemos em Cristo Jesus para decidir a maneira como vamos lidar com esse processo de aperfeiçoamento. Você ira cooperar com esse processo, ou não. Isso produz um senso de responsabilidade em meu coração.


Vamos, então resumir essa parte:


• Se Deus não houvesse planejado o seu aperfeiçoamento, nada poderia acontecer... Mas ele planejou.


• Se Ele, por meio de Cristo, não tivesse nos concedido poder para mudar nossas vidas, nada poderia acontecer... Mas ele concedeu.


• Se você não co-operar com Ele, você perderá a alegria de experimentar já aqui e agora um pouco do você será quando ele completar o seu plano para sua vida. O que você vai fazer?


Que tipo de cooperação essa? Bom, vamos voltar ao texto de Romanos 12 e olhar com mais atenção, porque esse talvez seja o ponto alto da nossa reflexão hoje.


Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rom 12:2 – NVI)


Amoldar-se e tomar a forma. Transformar-se e mudar a forma. O Espírito de Deus revelou-nos que nosso jeito de viver nesse mundo não pode ser idêntico ao jeito de viver de pessoas que não seguem a Jesus. Vejam só, o chamado é para que sejamos diferentes em nosso modo de viver.


Como eu coopero então? Corto o cabelo diferente? Visto uma roupa diferente? Freqüento lugares diferentes? Ouço uma música diferente? Leio livros diferentes? Falo com palavras diferentes?


Eventualmente, cada uma dessas coisas pode ser usada para transparecer a diferença, mas elas não são a essência do que deve ser diferente em nós.


Qual é a essência dessa diferença, então? A nossa mente. Mas não é uma questão de raciocínio ou inteligência cognitiva; o que precisa ser diferente é a nossa maneira de ver o mundo e compreender a vida. Precisamos abrir mão do nosso jeito próprio de ver a vida e adotar o modo de pensar de Cristo.


Lembre-se de que no decorrer de toda a história da humanidade, Deus tem procurado apresentar, revelar para nós, raça humana, seu modo de ver a vida. Ele tem insistido em dizer quem Ele é, como Ele considera a vida e quais os propósitos dele para as pessoas e para toda a sua criação.


(1) Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, (2) mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. (3) O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, (4) tornando-se tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles. (Heb 1:1-4)


Você percebeu? Jesus é o ápice dessa revelação. Ele é a expressão plena dos pensamentos de Deus. Cristo tem a mente de Deus e nós precisamos da mente de Cristo.


Aqui, vamos voltar ao nosso primeiro texto, em 1 Coríntios 2, para lembrarmos que as Escrituras afirmam que nós temos a mente de Cristo.


(14) Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. (15) Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois (16) "quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? " Nós, porém, temos a mente de Cristo. ? (1Co 2:14-16)


Como assim temos a mente de Cristo?


Bom, primeiro precisamos lembrar que todo aquele que um dia entregou o controle de sua vida a Deus e pediu a Ele que viesse habitar em si, tem o Espírito de Deus. E o Espírito conhece a mente de Deus.


Segundo, devemos lembrar também que o Espírito de Deus inspirou alguns servos de Deus a registrar a vida de Cristo. Quatro registros diferentes chegaram às nossas mãos. Então, quando lemos sobre a vida de Jesus e seus encontros com as pessoas, ali a mente de Cristo é exposta em seu jeito de encarar a vida.


21 "Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’.22 Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento.


27 "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’.28 Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.


38 "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’.
39 Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.


43 "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’.44 Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, Mat 5:21-44


Nossa mente será transformada à medida que a expomos a mente de Cristo. Isto é, você precisa comparar sua maneira de ver a vida com a maneira como Cristo vê a vida e permitir que o Espírito de Deus faça as mudanças que forem necessárias.


E quanto tempo dura esse processo? A vida inteira. Pelo menos é a minha experiência depois de mais de 25 anos seguindo ao Senhor por decisão própria. Ele está sempre interessado em mostrar as mudanças que eu preciso fazer em minha vida. E eu tenho procurado ouvir.

Final


Lembra do João? Certamente Ele não havia entendido o que nós entendemos hoje. Por isso, ele acabou permitindo que seu coração endurecesse e cultivou uma vida dupla: religiosidade ao domingos, descrença na semana.


O que você acha de parar as tentativas de se resolver sozinho e pedir ajuda ao único que pode fazer algo por você? O que você acha de recorrer aos recursos espirituais que Deus preparou para você, em vez de apenas esforçar-me mais.


O que você acha mudar essa situação? Você está disposto a permitir que a mente de Cristo ocupe sua maneira de viver. Você gostaria de crescer na caminhada com Jesus? Você gostaria de ver sua vida aperfeiçoada pelo Espírito de Deus? Você gostaria de recomeçar no Caminho em busca da vida de Deus em você?


Nós vamos orar juntos ao nosso Deus.

30 agosto 2009

João, o cristão 1

Introdução


Durante alguns domingos iremos refletir sobre o tema: mentiras que são ditas na Igreja. Pode parecer estranho, ou surpreendente para alguns, mas a verdade é que muita mentira tem sido dita no contexto das igrejas.


Mentiras não causam bem, seja qual for o lugar em que elas forem contadas, mas quando a mentira é dita na igreja ela tem um potencial ainda maior de destruição.


A mentira é como um veneno transparente e muito poderoso. Apenas uma gota desse veneno é capaz de matar. O que é mais perigoso: um copo cheio de veneno no qual está escrito VENENO, ou um copo cheio de água, com um gota do veneno, no qual está escrito ÁGUA.


Normalmente as mentiras ditas na Igreja são assim: um copo em que está escrito ÁGUA, mas que é capaz de roubar a vida que Deus deseja produzir em nós.


Juntos, vamos pedira ao Senhor que nos ajude a identificar, denunciar e desfazer algumas dessas mentiras. Assim o Espírito de Deus ficará livre para produzir em nós a vida de Deus, que está Jesus Cristo.


João, o Cristão


Um dia João aceitou o convite de um amigo, foi a uma igreja e lá ouviu a pregação do evangelho. João ouvi toda mensagem e entendeu que precisava aceitar a Jesus em sua vida. Com coragem, ele ergueu sua mão fez essa decisão. Orou ao Senhor e pediu para Deus transformá-lo.


João continuou a freqüentar os cultos e ouvir as pregações. Ele gostava de tudo. Seus versículos prediletos eram: o justo viverá pela fé e pela graça sois salvos, mediante a fé... Ele entendeu que através da fé em Jesus ele havia recebido um bilhete aéreo direto para o céu, ainda que ele não pretendesse usá-lo tão cedo.


João tornou-se um freqüentador regular dos cultos e eventualmente contribuía com alguma oferta; cumprimentava as pessoas com alegria e era querido por todos. No entanto sua vida fora da igreja continuava exatamente a mesma.


No trabalho, ele continuava participando do esquema de falsificar os resultados das vendas para bater as metas da empresa; em casa, seus os acessos de ira, os chutes nas portas e as ameaças à esposa continuaram; com os colegas, ele manteve as noitadas de sexta-feira e as piadas picantes na hora do cafezinho; na família, ele continuou a ser rancoroso e amargurado, do tipo que não perdoa e jamais esquece.


Perguntado por um amigo sobre como estava sua nova vida em Cristo, ele respondeu: uma maravilha! Aceitei a Jesus como meu salvador e até já me batizei. Vou aos cultos de domingo e sempre que dá leio uns versículos da Bíblia. Estou muito alegre com minha nova vida.


Existe algum problema com a vida do João? Penso que ele foi enganado pela mentira de que “Basta aceitar a Jesus”.


Essa tem sido a pregação em muitas igrejas: basta aceitar a Jesus. Aceite a Jesus e garanta sua passagem para o céu. Aceite a Jesus e livre-se do inferno para sempre; Aceite a Jesus e receba de volta o que é seu; Aceite a Jesus e viva como o filho do Rei; Aceite a Jesus, é bem fácil, basta você levantar sua mão; Aceite a Jesus, é só repetir comigo esta oração.


O João acreditou. Levantou a mão, fez a oração e aceitou a Jesus. E depois? Depois tudo ficou como antes e ele continuou a viver sua vida... A principal mudança que ocorreu na vida do João é que agora, aos domingos ele volta da praia mais cedo para participar dos cultos, o que ele acha muito agradável, porque a música é muito legal.


Basta aceitar a Jesus! Essa é a mentira que está impedindo o João de viver a vida abundante que Deus preparou para ele.


A base bíblica da mentira


Pastor, mas...


E o ladrão da cruz... Hoje mesmo estarás comigo no paraíso;
E quando Paulo falou para o carcereiro... Crê no Senhor Jesus e será salvo
E o texto de Efésios... Pela graça sois salvos.
E a passagem que diz que o justo viverá pela fé...


Todas essas referências apontam para uma verdade: não somos aceitos por Deus pelos nossos méritos, ou seja, por aquilo que fazemos, mas Pela graça de Deus. Como não havia nada de bom em nós. Deus aceitou, por que Ele nos ama, que os méritos de Cristo fossem aplicados em nossa vida.Essa verdade é como um copo de água pura.


No entanto uma gota de veneno tem sido pingada nesse copo. E qual é essa gota de veneno? A crença de que nada mais é necessário. Você já foi salvo, isso é a única coisa que importa.



Algumas perguntas


• Se o ladrão da cruz não tivesse morrido, você acha que ele continuaria na sua profissão?


• Você acha que o carcereiro de Filipos mudou sua maneira de tratar os prisioneiros?


• Você já parou para ler o restante do texto de efésios?


(8) Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; (9) não por obras, para que ninguém se glorie. (10) Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos. (Ef 2:8-10)


Dizem que nós somos aquilo que comemos. Isso é realmente é verdade. Aquele almoço gostoso que você comeu hoje pode ser reduzido a uma relação de elementos químicos que o seu corpo irá processar e absorver. O cálcio do leite fortalece os ossos, a vitamina D deixa a pele mais bonita... Somos aquilo que comemos.


A bíblia diz que o justo viverá pela fé. Isto é, a fé será o seu alimento diário. Todos os dias ele precisa comer desse pão para não morrer. Mas como é a essa vida do justo que vive pela fé?


Se alguém se alimenta da fé, o que essa fé faz com Ele. Que tipo de mudanças e transformações ela provoca em sua maneira de viver? Ou será que tudo funciona como na vida do João? Basta aceitar a Jesus, ir aos domingos ao culto e continuar vivendo do mesmo jeito de sempre.


Natural, Espíritual e Carnal


Na primeira carta escrita aos irmãos da cidade de Corinto o apóstolo Paulo falou sobre uma realidade que o incomodava. A igreja de Corinto tinha muitos dons espirituais, mas padecia de ciúmes, divisões e contendas.


(4) Sempre dou graças a meu Deus por vocês, por causa da graça que lhes foi dada por ele em Cristo Jesus. (5) Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, (6) porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês, (7) de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês aguardam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado.


(11) Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloe de que há divisões entre vocês. (1 Co 1:4-7,11)


Aqueles irmãos haviam sido alcançados pela Graça de Deus, haviam recebido Dons e capacitações do Espírito para servir à igreja, eles criam na morte e ressurreição de Jesus, mas estavam sendo destruídos pelas divisões e disputas que havia entre eles.


O Espírito revelou a essência do problema ao apóstolo Paulo, vejamos o que ele diz.


(14) Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (15) Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. (16) Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.


(1) Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. (2) Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. (3) Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? (1Co 2:14 - 3:3)


Homem Natural x Homem Espiritual


Para desmascarar a gota de veneno que caiu no copo de água pura, precisamos começar com a diferença que existe entre aqueles que têm o Espírito de Deus atuando em suas vidas e aqueles que não têm.


O homem natural, que não tem o Espírito de Deus, não entende as ações do Espírito. Quando ele vê algo sendo realizado pelo Espírito, fica confuso, não consegue compreender e acha uma insanidade.


• É assim que para muitos parece loucura confessar os próprios pecados para outra pessoa.


• Também parece-lhes loucura perdoar uma parente ou amigo que tenha provocado neles dor, choro e tristeza.


• Outra insanidade é abrir mão do que é direito seu para promover a vida e a paz.


Para explicar quem é esse homem natural, o apóstolo usou a palavra grega psíquico, a mesma que deu origem a palavras como psicologia e psiquiatria, que são ciências que procuram estudar a alma humana, suas emoções e tribulações.


Não há nada de errado na psicologia ou na psiquiatria, pelo contrário. No entanto o homem psíquico, o homem natural, é aquele que tenta viver a vida apenas com os recursos da sua própria alma, sem contar com o Espírito de Deus.


Fechado em si mesmo, o homem não aceita o que vem do Espírito de Deus. É uma loucura para ele, e não pode compreender, porque são coisas que devem ser avaliadas espiritualmente. (1Co 2:14)


É assim que você vive? Fechado em si mesmo? Sem aceitar aquilo que vem do Espírito de Deus. Então eu quero lamentar com você, porque eu sei que vir aos domingos para este lugar têm parecido pra você algo inútil. E realmente será inútil se você continuar fechado em si mesmo.


Mas, eu também quero lhe dar uma boa notícia: você não precisa continuar vivendo dessa maneira. Você pode abrir-se para que o Espírito de Cristo participe da sua vida. Quando você fizer isso, você receberá óculos 3D de presente.


Calma que eu explico. Eu sei que várias famílias da igreja, durante as férias de julho, levaram seus filhos para assistir o cinema 3D do Shopping Via Sul. Eu nunca assisti a um filme com essa tecnologia, mas eu sei que eles entregam óculos que permitem a quem está assistindo perceber os efeitos tridimensionais. Minha curiosidade era saber se sem os óculos dava pra ver alguma coisa. E aí, dá?


Quando você reconhecer que não tem os recursos necessários para encontrar a paz e decidir entregar sua vida para ser transformada pelo Espírito de Cristo, uma nova dimensão do mundo e da vida se descortinará diante dos seus olhos. Você deixará de ser um homem natural, para se tornar o homem espiritual.


Homem Espiritual x Homem Carnal


Você se lembra do João? No dia em que ele aceitou a Jesus, ele orou com muito fervor dizendo que queria a presença do Espírito de Deus em sua vida. Foi uma oração sincera de clamor a Deus. Ele não tinha compreendido tudo o que aquilo significava, mas ele estava passando por problemas muito difíceis e sabia que precisa de Deus.


Quando nós clamamos ao Senhor ele ouve as nossas orações. Não tenha dúvidas disso.


(11) As Escrituras nos dizem que quem crê em Deus jamais será decepcionado. (13) Qualquer um que chamar pelo nome do Senhor será salvo. (Rom 10:11,13)


Se você com sinceridade de coração orou ao Senhor entregando a ele a sua vida, declarando sua fé em Cristo Jesus e pedindo ao Espírito Santo que passasse a habitar em você, Deus ouviu sua oração.


Ora, então João, o Cristão, realmente tem o Espírito de Deus. Porque, então, Ele continua participando do esquema de falsificar os resultados para bater as metas da empresa; porque em casa ele continua um homem irado; porque ele permanece rancoroso e amargurado.


Essa era também a situação dos irmãos de Corinto. Haviam recebido o Espírito de Deus, mas continuavam tomados pelo ciúme e participando de brigas e divisões. Veja o que o apóstolo Paulo falou a respeito disso:


(1) Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. (2) Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. (3) Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? (1Co 2:14 - 3:3)


Ainda que os chame de irmãos, o apóstolo afirma que quando esteve com eles no passado não os pode tratar como pessoas espirituais, embora o Espírito habitasse neles.


Naquela época eles já haviam nascido de novo, mas ainda estavam descobrindo as dimensões dessa nova natureza. Paulo, então, usou a palavra “carnais” para explicar esse estado em que eles se encontravam.


sárkinos (σάρκινος, G4560)


A palavra grega traduzida aqui por carnal, sárkinos, significa feito de carne. Refere-se à natureza humana pecadora da qual todos nós participamos; uma natureza inclinada para longe de Deus.


Em outras palavras, era compreensível que aqueles irmãos ainda estivessem aprendendo a caminhar com o Senhor e que eles não conseguissem viver a plenitude dessa nova vida porque eram feitos dessa natureza. Eles então receberam os ensinos básicos, o leite espiritual, necessários para fortalecê-los para a caminhada com Cristo.


Não há tristeza nas palavras de Paulo, mas apenas a constatação de que bebês são assim: Precisam de leite, passam o dia sonhando e se sujam o tempo todo. Aos pais cabem as tarefas de continuar dando leite, disciplinar o sono e limpar a sujeira; até que eles cresçam.


Vejam meus irmãos, o papel de cuidar é daqueles que já avançaram em seu relacionamento com o Senhor. Deixar que as crianças cuidem de si mesmas ou umas das outras não é responsável.


Onde está você? Quando tempo você tem dedicado a ensinar um irmão mais novo na fé. Qual foi a última vez que você gastou tempo aconselhando, exortando, consolando e ensinando outra pessoa?


Próxima terça-feira vamos recomeçar as reuniões com um grupo de homens desta igreja. A partir das 7:30 da manhã, estaremos juntos para orar, compartilhar e estudar as Escrituras. E você? Não vamos deixar as crianças cuidarem umas das outras. Certamente Deus hoje está chamando você para reassumir seu papel de irmão mais velho no corpo de Cristo.


Pela Graça de Deus, nós nos tornaremos uma família responsável que cuida dos seus irmãos mais novos. Não seremos acusados de abandono, nem seremos chamados nos tribunais da infância e adolescência dos Céus. Mas isso só poderá acontecer através de mim e de você. Você está pronto?


Lembra do João? Se Ele está iniciando sua caminhada com Cristo, então, ele precisa de um irmão mais velho que caminhe ao lado dele e o ajude, certo?


Procure alguém, João, não fique sozinho. Encontre alguém para andar ao seu lado. Sabe o que fazem os bebês quando não recebem comida, ou quando estão com sono ou sujos? Choram o mais alto que podem. Chore o mais alto que puder João, até que o seu choro incomode os irmãos mais velhos.


sarkikos (σαρκικός, G4559)


Bom, mas essa não era a situação dos irmãos de Corinto quando eles receberam a primeira carta. Os irmãos de Corinto já não eram mais bebês na fé. Ainda assim, o apóstolo Paulo disse que eles ainda eram carnais.


Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. (3) Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? (1Co 2:14 - 3:3)


É interessante notar que, neste ponto do texto, ele usou outra palavra, em vez de sárkinos ele usou sarkikós, que quer dizer: dominado pela natureza da carne, sensual (relativo aos sentidos), controlado pelos apetites animais, governado pela natureza humana.


Agora não se está mais falando de bebês espirituais, que ainda não aprenderam a caminhar com Cristo, mas de gente experimentada que durante a caminhada parou de denunciar o próprio pecado e voltou a fechar-se dentro de si mesma.


São carnais porque conhecendo o poder do Espírito de Deus, abriram mão dos recursos espirituais que Deus providenciou para o seu crescimento e foram dominados pela velha natureza humana em vez de prosseguirem crescendo no seu relacionamento com Deus, quem sabe acreditando na mentira de que basta aceitar a Jesus.


Eu não ficaria surpreso se os irmãos de Corinto houvessem sido enganados por essa mentira; A mentira de que Deus fez os bebês para que eles permaneçam eternamente bebês. A mentira de que Deus não está interessado em nosso crescimento, de que Ele está conformado com nossos pecados e não se importa com a sujeira em que estamos nos chafurdando.


Para os irmãos de corinto, ciúmes, contendas e divisões não pareciam coisas assim tão graves, afinal eles tinham tantas habilidades especiais que uma coisa deveria compensar a outra. Eles se acostumaram com a sujeira.



Lembra do João? Será que em vez de um novo convertido ele era um crente antigo? Será que ele se acostumou com a sujeira? Será que ele passou anos e anos sem se importar em crescer no seu relacionamento com Deus e com as pessoas?


Qual é a sujeira que tem se acumulado em sua vida, João? O que foi que interrompeu os seu relacionamento com Deus? Talvez não sejam as mesmas sujeiras dos irmãos de corinto, mas certamente elas estão sempre diante dos seus olhos impedindo que você se aproxime do Pai.


Será que não chegou a hora de dar um basta nisso tudo e admitir a maneira como você tem vivido? Mas como? Como podemos retornar ao caminho do nosso crescimento espiritual, nossa caminhada com Deus?


Felizmente, há uma saída pra você e pra mim, João.


(1) PORTANTO, libertem-se dos seus sentimentos de ódio. Não se finjam de bons! Acabem com a falta de sinceridade e o ciúme, e parem de falar dos outros por trás. (2) Clamem por mais, como um bebê chora por leite. Comam a Palavra de Deus - leiam na, pensem nela - e cresçam fortes no Senhor, (3) se vocês já experimentaram a retidão e a bondade do Senhor (1Pe 2:1)


Precisamos humildemente jogar fora nossas capas de experientes, espertos, sábios e fortes. Precisamos abrir mão dos títulos, diplomas e patentes. Precisamos olhar para nós mesmos como realmente somos: crianças espirituais, com a fralda cheia de sujeira, mas que ainda podem ser limpos pelo poder que há no Espírito de Deus.


Admita que você precisa do genuíno leite espiritual, peça ajuda a um irmão para limpar a sujeira da sua vida. Você experimentará uma revolução espiritual. Um vento suave, um vento do Espírito, soprará sobre você levando fora o cheiro de morte e trazendo de volta a vida de Deus.


Vamos orar ao Senhor.

21 agosto 2009

Palavra do Dia

PATENTE

Na última terça-feira, 18 de agosto, a Microsoft apelou formalmente contra uma decisão judicial que suspendeu a comercialização de seu aplicativo “Word”, por uma suposta violação de patente de uma companhia canadense.

A palavra “patente”, como termo jurídico, designa o direito de propriedade que se dá a alguém por mérito de criação, invenção de objetos, produtos, desenho original de um projeto etc.. O termo tem origem na palavra latina 'patente'.

>> Definição do “iDicionário Aulete”:

(pa.ten.te)

a2g.

1. Bem claro; EVIDENTE: A inteligência do rapaz é patente.

2. Aberto a todos; ACESSÍVEL; FRANQUEADO: "Os cavaleiros chegaram ao topo da subida. A caverna de Covadonga, o palácio do duque de Cantábria, estava patente." (Alexandre Herculano, Eurico, o presbítero))

sf.

3. Documento de concessão de um título, posto ou privilégio (patente de alferes; patente de invenção)

4. Fig. Posto, título ou privilégio

5. Jur. Direito de propriedade concedido a alguém por mérito de invenção de objetos, de desenho original de um produto, um mecanismo etc. [ Tb. se diz carta patente. ]

6. Diploma de membro de irmandade ou confraria: patente de irmão do Santíssimo.

7. Contribuição que os mais antigos numa corporação fazem pagar aos que para ela retornam

8. Bras. S Vaso sanitário, latrina, esp. de louça (porque os primeiros, importados da Inglaterra, traziam impressa a palavra patent, privilégio de fabricação)

[F.: Do lat. Patente.]