10 agosto 2008

Heróis da Fé – Abraão

Introdução

• Abrão era um semita, isto é, descendente de Sem;
• Filho de Tera, Abraão era natural da cidade de Ur dos Caldeus;
• Ur foi uma próspera cidade da Mesopotâmia localizada a cerca de 160 Km da grande Babilônia, junto ao rio Eufrates, habitada na antiguidade pelos caldeus;
• Abraão foi casado com Sara, que era sua irmã por parte de pai. Sara era uma mulher belíssima.
• Abraão se tornou um homem muito rico. Ele era dono de rebanhos, servos e servas, ouro e prata; Ele tinha vida nômade. Sua vida foi vivida debaixo de tendas.
• Abraão é considerado por muitos estudiosos como o pai do monoteísmo. Ele é o ponto comum entre as três maiores religiões monoteístas de nosso tempo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo;
• Em meio a uma cultura politeísta, ele respondeu com fé ao chamado do Deus único.
• Hoje, dia de homenagem aos pais, vamos refletir sobre a vida de Abraão, não só um herói da fé, mas o pai da fé.

Fatos na vida do Herói da fé

Para conhecer um pouco mais sobre Abraão, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito desse homem:

O Chamado
1-2 O Senhor disse a Abrão: Deixa a tua terra e a tua família, o teu povo, e vai para a terra onde eu te levar. Farei que sejas pai de uma grande nação. Abençoar-te-ei e tornarei o teu nome famoso. E tu próprio serás uma bênção para muitos outros. 3 Abençoarei todos os que te fizerem bem; mas amaldiçoarei os que te fizerem mal. E por teu intermédio serão abençoados todos os povos da Terra.

4-6 E assim foi que Abrão partiu, como o Senhor lhe tinha mandado. E Ló foi também com ele. Tinha então Abrão 75 anos. E na companhia da sua mulher Sarai e de Ló, seu sobrinho, com tudo o que tinham, gado e criados que obtiveram em Harã, chegaram a Canaã. Lá vieram até um lugar perto de Siquem, e acamparam junto dum carvalho em Moré. Eram os cananeus quem habitava aquela área. (Gênesis 12:1-6)

O que você faria se Deus lhe fizesse um chamado parecido com esse? Qual seria sua resposta?

• Não, Senhor, minha vida já está toda organizada aqui mesmo;
• Senhor, é só minha opinião, mas eu acho que não precisa sair aqui de Ur para abençoar as pessoas;
• Senhor, eu realmente não sou muito exigente, então vamos deixar as coisas como estão... Eu já tenho o suficiente;
• Senhor, eu até que gosto de se chamado de teu servo, mas agora eu acho que o Senhor está se metendo demais...;

Não era muito lógico. Não fazia muito sentido sair de Ur (uma boa e próspera cidade), e levantar acampamento com família, animais, servos e servas em direção a uma terra que ele nem sabia onde era. Abraão simplesmente cumpriu aquilo que Deus tinha mandado que ele fazer. Os heróis da fé são assim, eles obedecem.

• O que você faz quando Deus fala com você? O que você faz quando a Palavra alcança o seu coração? Você arranja um desculpa sem graça e sai de fininho ou você obedece?

• O que você faz quando Deus fala que você deve perdoar a ofensa gratuita que tem consumido sua alma?

• O que você faz quando Deus lhe diz que você precisa ser paciente com as pessoas que trabalham lado a lado com você?

• O que você faz quando O Espírito de Deus fala que você deve quebrar seu orgulho e pedir perdão ao seu irmão?

• O que você faz quando o Senhor diz que você precisa ser justo com aqueles que prestam serviço para você em casa ou na empresa?

Os heróis da fé decidem obedecer, ainda que não seja fácil, ainda que não saibam exatamente como fazer, ainda que não se sintam capacitados para obedecer, ele decidem que é melhor obedecer ao Senhor.

A Mentira
10-13 Por essa altura havia uma fome terrível naquela zona; então Abrão desceu ao Egito. Ao aproximar-se dessa nova terra, pediu a Sarai, a sua mulher, que dissesse às pessoas que era sua irmã. Tu és muito bonita, disse-lhe, e quando os egípcios te virem, calculando que és a minha mulher, matar-me-ão para te ter a ti. Mas se disseres que és a minha irmã, tratar-me-ão bem por interesse por ti, e a minha vida será poupada. 14 Com efeito, quando chegaram ao Egito, toda a gente começou a falar na beleza dela.

15-16 As pessoas da corte do rei - do Faraó - foram gabá-la diante dele, e o Faraó mandou instalá-la no seu palácio. Ao mesmo tempo, por amor dela, fez muito bem a Abrão, dando-lhe presentes ricos como gado, animais de carga, e homens e mulheres como criados.

17-19 No entanto o Senhor mandou umas pragas terríveis que caíram sobre Faraó e os que viviam com ele por causa de Sarai estar ali a viver. Foi então que Faraó mandou chamar Abrão e o acusou severamente : Que é isto que me fizeste? Porque não me disseste logo que era tua mulher? Porque é que me ias deixar casar com ela dizendo que era a tua irmã? Pega nela e vai-te daqui! 20 E mandou-o embora do país, sob escolta de soldados que os acompanharam, a ele, a Sarai, e a todos e tudo quanto tinham. (Gênesis 12:10-20)

Os heróis da fé são humanos e têm suas falhas como qualquer outra pessoa. Abraão, o pai da fé, teve seus momentos de medo e insegurança. Abraão não sentiu necessidade de evocar a proteção de Deus. Ele achou que poderia resolver ele mesmo o problema que se avizinhava.

Abraão, então, bolou um plano que envolvia uma meia verdade. Sara realmente era sua meia-irmã, mas também era sua esposa. Toda meia-verdade é um mentira inteira e a mentira de Abraão era a expressão da sua falta de confiança no Senhor.

A princípio, a mentira de Abraão trouxe bons resultados. Ele foi bem tratado por Faraó, ganhou presentes caros e o status de irmão da mais bela mulher que havia aparecido por aquelas bandas nos últimos tempos.

Mas o Senhor não deixou a mentira de Abraão fosse em frente, porque havia outras conseqüências, e essas seriam trágicas para a vida tanto de Abraão quanto de Sara: eles passariam a confiar suas próprias estratégias e não aprenderiam a confiar no Senhor.

O que você faz quando a vida coloca problemas e dificuldades diante de você?

• Talvez você seja tentado a fazer como Abraão e tente resolver tudo por conta própria;
• Talvez você improvise uma meia verdade como a melhor saída;
• Talvez você até fique alegre com os primeiros resultados de sua decisão, aparentemente positivos.

O Senhor corrigiu Abraão revelando sua mentira. Deus muitas vezes faz assim com aqueles que ele deseja transformar em heróis da fé: Ele não permite que o erro prospere, Ele não deixa que os “bons resultados” encubram a atitude enganosa do coração.

Por isso, quando o Senhor revelar seus erros e suas falhas, não fique irritado, não permita que a indignação tome conta de sua alma. Seja sensível à correção do Senhor, ainda que essa correção venha da boca de alguém por quem você não tem muita simpatia, como foi o caso de Abraão.

Os heróis da fé não devem mover-se por conta própria, sem consultar o Senhor. Quando estão diante dos problemas, não devem encontrar soluções incompatíveis com sua fé, com fez Abraão, mesmo que essas decisões aparentemente pareçam dar bons resultados.

Quero encorajá-lo a aprender a esperar no Senhor Deus. Busque-o em oração. Coloque diante dele os seus medos. Certamente Ele vai cuidar de você como um pai cuida de seus filhos.

O conflito
1-2 E assim deixaram o Egito e dirigiram-se para o norte, em direção a uma região ao sul de Canaã, o Negueve. Ia com Abrão a sua mulher, Ló e tudo o que possuíam. Porque Abrão tinha-se tornado muito rico, não só em gado como em prata e ouro.

3-4 E continuou sempre para o norte em direção a Betel, até ao lugar onde tinha acampado primeiramente, entre Betel e Ai. Lá prestou novamente culto ao Senhor.

5-7 Ló também tinha enriquecido muito na companhia de Abrão, possuindo igualmente gado em abundância e muitos criados, de tal forma que aquele sítio se tornava muito acanhado para viverem juntos; porque era muito o que ambos tinham. E havia disputas entre os pastores de um e de outro. Os cananeus e os perizeus viviam por ali perto.

8-9 Então Abrão decidiu conversar seriamente com Ló sobre o assunto: Estas querelas entre a nossa gente têm que acabar. Porque a verdade é que somos parentes chegados! Ora é certo que não falta aí terra com espaço bastante para ser ocupada. O melhor portanto é separarmo-nos. Escolhe tu; eu saio daqui se quiseres ficar. Caso contrário fico eu e sais tu.

10 Ló observou então com atenção a bela e fértil planície do Jordão, bem regada como era, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra. Toda aquela região era tão fértil que parecia o próprio jardim do Éden, ou a bela zona de Zoar, quando se entra no Egito!

11 Por isso Ló escolheu para si toda aquela planície do Jordão, que se encontrava a oriente deles. E assim deixou Abrão e foi para lá com tudo o que tinha, passando a viver no meio daquelas cidades da campina, estabelecendo-se perto de Sodoma. 12 Enquanto que Abrão continuou a viver onde estava, na terra de Canaã. (Gênesis 13:1-12)

Como é que você lida com os conflitos? Qual é sua maneira de solucionar os impasses? Que atitude você tem vontade de tomar quando está envolvido em situações desconfortáveis que precisam de uma solução?

• Talvez você seja tentado a fazer de conta que o conflito não está ocorrendo. Você simplesmente ignora a situação como se ela não existisse;
• Talvez você fique remoendo a questão e sua mente fica divagando sobre os detalhes dos problemas. Você ensaia falar, antecipa as falas do outro, pensa na resposta que vai dar, mas desiste de tudo porque “ainda não chegou a hora”;
• Talvez você sinta vontade de partir para cima da questão (e dos envolvidos) e fazer valer sua força, sua habilidade, sua superioridade e forçar a decisão em seu favor;
• Talvez você seja um negociador habilidoso e procure achar uma solução do tipo ganha-ganha onde o seu ganho seja um pouco maior do o ganho do outro.

Abraão decidiu conversar com Ló. Isso pode parecer algo muito simples, mas muitas vezes temos dificuldade de fazer. Abrão não ignorou o problema, não foi reclamar para terceiros, não ficou remoendo a questão, ele decidiu conversar com Ló.
Perceba que Abraão não procurou Ló para resolver quais eram os pastores de ovelha que tinham razão, se os dele ou se os de Ló. Ele não queria provar quem estava certo.

Por isso, Abraão foi para o âmago da questão: não fazia sentido que ele e Ló estivessem em um mesmo lugar quando havia tanta terra disponível para os dois ocuparem. Abraão queria solucionar o conflito, não apenas demonstrar que estava certo. É assim com você?

Mas Abraão era também um homem prático. Ele tinha uma solução para o conflito. Ele sugeriu que os dois se separassem. Essa proposta de Abraão não era uma estratégia de negociação com Ló. Abraão explica para Ló que está disposto a deixar que ele decida para onde quer ir. Se Ló for para um lado ele vai para outro.

• Os heróis da fé são capazes de ter prejuízos financeiros e materiais para não perder a ligação com as pessoas, porque eles entendem que a vida é mais importante que as coisas;
• Os heróis da fé são capazes de deixar o outro escolher a melhor parte, porque eles preferem os relacionamentos.
• Os heróis da fé estão dispostos a sofrer um dano pessoal em prol da solução de conflitos;

Os heróis da fé fazem assim porque confiam que independente das circunstâncias da vida o Senhor vai cuidar deles. Veja o que o Senhor disse para Abraão depois que essa questão foi solucionada:

14-17 O Senhor dirigiu-se a Abrão, depois que Lot se separou dele: Olha tão longe quanto puderes em todas as direções. Porque toda essa terra te hei-de dar a ti e aos teus descendentes. E estes virão a ser tão numerosos que, tal como acontece com os grãos de pó da terra, será impossível contá-los. Então, começa a percorrer toda a terra, em todas as direções; explora-a porque virá a ser tua.

Eu quero encorajá-lo a rever os seus conflitos nessa noite e a colocá-los diante do Senhor sob essa nova perspectiva: o Senhor cuidará de você. Por isso, preserve os relacionamentos.

A Devolução
13-16 Um dos fugitivos, que conseguira escapar, veio contar tudo a Abrão que vivia nos carvalhais que pertenciam a Mamre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, ambos aliados de Abrão. Quando Abrão soube que Ló tinha sido capturado, juntou todos os homens que tinham nascido ao seu serviço, ao todo trezentos e dezoito, e perseguiu as tropas vencedoras mesmo até Dan. E durante a noite atacou-as e derrotou-as, obrigando-as a fugirem, e perseguiu-as até Hoba, ao norte de Damasco, recuperando tudo que os outros tinham pilhado: as riquezas, e em particular Ló, o seu parente, e os que viviam com ele, incluindo as mulheres e o povo.

17-20 Quando Abrão regressava desta vitória contra Quedorlaomer e os reis que lhe estavam associados, no vale de Savé (hoje chamado o vale do Rei), o rei de Sodoma veio encontrar-se com ele. Melquisedeque, rei de Salém (Jerusalém), que era sacerdote do Deus altíssimo, ofereceu-lhe pão e vinho; e abençoou Abrão dizendo assim: Que a bênção do Deus supremo, Criador da Terra e de todo o universo, te seja dada, Abrão! E que seja honrado Deus que te livrou dos teus inimigos! Então Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo o que trouxera.

21 O rei de Sodoma disse-lhe: Dá-me a mim o meu povo, que foi capturado, e fica tu com tudo o que eles me roubaram da cidade. 22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei

Há duas questões principais que precisam ser destacadas nesse texto. Elas estão ligadas à compreensão que tinha Abraão sobre a posse dos bens e da riqueza que estava em suas mãos.

Devolvendo a Deus

Voltando da batalha com os despojos da guerra, Abraão encontra-se com Melquisedeque, reis de Salém e sacerdote do Deus altíssimo. O sacerdote abençoa Abraão e glorifica a Deus pela vitória alcançada. Abraão então, entrega ao sacerdote de Deus o dízimo dos despojos de guerra.

Ainda não havia lei. Deus ainda não havia instituído os dízimos, as ofertas pacíficas, as ofertas alçadas e todas as outras formas de contribuição, mas Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo. Abraão devolveu o que não lhe pertencia como uma expressão de confiança e gratidão ao Deus altíssimo, representado ali por aquele sacerdote.

Como anda você em relação a isso? Você se sente grato a Deus pelo que tem obtido em sua vida? Você acredita que os bens e recursos vêm às suas mãos são recebidos das mãos do Senhor como um presente dos céus? Você tem retido o que não é seu ou sente prazer e alegria em devolver ao Senhor como uma expressão de gratidão e confiança?

Quero encorajá-lo a entregar de volta ao Senhor em forma de dízimos e ofertas tudo aquilo que o Senhor lhe pedir. Não retenha o que o Senhor lhe pedir. Confie nele. Ele não só suprirá suas necessidades mas o abençoará para que você seja uma bênção, como Ele fez com Abraão.

Devolvendo às pessoas

Depois de encontra-se com Melquisedeque, Abraão encontrou com o rei de Sodoma, que havia perdido a batalha. Aquele rei, humilhado pela derrota, queria apenas que Abraão entregasse as pessoas que ele tinha resgatado. O rei de Sodoma estava pronto para abrir mão dos bens que lhe pertenciam, mas Abraão recusou-se a se aproveitar daquela situação.

22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei’.

Qual é sua reação quando você se depara com os que foram vencidos na batalha? Como você trata aqueles que se sentem humilhados e pequenos?

• Os heróis da fé não avançam à custa das perdas daqueles que estão fragilizados e sem defesa.
• Os heróis da fé não se aproveitam daqueles que estão desesperados para vender, mas procuram pagar um preço justo pelo que compram.
• Os heróis da fé não se aproveitam da dor emocional das pessoas para extrair delas benefícios em proveito próprio, mas se dispõem a socorrer os fracos e humilhados.

Quero lhe encorajar a explorar aqueles que se sentem inferiores, mas a devolver a dignidade que eles perderam em algum lugar. Não ficarei com coisa alguma do que é teu, disse Abraão.

Conclusão

• Heróis da fé respondem em obediência quando o Senhor fala como eles.
• Heróis da fé confiam nas soluções do Senhor para os problemas da vida.
• Heróis da fé procuram resolver seus conflitos preservando os relacionamentos.
• Heróis da fé devolvem o que não lhes pertencem, tanto à Deus quanto às pessoas que os cercam.

O Senhor quer fazer de você um herói da fé.

04 agosto 2008

Instruções Finais aos Tessalonicenses

Introdução

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.
Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.

(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)

Instruções Finais

É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.

Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.

12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.

Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.
Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.

Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.

Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.

Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.

14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.

Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.
Advirtam os ociosos

Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.

Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.

Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.

Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.

Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.
Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.
Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.

6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)

A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.

Confortem os desanimados

A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?

Auxiliem os fracos

Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.

Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.

Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.

Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.

Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.

03 agosto 2008

Heróis da Fé - Noé

Introdução

Em tempos antigos os heróis tinham suas histórias contadas e recontadas por aqueles que se sentiam tocados por seus feitos; fossem verdadeiras ou não, essas histórias comunicavam as crenças, os valores e forma de pensar de seu tempo. Na literatura universal, os gregos foram de longe os especialistas em contar as histórias de seus heróis: Hércules e seus 12 trabalhos, Aquiles e seu calcanhar, Teseu e o minotauro, Heitor – o guerreiro de Tróia e Jasão – capitão do navio Argos.

As histórias em quadrinhos sempre foram um reduto dos heróis. Em seguida, eles pularam para a telinha e ganharam vida em produções milionárias na pele de atores famosos.

Mais recentemente um seriado de TV tem feito grande sucesso explorando o nosso desejo de também sermos heróis. Em Heroes, pessoas comuns descobrem que possuem habilidades especiais e por vezes se vêem impulsionadas a usar essas habilidades em prol de outras pessoas, tornando-se assim heróis anônimos.

A humanidade precisa de heróis! Essa é uma constatação fácil de fazer porque basta olhar para nossa cultura e ver que os heróis são parte permanente do nosso jeito de viver. Gostamos dos heróis porque eles nos inspiram com seus atos de bravura. Eles são dignos de ser imitados.

Hoje estamos iniciando uma série de pregações cujo tema são os heróis da fé. A Bíblia está repleta de heróis da fé e falar sobre todos eles, com certeza, resultaria em vários anos de pregação. Nessa série vamos refletir sobre a vida de alguns dos fundadores da fé: Noé, Abraão, Isac, Jacó e José.

Esses homens fazem parte de qualquer galeria de honra que alguém se proponha a fazer com personagens bíblicos. É impossível não citá-los porque eles foram os precursores do relacionamento com Deus.

Os heróis da bíblia não são apenas boas ilustrações. Eles foram gente de carne e osso que passou pela dura realidade da vida e suas histórias fazem parte do legado de fé que recebemos das gerações passadas.
Quem foi Noé

Noé foi o último dos dez patriarcas bíblicos que viveram antes do dilúvio. Ele era filho de Lamec e pai de Cão, Sem e Jafé. Noé viveu em um tempo em que era comum a grande longevidade. Para nós é quase inacreditável que alguém possa viver 500, 600 ou até 900 anos, como chegaram a viver as gerações antes do dilúvio, mas é preciso lembrar que as condições favoráveis à vida longa, existentes naquele tempo, são desconhecidas hoje.

Os dias de Noé também eram dias de grande indiferença para com Deus. Um tempo em que ninguém se importava com o bem, mas em que todos se inclinavam o tempo todo para o mal.

5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. (Gen 6:5)

Não se pode afirmar com certeza o significado do nome Noé, (noµah) através da sua etimologia e muitos comentaristas relacionam o nome com a raiz, ‘descansar’. O pai de Noé deixa bem claro que o sentido do nome está ligado à idéia de consolo e repouso:

28 Lameque viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, 29 a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, os quais provêm da terra que o Senhor amaldiçoou. (Gen 5:28-29)

Noé é mencionado em nove livros da bíblia (Gênesis, 1 Crônicas, Isaías, Ezequiel, Mateus, Lucas, Hebreus, 1 e 2 Pedro). As duas vezes em que são feitas referências a Noé nos evangelhos é o próprio Jesus quem fala dele fazendo referência ao estado de completa indiferença em relação a Deus que havia nos dia de Noé e comparando que no tempo da volta de Cristo será semelhante.

Noé é o personagem principal da história bíblica a respeito do dilúvio (que é contado também por outras culturas como os sumérios). Sua história completa está narrada em Gênesis 5-10.

Noé, um herói da fé

O que faz de alguém um herói da fé? Será que Noé era feito de algum material especial, usado para se fazer heróis, ou ele pode se considerado uma pessoa comum como eu e você? Será que nós também podemos ser heróis da fé?

Sinceramente hoje e nos próximos domingos espero que você se sinta mais próximo dos heróis da fé. Desejo que perceba que os heróis da fé são gente comum. Oro para que o Espírito de Deus faça de você um herói da fé em nossos dias.

Graça

Uma das primeiras coisas que são ditas a respeito de Noé é que ele foi alcançado pela graça de Deus.

8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. Gen 6:8

É impressionante e maravilhoso que o Espírito tenha conduzido o escritor a registrar dessa maneira: primeiro falar daquilo que Deus fez na vida de Noé, depois ele começar a falar da vida e do procedimento de Noé. É nessa ordem que os heróis da fé são formados: primeiro são alcançados pela graça de Deus, depois vivem suas vidas à luz desse favor de Deus.

Nós não devemos nos deixar enganar. O amor de Deus não nos alcança por causa daquilo que fazemos para Ele; por outro lado o nosso fazer deve sempre ser uma resposta a esse amor que nos alcançou.

Heróis da fé não servem em ministério na igreja para que Deus goste mais deles; servimos exatamente porque descobrimos o amor de Deus por nós revelado através da morte de Cristo.

Heróis da fé não ajudam pessoas necessitadas porque assim vão marcar mais pontos com Deus; procuramos ajudar porque já encontramos em Deus as respostas para nossas próprias necessidades.

Heróis da fé não tentam fazer as coisas certas simplesmente por causo do medo que têm do castigo de Deus; fazemos as coisas certas porque queremos alegrar o coração Daquele que nos amou completamente antes mesmos de nós desejarmos fazer algo certo.

Heróis da fé não são acusadores dos pecados dos outros; somos cheios de misericórdia para com as outras pessoas porque sabemos muito bem que não somos muito diferentes dos outros pecadores, senão pela graça de Deus que nos alcançou.

Heróis da fé não se consideram capazes e auto-suficientes; nós sabemos que fomos capacitados por Deus para viver uma vida bonita e que a nossa suficiência não está em nós, mas em Cristo e no poder que se revela quando a vida dele é aplicada à nossa.

Os heróis da fé não precisam mais procurar por alguém que os ame incondicionalmente, porque eles foram alcançados pela Graça de Deus.

Há milênios atrás ele encontrou Noé, o filho de Lameque. Hoje Ele continua em busca de novos heróis. Você se sente chamado por Ele? Então pare de fugir e diga sim! Pare de arranjar desculpas esfarrapadas e aceite a oferta de amor que Deus que lhe dar. O Senhor que fazer de você um herói da fé.

Frutos Graça

Depois de alcançados pela graça de Deus os heróis da fé não se tornam relaxados e displicentes. Não é bom confundir a segurança de que somos amados incondicionalmente pelo Senhor com o desleixo daqueles que não estão “nem aí” para Deus. A segurança do amor de Deus por nós não pode produzir acomodação a um modo de viver que Deus apresenta como prejudicial para nós e agressivo à santidade Dele.

São pelo menos três os frutos da graça de Deus na vida do herói da fé chamado Noé. Preste atenção agora, porque o Senhor quer produzir esses frutos também em você:

9 Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. (Gen 6:9)

a) Justo

A palavra hebraica traduzida como justo tsaddéq (קידִצַ H6662)
aparece 206 vezes no antigo testamento hebraico. Algumas vezes ela se refere ao caráter de Deus:

Exo 9:27 Então Faraó mandou chamar Moisés e e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.

Outras vezes ela é usada para falar uma nação completa:

Gen 20:4 Ora, Abimeleque ainda não se havia chegado a ela: perguntou, pois: Senhor matarás porventura tambem uma nação justa?

No entanto, na maioria das vezes (hebraico, aramaico e fenício), ela usada para falar do relacionamento entre um sacerdote ou um rei e o seu Deus. Essa palavra fala, então, a respeito de lealdade a Deus.

É assim que são os heróis da fé: leais. Os heróis da fé são leais aos princípios de vida que Deus considera importantes. Eles agem assim motivados pelo compromisso que têm com o próprio Deus.

Os heróis da fé não são leais a Deus porque eles estejam comprometidos com o pastor ou outro líder da igreja; mas porque eles estão comprometidos com Deus;

Os heróis da fé não são leais a Deus apenas quando todos acham legal ter uma fé e participar de uma igreja; eles são leais a qualquer hora, a qualquer tempo, diante de qualquer circunstância;

Os heróis da fé não são leais a Deus pelo que Ele vai fazer; eles são leais por causa daquilo que Deus já fez através da sua graça. A primeira lealdade é fugaz, a segunda e duradoura.

Noé foi leal a Deus. A lealdade de Noé pode ser vista na perseverança daquele homem em obedecer ao Senhor mesmo em uma situação adversa e difícil de compreender.

22 Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. (Gen 6:22)

5 E Noé fez segundo tudo o que o Senhor lhe ordenara. (Gen 7:5)

Noé foi obediente a Deus. Foi assim que ele demonstrou sua lealdade. É importante lembrarmos que o escritor da carta aos Hebreus diz que foi assim também com Cristo.

7 Cristo, enquanto ainda estava na Terra, numa agonia de alma, apresentou orações e súplicas a Deus, que o poderia ter livrado daquela morte. E Deus ouviu-o, atendendo à sua submissão. 8 Vemos portanto que Jesus, ainda que sendo o Filho, ele próprio experimentou o que era a obediência por aquilo que padeceu. 9 E foi assim que ficou perfeito o que ele cumpriu e que oferece a salvação eterna àqueles que lhe obedecem. (Heb 5:7-9 - OL)

Como anda sua lealdade ao Senhor? Você tem prestado atenção àquilo que o Pai considera importante? Você tem procurado viver de acordo com os ensinamentos de Cristo? Ou será que você perdeu o desejo de obedecer? Os heróis da fé do séc. XXI também precisam aprender a obediência como expressão de lealdade ao Senhor. Você é um deles, meu irmão!

Aqui quero deixar um conselho, que na verdade não é meu: Não acumule conhecimento bíblico como uma forma de fugir da obediência àquilo que você já sabe. Ao invés disso, persevere para por em prática o que você já sabe do evangelho de Cristo.

1 Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo. (Tg 3:1)

b) Perfeito

A palavra hebraica traduzida aqui como perfeito tamém (םימִתָ , H8549 aparece 91 vezes nas escrituras e está quase sempre ligada ao conceito de inteireza ou completude. Quando aponta geração fala do relacionamento de Noé com as pessoas de seu tempo.

Se “justo” tinha a ver com o relacionamento de Noé com Deus, perfeito tem a ver com a maneira como ele se relacionava com as outras pessoas. Noé gozava de boa reputação entre os seus. Outra tradução diz que ele era “honrado entre sua gente”

Esse é um princípio de Deus. Uma coisa não pode estar desligada da outra. Ninguém se torna um herói da fé trancado a vida toda dentro de um quarto orando e jejuando. Ora e jejuar e bom e agradável a Deus, mas não é suficiente para forja um herói da fé; é preciso meter o pé na estrada da vida.

Os heróis da fé não fogem da realidade, eles não se escondem atrás de sua fé; ele usam sua fé para enfrentar a realidade.

Os heróis da fé não fogem das pessoas. Eles não usam desculpas esfarrapadas para permanecerem distantes do ser humano criado e amado por Deus; eles se aproximam das pessoas sabendo dos riscos que isso significam.

Os heróis da fé são humanos. Eles não pedem desculpa por causa de sua humanidade nem ficam indignados pela humanidade dos outros; eles entregam sua humanidade nas mãos do Pai.

O que diriam aqueles que estão perto de você sobre a inteireza de seu caráter? O que dizem os colegas de trabalho, companheiros de profissão e vizinhos de condomínio sobre você? Você é honrado entre sua gente? O que diria o Espírito de Deus sobre você e seu relacionamento com as pessoas?

O Senhor deseja que seja assim! Ele está disposto fazer isso em sua vida, sua vida, meu irmão. Você pode ser um herói da fé do séc. XXI!

c) Andava com Deus

Para terminar, as Escrituras falam que Noé “andava com Deus”. É uma espécie de conclusão de tudo que se disse até agora desse home de Deus.

Essa expressão “andava com Deus” não foi usada a primeira vez na Bíblia em relação à Noé. Antes fora dito a mesma coisa a respeito do bisavô de Noé, um sujeito chamado Enoque.

24 Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou. (Gen 5:24 )

Enoque, o bisavô de Moisés, é quase sempre usado como um exemplo de grande espiritualidade. Muitos já desejam o mesmo que aconteceu com Enoque: andarem tão perto de Deus que o tomo para Si. Isso é que tremendo! Isso é que é sublime! Isso é que é espiritualidade profunda!

Realmente é algo muito especial. Mas Noé também andou com Deus, no entanto Deus não o tomou para si.

O heróis da fé são chamados para viver suas vidas com toda a intensidade, enfrentando todos desafios até que chegue o tempo de estar com o Senhor. Sem escapismo.

Depois de ter escutado as palavras do Senhor sobre a arca e sobre os animais e sobre a chuva, ao ver o grande desafio que tinha pela frente, Noé poderia ter dito assim:

Sabe, Senhor. O Senhor lembra do meu bisavô? Isso mesmo, Enoque. Senhor, ele ganhou aí do Senhor uma passagem com embarque imediato sem escalas, né? Não dava pra arranjar uma dessas pra mim também?!

As dificuldades eram imensas. Noé não tinha experiência na construção de barcos, a madeira não era fácil de ser encontrada ou transportada e os instrumentos de trabalho não eram lá muito apropriados. No entanto, Noé não fugiu da raia.

Os heróis da fé querem andar com Deus, mas não é para escapar desse mundo, não. Os heróis da fé andam com Deus para fazer diferença neste mundo mesmo.

Talvez você esteja olhando os desafios que estão à sua frente e a vontade é de pedir ao Senhor uma daquelas passagens que Enoque recebeu. Você busca o Senhor, mas é sabe que é uma fuga das coisas que você precisa enfrentar todos dias.

Você precisa se lembrar que o Senhor está com você! Ele será o arquiteto da sua vida. Ele a construirá junto com você. Não desista do projeto que Ele pôs em sua frente. Não vire as costas para os empreendimentos que Ele entregou em suas mãos. Enfrente os desafios com fé e confiança no Pai.

O seu desafio não pode ser maior que a construção de um barco no meio de um deserto com os vizinhos fazendo pouco caso e dizendo que você está caducando. E ainda que seja maior, o Senhor está com você e o ajudará a enfrentar cada momento difícil que está pela frente.

Conclusão

O Senhor nos convida a ser um herói da fé hoje. O Senhor que alcançá-lo com sua graça. Você sente que Ele quer fazer de você um herói da fé. Você tem resistido ao chamado de Deus, mas hoje que entregar-se a si mesmo nos braços do Pai. Faça como Moisés: obedeça ao chamado do Pai. Entregue hoje o controle de sua vida a Jesus Cristo e decida viver uma emocionante jornada na companhia de Deus.

04 junho 2008

O Ensino de Jesus – Integridade e Obediência

Introdução

Hoje concluiremos a série de mensagens intitulada “O Ensino de Jesus”. No sermão do monte Ele fez afirmações que podem muito bem ser consideradas as bases do seu evangelho. Durante esses domingos nos debruçamos sobre algumas dessas importantes questões do ensino de Cristo.

Vimos que, embora a reforma protestante, de certa forma, tenha colocado a ajuda aos pobres debaixo de um nevoeiro teológico, o Senhor Jesus afirmou que devemos considerar o socorro aos necessitados tão espiritual quanto oração e Jejum. Somos salvos pela graça de Deus, mas o Senhor nos salvou com o propósito de que vivamos vidas marcadas pelas boas obras.

Depois ouvimos o Senhor Jesus dizer que nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos. A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor. Por isso, a oração deve encontrar lugar na discrição e, sobretudo, na solitude. Além disso, nas conversas entre amigos não há lugar para as frases repetidas tantas vezes que perdem o sentido.

O jejum completa o trio de disciplinas espirituais que o Senhor recomendou. Jejum e oração estão sempre juntos. Não é dieta nem greve de fome. Também não é um jeito de mostrar que é espiritual. É abster-se do alimento, que sustenta o corpo, para declarar sua confiança Naquele que dá vida ao corpo, à alma e ao espírito humano. Por isso, os efeitos do jejum não são sobre o corpo, mas sobre nossa arrogância e auto-suficiência.

Em seguida, ouvimos os conselhos do filho de Deus para que não procuremos saciar nossa necessidade de segurança acumulando tesouros. Os tesouros daqui são voláteis; podem ser roubados, destruídos ou estragados, e no final ficam aqui mesmo. Essa necessidade que temos, de tesouros que nos deixem seguros, deve nos levar a buscar abrigo em Deus. A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Ele, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa.

Depois, vimos que a vida humana tem grande valor para Deus e que por isso não devemos encher nosso coração de ansiedade. A mente ansiosa, incapaz de confiar no Senhor, vagueia entre as palavras que vai dizer, as coisas que vai fazer ou as pessoa que vai encontrar. A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida levando o mundo nas costas. Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, mas a viver um dia de cada vez.

Integridade

Uma das grandes questões sobre o crescimento da igreja evangélica no Brasil diz respeito ao fato de que tem sido difícil enxergar os frutos desse crescimento em termos de transformações da sociedade e de suas estruturas pecaminosas.

Ainda que os evangélicos agora sejam cerca de um terço da população do Brasil, o jeito como as pessoas tratam umas às outras não parece estar mais semelhante ao jeito que Jesus faria isso.

Não parece que haja uma redução da violência doméstica, que os esposos estejam respeitando mais suas esposas e que os filhos estejam sendo mais protegidos e amados do que eram antes. É inadmissível, mas muitos homens cristãos se acham no direito de oprimir e até agredir fisicamente suas esposas.

Ainda quem as empresas estejam lotadas de crentes, não parece haver maior honestidade nos negócios. Não parece que as propinas, os desvios e as lavagens dinheiro tenham reduzido.

Os empresários crentes não parecem preocupados em aplicar o evangelho de Jesus a suas empresas (a não ser que seja para arranjar uma fórmula mágica para ganhar mercado e vencer o concorrente). Também os empregados cristãos não parecem preocupados em aplicar as palavras de Jesus não oito horas em que prestam seus serviços onde trabalham

Não parece haver um número maior de famílias que sejam um espaço seguro para o desenvolvimento do caráter e as escolas parecem receber número ainda maior de crianças sem noções básicas de respeito, amor e convivência sadia.

Qual o problema? A igreja está sofrendo de falta de integridade. O dicionário Caldas Aulete fala o seguinte sobre integridade

1 Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA: Aferiu a integridade da remessa.

O mal que nos acomete é que somos menos do que deveríamos ser. Falta-nos inteireza. Falta Integridade quando estamos fingindo, quando estamos disfarçados, quando prezamos apenas pela aparência, mas não estamos dispostos a vive o evangelho de Cristo em toda a sua dimensão.

Líderes sem integridade

15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mat 7:15-20)

A falta de integridade da igreja nasce na sua liderança. Líderes servem de exemplo. Líderes são imitados no seu jeito de agir. Quando eles não cultivam uma vida íntegra, seu mal exemplo se reproduz no meio da igreja e contamina todo o rebanho.

Jesus afirmou que sua igreja, isto é nós, devemos ser cautelosos com líderes que não valorizam a integridade. Na verdade, Jesus afirma que esses não dignos de serem seguidos porque são falsificações; têm voz de ovelha, aparência de ovelha, mas na verdade são lobos prontos a devorar o rebanho.

Como identificá-los? Como enxergar a falta de integridade?

Não adianta pedir para ouvir o balido, porque o balido é de ovelha; não adianta passa a mão na lã, porque é lã de ovelha; não adianta perguntar para ele se ele é uma ovelha, porque ele vai jurar dizendo que sim.

Para explicar a maneira de identificar esses líderes que são pela metade, que não são o que deveriam ser porque pensam apenas em si mesmos, Jesus muda a ilustração: eles são como árvores; é preciso observar os seus frutos. Espinheiros não produzem uvas.

Que fruto devo procurar? Há quem pense que os frutos que devemos encontrar sejam grandes realizações, sucesso ministerial e muitos seguidores. Mas, o único fruto que devemos procurar naqueles chamados pelo Senhor para liderar sua igreja é o Fruto do Espírito. A presença desse fruto é garantia de integridade, porque ele não pode ser falsificado.

22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, alegria, a paz, a longanimidade, a bondade, a retidão, a fidelidade. 23 a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. (Gal 5:22-23)

Aquele que se diz guiado por Deus para liderar o Seu povo deve ter nas mãos o fruto do Espírito de Deus. É assim que a integridade é provada.
Crentes sem integridade

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

A falta de integridade da liderança contamina o rebanho. Quando os líderes não se preocupam em viver vida íntegra, forma-se uma aliança de mediocridade e falta de compromisso com o Senhor e o resultado dessa aliança é devastador.

30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: 31 os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso? Jer 5:30-31

O Senhor Jesus explica que o resultado dessa aliança é a farsa e o auto-engano. Líderes sem integridade apascentam rebanhos sem integridade. Isso gera uma paz aparente sustentada pela religiosidade, mas sem compromisso de transformação.

• A mudança do caráter é substituída pelos rituais;
• O aprendizado da confiança no Senhor é trocado pela autoconfiança;
• A dependência do Senhor dá lugar a auto-suficiência;
• As práticas religiosas assumem o lugar da devoção singela;
• Os títulos se tornam mais importantes do que o serviço;
• E, por fim, Deus deixa de ser o objetivo da vida e passa a ser um coadjuvante, chamado uma vez ou outra.

O Senhor Jesus explicou que muitos só darão conta de que nunca conheceram realmente o mestre naquele último dia. Eles tentarão argumentar e apresentarão as obras de sua religiosidade, mas ouvirão do Senhor a mais terrível das palavras: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mas você não precisa fazer parte daquele grupo.

Obediência

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

Jesus deixa claro que o critério de entrada no reino dos céus não é apenas se dizer um servo do Senhor, mas fazer a vontade de Deus. Isso tem tudo a ver com obediência.

O Senhor diz que rejeitará todos aqueles que, embora colecionem troféus religiosos (ministérios poderosos, realizações destacadas, grandes pregações, expulsões de demônios e milagres), estão cheios de iniqüidade, isto é, não tornaram a obediência ao Senhor uma prática em suas vidas.

Lucas registra um brado do Senhor a esse respeito:

E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo? (Luk 6:46)

Jesus contou uma ilustração que nos ajuda a compreender os efeitos de nossa decisão quanto a por em prática ou não as Suas palavras.

24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. 25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. (Mat 7:24-27)

Talvez seja difícil para nós percebermos a força da ilustração de Jesus porque todos moramos em casas bem construídas ou em apartamentos bem distante da força das águas. Mas, talvez esse vídeo o ajude a compreender a força de uma enxurrada.

Sua vida é uma pequena casa no meio da enxurrada. Sua família é uma construção, ainda em andamento, que enfrentará muitos ventos e grandes tempestades. Os dias de sua vida são como os tijolos, a telha e argamassa usados na construção.

O que você tem sido até hoje: prudente ou insensato?

Os insensatos desperdiçam a vida. São como crianças que juntam com as mãos e espalham com os pés. Pensam estar construindo grandes coisas, mas se esquecem do fundamento: o ensino de Jesus.

Os prudentes aproveitam a vida. Podem até não ser os melhores construtores, mas tudo que constroem permanece, porque eles estão sempre lembrados do fundamento: o ensino de Jesus.

• O socorro aos necessitados está no coração de Deus é tão espiritual quanto a oração e o Jejum;
• Nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos.
• A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor;
• Exercitar o jejum de coisa que você considera indispensáveis para vida é uma declaração de suficiência em Deus;
• A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Deus, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa;
• A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida tentando levar o mundo nas costas. Mas Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, e viver um dia de cada vez;
• Aqueles que chamam a Jesus de Senhor devem obedece-lo.

Você quer tornar-se prudente? Quer ver as obras de sua vida permanecerem mesmo diante de tempestades e enxurradas? Ponha os ensinos de Jesus em prática na sua vida.

25 maio 2008

O Ensino de Jesus – Segurança e Ansiedade

Introdução

Durante essa série de mensagens temos meditado sobre alguns dos ensinos de Jesus. O Senhor deixou ensinamentos claros sobre a importância da prática do auxílio aos necessitados como uma das disciplinas espirituais que devem ser praticadas pelos seus discípulos.

Também falou sobre o lugar da oração e do jejum na vida daqueles que se identificam com ele e disse que essas práticas não devem ser usadas para angariar reconhecimento das pessoas, mas que o nosso Deus, que vê em secreto, as recompensará.

Outro dos ensinos de Jesus fala sobre o dinheiro e as posses. Jesus afirma que o coração dos seus seguidores não pode dividir-se entre servir a Deus e às riquezas. É preciso escolher a quem servir porque quem considera aquilo que possua (ou que deseje possuir) como sendo o seu tesouro (aqui na terra), não desejará o tesouro (dos céus), que é o próprio Deus.

Hoje vamos refletir sobre um assunto que está nas manchetes de jornais e no peito de muita gente: ansiedade.

O que é a ansiedade?

A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente a interpretação de uma situação de perigo.

Parente próximo do medo, (muitas vezes onde a diferenciação não é possível) é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável enquanto na ansiedade o fator de estimulo teria características mais subjetivas.

A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, e cefaléia (dor de cabeça).

Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (Crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um Neurotransmissor chamada Noradrenalina que é produzida nas glândulas Supra-renais.

Como compreender a ansiedade?

O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem estar. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo, em resposta este estado configura-se um estado ansioso.

Até pouco tempo atrás os perigos de vida e a necessidade de luta física eram uma constante. A excitação do sistema nervoso central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou para a fuga.

No entanto, o que interpretamos como perigo hoje, transcende e muito o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso.

Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contacto com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos.

A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.

Este movimento mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.

Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto faz com que ela se excite e se o problema não tiver uma solução mental imediata como o que acontece na maioria dos casos teremos a chamada ansiedade patológica, que tende tornar-se crônica e piorar com os anos.

Três possíveis origens

A primeira é que a ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos as manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança agitada, as vezes hiperativa, que chora com facilidade e as vezes até com dificuldade de dormir. A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de mamar e numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança.

A segunda é uma infância carente e problemática onde as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, vão fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta e vá gravando e condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento.

A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir á acontecer.

É mais ou menos assim, “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de fora e não está sob controle é perigoso". É a clássica postura do pessimista, como aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão Lippy, que sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!"

Traumas de infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também podem desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas específicas

O Ensino de Jesus sobre segurança e ansiedade

Embora o filho de Deus não tenha obtido diplomas de medicina ou psicologia nas universidades de Jerusalém, ele conhece muito bem a alma humana e seus lugares mais escondidos e escuros. Veja as palavras do mestre:

25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir. 26 Olhem os passarinhos! Eles não se preocupam com a comida – eles não precisam semear, colher, ou guardar comida – pois o Pai celeste de vocês os alimenta. E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos. 27 Será que com todas as preocupações juntas poderão acrescentar um único momento à vida de vocês?

28 E por quer ficar preocupados com a roupa? Olhem os lírios do campo! Eles não se preocupam com isso. 29 Até o rei Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu tão bem como qualquer deles. 30 E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.

31, 32 Portanto, não se preocupem de forma alguma com as necessidades de comida e roupas suficientes. Não sejam como os pagãos! Pois eles se orgulham dessas coisas, e estão muitíssimo interessados nelas. Mas o Pai celeste, que vocês têm, já sabe muito bem que vocês precisam delas, e Ele as dará a vocês, se o colocarem no primeiro lugar de suas vidas.

34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:25-34 - OL)

(A) Não ocupe toda sua mente com suas necessidades

25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir.

Quando os pensamentos se afunilam em direção aos mesmos assuntos, e a mente é consumida em tentar resolver todos os problemas que o deixam inseguro e desconfortável, a ansiedade é quase inevitável. Por isso, não permita que seus pensamentos fiquem completamente ocupados na solução desses problemas. Mas como fazer isso?

Já vimos nesta série que o Senhor sabe o quanto precisamos nos sentir protegidos. Ele sabe que fora do Jardim, toda a raça humana carece de um tesouro que dê segurança. Ele até disse que devemos optar por buscar essa segurança nos céus.

É verdade que Jesus não desdenha de nossa necessidade de segurança, como se ela fosse irreal, mas é verdade também que Ele nos ensina que precisamos corrigir a escala de valores que usamos para encontrar essa segurança.

Ele afirma que a vida em si é mais importante que comer, beber, vestir-se, ser promovido, comprar um carro, abrir uma empresa, ser reconhecido nas ruas, casar-se, entrar na universidade ou qualquer outra coisa da qual você tenta extrair uma sensação de paz e segurança. Isso pode soar estranho para aqueles que acham que a vida é feita exatamente dessas coisas.

Mas não é bem assim. Essas coisas fazem parte do mundo em que você vive, mas não precisam ser a sua vida. A vida é muito mais; é algo especial, um presente inexplicável de Deus, que tem origem nele mesmo. Por isso, Deus se alegra em sustentar a vida.

Quando um passarinho desempenha o papel que Deus deixou para ele, a pequena ave encontra sustento para a vida; quando o as flores desempenham o papel que Deus deixou para elas, tornam-se esplendidamente lindas; Dentro da arquitetura que Deus planejou para o mundo, a vida é sustentada e a segurança é garantida até para os pequenos seres.

26... E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos.
30... E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.

A fé em Deus como aquele que sustenta e mantém a vida é um santo remédio para a ansiedade. Confiar no diz a Bíblia, que Deus é o sustentador e mantenedor do universo tira de sobre os nossos ombros cuidados e responsabilidades que estão além daquilo que podemos fazer: não somos nós os sustentadores da vida.

Você confia que o Senhor está no controle de todas as coisas? Você está disposto a confiar tudo a Ele? Quais são as áreas da sua vida que Deus não pode cuidar porque você mesmo é quem cuida? Por quanto tempo você continuará levando esse fardo sobre os seus ombros? Não e hora de encontrar descanso para sua alma?

O convite do Senhor, hoje, é para que você passe ocupar sua mente com Ele, não com os problemas insolúveis da vida. O chamado do Pai é para que você desista de tentar ser o sustentador do universo, o mantenedor da sua própria vida e confie a Deus todas as preocupações que tem afligido a sua alma.

Se você compreendeu que a atitude de tentar controlar o mundo tem afligido sua alma com ansiedade, mas hoje você deseja entregar essas ansiedades aos pés de Cristo e confiar nele como aquele vai tomar conta de você, venha à frente.






(B) Desempenhe seu papel no Reino de Deus

Vimos que quando o passarinho desempenha o seu papel no reino de Deus, suas necessidades são supridas. Da mesma forma quando as flores cumprem seu papel no reino de Deus, o Senhor as protege e as faz belas. A linguagem poética usada pelo Senhor Jesus é de encher os olhos e o coração.

Há um detalhe interessante nessa questão: pássaros e flores não têm como tomar decisões próprias. Eles sempre cumprirão o papel que Deus traçou para eles. Pela maneira como foram criados, eles jamais sofreriam de ansiedade. (é terrível pensar que os homens são capazes de causar ansiedade até na natureza criada por Deus: pássaros engaiolados com certezas sofrem de ansiedade)

No entanto, a capacidade do ser humano de tomar decisões por conta própria torna possível que nós não desempenhemos o papel que nos está reservado no Reino. Isso é muito importante, porque o ensino de Jesus sobre a ansiedade vai além de entregar a Deus aquilo que é responsabilidade dele: precisamos tomar em nossas mãos aquilo que é da nossa responsabilidade.

Qual é sua responsabilidade? Qual é o papel que você deve desempenhar no Reino para que suas necessidades sejam supridas? Vejamos o que Jesus afirma:

a) Fique quieto

31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;

Fique quieto! Essa é uma das suas grandes participações. Esse é um papel que você pode desempenhar. Fique quieto. Não se movimente muito, não fale sobre tudo, não faça muito barulho. Fique quieto. Talvez seja difícil no começo, mas será recompensador no final.

Davi
No salmo 39, o salmista fez afirmações reveladoras sobre a natureza humana.

5Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. 6Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará. 7Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti. (Psa 39:5-7)

Somos inquietos, mas precisamos abrir mão das inquietações que nos consomem e colocar nossas esperanças em Deus.

Moisés
Diante da ansiedade da multidão, entre o exército egípcio e o mar vermelho, Moisés convidou o povo a desempenhou o seu melhor papel: abrir mão da ansiedade, confiar em Deus e ver o livramento do Senhor.

Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; (Exo 14:13)

Há um belo salmo que fala sobre isso e eu gostaria de convidá-lo a ler comigo. É o salmo 46. Apenas quando nos aquietamos é que a ansiedade se desfaz como fumaça diante da presença de Deus.

1Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; 3ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. 4Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. 5Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva. 6Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. 7O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 8Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra. 9Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. 11O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Psa 46:1-11 ARA)






b) Coloque o Reino de Deus em primeiro lugar

33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mat 6:33 – ARA)

Talvez seja difícil para você compreender a relação que pode existir entre buscar primeiro o reino de Deus e livrar-se da ansiedade, mas deixe-me tentar ajudá-lo.

Eu gosto muito de ler. E durante muitos anos, eu fui um freqüentador assíduo de livrarias. Um belo dia, de tanto freqüentar as livrarias e vê-las funcionando, eu achei que poderia abrir minha própria livraria. Era o melhor dos mundos: eu gostava de ler e teria uma livraria a minha disposição.

Só que as coisas não funcionam bem assim. Quando se é o cliente você não sabe quase nada sobre o funcionamento de um negócio. A livraria começou e começaram também os meus lamentos: compras, vendas, marketing, finanças, clientes, equipamentos, móveis e livros, muitos livros que precisavam ser vendidos.

Descobri de um modo bem difícil que nem todos os leitores estão aptos a se tornarem livreiros. Antes, quando eu era apenas um leitor, passar a manhã em uma livraria era um grande prazer. Depois, por um tempo eu não conseguia nem mesmo entrar em uma livraria sem certo mal estar.

Buscar primeiro o Reino de Deus é não tentar construir um reino para si mesmo. Quem tenta construir o próprio Reino, vai tentar, sem sucesso, administrar e controlar tudo o que acontece no seu mundo. O que você vai ganhar? Grandes doses de ansiedade.

Em vez disso, anseie ser um cidadão do Reino de Deus! Deixe que o Senhor Jesus seja o governante de sua vida. Ele mesmo, então, acrescentará tudo o que você precisa.
c) Viva um dia de cada vez

34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:33 – OL)

Uma grande dose de ansiedade invade nossas vidas quando desenvolvemos o hábito de antecipar os problemas. Na verdade é um ciclo destruidor: a ansiedade nos faz antecipar os problemas e a antecipação dos problemas nos enche de mais ansiedade.

O Senhor ensina que não devemos ocupara nossas mentes com os problemas que ainda não são. O dia de amanhã ainda não é. Deixe que o dia venha e os problemas apareçam de verdade. Em cada dia, bastam os problemas daquele dia.

Além dessa disciplina é preciso ter mente que você não está só hoje e também não estará só amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã junto como vocês, assim como ele quer cuidar do dia de hoje. Convide-o para fazer parte de sua vida. Ele está pronto para dissipar as nuvens de ansiedade que estão sobre a sua cabeça.

19 maio 2008

O Ensino de Jesus - Oração e Jejum

Introdução

Existe alguma possibilidade de que o pensamento de Cristo Jesus sobre a vida tenha utilidade para o homem e a mulher desse início de século XXI?

Como devemos tratar as palavras de Cristo? Como bons conselhos que já não são apropriados para a dinâmica que nossas vidas assumiram? Prefiro vê-las como sabedoria divina; palavras vindas da mente de Deus, que deseja o melhor para nós.

Em nosso último encontro refletimos sobre o ensino de Jesus a respeito do auxílio e da misericórdia. Vimos que Jesus considerou que o auxílio ao pobre e necessitado faz parte das disciplinas espirituais que devemos cultivar.

Também ficou claro que, ao ajudarmos outras pessoas, não devemos tornar essa ajuda em moeda de barganha com Deus; nem tampouco usá-la para extrair reconhecimento ou louvor das pessoas.

O Senhor tem uma recompensa preparada para aqueles que socorrem os pobres e necessitados. Vale a pena esperar pelo reconhecimento e pelo louvor que vem Dele. Até porque o presente do Pai é infinitamente melhor do que qualquer bala ou doce que os convidados da festa queiram nos oferecer.

Hoje iremos refletir sobre outros dois ensinos de Jesus: primeiro sobre a oração e depois sobre o jejum. É claro que não vamos esgotar esses assuntos, mas apenas tentar aproveitar esse momento que estamos juntos para olhar com atenção para alguns aspectos do ensino de Cristo.
Oração

(5) Quando orarem, não devem ser como os hipócritas, que se mostram piedosos, orando publicamente às esquinas das ruas e nas sinagogas, onde toda a gente os pode observar. Na verdade, já receberam a sua recompensa. (6) Mas tu, quando orares, fecha-te em casa, e ora secretamente ao teu Pai, e ele, que conhece os teus segredos, te dará o galardão. (7-8) Não recitem a mesma oração uma vez, e outra, e outra, como os pagãos fazem, julgando que as orações são mais atendidas pela sua repetição constante. Lembrem-se de que o vosso Pai bem sabe aquilo de que necessitam ainda antes de lho pedirem! (Mat 6:5-8 – OL)

A oração é parte integrante e indispensável da vida de alguém que deseja se tornar amigo de Deus. Por quê? Porque não é possível conhecer alguém ou deixar-se conhecer por alguém sem que aconteça algum tipo de diálogo. Para ser amigo é preciso falar o que vai na alma e também é preciso ouvir o que o outro tem a dizer; só assim a gente se torna íntimo de alguém.

Muitas músicas falam de intimidade com Deus. Muita gente fala que deseja essa intimidade com o Senhor, mas não está disposta a gastar tempo com Deus. É preciso permanecer na presença dele todo o tempo. Conversar com ele todo o tempo: falar com franqueza e ouvir com singeleza e humildade.

• Sem oração, nosso destino será o aqui e agora, não a eternidade;
• Sem oração, nosso destino será a humanidade decaída, não a imagem de Cristo;
• Sem oração nosso destino será a canseira do esforço humano, não o poder sobrenatural de Deus;
• Sem oração, nosso destino será a solidão no meio da multidão, não a o aconchego da solitude;
• Sem oração, nosso destino será guerrear com tudo e todos, não a paz que excede todo o entendimento.

A oração faz parte de sua vida? Se não, você precisa experimentá-la!
Há algo maravilhoso na oração: você pode orar o tempo todo e em todo lugar. Ninguém pode impedi-lo de orar, ninguém pode controlar, censurar ou analisar sua oração. Oração é uma conversa particular entre você e o seu Deus.

A oração pode nascer no meio do perigo de um assalto, como um grito de socorro, ou pode surgir no choro da madrugada, quando ninguém mais ouve você. A oração pode ser um ato de gratidão pelo pão de cada dia e pelo teto sobre a cabeça ou mesmo um resmungo de dúvida e questionamento diante da doença sem cura ou da morte de uma criança.

Tudo na vida merece uma oração; porque Deus está interessado em nos ensinar sobre a vida que ele nos deu. Aqui há uma chave: só há espaço para a oração quando cremos em Deus e desejam conhecê-lo melhor.

Hoje há muita confusão sobre oração.

Desejar a um amigo sucesso em uma cirurgia, não é orar por ele; orar é pedir a Deus que guie os médicos e cuide da saúde do seu amigo.

Alegrar-se com o sucesso de um filho que passou no vestibular não é orar; orar e agradecer a Deus por ter levado paz ao coração dele, permitindo assim que ele fizesse uma boa prova.

Afirmar que aquele colega de trabalho não vai conseguir realizar uma maldade contra você porque você é filho do Rei não é orar; orar é clamar a Deus que proteja sua vida e sua família do mal e que Ele tenha misericórdia daquele que está desejando o seu mal.

Orar é expressar a nossa dependência de Deus. Orar não é uma afirmação da nossa capacidade, da nossa bondade, do merecimento ou dos nossos desejos.
Não devemos ser como os hipócritas

(5) Quando orarem, não devem ser como os hipócritas, que se mostram piedosos, orando publicamente às esquinas das ruas e nas sinagogas, onde toda a gente os pode observar. Na verdade, já receberam a sua recompensa. (6) Mas tu, quando orares, fecha-te em casa, e ora secretamente ao teu Pai, e ele, que conhece os teus segredos, te dará o galardão.


Mas quem são os hipócritas?
ὑποκριτής hupokritēs hoop-ok-ree-tace'

A palavra que Jesus usou e que foi traduzida como hipócrita, era usada também para falar dos atores, que desempenhavam um determinado papel.

Hipócritas eram aqueles que se apresentavam para as pessoas como um personagem que na verdade não era ele. Os hipócritas viviam uma espécie de farsa, já que o seu verdadeiro modo de pensar e agir não era aquele que ele mostrava para as pessoas. O hipócrita era na verdade uma outra pessoa.

Ao orarmos, portanto, não devemos ser como os hipócritas. Não devemos tentar parecer que somos o que não somos. Não devemos tentar impressionar as pessoas com palavras bonitas ou com gestos majestosos, quando na verdade estamos precisando chorar a nossa dor no ombro de alguém.

Ao orarmos, não devemos ser como os hipócritas. Não devemos tentar apresentar para Deus um personagem diferente de quem somos. Não é preciso fazer uma encenação para Ele, porque o Senhor sabe exatamente quem somos.

Ao orarmos, não devemos tornar nossas orações em um meio de obter reconhecimento sobre nossa espiritualidade. Sua intimidade como Deus não precisa ser motivo de conversa e bate-papo entre outras pessoas.
Quer dizer que agora não podemos mais orar em público? Não! Quer dizer que aqueles homem, orando publicamente, caíram em uma tipo de armadilha que fazem para si mesmos aqueles que buscam reconhecimento nas palavras de elogio das pessoas, em vez de aguardar o reconhecimento do Pai.

Assim como acontece com aqueles que tocam trombeta diante de si quando vão socorrer o pobre e necessitado, as pessoas que usam seu relacionamento como Deus para serem reconhecidos como homens e mulheres espirituais também já receberam sua recompensa.

Em vez disso, o Senhor nos convida a sermos discretos quando o assunto é a nossa caminhada de intimidade com o Ele.

Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mat 6:6 ARA)

E da mesma maneira que aqueles que socorrem os pobres e necessitados de forma discreta serão vistos e recompensados pelo Senhor, também aqueles que não fazem alarde de suas lutas de oração, que são silenciosos sobre suas madrugadas de intercessão também serão ouvidos e receberão do Pai a justa recompensa.

Não devemos repetir nossas orações

Não recitem a mesma oração uma vez, e outra, e outra, como os pagãos fazem, julgando que as orações são mais atendidas pela sua repetição constante. Lembrem-se de que o vosso Pai bem sabe aquilo de que necessitam ainda antes de lho pedirem! (Mateus 6:7,8 – OL)

Talvez você pensasse que essa coisa de repetir a mesma oração o tempo todo fosse algo inventado recentemente. Aliás, eu fico impressionado com o sujeito que é capaz de repetir a mesma frase 20 ou 30 vezes e consegue fazer uma entonação diferente a cada vez.

A repetição de orações parece que está entranhada na natureza humana. Por que as pessoas repetem a mesma oração dezenas, centenas de vezes até? Não precisamos ir muito longe para entender o porquê, Jesus mesmo explica essa questão.

As orações são repetidas por causa do entendimento errado de que Deus possa ser pressionado ou sensibilizado com a insistência de algumas frases, repetidas um sem número de vezes. Além disso, quem repete sua oração uma vez após outra não está tentando se relacionar com Deus. Na verdade faz assim não está orando, porque repetir a mesma coisa dezenas de vezes não é uma conversa; e orar é conversar.

As rezas repetidas têm sua origem nos mantras pagãos que tinham o propósito de coagir os deuses e arrancar deles o favor desejado.

Mas o nosso Deus não é assim. Jesus afirma que Deus é um pai amoroso e atento. Ele tanto sabe quais são as necessidades de seus filhos antes que eles peçam quanto tem o desejo de atendê-las. Por isso, a oração não deve se tornar em um instrumento de ameaça contra Deus.

Quer dizer que não posso pedir algo a Deus mais de uma vez ou agradecer o amor dele por mim cada vez que eu me lembrar? É claro que não é isso.

O desafio é não permitir que a oração sejam mecanizada, e em vez disso, desenvolver um relacionamento com Deus. Ninguém senta ao lado de um amigo e repete a mesma frase dezenas de vezes. No entanto, é comum aos amigos conversarem sobre o mesmo assunto várias vezes.

Oração não é repetição. Oração é conversação.

Jejum

Quando jejuarem, não o façam publicamente como os hipócritas, que procuram parecer abatidos para despertar admiração. Verdadeiramente, essa é a única recompensa que receberão. Mas apresentem-se o melhor possível, de tal modo que ninguém desconfie de que não ingeriram alimentos, sabendo-o apenas o vosso Pai, que conhece todos os segredos. Ele vos recompensará. (Mateus 6:16-18)

As palavras de Jesus nos deixam entender que também o jejum faz parte das disciplinas espirituais dos cristãos. Dentre as disciplinas espirituais, talvez, essa seja uma das menos lembradas em nossos dias.

O jejum bíblico é abster-se de alimentação por um tempo com propósitos espirituais. A abstenção de alimentos pode ter outros propósitos, mas nesses casos não estaríamos falando do jejum bíblico: a abstenção de alimentos com propósito físicos é conhecido como regime ou dieta; a abstenção de alimentos com propósitos políticos é a greve de fome.

No antigo testamento, não há leis sobre o jejum. Também não há uma ordem direta de Jesus ou dos apóstolos para que ele seja praticado, no entanto, ao explicar a forma de fazê-lo, Jesus considera que o jejum é uma parte natural da vida de devoção daquele que busca a Deus.

A vida de muitos dos grandes personagens bíblicos foi marcada pelo Jejum. Deus não ordena ou pede jejuns, mas no decorrer da história, homens e mulheres que viveram em busca de Deus praticaram o jejum de forma voluntária.

Davi
Buscou Davi a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra. (2 Samuel 12:16)

Esdras
Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu. (Esdras 8:23)

Neemias
Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Neemias 1:4)

Ester
Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. (Ester 4:16)

Daniel
Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. (Daniel 9:3)

Jesus
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. (Mateus 4:2)

Paulo
...nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, (2 Coríntios 6:5)

O jejum não é uma fórmula mágica ou um ritual para se obter coisas, mas um meio de nos aproximarmos mais de Deus. O jejum é a abstenção voluntária do alimento que sustenta a vida do corpo. Portanto, quem jejua está afirmando duas coisas: primeiro, que confia em Deus para ser o sustento da sua vida; segundo, que está disposto a abrir mão do prazer deste mundo para encontra sentido para a vida em Deus.

• Jesus jejuou quando foi tentado no deserto. (Mateus 4:2)
• Jesus prometeu que o Pai abençoaria o jejum. (Mateus 6:17-18)
• Jesus disse que seus discípulos jejuariam. (Mateus 9:14-15)
• O jejum é necessário para vencer algumas forças demoníacas. (Mateus 17:21)
• Jejuar fez parte do serviço [prestado por] Ana a Deus. (Lucas 2:37)
• O jejum fez parte do ministério dos servos [de Cristo] em Antioquia. (Atos 13:2)
• A ordenação [de pastores] era acompanhada por jejum. (Atos 13:3, 14:23)
• O jejum e a oração são a única razão adequada para a abstinência no relacionamento conjugal. (1 Coríntios 7:5)
• O jejum foi um modo como Paulo validou o seu ministério. (2 Coríntios 6:5)
• Paulo jejuava com freqüência. (2 Coríntios 11:27)

O jejum não é para quem jejua ou para demonstração de espiritualidade para outras pessoas. O jejum é para Deus. É uma declaração de amor e confiança Nele.

Foi por isso que Jesus afirmou que o verdadeiro jejum não poderia ser motivo para contar vantagens espirituais. Aqueles que praticam o verdadeiro jejum não devem fazer pose de abatidos e enfraquecidos para em seguida ganhar elogios dos outros.

Quem pratica o jejum bíblico, não tenta parecer espiritual para os outros porque está jejuando. Porque aquele que deseja receber sua recompensa dos homens, será recompensado apenas pelos homens.

Conclusão

Três disciplinas espirituais que precisam fazer parte de sua vida: socorro aos pobres e necessitados, oração e jejum. Esses são alguns dos ensinos práticos que Jesus deixou. Você começará essa semana com um desafio: encontrar uma forma de praticar essas disciplinas espirituais no seu dia-a-dia.

Peça ao Espírito de Deus que o ajude a praticar os ensinos de Cristo. Essa é uma decisão digna de um cristão, um seguidor de Jesus.

Peça que Deus lhe traga à memória o ensino de Jesus sobre essas disciplinas sempre que isso for necessário. Coloque-se a disposição para aprender a praticar essas disciplinas.

Acredite que praticar o ensino de Cristo lhe causará bem, e não mal. Confie nas palavras Dele. Ele o abençoará agora e na eternidade.

Lembrando a história do menino e a festa de aniversário: é melhor aguardar o presente especial do nosso Pai Celeste, que receber balas e doces dos convidados da festa.

O Ensino de Jesus - Dinheiro e posses



Introdução 

Hoje, continuando esta série de mensagens sobre o ensino de Jesus, refletiremos sobre as afirmações de Jesus a respeito de como devemos nos relacionar com o dinheiro e com as posses.

Pode parecer surpreendente para alguns que Cristo tenha-se preocupado com isso, já que muitos vêem o evangelho como uma alienação da vida. Mas a verdade é que há inúmeras referências sobre o assunto. Vamos juntos o texto que servirá de base para nós essa noite.

(19) Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; (20) mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (21) Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (22) A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; (23) se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! (24) Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mat 6:19-24)

Em nossos dias, o evangelho de Cristo tem sido manipulado para atender as necessidades e expectativas das pessoas. Há uma espécie de acordo entre alguns pregadores e suas igrejas: eu falo o que você quer ouvir e você ouve aquilo que eu falar. O Apóstolo Paulo alertou o jovem pastor Timóteo sobre esses tempos:

(3) Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, (4) e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. (5) Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (2Ti 4:3-5)

Alguns transformaram o evangelho em uma negociata com Deus, onde os céus são intimados, sob ameaça, para fazerem prosperar os negócios particulares daqueles que se acham com o direito de processar o Senhor, caso Ele não cumpra as promessas que eles imaginam ter o direito de receber.

Para esses, talvez Jesus dissesse: não coloque a posse de bens como uma prioridade em sua vida, porque “A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.”.

Outros praticam um evangelho desencarnado, em que a fé está tão divorciada da vida prática que ficam desconfiados (e até escandalizados) quando o assunto da pregação é dinheiro. Para esses, não há qualquer conexão entre seguir a Cristo e a forma como eles administram seus bem e recursos. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Para esses outros, talvez a fala de Jesus fosse: não tente separar aquilo que na verdade está junto, porque “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”.

A verdade, é que o Senhor não faz negociata com ninguém, mas tem muito a dizer (e a esperar de nós) em relação ao dinheiro, seu uso e seu valor. Você não pode dizer-se um discípulo de Cristo sem que essa área de sua vida tenha sido tratada por Ele.

Aqueles que recebem a Cristo como Senhor e Salvador precisam fazer ajustes em sua maneira errada de lidar com o dinheiro, da mesma maneira que promovem ajustes em relação a outros pecados de sua vida.