31 maio 2009

A Graça de Contribuir - Sete Princípios

Quero concluir essa série de pregações refletindo sobre sete princípios que não podem ser esquecido quando o assunto é contribuição. Dois deles nós já vimos nas pregações anteriores

A. Contribuir é um privilégio

Não é obrigação, não é peso, não é sacrifício... É privilégio. Imagine fazer parte daquilo que Deus está realizando neste mundo! Imagine ser um instrumento usado por Deus para a restauração da humanidade. Imagine sentar-se à mesa e ouvir do Senhor: servo bom e fiel, venha alegrar-se comigo. Isso tudo é um grande privilégio.

B. Primeiro a entrega de si depois a contribuição

O segundo diz respeito ao princípio pelo qual nenhuma doação, nenhuma oferta, nenhuma contribuição pode prescindir da entrega da sua própria vida a Deus. Paulo reconheceu que os irmãos da Macedônia primeiro haviam entregado a si mesmos a Deus para depois ofertar qualquer outra coisa.

Se você ainda não entregou a si mesmo aos cuidados de Deus, não tem como experimentar a alegria e o privilégio de contribuir com alegria.

Se você ainda não rendeu o controle da sua vida a Jesus, ofertar dinheiro e bens pode parecer algo muito estranho e sem cabimento.

Se você ainda anda por esta vida tentando controlar as circunstância do seu viver e manter o mundo em ordem, é possível que muita coisa do que eu disse hoje não faça sentido pra você.

Então, eu quer lhe fazer um convite: entregue o controle de sua vida a Cristo, receba-o como seu Senhor e Salvador e experimente a nova vida que Ele tem preparado para você.

Quando você não tiver mais nada que você considere propriamente seu, quando sua própria vida já não lhe pertencer, quando você não tiver mais nada a que se apegar... Então você receberá do Senhor uma nova vida. Vida abundante de alegria.

Aí certamente você compreenderá melhor esta loucura santa que é contribuir.

Leitura do Texto

(12) Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem. (13) Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade. (14) No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, (15) como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco". 2 Co 8:12-15

Alguns princípios estão presentes nesses versículos e vamos encerrar nossa reflexão hoje à noite pensando sobre eles

C. A contribuição deve ser proporcional ao que possuímos

Um dos grandes enganos a respeito de contribuição é achar que Deus está preocupado em comparar o valor que cada pessoa oferta e vem quem dá mais. A medida da contribuição de uma pessoa é aquilo que ela possui. Cada um deve contribuir de acordo com o que pode doar.

O Dízimo instituído por Deus no Antigo Testamento é uma demonstração desse princípio.

Lev 27:30 "Os dízimos dos produtos da terra são do Senhor. É a décima parte dos produtos das lavouras e das frutas. Essa parte é santa ao Senhor... "Também de todos os animais criados pelo homem - gado, rebanhos, animais domésticos - o dízimo pertence ao Senhor. De cada dez animais, um é do Senhor. Lev 27:30,32 (BV)

22 Dêem o dízimo de todas as colheitas, todos os anos. ... A finalidade dos dízimos é ensinar vocês a temerem sempre o Senhor, dando sempre a Deus o primeiro lugar nas suas vidas. Deut 14:22,23b (BV)

Aquele que tinha dez animais entregava um com dízimo, aquele que tinha cem animais, entregava dez como dízimo. Hoje, o princípio é o mesmo. A contribuição deve ser proporcional à prosperidade de cada um. Cada um deve ofertar de acordo a aquilo que o Senhor lhe permitiu ter.

E hoje, como devemos fazer? É dez por cento? É dez por cento de que, já que os dízimos eram sobre os produtos agropecuários? É do bruto, é do líquido? E se eu sou comerciante?

O dízimo é um instituto da antiga aliança de Deus com o povo Hebreu, mas não deixa de ser uma referência importante. Entregavam 10% da produção. Isso parece apontar para uma contribuição de 10% sobre o todo de nossas remunerações.

Pessoalmente é isso que eu e minha família fazemos. Enquanto os meninos eram pequenos, o dízimo do meu salário era o dízimo da família. Quando eles cresceram um pouco, passaram a receber mesada e foram ensinados sobre a importância da contribuição.

Hoje, eu Marina, Lídia e Levi temos nossas responsabilidades individuais quanto a este assunto. Cada um tem o seu salário ou renda e decide diante de Deus como vai tratar essa questão.

Todas essas coisas têm uma importância prática, mas o mais importante agora é compreendermos que existe um princípio de igualdade quando a contribuição é proporcional àquilo que cada um possui.

D. Ninguém deve ser sobrecarregado nas contribuições

Esse é um princípio precioso que depende do compromisso de todos. Se cada um de nós fizer sua parte, ninguém será sobrecarregado.

No entanto é muito comum que na vida da igreja algumas pessoas se escorrem em outras. O sujeito olha para o irmão do lado e pensa consigo mesmo: o sujeito tem grana ele ta bem de vida, bem empregado, boas roupas, tem seu carro... Ele é que tem as costas largas... E aí simplesmente não contribui.

Por outro lado há aqueles que têm tantas coisas para comprar, tantos projetos para realizar em casa, viagens para fazer, festas para realizar que não sobra nada para ele contribuir.

Tanto um quanto o outro estão sobrecarregando os demais irmãos que contribuem e acabam assumindo a parte da responsabilidade que era sua.

Toda vez que você ouvir contribuição lembre-se que o assunto é entre você e seu Deus. Converse com Ele. Coloque diante dele seus sentimentos de injustiça, sua incapacidade de confiar, seu orgulho, seu medo e tudo mais que tira de você o privilégio de contribuir.

E. A contribuição deve suprir os necessitados

Nós temos CNPJ, mas não somos uma empresa.
Nós temos objetivos, mas não somos um negócio.
Há funções diferentes, mas não somos uma estrutura hierárquica.

• Se fôssemos uma empresa, nossas ofertas seriam utilizadas exclusivamente para fazer funcionar a empresa;

• Se fôssemos um negócio, nossas ofertas seriam investimentos em busca de lucro.

• Se fôssemos uma hierarquia, nossas ofertas serviriam para manter nosso poder e posição na estrutura.

O que somos então? Somos uma família com um único Pai e muitos irmãos. E por isso, nossas ofertas e contribuições também devem ser usadas para suprir as necessidades dessa família.

O princípio aqui é simples, mas pode passar despercebido.

(15) como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco". 2 Co 8:15

A referência neste texto é ao episódio do Maná no deserto. O povo se lembrava da comida que tinha no Egito e reclamava a Moisés, quando Deus disse que enviaria alimento todos os dias. No dia seguinte à promessa feita, logo cedo, o chão estava coberto com uma camada daquilo que os Hebreus perguntaram: o que é isso? Maná?

Cada um tinha direito a porção suficiente para sua subsistência naquele dia. Eles colhiam o maná logo cedo, então, ao acordar, todos corriam para colher. Uns pegavam muito e outros pegavam pouco, conforme a possibilidade de cada um.

No entanto, o relato bíblico afirma que depois de colher todo o maná, eles juntavam tudo e dividiam para cada um conforme a medida que Deus lhes havia orientado, de maneira que não sobrava para os que haviam colhido muito, nem faltava para os que haviam colhido pouco.Como acontece em uma família, aquilo que era além das necessidades de cada um era destinado a suprir os outros até que todos tivessem o necessário para sobreviver.

Aquilo que Deus lhe deu a mais do que você precisa não deveria ser desperdiçado em despesas desnecessárias. Ao invés de ser jogado no ralo dos juros de cartão de crédito e do cheque especial, deveria ser usado para abençoar outros membros da família que não possuem ou estão passando por alguma necessidade momentânea.

Visita de Franklin e Rejania

F. Contribuições devem ser administradas com transparência, por mais uma pessoa, todos de inteira confiança da congregação.

16 Sou grato a Deus por ele ter dado a Tito o mesmo interesse profundo por vocês que eu tenho. 17 É com prazer que ele está seguindo minha sugestão de visitá-los de novo - e eu acho que ele teria ido de qualquer maneira, porque está muito ansioso para vê-los! 18 Com ele estou enviando um outro irmão bem conhecido, e que é muito elogiado em todas as igrejas como pregador da Boa Nova. 19 De fato, este homem foi eleito pelas igrejas, para viajar em minha companhia, a fim de levar a oferta a Jerusalém. Isto glorificará ao Senhor e mostrará nossa ansiedade em ajudar-nos mutuamente. 20 Viajando juntos, nós nos guardaremos de qualquer suspeita, pois estamos preocupados com que ninguém encontre falta alguma no modo pelo qual estamos lidando com esta enorme oferta. 21 Deus sabe que somos honestos, mas eu quero que todos o saibam também. Foi por isso que fizemos tal arranjo. 22 E estou enviando ainda um outro irmão, que nós sabemos, por experiência que é um cristão fervoroso. Ele está particularmente interessado, enquanto aguarda esta viagem, porque eu lhe disse tudo a respeito da ansiedade de vocês em ajudar. 23 Se alguém perguntar quem é Tito, digam: ele é meu companheiro e meu auxiliar na ajuda que lhes dou, e podem também dizer que os outros dois irmãos representam as assembléias cristãs daqui, e são admiráveis exemplos daqueles que pertencem ao Senhor. (2 Co 8:16-23)

Onde se mexe com dinheiro há sempre ondas de desconfiança que vem e vão. Será que o sujeito não está colocando esse dinheiro no bolso dele? Será que o dinheiro está sendo para aquilo que foi arrecadado? E esse pastor aí, será que ele é honesto com o dinheiro?

Há um ditado que diz: a ocasião faz o ladrão. O apóstolo Paulo nos orienta em outra de suas cartas a evitar toda a aparência do mal: e é isso o que ele faz em relação às ofertas dos irmãos de Corinto; envia três pessoas com credenciais e reconhecimento da igreja local para que fique qualquer sombra de dúvida.

Nesta igreja, os recursos arrecadados são administrados pelos irmãos Oséas e Jhon, que inclusive são os tesoureiros da igreja diante, como pedem nossas leis civis. A igreja tem uma conta-corrente junto a um banco e todas as ofertas arrecadadas são depositadas nessa conta corrente.

Todas as despesas que são necessárias ao funcionamento da igreja são pagas mediante recibo e nota fiscal e trimestralmente, em uma assembléia geral, são apresentados relatórios que demonstram como os recursos foram aplicados.

Essas informações são tratadas com todo o sigilo que merecem. Eu mesmo solicitei aos irmãos da tesouraria que nenhum relatório em que constem os nomes daqueles que contribuem me seja apresentado. Então, nem eu mesmo sei quem contribui ou com quanto contribui. Eu fiz isso para que minha consciência esteja livre para pregar e ensinar aquilo que o Espírito de Deus me chamar a fazer sem que nada me constranja.

O irmão Oséas tem trabalhado arduamente para, além de registrar o que acontece, hoje recuperar toda a movimentação financeira de nossa igreja, desde a sua fundação.

A cada segunda-feira eu tenho me reunido com o nosso tesoureiro, irmão Oséas, e o Gustavo, que tem liderado várias iniciativas na área administrativa da igreja. Naquela reunião são traçadas diretrizes para a boa aplicação dos recursos arrecadados (em nossa última conversa falamos sobre a necessidade de um orçamento mensal e de prazos para que cada ministério solicite os recursos necessários para suas atividades.

G. Contribuição deve ser precedida de planejamento, o que nos permitirá ofertar voluntariamente.

1 ENTENDO QUE, na realidade, nem lhes preciso falar acerca do auxilio ao povo de Deus. 2 Pois eu sei como vocês estão ansiosos para fazê-lo e eu me gabei aos amigos da Macedônia de que vocês há um ano estavam prontos a enviar uma oferta. De fato, foi esse entusiasmo de vocês que impulsionaram muitos deles a começarem a ajudar. 3 Entretanto, estou enviando estes homens só para ter certeza de que vocês estão realmente prontos, como eu disse a eles que estariam, com seu dinheiro já todo coletado: não desejo que desta vez pareça que eu estava errado, ao gabar-me de vocês. 4 Eu ficaria grandemente envergonhado – e vocês também se alguns destes macedônios fossem comigo ai e tudo o que encontrassem era que vocês ainda não estão prontos, mesmo depois de tudo o que lhes contei! 5 Portanto, pedi a esses outros irmãos que chegassem ai na minha frente, a fim de cuidar que já esteja em mãos e à nossa espera a contribuição que vocês prometeram. Eu quero que ela seja verdadeiramente uma oferta, e não que pareça que foi dada á força. (2 Co 9:1-5)

Muitas pessoas dizem que não contribuem, por que não tem como fazê-lo. O orçamento está sempre apertado, o salário termina e o mês continua, contas que não são pagas... multas e juros passam a ser um constante. Ninguém está livre de passar por situações assim, mas ninguém deveria viver a vida toda assim. Você precisa colocar a casa em ordem.

Os irmãos da macedônia contribuíram em meio à pobreza, mas pobreza não é sinônimo de dívida e desorganização financeira. Pouco recurso para viver não é justificativa para chutar se atolar em dívidas; ao contrário, quanto mais escassos são os recursos, maior a necessidade de planejar e controlar bem o que temos para viver.

Paulo lembrou aos irmãos de Corinto que fazia um ano que eles haviam prometido aquela oferta. Era de se esperar que eles houvessem se planejado para que tudo estivesse pronto. O dinheiro já deveria ter sido separado e arrecadado, pois ninguém estava sendo pego de surpresa.

Eu fico impressionado como a cada domingo parece que alguns de nós somos pegos de surpresa: Olha só rapaz, me esqueci de levar uns trocados para a oferta! É que a gente saiu meio apressado... o jogo na TV ainda estava terminando... e aí eu esqueci. Puxa, esqueci minha carteira... Rapaz, o talão de cheques ficou no carro...

Enquanto contribuição for algo que você se lembra ou se esquece apenas na ora de sair para o culto, certamente é um sinal de que você ainda não tem se preparado para ofertar.

Veja só o que acontece: quando você se prepara para contribuir, sua oferta é entregue com alegria e espírito voluntário; mas quando a contribuição não faz parte da sua vida durante a semana, o sentimento que o invadirá ao ofertar é como se alguém o estivesse forçando a fazer aquilo.

Conclusão

• Contribuir é um privilégio;
• Primeiro a entrega de si depois a contribuição;
• A contribuição deve ser proporcional ao que possuímos;
• Ninguém deve ser sobrecarregado nas contribuições;
• A contribuição deve suprir os necessitados;
• Contribuições devem ser administradas com transparência;
• Contribuição deve ser precedida de planejamento, o que nos permitirá ofertar voluntariamente.

Tenha coragem de olhar para o seu orçamento familiar. Não importa quão amedrontador ele pareça. Você precisa colocar os números em cima da mesa e enfrentar essa situação. Porque se você não decidir os seus credores decidirão por você e normalmente ele cobram bem caro por essa “assessoria”.

Sente-se com sua família e planeje como e quanto será sua contribuição para o avanço do Reino de Deus. Faça não porque eu estou dizendo para você fazer, mas porque você deseja expressar sua gratidão e confiança na provisão dele.

Separe algo do que você ganha para doar a quem precisa mais do que você. Seu coração fica doído com o sofrimento das crianças famintas, das famílias desabrigadas ou do garoto esfarrapado no sinal? Seja prático: separe algum dinheiro do seu orçamento para doar.

Não sabe como fazer? Peça ajuda. Há bons livros nessa área. Procure os conselhos de alguém em que você confia e que tem alcançado vitórias nesta área. Não fique só.

O Senhor deseja derramar chuvas de bênção sobre cada família desta igreja. Mas nós precisamos arar os campos, preparar o terreno e jogar nossas sementes, ainda que sejam poucas, para que Ele dê o crescimento e multiplique tudo para a Glória do Seu nome.

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