25 junho 2006

Novas denominações evangélicas crescem e atraem adeptos em CG

Por Rosângela Araújo

Dez anos atrás, elas praticamente não existiam em Campina Grande. Os seguidores da chamada linha evangélica ocupavam apenas os assentos das igrejas tradicionais, trazidas para o Brasil no início do século XIX, como a Luterana, Congregacional, Metodista, Batista e Presbiteriana. Passada uma década, os mais de 60 mil evangélicos campinenses seguem doutrinas e linhas com lastros semelhantes, mas divergentes em costumes e pontos secundaristas, adotados pelas mais de 50 denominações diferentes que existem na cidade. As ‘pequenas igrejas’, segundo dados da comunidade evangélica tradicional, somam aproximadamente 150 em Campina Grande.

Os nomes são os mais diversos e algumas respeitam em suas novas designações os nomes das denominações originárias, um exemplo, é a Ministério da Madureira, no bairro do São José, que é uma disseminação da Assembléia de Deus, considerada uma das pentecostais de maior difusão em todo o Brasil. Outras como Evangelho Pleno, Tabernáculo, Evangelho Quadrangular, Betesda, Jesus Cristo é o Maior – Igreja Viva 24 Horas, Sara Nossa Terra, Doutrina Primitiva, Casa de Oração Congregação Cristã no Brasil e inúmeras denominações diferentes estão espalhadas pela cidade. Conhecidas também como ‘igrejas independentes’, elas geralmente surgem de outras ramificações e ocupam cada vez mais espaços nos bairros, sobretudo nas periferias, conquistando adeptos logo que surgem.

Para o presidente da Vinac (Visão Nacional para Consciência Cristã), pastor Euder Fáber, que promove anualmente o Encontro para a Consciência Cristã, a conquista de adeptos faz parte de um processo social fácil de se explicar. “As pessoas são carentes de espiritualidade e estão sempre em busca de Deus, por isso, seguir uma doutrina evangélica, seja qual for a denominação, e mesmo nova, é algo atraente”, declara.

Seguir uma igreja recém-criada porém, não é para o pastor, uma atitude contrária à ideologia evangélica. Isso, porque como frisa, não há na lei brasileira qualquer artigo que disponha contra a criação de novas denominações nem novos templos religiosos, já que é assegurado ao cidadão brasileiro, respeito à religiosidade, seja ela qual for. Esse direito tem garantido a formação de novas tendências religiosas dentro do próprio segmento protestante, erradicado na Alemanha no século XVI, por Martim Lutero, que ganhou o mundo inteiro e hoje conta com milhões de seguidores em todo o Brasil. Na opinião do presidente da Vinac, não importa que igreja evangélica - pelo menos das consideradas realmente da linhagem - a pessoa siga. ‘O mais importante mesmo é que as pessoas aceitem os ensinamentos que pregam a Cristo como Senhor’.

Jornal da Paraíba 25/06/2006

22 junho 2006

João Alexandre Silveira

João Alexandre, nasceu em Campinas-SP, no dia 29 de Setembro de 1964. Músico, intérprete, compositor, arranjador, desde muito cedo começou a cantar, mais especificamente aos 9 anos, quando foi descoberto cantando no banheiro de casa por uma de suas irmãs, Yara que, na época em que ele nasceu, além de ser a irmã caçula da família, já tinha 14 anos!

Daí em diante, por João se tornar o caçula e "temporão" de uma família simples de 6 irmãos, 3 homens e 3 mulheres, ela o carregava para festas de aniversário para acompanhá-lo ao violão, enquanto ele cantava e surpreendia a todo mundo com sua voz fina e afinada!

Foi ainda com 9 anos, que participou, sendo chamado carinhosamente de "O pequeno grande", de um grande evento em Campinas, chamado REMEC (Recital de Músicas Evangélicas de Campinas) onde cantou sozinho, acompanhado sómente por um organista, do extinto Conjunto Universal, que organizara o evento, sendo este, um dos primeiros e grandes momentos musicais de sua vida ainda iniciante na música.

Estudando na Escola Branca de Neve, João começou a aprender seu primeiro instrumento, a corneta, tocando na fanfarra da escola, vindo, logo em seguida a aprender trompete.
Porém, por causa de problemas com a embocadura do instrumento, os pais resolveram interromper o aprendizado deste, o que levou João a outras alternativas instrumentais, como a bateria e logo em seguida, o violão, já com 12 anos de idade, sempre com base auto-didática.

Os primeiros contatos com a bateria vieram nos finais de culto da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Campinas, onde, desde os 5 anos de idade, João sempre ia junto com sua mãe, Dona Gilda e onde acabaria por freqüentar e dirigir alguns grupos musicais, além de tocar nos períodos de louvor, por mais de 14 anos.

O ouvido musical, bem como o desejo de aprender, aliados ao incentivo pela música por parte do seu pai , Sr. João, além de irmãos, parentes e amigos, acabaram por dar o grande impulso à vida musical de João, que, daí por diante, começou a compor suas primeiras canções, sempre com letras voltadas para a pessoa do Senhor Jesus, desde muito cedo conhecida através dos ensinamentos dos pais.

Dali em diante, junto de alguns amigos e irmãos, já com 18 anos, João formaria o Grupo Pescador, seguindo uma proposta mais "abrasileirada" de música cristã, que começara através de compositores cristãos como Sérgio Pimenta e Aristeu Pires, os quais, entre tantos outros, ainda hoje, João faz questão de ter em seus trabalhos, regravando e gravando suas canções. O grupo chegou a gravar um trabalho chamado "Contraste", com 10 músicas, sendo 8 de João e uma em parceria com Luciano Garruti, seu parceiro de maior afinidade.

Por ser o único com alguma experiência de gravação, João acabou por gravar todo o vocal do disco, o que tornaria impossível uma apresentação ao vivo do grupo posteriormente, já que as vozes, além de trabalhadas, não teríam como timbrar-se de maneira igual à gravação. O grupo acabou por se desmanchar mais adiante, deixando sua marca como um daqueles trabalhos singulares da música cristã brasileira, que lembrava o grupo vocal Boca Livre, principal inspiração de João na composição das suas canções nessa época.

Além de Luciano Garruti, João encontraria outros parceiros de estrada como o próprio Guilherme Kerr, que, como ele mesmo diz, foi seu grande mestre em matéria de letra e poesia e com quem compôs muitas canções que marcaríam a vida da Igreja, no Brasil.

Com 19 anos, sua querida mãe, modelo de vida e de fé, faleceu e João, juntamente com seu pai, foi morar na casa de alguns de seus irmãos mais velhos, época em que lecionava violão.


Com 20 anos, decidiu ser missionário e participou durante 2 anos de um grupo de missionários/músicos chamado MILAD (Ministério de Louvor e Adoração) que teria como objetivo servir a Igreja de Cristo no Brasil e ser sustentado por ela através de ofertas voluntárias, seguindo uma visão "levítica" de sustento financeiro. Com o grupo, João viajou mais de 200 mil km por todo o Brasil , incluindo até o garimpo de Serra Pelada, no Pará, onde fizeram grandes trabalhos evangelísticos para mais de 45 mil homens.

Com 21 anos, ainda vivendo como missionário, João se casou com Tirza.

Percebendo que o caminho da música profissional tinha mais a ver com sua vida do que própriamente o caminho de "missionário" músico, João resolveu assumir diante de Deus o desafio de seguir sua vida na condição de músico profissional, deixando o MILAD na época em que tinha 1 ano de casamento e assim que soube, com muita alegria, da gravidez de sua esposa.


Daí em diante, retornaram para Campinas onde João, por muito tempo, teve que tocar em alguns bares e casas de shows para se sustentar e, além de começar a viajar juntamente com sua esposa, também intérprete, por todos os cantos do país, divulgando sua música e seu trabalho como músico e intérprete, fez sua trajetória crescer como arranjador e produtor musical com a ajuda de músicos e arranjadores experientes, além dos erros naturais que fazem parte do aprendizado de qualquer músico principiante.

Nomes como Williams Costa Jr., Marquito Cavalcante, Lineu Soares, Mara Granado, além de muitos outros que compartilharíam com ele sua experiência e sabedoria, foram de grande valia e incentivo ao caminho musical de João, que desde então já produziu e participou de mais de uma centena de gravações e produções de CDs, tanto evangélicos como seculares.

O antigo parceiro Guilherme Kerr o chamou para participar de algumas cruzadas evangelísticas do Rev. Caio Fábio D'araújo Filho, já que nessa época, Guilherme trabalhava com a VINDE (Visão Nacional de Evangelização). Mais tarde, Guilherme criaria a Gkerr Produções e João então seria chamado por ele para produzir e arranjar alguns CDs.

Um grupo que marcou muito sua trajetória profissional, possibilitando explorar muito de seu potencial musical harmônico, foi o também extinto Quarteto Vida, 4 meninas de Belo horizonte, que cantava com muita identidade, dando ainda mais riqueza aos arranjos que João fazia para elas. Tal contato faria nascer um amor especial por Minas Gerais, que, mais tarde seria transformado em música no seu primeiro disco solo, "Simplesmente João". Durante esse período, nasceu o primeiro e único filho do casal, Felipe, que hoje, canta juntamente com os pais nas viagens.

Como cristão, João tem sido respeitado e elogiado por músicos do porte de Hélio Delmiro, Rique Pantoja, Oswaldinho do Acordeon, Serginho do grupo Roupa Nova, a cantora Wanda Sá e muitos outros grandes e desconhecidos músicos cristãos e seculares, que além de amigos e irmãos, têm dado uma enorme força ao seu trabalho com suas críticas e experiências.

Visando esclarecer a polêmica gerada sobre o caminho difícil do sustento financeiro e espiritual de músicos e artistas cristãos profissionais, João e Luciano Garruti, seu parceiro de maior afinidade, como já foi dito, decidiram transformar em um livreto, "Músico, Profissão ou Ministério?", as respostas de muitas perguntas que há vários anos João tem dado às pessoas que o questionam sobre o tema.

Algumas revistas voltadas para a área de produção musical e CDs, como BACKSTAGE, SHOPING MUSIC CD, GOSPEL MUSIC CD e GUITAR PLAYER fizeram observações muito positivas sobre seus trabalhos e interpretações, de maneira geral. Revistas evangélicas têm feito grandes entrevistas com João, o que têm resultado numa projeção ainda maior de seu trabalho com intérprete, de sua personalidade simples e de seu talento dado por Deus.

Seus primeiros trabalhos gravados em CD contaram com a ajuda de gravadoras evangélicas como a Gospel Records em São Paulo, a Luz para o Caminho de Campinas, esta última que inclusive chegou a produzir também um CD de sua esposa intitulado "Muito mais". A partir do seu 4o trabalho, "Voz e violão", João decidiu seguir seu caminho por conta própria, "bancando" seus próprios CDs e sempre viajando ao lado de sua família por todo o Brasil, de quem, conforme ele mesmo diz, não abre mão jamais!

Com a ajuda e apoio da missão Vencedores por Cristo que atualmente distribui, divulga e presta serviços na área de propaganda e vendas para João, seus trabalhos têm sido divulgados de maneira mais acentuada nos últimos anos. Um de seus maiores sonhos é poder ter seu próprio estúdio de gravação, o que facilitaria muito o seu trabalho em geral.

De hábitos comuns e muito falante, curte um bom café com leite, além de um churrasco, segundo ele, suas paixões alimentícias, já que por precaução à pressão alta e excesso de peso, vigia constantemente sua alimentação.


Fonte: http://www.joaoalexandre.com.br/

19 junho 2006

A Luta e as Batalhas

É possível verificar, por toda a Bíblia, a existência de uma dimensão invisível aos olhos humanos e habitada por seres espirituais com habilidades e poderes além dos limites naturais da humanidade. Essa realidade sobrenatural é descrita com bastante naturalidade de Gênesis a Apocalipse.

A Bíblia está repleta de eventos onde anjos e demônios são apontados como realidades irrefutáveis. O próprio Jesus, em seu ministério, viveu diversas situações de enfrentamento com esses seres espirituais, tendo sido tentado por Satanás a abandonar sua vocação antes mesmo de começar seu ministério. Venceu a todos e tinha sua autoridade reconhecida por eles.

É preciso deixar claro, logo de início, que no cristianismo bíblico não há espaço para o dualismo. Não existe um luta eterna entre o bem e o mal. Não há uma oposição de forças igualmente poderosas. Deus e o diabo não estão disputando como em um ringue.

A Bíblia afirma a existência de um Deus criador de tudo e de todos. Ela chama essas forças espirituais de principados e potestades e é precisa em dizer que todos foram criados por Deus e para Deus. Não há uma disputa. Deus é soberano sobre a sua criação. Religiões como o Zoroastrismo e o Maniqueísmo fundamentaram suas crenças nesse dualismo, mas isso nada tem a ver com o cristianismo bíblico. No entanto, há uma luta real acontecendo.

Mas qual o ponto de disputa? O que está em jogo? A tentação à que Jesus foi submetido antes de iniciar seu ministério pode nos ajudar nessa compreensão. Jesus foi tentado a suprir suas necessidades por si mesmo:

Está com fome? Transforme pedras em pão!
Está se sentindo abandonado? Chame atenção para si!
Está se sentido inseguro? Usurpe o poder!

A tese de Satanás é de que não vale a pena confiar em Deus! A grande luta que tem sido travada por milênios entre as forças leais ao Senhor e as hostes rebeldes diz respeito à credibilidade do Deus Eterno. Ele é digno de confiança? Ele realmente é bom? Não é melhor assumir o controle da própria vida?

Essas foram as perguntas que plantaram a semente da dúvida no primeiro casal. Essas eram as perguntas por trás da tentação de Cristo. Essa é a grande Luta em que todos estamos envolvidos. Uma Luta espiritual, mas cujas batalhas são travadas no dia-a-dia da vida.

Adão e Eva, atingidos em cheio pelas dúvidas plantadas pelo inimigo de Deus, poderiam ter corrido para os braços do Senhor em busca de paz para suas almas, mas decidiram fugir da presença Dele; o Senhor Jesus, ao contrário, disse não às soluções rápidas e fáceis e afirmou sua confiança no Pai mesmo diante das sugestões de Satanás.

Nenhum principado ou potestade pode lhe impedir de confiar no Senhor. À luz de nossas limitações humanas, essas forças detêm tremendo poder, mas não passam de criaturas submetidas à autoridade do Deus Todo Poderoso e do seu filho Jesus Cristo. Mas é necessário que aqueles que se aproximem de Deus creiam que Ele existe e que é recompensador dos que o buscam.

Essas forças espirituais rebeldes têm seu destino final traçado na Bíblia: então dirá o Senhor: apartai-vos de mim... Sua fé no Filho de Deus como seu Salvador e sua submissão ao Senhorio de Jesus desconectam as ligações com essas forças espirituais, desassociam seu futuro do futuro delas e permitem a Deus lhe transportar do império das trevas para o reino do seu Filho.

A nossa Luta é espiritual. As batalhas acontecem todos os dias. O chamado de Deus para sua vida é confiar Nele. Porque o justo viverá pela Fé.

Dignidade, ética e a busca do bem comum

Ao Sr. Magno Malta
Senador da Rebública
com cópia aos Srs. Senadores membros da CPI dos Bingos

"Não posso deixar de aplaudir a retirada do jogo de azar da Lei de Contravenções Penais para realocá-lo no Código Penal, que é onde deve estar o jogo: um crime! Contudo, não vemos como possa esta CPI concluir seus trabalhos com a apresentação de projeto de lei regulamentando a atividade dos bingos" (Magno Malta)

Caro Sr. Magno Malta.

Como cidadão brasileiro diretamente interessado na conciliação entre o progresso econômico e o estabelecimento de uma ética elevada em nosso país, quero oferecer meu apoio e externar minha satisfação quanto a sua posição, apresentada na declaração acima e publicada pelo Jornal do Senado.

A ligação dos jogos de azar com inúmeros crimes e contravenções como corrupção, lavagem de dinheiro, financiamento do tráfico de drogras, tráfico de armas, formação de quadrilhas, subornos e tantos outros é notória e não carece de muito esforço para ser comprovada.

Por isso, nesse momento de nossa história em que os fundamentos econômicos do país e a conjuntura política parecem oferecer-nos a oportunidade há muito esperada de avançar na redução da miséria que dizima nosso povo e na distribuição mais equânime da riqueza produzida por esta nação, não espero nada diferente do Senado da República que o repúdio firme aos jogos de azar, oferecendo à sociedade brasileira a sinalização de que nosso país rejeita a vocação para tornar-se escoderijo e fonte de renda para máfias, quadrilhas e criminosos daqui e de todo o mundo.

Envio esta mensagem com cópia aos demais membros da comissão na esperança de que sua atitude e posição, Senador Magno Malta, sejam apoiadas e seguidas por todos os senadores coprometidos com os valores capazes de resgatar a dignidade, a ética e a busca do bem comum como elementos norteadores da atividade parlamentar.

Aristarco Coelho
Fortaleza - Ceará

aristarco_coelho@yahoo.com.br
aristarco_coelho@hotmail.com

18 junho 2006

A luta e as Batalhas - Introdução Parte 2

Introdução

Domingo passado vimos que a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, descreve com naturalidade a existência de uma dimensão espiritual na qual é travada uma luta permanente entre seres espirituais leais ao Criador, que O honram e adoram, e um outro grupo de seres rebeldes a Ele. O ponto de disputa dessa luta é o relacionamento entre a criação e o Criador.

As forças rebeldes ao Senhor têm apostado por milênios que não vale a pena amar, servir e adorar ao Senhor. Eles têm trabalhado arduamente para convencer a humanidade de que Deus e seus valores devem ser desprezados.

As forças leais ao Senhor têm demonstrado, a partir de sua lealdade, que o Deus Eterno e seu filho Jesus Cristo são dignos de todo amor, serviço e adoração. Enquanto isso, elas assistem aos servos de Deus em suas necessidades e lutam a favor do Reino de Deus nessa dimensão espiritual.

Essa é uma realidade sobrenatural, mas a Bíblia não faz disso um mistério. (1) Daniel foi orientado por um mensageiro do Senhor; (2) o servo de Eliseu enxergou um exército de anjos que não estava vendo; (3) Jó foi atormentado por Satanás; (4) Maria foi avisada sobre a concepção de Jesus por um anjo; (5) Adão e Eva foram provocados ao pecado por Lúcifer; (6) Jesus foi tentado pelo Diabo e, após vencer as tentações, servido por anjos; (7) em seu ministério, Ele também expulsou e repreendeu inúmeros demônios; (8) Também o apóstolo Paulo enfrentou a interferência dessas forças espirituais em seu ministério de pregação do evangelho.

Homens e mulheres do passado, tementes a Deus, não ousaram viver suas vidas sem considerar essa realidade espiritual! Por que nós faríamos isso?

Pelo contrário esses homens e mulheres do passado, servos do Senhor, consideraram a realidade das lutas espirituais e buscaram no Senhor as armas para essa luta.

Entendendo o Dualismo

Antes de prosseguirmos em nosso tema, é preciso deixar claro que há um grande engano que tem invadido as igrejas.

Quando o tema é essa outra dimensão onde são travadas lutas tremendas, por seres poderosíssimos, muitos crentes desenvolvem a idéia de essa é uma luta eterna entre o Bem e o Mal. Uma disputa entre forças iguais que se opõem e querem se destruir. De um lado Deus e seus exércitos, do outro Lúcifer e seus demônios. Acredite: esse não é um conceito bíblico!

O dualismo faz parte das crenças do Zoroastrismo, religião iraniana cujo principal profeta foi Zarathustra. Ele viveu cerca de cinco séculos antes de Cristo e considerava o mundo como uma luta eterna entre Ahura Mazda (o senhor sábio) e Angra Mainyu (o espírito do mal). Segundo o zoroastrismo o Bem e Mal vieram à existência, ao mesmo tempo, em um passado distante. Ele conclamava as pessoas a ficarem ao lado de Ahura Mazda nessa luta e viverem suas vidas de acordo com a máxima “bons pensamentos, boas obras, boas ações”.

O dualismo também faz parte das crenças do Maniqueísmo, religião que teve seu auge no século III e foi fundada por Mani a partir de elementos persas, cristãos e budistas. Segundo o Maniqueísmo, a luz e as trevas, o bem e o mal, no princípio eram igualmente co-eternas e independentes. Mas o ataque do príncipe das trevas precipitou a queda dos primeiros seres humanos. Isso resultou no aprisionamento da Luz, um pedaço do Pai das Luzes, dentro dos homens, que serão salvos mediante a gnose ou conhecimento, que consistia em rigorosas disciplinas espirituais.

Quando você ouvir idéias como essas, que falam da igualdade de poder e autoridade entre o Bem e o Mal; de uma luta eterna entre as forças do Bem e do Mal; de energias positivas e negativas se contrapondo, de Yin e Yang, acredite: essas são idéias estranhas à bíblia!

Quem é o Deus da Bíblia

O Deus da Bíblia é Senhor sobre tudo que existe. Nada nem ninguém o precedeu ou pode a Ele ser comparado. Ele é o criador de todas as forças espirituais que existem no universo. Somos criaturas dele: homens e anjos, principados autoridades e poderes, rebeldes ou leais, todos foram criados por Ele e estão debaixo da autoridade do seu filho Jesus.

(15) Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (16) pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. (17) Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (Colossenses 1:15 -17 - RA)

(5) Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, (6) todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele. (I Coríntios 8:5- 6 - RA)

... para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos (19) e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; (20) o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, (21) acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. (Efésios 1:18b – 20 - RA)


Satanás e seus anjos são seres morais, responsáveis por seus atos. E embora retenham ainda poderes inerentes a sua condição angelical, não passam de criaturas do Deus Eterno e atual debaixo da autoridade de Deus.

Por isso, nenhum ataque pode ser desferido contra os filhos de Deus sem a sua permissão. (Jó 1:6-12);

Nenhuma tentação será maior que a capacidade do crente de suportá-la (I Cor. 10:13).

Cada movimento no universo acontece sob a permissão e o controle de Deus. Ele é Senhor e soberano sobre tudo e todos. No cristianismo bíblico não há lugar para dualismos!

A Situação da Humanidade

Agora que esclarecemos alguns dos termos dessa luta, é preciso compreender a sua situação nessa batalha. Eu preciso que você preste bastante atenção!

A Bíblia nos revela que fomos criados por Deus com a capacidade de decidir e a responsabilidade de arcar com as conseqüências de nossas decisões.

Por isso, ao criar o primeiro casal, Deus lhes deu orientações sobre qual era a Sua vontade para eles e as conseqüências que resultariam se eles decidissem não viver como haviam sido orientados. Tudo muito simples.

O primeiro casal exerceu sua capacidade de decidir, mas decidiu mal. Satanás planou no coração dele dúvidas a respeito do caráter de Deus (É Deus realmente bom e suas orientações sobre a vida o melhor para nós?).

Assaltados pela dúvida, eles poderiam ter corrido para os braços do Senhor e indagado, inquirido, investigado até que seus corações encontrassem paz. Mas preferiram alimentar seus próprios medos.

Deus não tem receio nem aborrecimento de lidar com nossas dúvidas, anseios e inquietações. Pelo contrário, Ele se alegra em ensinar, em esclarecer, em trazer paz. Mas para isso é preciso correr para os braços Dele, e não para longe como fizeram Adão e Eva.

Desde Adão e Eva, por toda a história da humanidade, temos sido rebeldes fugitivos. Jogamos fora amizade de Deus, quebramos o relacionamento de confiança e amor que Ele pretendia desenvolver conosco. Com nossas atitudes e acusações contra o se caráter, temos nos tornado inimigos Dele.

O Senhor é fonte da vida. Foi ele quem criou a existência, a vida vem Dele. Por isso, longe Dele só há morte. Veja como a Bíblia descreve essa situação de rebeldia:

(1)... Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, (2) nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; (3) entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. (Efésios 2:1b - 3 - RA)

Mas onde tudo isso se encaixa em nosso tema?

Meus irmãos e irmãs, todo aquele que permanece longe de Deus; que não confia na perfeita bondade de Deus; que vive com um fugitivo correndo para longe da presença Dele; que age com um rebelde acusador; que decide viver, apática ou ofensivamente, rebelado contra a soberania de Deus, está ligando sua vida às forças espirituais rebeldes ao Senhor e associando o seu futuro eterno ao futuro deles.

Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mateus 25:41 - RA)

Não é da vontade de Deus que homens e mulheres, criados com tanto carinho à sua imagem e semelhança tenham o mesmo destino daqueles que se rebelaram contra a Sua autoridade. Mas, esse seria o destino de todos nós.

Por isso a vinda de Jesus! Com sua vida reta, seu testemunho de amor a Deus e à criação de Deus, sua morte injusta e sua ressurreição, Jesus declarou a vitória de Deus sobre os principados e potestades rebeldes.

Jesus demonstrou que é possível a um ser humano, limitado, vivendo em um mundo cheio de pecado, CONHECER, CONFIAR E OBEDECER a Deus.

A tese mentirosa de Lúcifer, de que é impossível amar a Deus, servi-lo e, de coração limpo, confiar nele foi pregada na cruz, expondo ao ridículo principados e potestades: Cristo, Filho de Deus, foi vitorioso!

A partir de então, a justiça que emana da vida, morte e ressurreição de Cristo pode ser aplicada à sua vida. Assim, mesmo sendo um pecador rebelde, Deus pode lhe tratar como um filho, porque Jesus pagou o preço pela sua rebeldia. Isso acontece quando você por sua vontade, entrega o controle da sua vida a Deus e aceita a Jesus como seu Senhor e Salvador.

(13) E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; (14) tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; (15) e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (Colossenses 2:13 - 15 - RA)

Quando alguém, pela fé, aceita a soberania de Deus sobre sua vida, são desfeitas suas ligações com as forças espirituais rebeldes. Você é transportado do reino das trevas para o reino do Filho de Deus. Os poderes espirituais que antes podiam reclamar algum direito sobre sua vida, são obrigados a reconhecer que você agora é um filho de Deus pelo poder do Espírito Santo.

A Bíblia é clara. Ninguém pode ficar fora dessa luta. Não há campo neutro. Só há duas posições.

(1) Aqueles que colocaram sua confiança em Deus e entregaram a Jesus o controle de suas vidas, crendo na eficácia da morte de Cristo para reconciliá-los com Deus.

· Seu destino final é mudado. As acusações são retiradas e ele passou da morte para a vida. (Rom. 8:1)

· Eles estão seguros nas mãos de Jesus, nenhum força espiritual poderá ameaçar essa segurança (Jo. 10:28)

· Como eles amam ao Senhor e atenderam ao seu chamado ao arrependimento, todas as coisas contribuem para o seu bem. (Rom. 8:28)

· Sua vitória final está garantida. Eles são mais que vencedores. Não porque sejam fortes, mas porque o poder de Cristo irá completar neles a obra de aperfeiçoamento de suas vidas. (Rom. 8:37)

(2) A outra posição é daqueles que permanecem em uma atitude de rebeldia; acham-se capazes de cuidarem de si mesmos; decidem afastar-se de Deus e o tratam com descaso e descrença, requerendo para si mesmos o mesmo destino preparado para o maior dos rebeldes e seus anjos: uma eternidade sem propósito e sem sentido para existir.

Qual a sua situação?

O Senhor já providenciou tudo o que era necessário para que você tome a decisão de confiar nele. Mas essa decisão é sua. Você vai carregar consigo por toda a eternidade as conseqüências dessa decisão. Pare um momento e avalie sua vida. Em que posição você se encontra hoje?

Se você um dia entregou o controle de sua vida a Jesus e confiou nele como seu Salvador, quero deixar um texto para sua reflexão durante a semana:

Eu lhes suplico – eu, um prisioneiro aqui na cadeia por estar servindo ao Senhor – que vivam e comportem-se de maneira digna daqueles que foram escolhidos para receber bênçãos tão maravilhosas como estas. Sejam humildes e amáveis. Sejam pacientes uns com os outros, tendo tolerância pelas faltas uns dos outros por causa do amor entre vocês. Procurem sempre ser juntamente guiados pelo Espírito Santo, e assim vivam em paz uns com ou outros. (Efésios 4:1-3 - BV)

Mas se você reconhece que tem se mantido em uma posição de rebeldia (às vezes passiva, às vezes ostensiva) contra a autoridade de Deus em sua vida. Não tem confiança na bondade de Deus e resiste à vontade soberana Dele, eu quero lhe dar a oportunidade de mudar sua posição agora.

Arrependa-se do seu pecado, mude a direção da sua vida. Pela fé, confie em quem o Senhor diz ser e aceito o sacrifício de Jesus na Cruz como eficaz para lhe reconciliar com Deus.