13 fevereiro 2006

Livre-se da Solidão

Por Aristarco Coelho

Quem poderia dizer que nunca se sentiu só?

Pelo menos uma vez na vida todos nós passamos por aquela sensação de abandono, quando não conseguimos perceber ninguém ao nosso redor.

Em alguns momentos a solidão nos invade a alma porque nós mesmos quebramos as conexões com as pessoas. Isso acontece devagar. Vamos nos afastando do convívio com a família, das reuniões com os amigos e por fim nos isolamos em um mundo bem pequeno e distante dos outros.

Mas não é preciso estar sozinho para sentir-se só. A solidão do século XXI é uma solidão acompanhada, cheia de gente ao nosso lado. Sentir-se só no meio da multidão é uma experiência cada vez mais comum.

Há outras situações em que até tentamos nos aproximar das pessoas, mas somos descartados, jogados em um canto da memória até por aqueles a quem amamos. É aí que as interrogações invadem a mente, o coração fica apertado e nos perguntamos até sobre qual o valor de nossas vidas.

Há um texto na Bíblia que oferece uma nova perspectiva para quem tem experimentado solidão.

Quando falava para os seus discípulos há mais de 2000 anos, Jesus lhes deu uma garantia que pode ser estendida para qualquer pessoa ainda hoje. Ele disse “(...) estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20).

Jesus nunca usou de mentiras ao falar sobre qualquer coisa, ao contrário, falava a verdade e dizia ser a própria verdade. Se Ele disse que estaria conosco, podemos realmente contar com sua companhia. Ele não nos abandona, nem mesmo quando nos sentimos merecedores desse abandono.

Mas como você poderia ter certeza disso?

Na verdade Ele já provou estar comprometido até a morte com a sua vida. Sem que merecesse, Ele sofreu a penalidade que estava reservada para você, inclusive a solidão. Ao ser crucificado ele bradou “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste” (Mateus 27:46). Ali ele sentiu toda a solidão que era possível a um homem. Ele passou por isso para que você não precise sentir-se só.

Busque a companhia daquele que sabe o que é sentir-se só, por isso não o abandona. Encontre o sentido da vida junto daquele que sempre está ao seu lado: JESUS! Creia na presença dele com você agora! Peça a Ele agora mesmo conforto para a sua alma. Você pode viver livre da solidão.

10 fevereiro 2006

Perdão


Aristarco Coelho
Fortaleza, 09 Fev 2006.


Perdoa, te peço, tola arrogância...
Achar que o futuro pertence a mim
Perdoa, te peço, a desconfiança.
Escura e fria, não quero esse fim.

Perdoa, te peço, a pressa do canto.
Corrido e raso, motivo de pranto!
Perdoa, te peço, a vida sem cor
Tua palavra perdendo o frescor.

Perdoa, te peço, as gotas de amor.
Pequenas e turvas, aqui e ali.
A fé de cristal, guardada, escondida
Profunda ferida, doída, letal

Santo é o Teu nome, Justo Senhor!
Santo é o Teu nome, meu Salvador!
Perdão e consolo, apenas em Ti.
Conheces minha dor, conheces a mim!

Não tenho defesa, em nada que falo!
Espírito Santo, fala por mim!
Na cruz me abrigo, Justo Senhor
Perdão e consolo, apenas assim.

08 fevereiro 2006

Quanto Vale a Vida Humana?



Por Aristarco Coelho

Esses dias, fiquei chocado com duas notícias. Como todas as notícias do nosso mundo on-line, elas apareceram na primeira página no jornal da noite, mudaram para uma coluna lateral na manhã do dia seguinte, no final do dia já eram notas de rodapé e desapareceram no seu aniversário de 72 h.

Em São Paulo, Carolina dos Santos, uma estagiária de 22 anos, arquitetou e executou um plano macabro para assumir uma vaga na empresa em que trabalhava. Encomendou o assassinato da colega de trabalho que ocupava uma posição na tesouraria da empresa. Renata escapou da emboscada e afastou-se da empresa temporariamente. Mônica, funcionária no departamento de RH, que substituiu Renata, não teve a mesma sorte e morreu atingida por cinco tiros. Mônica havia acabado de voltar de sua licença maternidade. Deixou órfãos um bebê e um garoto de nove anos. Respondendo a uma entrevista, Carolina falou sobre a colega: “Ela Morrendo, eu teria a minha chance”.

Em Belo Horizonte uma mãe, após sair do hospital com sua filha recém nascida, pôs a criança dentro de um saco, amarrou e jogou na Lagoa da Pampulha. O inquérito concluído pelas autoridade aponta como motivo o fato de que o pai da pequena Letícia (nome dado pela Justiça) não era o homem com quem Simone estava vivendo, o que seria embaraçoso de explicar. Sob a pressão das câmeras, Simone referiu-se à filha recém nascida como “A droga dessa menina”.

Diante de histórias como essas, é impossível não refletir sobre o valor que a vida humana tem em nossa sociedade. Cada vez mais, tenho visto a vida perder a disputa quando é colocada lado a lado com dinheiro, poder, prazer, bem-estar, reconhecimento ou outros elementos menos atrativos.

Talvez, para entender o enrosco em que nos metemos, se deva voltar a perguntar por que a vida humana deveria ter valor? O que deveria nos mover a preservá-la, a colocá-la em uma posição privilegiada de proteção. Por que a vida, mesmo de outra pessoa, deveria ser mais importante, por exemplo, do que meu próprio prazer? Para responder a essa pergunta, precisamos resgatar compreensão do que seja a vida humana.

Porque se a vida for um subproduto do instinto de sobrevivência, sua preservação, então não é de tanta importância; se for meramente o funcionamento de rins, coração, cérebro e pulmões, então sua perda, apesar de sofrida, não tem significado maior que a morte de um animal de estimação; se cada ser humano é apenas um amontoado de células que por um mecanismo sofisticado se organizaram, o valor da vida humana se limita à solução de uma fórmula intrincada; se a vida resume-se a breves momentos de prazer e satisfação, se realmente não passa disso, “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.

Como é cruel a perspectiva hedonista da vida, que pela satisfação travestida de necessidade não hesita em matar! Como é degradante o egoísmo que não enxerga o valor de uma vida recém nascida, mas a descarta como forma de encobrir seus próprios tropeços! Mas não há motivos para execrá-las. Elas são apenas ícones representativos de nossas sociedades, imagens do que somos ou podemos vir a ser.

Há saída para o que estamos vivendo? Acredito que sim! Acredito que há uma saída e ela está no resgate do valor intrínseco da existência. Acredito que a vida como um todo, e a vida humana em especial, surgiu pela ação de um Criador. A vida humana não existia. Passou a existir pela decisão e ação de um Criador pessoal. A Bíblia fala do fôlego da vida para referir-se ao elemento vital que foi doado pelo criador para que passássemos a existir.

A vida é um presente de grande valor. Sob a ótica da criação, é fácil entender isso. Deus doou parte de sua essência vital, soprou o fôlego da vida e nos presenteou com a existência. A vida então se reveste de sacralidade, assume a imagem de quem a gerou. É assim que o livro dos começos fala: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (...) Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (Gen. 1:26, 2:7).

Penso que perdemos o senso de valor da vida porque se perdeu no tempo o próprio conceito de sua sacralidade. Se a vida é presente de Deus, trazendo consigo o Seu sopro, ela deve ser preservada, protegida, amada e vivida com amor. Se a vida é presente de Deus, imagine que grande afronta é tirar do outro o presente recebido (seja porque motivo for), e que grande desfeita é jogar fora o presente ganho.

O mundo que extirpou o Criador da mente, do coração e da alma das pessoas, sofre agora com o desaparecimento de valores que só fazem sentido a partir Dele. Por isso, o resgate da vida humana passa, sem alternativa, pela restituição ao seu Criador do lugar que lhe é devido. Compreenda que o valor da vida humana só vai ser plenamente reconhecido a partir da restauração dessa relação de amor e confiança com o Criador da vida

Isso não acontece coletivamente, não é à base de decisões governamentais, não pode ser imposto e não se realiza da noite para dia. Mas, é preciso que eu e você tomemos a decisão de permitir (porque não podemos restaurar por nós mesmo) e de começar desde já a participar dessa restauração através da pessoa histórica de Jesus Cristo.

Conversando com um estudioso da lei judaica de nome Nicodemos, Jesus falou sobre a restauração da relação de amor e confiança com o Criador da vida como a necessidade de um novo nascimento. É isso o que estamos precisando: nascer de novo! Esse nascer de novo nada mais é do que a geração em nosso íntimo da plena confiança na capacidade e na intenção do Criador em agir a nosso favor todo o tempo, e também da capacitação para obedecê-lo todo o tempo.

A vida humana é o bem mais precioso de que dispomos. O único que irá transpor a eternidade. Preservá-la, protegê-la, amá-la e vivê-la com amor faz parte das expressões mais elevadas do caráter de Deus.