Introdução
Domingo passado compreendemos duas coisas muito importantes sobre a verdadeira adoração, aquela em espírito e em verdade da conversa entre Jesus e a mulher de samaria.
Primeiro
Não há como separar as dimensões da natureza humana: na adoração a mente reconhece quem Deus é, as emoções reagem à Sua grandeza, soberania, bondade e poder e o corpo responde em adoração e manifestações de exaltação. Por isso adoração é plena quando permitimos plena liberdade de expressão.
Segundo
É impossível prestar uma adoração verdadeira sem a mediação do Espírito Santo de Deus. É o Espírito que interpreta nossa adoração. É Ele também quem faz nascer em nós o desejo de adorar como uma resposta ao caráter de Deus. Sem a mediação e motivação do Espírito de Deus a adoração não passa de esforço humano enfeitado de liturgia sem valor. Por isso não devemos temer a intervenção do Espírito de Deus em nossa adoração e sim clamar por isso.
Até agora temos falado da adoração individual. Temos falado que o verdadeiro adorador é aquele que tem uma relação pessoal tão intensa com Deus que isso o leva a adorar. Temos falado de adoração como um estilo de vida em que o ser humano criado reconhece a soberania de Deus no mundo e em sua vida e por isso adora.
Hoje, vamos concluir essa série de mensagens falando sobre a manifestação comunitária da adoração, aquela que acontece quando o povo de Deus, reunido, exalta o seu Senhor, declara suas grandezas e fala do que Ele representa em suas vidas.
Desejo de Comunhão
Não é necessário que estejamos juntos para que haja adoração verdadeira a Deus. No seu quarto, em seu carro, no caminho de casa, voltando da padaria ou em qualquer outro lugar você pode declarar falar das grandezas de Deus e declarar seu amor por Ele. A adoração é essencialmente um dos canais que nos ligam diretamente ao Pai.
Mas, cada um de nós tem a necessidade de estar junto com outros que também adoram ao Deus criador e expressar nossa experiência individual e particular com outras pessoas. Deus nos fez com um profundo desejo de comunhão com outros adoradores.
(1) Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação. (2) Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos. (3) Porque o SENHOR é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses. (4) Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem. (5) Dele é o mar, pois ele o fez; obra de suas mãos, os continentes. (6) Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou. (7) Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. (Salmos 95:1-7 ARA)
(22) A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação; (23) vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel. (24) Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro. (25) De ti vem o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na presença dos que o temem. (Salmos 22:22-25 ARA)
(1) Aleluia! Cantai ao SENHOR um novo cântico e o seu louvor, na assembléia dos santos. (2) Regozije-se Israel no seu Criador, exultem no seu Rei os filhos de Sião. (3) Louvem-lhe o nome com flauta; cantem-lhe salmos com adufe e harpa. (4) Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes. (5) Exultem de glória os santos, no seu leito cantem de júbilo. (6) Nos seus lábios estejam os altos louvores de Deus, (Salmos 149:1-6 ARA)
Quando adoramos na companhia de outras pessoas, nossa adoração é encorajada pela força da unidade e somos fortalecidos com a adoração dos nossos irmãos.
Como posso expressar minha adoração em comunidade?
Há muita celeuma sobre a forma de expressar adoração quando estamos em comunidade. Enquanto em algumas igrejas as pessoas se jogam no chão ou passam o culto em gargalhadas santas, em outras o coitado do irmão fica com a perna dormente porque não pode nem virar de lado.
O capítulo 14 da primeira carta de Paulo aos Coríntios tem diversas orientações sobre o uso dos dons nos cultos públicos. Para essa reflexão, merece destaque o verso 26, onde encontramos alguns princípios que deve nortear nossa adoração pública.
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação. (I Coríntios 14:26)
Diversidade das expressões
Vivemos muito tempo sob uma ditadura militar, mas precisamos entender que igreja não é quartel. No quartel todos usam a mesma roupa, marcham no mesmo ritmo e respondem na mesma hora. A adoração pública precisa de ordem, mas não precisamos ser guiados o tempo todo; senta, levanta, canta, lê, senta, ora, levanta, lê, senta, pode sair.
A diversidade das expressões de adoração permite que enquanto alguns cantam, outros oram; Enquanto um ora, outros proclamam as grandezas de Deus; o limite dessas sobreposições é que não haja prejuízo para a adoração do outro.
A diversidade das expressões faz com que o culto não se torne um samba de uma nota só. Escrevendo aos coríntios, Paulo fala de salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação, mas podemos falar também de cântico, testemunho, expressões corporais (dançar, erguer as mãos, bater palmas, prostrar-se, ajoelhar-se), oração, declamação, dedicação de ofertas, palavras de exortação e encorajamento.
A diversidade nas expressões de adoração não deve se tornar uma condição obrigatória. Ela não pode se tornar em mais um tipo de prisão, que agora nos obriga a apresentar um espetáculo com dezenas de números. A diversidade nas expressões de adoração é a marca da liberdade que temos em Cristo Jesus e deve ser exercida à luz dos demais princípios que vamos ver agora.
Pluralidade na adoração
A igreja se reúne para adorarmos juntos, não para assistirmos a adoração de alguns. Muita gente tem confundido as coisas freqüentado cultos como este em que você se encontra com o mesmo espírito de quem vai um espetáculo no teatro, de quem assiste um programa na TV ou vai a um show de música.
O Apóstolo Paulo explica que um tem salmo, outro doutrina, outro, revelação, outro, outro, outro... Quando nos reunimos cada um de nós precisa trazer seus próprios motivos de adoração e adorar. O louvor não é para mim nem para você, é para o único digno de adoração. Se você não vem para adorar, porque você está aqui?! Você precisa saber que há lugares muito mais interessantes, se o seu objetivo é outro. Culto não é programa de auditório!
Se o culto não é lugar para quem quer assistir, também não é lugar para quem quer se apresentar. Por isso cada um de nós precisa expor o coração diante de Deus e pedir que suas motivações sejam sondadas pelo Espírito de Deus. Os dons espirituais não são atrações especiais nem os adoradores são meros artistas exibindo a sua arte. Na adoração, adoradores e dons são colocados diante da presença de Deus como expressão de gratidão por sua presença em nossas vidas.
Na adoração comunitária todos nós e cada um de nós nos voltamos para exaltar ao Senhor por que Ele é Deus soberano, perfeito em amor e fez grandes coisas por nós. Não é privilégio de um só. É um chamado para todos.
Edificação para a Igreja
Quando adoramos juntos, essa adoração não pode ser motivo de tropeço para o irmão que está ao nosso lado. De uma forma bem simples, não faz sentido você dizer que agora vai adorar a Deus sapateando embaixo da cadeira do irmão da frente porque isso faz você sentir-se bem.
A adoração deve ser um exercício não só do corpo, mas também da mente e das emoções. Não é sensato você expressar sua adoração sapateando o culto todo embaixo da cadeira do irmão; além de não ser sensato, pode causar um grande transtorno se o irmão da frente não conseguir se concentrar um minuto para orar ao Senhor.
Não há problema se você, na sua casa, louvar ao Senhor com um dia inteiro de sapateado, mas quando estamos juntos o limite é a possibilidade de edificar a vida do irmão.
Esse princípio é um antídoto contra o egoísmo que só vê a si mesmo. Adorar em comunidade é preservar a comunhão em meio à adoração. Isso é prova de maturidade.
Diversidade nas expressões de adoração: uma sinfonia de adoração; Pluralidade na adoração: o compromisso de cada um em expressar sua adoração e Edificação para a Igreja: o louvor que pensa no direito que outro tem de louvar.
Um chamado para adorar
Davi queria construir um templo para homenagear o Senhor. Um lugar de adoração onde as pessoas pudessem oferecer buscar a face de Deus e oferecer a Ele ofertas de gratidão.
Deus disse que essa tarefa seria realizada por Salomão, filho de Davi (como realmente foi), mas que Davi deveria arrecadar junto ao povo os recursos para a construção. Ele mesmo, Davi, e seus oficiais, entregaram ofertas voluntárias para a construção do Templo. Em seguida todo o povo também ofertou.
Quando Davi viu que as pessoas estavam, de coração sincero e espontaneamente suprindo os recursos para a construção do templo ele orou em gratidão ao Senhor, adorou a Deus por ter tocado todo o povo com liberalidade, alegrou-se muito e fez o seguinte convite
Então, disse Davi a toda a congregação: Agora, louvai o SENHOR, vosso Deus. Então, toda a congregação louvou ao SENHOR, Deus de seus pais; todos inclinaram a cabeça, adoraram o SENHOR e se prostraram perante o rei. (I Crônicas 29:20 ARA)
Um comentário:
intiresno muito, obrigado
Postar um comentário