31 agosto 2008

Heróis da Fé - José

Introdução

Hoje concluiremos esta série de pregações sobre os heróis da fé falando de José do Egito.

Começamos com vida de Noé, um homem íntegro com Deus, com boa reputação entre os seus e que acreditou no o Senhor lhe disse que faria. Noé confiou que a palavra de Deus se cumpriria, mesmo que contrário a todas as circunstâncias. Noé demonstrou sua confiança no Senhor através de sua obediência. Isso fez de Noé um herói da fé.

Depois, conhecemos um pouco mais sobre Abraão, o pai da fé. Um homem que não foi corajoso o tempo todo, mas que acreditou nas promessas de Deus, decidiu ser fiel unicamente ao Deus altíssimo e atendeu ao chamado de deixar sua cidade, seus parentes e tudo mais para alcançar algo que ainda não existia.

Em seguida, descobrimos que Isaque foi uma espécie de anti-herói da fé. Ele era um homem comum, sem muita fibra. Filho único de pais idosos, mimado na infância, ele não realizou nenhum grande feito ou algo notável. O escritor de Hebreus, no entanto afirma que Isac, pela fé, creu na promessa de Deus e por isso abençoou seus filhos Esaú e Jacó com as mesmas promessas que o Senhor tinha dado a Abraão, seu pai

Domingo passado conhecemos um pouco sobre a vida de Jacó: um homem acostumado com os esquemas humanos que precisou submeter-se ao esquema de Deus. Jacó encontrou-se com Deus e teve o destino de sua vida mudado.





A família de José

José era de uma família numerosa. Ao todo eram doze irmãos. Ele era dos mais novos, só um dos seus irmãos era mais novo do que ele, Benjamim.

Para entender um pouco melhor o drama em que se transformou a vida de José, é preciso conhecer a formação dessa família numerosa. O Pai do José, Jacó, teve quatro mulheres. Isso era permitido culturalmente e tolerado pela misericórdia de Deus. No entanto, os relacionamentos entre os membros das famílias sofriam imensamente.

Deus tem um projeto para a família que é o melhor para nossas vidas. No entanto, em sua misericórdia, Ele continua amando aqueles que romperam os votos do casamento. Ele recebe com palavras de ternura aqueles que sofrem com relacionamentos desfeitos e filhos gerados fora do casamento. O Senhor é bondoso com as mães que carregam consigo o peso de criarem sozinhas seus filhos e derrama Sua graça sobre aqueles que precisam aprender a conviver com as conseqüências emocionais de famílias despedaçadas.

Vejamos um pouco sobre a família de José antes do seu nascimento. Ele era filho de uma linda história de amor. Depois de fugir da casa do pai, com uma mão na frente e outra atrás, Jacó não tinha como pagar o dote da mulher por quem ele se apaixonara, Raquel. Então trabalhou por sete anos para o seu sogro, Labão.

O sogro mais esperto que o esperto Jacó, na hora de entrega a noiva, alegou que os costumes da região não permitiam que a irmã mais nova casasse primeiro que a mais velha, e entregou Lia. Mas Jacó amava Raquel e por isso trabalhou mais sete anos pela mulher da sua vida. Casado com as duas irmãs, Jacó só tinha olhos e atenção para Raquel. Mas Raquel não conseguia engravidar.

31-32 O Senhor, vendo que Jacob dava pouca atenção a Leia, deu a esta um filho, enquanto que Raquel se manteve estéril. Leia ficou grávida e teve um filho a quem chamou Rúben , porque disse: O Senhor reparou na minha humilhação. Agora o meu marido passará a amar-me.

33 Depois ficou outra vez grávida e teve outro filho a quem chamou Simeão . E exclamou: O Senhor viu que eu não era amada e deu-me outro filho!

34-35 E tornou a conceber e a ter mais um filho, pondo-lhe o nome de Levi . Com certeza que desta vez o meu marido sentirá afeição por mim, pois que já é o terceiro filho que lhe dou!, disse ela. E ainda mais uma vez ficou grávida e deu à luz outro menino chamado Judá . Agora, exclamou ela, só posso fazer uma coisa, é louvar o Senhor! E cessou de ter filhos. (Gênesis 29:31-35)

1 Raquel, vendo que era estéril, teve inveja da irmã. Dá-me filhos, se não morro, exclamou ela para Jacob.

2 Mas este teve de lhe responder, contrariado: Eu não estou no lugar de Deus. Só ele sabe porque te impediu de ter filhos!

3 Então Raquel disse-lhe: Toma a minha criada Bila. Os filhos que ela tiver serão meus.

4-8 Deu-lhe pois Bila por mulher, a qual ficou grávida e lhe deu um filho. Raquel chamou-lhe Dan , Porque, disse ela, Deus fez-me justiça, ouvindo o meu pedido e dando-me um filho. Bila, criada de Raquel, tornou a conceber e a dar a Jacob outro filho. Raquel deu-lhe o nome de Naftali : Tenho lutado com a minha irmã e ganhei!

9-13 Entretanto, quando Leia se deu conta de que não ficava mais à espera de bebé, resolveu dar também a sua criada Zilpa, a Jacob. E esta deu-lhe um filho. Leia chamou-lhe Gad . Zilpa tornou a dar-lhe outro filho, e Leia pôs-lhe o nome de Aser : As outras mulheres vão considerar-me feliz, com certeza!

14-15 Um dia, durante a colheita de trigo, Rúben achou no campo umas mandrágoras e trouxe-as à sua mãe, Leia. Raquel pediu-lhe que lhe desse algumas. Mas Leia respondeu aborrecida: Achas pouco o teres-me tomado o meu marido e ainda me pedes as mandrágoras do meu filho?Raquel propôs-lhe então: Ele poderá ficar contigo esta noite se me deres as mandrágoras.

16-18 Ao fim do dia, quando Jacob regressava do campo, Leia foi-lhe ao encontro: Esta noite ficas comigo. Tenho esse direito em troco de uma quantas mandrágoras que o meu filho encontrou! E assim foi. Deus respondeu às orações de Leia, que ficou grávida de novo e deu à luz um quinto filho, a quem chamou Issacar : Deus quis recompensar-me o sacrifício que fiz, dando ao meu marido a minha criada!

19-20 E depois ficou ainda outra vez à espera de um filho, que foi assim o seu sexto. Chamou-lhe Zebulão , pois exclamara, ao ter este menino: Deus fez-me um belo presente! Desta vez o meu marido ter-me-á em grande consideração, porque já lhe dei seis filhos!

21 Passado um tempo teve uma filha a quem deu o nome de Dina.

22-24 Nessa altura Deus quis responder a Raquel e permitiu que ela ficasse grávida. Teve pois um filho: Deus tirou a vergonha que pesava sobre a minha vida!, disse ela. E chamou-lhe José , porque fez esta oração: Que Deus me dê outro filho! (Gênesis 30:1-24)

Doze irmãos, filhos de quatro mulheres, sendo que as duas esposas principais eram irmãs de pai e mãe. Filhos do mesmo pai, os irmãos se dividiam em grupos de acordo com a mãe que tinham.

Quando o projeto de Deus para a família é abandonado, todos ficam expostos a problemas emocionais e complicações de todo tipo. Ainda que você permitido na cultuar de Jacó, ele, suas quatro esposas e seus filhos viveram um ambiente emocional recheado de inveja, ciúme, falta de confiança, manipulação, chantagem e outras pérolas do coração humano.

Era esse o ambiente familiar de José, mas seu nome foi relacionado pelo escritor de Hebreus como um dos heróis da fé. Talvez sua vida familiar esteja triste, confusa e cheia de nós. É hora de mandar a tristeza embora! O Senhor pode transformar você em um herói da fé, a despeito da família em que você foi criado. Ainda que você tenha ou esteja passando por algum tipo de abuso ou sofrimento emocional em sua família, saiba que o Senhor pode transformá-lo em um herói da fé.




O jovem José

Quando Raquel, sua amada, deu à luz José, Jacó esqueceu os outros filhos. José se tornou rapidamente o seu favorito e passou a ser tratado de forma especial. Até os seus dezessete anos, José era o caçula da família. O protegido do papai. Assim, Jacó repetiu o mesmo erro cometido pelos seus pais.

1 Jacó habitou na terra de Canaã, onde seu pai tinha vivido como estrangeiro.

2 Esta é a história da família de Jacó: Quando José tinha dezessete anos, pastoreava os rebanhos com os seus irmãos. Ajudava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e contava ao pai a má fama deles.

3 Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho, porque lhe havia nascido em sua velhice; por isso mandou fazer para ele uma túnica longa.

4 Quando os seus irmãos viram que o pai gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não conseguiam falar com ele amigavelmente.

5 Certa vez, José teve um sonho e, quando o contou a seus irmãos, eles passaram a odiá-lo ainda mais.

6 "Ouçam o sonho que tive", disse-lhes.

7 "Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele."

8 Seus irmãos lhe disseram: "Então você vai reinar sobre nós? Quer dizer que você vai nos governar?" E o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do que tinha dito.

9 Depois teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: "Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim".

10 Quando o contou ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e lhe disse: "Que sonho foi esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar até o chão diante de você?"

11 Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, refletia naquilo. (Gênesis 37:1-11)

Na verdade, a situação de José era muito confortável. Amado pelo pai mais do que os irmãos, ele já se via em posição de superioridade em relação ao restante da família. Mas, José era visto pelos irmãos como o sonhador dedo duro. O puxa-saco do papai. Por isso não demorou muito até que resolvessem se livrar dele.

Certa vez Jacó enviou o caçula para fiscalizar o trabalho dos irmãos mais velhos no cuidado dos rebanhos e eles o prenderam e venderam como escravo para uma caravana de mercadores que iam para o Egito.

Certamente José não compreendeu nada. Porque seus irmãos fizeram algo tão terrível com Ele. Como aceitar que ele, filho amado de um dos homens ricos da região fora vendido como escravo e estava sendo mandado para outro país, onde ele não era ninguém. José estava perdendo tudo o que havia de mais importante para ele.

Não fique irritado se o Senhor lhe tirar algo que é parte importante de sua vida. Às vezes o Senhor tira porque precisamos aprender lições que só podem ser ensinadas na escassez. Às vezes o Senhor tira para que nossa confiança nele seja exercitada e se torne mais forte. Às vezes perdemos por um tempo, para que nossa atenção se volte para o agir de Deus, o cuidado dele em nossas vidas. Por isso não se desespere, não fique com raiva. Apenas confie no Senhor.

Foi assim que o Senhor começou a executar o Seu plano para cumprir a promessa que havia feito a Abraão, mas foi assim também que Ele começou a trabalhar a vida daquele jovem privilegiado que seria um instrumento afiado nas mãos do autor da História.

Permita que o Senhor transforme sua vida. Ele quer moldar o seu caráter, ele quer mudar sua maneira de ver o mundo e a vida. Ele quer torná-lo parecido com Cristo. Porque você não permite?


José, o profissional

Se José fosse preencher um cadastro para tirar um cartão de crédito na C & A, ele preencheria o campo profissão com “escravo”. Isso mesmo. José era escravo de Potifar, um oficial militar do Faraó egípcio. Ele era um serviçal que não tinha muito espaço para vontades ou desejos pessoais. A José, cabia executar as tarefas que lhe fossem dadas.

É possível que algumas vezes você já tenha se sentido assim em seu trabalho. Ainda que sua situação não seja nem parecida com a de um escravo, sem família, sem conhecidos, em um país distante. Mas, às vezes, bate aquela sensação de falta de propósito. Aí você olha pra si mesmo, olha pra tempo passando e começa a achar tudo um grande desperdício.

José, o nosso herói da fé aprendeu a lidar com tudo isso de maneira sábia: ele levou o Senhor para dentro do seu trabalho.

1 E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.

2 E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.

3 Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão,

4 José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pós sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.

5 E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.

6 E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de porte, e de semblante. (Gen 39:1-6)

Infelizmente uma parte dos crentes deixa o Senhor na igreja, depois do culto de domingo, e só volta a se encontrar com Ele novamente na semana seguinte.

Para esses irmãos, Deus não faz parte do seu trabalho. (A) Eles não convidam o Senhor para ajudá-los nas decisões que têm que tomar. (B) Quem deixa Deus na igreja também acaba sem saber como pedir que o Senhor que o fortaleza para cumprir um tarefa difícil. (C) Também não aprende a como pedir que o Senhor faça prosperar seu trabalho, por vivem sob lema “negócios, negócios; Deus fica à parte”, porque acham melhor não “misturar” as coisas.

Para José estava tudo misturado. José falava tanto de Deus, ele pedia tanto ao Senhor que abençoasse tudo o que ele fazia que até Potifar viu que algo diferente estava acontecendo, e creditou a prosperidade dos negócios ao Deus de José. José era um profissional comprometido com Deus em seu trabalho.

E você, meu irmão. Deus faz parte do seu trabalho também? Ou você prefere não misturar as coisas. Compreenda que essa é uma mistura santa. O Deus que é adorado aqui aos domingos, com cânticos e expressões de louvor também deve ser adorado de segunda a sábado, enquanto você trabalha, através de suas atitudes justas e do seu procedimento correto.

O Senhor quer abençoar seu trabalho, ele que fazer prosperar os seus negócios, mas você precisa levá-lo para dentro de tudo o que você faz. O que você acha de começar amanhã pela manhã? Ou quem sabe hoje à noite quando você estiver planejando a semana?








José, o homem

No final do verso 6 do capítulo 39, o escritor do Gênesis deixa uma pista para os capítulos seguintes dessa história: Além de um bom profissional, José era um homem elegante e bonito.

Foram exatamente essas características que fizeram a mulher do seu patrão prestar atenção a Ele. Talvez já fizesse anos que ela observava o jovem hebreu crescer e tornar-se um homem e o desejava. Um dia, porém, ela tomou coragem e concebeu o seu pecado.

7 e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: "Venha, deite-se comigo!"

8 Mas ele se recusou e lhe disse: "Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. 9 Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?" 10 Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela.

11 Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. 12 Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: "Vamos, deite-se comigo!" Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.

13 Quando ela viu que, ao fugir, ele tinha deixado o manto em sua mão, 14 chamou os empregados e lhes disse: "Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim, mas eu gritei. 15 Quando me ouviu gritar por socorro, largou seu manto ao meu lado e fugiu da casa". 16 Ela conservou o manto consigo até que o senhor de José chegasse à casa.

17 Então repetiu-lhe a história: "Aquele escravo hebreu que você nos trouxe aproximou-se de mim para me insultar. 18 Mas, quando gritei por socorro, ele largou seu manto ao meu lado e fugiu". 19 Quando o seu senhor ouviu o que a sua mulher lhe disse: "Foi assim que o seu escravo me tratou", ficou indignado. 20 Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei. (Gen 39:7-29)

Algumas pessoas pensam que diante do pecado, seja ele qual for, podem resistir heroicamente em nome de si mesmos, ou em nome da família, ou pelo amor que têm às esposas e filhos, ou por causa da tradição da família, ou até porque são pessoas de bem e não cometem tantos pecados assim.

Precisamos aprender com José, o nosso herói da fé. José sabia que a posição que ele ocupava na casa de Potifar, com direito a ir e vir por todas as dependências e decidir os negócios do seu Senhor era uma posição de confiança, por isso ele leva em consideração que não quer deseja trair essa confiança que foi depositada nele.

Mas, José, ao falar com mulher que o assediava, tenta explicar que a questão principal não era nem mesmo essa, mas sim que Ele tinha um compromisso com Deus e os valores de Deus, e não estava disposto a jogar isso fora. José entendia que, antes de tudo, a traição da confiança do seu Senhor era um pecado contra Deus.

Deus é o primeiro ofendido com os nossos pecados. Ele é primeiro que sofre a afronta por causa de nossas atitudes de descaso, desamor e falta de compromisso. A questão principal não é como seu marido, sua esposa, seus filhos, seu pastor, seus amigos, ou mesmo os colegas de trabalho vão considerar sua atitude, mas sim como tudo isso afeta seu relacionamento com Deus.

José entendeu que dormir com a mulher de Potifar poderia até ser uma aventura estimulante, mas ele viu que isso o afastaria de Deus e preferiu dizer não.

Como você tem tratado o pecado em sua vida? Será que você percebe que brincar com o pecado é como jogar areia no seu relacionamento com o Senhor. O que você acha de começar a dizer não para a mentira, fofoca, adultério, exploração, desonestidade, preguiça, inveja, avareza, egoísmo e tantos outros pecados.
José, o intérprete

Através de tudo que passou no Egito, Deus transformou aquele jovem mimado e sonhador, em um home capaz de interpretar os sonhos. No entanto havia algo na interpretação dos sonhos feita por José que pode ser considerada uma das grandes marcas dos heróis da fé.

1 Algum tempo depois, o copeiro e o padeiro do rei do Egito fizeram uma ofensa ao seu senhor, o rei do Egito. 2 O faraó irou-se com os dois oficiais, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros, 3 e mandou prendê-los na casa do capitão da guarda, na prisão em que José estava. 4 O capitão da guarda os deixou aos cuidados de José, que os servia. Depois de certo tempo, 5 o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam na prisão, sonharam. Cada um teve um sonho, ambos na mesma noite, e cada sonho tinha a sua própria interpretação. 6 Quando José foi vê-los na manhã seguinte, notou que estavam abatidos. 7 Por isso perguntou aos oficiais do faraó, que também estavam presos na casa do seu senhor: "Por que hoje vocês estão com o semblante triste?" 8 Eles responderam: "Tivemos sonhos, mas não há quem os interprete". Disse-lhes José: "Não são de Deus as interpretações? Contem-me os sonhos".(Gen 40:1-8)


14 O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se barbear e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó. 15 O faraó disse a José: "Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo". 16 Respondeu-lhe José: "Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável". (Gen 41:14-16)

Os heróis da fé são pessoas humildes, que não procuram a exaltação de si mesmo, mas entregam a Deus o louvor a honra e a glória. Os heróis da fé não usurpam as realizações do Senhor.

Quando Deus faz algo em sua vida eles dão o crédito ao Senhor. Quando uma tarefa difícil é executada eles destacam o auxílio do Senhor, quando uma decisão sábia é tomada eles falam de como o Senhor os ensinou. Quando uma vitória é alcançada eles falam sobre o agir do Senhor e não sobre suas habilidades. Quando eles resistem e são fiéis ao Senhor, eles louvam a bondade e a misericórdia daquele que os guardo. Hoje eu quero encorajá-lo a entregar-se nas mãos do único que pode transformar pessoas comuns e Heróis da fé.

24 agosto 2008

Heróis da Fé - Jacó

Introdução

Hoje chegamos ao quarto herói da fé: Jacó.

Começamos com vida de Noé, um homem íntegro com Deus, com boa reputação entre os seus e que acreditou no o Senhor lhe disse que faria. Noé confiou que a palavra de Deus se cumpriria, mesmo que contrário a todas as circunstância. Noé demonstrou sua confiança no Senhor através de sua obediência. Isso fez de Noé um herói da fé.

Depois, conhecemos um pouco mais sobre Abraão, o pai da fé. Um homem que não foi corajoso o tempo todo, mas que acreditou nas promessas de Deus, decidiu ser fiel unicamente ao Deus altíssimo e atendeu ao chamado de deixar sua cidade, seus parentes e tudo mais para alcançar algo que ainda não existia.

Em seguida, descobrimos que Isac foi uma espécie de anti-herói da fé. Ele era um homem comum, sem muita fibra. Filho único de pais idosos, mimado na infância, ele não realizou nenhum grande feito ou algo notável. O escritor de Hebreus, no entanto afirma que Isac, pela fé, creu na promessa de Deus e por isso abençoou seus filhos Esaú e Jacó com a mesmas promessas que os Senhor tinha dado a Abraão, seu pai

Hoje vamos conhecer alguns fatos da vida de Jacó. Ele deu nome ao povo descendente de Abraão. Em um momento marcante de sua vida, Jacó teve seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó deram nome às doze tribos de Israel e são a base da formação da nação poderosa que, no oriente médio, tem seu limites geográficos na região prometida por Deus a Abraão.

Gêmeos, mas diferentes

Jacó e seu irmão Esaú eram gêmeos, mas não eram idênticos; nem por fora, nem por dentro.

19 E agora, o relato dos descendentes de Isaque, filho de Abraão: 20 Isaque tinha 40 anos quando casou com Rebeca, filha de Betuel, o arameu de Padan-Arã, e irmã de Labão.

21-22 Isaque orou insistentemente para que Rebeca lhe desse um filho, pois que era estéril. O Senhor ouvia as suas orações, e por fim ficou grávida. Dois bebês como que lutavam dentro dela. Mas porque sou assim?, exclamava. E pediu ao Senhor que a esclarecesse.

23 E o Senhor disse-lhe: Os filhos que tens no teu seio tornar-se-ão dois grandes povos rivais. Um deles será mais forte. E o mais velho terá de submeter-se ao mais novo.

24-26 E quando se cumpriu o seu tempo teve dois gêmeos. O primeiro ao nascer vinha tão cabeludo no corpo todo que até parecia estar envolvido numa manta de pele de animal. Então chamaram-lhe Esaú . O outro, ao nascer, vinha agarrado ao calcanhar do irmão. Por isso lhe puseram o nome de Jacó. Tinha Isaque 60 anos quando lhe nasceram estes dois gêmeos.

27 Entretanto os meninos cresceram e tornaram-se homens, e Esaú fez-se um hábil caçador, enquanto que Jacó tinha um feitio sossegado, e preferia ficar em casa. 28 Isaque gostava muito de Esaú, porque a caça também era muito do seu gosto. Rebeca tinha uma predileção especial por Jacó. (Gênesis 25:19-27)

Jacó era filho de Isaque e neto de Abraão. Abraão viveu 175 anos, Isaque viveu até os 180 e Jacó morreu com 147 anos. Quando Isaque nasceu, Abraão tinha 100 anos e quando Jacó nasceu, Abraão tinha 160 anos e Isaque tinha 60 anos. Se você fizer as contas vai ver que o vovô Abraão conviveu cerca de 15 anos com o netinho Jacó.

Não é demais imaginar que Jacó, sentado do colo do vovô Abraão, ouvia as histórias do ancião a respeito de como Deus o havia desafiado a sair da cidade de Ur, na caldéia. Abraão também deveria falar para Jacó sobre as promessas feitas para ele para os seus descendentes: Uma terra, uma descendência numerosa e prosperidade.

Esaú era o mais velho e tinha o direito de primogenitura (herança dobrada em relação aos demais irmãos). Ele gostava da vida livre do campo, era um caçador e pouco parava em casa. Jacó era alguns minutos mais novo que Esaú. Ele não era afeito a muitas aventuras e preferia cuidar dos negócios de casa.

Talvez Isaque tenha visto em Esaú o que ele próprio não foi e por isso afeiçou-se a Ele; Rebeca, por outro lado, apegou-se a Jacó, que logo se transformou em sua companhia mais presente.

É importante aqui deixar um alerta sobre os pais que permitem que sua identificação com o jeito de ser de um filho se transforme em predileção e por fim em parcialidade em relação aos outros. Os filhos são diferentes e precisam ser amados de forma diferente, mas isso chegar ao ponto em que o amor, a atenção e o cuidado são negados a um deles, estamos diante de uma situação capaz de destruir vidas e relacionamentos.

Descubra o jeitão do seu filho, perceba a maneira de ser de sua filha. Encontre o caminho para demonstrar a seu amor a todos eles, mas não abra espaço para a predileção. Não permita que a alma frágil de seu filho ou filha seja abalada pela dúvida em relação ao seu amor por ele(a).

Por causa dessa identificação com Rebeca, não é muito difícil imaginar que em sua infância e juventude Jacó tenha ouvido sua mãe falar inúmeras vezes sobre a resposta que ela recebeu de Deus quando estava inquieta em sua gravidez: dois povos rivais... O mais velho se submeterá ao mais novo.

O esquema de Jacó

Jacó creu nas promessas dadas ao avô Abraão e ambicionou o direito de primogenitura do irmão mais velho. Na primeira oportunidade, ele fez um negócio particular com o irmão.

29 Um dia Jacó estava a preparar um guisado quando chegou Esaú, exausto de correr pelos campos à caça.

30 Deixa-me comer desse teu guisado apetitoso e vermelho que aí tens! Até foi por isso que lhe ficou a alcunha de Edom .

31 Está bem, disse Jacó. Mas em troca, dás-me o teu direito de filho mais velho.

32 De acordo. Porque, no fundo, para que me há-de servir isso se estou a desfalecer, quase a morrer!

33 Então jura-me diante de Deus que esse direito há-de ser meu!E Esaú jurou, vendendo assim o seu direito de filho primogênito ao irmão mais novo.

34-35 Jacó deu-lhe o guisado de lentilhas que estava a preparar, mais o acompanhamento. Esaú comeu, bebeu e foi-se embora indiferente à perda dos seus direitos de filho mais velho. (Gênesis 25:29-35)

Na verdade não há nada de errado em almejar o melhor para nossas vidas. Mas é preciso ser cauteloso quanto aos meios que usamos para obter o que queremos. Maquiavel, em sua obra “O Principe” afirmou que os fins justificam os meios, mas para Cristo os meios devem ser tão nobres quando os fins. Se a maneira como alcançamos nossos objetivos é escusa, então não há legitimidade naquilo que se obtivemos.

O apóstolo Paulo, no capitulo 13 da primeira carta aos coríntios, afirma que os dons não forem exercidos por amor, o resultado deles não serve pra muita coisa.

1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 1Co 13:1 .

O esquema de Isaque

Se por um lado, Jacó tinha um plano pessoal para alcançar seus objetivos. Por outro lado, Isaque planejava cumprir as tradições, principalmente porque isso beneficiava Esaú, seu filho predileto.

Quando ele se aproximou dos 140 anos achou que sua morte já estava próxima e, em segredo, falou para Esaú que estava na hora de que ele recebesse a bênção da primogenitura. Esaú achou ótimo, e fez questão de se esquecer do negócio que tinha feito como o irmão mais novo.

1 Um dia quando Isaque já estava bastante idoso e meio cego, chamou pelo filho mais velho. Que é, meu pai?

2-4 Escuta. Eu já estou muito velho; e conto com a morte quase em cada dia. Por isso pega na tua arma de caça, vai ver se me apanhas algum animal e prepara-mo daquela maneira que tu sabes - como eu gosto, saborosa - depois traz-mo cá para que coma, e para que te dê a bênção que te pertence como filho mais velho; após isso estarei mais à vontade para morrer quando for o momento disso. (Gênesis 27:1-4)

O esquema de Rebeca

O nosso herói da fé, a essa altura, estava obcecado com o seu próprio planejamento para obter o que desejava. Jacó esqueceu-se que bênção e heranças não devem ser exigidas, mas recebidas. Jacó, o nosso herói da fé, achava que não se poderia correr o risco de dar errado as bênçãos prometidas a Deus ao seu avô Abraão. O que seria das promessas de Deus? Como se cumpriria o que sua mãe lhe falara sobre ele, Jacó, ser superior ao seu irmão Esaú? Jacó, o nosso herói da fé, então, foi cúmplice em uma trama cheia de mentira, engano e manipulação.

5-7 Ora Rebeca ouviu essa conversa. Por isso quando Esaú saiu para caçar, chamou Jacó e contou-lhe o que o pai tinha pedido a Esaú. E acrescentou:

8-10 Agora vais fazer exatamente o que eu te disser: Vais ao rebanho, trazes-me de lá dois bons cabritos ainda pequenos, e eu própria os prepararei da forma que o teu pai gosta. Depois leva-lhos para que os coma, e por fim te abençoará em lugar de Esaú!

11-12 Mas, mãe!, retorquiu Jacó, bem sabes que Esaú é muito cabeludo, e que eu tenho pele lisa; o pai vai querer tocar-me, para se certificar! E vai ver que eu quis enganá-lo, o que trará sobre mim antes maldição e não bênção!

13 Se te amaldiçoar, que isso caia sobre mim, meu filho. Faz o que eu te digo. Vá, vai já buscar os dois cabritinhos como te pedi.

14-18 Jacó assim fez. Foi buscar os animais que a mãe preparou conforme o pai gostava. Rebeca em seguida trouxe as melhores roupas de Esaú, as roupas de dias de festa que estavam ali na casa, e mandou que Jacó os vestisse. Depois com as próprias peles dos cabritos fez duas luvas para as mãos do filho, assim como uma faixa que lhe pôs à volta do pescoço; por fim deu-lhe o guisado, que estava muito saboroso e que cheirava muito bem, juntamente com pãezinhos frescos feitos para aquela altura. Jacó levou o tabuleiro com a comida ao quarto onde o pai estava deitado: Pai? Sim, meu filho. Mas quem és, Esaú ou Jacó?

19 Sou Esaú, o mais velho. Fiz o que me pediste. Aqui está a caça preparada como tu gostas. Levanta-te, come e abençoa-me segundo tudo o que sentes no coração. 20 Como foi que conseguiste apanhar caça assim tão depressa, meu filho?Foi o Senhor que a pôs no meu caminho!

21 Chega-te aqui. Quero sentir-te, para ver se és realmente Esaú. 22 Jacó aproximou-se do pai, que lhe tocou no corpo. A voz é a de Jacó; mas as mãos são realmente as de Esaú! 23 E não conseguiu reconhecê-lo porque o disfarce que Jacó trazia o enganou.

24 És mesmo Esaú? Sou, sim Senhor! 25 Bem, então chega-me aí a comida; depois de comer abençoar-te-ei conforme tudo o que sinto no coração. Jacó chegou-lhe a travessa; ele comeu, acompanhado com o vinho que o filho também lhe trouxera.

26 Vem cá e dá-me um beijo, meu filho! Jacó chegou-se e deu-lhe um beijo no rosto. Isaque cheirou as roupas que ele tinha vestido; finalmente pareceu convencido e abençoou-o.

27-29 Este cheiro do meu fiho é o bom cheiro da terra e dos campos que o Senhor abençoou! Que o Senhor te dê sempre abundância de chuvas para as tuas searas, colheitas ricas e vinho novo. Que muitos povos te venham a servir e te honrem. Que sejas senhor dos teus irmãos e que te respeitem. Malditos sejam os que te amaldiçoarem e benditos sejam os que te abençoarem.

30-31 Isaque tinha acabado de abençoar Jacó, e este apenas tinha saído do quarto onde se encontrava o pai quando Esaú chegou da caça. Foi também preparar o prato favorito do seu pai e trouxe-lho: Pronto, aqui estou eu, meu pai, com a caça que me pediste. Senta-te e come, para que me possas dar então a tua melhor benção!

32 Mas, quem és tu? Sou eu, Esaú, teu filho mais velho!

33 Isaque começou a tremer todo. Então quem foi que esteve aqui agora mesmo, e que me deu a comer da caça que eu pedira, e a quem eu já abençoei, sem poder voltar atrás?!

34 Esaú, ao ouvir aquilo, começou a clamar de desespero profundamente amargurado. Ó meu pai, abençoa-me, abençoa-me também!

35 Foi o teu irmão quem esteve aqui e me enganou, e conseguiu tomar de mim a tua bênção!

36 E Esaú comentou decepcionado: Não é de admirar que se chame Suplantador! Primeiro ficou-me com o meu direito de filho mais velho, e agora arrebata-me a bênção. Pai, então não tens ainda alguma bênção para me dar?

37 Eu pu-lo por teu senhor; os seus parentes e tu próprio o servirão; garanti-lhe abundância de trigo e de vinho. O que é que há-de ter ficado para ti?

38 Mas, nem uma só pequena bênção ficou para mim? Pai, abençoa-me também! E Esaú chorou de desespero.

39-40 Não terás uma vida fácil, nem confortável - a terra não te dará o melhor que tem, nem o céu as suas chuvas. Mas pela espada conseguirás abrir-te um caminho na vida. Por um tempo servirás o teu irmão, mas por fim sacudirás o seu domínio e ficarás livre. (Gênesis 27:4-40)

Você achava que era só na sua família que tinha essas “arrumações”? Pareceu lógico para Jacó e Rebeca, sua mãe, que a prosperidade prometida por Deus deveria começar com a herança de Isaque. O nosso herói da fé não conseguir aguardar que Deus agisse, e resolveu agir por conta própria, talvez com medo de que Deus fracassasse.

Vale lembrar que depois desse episódio, Jacó teve que fugir da casa do pai “com uma mão na frente e outra atrás” (Esaú jurou o irmão de morte, assim que o pai morresse). Jacó acabou como empregado de um tio chamado Labão e por 20 anos trabalhou para esse tio. Toda a riqueza de Jacó, portanto, não veio da herança do pai, mas da bênção do Senhor em seu trabalho com o tio.

E você meu irmão, qual é o seu plano mirabolante? Qual é o esquema que você montou para que a bênção do Senhor lhe alcance? Alguém precisa ser enganado, ou o enganado é só você mesmo? Será que uma meia-verdade precisa ser dita (afinal é para uma boa causa)?

Você às vezes age como Jacó, que considerou as bênçãos e as promessas mais importantes do que os princípios de Deus? O que você acha de experimentar a fé. Confie no mover de Deus e não abra mão daquilo que o Senhor acha importante. Assim, o seu modo de viver se tornará digno do chamado que temos de Deus para sermos santos.

1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz. (Eph 4:1-3)

O esquema de Deus

Um encontro pessoal

O plano de Deus para transformar pessoas comuns em heróis da fé passa primeiro por um encontro pessoal com Ele. Não haverá grande benefício para você Ele é o Deus da igreja. Não adianta muito se o Deus a quem você adora é o Deus do seu pai, ou o Deus de sua mãe. Também não vai se de grande valia se ele for apenas o Deus do pastor, ou o Deus de algum pregador famoso.

Deus deseja encontrar-se com você. Foi assim que aconteceu com Jacó.

10-11 Jacó partira pois de Berseba a caminho de Harã. Ao anoitecer, procurou um local onde passar a noite; procurou uma pedra que lhe servisse de cabeceira para descançar a cabeça, e adormeceu.

12-14 A dormir, sonhou com uma escada que ia da terra até ao céu, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. No cimo das escadas estava o Senhor, que lhe disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão e do teu pai Isaque. Essa terra em que estás deitado é tua. Dar-ta-ei a ti e aos teus descendentes. Porque terás tantos descendentes como o pó da terra; hão-de cobrir a Terra do Oriente ao Ocidente, e do Norte ao Sul. E todas as nações da Terra serão abençoadas por intermédio de ti e deles.

15 E mais ainda, eu estou contigo e te protegerei onde quer que fores; hei-de tornar a trazer-te com segurança a esta terra. Serei contigo a todo o momento, a fim de te dar tudo quanto te estou a prometer.

16-17 Jacó acordou: Deus vive aqui, e eu não sabia!, exclamou. E teve medo. Que lugar tremendo! Isto é mesmo a própria entrada no céu!

18-22 Na manhã seguinte levantou-se cedo, pegou na pedra sobre a qual tinha dormido, ergueu-a e colocou-a em forma de pilar, em sinal comemorativo, derramando azeite sobre ela. E chamou àquele local Betel , ainda que o nome da localidade próxima dali fosse Luz. E formulou assim este voto: Se Deus me ajudar e me proteger nesta viagem, se me der comida e roupa, e me trouxer em segurança de novo para os meus pais, então o Senhor será o meu Deus. E este pilar tornar-se-á um local de adoração, comprometendo-me a dar-lhe a décima parte de tudo quanto ele me der. (Gênesis 28:10-22)

Não bastava que Deus fosse de Deus de Abraão e Isaque! Ali, no meio da estrada, não tinha mais ninguém. Abraão, o avô já era morto. Isac não estava lá, Rebeca não estava lá, Esaú não estava lá. Era só Jacó é Deus. E Deus falou com Jacó.

Hoje não tem mais ninguém. É você e Deus. E ele quer falar com você. Quero encorajá-lo a falar com Ele agora como o seu Deus. Agora é você Ele.

Um espelho para nos vermos

Deus queria ensinar coisas a Jacó sobre o seu caráter. É assim que acontece com aqueles que se encontram com o Senhor. Ele entram na escola de Deus.

Jacó era um sujeito esperto que sempre saía levando vantagem. Deus então providenciou um espelho para que Jacó se enxergasse. Labão, seu tio, irmão de sua mãe, era esse espelho.

16-18 Labão tinha duas filhas, Leia a mais velha, e a segunda, Raquel. Leia tinha uns olhos muito bonitos, mas Raquel era formosa e tinha encanto. Ora como Jacó amava Raquel, disse: Trabalho para ti durante sete anos, e depois deixas-me casar com Raquel.

19 De acordo! Prefiro dar-ta a ti do que a um outro qualquer fora da família!

20-21 Dessa forma trabalhou Jacó sete anos por Raquel; e pareceu-lhe pouco tempo, pelo muito que a amava. Chegou por fim a altura de casar com ela. Cumpri o contrato. Agora dá-me Raquel, para que seja minha mulher, disse a Labão.

22-23 Labão juntou os homens todos do local para fazer uma festa celebrando o acontecimento. E quando a noite já ia avançada, Labão, aproveitando-se do escuro, trouxe Leia aos aposentos de Jacó, o qual veio a tomá-la por mulher.

24 (Labão deu a Leia, para ser a sua criada, uma empregada da casa, Zilpa.)

25 Aconteceu portanto que na manhã seguinte Jacó veio ter todo indignado com Labão: Mas que foi isto? Porque é que me enganaste? Não trabalhei eu sete anos para ter Raquel?

26-27 Mas é que não é costume fazer assim nesta terra, respondeu o sogro. Nunca se dá a filha mais nova em casamento antes da outra! Deixa passar a semana habitual de núpcias, e terás então Raquel também, mas se prometeres trabalhar para mim mais sete anos!

28 E Jacó concordou em trabalhar outros sete anos, ficando com Raquel igualmente.

Parece que Jacó encontrou um esperto, mas esperto do que ele. Os 20 anos que Jacó passou como empregado de Labão serviram eram uma oportunidade para que ele avaliasse suas próprias atitudes.

Os espelhos são parte do tratamento de Deus, por isso não fuja deles. Às vezes são pessoas, às vezes são circunstâncias da vida, às vezes é a própria palavra de Deis. Não importa! Não fuja dos espelhos, porque eles fazem parte da maneira como Deus nos ensina sobre nós mesmos.

Quando o Senhor estiver revelando coisas sobre você, ouça. Considere o que Ele estiver dizendo, porque com certeza é para o seu bem.

17 agosto 2008

Heróis da Fé - Isaque

Introdução

Hoje vamos continuar nossas reflexões sobre os heróis da fé e comentar alguns fatos sobre a vida de Isaque. Não sei se você passou por aquela situação em que é chamado a falar algo sobre alguém e as coisas que lhe vêem à mente não vão ajudar muito a pessoa?

Vamos fazer um exercício aqui. Se você já leu a história dos patriarcas hebreus, pense agora o que você se lembra a respeito das realizações de Isaque? Quais são as situações memoráveis das quais ele participou? Alguma grande batalha, algum ato de bravura, alguma decisão importante? O que você se lembra a respeito das afirmações poderosas que ele fez? Você lembra algum título que ele tenha recebido?

Se os patriarcas da fé (Abraão, Isaque e Jacó) fossem uma família, Isaque seria o filho do meio que não encontrou sua identidade. Não há grandes afirmações sobre ele. Isaque era uma pessoa de aparência comum que passava pelas situações comuns da vida. Ele era um sujeito que poderia ser confundido com qualquer outro de seu tempo, mas foi colocado na galeria lado a lado com os baluartes da fé. Ele era uma espécie de anti-herói da fé.

Isaque não ganhou nenhuma batalha...
...Não construiu nenhuma cidade ou monumento;
...Não desenvolveu nenhuma tecnologia;
...Não foi um grande negociador;
...Não foi alguém muito sábio ou inteligente.

Se isaque foi considerado como um herói da fé (ele foi listado pelo escritor de Hebreu – capítulo 11- no famoso “pela fé fulano fez isso e aquilo), então isso quer dizer que há uma esperança para mim e para você.

Fatos na vida do Herói da fé

Vamos conhecer um pouco mais da vida desse herói da fé que é gente comum como você e eu. Para isso, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito dele.

A infância

1-2 Portanto o Senhor fez conforme tinha prometido. Sara ainda que fosse já uma mulher idosa ficou grávida e deu um filho a Abraão, na altura que o Senhor lhes tinha indicado. 3 Abraão pôs-lhe o nome de Isaque . 4 Oito dias após o nascimento circuncidou-o, segundo o que Deus tinha ordenado. 5 Tinha então Abraão 100 anos de idade.

6-7 E Sara declarou: Deus fez com que eu me risse! E todos os que souberem o que me aconteceu hão-de alegrar-se comigo! Porque, quem havia de sonhar sequer que eu podia vir a ter um menino? E a verdade é que acabo de dar um filho a Abraão, já em plena velhice!

8-10 O tempo foi passando, o bebê ia crescendo, e foi desmamado. Abraão deu, nessa altura, uma grande festa com banquete para comemorar o acontecimento. No entanto Sara reparou que Ismael, o filho de Abraão e da sua criada Agar, se divertia com aquilo tudo, e fazia troça. Então disse a Abraão: Manda embora essa criada, mais o seu filho; porque este de maneira nenhuma poderá vir a herdar o que temos juntamente com o nosso menino! (Gênesis 21:1-10)

Isaque era o filho prometido. Imaginem só a situação: o “vovô” Abraão e a vovó Sara depois de muitas tentativas e mesmo depois de desistirem ficam grávidos de um garoto, que nasce com saúde.

Abraão era um homem muito rico e com certeza cercou o filhote de muito conforto e proteção. Não é difícil imaginar que o “isaquinho” era tratado como uma taça fina de cristal. A promessa de Deus dependia daquele menino. A mãe-vó Sara não podia ver qualquer ameaça ao menino que já partia em defesa dele. É arriscado dizer, mas talvez isaque tenha sido daqueles garotos que não podem ser contrariados.

Há muitos pais que pensam que a melhor forma de expressar amor aos seus filhos é jamais contrariá-los, mas isso não é verdade. Amar também é colocar limites.

Ainda bebê, isaque foi circuncidado conforme o pacto que Deus tinha feito com Abraão, portanto ele estava sendo criado pelos pais para ser um modelo. Afinal de contas, o pequeno Isaque era o cumprimento da promessa de Deus e precisava fazer tudo certinho.

Por volta dos três anos de idade, isaque foi desmamado e Abraão fez uma festa para comemorar esse momento. No meio da festa, Ismael começa “isaquear” Isaque. Os gracejos de Ismael não passam despercebidos, principalmente porque o texto indica que as piadas de Ismael em relação a Isaque tinham a ver com quem era o filho mais velho de Abraão, e portanto herdeiro da riqueza do pai. Ismael foi mandado embora.

Isaque cresceu sabendo sobre o encontro de Deus com seu pai e que ele era o cumprimento vivo da promessa de Deus. Essas histórias falavam da vida de seu pai, não da vida dele. Não é um exagero dizer que Isaque levava em sua alma o peso das expectativas de toda sua família.

É assim com você? Seus passos parecem mais difíceis, mais lentos, por causa do peso daquilo que esperam de você? Você é aquele que foi paparicado na infância e que agora carrega a responsabilidade de realizar o sonho dos outros, porque na verdade não tem o seus sonhos? Como é grande a carga extra sobre os ombros daqueles que não têm história própria.

Não se entristeça por causa disso. Se Deus fez de Isaque um herói da fé, há esperança para todos aqueles que têm suas histórias desbotadas pelo brilho daqueles que vieram antes. Deus tem um futuro significativo para você. O Senhor fará de você um herói da fé; ainda que você não se sinta, assim, com cara de herói.

A adolescência e juventude

Talvez por volta dos 20 anos, isaque vive uma história dramática, cheia de suspense e com um final surpreendente. Cedo pela manhã, ele é acordado por seu pai e chamado para fazer uma viagem. O caminho era longo, por isso eles prepararam provisões. O motivo era sacrificar ao Senhor, por isso eles levaram o que era necessário para o seu propósito.

1 Mais tarde, Deus quis provar a fé e a obediência de Abraão. Abraão!, chamou Deus. Dize, Senhor; o que é? 2 Pega no teu filho, Isaque, o teu único filho, a quem tanto amas, vai à terra de Moriá e oferece-o lá em sacrifício, num dos montes que te hei-de indicar.

3-5 No dia seguinte, de manhã cedo, preparou o seu jumento para a viagem, assim como a lenha necessária para o sacrifício, e, na companhia do seu filho Isaque e de mais dois moços, seus criados, partiu para onde Deus lhe tinha dito. Ao terceiro dia de viagem Abraão viu de longe o lugar para onde se dirigia; e disse aos moços que iam com ele: Fiquem aqui com o animal, porque eu, mais o meu rapaz, vamos até ali para adorar, e logo regressaremos. 6 Abraão pôs a lenha do sacrifício às costas de Isaque, pegou no sílex para o fogo e no cutelo e prosseguiram juntos.

7 Pai, disse Isaque. Temos lenha, temos lume para o fogo, mas onde está o cordeiro para o sacrifício? 8 Deus já escolheu um cordeiro, meu filho. E continuaram juntos o caminho.

9-11 Quando chegaram ao local designado pelo Senhor, Abraão construiu um altar, pôs a lenha em ordem pronta a arder, amarrou Isaque, deitou-o no altar em cima da lenha, e pegou no cutelo a fim de sacrificar o seu filho. Mas nesse preciso momento o anjo do Senhor gritou-lhe, desde o céu: Abraão! Abraão! Que é Senhor!

12 Baixa a tua mão, não lhe faças mal algum. Porque já sei agora que respeitas Deus, a ponto de não me recusares nem sequer o teu único e querido filho!

13 Logo a seguir Abraão reparou num carneiro que estava por detrás deles, preso pelas hastes a um arbusto. Pegou então no animal e sacrificou-o sobre o altar, em lugar do filho. (Gênesis 22:1-13)

Como terão sido aqueles dias de viagem de Isaque com seu pai? Mudos e fúnebres ou um passeio alegre e barulhento? Qual foi o impacto de tudo aquilo em sua vida?

Ora, no meio do caminho ele percebeu que algo estava errado: onde estava o cordeiro para o sacrifício? Ele estava familiarizado com essa forma de expressar louvor a Deus. A pergunta dele era sincera, porque não havia qualquer motivo que o levasse a desconfiar do que estava prestes a acontecer.

Mas, quando seu pai começou a amontoar as pedras e fazer um altar, imagino que aquele moço a ficar preocupado. Quando, então, seu velho seu pai, talvez com lágrimas nos olhos, sem dizer qualquer palavra, começa a amarrar suas mãos e seus pés, o coração de Isaque começou a bater forte e o instinto de auto-proteção lhe dizia para fazer algo rápido.

Por que Isaque não reagiu à aparente loucura do pai idoso? Por que Ele se deixou amarrar sobre um monte de pedras toscas e permitiu que o pai caísse sobre ele com um cutelo?

Porque seu pai, que o amava tanto, faria isso? O que ele tinha feito de errado? Onde ele tinha perdido o amor do pai? Ou será que era o próprio Deus que não gostava dele. Porque seu pai o estava usando no lugar do cordeiro?

Talvez seu passado tenham deixado muitas marcas. Talvez as memórias que vez por outra lhe assediam a alma sejam uma mistura de lembranças alegres de lindas viagens (como aquela que Isaque fez com seu pai), e outras lembranças incompreensíveis de dores sem motivos, de perdas que não eram para acontecer, como foi com Isaque.

Isaque foi profundamente marcado por aquele momento. Talvez as marcas que ele sofreu não sejam todas boas, mas, uma delas com certeza é: ele aprendeu de forma prática que a obediência a Deus é o resultado de um coração que confia completamente no Senhor.

Se sua alma foi partida, se você se sentiu traído por aqueles a quem ama, se você se sentiu usado como um objeto... nem tudo está perdido! Há uma esperança: mesmo que você esteja no meio do sofrimento entregue-se ao Senhor. Sua dor e suas dúvidas serão transformadas em bem para sua alma, se você aprender a confiar completamente no Senhor, ao obedecê-lo acima de tudo e qualquer um.

O Senhor tem o poder torná-lo um herói da fé, assim como Ele fez com Isaque.

A Herança

Sara, mãe de Isaque, fez de tudo para preserva a herança do seu filho, e pressionou Abraão para que ele expulsasse o filho da escrava Agar. No entanto, há uma herança que não precisamos fazer muito esforço para receber: a herança da convivência com nossos pais.

Quem ainda não se pegou falando, agindo ou pensando exatamente como o pai ou a mãe faziam?!

6 Assim ficou Isaque em Gerar. E quando os homens dali lhe perguntavam quem era Rebeca, respondia: É a minha irmã! Porque tinha receio pela sua própria vida se dissesse que era a sua mulher. Temia que o matassem por causa dela, visto que era muito atraente.

7-8 Mas algum tempo mais tarde, Abimeleque, rei dos filisteus, aproximando-se de uma janela do seu palácio, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher.

9 Então mandou chamar Isaque e exclamou: Mas afinal ela é a tua mulher! Porque é que disseste que era a tua irmã? Porque tinha medo que me matassem para ficarem com ela!

10-11 Como é que foste capaz de nos tratar desta maneira? Podia muito bem ter acontecido que alguém tentasse violá-la, e todos nos teríamos tornado culpados de um grave delito por tua causa. Assim Abimeleque mandou publicar um comunicado em que dizia: Seja quem for que tocar neste homem ou na sua mulher morrerá. (Gênesis 26:6-11)

Isaque era realmente um cidadão comum. Ele carregava consigo as influências do comportamento e dos valores de seu pai. Por essa herança ele não precisou brigar. Para ele a mentira não era uma coisa desconhecida, mas fazia parte de sua história familiar.

É assim também com você? Talvez não seja a mentira, mas seja a arrogância, ou a omissão, ou o desrespeito, ou a insatisfação, ou talvez a agressão. Talvez a tristeza pela vida, ou a euforia sem razão. Quando você menos espera... Lá está você repetindo outra vez.

Não desanime! Se Deus fez de Isaque um herói da fé, Ele também pode fazer isso com você.

Nenhum de nós é riscado do caderninho de Deus por causa de nossas limitações. Esse é um aprendizado difícil para quem vivem na base do mérito, mas é necessário se desejamos nos relacionar como o Deus da Maravilhosa Graça.

Nossas heranças familiares não são empecilhos para a ação transformadora de Deus, ao contrário. O apóstolo Paulo recebeu a seguinte palavra do Senhor “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Deus toma em suas mãos os fracos, sem ânimo e derrotados e transforma essa gente em heróis da fé. Está disposto?

Pensando aquém

A palavra aquém não é muito usada, mas ela quer dizer abaixo, inferiormente, menos. Parece que o mimo excessivo e a superproteção que Isaque sofreu na infância e adolescência foram golpes poderosos na imagem que ele tinha de si mesmo. Isaque pensava sobre ele mesmo aquém do que era verdade.

16 Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17 Então Isaque partiu dali e fez o seu acampamento no vale de Gerar, e habitou lá. (...)

26 E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército.27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós?28 E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo.29 Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do SENHOR. 30 Então lhes fez um banquete, e comeram e beberam; (Gen 26:16-30)

Abimeleque, percebeu que Isaque tinha prosperado grandemente e que tinha se tornado mais poderosos do que todos os moradores da terra. Sua primeira providência foi mandar Isaque para outro lugar. Depois de um tempo, Abimeleque pensa melhor e resolve fazer uma aliança de paz com Isaque.

No entanto, as primeiras palavras de Isaque revelam que conseguia enxergar-se como alguém com quem outras pessoas desejassem desenvolver um relacionamento de paz. Ele não tinha segurança sobre si mesmo e sua principal reclamação era o fato de se sentir odiado e rejeitado por aquelas pessoas.

27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós? (Gen 26:27)

Você já passou por isso? Ou isso é uma constante em sua vida? Talvez seja hora de você olhar para si com o olhos de Deus. Veja o que ele disse para Isac no meio dessa situação:

24 E apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, (Gen 26:24)

Não tema por causa de suas fraquezas, não tema porque causa de suas carência, não tema por causa de sua humanidade pecadora e falha, O SENHOR É COM VOCÊ. E fará de você um herói da fé.

10 agosto 2008

Heróis da Fé – Abraão

Introdução

• Abrão era um semita, isto é, descendente de Sem;
• Filho de Tera, Abraão era natural da cidade de Ur dos Caldeus;
• Ur foi uma próspera cidade da Mesopotâmia localizada a cerca de 160 Km da grande Babilônia, junto ao rio Eufrates, habitada na antiguidade pelos caldeus;
• Abraão foi casado com Sara, que era sua irmã por parte de pai. Sara era uma mulher belíssima.
• Abraão se tornou um homem muito rico. Ele era dono de rebanhos, servos e servas, ouro e prata; Ele tinha vida nômade. Sua vida foi vivida debaixo de tendas.
• Abraão é considerado por muitos estudiosos como o pai do monoteísmo. Ele é o ponto comum entre as três maiores religiões monoteístas de nosso tempo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo;
• Em meio a uma cultura politeísta, ele respondeu com fé ao chamado do Deus único.
• Hoje, dia de homenagem aos pais, vamos refletir sobre a vida de Abraão, não só um herói da fé, mas o pai da fé.

Fatos na vida do Herói da fé

Para conhecer um pouco mais sobre Abraão, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito desse homem:

O Chamado
1-2 O Senhor disse a Abrão: Deixa a tua terra e a tua família, o teu povo, e vai para a terra onde eu te levar. Farei que sejas pai de uma grande nação. Abençoar-te-ei e tornarei o teu nome famoso. E tu próprio serás uma bênção para muitos outros. 3 Abençoarei todos os que te fizerem bem; mas amaldiçoarei os que te fizerem mal. E por teu intermédio serão abençoados todos os povos da Terra.

4-6 E assim foi que Abrão partiu, como o Senhor lhe tinha mandado. E Ló foi também com ele. Tinha então Abrão 75 anos. E na companhia da sua mulher Sarai e de Ló, seu sobrinho, com tudo o que tinham, gado e criados que obtiveram em Harã, chegaram a Canaã. Lá vieram até um lugar perto de Siquem, e acamparam junto dum carvalho em Moré. Eram os cananeus quem habitava aquela área. (Gênesis 12:1-6)

O que você faria se Deus lhe fizesse um chamado parecido com esse? Qual seria sua resposta?

• Não, Senhor, minha vida já está toda organizada aqui mesmo;
• Senhor, é só minha opinião, mas eu acho que não precisa sair aqui de Ur para abençoar as pessoas;
• Senhor, eu realmente não sou muito exigente, então vamos deixar as coisas como estão... Eu já tenho o suficiente;
• Senhor, eu até que gosto de se chamado de teu servo, mas agora eu acho que o Senhor está se metendo demais...;

Não era muito lógico. Não fazia muito sentido sair de Ur (uma boa e próspera cidade), e levantar acampamento com família, animais, servos e servas em direção a uma terra que ele nem sabia onde era. Abraão simplesmente cumpriu aquilo que Deus tinha mandado que ele fazer. Os heróis da fé são assim, eles obedecem.

• O que você faz quando Deus fala com você? O que você faz quando a Palavra alcança o seu coração? Você arranja um desculpa sem graça e sai de fininho ou você obedece?

• O que você faz quando Deus fala que você deve perdoar a ofensa gratuita que tem consumido sua alma?

• O que você faz quando Deus lhe diz que você precisa ser paciente com as pessoas que trabalham lado a lado com você?

• O que você faz quando O Espírito de Deus fala que você deve quebrar seu orgulho e pedir perdão ao seu irmão?

• O que você faz quando o Senhor diz que você precisa ser justo com aqueles que prestam serviço para você em casa ou na empresa?

Os heróis da fé decidem obedecer, ainda que não seja fácil, ainda que não saibam exatamente como fazer, ainda que não se sintam capacitados para obedecer, ele decidem que é melhor obedecer ao Senhor.

A Mentira
10-13 Por essa altura havia uma fome terrível naquela zona; então Abrão desceu ao Egito. Ao aproximar-se dessa nova terra, pediu a Sarai, a sua mulher, que dissesse às pessoas que era sua irmã. Tu és muito bonita, disse-lhe, e quando os egípcios te virem, calculando que és a minha mulher, matar-me-ão para te ter a ti. Mas se disseres que és a minha irmã, tratar-me-ão bem por interesse por ti, e a minha vida será poupada. 14 Com efeito, quando chegaram ao Egito, toda a gente começou a falar na beleza dela.

15-16 As pessoas da corte do rei - do Faraó - foram gabá-la diante dele, e o Faraó mandou instalá-la no seu palácio. Ao mesmo tempo, por amor dela, fez muito bem a Abrão, dando-lhe presentes ricos como gado, animais de carga, e homens e mulheres como criados.

17-19 No entanto o Senhor mandou umas pragas terríveis que caíram sobre Faraó e os que viviam com ele por causa de Sarai estar ali a viver. Foi então que Faraó mandou chamar Abrão e o acusou severamente : Que é isto que me fizeste? Porque não me disseste logo que era tua mulher? Porque é que me ias deixar casar com ela dizendo que era a tua irmã? Pega nela e vai-te daqui! 20 E mandou-o embora do país, sob escolta de soldados que os acompanharam, a ele, a Sarai, e a todos e tudo quanto tinham. (Gênesis 12:10-20)

Os heróis da fé são humanos e têm suas falhas como qualquer outra pessoa. Abraão, o pai da fé, teve seus momentos de medo e insegurança. Abraão não sentiu necessidade de evocar a proteção de Deus. Ele achou que poderia resolver ele mesmo o problema que se avizinhava.

Abraão, então, bolou um plano que envolvia uma meia verdade. Sara realmente era sua meia-irmã, mas também era sua esposa. Toda meia-verdade é um mentira inteira e a mentira de Abraão era a expressão da sua falta de confiança no Senhor.

A princípio, a mentira de Abraão trouxe bons resultados. Ele foi bem tratado por Faraó, ganhou presentes caros e o status de irmão da mais bela mulher que havia aparecido por aquelas bandas nos últimos tempos.

Mas o Senhor não deixou a mentira de Abraão fosse em frente, porque havia outras conseqüências, e essas seriam trágicas para a vida tanto de Abraão quanto de Sara: eles passariam a confiar suas próprias estratégias e não aprenderiam a confiar no Senhor.

O que você faz quando a vida coloca problemas e dificuldades diante de você?

• Talvez você seja tentado a fazer como Abraão e tente resolver tudo por conta própria;
• Talvez você improvise uma meia verdade como a melhor saída;
• Talvez você até fique alegre com os primeiros resultados de sua decisão, aparentemente positivos.

O Senhor corrigiu Abraão revelando sua mentira. Deus muitas vezes faz assim com aqueles que ele deseja transformar em heróis da fé: Ele não permite que o erro prospere, Ele não deixa que os “bons resultados” encubram a atitude enganosa do coração.

Por isso, quando o Senhor revelar seus erros e suas falhas, não fique irritado, não permita que a indignação tome conta de sua alma. Seja sensível à correção do Senhor, ainda que essa correção venha da boca de alguém por quem você não tem muita simpatia, como foi o caso de Abraão.

Os heróis da fé não devem mover-se por conta própria, sem consultar o Senhor. Quando estão diante dos problemas, não devem encontrar soluções incompatíveis com sua fé, com fez Abraão, mesmo que essas decisões aparentemente pareçam dar bons resultados.

Quero encorajá-lo a aprender a esperar no Senhor Deus. Busque-o em oração. Coloque diante dele os seus medos. Certamente Ele vai cuidar de você como um pai cuida de seus filhos.

O conflito
1-2 E assim deixaram o Egito e dirigiram-se para o norte, em direção a uma região ao sul de Canaã, o Negueve. Ia com Abrão a sua mulher, Ló e tudo o que possuíam. Porque Abrão tinha-se tornado muito rico, não só em gado como em prata e ouro.

3-4 E continuou sempre para o norte em direção a Betel, até ao lugar onde tinha acampado primeiramente, entre Betel e Ai. Lá prestou novamente culto ao Senhor.

5-7 Ló também tinha enriquecido muito na companhia de Abrão, possuindo igualmente gado em abundância e muitos criados, de tal forma que aquele sítio se tornava muito acanhado para viverem juntos; porque era muito o que ambos tinham. E havia disputas entre os pastores de um e de outro. Os cananeus e os perizeus viviam por ali perto.

8-9 Então Abrão decidiu conversar seriamente com Ló sobre o assunto: Estas querelas entre a nossa gente têm que acabar. Porque a verdade é que somos parentes chegados! Ora é certo que não falta aí terra com espaço bastante para ser ocupada. O melhor portanto é separarmo-nos. Escolhe tu; eu saio daqui se quiseres ficar. Caso contrário fico eu e sais tu.

10 Ló observou então com atenção a bela e fértil planície do Jordão, bem regada como era, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra. Toda aquela região era tão fértil que parecia o próprio jardim do Éden, ou a bela zona de Zoar, quando se entra no Egito!

11 Por isso Ló escolheu para si toda aquela planície do Jordão, que se encontrava a oriente deles. E assim deixou Abrão e foi para lá com tudo o que tinha, passando a viver no meio daquelas cidades da campina, estabelecendo-se perto de Sodoma. 12 Enquanto que Abrão continuou a viver onde estava, na terra de Canaã. (Gênesis 13:1-12)

Como é que você lida com os conflitos? Qual é sua maneira de solucionar os impasses? Que atitude você tem vontade de tomar quando está envolvido em situações desconfortáveis que precisam de uma solução?

• Talvez você seja tentado a fazer de conta que o conflito não está ocorrendo. Você simplesmente ignora a situação como se ela não existisse;
• Talvez você fique remoendo a questão e sua mente fica divagando sobre os detalhes dos problemas. Você ensaia falar, antecipa as falas do outro, pensa na resposta que vai dar, mas desiste de tudo porque “ainda não chegou a hora”;
• Talvez você sinta vontade de partir para cima da questão (e dos envolvidos) e fazer valer sua força, sua habilidade, sua superioridade e forçar a decisão em seu favor;
• Talvez você seja um negociador habilidoso e procure achar uma solução do tipo ganha-ganha onde o seu ganho seja um pouco maior do o ganho do outro.

Abraão decidiu conversar com Ló. Isso pode parecer algo muito simples, mas muitas vezes temos dificuldade de fazer. Abrão não ignorou o problema, não foi reclamar para terceiros, não ficou remoendo a questão, ele decidiu conversar com Ló.
Perceba que Abraão não procurou Ló para resolver quais eram os pastores de ovelha que tinham razão, se os dele ou se os de Ló. Ele não queria provar quem estava certo.

Por isso, Abraão foi para o âmago da questão: não fazia sentido que ele e Ló estivessem em um mesmo lugar quando havia tanta terra disponível para os dois ocuparem. Abraão queria solucionar o conflito, não apenas demonstrar que estava certo. É assim com você?

Mas Abraão era também um homem prático. Ele tinha uma solução para o conflito. Ele sugeriu que os dois se separassem. Essa proposta de Abraão não era uma estratégia de negociação com Ló. Abraão explica para Ló que está disposto a deixar que ele decida para onde quer ir. Se Ló for para um lado ele vai para outro.

• Os heróis da fé são capazes de ter prejuízos financeiros e materiais para não perder a ligação com as pessoas, porque eles entendem que a vida é mais importante que as coisas;
• Os heróis da fé são capazes de deixar o outro escolher a melhor parte, porque eles preferem os relacionamentos.
• Os heróis da fé estão dispostos a sofrer um dano pessoal em prol da solução de conflitos;

Os heróis da fé fazem assim porque confiam que independente das circunstâncias da vida o Senhor vai cuidar deles. Veja o que o Senhor disse para Abraão depois que essa questão foi solucionada:

14-17 O Senhor dirigiu-se a Abrão, depois que Lot se separou dele: Olha tão longe quanto puderes em todas as direções. Porque toda essa terra te hei-de dar a ti e aos teus descendentes. E estes virão a ser tão numerosos que, tal como acontece com os grãos de pó da terra, será impossível contá-los. Então, começa a percorrer toda a terra, em todas as direções; explora-a porque virá a ser tua.

Eu quero encorajá-lo a rever os seus conflitos nessa noite e a colocá-los diante do Senhor sob essa nova perspectiva: o Senhor cuidará de você. Por isso, preserve os relacionamentos.

A Devolução
13-16 Um dos fugitivos, que conseguira escapar, veio contar tudo a Abrão que vivia nos carvalhais que pertenciam a Mamre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, ambos aliados de Abrão. Quando Abrão soube que Ló tinha sido capturado, juntou todos os homens que tinham nascido ao seu serviço, ao todo trezentos e dezoito, e perseguiu as tropas vencedoras mesmo até Dan. E durante a noite atacou-as e derrotou-as, obrigando-as a fugirem, e perseguiu-as até Hoba, ao norte de Damasco, recuperando tudo que os outros tinham pilhado: as riquezas, e em particular Ló, o seu parente, e os que viviam com ele, incluindo as mulheres e o povo.

17-20 Quando Abrão regressava desta vitória contra Quedorlaomer e os reis que lhe estavam associados, no vale de Savé (hoje chamado o vale do Rei), o rei de Sodoma veio encontrar-se com ele. Melquisedeque, rei de Salém (Jerusalém), que era sacerdote do Deus altíssimo, ofereceu-lhe pão e vinho; e abençoou Abrão dizendo assim: Que a bênção do Deus supremo, Criador da Terra e de todo o universo, te seja dada, Abrão! E que seja honrado Deus que te livrou dos teus inimigos! Então Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo o que trouxera.

21 O rei de Sodoma disse-lhe: Dá-me a mim o meu povo, que foi capturado, e fica tu com tudo o que eles me roubaram da cidade. 22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei

Há duas questões principais que precisam ser destacadas nesse texto. Elas estão ligadas à compreensão que tinha Abraão sobre a posse dos bens e da riqueza que estava em suas mãos.

Devolvendo a Deus

Voltando da batalha com os despojos da guerra, Abraão encontra-se com Melquisedeque, reis de Salém e sacerdote do Deus altíssimo. O sacerdote abençoa Abraão e glorifica a Deus pela vitória alcançada. Abraão então, entrega ao sacerdote de Deus o dízimo dos despojos de guerra.

Ainda não havia lei. Deus ainda não havia instituído os dízimos, as ofertas pacíficas, as ofertas alçadas e todas as outras formas de contribuição, mas Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo. Abraão devolveu o que não lhe pertencia como uma expressão de confiança e gratidão ao Deus altíssimo, representado ali por aquele sacerdote.

Como anda você em relação a isso? Você se sente grato a Deus pelo que tem obtido em sua vida? Você acredita que os bens e recursos vêm às suas mãos são recebidos das mãos do Senhor como um presente dos céus? Você tem retido o que não é seu ou sente prazer e alegria em devolver ao Senhor como uma expressão de gratidão e confiança?

Quero encorajá-lo a entregar de volta ao Senhor em forma de dízimos e ofertas tudo aquilo que o Senhor lhe pedir. Não retenha o que o Senhor lhe pedir. Confie nele. Ele não só suprirá suas necessidades mas o abençoará para que você seja uma bênção, como Ele fez com Abraão.

Devolvendo às pessoas

Depois de encontra-se com Melquisedeque, Abraão encontrou com o rei de Sodoma, que havia perdido a batalha. Aquele rei, humilhado pela derrota, queria apenas que Abraão entregasse as pessoas que ele tinha resgatado. O rei de Sodoma estava pronto para abrir mão dos bens que lhe pertenciam, mas Abraão recusou-se a se aproveitar daquela situação.

22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei’.

Qual é sua reação quando você se depara com os que foram vencidos na batalha? Como você trata aqueles que se sentem humilhados e pequenos?

• Os heróis da fé não avançam à custa das perdas daqueles que estão fragilizados e sem defesa.
• Os heróis da fé não se aproveitam daqueles que estão desesperados para vender, mas procuram pagar um preço justo pelo que compram.
• Os heróis da fé não se aproveitam da dor emocional das pessoas para extrair delas benefícios em proveito próprio, mas se dispõem a socorrer os fracos e humilhados.

Quero lhe encorajar a explorar aqueles que se sentem inferiores, mas a devolver a dignidade que eles perderam em algum lugar. Não ficarei com coisa alguma do que é teu, disse Abraão.

Conclusão

• Heróis da fé respondem em obediência quando o Senhor fala como eles.
• Heróis da fé confiam nas soluções do Senhor para os problemas da vida.
• Heróis da fé procuram resolver seus conflitos preservando os relacionamentos.
• Heróis da fé devolvem o que não lhes pertencem, tanto à Deus quanto às pessoas que os cercam.

O Senhor quer fazer de você um herói da fé.

04 agosto 2008

Instruções Finais aos Tessalonicenses

Introdução

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.
Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.

(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)

Instruções Finais

É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.

Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.

12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.

Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.
Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.

Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.

Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.

Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.

14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.

Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.
Advirtam os ociosos

Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.

Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.

Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.

Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.

Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.
Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.
Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.

6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)

A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.

Confortem os desanimados

A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?

Auxiliem os fracos

Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.

Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.

Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.

Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.

Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.

03 agosto 2008

Heróis da Fé - Noé

Introdução

Em tempos antigos os heróis tinham suas histórias contadas e recontadas por aqueles que se sentiam tocados por seus feitos; fossem verdadeiras ou não, essas histórias comunicavam as crenças, os valores e forma de pensar de seu tempo. Na literatura universal, os gregos foram de longe os especialistas em contar as histórias de seus heróis: Hércules e seus 12 trabalhos, Aquiles e seu calcanhar, Teseu e o minotauro, Heitor – o guerreiro de Tróia e Jasão – capitão do navio Argos.

As histórias em quadrinhos sempre foram um reduto dos heróis. Em seguida, eles pularam para a telinha e ganharam vida em produções milionárias na pele de atores famosos.

Mais recentemente um seriado de TV tem feito grande sucesso explorando o nosso desejo de também sermos heróis. Em Heroes, pessoas comuns descobrem que possuem habilidades especiais e por vezes se vêem impulsionadas a usar essas habilidades em prol de outras pessoas, tornando-se assim heróis anônimos.

A humanidade precisa de heróis! Essa é uma constatação fácil de fazer porque basta olhar para nossa cultura e ver que os heróis são parte permanente do nosso jeito de viver. Gostamos dos heróis porque eles nos inspiram com seus atos de bravura. Eles são dignos de ser imitados.

Hoje estamos iniciando uma série de pregações cujo tema são os heróis da fé. A Bíblia está repleta de heróis da fé e falar sobre todos eles, com certeza, resultaria em vários anos de pregação. Nessa série vamos refletir sobre a vida de alguns dos fundadores da fé: Noé, Abraão, Isac, Jacó e José.

Esses homens fazem parte de qualquer galeria de honra que alguém se proponha a fazer com personagens bíblicos. É impossível não citá-los porque eles foram os precursores do relacionamento com Deus.

Os heróis da bíblia não são apenas boas ilustrações. Eles foram gente de carne e osso que passou pela dura realidade da vida e suas histórias fazem parte do legado de fé que recebemos das gerações passadas.
Quem foi Noé

Noé foi o último dos dez patriarcas bíblicos que viveram antes do dilúvio. Ele era filho de Lamec e pai de Cão, Sem e Jafé. Noé viveu em um tempo em que era comum a grande longevidade. Para nós é quase inacreditável que alguém possa viver 500, 600 ou até 900 anos, como chegaram a viver as gerações antes do dilúvio, mas é preciso lembrar que as condições favoráveis à vida longa, existentes naquele tempo, são desconhecidas hoje.

Os dias de Noé também eram dias de grande indiferença para com Deus. Um tempo em que ninguém se importava com o bem, mas em que todos se inclinavam o tempo todo para o mal.

5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. (Gen 6:5)

Não se pode afirmar com certeza o significado do nome Noé, (noµah) através da sua etimologia e muitos comentaristas relacionam o nome com a raiz, ‘descansar’. O pai de Noé deixa bem claro que o sentido do nome está ligado à idéia de consolo e repouso:

28 Lameque viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, 29 a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, os quais provêm da terra que o Senhor amaldiçoou. (Gen 5:28-29)

Noé é mencionado em nove livros da bíblia (Gênesis, 1 Crônicas, Isaías, Ezequiel, Mateus, Lucas, Hebreus, 1 e 2 Pedro). As duas vezes em que são feitas referências a Noé nos evangelhos é o próprio Jesus quem fala dele fazendo referência ao estado de completa indiferença em relação a Deus que havia nos dia de Noé e comparando que no tempo da volta de Cristo será semelhante.

Noé é o personagem principal da história bíblica a respeito do dilúvio (que é contado também por outras culturas como os sumérios). Sua história completa está narrada em Gênesis 5-10.

Noé, um herói da fé

O que faz de alguém um herói da fé? Será que Noé era feito de algum material especial, usado para se fazer heróis, ou ele pode se considerado uma pessoa comum como eu e você? Será que nós também podemos ser heróis da fé?

Sinceramente hoje e nos próximos domingos espero que você se sinta mais próximo dos heróis da fé. Desejo que perceba que os heróis da fé são gente comum. Oro para que o Espírito de Deus faça de você um herói da fé em nossos dias.

Graça

Uma das primeiras coisas que são ditas a respeito de Noé é que ele foi alcançado pela graça de Deus.

8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. Gen 6:8

É impressionante e maravilhoso que o Espírito tenha conduzido o escritor a registrar dessa maneira: primeiro falar daquilo que Deus fez na vida de Noé, depois ele começar a falar da vida e do procedimento de Noé. É nessa ordem que os heróis da fé são formados: primeiro são alcançados pela graça de Deus, depois vivem suas vidas à luz desse favor de Deus.

Nós não devemos nos deixar enganar. O amor de Deus não nos alcança por causa daquilo que fazemos para Ele; por outro lado o nosso fazer deve sempre ser uma resposta a esse amor que nos alcançou.

Heróis da fé não servem em ministério na igreja para que Deus goste mais deles; servimos exatamente porque descobrimos o amor de Deus por nós revelado através da morte de Cristo.

Heróis da fé não ajudam pessoas necessitadas porque assim vão marcar mais pontos com Deus; procuramos ajudar porque já encontramos em Deus as respostas para nossas próprias necessidades.

Heróis da fé não tentam fazer as coisas certas simplesmente por causo do medo que têm do castigo de Deus; fazemos as coisas certas porque queremos alegrar o coração Daquele que nos amou completamente antes mesmos de nós desejarmos fazer algo certo.

Heróis da fé não são acusadores dos pecados dos outros; somos cheios de misericórdia para com as outras pessoas porque sabemos muito bem que não somos muito diferentes dos outros pecadores, senão pela graça de Deus que nos alcançou.

Heróis da fé não se consideram capazes e auto-suficientes; nós sabemos que fomos capacitados por Deus para viver uma vida bonita e que a nossa suficiência não está em nós, mas em Cristo e no poder que se revela quando a vida dele é aplicada à nossa.

Os heróis da fé não precisam mais procurar por alguém que os ame incondicionalmente, porque eles foram alcançados pela Graça de Deus.

Há milênios atrás ele encontrou Noé, o filho de Lameque. Hoje Ele continua em busca de novos heróis. Você se sente chamado por Ele? Então pare de fugir e diga sim! Pare de arranjar desculpas esfarrapadas e aceite a oferta de amor que Deus que lhe dar. O Senhor que fazer de você um herói da fé.

Frutos Graça

Depois de alcançados pela graça de Deus os heróis da fé não se tornam relaxados e displicentes. Não é bom confundir a segurança de que somos amados incondicionalmente pelo Senhor com o desleixo daqueles que não estão “nem aí” para Deus. A segurança do amor de Deus por nós não pode produzir acomodação a um modo de viver que Deus apresenta como prejudicial para nós e agressivo à santidade Dele.

São pelo menos três os frutos da graça de Deus na vida do herói da fé chamado Noé. Preste atenção agora, porque o Senhor quer produzir esses frutos também em você:

9 Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. (Gen 6:9)

a) Justo

A palavra hebraica traduzida como justo tsaddéq (קידִצַ H6662)
aparece 206 vezes no antigo testamento hebraico. Algumas vezes ela se refere ao caráter de Deus:

Exo 9:27 Então Faraó mandou chamar Moisés e e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.

Outras vezes ela é usada para falar uma nação completa:

Gen 20:4 Ora, Abimeleque ainda não se havia chegado a ela: perguntou, pois: Senhor matarás porventura tambem uma nação justa?

No entanto, na maioria das vezes (hebraico, aramaico e fenício), ela usada para falar do relacionamento entre um sacerdote ou um rei e o seu Deus. Essa palavra fala, então, a respeito de lealdade a Deus.

É assim que são os heróis da fé: leais. Os heróis da fé são leais aos princípios de vida que Deus considera importantes. Eles agem assim motivados pelo compromisso que têm com o próprio Deus.

Os heróis da fé não são leais a Deus porque eles estejam comprometidos com o pastor ou outro líder da igreja; mas porque eles estão comprometidos com Deus;

Os heróis da fé não são leais a Deus apenas quando todos acham legal ter uma fé e participar de uma igreja; eles são leais a qualquer hora, a qualquer tempo, diante de qualquer circunstância;

Os heróis da fé não são leais a Deus pelo que Ele vai fazer; eles são leais por causa daquilo que Deus já fez através da sua graça. A primeira lealdade é fugaz, a segunda e duradoura.

Noé foi leal a Deus. A lealdade de Noé pode ser vista na perseverança daquele homem em obedecer ao Senhor mesmo em uma situação adversa e difícil de compreender.

22 Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. (Gen 6:22)

5 E Noé fez segundo tudo o que o Senhor lhe ordenara. (Gen 7:5)

Noé foi obediente a Deus. Foi assim que ele demonstrou sua lealdade. É importante lembrarmos que o escritor da carta aos Hebreus diz que foi assim também com Cristo.

7 Cristo, enquanto ainda estava na Terra, numa agonia de alma, apresentou orações e súplicas a Deus, que o poderia ter livrado daquela morte. E Deus ouviu-o, atendendo à sua submissão. 8 Vemos portanto que Jesus, ainda que sendo o Filho, ele próprio experimentou o que era a obediência por aquilo que padeceu. 9 E foi assim que ficou perfeito o que ele cumpriu e que oferece a salvação eterna àqueles que lhe obedecem. (Heb 5:7-9 - OL)

Como anda sua lealdade ao Senhor? Você tem prestado atenção àquilo que o Pai considera importante? Você tem procurado viver de acordo com os ensinamentos de Cristo? Ou será que você perdeu o desejo de obedecer? Os heróis da fé do séc. XXI também precisam aprender a obediência como expressão de lealdade ao Senhor. Você é um deles, meu irmão!

Aqui quero deixar um conselho, que na verdade não é meu: Não acumule conhecimento bíblico como uma forma de fugir da obediência àquilo que você já sabe. Ao invés disso, persevere para por em prática o que você já sabe do evangelho de Cristo.

1 Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo. (Tg 3:1)

b) Perfeito

A palavra hebraica traduzida aqui como perfeito tamém (םימִתָ , H8549 aparece 91 vezes nas escrituras e está quase sempre ligada ao conceito de inteireza ou completude. Quando aponta geração fala do relacionamento de Noé com as pessoas de seu tempo.

Se “justo” tinha a ver com o relacionamento de Noé com Deus, perfeito tem a ver com a maneira como ele se relacionava com as outras pessoas. Noé gozava de boa reputação entre os seus. Outra tradução diz que ele era “honrado entre sua gente”

Esse é um princípio de Deus. Uma coisa não pode estar desligada da outra. Ninguém se torna um herói da fé trancado a vida toda dentro de um quarto orando e jejuando. Ora e jejuar e bom e agradável a Deus, mas não é suficiente para forja um herói da fé; é preciso meter o pé na estrada da vida.

Os heróis da fé não fogem da realidade, eles não se escondem atrás de sua fé; ele usam sua fé para enfrentar a realidade.

Os heróis da fé não fogem das pessoas. Eles não usam desculpas esfarrapadas para permanecerem distantes do ser humano criado e amado por Deus; eles se aproximam das pessoas sabendo dos riscos que isso significam.

Os heróis da fé são humanos. Eles não pedem desculpa por causa de sua humanidade nem ficam indignados pela humanidade dos outros; eles entregam sua humanidade nas mãos do Pai.

O que diriam aqueles que estão perto de você sobre a inteireza de seu caráter? O que dizem os colegas de trabalho, companheiros de profissão e vizinhos de condomínio sobre você? Você é honrado entre sua gente? O que diria o Espírito de Deus sobre você e seu relacionamento com as pessoas?

O Senhor deseja que seja assim! Ele está disposto fazer isso em sua vida, sua vida, meu irmão. Você pode ser um herói da fé do séc. XXI!

c) Andava com Deus

Para terminar, as Escrituras falam que Noé “andava com Deus”. É uma espécie de conclusão de tudo que se disse até agora desse home de Deus.

Essa expressão “andava com Deus” não foi usada a primeira vez na Bíblia em relação à Noé. Antes fora dito a mesma coisa a respeito do bisavô de Noé, um sujeito chamado Enoque.

24 Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou. (Gen 5:24 )

Enoque, o bisavô de Moisés, é quase sempre usado como um exemplo de grande espiritualidade. Muitos já desejam o mesmo que aconteceu com Enoque: andarem tão perto de Deus que o tomo para Si. Isso é que tremendo! Isso é que é sublime! Isso é que é espiritualidade profunda!

Realmente é algo muito especial. Mas Noé também andou com Deus, no entanto Deus não o tomou para si.

O heróis da fé são chamados para viver suas vidas com toda a intensidade, enfrentando todos desafios até que chegue o tempo de estar com o Senhor. Sem escapismo.

Depois de ter escutado as palavras do Senhor sobre a arca e sobre os animais e sobre a chuva, ao ver o grande desafio que tinha pela frente, Noé poderia ter dito assim:

Sabe, Senhor. O Senhor lembra do meu bisavô? Isso mesmo, Enoque. Senhor, ele ganhou aí do Senhor uma passagem com embarque imediato sem escalas, né? Não dava pra arranjar uma dessas pra mim também?!

As dificuldades eram imensas. Noé não tinha experiência na construção de barcos, a madeira não era fácil de ser encontrada ou transportada e os instrumentos de trabalho não eram lá muito apropriados. No entanto, Noé não fugiu da raia.

Os heróis da fé querem andar com Deus, mas não é para escapar desse mundo, não. Os heróis da fé andam com Deus para fazer diferença neste mundo mesmo.

Talvez você esteja olhando os desafios que estão à sua frente e a vontade é de pedir ao Senhor uma daquelas passagens que Enoque recebeu. Você busca o Senhor, mas é sabe que é uma fuga das coisas que você precisa enfrentar todos dias.

Você precisa se lembrar que o Senhor está com você! Ele será o arquiteto da sua vida. Ele a construirá junto com você. Não desista do projeto que Ele pôs em sua frente. Não vire as costas para os empreendimentos que Ele entregou em suas mãos. Enfrente os desafios com fé e confiança no Pai.

O seu desafio não pode ser maior que a construção de um barco no meio de um deserto com os vizinhos fazendo pouco caso e dizendo que você está caducando. E ainda que seja maior, o Senhor está com você e o ajudará a enfrentar cada momento difícil que está pela frente.

Conclusão

O Senhor nos convida a ser um herói da fé hoje. O Senhor que alcançá-lo com sua graça. Você sente que Ele quer fazer de você um herói da fé. Você tem resistido ao chamado de Deus, mas hoje que entregar-se a si mesmo nos braços do Pai. Faça como Moisés: obedeça ao chamado do Pai. Entregue hoje o controle de sua vida a Jesus Cristo e decida viver uma emocionante jornada na companhia de Deus.

04 junho 2008

O Ensino de Jesus – Integridade e Obediência

Introdução

Hoje concluiremos a série de mensagens intitulada “O Ensino de Jesus”. No sermão do monte Ele fez afirmações que podem muito bem ser consideradas as bases do seu evangelho. Durante esses domingos nos debruçamos sobre algumas dessas importantes questões do ensino de Cristo.

Vimos que, embora a reforma protestante, de certa forma, tenha colocado a ajuda aos pobres debaixo de um nevoeiro teológico, o Senhor Jesus afirmou que devemos considerar o socorro aos necessitados tão espiritual quanto oração e Jejum. Somos salvos pela graça de Deus, mas o Senhor nos salvou com o propósito de que vivamos vidas marcadas pelas boas obras.

Depois ouvimos o Senhor Jesus dizer que nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos. A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor. Por isso, a oração deve encontrar lugar na discrição e, sobretudo, na solitude. Além disso, nas conversas entre amigos não há lugar para as frases repetidas tantas vezes que perdem o sentido.

O jejum completa o trio de disciplinas espirituais que o Senhor recomendou. Jejum e oração estão sempre juntos. Não é dieta nem greve de fome. Também não é um jeito de mostrar que é espiritual. É abster-se do alimento, que sustenta o corpo, para declarar sua confiança Naquele que dá vida ao corpo, à alma e ao espírito humano. Por isso, os efeitos do jejum não são sobre o corpo, mas sobre nossa arrogância e auto-suficiência.

Em seguida, ouvimos os conselhos do filho de Deus para que não procuremos saciar nossa necessidade de segurança acumulando tesouros. Os tesouros daqui são voláteis; podem ser roubados, destruídos ou estragados, e no final ficam aqui mesmo. Essa necessidade que temos, de tesouros que nos deixem seguros, deve nos levar a buscar abrigo em Deus. A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Ele, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa.

Depois, vimos que a vida humana tem grande valor para Deus e que por isso não devemos encher nosso coração de ansiedade. A mente ansiosa, incapaz de confiar no Senhor, vagueia entre as palavras que vai dizer, as coisas que vai fazer ou as pessoa que vai encontrar. A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida levando o mundo nas costas. Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, mas a viver um dia de cada vez.

Integridade

Uma das grandes questões sobre o crescimento da igreja evangélica no Brasil diz respeito ao fato de que tem sido difícil enxergar os frutos desse crescimento em termos de transformações da sociedade e de suas estruturas pecaminosas.

Ainda que os evangélicos agora sejam cerca de um terço da população do Brasil, o jeito como as pessoas tratam umas às outras não parece estar mais semelhante ao jeito que Jesus faria isso.

Não parece que haja uma redução da violência doméstica, que os esposos estejam respeitando mais suas esposas e que os filhos estejam sendo mais protegidos e amados do que eram antes. É inadmissível, mas muitos homens cristãos se acham no direito de oprimir e até agredir fisicamente suas esposas.

Ainda quem as empresas estejam lotadas de crentes, não parece haver maior honestidade nos negócios. Não parece que as propinas, os desvios e as lavagens dinheiro tenham reduzido.

Os empresários crentes não parecem preocupados em aplicar o evangelho de Jesus a suas empresas (a não ser que seja para arranjar uma fórmula mágica para ganhar mercado e vencer o concorrente). Também os empregados cristãos não parecem preocupados em aplicar as palavras de Jesus não oito horas em que prestam seus serviços onde trabalham

Não parece haver um número maior de famílias que sejam um espaço seguro para o desenvolvimento do caráter e as escolas parecem receber número ainda maior de crianças sem noções básicas de respeito, amor e convivência sadia.

Qual o problema? A igreja está sofrendo de falta de integridade. O dicionário Caldas Aulete fala o seguinte sobre integridade

1 Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA: Aferiu a integridade da remessa.

O mal que nos acomete é que somos menos do que deveríamos ser. Falta-nos inteireza. Falta Integridade quando estamos fingindo, quando estamos disfarçados, quando prezamos apenas pela aparência, mas não estamos dispostos a vive o evangelho de Cristo em toda a sua dimensão.

Líderes sem integridade

15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mat 7:15-20)

A falta de integridade da igreja nasce na sua liderança. Líderes servem de exemplo. Líderes são imitados no seu jeito de agir. Quando eles não cultivam uma vida íntegra, seu mal exemplo se reproduz no meio da igreja e contamina todo o rebanho.

Jesus afirmou que sua igreja, isto é nós, devemos ser cautelosos com líderes que não valorizam a integridade. Na verdade, Jesus afirma que esses não dignos de serem seguidos porque são falsificações; têm voz de ovelha, aparência de ovelha, mas na verdade são lobos prontos a devorar o rebanho.

Como identificá-los? Como enxergar a falta de integridade?

Não adianta pedir para ouvir o balido, porque o balido é de ovelha; não adianta passa a mão na lã, porque é lã de ovelha; não adianta perguntar para ele se ele é uma ovelha, porque ele vai jurar dizendo que sim.

Para explicar a maneira de identificar esses líderes que são pela metade, que não são o que deveriam ser porque pensam apenas em si mesmos, Jesus muda a ilustração: eles são como árvores; é preciso observar os seus frutos. Espinheiros não produzem uvas.

Que fruto devo procurar? Há quem pense que os frutos que devemos encontrar sejam grandes realizações, sucesso ministerial e muitos seguidores. Mas, o único fruto que devemos procurar naqueles chamados pelo Senhor para liderar sua igreja é o Fruto do Espírito. A presença desse fruto é garantia de integridade, porque ele não pode ser falsificado.

22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, alegria, a paz, a longanimidade, a bondade, a retidão, a fidelidade. 23 a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. (Gal 5:22-23)

Aquele que se diz guiado por Deus para liderar o Seu povo deve ter nas mãos o fruto do Espírito de Deus. É assim que a integridade é provada.
Crentes sem integridade

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

A falta de integridade da liderança contamina o rebanho. Quando os líderes não se preocupam em viver vida íntegra, forma-se uma aliança de mediocridade e falta de compromisso com o Senhor e o resultado dessa aliança é devastador.

30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: 31 os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso? Jer 5:30-31

O Senhor Jesus explica que o resultado dessa aliança é a farsa e o auto-engano. Líderes sem integridade apascentam rebanhos sem integridade. Isso gera uma paz aparente sustentada pela religiosidade, mas sem compromisso de transformação.

• A mudança do caráter é substituída pelos rituais;
• O aprendizado da confiança no Senhor é trocado pela autoconfiança;
• A dependência do Senhor dá lugar a auto-suficiência;
• As práticas religiosas assumem o lugar da devoção singela;
• Os títulos se tornam mais importantes do que o serviço;
• E, por fim, Deus deixa de ser o objetivo da vida e passa a ser um coadjuvante, chamado uma vez ou outra.

O Senhor Jesus explicou que muitos só darão conta de que nunca conheceram realmente o mestre naquele último dia. Eles tentarão argumentar e apresentarão as obras de sua religiosidade, mas ouvirão do Senhor a mais terrível das palavras: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mas você não precisa fazer parte daquele grupo.

Obediência

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

Jesus deixa claro que o critério de entrada no reino dos céus não é apenas se dizer um servo do Senhor, mas fazer a vontade de Deus. Isso tem tudo a ver com obediência.

O Senhor diz que rejeitará todos aqueles que, embora colecionem troféus religiosos (ministérios poderosos, realizações destacadas, grandes pregações, expulsões de demônios e milagres), estão cheios de iniqüidade, isto é, não tornaram a obediência ao Senhor uma prática em suas vidas.

Lucas registra um brado do Senhor a esse respeito:

E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo? (Luk 6:46)

Jesus contou uma ilustração que nos ajuda a compreender os efeitos de nossa decisão quanto a por em prática ou não as Suas palavras.

24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. 25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. (Mat 7:24-27)

Talvez seja difícil para nós percebermos a força da ilustração de Jesus porque todos moramos em casas bem construídas ou em apartamentos bem distante da força das águas. Mas, talvez esse vídeo o ajude a compreender a força de uma enxurrada.

Sua vida é uma pequena casa no meio da enxurrada. Sua família é uma construção, ainda em andamento, que enfrentará muitos ventos e grandes tempestades. Os dias de sua vida são como os tijolos, a telha e argamassa usados na construção.

O que você tem sido até hoje: prudente ou insensato?

Os insensatos desperdiçam a vida. São como crianças que juntam com as mãos e espalham com os pés. Pensam estar construindo grandes coisas, mas se esquecem do fundamento: o ensino de Jesus.

Os prudentes aproveitam a vida. Podem até não ser os melhores construtores, mas tudo que constroem permanece, porque eles estão sempre lembrados do fundamento: o ensino de Jesus.

• O socorro aos necessitados está no coração de Deus é tão espiritual quanto a oração e o Jejum;
• Nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos.
• A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor;
• Exercitar o jejum de coisa que você considera indispensáveis para vida é uma declaração de suficiência em Deus;
• A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Deus, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa;
• A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida tentando levar o mundo nas costas. Mas Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, e viver um dia de cada vez;
• Aqueles que chamam a Jesus de Senhor devem obedece-lo.

Você quer tornar-se prudente? Quer ver as obras de sua vida permanecerem mesmo diante de tempestades e enxurradas? Ponha os ensinos de Jesus em prática na sua vida.