Servindo uns aos outros
13 Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade;
porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns
dos outros, pelo amor. Gl.
5.13 (NVI)
Há quatro palavras básicas na linguagem do
Novo Testamento que são frequentemente traduzidas por “servir”, “servo,
“servindo”, e usadas mais de 300 vezes (cercad de 130 nos Evangelhos e Atos, e
aproximadamente 170 nas epístolas. A duas mais frequentes são diakoneo (διακονεω) – Atos 6.2 e douleuo
(δουλευω)
– Gálatas 5.13.
Diakoneo quer dizer ajudar
ou servir. Escritores do Novo Testamento usaram essa palavra para ser referir a
alguém que serve comida ou bebida, isto é, que se importa com as necessidades
materiais dos outros. Num sentido mais geral, é aquele que faz qualquer coisa
para servir aos interesses de outrem. Daí tiramos a palavra diácono.
Doulos era uma um
escravo, um servo, alguém que servia. Neste sentido mais forte significa alguém
que abdica de si mesmo completamente em favor do desejo de outro, alguém que
serve com sentido de devoção.
Charles Swindoll propôs uma pirâmide
verbal para simbolizar os valores que pautam grande parte dos relacionamentos
humanos. São valores representados por frases como:
(1). Eu sou
importante;
(2). Não abro mão
dos meus direitos;
(3). Farinha
pouca, meu pirão primeiro;
(4). Se você não se
colocar pra cima, ninguém o fará.
EU
M E U
A M I M
P A R A M I M
Por que agimos dessa forma?
Essa atitude reflete o princípio (ou lei)
do pecado que está ativo em nós. Desde Adão e Eva, passamos a não desconfiar do
cuidado de Deus por nós. Os homens se tornaram dominantes e muitas vezes
cruéis, enquanto as mulheres se tornaram insubmissas e resistentes a qualquer
forma de autoridade. Assim, todos buscam proteger-se em um mundo em que ninguém
se importa com ninguém. Garantir a própria situação (direitos, necessidades e
interesses) é a melhor estratégia em um mundo no qual cada um cuida do seu e
Deus não existe (ou, se existe, não é confiável). Essa descrença está refletida
no ditado “É cada um por si e Deus por todos”.
Como é possível libertar-se desse
problema?
Como pode um avião voar se pela lei da
gravidade ele deveria cair?
LIBERDADE PARA SERVIR
– A “lei
do pecado e da morte” está ativa no ser humano. Contudo, as Escrituras também
revelam uma lei que é maior e mais poderosa, e pode ser ativada pelo próprio
Deus. É a “lei do Espírito da vida”, que se tornou possível com a vinda de
Jesus (Rm 8.2) e nos liberta para servir a Deus e aos outros em amor.
Jesus tornou possível vencermos a natureza
produzida pela lei do pecado: viver para si mesmo (Rm 6). Em Cristo estamos
livres para atender aos outros em suas necessidades e amá-los como a nós mesmo
(Gl 5.14). Quando nos tornamos cristãos ganhamos uma nova vida, a vida eterna,
e junto com ela o poder de ir além de nós mesmos e experimentar a realização de
servir aos outros.
LIBERDADE DISPONÍVEL – É assim que a
“lei do Espírito da vida” cria as condições para voarmos: quando pela fé
confiamos no Senhor Jesus como nosso salvador, nos identificando com sua morte,
morremos com ele. Assim, a “lei do pecado e da morte” não tem mais efeito sobre
nós e o impossível pode acontecer: tornamo-nos livres para servir. A liberdade
está disponível, mas é como alguém que vê a porta da prisão abrir-se; é preciso
sair por ela.
SERVIR COM AMOR – Para servir uns
aos outros temos de ser guiados por verdadeiro amor. O amor é o princípio de
todo relacionamento cristã, inclusive o processo de servir uns aos outros. Sob
a lei do pecado, servir aos outros seria uma experiência negativa; mas sobe a
lei do Espírito da vida, guiada pelo princípio do amor, servir torna-se algo
alegre e recompensador.
SERVIR MEDIANTE A FÉ – Servir é uma
maneira poderosa de demonstrar nossa confiança de Jesus Cristo. Ele é a fonte
da nossa liberdade para servir. Essa libertação para o serviço está disponível
mediante o exercício de confiança no Senhor. (Rm 5.1,2). Essa confiança que
liberta não é uma mera concordância, mas a decisão ativa na direção de obedecer
ao ensino de Jesus.
SERVIR RELACIONANDO-SE
– O
chamado para servir uns aos outros não pode ser atendido individualmente. Não
podemos viver isolados. Dependemos uns dos outros para satisfazer nossas
necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais. Além disso, como
crentes em Jesus fomos incluídos pelo Espírito Santo como parte de uma família,
a família de Deus. Portanto, o serviço com amor e mediante a fé acontece
sobretudo nos relacionamentos que desenvolvemos uns com os outros.
SERVIR NO ESPÍRITO – É manifestar o
fruto do espírito, enquanto serve, em seus relacionamentos: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl
5.22,23).
PASSOS PRÁTICOS PARA SERVIR AOS OUTROS EM AMOR
1)
Avalie
o quanto o fruto do Espírito é refletido em seus relacionamentos. Marque 1 para
“Nunca Existe” e 7 para “Sempre existe”
1.
Há
amor cristão sendo expresso em minha igreja? 1 2
3 4 5
6 7
2.
Há
evidências de alegria e felicidade? 1 2
3 4 5
6 7
3.
Há
paz e unidade? 1
2 3 4 5 6 7
4.
Os
irmãos demonstram paciência uns com os outros? 1 2
3 4 5
6 7
5.
Os
irmãos são bondosos em atitudes? 1 2
3 4 5
6 7
6.
A
bondade é demonstrada com atos concretos? 1 2
3 4 5
6 7
7.
Os
irmãos são dignos de confiança? 1 2
3 4 5
6 7
8.
Demonstram-se
gentileza e sensibilidade nos relacionamentos? 1 2
3 4 5
6 7
9.
Há
autocontrole nas conversas e no estilo de vida? 1
2 3 4
5 6 7
Some suas respostas e confira na tabela
abaixo os indicadores a respeito do serviço em sua igreja:
A) 9 a 18 – Há muitos
desafios pela frente e você precisará de ajuda.
B)
19
a 36 – Os desafios são grandes, mas os primeiros passos já foram dados;
C)
37
a 54 – O serviço orientado pelo amor é uma prática, mas ainda pode melhorar;
D) Acima de 54 – A excelência
no serviço foi incorporada ao seu modo de viver.
Adaptação a partir do capítulo 8 – Servindo uns aos outros – do livro Um por todos, todos por um, escrito por Gene Getz
Traduzido por Ana Vitória Esteves de Souza e publicado pela Editora Textus –
Rio de Janeiro. Versões da Bíblia: OL – O Livro, BV – Bíblia Viva, NVI – Nova
Versão Internacional
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