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09 outubro 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Sujeitando-nos uns aos outros


Sujeitando-nos uns aos outros
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Ef 5.21

O conceito de submissão é usado por muitos escritores bíblicos para descrever uma variedade de comportamentos cristãos. Paulo advertiu a todos os cristãos (homens e mulheres) que se sujeitem uns aos outros (Ef 5.21). Como assim? Seria colocar essa proposta de Paulo em prática?

O modo mais comum que conhecemos para lidar com autoridade e submissão é a cadeia de autoridade que é, por excelência, a prática adotada pelos militares. Nesse modo de ver cada pessoa está submetida a autoridades superiores e exerce autoridade sobre quem está nos andares de baixo. As empresas também adotam essa prática e estabelecem um organograma no qual fica claro quem tem autoridade sobre quem e a quem cada um deve prestar contas de seu serviço.

Embora seja repudiada por muita gente, a cadeia de autoridade explica várias coisas a respeito do mundo espiritual e, aqui entre nós, faz os processos corriqueiros acontecerem de forma efetiva, por meio da obediência e prestação de contas à autoridade superior.

No entanto, esse conceito de submissão mútua proposto pelo apóstolo Paulo é muito mais arrojado do que os arranjos que estamos acostumados ao lidarmos com autoridade e submissão. O desafio que ele faz é de que todos se sujeitem uns aos outros. Isso é possível? Não seria o caos?

29 agosto 2016

Glorioso Dia!

Glorioso Dia!

Introdução

É uma alegria, irmãos, voltar aqui para compartilhar as Escrituras com vocês. Nosso tema hoje é uma das realidades mais maravilhosas da fé cristã e, ao mesmo tempo, um dos assuntos mais desprezados nos púlpitos cristãos: a volta de Jesus.

1"Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. 3E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Jo 14. 1-3 (NVI)

O texto que lemos foi registrado pelo apóstolo João. Ele, assim como os outros discípulos, ouviu da boca do próprio Jesus, de forma direta, natural, sem rodeios e sem alegorias, essa que é, talvez, umas das realidades mais impactantes do evangelho: Jesus voltará para buscar o seus!

Agora, como foi que essa conversa de “voltar” começou? Começou porque Jesus, um pouquinho antes, no capítulo 13, disse o seguinte aos seus discípulos:

33Meus queridos filhos, vou estar convosco por pouco tempo mais! E então, apesar de me procurarem, não poderão vir ter comigo... Jo 13.33 (OL)

Essa fala de Jesus não passou despercebida. Aqueles homens seguiam o Mestre há três anos. E não era como seguir um famoso no Facebook, não! Seguir a Jesus era andar com ele pelas mesmas ruas, frequentar os mesmos lugares, ir às mesmas festividades, comer juntos no mesmo lugar, orar juntos no mesmo monte... Então, quando Pedro ouviu que Jesus ia para um lugar onde eles não o poderiam acompanhar, ele falou o seguinte:

36"Senhor, para onde vais?Jo 13.36 (NVI)

Pedro e os demais discípulos não estavam compreendendo, por isso ficaram apreensivos. Eles não queriam ficar longe do seu Mestre. Jesus estava falando de seu martírio, de sua morte na cruz, e de sua ressurreição, mas os discípulos não tinham a menor ideia do que iria acontecer.

Pedro, então insistiu na pergunta:

37"Senhor, por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti!" Jo 13.36 (NVI)

Foi em meio à angústia que tomou conta dos discípulos, prestes que estavam a perder a convivência com seu Mestre, que Jesus falou do lugar para onde ele irá: a casa do pai. Um lugar com muitos aposentos e espaço suficiente para abrigar a todos.

De fato, tudo isso aconteceu. O sofrimento, a morte de cruz, a ressurreição e também o seu retorno para a casa do Pai. Esse é o testemunho das Escrituras sobre a assunção de Jesus.

9Tendo dito isso, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles.10E eles ficaram com os olhos fixos no céu enquanto ele subia. De repente surgiram diante deles dois homens vestidos de branco,11que lhes disseram: "Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir". At 1.9-11(NVI)

Então, queridos irmãos, alguém que não creia, no profundo de sua alma, que Jesus viveu com um de nós, que ele sofreu sem merecer, morreu em uma cruz, ressuscitou dentre os mortos e foi elevado aos céus, não tem motivos para acreditar no Dia Glorioso de sua segunda vinda.

Portanto, esse Dia Glorioso, de forma nenhuma, deve ser usado para fazer ameaças para quem não crer. Não fomos chamados para ameaçar quem quer que seja, mas para amar. Tentar fazer com que alguém comece a crer em Jesus pelo medo não é um bom caminho. O caminho para alguém entregar sua vida a Jesus é ser alcançada pelo amor. Esse é o caminho sobremodo excelente.

Dia Glorioso: motivo de paz

Como já vimos, Jesus começou a falar da casa do Pai, para onde ele ia e para onde ele vai nos levar, quando os discípulos estavam angustiados com a possibilidade não podem mais estar junto com o mestre.

Quem os ensinaria? Quem os confortaria nos dias ruins? Que compreenderia suas dúvidas? Quem os encorajaria a serem pessoas melhores? Quem desvendaria seus corações pecadores e ofereceria perdão? Os discípulos não podiam nem pensar em ficar longe do Mestre!

Diante de tantas inquietações, o Senhor procurou aquietar os discípulos e afirmou:

1"Não se perturbe o coração de vocês. Jo 14.1 (NVI)

Queridos irmãos, muitas vezes nós também somos tomados pela angústia e pela inquietação. Muitas vezes a ansiedade a respeito da vida, daqueles que amamos e sobre nós mesmo cresce e nos consome. Quando isso acontecer, lembre-se das palavras de Jesus.

Não deixe que seu coração se perturbe demasiadamente com as circunstâncias dessa vida. Lembre-se de que Jesus foi preparar a casa do Pai para nos receber e um dia estaremos com Ele, usufruindo da eternidade para a qual fomos criados. Começa aqui e agora, mas não podemos esquecer de que nossa existência não está limitada a esta vida.

Portanto, irmãos, mesmo quando as circunstâncias do dia-a-dia não são tão boas quanto gostaríamos, essa esperança do Glorioso Dia da vinda de Cristo deve nos encher de paz, pela convicção que temos de que Ele virá e nos levará para si. Devemos pensar com o apóstolo Paulo que disse: 7Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. 2 Co 5.7 (NVI)

Dia Glorioso: motivo de confiança

Aquele era um momento difícil. Os discípulos estavam confusos com o que Jesus acabara de dizer. Eles tinham deixado tudo para seguir o Messias, o enviado de Deus. Mas Jesus acabara de dizer que isso tudo ia acabar.

Acho que os discípulos foram invadidos por dúvidas nesse momento. Será que eles haviam sido enganados por um falso Messias que agora estava indo embora? Será que eles tinham desperdiçado três anos de suas vidas seguindo a pessoa errada? Será que valia a pena continuar ao lado de Jesus? Essas e outras perguntas certamente vieram às suas mentes naquele momento.

Ao perceber as dúvidas que consumiam aqueles homens, o mestre faz um convite:

1...Creiam em Deus; creiam também em mim. Jo 14.1 (NVI)

Esse mesmo chamado, um convite para confiar, o Mestre faz hoje pra você. Os dias são difíceis e as dúvidas também rondam nosso coração. Será que esse negócio de igreja, bíblia, oração e Jesus vale a pena? Será que não é um desperdício de vida usar o pouco tempo que me resta, depois de um dia de trabalho, conversando sobre fé, santidade e vida de adoração a Deus? Não é melhor eu cair fora e procurar outra turma?

As mesmas palavras ditas por Jesus aos seus discípulos dois mil anos atrás ecoam hoje em seus ouvidos: creiam em Deus! Confiem em mim! Há uma promessa feita pelo filho de Deus de que ele vai voltar. Alimente seu coração com essa esperança! Seguir a Jesus começa a produzir frutos agora, sim, mas não é um projeto apenas para esta vida; continua por toda a eternidade.

Portanto fortaleça seu coração com a esperança da volta do Senhor! Você verá que os dias serão mais leves, o consolo será presente e sua confiança será renovada; não com expectativas falsas de uma vida sem sofrimento, mas pela convicção de o Senhor está conosco agora e de que um dia, quando ele vier, tudo será exatamente como deveria ser.

Dia Glorioso: vou preparar uma festa

Sempre que leio essa conversa de Jesus com seus discípulos, penso que ele abriu os braços e também um grande sorriso quando disse:

2Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. Jo 14.2 (NVI)

No momento em que seus amigos estavam confusos sobre esse lugar para eles não poderiam acompanhá-lo, Jesus tenta tranquilizá-los, dizendo para onde ele ia e o que ia fazer. Não era preciso que eles se preocupassem ou ficassem angustiados, porque Jesus ia retornar para a casa de seu Pai e a razão era preparar lugar para eles.

Uma grande festa! Jesus foi elevado aos céus e retornou para a presença de Deus a fim de preparar a eternidade para nossa chegada. Há lugar para todos, mas é preciso preparar tudo para a maior e mais importante celebração de todos os tempos. A festa das bodas do cordeiro:

6Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava: "Aleluia! pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso.7Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.8Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro". O linho fino são os atos justos dos santos.9E o anjo me disse: "Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro! " E acrescentou: "Estas são as palavras verdadeiras de Deus". Ap 19.6-9 (NVI)

Naquele momento os discípulos ainda não sabiam sobre essa grande festa. É possível que eles nem tenham compreendido muito bem o que Jesus disse sobre ir para a casa do Pai e preparar lugar. Mas nós, irmãos, nesse aspecto somos mais abençoados porque o Espírito de Deus revelou ao apóstolo João, na sua velhice, esse quadro maravilhoso.

A festa está sendo preparada. A história da humanidade, a minha história e a sua história estão sendo guiadas por Deus para que Ele receba o justo reconhecimento, o justo louvor e a justa adoração que ele merece. Quando tudo estiver pronto, quando a noiva que é a igreja estiver sido preparada, quando tudo houver se completado, então virá o Glorioso Dia!

Quando penso nisso meu coração se enche de expectativa e às vezes de apreensão. Tem sido assim no transcorre dos últimos dois mil anos. Por isso acho que nesse ponto vale pena deixar duas orientações:

1)  Não há razão para tentar apressar a chegada desse dia. É claro que podemos desejar que chegue logo. No livro do Apocalipse há uma palavra que expressa esse desejo: maranata. Mas não há nada que possamos fazer para antecipar as bodas do Cordeiro. Tudo acontecerá no tempo de Deus, quando a noiva estiver pronta e chegar a hora.

2)  Não há razão fixar sua mente nesse glorioso dia e esquecer a vida que estamos vivendo agora. Na verdade, João afirma que a noiva, que é a igreja, estará vestida de linho fino, brilhante e puro, e que esse linho representa os atos de justiça dos santos. Isso quer dizer que a maneira como vivemos nossas vidas aqui e agora é de grande importância para a festa que virá.

Dia Glorioso: a festa está pronta

Nessa conversa que Jesus teve com seus discípulos, um pouco antes de sua prisão, ele deixou transparecer algo que enche o meu coração de alegria. O Senhor não vem apenas cumprir a agenda celestial marcada desde a eternidade. Isso também. Ele nos revela algo muito pessoal nesse seu retorno: ele deseja nossa companhia:

3E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Jo 14.3 (NVI)

Que coisa maravilhosa, irmãos! Jesus vem nos buscar para ficarmos junto com ele, onde ele estiver. Ele nos quer ao seu lado, participando de daquilo que o Pai preparou desde a eternidade. Esse dia glorioso será o dia do reencontro de Jesus com seus discípulos e amigos. Como um irmão mais velho cuidadoso e amoroso, Jesus aguarda o dia em que estaremos todos jutos. O apóstolo Paulo pode nos ajudar a compreender isso. Veja o que ele diz:

29-30Porque desde o princípio de tudo Deus decidiu que aqueles que viessem até ele, e ele já sabia quem seria, se tornariam semelhantes ao seu Filho, a fim de que o seu Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos. E, tendo-nos escolhido, chamou-nos para si; e quando viemos, respondendo à sua chamada, ele nos reconciliou consigo, concedendo-nos o direito à sua glória. Rm 8. 29,30 (OL)

Quando a festa estiver pronta Jesus voltará, irmãos! Ele se fez gente, viveu entre nós e entregou sua vida como um sacrífico, em nosso lugar, para que esse Glorioso Dia aconteça. E acontecerá, assim como foi revelado ao apóstolo João.

A festa está preparada para os amigos de Jesus, para aqueles que desejam estar com ele, para aqueles que o amam e são gratos pelo que Jesus fez por eles. A festa está pronta, mas você está pronto para participar dela? Jesus é aquele amigo que participa das coisas da sua vida, ou é apenas uma imagem, um crucifixo, uma oração repetida, uma marca na capa da bíblia?

Você precisa conhecer mais sobre o que Jesus fez por você. Você deve procurar saber sobre o significa a morte dele na cruz, sobre como isso foi uma prova de amor. Você precisa descobrir o quanto Deus o ama e o quanto ele deseja cuidar de você, torná-lo uma pessoa melhor e fazer de você alguém parecido com Jesus, que confia completamente no amor do Pai.

Dia Glorioso: quando e como será?

É normal que nossa curiosidade fique aguçada com esse evento tão importante para aqueles que confiaram sua vida ao Senhor. Os discípulos também ficaram curiosos. Quem registrou essa curiosidade foi Mateus:

3 Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos? " Mt 24.3 (NVI)

Que bom que os discípulos perguntaram! É bem possível que eles esperassem respostas bem objetivas, mas Jesus faz diferente: ele relatou um imenso cenário, em que várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Aparentemente Jesus estava se referindo aos tempos que sucederão ao arrebatamento da Igreja, tempos duríssimos que serão experimentados pelo povo eleito de Deus: os descendentes de Abraão.

Jesus falou de perseguição, do esfriamento do amor e dos falsos messias que aparecerão. Ele disse que serão tempos de guerra entre as nações, de fome no mundo e muitos terremotos. Jesus disse também que o tempo que antecederá sua vinda será marcado pelo aparecimento de numerosos falsos profetas, que falando em nome de Deus enganarão muitas pessoas. Ele disse que serão realizados sinais miraculosos e maravilhas impressionantes com o propósito de enganar o povo escolhido de Deus.

Mas, quando tudo isso acontecer, irmãos, aqueles que confiaram em Jesus como seu Senhor e salvador não estarão mais aqui. O Senhor já terá nos levado para si, para a grande festa que está preparando. Antes de tudo isso acontecer, algo tremendo a maravilhoso acontecerá primeiro. Vejamos o diz o apóstolo Paulo a respeito desse evento que provocará grande confusão em todo o mundo.

15Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem.16Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.17Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.18 Consolem-se uns aos outros com estas palavras. 1 Ts 4.15-18

As imagens que foram reveladas a Paulo pelo Espírito de Deus são impressionantes e tremendas! É assim que Jesus virá buscar sua igreja! É assim que a noiva será arrebatada para encontrar-se com o noivo. Primeiro todos aqueles que morreram confiando no Senhor serão ressuscitados e terão seus corpos devolvidos. Depois os que estiverem vivos naquele dia terão seus corpos transformados e então todos juntos nos encontraremos com o Senhor Jesus para a grande celebração que marcará o início da eternidade com Cristo.

Portanto, meus irmãos. Nós não estamos abandonados neste mundo louco. Não estamos vivendo como se não houvesse amanhã, como alguns poetas propõem. Nós, os que cremos na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus, aguardamos com alegria e expectativa o seu retorno. A eternidade que nos espera não nos foi completamente revelada, para sabemos que será tudo aquilo que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Minha oração ao final dessa reflexão é um pedido a Deus para nossos olhos permaneça voltados para Cristo, que nossos corações sejam preenchidos com paz e nossa fé no Senhor se fortaleça. Porque a festa está quase pronta, o dia já se aproxima, já está às portas o tempo em que a dor, o choro e o lamento serão banidos e todas as convergirão para Cristo.

33Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! 34"Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?" 35"Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?" 36Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém. Rm 11.33-36

25 agosto 2016

Unidos em Santidade


Unidos em Santidade
Comunidade Batista Mangabeira IV - João Pessoa/PB - 21/08/16 

Introdução

Boa noite, irmãos! É muito bom ter novamente a oportunidade de compartilhar a Escrituras e juntos nos aproximar do texto sagrado. Depois de alguns dias de férias a saudade já estava apertando o coração.

Agosto foi separado pelos Batistas como um mês para lembrarmos de forma especial dos jovens de nossas igrejas e encorajá-los a perseverar no caminho que estão trilhando com Jesus. E como é importante encorajar! Isso está acontecendo aqui na CBM e por todo o país.

Nossa juventude escolheu um tema para nortear as reflexões neste mês: Unidos em Santidade. Certamente é um tema desafiador que merece nossa atenção. O texto bíblico de onde esse tema nasceu está na primeira carta escrita pelo Apóstolo Pedro.

...sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 1 Pe. 1.15b (NVI)

Então, por favor, abra sua Bíblia no primeiro capítulo desta carta e a mantenha aberta lá. Esse capítulo será o texto sobre o qual conversaremos hoje à noite.

A título de introdução a essa conversa, quero fazer uma pergunta: porque alguém, em pleno século XXI, teria algum interesse em tratar sobre santidade? Fala sério! E mais, porque santidade faria parte dos assuntos que interessam aos jovens?

Santidade é uma palavra um pouco mofada, não? Pra começar, todos os santos são velhos. Santidade não parece combinar com juventude. Sempre que alguém começa a falar sobre essa tal de santidade o discurso parece retrógrado e os exemplos parecem antiquados.

Outra questão é que toda vez que alguém fala sobre santidade parece estar querendo tirar algo bom e prazeroso da gente. Santidade parece sinônimo de NÃO. Aí fica aquela impressão de que se embarcarmos nessa a vida vai ficar meio sem graça e sem brilho.

Por fim, às vezes parece que santidade é uma palavra comum na boca de gente arrogante, que se acha sempre superior aos demais. Ora, se aqueles que se interessam por santidade são assim, parece então que isso não ajuda muito as pessoas a se tornarem seres humanos melhores. Por que, então, eu e você deveríamos nos interessar por esse assunto?

No entanto, a despeito dessas constatações, acabamos de ler um trecho das Escrituras que nos orienta a sermos santos em tudo que fizermos. O que fazer com essa orientação? Bom, poderíamos seguir o exemplo daqueles que selecionam para si as partes da Bíblia que são boas e descartam aquelas que são desconfortáveis, mas não acho que esse seja o melhor caminho.

A Bíblia não é um site de frases bonitas em que se escolhe aquela que arrepia o braço quando você lê. Ela é um legado do Espírito Santo, deixada para lançar luz sobre quem é Deus, sobre quem nós somos e para anunciar as boas novas de que nosso relacionamento com ele pode ser restabelecido mediante a fé no amor dele por nós.

Diante disso tudo, a saída mais honesta que nos resta é examinar o texto o bíblico e tentar compreender um pouco mais sobre essa santidade de que fala o apóstolo Pedro. Será que ela tem algum significado para nós, hoje? Vamos ler juntos o texto projetado e depois pedir ao Senhor que nos guie.

13Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado.14Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. 15Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo". 1 Pe. 1.13-15 (NVI)

Santidade não é para todos

Pode parecer estranho o que vou dizer agora, mas acredito que temos no verso 15 uma dica segura de que santidade não é para todos. No começo do texto, Pedro parece deixar claro que santidade não é requerida e nem mesmo esperada de todos, mas tão somente daqueles que foram chamados por Deus e responderam sim a esse chamado.

Eu quero ser o mais claro possível sobre esse ponto porque esse entendimento é um divisor de águas que pode mudar sua vida.

Responder sim ao chamado de Deus é desistir de fazer algum bem espiritual por si mesmo e receber o bem maior oferecido por Deus. Não há em seu interior qualquer recurso espiritual propriamente seu que seja suficiente para dar um jeito em sua vida. Enquanto você não reconhecer essa realidade, santidade será algo estranho aos seus ouvidos.

Outra forma de compreender esse sim ao chamado de Deus é compará-lo a alguém à deriva em alto mar que se dá conta de que o barco em que se encontra está destruído, sem reparo e afundando, e que recebe agradecido o bote salva-vidas jogado em sua direção.

 Alguém que continua tentando consertar a vida por conta própria carrega sobre os ombros fardos pesados. A cada dia o esforço para se manter em pé e sorrir parece maior. Uma manhã após a outra e os dias chegam sobrecarregados pelos esforços de fazer a vida dar certo.

Há uma boa notícia pra você que passa o dia em busca de uma postagem no Face, uma mensagem no Whatsapp, um elogio, um afago ou qualquer outra coisa que o ajude a suportar o peso de carregar o mundo sobre os ombros:

Jesus sabe de tudo que se passa com você.  Ele deseja salvá-lo desse naufrágio iminente em que sua vida de transformou. Ele quer aliviá-lo dos fardos que estão tornando seus dias um verdadeiro globo da morte, onde parar parece mais perigoso do que continuar. Ouça o que ele disse:

28 "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Mt 11.28 (NVI)

É assim que alguém começa a seguir a Jesus: indo para ele. Santidade, portanto, não é algo que possa se esperado de todas as pessoas com quem cruzamos, mas é um modo de vida, uma direção apontada pelas Escrituras para todos aqueles que atenderam ao chamado de Jesus e se tornaram seus seguidores e discípulos.

Santidade começa com Regeneração

Agora que compreendemos que o chamado para santidade é um privilégio guardado para os seguidores de Jesus, precisamos voltar ao início deste capítulo para considerarmos os detalhes desse ponto de partida.

3Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês 5que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo. 1 Pe. 1.3-5 (NVI)

Esse chamado de Deus é uma porta que se abre para o que Jesus, na conversa que teve com Nicodemos, chamou de novo nascimento.

No verso 3 Pedro, antecipando-se ao que ia escrever em seguida, se fosse nordestino, bradaria: Ô Deus arretado!! Mas como não era ele exalta a Deus do jeito dele. Aí ele continua explicando o que é como acontece esse novo nascimento, que ele chamou de regeneração. Esse é o ponto de partida para a santidade.

Santidade começa com aceitar com gratidão a misericórdia de Deus. Não há qualquer mérito em haver sido regenerado. Não havia em você qualquer coisa digna de ser salva. É tudo um presente gratuito, pelo qual você não fez nada para receber. Portanto, qualquer tentativa de barganhar com Deus é semelhante a tentar pagar por um presente recebido: desnecessário e desrespeitoso.

Santidade começa com confiar no poder de Deus, demonstrado na ressurreição de Cristo. A confiança é de que assim como Jesus ressurgiu dentre os mortos, nós os seus seguidores, fomos resgatados para uma nova vida, que começa aqui e agora. Portanto, qualquer tentativa de viver uma fé desencarnada não vai nos ajudar a ser santos.

Santidade começa com a convicção de que a nova vida que recebemos é como uma herança, porque fomos adotados na família de Deus. Essa nova vida é algo que não pode ser roubada, não se estraga e não perde seu valor. Portanto, o coração inseguro não nos ajudar a viver em santidade.

Santidade começa com uma esperança que não se limita a esta vida, que se projeta para a eternidade. Essa esperança estará completa apenas quando o Senhor retornar e se fizerem novos céus e uma nova terra. Tempo em que não haverá mais choro, nem pranto, nem dor! Portanto, qualquer tentativa de transforma esta vida no único propósito do evangelho não coopera para a santidade em nós.

Santidade na prática

É possível que, ao ouvir sobre santidade, as imagens que venha a sua mente sejam de alguém orando e lendo ou lendo a Bíblia. E certamente a oração e leitura das Escrituras fazem parte da vida de alguém que se interessa e se importa em viver uma vida santa.

Em 1 Pedro 1.13 somos apresentados a uma santidade que começa em nossa relação com Deus e que se torna visível em tudo que fazemos. Portanto, santidade não é coisa de gente enclausurada nas quatro paredes dos templos nem tampouco nas quatro paredes da sala de estar do seu apartamento. Santidade é coisa de gente que vive a vida intensamente.

Veja o que Pedro diz:

13Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado. 1 Pe. 1.13 (NVI)

Algumas coisas me chamam a atenção neste verso:

...Portanto, estejam com a mente preparada...
Primeiro, é a fala de Pedro que nos convoca a estarmos preparados em nossas mentes. A palavra grega usada pelo apóstolo, διανοια dianoia, indica a mente com centro das habilidades intelectuais, afetivas e volitivas (isto é, da vontade). Santidade, portanto, não é apenas um exercício espiritual. Passa também pelo desenvolvimento de nossa capacidade de entender as coisas, de nos relacionar com as pessoas e lidar com nossas vontades.

...prontos para a ação...
Depois é que esse preparo todo tem como objetivo agir. Não faz sentido preparar-se para uma jornada, vestindo e ajustando as roupas adequadas para um longo percurso, para em seguida sentar-se na cadeira e não fazer nada para o que você se preparou.

Para Pedro a santidade tem que colocar o bloco na rua. Tudo aquilo que Deus lhe permitiu viver, toda inteligência que ele lhe deus, toda a riqueza emocional que você experimentou, todas as habilidades relacionais que ele lhe permitiu desenvolver, todo domínio próprio que você alcançou foram dados para que você seja santo, anunciando assim o amor gracioso de Deus.

...coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado...
Por fim, Pedro deixa bem claro que aqueles que são chamados para a santidade, não devem apostar suas fichas neste tempo presente. Devemos agir agora, mas os frutos e as recompensas desse agir estão preparados para um tempo futuro.

Dessa forma, somos chamados a uma santidade que em nada ostenta virtudes ou conquistas, mas que aguarda o tempo em que as obras de cada um serão reveladas e recompensadas.

Unidos

É completamente impossível enfrentarmos os desafios de viver vida santa sozinhos. Santidade não é coisa para se experimentar no isolamento. Santidade não é um solo, mas um coral; não é obra de um lobo solitário, mas uma matilha; não um voo solo, mas a apresentação de uma esquadrilha.

Mas os tempos que vivemos são difíceis. Tempos em que profundidade e qualidade se tornaram desnecessárias como característica dos relacionamentos humanos. Temos esquecido de que Deus, ao criar o ser humano, afirmou categoricamente “Não é bom que o homem esteja só” (Embora essa afirmativa esteja no contexto do estabelecimento do primeiro casal, ela reconhece que não fomos feitos para existir sozinhos).

Temos nossa individualidade, mas fomos criados para a coletividade: quando estamos juntos o potencial colocado em cada um de nós torna-se possível; quando estamos juntos a multiforme graça de Deus encontra o ambiente propício para nos conduzir à plenitude de Cristo.

Estar juntos não é apenas estar no mesmo lugar, cantar as mesmas músicas, ler o mesmo texto bíblico e ouvir as mesmas orações. É possível fazer isso tudo, mas estar distante. Por causa dessa possibilidade, de a convivência ser rasa e descomprometida, muitos tem optado pela não-convivência; ou pela convivência virtual.

A opção pela não-convivência pode ser agradável por um tempo, porque o poupa de alguns desgastes próprios do relacionamento; mas a médio e longo prazo é um desastre, porque reduz o potencial que Deus colocou em você. A cada passo que alguém dá em direção ao isolamento relacional mais distante fica de viver uma vida santa.

A convivência virtual tem se tornado a preferência de muita gente. Sem dúvida é melhor que a não-convivência, isto é o isolamento. Mas não é suficiente. Os relacionamentos virtuais são pobres e rasos quando comparados ao olho-no-olho. Não estou dizendo que não sejam úteis e até apropriados em algumas circunstâncias, mas que eles são limitados e pouco ajudam no chamado para sermos santos.

Bem, minha conclusão em relação a isso é que precisamos recuperar os relacionamentos olho-no-olho. Precisamos estar juntos no mesmo lugar, cantar as mesmas músicas, ler o mesmo texto bíblico e ouvir as mesmas orações. Pode ser que não seja perfeito, mas ainda é o melhor que temos.

O escritor da carta aos Hebreus fala sobre isso. Ele nos aponta uma direção importante que não pode ser colocada de lado: quando estamos juntos no mesmo lugar, cantando as mesmas músicas, lendo os mesmos textos bíblicos, ouvindo as mesmas orações, abre-se uma janela para experimentarmos o amor em suas mais variadas dimensões.

24 Procuremos desenvolver entre nós o amor fraternal e estimulemo-nos a fazer o bem. 25 Não descuidemos a nossa participação na comunidade dos crentes, como muitos fazem. Pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, tanto mais que vemos aproximar-se o grande momento da sua segunda vinda. Hb 10.24-25 (OL)

Para não descuidar de nossa participação na comunidade dos crentes e atender à vocação que temos para a santidade precisamos rever as prioridades de nossas agendas e avaliar se nossa vida não está girando apenas em volta de nós mesmos. Se for esse o caso, o primeiro passo é confessar o pecado ao Senhor e pedir que ele nos ajude a viver de uma maneira diferente, mais parecida com o modo de vida que Jesus ensinou.

Minha oração neste momento é um pedido ao Senhor para que (1) nos dê clareza e convicção sobre a obra regeneradora de Cristo em nossas vidas; (2) nos ajude a viver santidade de forma prática, gastando nossas vidas como um sinal do Reino; (3) e que eles nos ajude permanecer juntos, cantando as mesmas músicas, lendo os mesmos textos bíblicos, ouvindo as mesmas orações e experimentando o amor em suas mais variadas dimensões.

18 junho 2016

Evangelho Autêntico - Sem mim, nada podeis fazer


Evangelho Autêntico
Sem mim, nada podeis fazer

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Conexão

Boa noite, irmãos e irmãs! Este é o terceiro encontro em que estamos refletindo sobre o Autêntico Evangelho de Jesus.

Primeiramente vimos que o Evangelho é a notícia de que Jesus veio a este mundo para vivermos a vida em toda a plenitude planejada por Deus. Uma vida completa de tudo.

Depois, chegamos à conclusão de que Jesus nos chama para si mesmo (vinde a mim!), não para uma religião. Ele é o único caminho para a liberdade dos pesados fardos das tentativas de justiça própria, do esforço religioso e da confiança no mérito pessoal.

Vimos que da mesma forma que fomos salvos pela graça de Deus, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte para que isso acontecesse, somos chamados a viver a vida com base nessa mesma graça, isto é, sabendo que nossa caminhada de fé não é trilhada à base da virtude humana, mas decorre do amor gracioso de Deus por nós.

Nossa vida cristã não será saudável se for uma correria para longe de Jesus, em busca de realizações para agradar a Deus; o evangelho autêntico é o convite de Jesus para nos achegarmos para perto dele. É assim que seremos aliviados e encontraremos descanso para nossas almas.

Introdução

Hoje veremos outro aspecto do evangelho: só o experimentaremos de verdade se estivermos conectados a Jesus: “sem mim nada podeis fazer”. Nosso texto base será Mt 11.28:

Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Mt 11.28 (ARA)

Quando Jesus falou essa frase, “sem mim nada podeis fazer”, ele estava explicando uma comparação. Aliás, ele fez isso várias vezes: para ensinar verdades espirituais, ele gostava de recorrer a ilustrações, começando nas coisas normais da vida diária. Jesus falou de ovelhas, de arado, de sementes, de lampião, de varrer a casa...  

Dessa vez, ele estava usando a videira para fazer uma comparação e ensinar verdades espirituais importantes. Para aqueles discípulos que ouviram Jesus falar pela primeira vez, a videira era uma planta muito conhecida, talvez como a latada de maracujá ou a rama de melancia, para quem conhece o interior do Nordeste.

É por isso que quando Jesus disse: eu sou a videira verdadeira, todo mundo que o ouviu imaginou logo um pé de uva. E como é um pé de uva? (imagens)

Um novo significado

Mas não foi apenas porque a videira fazia parte da agricultura hebraica que Jesus a usou como ilustração. A videira também aparece muitas vezes como simbologia no Antigo Testamento e isso poderia ajudar as pessoas a compreender o novo significado que Jesus queria dar para essa comparação.

O profeta Oseias falou sobre uma videira para ilustrar a situação em que se encontrava a nação de Israel: uma nação próspera que se entregou à idolatria, cultuando os deuses dos povos vizinhos.

1 Israel era como videira viçosa; cobria-se de frutos. Quanto mais produzia, mais altares construía; Quanto mais sua terra prosperava, mais enfeitava suas colunas sagradas. Os 10.1

O profeta Isaías também usou a mesma imagem da videira, mas para descrever o cuidado constante de Deus com Israel.

2 Ele cavou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. Construiu uma torre de sentinela e também fez um tanque de prensar uvas. Ele esperava que desse uvas boas, mas só deu uvas azedas. Is 5.2

De forma semelhante, o profeta Jeremias falou sobre uma videira de sementes selecionadas, mas que se tornou degenerada e selvagem

21 Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem? Jr 2.21

Na fala dos profetas, a videira era sempre a nação de Israel, plantada e cuidada por Deus; Jesus, no entanto, fez uma outra comparação. Ele disse que a videira de Deus era ele mesmo: eu sou a videira verdadeira, disse Jesus, e meu pai é o agricultor.

Jesus é a videira

Talvez não seja possível para nós avaliar o grande impacto dessa nova proposta. Mas deixe-me tentar explicar.

Os judeus se orgulhavam muito de sua história. Eles confiavam no fato de que eram descendentes de Abraão, e de que por isso tinham uma condição especial diante de Deus. Eles liam os profetas e achavam que o parentesco deles com Abraão era a ligação que os mantinham conectados à videira e sob os cuidados de Deus.  

Quando João Batista começou a pregar, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, muitos Judeus correram para ser batizados por ele, mas no fundo eles não estavam arrependidos da maneira como viviam. João foi duro com eles:

7-9Era assim que João pregava às multidões que vinham para batizar-se: Raça de víboras! Quem os avisou de fugir do julgamento de Deus que há-de vir? Tratem primeiro de mostrar o vosso arrependimento pela maneira como vivem. E não pensem que estão em segurança por descenderem de Abraão. Isso não basta; até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar-vos as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo. Lc 3.7-9 (OL)

Talvez agora dê para perceber como a fala de Jesus foi contundente: enquanto os judeus acreditavam que os descendentes de Abraão eram a videira de Deus neste mundo, a fonte de vida para as outras nações, Jesus apresentou-se a si mesmo como a videira verdadeira, o centro da vida.

A vida de Deus emana dele, a salvação de Deus, a esperança de Deus... Tudo de Deus converge para ele. Portanto, a vida está disponível sim, mas não para aqueles ligados a Abraão pelos laços de sangue; a vida é um presente para aqueles ligados a Jesus pelo poder do Espírito Santo.

Hoje, muitos irmãos que vivem de forma semelhante àquelas pessoas a quem João falou. Acham que é suficiente ser membro de uma igreja. Acham que se forem dizimista e usarem o crentês no domingo aí “tá tranquilo, tá favorável”. Pensam que estão bombando quanto postam no Face uma frase gospel ou uma imagem bonita com versículo e aí escrevem embaixo: “A minha cara!” ou “Muito forte!”. Mas estão enganados!

Entendem que a conexão importante para suas vidas é com a moda gospel do André e da Ana Paula, com o pregador da moda que aos berros promete mundos e fundos na televisão, com o novo clip da MK ou com a blogueira de milhões de fãs... Estão completamente enganados!

Há crentes que se acham seguros porque são sangue bom, porque têm história, porque papai e mamãe são líderes na igreja, porque organizaram um lual, porque participaram da bandinha no EJC ou distribuíram cesta básica para famílias necessitadas. Estão profundamente enganados!

A segurança está na videira e a videira verdadeira é Jesus! A vida está nele desde a eternidade. Veja o dizem as Escrituras:

15 Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele existe antes de Deus ter criado todas as coisas e está acima de toda a criação 16 Na verdade, foi através dele que Deus criou tudo o que há nos céus e sobre a Terra, até os governantes, as autoridades, os que têm o poder e a força, tanto no mundo espiritual como no terreno. Tudo isso foi estabelecido por Cristo, e para Cristo. 17 Antes que tudo tivesse sido criado, já ele tinha existência; e todo o universo se mantém graças a ele.

18 Cristo é a cabeça da igreja, a qual é o seu corpo. E é o princípio de uma vida nova, o primeiro a ter ressuscitado dos mortos, e é consequentemente o primeiro em tudo e sobre todas as coisas!

19 Porque Deus em toda a sua plenitude decidiu estar presente em Cristo, 20 e por ele Deus reconciliou todas as coisas consigo mesmo. Cristo estabeleceu a paz com tudo que existe no céu e na Terra por meio do seu sangue na cruz. Cl 1.15-20

Nós somos os ramos

Na comparação que Jesus fez, ele é a videira. Ele foi plantado por Deus, o agricultor. Nós somos os ramos da videira.

Jesus afirmou para Nicodemos que para alguém entrar no Reino dos Céus é preciso nascer duas vezes: da água e do Espírito. Nós sabemos que esse segundo nascimento é quando o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Nessa ilustração de Jesus, nascer de novo é brotar do tronco da videira. Por meio de Jesus, a vida de Deus encontrou lugar em nós. Ele é a videira, nós somos os ramos.

Meus irmãos, agora prestem atenção a isso: de si mesmos os ramos não têm vida; de si mesmos os ramos não têm força; por si mesmos os ramos não se desenvolvem; por si mesmos os ramos não crescem; por si mesmos, os ramos não produzem fruto. Em tudo, os ramos são dependentes da videira.

Enquanto os falsos evangelhos alardeiam sua capacidade de fazer por conta própria o que você quiser, o autêntico evangelho de Jesus afirma: “sem mim, nada podeis fazer”. Veja o que disse Jesus:

4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Jo 15.4 (NVI)
Hoje em dia qual é a primeira informação que a maioria das pessoas pede quando chegam a um restaurante ou na casa de um amigo? A senha do wi-fi. Por quê?

- Ora, porque não tem crédito no celular! Aí tem que aproveitar o wi-fi!

Não deixa de ser verdade. Mas por que esse desespero para conectar no wi-fi da lanchonete ou filar a conexão 4G do amigo? Porque ninguém quer ficar desconectado.

Jesus está dizendo pra você hoje à noite que a conexão mais importante da sua vida e com ele. Um ramo quebrado, desconectado da videira, na verdade não seca de uma hora para outra. Mas ele vai murchando, perde o brilho, perdendo as forças, até que seca.

É assim que está sua alma? Conectada com tudo, menos com aquele de onde vem a vida? Então é bem possível que você esteja secando por dentro. É possível que a leitura da Bíblia não seja mais tão prazerosa, que a oração seja um fardo pesado e que a comunhão com os irmãos pareça até desnecessária.

O primeiro passo para sair dessa situação é você admitir que Jesus não tem sido a principal conexão de sua vida. Você não está permanecendo na videira! É duro reconhecer que o nosso status em relação a Jesus é “não conectado”, mas esse é o caminho da restauração.

Permanecer

Depois de admitir, você precisa atender ao chamado de Jesus. Veja o que ele disse: 4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Jo 15.4a

Em outras palavras, Jesus está dizendo: conecte-se a mim, porque o meu wi-fi está sempre disponível e com sinal cheio! E como isso acontece na prática? Assim como é preciso ajustar as configurações do celular, você também precisar ajustar as configurações da sua vida:

(1)          A primeira coisa é acreditar no profundo de sua alma que Jesus é o filho de Deus. João, um dos discípulos de Jesus afirmou que confessar essa crença em Jesus abre as portas da nossa vida para que Ele permaneça em nós e nós nele.

Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. 1Jo 4:15 (NVI)

Se isso ainda não aconteceu com você, procure ler as Escrituras e conhecer a vida e a pessoa de Jesus.


(2)          O segundo passo é render-se a Jesus. O mesmo João afirmou que aqueles que se rendem a Jesus são incluídos na família Deus e ganham o direito de serem chamados filhos de Deus

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1:12 (NVI)

(3)          Depois você deve seguir descobrindo qual é maneira que Deus recomenda que a vida seja vivida E ajustar o seu jeito de pensar e viver às orientações do Espírito de Deus nas Escrituras.

Os que obedecem aos seus mandamentos permanecem nele, e ele neles. Deste modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu. 1Jo 3:24 (NVI)

(4)          Por fim, você precisa viver a vida confiando no evangelho. É não desistir! É não deixar morrer a semente que foi plantada em sua alma pelo Espírito de Deus.

Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai. 1Jo 2:24 (NVI)

Conclusão

Irmãos, o Senhor Deus é o dono da vinha. Ele plantou Jesus como a videira verdadeira. Através da cruz de Cristo, Ele resgatou homens e mulheres e os colocou em íntima ligação com o Filho, fazendo-nos ramos dessa videira verdadeira. A vida que temos em nós vem da videira: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim”.

Não há conexão mais importante em sua vida do que a conexão com Jesus. É dele que vem a seiva que mantém você espiritualmente vivo. Sem ele, nada de valor poderemos fazer. Sem ele nada do que fazemos tem implicações eternas. Sem ele nós podemos até parecer vivos, mas na verdade estamos mortos.


Você está ligado à videira verdadeira? Então permaneça nela! Uma vida cheia de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade está esperando por você. O Espírito produzirá em você os doces frutos da presença dele em nós.