20 janeiro 2018

Nosso modo de pensar



2E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento. Rm 12.2 (ARC)

...não vos conformeis...

Entendo que esse texto fala sobre modos de pensar, sobre diferentes maneiras de encarar o mundo e a vida.

Há pessoas que consideram que o melhor caminho para resolver problemas é com base na força, na imposição da própria vontade sobre o outro. Há quem pense que a solução é fazer uma permuta de interesses, assim todo mundo sai ganhando. E outros entendem que uma boa conversa baseada na verdade, sem o uso da força ou da permuta, pode ajudar.

São formas diferentes de pensar sobre a resolução de problemas. E cada uma delas produz um modo de viver diferente. A pergunta a ser feita é: será que esses modos de pensar (e de viver) são indiferentes para os seguidores de Jesus? Podemos adotar qualquer um deles?

No texto que lemos, o apóstolo Paulo parece afirmar aos irmãos da cidade de Corinto que existem formas de pensar que não deveriam ser adotadas por quem segue a Jesus. Porque elas nem sempre refletem o modo como Cristo vê o mundo e a vida

Ora, nenhuma ideia é inofensiva. Todo pensamento nos arrasta para um modo de vida. Toda ideia tem uma pretensão e quem segue a Jesus precisa testá-las antes de ser abraçá-las. Cada novela, cada filme, cada livro, cada artigo, cada ditado popular, cada postagem que viraliza no Facebook, Instagram ou Whatsapp tem uma pretensão.

A ideia de que ninguém deve abrir mão de seus direitos, por exemplo, que é tão importante para algumas pessoas, produz uma sociedade que tem dificuldade de ser generosa, de promover a paz e a reconciliação.

A ideia de que o que importa na vida é a própria felicidade, uma força enorme na nossa geração, produz um certo jeito de viver a vida. Uma vida para dentro, centrada em si, preocupada excessivamente consigo mesmo, que tem muito pouco a ver com a proposta de Jesus.

A ideia de que bandido bom é bandido morto, que também tem sido acalentada por muita gente, mas fortalece a violência como padrão de comportamento social, desumaniza as pessoas e torna a vida humana um item de pouco valor.

Somos chamados a não nos conformar. No português há dois significados para conformar-se: (1) Aceitar com resignação e (2) Estar de acordo com.

Há quem leia essa recomendação a partir do primeiro significado, aceitar com resignação. E como a bíblia está dizendo para não se conformar, isto é, tornam-se pessoas que querem mudar o mundo, os costumes, o modo de vida... dos outros. Batem no peito dizendo que não aceitam isso ou aquilo porque a Bíblia diz que não devemos nos conformar.

Mas a palavra grega usada no texto por Paulo (suschematizo) significa “moldar-se de acordo com”, isto é, tomar a forma de alguma coisa. O sentido pretendido pelo escritor sagrado parece estar mais próximo da segunda definição: “estar de acordo com”.

Então o chamado para não nos conformamos é para não deixar que nosso modo de pensar se torne parecido com o daqueles que não têm compromissos com Jesus. Não se conformar, portanto, diz respeito a mudar a mim mesmo, e não o outro.

Paulo sugere que essa transformação, essa mudança na forma de viver a vida, começa com a renovação da mente, do nosso modo de pensar.

... mas transformai-vos

Nesse ponto precisamos perguntar como nosso jeito de ver o mundo pode ser mudado? Como renovar nosso entendimento? Como deixar de lado o jeito de pensar que afronta o amor de Deus demonstrado na cruz por Cristo?

A resposta é curta e direta: apenas a Palavra de Deus mediante o poder do Espírito tem o poder de renovar nosso entendimento. Portanto, precisamos nos expor ao ensino consistente, responsável e perseverante das Escrituras para sermos transformados em nosso modo de viver a vida.

... pela renovação do vosso entendimento

Deixem-me concluir fazendo uma conexão de tudo isso com as redes sociais e a maneira como participamos delas. Esse é um fenômeno muito recente na história da humanidade, mas, sua essência é tão antiga quanto os próprios relacionamentos humanos.

Redes sociais são redes de relacionamento. Através delas interagimos uns com os outros. Trocamos ideias, falamos o que pensamos, damos notícias sobre nós, dizemos nossa opinião sobre algum acontecimento ou comportamento.

Ora, não há nenhuma novidade nisso! O que há de novo é a forma (antes havia praças, parques e calçadas) e, de certa maneira, a abrangência, porque a internet encurta as distâncias e amplia o alcance nossa voz. Mas há novas implicações que precisam ser consideradas.

Uma vez que compreendamos que redes sociais são grupos de relacionamento entre pessoas, que por trás dos perfis e usuários de seu grupo de amigos há gente de carne e osso, com emoções, sentimentos, medos, sonhos e projetos de vida, precisamos descobrir o que o evangelho de Jesus diz a respeito de relacionamentos com pessoas e também como aplicar essas ideias ao contexto das redes sociais.

A título de provocação, termino com um outro texto escrito por Paulo, dessa vez aos irmãos da cidade de Éfeso (Ef.4.25-32):
25 Essa nova vida traz mudanças: chega de mentiras, chega de fingimento. Falem a verdade. No corpo de Cristo, estamos, antes de tudo, conectados uns com os outros. Se você mente para alguém, está mentindo para você mesmo. (26-27) É normal ficar com raiva. É claro que todos sentem raiva. Mas não alimentem vingança no coração. Não deixem que a raiva domine muito tempo. Resolvam o problema antes de dormir. Não deem mole para o Diabo! Não deixem que ele prejudique a vida de vocês. 28 Vocês costumavam roubar para levar vantagem? Não façam mais isso. Arrumem um emprego decente, até mesmo para poder ajudar os que não têm condições de trabalhar. 29 Tenham cuidado com a maneira de falar. Nunca saia da boca de vocês nenhuma besteira ou baixaria. Falem apenas o que é útil e que ajude os outros! Cada palavra de vocês deve ser um presente. 30 Não entristeçam Deus. Não lhe causem nenhum desgosto. O Espírito Santo, que se move e respira em vocês, é quem nos leva à intimidade com Deus e os deixa em condições de se relacionar com ele. Não desprezem este presente maravilhoso.
 (31-32)           Nada de conversa profana, difamadora e nociva. Sejam gentis e sensíveis ao próximo. Perdoem-se uns aos outros assim como Deus em Cristo os perdoou — perdão total e incondicional.  




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14 janeiro 2018

A esperança que há em Jesus 2


12Ora, se está sendo pregado que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição dos mortos? 13Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; 14e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. 15Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo. 16Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. 18Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. 19 Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. 1 Co 15.12-19 (NVI)

O evangelho é abrangente, tem muitas dimensões, e alguns aspectos são mais centrais que outros. A ressurreição de Jesus é uma das pedras principais no alicerce da nossa fé. Essas pedras principais formam um fundamento sobre o qual nossos pés precisam estar bem apoiados.

Parece que os irmãos de Corinto, de forma inconsequente, estavam flertando com a ideia de que a ressurreição é “estória pra boi dormir”. Então, Paulo lembrou as implicações de mover ou tirar o fundamento da ressurreição.

Não existe ideia ou pensamento inofensivo, irmãos. Toda ideia tem uma pretensão e precisa ser testada antes de ser abraçada. Cada novela, cada filme, cada livro, cada artigo, cada ditado popular, cada postagem que viraliza no Facebook ou no Whatsapp tem uma pretensão.

Então, nós não podemos viver neste mundo sem avaliar as ideias, o modo de vida que nos está sendo proposto, os valores que se apresentam como importantes.

A ideia de que ninguém deve abrir mão de seus direitos, por exemplo, que é tão importante para algumas pessoas, produz uma sociedade que tem dificuldade de ser generosa, de promover a paz e a reconciliação.

A ideia de que o que importa na vida é a própria felicidade, uma força enorme na nossa geração, produz um certo jeito de viver a vida. Uma vida pra dentro, centrada em si, preocupada excessivamente consigo mesmo, que tem muito pouco a ver com a proposta de Jesus.

Paulo viu que se os irmãos abandonassem o fundamento da ressurreição, além de se chocarem contra o fato histórico da ressurreição de Jesus, eles iriam perder a esperança da eternidade. E quando a eternidade deixa ser uma esperança a vida fica menor, fica mais pobre e nós nos tornamos mesquinhos.

A questão é que nós fomos criados por Deus para a eternidade. Nossa alma anseia por uma vida eterna. O escritor do livro Eclesiastes se expressa assim:

11Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade; contudo, o ser humano não consegue perceber completamente o que Deus realizou. Ec 3.11 (KJA)

É possível viver uma vida razoável aqui sem pensar na eternidade, mas é na eternidade que a vida será plena. A porta de acesso à eternidade é Jesus e ele mesmo foi o primeiro a ressuscitar para ela. De certa forma, então, seguir a Jesus é guardar a esperança da ressurreição, da eternidade e da vida plena a que temos acesso quando confiamos no amor de Deus por nós.

20Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram. 21Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. 22Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. 1 Co 15.20-22 (NVI)

As primícias eram as primeiras colheitas, os primeiros frutos que eram dedicados em gratidão a Deus. Assim, ao fazer essa comparação, Paulo está afirmando que a ressurreição de Jesus abriu a temporada de ressurreições que Deus irá realizar. Esse é o caminho de Deus para eternidade! Ele foi o primeiro, abrindo o caminho para nós. O que aconteceu com ele é a esperança de nossa própria ressurreição.
  
Esperança

Para finalizar minhas considerações sobre esperança, vou lembrá-los de que acabamos de colocar os pés em 2018. E pode ser que esta primeira semana já tenha chegado avassaladora sobre você, como um verdadeiro serial killer de sonhos e expectativas. Não se desespere!

Em Jesus há esperança para este novo ano! E a esperança é ele mesmo! A esperança é o seu amor gracioso!

A esperança que nos consola é que o anseio por eternidade que pulsa dentro de nós não ficará sem resposta! Essa esperança aponta para Jesus, aquele que ressuscitou dos mortos e nos convida a confiar nele não apenas para esta vida mas também para a eternidade.

A esperança que nos encoraja é que não estamos largados à nossa própria sorte. Em seu amor, o Deus misericordioso está profundamente comprometido em se fazer parte de nossas vidas e guiar-nos a um lugar de paz. Nele podemos encontrar segurança.


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Então, peça ajuda ao Senhor Jesus. Peça que ele ande ao seu lado neste ano. Peça que ele oriente sua vida. Peça a benção de perceber o amor dele por você. Peça que 2018 seja o ano de começar (ou quem sabe retomar) sua história de amor com aquele que é a própria encarnação do amor.