25 maio 2008
O Ensino de Jesus – Segurança e Ansiedade
Durante essa série de mensagens temos meditado sobre alguns dos ensinos de Jesus. O Senhor deixou ensinamentos claros sobre a importância da prática do auxílio aos necessitados como uma das disciplinas espirituais que devem ser praticadas pelos seus discípulos.
Também falou sobre o lugar da oração e do jejum na vida daqueles que se identificam com ele e disse que essas práticas não devem ser usadas para angariar reconhecimento das pessoas, mas que o nosso Deus, que vê em secreto, as recompensará.
Outro dos ensinos de Jesus fala sobre o dinheiro e as posses. Jesus afirma que o coração dos seus seguidores não pode dividir-se entre servir a Deus e às riquezas. É preciso escolher a quem servir porque quem considera aquilo que possua (ou que deseje possuir) como sendo o seu tesouro (aqui na terra), não desejará o tesouro (dos céus), que é o próprio Deus.
Hoje vamos refletir sobre um assunto que está nas manchetes de jornais e no peito de muita gente: ansiedade.
O que é a ansiedade?
A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente a interpretação de uma situação de perigo.
Parente próximo do medo, (muitas vezes onde a diferenciação não é possível) é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável enquanto na ansiedade o fator de estimulo teria características mais subjetivas.
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, e cefaléia (dor de cabeça).
Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (Crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um Neurotransmissor chamada Noradrenalina que é produzida nas glândulas Supra-renais.
Como compreender a ansiedade?
O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem estar. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo, em resposta este estado configura-se um estado ansioso.
Até pouco tempo atrás os perigos de vida e a necessidade de luta física eram uma constante. A excitação do sistema nervoso central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou para a fuga.
No entanto, o que interpretamos como perigo hoje, transcende e muito o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso.
Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contacto com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos.
A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.
Este movimento mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.
Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto faz com que ela se excite e se o problema não tiver uma solução mental imediata como o que acontece na maioria dos casos teremos a chamada ansiedade patológica, que tende tornar-se crônica e piorar com os anos.
Três possíveis origens
A primeira é que a ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos as manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança agitada, as vezes hiperativa, que chora com facilidade e as vezes até com dificuldade de dormir. A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de mamar e numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança.
A segunda é uma infância carente e problemática onde as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, vão fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta e vá gravando e condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento.
A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir á acontecer.
É mais ou menos assim, “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de fora e não está sob controle é perigoso". É a clássica postura do pessimista, como aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão Lippy, que sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!"
Traumas de infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também podem desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas específicas
O Ensino de Jesus sobre segurança e ansiedade
Embora o filho de Deus não tenha obtido diplomas de medicina ou psicologia nas universidades de Jerusalém, ele conhece muito bem a alma humana e seus lugares mais escondidos e escuros. Veja as palavras do mestre:
25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir. 26 Olhem os passarinhos! Eles não se preocupam com a comida – eles não precisam semear, colher, ou guardar comida – pois o Pai celeste de vocês os alimenta. E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos. 27 Será que com todas as preocupações juntas poderão acrescentar um único momento à vida de vocês?
28 E por quer ficar preocupados com a roupa? Olhem os lírios do campo! Eles não se preocupam com isso. 29 Até o rei Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu tão bem como qualquer deles. 30 E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.
31, 32 Portanto, não se preocupem de forma alguma com as necessidades de comida e roupas suficientes. Não sejam como os pagãos! Pois eles se orgulham dessas coisas, e estão muitíssimo interessados nelas. Mas o Pai celeste, que vocês têm, já sabe muito bem que vocês precisam delas, e Ele as dará a vocês, se o colocarem no primeiro lugar de suas vidas.
34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:25-34 - OL)
(A) Não ocupe toda sua mente com suas necessidades
25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir.
Quando os pensamentos se afunilam em direção aos mesmos assuntos, e a mente é consumida em tentar resolver todos os problemas que o deixam inseguro e desconfortável, a ansiedade é quase inevitável. Por isso, não permita que seus pensamentos fiquem completamente ocupados na solução desses problemas. Mas como fazer isso?
Já vimos nesta série que o Senhor sabe o quanto precisamos nos sentir protegidos. Ele sabe que fora do Jardim, toda a raça humana carece de um tesouro que dê segurança. Ele até disse que devemos optar por buscar essa segurança nos céus.
É verdade que Jesus não desdenha de nossa necessidade de segurança, como se ela fosse irreal, mas é verdade também que Ele nos ensina que precisamos corrigir a escala de valores que usamos para encontrar essa segurança.
Ele afirma que a vida em si é mais importante que comer, beber, vestir-se, ser promovido, comprar um carro, abrir uma empresa, ser reconhecido nas ruas, casar-se, entrar na universidade ou qualquer outra coisa da qual você tenta extrair uma sensação de paz e segurança. Isso pode soar estranho para aqueles que acham que a vida é feita exatamente dessas coisas.
Mas não é bem assim. Essas coisas fazem parte do mundo em que você vive, mas não precisam ser a sua vida. A vida é muito mais; é algo especial, um presente inexplicável de Deus, que tem origem nele mesmo. Por isso, Deus se alegra em sustentar a vida.
Quando um passarinho desempenha o papel que Deus deixou para ele, a pequena ave encontra sustento para a vida; quando o as flores desempenham o papel que Deus deixou para elas, tornam-se esplendidamente lindas; Dentro da arquitetura que Deus planejou para o mundo, a vida é sustentada e a segurança é garantida até para os pequenos seres.
26... E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos.
30... E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.
A fé em Deus como aquele que sustenta e mantém a vida é um santo remédio para a ansiedade. Confiar no diz a Bíblia, que Deus é o sustentador e mantenedor do universo tira de sobre os nossos ombros cuidados e responsabilidades que estão além daquilo que podemos fazer: não somos nós os sustentadores da vida.
Você confia que o Senhor está no controle de todas as coisas? Você está disposto a confiar tudo a Ele? Quais são as áreas da sua vida que Deus não pode cuidar porque você mesmo é quem cuida? Por quanto tempo você continuará levando esse fardo sobre os seus ombros? Não e hora de encontrar descanso para sua alma?
O convite do Senhor, hoje, é para que você passe ocupar sua mente com Ele, não com os problemas insolúveis da vida. O chamado do Pai é para que você desista de tentar ser o sustentador do universo, o mantenedor da sua própria vida e confie a Deus todas as preocupações que tem afligido a sua alma.
Se você compreendeu que a atitude de tentar controlar o mundo tem afligido sua alma com ansiedade, mas hoje você deseja entregar essas ansiedades aos pés de Cristo e confiar nele como aquele vai tomar conta de você, venha à frente.
(B) Desempenhe seu papel no Reino de Deus
Vimos que quando o passarinho desempenha o seu papel no reino de Deus, suas necessidades são supridas. Da mesma forma quando as flores cumprem seu papel no reino de Deus, o Senhor as protege e as faz belas. A linguagem poética usada pelo Senhor Jesus é de encher os olhos e o coração.
Há um detalhe interessante nessa questão: pássaros e flores não têm como tomar decisões próprias. Eles sempre cumprirão o papel que Deus traçou para eles. Pela maneira como foram criados, eles jamais sofreriam de ansiedade. (é terrível pensar que os homens são capazes de causar ansiedade até na natureza criada por Deus: pássaros engaiolados com certezas sofrem de ansiedade)
No entanto, a capacidade do ser humano de tomar decisões por conta própria torna possível que nós não desempenhemos o papel que nos está reservado no Reino. Isso é muito importante, porque o ensino de Jesus sobre a ansiedade vai além de entregar a Deus aquilo que é responsabilidade dele: precisamos tomar em nossas mãos aquilo que é da nossa responsabilidade.
Qual é sua responsabilidade? Qual é o papel que você deve desempenhar no Reino para que suas necessidades sejam supridas? Vejamos o que Jesus afirma:
a) Fique quieto
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
Fique quieto! Essa é uma das suas grandes participações. Esse é um papel que você pode desempenhar. Fique quieto. Não se movimente muito, não fale sobre tudo, não faça muito barulho. Fique quieto. Talvez seja difícil no começo, mas será recompensador no final.
Davi
No salmo 39, o salmista fez afirmações reveladoras sobre a natureza humana.
5Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. 6Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará. 7Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti. (Psa 39:5-7)
Somos inquietos, mas precisamos abrir mão das inquietações que nos consomem e colocar nossas esperanças em Deus.
Moisés
Diante da ansiedade da multidão, entre o exército egípcio e o mar vermelho, Moisés convidou o povo a desempenhou o seu melhor papel: abrir mão da ansiedade, confiar em Deus e ver o livramento do Senhor.
Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; (Exo 14:13)
Há um belo salmo que fala sobre isso e eu gostaria de convidá-lo a ler comigo. É o salmo 46. Apenas quando nos aquietamos é que a ansiedade se desfaz como fumaça diante da presença de Deus.
1Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; 3ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. 4Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. 5Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva. 6Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. 7O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 8Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra. 9Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. 11O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Psa 46:1-11 ARA)
b) Coloque o Reino de Deus em primeiro lugar
33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mat 6:33 – ARA)
Talvez seja difícil para você compreender a relação que pode existir entre buscar primeiro o reino de Deus e livrar-se da ansiedade, mas deixe-me tentar ajudá-lo.
Eu gosto muito de ler. E durante muitos anos, eu fui um freqüentador assíduo de livrarias. Um belo dia, de tanto freqüentar as livrarias e vê-las funcionando, eu achei que poderia abrir minha própria livraria. Era o melhor dos mundos: eu gostava de ler e teria uma livraria a minha disposição.
Só que as coisas não funcionam bem assim. Quando se é o cliente você não sabe quase nada sobre o funcionamento de um negócio. A livraria começou e começaram também os meus lamentos: compras, vendas, marketing, finanças, clientes, equipamentos, móveis e livros, muitos livros que precisavam ser vendidos.
Descobri de um modo bem difícil que nem todos os leitores estão aptos a se tornarem livreiros. Antes, quando eu era apenas um leitor, passar a manhã em uma livraria era um grande prazer. Depois, por um tempo eu não conseguia nem mesmo entrar em uma livraria sem certo mal estar.
Buscar primeiro o Reino de Deus é não tentar construir um reino para si mesmo. Quem tenta construir o próprio Reino, vai tentar, sem sucesso, administrar e controlar tudo o que acontece no seu mundo. O que você vai ganhar? Grandes doses de ansiedade.
Em vez disso, anseie ser um cidadão do Reino de Deus! Deixe que o Senhor Jesus seja o governante de sua vida. Ele mesmo, então, acrescentará tudo o que você precisa.
c) Viva um dia de cada vez
34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:33 – OL)
Uma grande dose de ansiedade invade nossas vidas quando desenvolvemos o hábito de antecipar os problemas. Na verdade é um ciclo destruidor: a ansiedade nos faz antecipar os problemas e a antecipação dos problemas nos enche de mais ansiedade.
O Senhor ensina que não devemos ocupara nossas mentes com os problemas que ainda não são. O dia de amanhã ainda não é. Deixe que o dia venha e os problemas apareçam de verdade. Em cada dia, bastam os problemas daquele dia.
Além dessa disciplina é preciso ter mente que você não está só hoje e também não estará só amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã junto como vocês, assim como ele quer cuidar do dia de hoje. Convide-o para fazer parte de sua vida. Ele está pronto para dissipar as nuvens de ansiedade que estão sobre a sua cabeça.
19 maio 2008
O Ensino de Jesus - Oração e Jejum
Existe alguma possibilidade de que o pensamento de Cristo Jesus sobre a vida tenha utilidade para o homem e a mulher desse início de século XXI?
Como devemos tratar as palavras de Cristo? Como bons conselhos que já não são apropriados para a dinâmica que nossas vidas assumiram? Prefiro vê-las como sabedoria divina; palavras vindas da mente de Deus, que deseja o melhor para nós.
Em nosso último encontro refletimos sobre o ensino de Jesus a respeito do auxílio e da misericórdia. Vimos que Jesus considerou que o auxílio ao pobre e necessitado faz parte das disciplinas espirituais que devemos cultivar.
Também ficou claro que, ao ajudarmos outras pessoas, não devemos tornar essa ajuda em moeda de barganha com Deus; nem tampouco usá-la para extrair reconhecimento ou louvor das pessoas.
O Senhor tem uma recompensa preparada para aqueles que socorrem os pobres e necessitados. Vale a pena esperar pelo reconhecimento e pelo louvor que vem Dele. Até porque o presente do Pai é infinitamente melhor do que qualquer bala ou doce que os convidados da festa queiram nos oferecer.
Hoje iremos refletir sobre outros dois ensinos de Jesus: primeiro sobre a oração e depois sobre o jejum. É claro que não vamos esgotar esses assuntos, mas apenas tentar aproveitar esse momento que estamos juntos para olhar com atenção para alguns aspectos do ensino de Cristo.
Oração
(5) Quando orarem, não devem ser como os hipócritas, que se mostram piedosos, orando publicamente às esquinas das ruas e nas sinagogas, onde toda a gente os pode observar. Na verdade, já receberam a sua recompensa. (6) Mas tu, quando orares, fecha-te em casa, e ora secretamente ao teu Pai, e ele, que conhece os teus segredos, te dará o galardão. (7-8) Não recitem a mesma oração uma vez, e outra, e outra, como os pagãos fazem, julgando que as orações são mais atendidas pela sua repetição constante. Lembrem-se de que o vosso Pai bem sabe aquilo de que necessitam ainda antes de lho pedirem! (Mat 6:5-8 – OL)
A oração é parte integrante e indispensável da vida de alguém que deseja se tornar amigo de Deus. Por quê? Porque não é possível conhecer alguém ou deixar-se conhecer por alguém sem que aconteça algum tipo de diálogo. Para ser amigo é preciso falar o que vai na alma e também é preciso ouvir o que o outro tem a dizer; só assim a gente se torna íntimo de alguém.
Muitas músicas falam de intimidade com Deus. Muita gente fala que deseja essa intimidade com o Senhor, mas não está disposta a gastar tempo com Deus. É preciso permanecer na presença dele todo o tempo. Conversar com ele todo o tempo: falar com franqueza e ouvir com singeleza e humildade.
• Sem oração, nosso destino será o aqui e agora, não a eternidade;
• Sem oração, nosso destino será a humanidade decaída, não a imagem de Cristo;
• Sem oração nosso destino será a canseira do esforço humano, não o poder sobrenatural de Deus;
• Sem oração, nosso destino será a solidão no meio da multidão, não a o aconchego da solitude;
• Sem oração, nosso destino será guerrear com tudo e todos, não a paz que excede todo o entendimento.
A oração faz parte de sua vida? Se não, você precisa experimentá-la!
Há algo maravilhoso na oração: você pode orar o tempo todo e em todo lugar. Ninguém pode impedi-lo de orar, ninguém pode controlar, censurar ou analisar sua oração. Oração é uma conversa particular entre você e o seu Deus.
A oração pode nascer no meio do perigo de um assalto, como um grito de socorro, ou pode surgir no choro da madrugada, quando ninguém mais ouve você. A oração pode ser um ato de gratidão pelo pão de cada dia e pelo teto sobre a cabeça ou mesmo um resmungo de dúvida e questionamento diante da doença sem cura ou da morte de uma criança.
Tudo na vida merece uma oração; porque Deus está interessado em nos ensinar sobre a vida que ele nos deu. Aqui há uma chave: só há espaço para a oração quando cremos em Deus e desejam conhecê-lo melhor.
Hoje há muita confusão sobre oração.
Desejar a um amigo sucesso em uma cirurgia, não é orar por ele; orar é pedir a Deus que guie os médicos e cuide da saúde do seu amigo.
Alegrar-se com o sucesso de um filho que passou no vestibular não é orar; orar e agradecer a Deus por ter levado paz ao coração dele, permitindo assim que ele fizesse uma boa prova.
Afirmar que aquele colega de trabalho não vai conseguir realizar uma maldade contra você porque você é filho do Rei não é orar; orar é clamar a Deus que proteja sua vida e sua família do mal e que Ele tenha misericórdia daquele que está desejando o seu mal.
Orar é expressar a nossa dependência de Deus. Orar não é uma afirmação da nossa capacidade, da nossa bondade, do merecimento ou dos nossos desejos.
Não devemos ser como os hipócritas
(5) Quando orarem, não devem ser como os hipócritas, que se mostram piedosos, orando publicamente às esquinas das ruas e nas sinagogas, onde toda a gente os pode observar. Na verdade, já receberam a sua recompensa. (6) Mas tu, quando orares, fecha-te em casa, e ora secretamente ao teu Pai, e ele, que conhece os teus segredos, te dará o galardão.
Mas quem são os hipócritas?
ὑποκριτής hupokritēs hoop-ok-ree-tace'
A palavra que Jesus usou e que foi traduzida como hipócrita, era usada também para falar dos atores, que desempenhavam um determinado papel.
Hipócritas eram aqueles que se apresentavam para as pessoas como um personagem que na verdade não era ele. Os hipócritas viviam uma espécie de farsa, já que o seu verdadeiro modo de pensar e agir não era aquele que ele mostrava para as pessoas. O hipócrita era na verdade uma outra pessoa.
Ao orarmos, portanto, não devemos ser como os hipócritas. Não devemos tentar parecer que somos o que não somos. Não devemos tentar impressionar as pessoas com palavras bonitas ou com gestos majestosos, quando na verdade estamos precisando chorar a nossa dor no ombro de alguém.
Ao orarmos, não devemos ser como os hipócritas. Não devemos tentar apresentar para Deus um personagem diferente de quem somos. Não é preciso fazer uma encenação para Ele, porque o Senhor sabe exatamente quem somos.
Ao orarmos, não devemos tornar nossas orações em um meio de obter reconhecimento sobre nossa espiritualidade. Sua intimidade como Deus não precisa ser motivo de conversa e bate-papo entre outras pessoas.
Quer dizer que agora não podemos mais orar em público? Não! Quer dizer que aqueles homem, orando publicamente, caíram em uma tipo de armadilha que fazem para si mesmos aqueles que buscam reconhecimento nas palavras de elogio das pessoas, em vez de aguardar o reconhecimento do Pai.
Assim como acontece com aqueles que tocam trombeta diante de si quando vão socorrer o pobre e necessitado, as pessoas que usam seu relacionamento como Deus para serem reconhecidos como homens e mulheres espirituais também já receberam sua recompensa.
Em vez disso, o Senhor nos convida a sermos discretos quando o assunto é a nossa caminhada de intimidade com o Ele.
Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mat 6:6 ARA)
E da mesma maneira que aqueles que socorrem os pobres e necessitados de forma discreta serão vistos e recompensados pelo Senhor, também aqueles que não fazem alarde de suas lutas de oração, que são silenciosos sobre suas madrugadas de intercessão também serão ouvidos e receberão do Pai a justa recompensa.
Não devemos repetir nossas orações
Não recitem a mesma oração uma vez, e outra, e outra, como os pagãos fazem, julgando que as orações são mais atendidas pela sua repetição constante. Lembrem-se de que o vosso Pai bem sabe aquilo de que necessitam ainda antes de lho pedirem! (Mateus 6:7,8 – OL)
Talvez você pensasse que essa coisa de repetir a mesma oração o tempo todo fosse algo inventado recentemente. Aliás, eu fico impressionado com o sujeito que é capaz de repetir a mesma frase 20 ou 30 vezes e consegue fazer uma entonação diferente a cada vez.
A repetição de orações parece que está entranhada na natureza humana. Por que as pessoas repetem a mesma oração dezenas, centenas de vezes até? Não precisamos ir muito longe para entender o porquê, Jesus mesmo explica essa questão.
As orações são repetidas por causa do entendimento errado de que Deus possa ser pressionado ou sensibilizado com a insistência de algumas frases, repetidas um sem número de vezes. Além disso, quem repete sua oração uma vez após outra não está tentando se relacionar com Deus. Na verdade faz assim não está orando, porque repetir a mesma coisa dezenas de vezes não é uma conversa; e orar é conversar.
As rezas repetidas têm sua origem nos mantras pagãos que tinham o propósito de coagir os deuses e arrancar deles o favor desejado.
Mas o nosso Deus não é assim. Jesus afirma que Deus é um pai amoroso e atento. Ele tanto sabe quais são as necessidades de seus filhos antes que eles peçam quanto tem o desejo de atendê-las. Por isso, a oração não deve se tornar em um instrumento de ameaça contra Deus.
Quer dizer que não posso pedir algo a Deus mais de uma vez ou agradecer o amor dele por mim cada vez que eu me lembrar? É claro que não é isso.
O desafio é não permitir que a oração sejam mecanizada, e em vez disso, desenvolver um relacionamento com Deus. Ninguém senta ao lado de um amigo e repete a mesma frase dezenas de vezes. No entanto, é comum aos amigos conversarem sobre o mesmo assunto várias vezes.
Oração não é repetição. Oração é conversação.
Jejum
Quando jejuarem, não o façam publicamente como os hipócritas, que procuram parecer abatidos para despertar admiração. Verdadeiramente, essa é a única recompensa que receberão. Mas apresentem-se o melhor possível, de tal modo que ninguém desconfie de que não ingeriram alimentos, sabendo-o apenas o vosso Pai, que conhece todos os segredos. Ele vos recompensará. (Mateus 6:16-18)
As palavras de Jesus nos deixam entender que também o jejum faz parte das disciplinas espirituais dos cristãos. Dentre as disciplinas espirituais, talvez, essa seja uma das menos lembradas em nossos dias.
O jejum bíblico é abster-se de alimentação por um tempo com propósitos espirituais. A abstenção de alimentos pode ter outros propósitos, mas nesses casos não estaríamos falando do jejum bíblico: a abstenção de alimentos com propósito físicos é conhecido como regime ou dieta; a abstenção de alimentos com propósitos políticos é a greve de fome.
No antigo testamento, não há leis sobre o jejum. Também não há uma ordem direta de Jesus ou dos apóstolos para que ele seja praticado, no entanto, ao explicar a forma de fazê-lo, Jesus considera que o jejum é uma parte natural da vida de devoção daquele que busca a Deus.
A vida de muitos dos grandes personagens bíblicos foi marcada pelo Jejum. Deus não ordena ou pede jejuns, mas no decorrer da história, homens e mulheres que viveram em busca de Deus praticaram o jejum de forma voluntária.
Davi
Buscou Davi a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra. (2 Samuel 12:16)
Esdras
Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu. (Esdras 8:23)
Neemias
Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Neemias 1:4)
Ester
Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. (Ester 4:16)
Daniel
Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. (Daniel 9:3)
Jesus
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. (Mateus 4:2)
Paulo
...nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, (2 Coríntios 6:5)
O jejum não é uma fórmula mágica ou um ritual para se obter coisas, mas um meio de nos aproximarmos mais de Deus. O jejum é a abstenção voluntária do alimento que sustenta a vida do corpo. Portanto, quem jejua está afirmando duas coisas: primeiro, que confia em Deus para ser o sustento da sua vida; segundo, que está disposto a abrir mão do prazer deste mundo para encontra sentido para a vida em Deus.
• Jesus jejuou quando foi tentado no deserto. (Mateus 4:2)
• Jesus prometeu que o Pai abençoaria o jejum. (Mateus 6:17-18)
• Jesus disse que seus discípulos jejuariam. (Mateus 9:14-15)
• O jejum é necessário para vencer algumas forças demoníacas. (Mateus 17:21)
• Jejuar fez parte do serviço [prestado por] Ana a Deus. (Lucas 2:37)
• O jejum fez parte do ministério dos servos [de Cristo] em Antioquia. (Atos 13:2)
• A ordenação [de pastores] era acompanhada por jejum. (Atos 13:3, 14:23)
• O jejum e a oração são a única razão adequada para a abstinência no relacionamento conjugal. (1 Coríntios 7:5)
• O jejum foi um modo como Paulo validou o seu ministério. (2 Coríntios 6:5)
• Paulo jejuava com freqüência. (2 Coríntios 11:27)
O jejum não é para quem jejua ou para demonstração de espiritualidade para outras pessoas. O jejum é para Deus. É uma declaração de amor e confiança Nele.
Foi por isso que Jesus afirmou que o verdadeiro jejum não poderia ser motivo para contar vantagens espirituais. Aqueles que praticam o verdadeiro jejum não devem fazer pose de abatidos e enfraquecidos para em seguida ganhar elogios dos outros.
Quem pratica o jejum bíblico, não tenta parecer espiritual para os outros porque está jejuando. Porque aquele que deseja receber sua recompensa dos homens, será recompensado apenas pelos homens.
Conclusão
Três disciplinas espirituais que precisam fazer parte de sua vida: socorro aos pobres e necessitados, oração e jejum. Esses são alguns dos ensinos práticos que Jesus deixou. Você começará essa semana com um desafio: encontrar uma forma de praticar essas disciplinas espirituais no seu dia-a-dia.
Peça ao Espírito de Deus que o ajude a praticar os ensinos de Cristo. Essa é uma decisão digna de um cristão, um seguidor de Jesus.
Peça que Deus lhe traga à memória o ensino de Jesus sobre essas disciplinas sempre que isso for necessário. Coloque-se a disposição para aprender a praticar essas disciplinas.
Acredite que praticar o ensino de Cristo lhe causará bem, e não mal. Confie nas palavras Dele. Ele o abençoará agora e na eternidade.
Lembrando a história do menino e a festa de aniversário: é melhor aguardar o presente especial do nosso Pai Celeste, que receber balas e doces dos convidados da festa.
O Ensino de Jesus - Dinheiro e posses
Introdução
Hoje, continuando esta série de mensagens sobre o ensino de Jesus, refletiremos sobre as afirmações de Jesus a respeito de como devemos nos relacionar com o dinheiro e com as posses.
Pode parecer surpreendente para alguns que Cristo tenha-se preocupado com isso, já que muitos vêem o evangelho como uma alienação da vida. Mas a verdade é que há inúmeras referências sobre o assunto. Vamos juntos o texto que servirá de base para nós essa noite.
(19) Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; (20) mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (21) Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (22) A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; (23) se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! (24) Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mat 6:19-24)
Em nossos dias, o evangelho de Cristo tem sido manipulado para atender as necessidades e expectativas das pessoas. Há uma espécie de acordo entre alguns pregadores e suas igrejas: eu falo o que você quer ouvir e você ouve aquilo que eu falar. O Apóstolo Paulo alertou o jovem pastor Timóteo sobre esses tempos:
(3) Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, (4) e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. (5) Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (2Ti 4:3-5)
Alguns transformaram o evangelho em uma negociata com Deus, onde os céus são intimados, sob ameaça, para fazerem prosperar os negócios particulares daqueles que se acham com o direito de processar o Senhor, caso Ele não cumpra as promessas que eles imaginam ter o direito de receber.
Para esses, talvez Jesus dissesse: não coloque a posse de bens como uma prioridade em sua vida, porque “A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.”.
Outros praticam um evangelho desencarnado, em que a fé está tão divorciada da vida prática que ficam desconfiados (e até escandalizados) quando o assunto da pregação é dinheiro. Para esses, não há qualquer conexão entre seguir a Cristo e a forma como eles administram seus bem e recursos. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Para esses outros, talvez a fala de Jesus fosse: não tente separar aquilo que na verdade está junto, porque “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”.
A verdade, é que o Senhor não faz negociata com ninguém, mas tem muito a dizer (e a esperar de nós) em relação ao dinheiro, seu uso e seu valor. Você não pode dizer-se um discípulo de Cristo sem que essa área de sua vida tenha sido tratada por Ele.
Aqueles que recebem a Cristo como Senhor e Salvador precisam fazer ajustes em sua maneira errada de lidar com o dinheiro, da mesma maneira que promovem ajustes em relação a outros pecados de sua vida.
O Ensino de Jesus - Auxílio e Misericórdia
Será que é possível encontrar aplicação para os ensinos de Jesus para o homem e a mulher do século XXI? Será que aquilo que Jesus ensinou, há mais de dois mil anos atrás, percorrendo pequenos vilarejos empoeirados da palestina, pode ser útil para mim e para você hoje? Será que os ensinos simples e diretos de Jesus ainda são necessários e relevantes em meio a complexa vida urbana que temos?
Eu penso que sim.
Quando Jesus falava às pessoas de seu tempo, elas ficavam grandemente impressionadas. Mas não era a erudição do discurso ou mesmo o falar bonito que impressionavam. As pessoas eram tocadas porque as palavras de Jesus eram ditas com autoridade.
O Senhor não falava de religiosidade, isto é, o ensino de Jesus não era uma maneira de organizar os esforços humanos para alcançar a Deus; Jesus falava do amor de Deus, e de como esse amor deveria nos mover a viver vidas santas e retas.
Nesta e nas próximas semanas iremos refletir sobre o Ensino de Jesus e procurar as aplicações desse ensino para os nossos dias. Faremos isso pedido ao Espírito de Deus que nos ensine e nos esclareça sobre as palavras do Filhos de Deus.
Eu quero lhe fazer um desafio. Durante essas semanas leia os capítulos 6 e 7 do evangelho de Mateus. Esse será o nosso texto básico durante essa série de mensagens. Leia detidamente, com calma, procurando compreender o significado das palavras de Jesus. E peça discernimento ao E.S.
O Sermão do Monte
Os capítulos 6 e 7 do evangelho de Mateus fazem parte de um dos sermões ou discursos mais conhecidos de Jesus: o sermão do monte; essa pregação de Jesus ocupa os capítulos 5, 6 e 7 e faz parte dos 5 discursos mais longos registrados nas escrituras.
(A) É no sermão do monte que Jesus apresenta as bem-aventuranças e aponta para as características daqueles que encontram a verdadeira felicidade:
(3) Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. (4) Felizes os que choram, porque eles serão consolados. (5) Felizes os mansos, porque eles herdarão a terra. (6) Felizes os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos. (7) Felizes os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. (8) Felizes os limpos de coração, porque eles verão a Deus. (9) Felizes os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. (10) Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. (11) Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. (Mat 5:3-11)
(B) No sermão do monte o Senhor diz que os seus discípulos são luz do mundo e sal da terra. Luz para iluminar as trevas e levar conhecimento de Deus para aqueles que não sabem quem Ele é; Sal para conservar a vida em todas as suas dimensões e para dar um bom sabor para a existência daqueles que nos cercam.
(13) Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. (14) Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; (15) nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. (16) Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mat 5:13-16)
(C) É no sermão do monte que Jesus explica que o amor que Deus teve por nós não nos deixa outra possibilidade, senão a amarmos os nossos inimigos e orarmos por aqueles que nos perseguem. E assim, de forma desconcertante, Jesus nos desafia a confia no Pai e no fato de que Ele está no controle de todas as coisas.
(43) Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. (44) Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; (45) para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. (46) Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? (47) E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo? (Mat 5:43-47)
(D) Também no sermão do monte, Jesus afirma que precisamos ficar ansiosos com a vida, porque essa ansiedade em obter coisas e alcançar posições na verdade não acrescenta nada de proveitoso. Em vez disso, devemos buscar primeiro o reino de Deus, porque aí todas as coisas de que realmente precisamos nos serão dadas pelo nosso Pai, que nos conhece melhor que nós mesmos.
(31) Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (32) (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. (33) Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (34) Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mat 6:31-34)
(E) É no sermão do monte, que Jesus faz um alerta sério: quem pensa que está fazendo uma grande coisa ao apontar as falhas e pecados de um irmão deve parar com essa atitude e olhar primeiramente para suas próprias falhas. Se fizer isso, talvez descubra que suas falhas e pecados são até mais graves do que aquelas que ele estava vendo nos outros.
(3) E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? (4) Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? (5) Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão. (Mat 7:3-5)
(F) Também no sermão do monte, Cristo fala que segui-lo não é uma decisão fácil. Desejar ser um discípulo de Jesus e desejar caminhar por caminhos estreitos e às vezes pouco confortáveis. Mas é esse caminho estreito que leva à vida eterna.
(13) Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; (14) e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram. (Mat 7:13-14)
(G) É lá, no sermão do monte, que Jesus afirma que ser discípulo dele não é uma coisa da boca para fora, mas sim um compromisso de obediência. Não é apenas falar, mas viver o que se fala.
(22) Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? (23) Então lhes direi claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. (24) Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. (25) E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. (26) Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. (27) E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. (Mat 7:22-27)
Durante essa série, vamos olhar pausadamente para alguns dos ensinos de Jesus. Mas não queremos apenas estudar ou compreender esses ensinos, porque Cristo nos chamou para praticá-los. Viver o evangelho: esse é o nosso grande desafio!
Auxílio e Misericórdia
(1) Cuidado, não pratiquem as boas obras com ostentação, só para serem admirados, porque se o fizerem, perderão a recompensa que o vosso Pai do céu vos dá. (2) Quando derem alguma coisa a um pobre, nada de alarde, como fazem os fingidos, tocando trombeta nas sinagogas e nas ruas para chamar a atenção para os seus actos de caridade. Digo-vos com toda a seriedade: esses já receberam toda a recompensa que poderiam ter. (3,4) Mas quando fizerem um favor a alguém, façam-no em segredo, sem dizerem à mão esquerda o que faz a direita. Vosso Pai, que conhece todos os segredos, vos recompensará. (Mat 6:1-4 – OL)
Duas Bandeiras
Quando Jesus fala “as boas obras” (“ARA = a vossa justiça”, “NVI = suas obras de justiça”) ele está se preparando para falar das três prática piedosas que eram costume entre os fariseus: as esmolas, as orações e o jejum.
O Senhor não tem qualquer palavra de repreensão aos fariseus por causa dessas disciplinas espirituais. Ele não as condena, não diz que os fariseus estavam errados em praticá-las, nem apresenta qualquer outra coisa como substituto. Isso deve nos conduzir ao entendimento que a misericórdia e o auxílio ao pobre e necessitado devem ser marcas do discípulo de Jesus, assim como o são a oração e o jejum. Mas porque não é assim?
Os desvios pelos quais a igreja passou em sua história (principalmente o engano promovido pelo catolicismo romano, de que a ajuda aos necessitados poderia contar pontos para que Deus nos salvasse), fizeram com que no século XVI os reformadores levantaram bem alto a bandeira da salvação pela graça de Deus, mediante a fé.
Lutero, Calvino, Wesley, Zwínglio e outros repudiaram a venda de passagens para o céu e rejeitaram a teologia que permitia aos ricos viverem tranquilamente de forma corrupta, porque a salvação deles estava garantida mediante as esmolas e as doações à igreja.
Mas a igreja de Cristo, quando foi jogar fora a água suja da barganha que estava na bacia, esqueceu de tirar primeiro o menino limpo da misericórdia. Então, o repúdio às negociatas com Deus foi tão incisivo que fez com que as pessoas se sentissem desobrigadas em relação ao compromisso de socorrer os necessitados.
Por causa disso, ainda hoje, muitas igrejas e seus membros se mostram insensíveis quando o assunto é ser misericordioso, socorrer o necessitado ou auxiliar aqueles que precisam de ajuda. É fácil ouvir “aleluias” e “glórias a Deus” quando o assunto é o “espiritual” e a salvação de “almas”, mas quando o assunto é alimentar os que tem fome, matar a sede daqueles que bebem água poluída ou vestir aqueles que estão em trapos, os “aleluias” e os “glórias a Deus” emudecem.
Fortaleza é a cidade dos carros importados, mas está cheia também de gente pobre que passa necessidade, pedintes nas calçadas e crianças nos sinais. Alguns são profissionais da esmola (nós sabemos disso), mas outros precisam de um pouco de amor prático e de ajuda para sobreviverem em um mundo tão hostil. Não estou dizendo que é fácil fazer isso, estou dizendo que é necessário fazermos.
Precisamos das duas bandeiras. A salvação é pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, mas a vida cristã precisa ser vivida mediante um compromisso prático com aqueles mais necessitados. Era assim que os primeiros discípulos compreendiam a fé.
(8) Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus (9) Não é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso. (10) Foi o próprio Deus quem fez de nós o que somos e nos deu uma vida nova da parte de Cristo Jesus; e muitos séculos atrás, Ele planejou que gastássemos essa vida em auxiliar aos outros. (Ef. 2:8,9 – OL, 10 – BV)
(14) Meus irmãos, que interessa se alguém disser que tem fé em Deus, e não fizer prova disso através de obras? Esse tipo de fé não salva ninguém. (15) Se um irmão ou irmã sofrer por falta de vestuário, ou por passar fome, (16) e se vocês lhe disserem: Procure mas é viver pacificamente, e vá-se aquecendo e comendo como puder, e se não lhe derem aquilo de que ele precisa para viver, uma tal resposta fará algum bem? (17) Assim também a fé cristã, se não se traduzir em actos, é morta em si mesma. (Tg. 2:14;17 – OL)
Não toque trombeta
(1) Cuidado, não pratiquem as boas obras com ostentação, só para serem admirados, porque se o fizerem, perderão a recompensa que o vosso Pai do céu vos dá. (2) Quando derem alguma coisa a um pobre, nada de alarde, como fazem os fingidos, tocando trombeta nas sinagogas e nas ruas para chamar a atenção para os seus atos de caridade. Digo-vos com toda a seriedade: esses já receberam toda a recompensa que poderiam ter.
Alguns comentaristas dizem que a linguagem de Jesus é figurada. Ele fala da trombeta para dizer que aqueles que socorrem os necessitados não devem fazer barulho e chamar a atenção para si.
Outros afirmam que Jesus está usando como ilustração um fato que era comum em seus dias, isto é, que realmente havia pessoas que tocavam uma espécie de trombeta para avisar aos pobres que iriam começar a fazer suas esmolas.
Outros dizem ainda que a tocar a trombeta se refere ao gazofilácio do templo. Feito de metal ele ecoava quando as moedas eram lançadas nele, fazendo assim soar a trombeta.
Seja qual for a situação, as palavras de Jesus nesses versos são desafiadoras. Precisamos socorrer os necessitados, mas essa ajuda não deve ser uma forma e alcançar destaque e reconhecimento. Precisamos fazer a coisa certa da maneira certa.
A cesta de alimento deve ser doada para a família desempregada, as fraldas devem compradas para a mãe que não fez enxoval, a consulta ao médico deve ser paga para aquele que não tem qualquer assistência médica, a escola do garoto sem pai deve ser paga, a passagem para irmão que deseja vir à igreja deve ser doado, a visita ao hospital/presídio deve ser feita. Mas nada disso deve ser usado para extrair reconhecimento e admiração dos outros.
Você não deve ser misericordioso para ser aplaudido, nem tampouco socorrer os necessitados para ser louvado pelas pessoas por causa de sua atitude. Você não deve sair em busca de palavras de elogio por que você é uma boa pessoa. Aliás, essa atitude, por si só, já demonstra que você não é uma pessoa tão boa assim. Por que fazemos isso? Porque estamos ávidos pela recompensa. Queremos receber o prêmio.
Somos como um garoto ansioso que no dia do aniversário não consegue esperar até que o pai lhe dê o seu presente. A festa vai acontecendo, e a sua ansiedade aumenta porque o presente não chega. O garoto, então, começa a achar que o pai esqueceu dele e até a desconfiar do amor que o pai diz ter por ele.
Então, com medo de ficar sem presente, ele encontra um jeito de aplacar sua ansiedade e decide mostrar para os convidados as habilidades que tem: ele canta, dança, faz piruetas e caretas e apresenta números de malabarismo. No final, ele sorrir para os convidados e faz uma cara de bonzinho.
Encantados com a apresentação do menino os convidados vasculham os bolsos e entregam para o garoto balas, bombons e pirulitos; tudo o que eles tinham. O garoto abre um largo sorriso, apanha os doces e senta-se no chão satisfeito com seu presente.
O pai, então, depois de ver aquela cena, entristecido porque o filho escolhera os doces como seu presente de aniversário, volta-se cabisbaixo para dentro de casa. Nas mãos daquele pai um grande pacote coberto por um lindo papel colorido e envolvido em laços vermelhos. Sobre o pacote, as lágrimas de um pai rejeitado.
Jesus afirma que o Pai tem uma recompensa preparada para aqueles que se dispõe a socorrer os necessitados. O presente é uma promessa certa, mas vem das mãos do Pai. Não faça careta e malabarismos para comer doces e pirulitos. Vale muito mais a pena o presente especial que o Pai tem preparado para você. Essa é a única maneira de nosso coração aquietar-se: a confiança de que o Senhor é recompensador daqueles que o buscam.
Em segredo
(3,4) Mas quando fizerem um favor a alguém, façam-no em segredo, sem dizerem à mão esquerda o que faz a direita. Vosso Pai, que conhece todos os segredos, vos recompensará.
É interessante que essa tradução use a expressão “fazer um favor”. Porque muitas vezes nem um simples favor, como emprestar algo, é feito de forma desinteressada. Às vezes fica claro que a intenção é depois poder “cobrar” o favor e não uma atitude desprendida de fazer como ao Senhor.
A tradição judaica diz que havia no templo uma “câmara de segredos” onde as ofertas para os pobres e necessitados era depositadas longe das vistas dos outros, para que, em segredo, eles pudessem receber ali o seu sustento.
Ajudar em segredo protege aquele que doa da auto-exaltação, mas também protege aquele que recebe da exposição pública de seu sofrimento. Ajudar em segredo é ser misericordioso com aquele que está fragilizado em sua dor.
Você percebe que o irmão precisa de ajuda com a limpeza do carro e marca uma tarde de sábado para lavar carro com ele. Aí, no domingo seguinte, toda a igreja já sabe os detalhes de como o irmão é desleixado e sem cuidado com o carro dele.
Vocês percebem que aquele casal amigo precisa de um tempo sozinhos, sem os filhos, e aí se colocam à disposição para ficar com os meninos. Mas, no dia seguinte, meia igreja já sabe como os filhos do amado casal são uns pestinhas mal-educados.
Ajudar em segredo é suportar a fragilidade do outro. É colocar-se ao lado e sofrer junto. A recompensa vem do Senhor, não de uma atitude de menosprezo pela necessidade do outro.
As promessas
Quais são essas recompensas? O que o Senhor tem preparado para aqueles que se interessam pelos que passam necessidade? Esse é um assunto tão importante que o Senhor não deixou a questão totalmente aberta.
O Salmista, inspirado pelo Espírito Santo, fez questão de lista algumas dessas promessas de Deus para aqueles que entregam suas vidas para serem usadas em prol das outras pessoas, e não apenas de si mesmo.
(1) Feliz é aquele que se interessa pelo pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. (2) O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos. (3) O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença. (Sl. 41: 1 – NVI, 2,3 – ARA)
Quando você se interessa genuinamente pelos necessitados:
• O Senhor livra você nos tempos de adversidade;
• Ele protege e preserva a sua vida segundo a Sua vontade;
• O Senhor o faz bem-aventurado, feliz;
• Ele não permite que seus inimigos façam o que querem com você;
• O Senhor será a sua força na doença e tornará suportável a dor.
Pare de olhar apenas para si mesmo e comece a enxergar a dor, o sofrimento e a necessidade do outro. Não tenha receio! O Senhor cuidará de você.
• Quando você acudir o desamparado, o Senhor será o seu amparo;
• Quando você ajudar o necessitado, o Senhor será o seu socorro;
• Quando você alimentar o faminto, o Senhor será o seu suprimento;
• Quando você visitar o encarcerado, o Senhor será a sua liberdade;
• Quando você saciar o sedento, o Senhor será a sua água;
• Quando você vestir o nu, o Senhor será um manto sobre você;
• Quando você visitar o doente, o Senhor será a sua saúde;
• Quando você chorar com os que choram , o Senhor será sua alegria;
01 abril 2008
Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 4/4
A Esperança Cristã é de que seremos levados pelo Senhor Jesus para vivermos eternamente com ele. Jesus disse que Ele mesmo era a vida. Logo nossa Esperança é de que ao lado dele sejamos tomados pela vida eterna, cheia de significado e propósito.
O Espírito de Deus inspirou o Apóstolo Paulo quanto a algumas questões que fazem parte dessa esperança. No capítulo 15 da sua primeira carta aos coríntios, algumas coisas foram esclarecidas. Ao receber essa revelação, ele descreveu um quadro que permanece como encorajamento para todos os discípulos de Jesus.
Quero lhe convidar a abrir sua bíblia no capítulo 15 de I Coríntios e a mantê-la aberta. Essa será nosso texto nesta noite.
É o evangelho de Jesus que nos salva por meio de nossa fé. Não são nossos esforços pessoas, não é nossa pretensa bondade, não é o favor, as orações ou intercessão de alguma pessoa. É o evangelho que nos salva, se cremos nele com firmeza.
(1) Agora, irmãos, permitam-me que vos lembre o evangelho que vos preguei desde o princípio, que vocês aceitaram e no qual permanecem! (2) São essas boas novas que vos salvam, se nelas crerem firmemente. Doutra maneira, terão crido em vão.
Mas o que é o evangelho. Paulo relembra ao coríntios as verdades centrais de evangelho. Essas verdades precisam permanecer destacadas em nossas mentes e corações. As verdades periféricas são importantes, mas não precisam de holofotes sobre elas. Já aquelas que fundamentam nossa fé precisam ser evidenciadas todo o tempo.
(3-4) Eu transmiti-vos ao princípio o que era mais importante e que também me foi transmitido: que Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme as Escrituras, foi sepultado, e três dias depois ressuscitou dos mortos, conforme as Escrituras.
A pessoa de Cristo, suas palavra e sua obra são o centro do evangelho. Sua morte, sepultamento e ressurreição não podem cair no esquecimento, ou se tornar uma verdade periférica. A fé cristã está apoiada no Cristo ressurreto. A Esperança Cristã está apoiada na ressurreição de Cristo.
Por causa disso, o apóstolo apresentou diversas considerações, argumentos e provas a respeito da ressurreição do Senhor. Isso é muito importante para nós, porque estamos lendo os registros de quem viveu os dias imediatamente após o ministério de Cristo.
Paulo lembra que, depois de ressurgir dos mortos, Jesus foi visto por muitas testemunhas. Não é que se ouviu falar que o Senhor tinha revivido. o Senhor foi visto. Paulo conhecia algumas dessas pessoas que viram Jesus. Mas não só isso, ele também vira o Senhor no caminho de Damasco.
(5-7) Foi visto por Pedro, e mais tarde pelo resto dos Doze . Depois disso foi visto também por mais de quinhentos discípulos numa ocasião, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já morreram. Depois foi Tiago quem o viu, e mais tarde todos os apóstolos. (8) Por último também apareceu-me a mim, muito depois dos outros; é como se eu tivesse nascido fora do tempo.
Em Corinto, alguns estavam afirmando não haver ressurreição dos mortos. O Apóstolo ficou surpreso com essa afirmação e, a partir do verso 12 começou a explicar quais seriam as conseqüências para os irmãos e para a igreja e se a ressurreição fosse uma mentira.
(12) Mas se pregamos que Cristo ressuscitou da morte, porque é que alguns entre vocês andam a dizer que não há ressurreição dos mortos? (13) Porque se não há ressurreição dos mortos, então Cristo ainda deve estar morto. (14) E se ele ainda está morto, então toda a nossa pregação é inútil, e a vossa fé em Deus é em vão. (15) E nós, apóstolos, seremos todos mentirosos, porque dissemos que Deus ressuscitou Cristo, e isso não seria verdade, se os mortos não tornassem à vida. (16) Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. (17) E se Cristo não ressuscitou então a vossa fé é inútil, e vocês ainda estão sob condenação por causa dos vossos pecados. (18) Nesse caso, todos quantos morreram crendo em Cristo estão perdidos! (19) E se a nossa esperança em Cristo é unicamente para esta vida, nós somos as pessoas mais miseráveis no mundo.
Se Cristo não ressuscitou...
a) a pregação é inútil;
b) a fé é vã;
c) os apóstolos são mentirosos;
d) todos nós ainda estamos condenados;
e) aqueles que já morreram (confiando) em Cristo estão perdidos.
Veja como precisamos ser cuidados quanto estamos lidando com as verdades fundamentais do evangelho. As pilastras de sustentação de um edifício não podem ser movidas sem que todo o edifício seja abalado.
Há mestres e pastores que têm destruído a Esperança da Eternidade em seus rebanhos porque pregam um outro evangelho, diferente daquele revelado nas Escrituras. Quando o Senhor Jesus é reduzido a um simples camponês da palestina, as Escrituras são achincalhadas e a Ressurreição é negada, não sobra nada capaz de produzir na igreja a Esperança da eternidade.
(20) Mas o fato é que Cristo ressuscitou mesmo dos mortos e se tornou o primeiro entre milhões que um dia voltarão a viver!
Há um paralelo entre a perda da vida eterna e sua devolução. Há relação entre a morte que herdamos de Adão e a vida que herdamos de Cristo. Veja como isso é explicado nas escrituras.
(21) Tal como a morte apareceu neste mundo por causa daquilo que um homem (Adão) fez, assim também é por causa do que um outro Homem (Cristo) realizou que agora há a possibilidade da ressurreição da morte. (22) Cada um de nós morre porque pertence à descendência pecadora de Adão. Mas todos os que estão ligados a Cristo voltarão de novo à vida. (23) Contudo cada um na sua ordem: Cristo foi o primeiro a ressuscitar; e depois, quando ele voltar, todo o seu povo tornará a viver.
É por isso que a Esperança de vida eterna só faz parte daqueles que se entregam a Cristo e o recebem com seu Senhor e salvador. Não há esperança de vida eterna para aqueles que não forem renovados através da ligação com Cristo, por meio da fé. Porque sem essa vida que vem de Cristo, não como mudar nossa situação de mortos, por causa dos nossos pecados.
Sob que forma nós ressuscitaremos? Serem como anjos, com assas ou seremos espíritos sem corpo, como os fantasmas dos filmes? Essa era uma indagação dos irmãos de Corinto. Paulo achou que essa era uma pergunta boba, mas não deixou de responder.
(35) Mas alguém poderá perguntar: Como é afinal que os mortos vão ressuscitar? Que espécie de corpo terão então? (36) Não é uma pergunta ajuizada.
No entanto, para respondê-la, ele gastou uma boa parte do capítulo. Primeiro, ele explicou que os corpos das diferentes criações de Deus têm naturezas diferentes. Vejamos
Quando se enterra uma semente, ela não se transforma em planta enquanto não morrer primeiro. (37) Porque o que se semeia não é a planta mas apenas um pequeno grão, de trigo ou de qualquer outra planta. (38) E então Deus dá-lhe um corpo, da espécie que ele destinou; cada espécie de semente dará naturalmente uma diferente espécie de planta.
(39) Assim como há diferentes espécies de sementes e plantas, assim também há diferentes espécies de corpos. O homem tem uma espécie de corpo, os animais outra, as aves outra e os peixes outra. (40) Há corpos no céu e há corpos na terra. A glória dos corpos celestiais é diferente da beleza dos corpos terrenos. (41) O Sol, a Lua e as estrelas, cada um tem o seu próprio esplendor. E até as estrelas diferem em brilho e em grandeza entre si.
Deus é multiforme em sua criação. Ele fez seres diferentes com naturezas distintas. Deus trata os diferentes da maneira que cada um precisa ser tratado. Cada parte de sua criação tem sua própria função e sua natureza particular, conforme planejada pelo Senhor. Por isso, Deus não força sua criação além do propósito para o que ela foi criada. Ele sabe os limites.
Deus jamais violentará sua natureza. Ele jamais exigirá além do propósito que Ele tem para você. As Escrituras dizem que Ele sabe que nossa origem é o pó da terra.
O corpo é desprezado por muitas religiões e crenças. Mas o cristianismo trata o homem por completo. Embora haja religiões que crêem em alguma espécie de renascimento, a ressurreição do corpo é uma crença exclusiva do cristianismo. É essa a revelação que temos de Deus: que nossos corpos também participarão da ressurreição, mas não terão a mesma natureza que têm hoje.
(42) Da mesma forma, os nossos corpos humanos, que hão-de morrer e desaparecer, são diferentes dos corpos que teremos quando ressuscitarmos, pois que estes não morrerão. (43) Os corpos que agora temos acabam na corrupção da morte; mas quando ressuscitarmos serão corpos gloriosos. É verdade, sim, que agora são corpos mortais, mas quando voltarmos à vida serão corpos cheios de energia. (44) Ao morrerem não passam de meros corpos humanos, mas na ressurreição serão corpos sobre-humanos. Porque tal como há corpos de natureza humana, também há corpos espirituais.
Logo em seguida, ao comparar a natureza terrena do corpo que herdamos de Adão com natureza celestial do corpo que herdaremos de Cristo, Paulo conclui dizendo que os nossos corpos atuais não são capazes de suportar a eternidade. Por isso, ganharemos corpos novos.
(45) As Escrituras dizem-nos que o primeiro homem, Adão, se tornou um ser com vida, mas o último Adão, isto é, Cristo, é um Espírito que dá vida. (46) Nós temos primeiramente estes nossos corpos humanos, mas depois Deus dá-nos corpos celestiais. (47) Adão foi feito da terra, mas Cristo veio do céu. (48) Todo o ser humano tem um corpo como o de Adão, feito da terra, mas os que são de Cristo terão como ele um corpo celestial. (49) E se agora cada um de nós ainda tem um corpo como o de Adão, um dia viremos a ter um corpo semelhante ao de Cristo. (50) Uma coisa vos garanto, irmãos: é que um corpo terreno, feito de carne e de sangue, não pode entrar no reino de Deus. Estes nossos corpos mortais não têm uma natureza que lhes permita viver para sempre.
Os corpos que receberemos na ressurreição terão a mesma natureza do corpo que Cristo recebeu após ressurgir. A natureza do corpo de Cristo depois da ressurreição não era mais a mesma que antes.
(36-37) Enquanto assim falavam, (a) o próprio Jesus surgiu no meio deles, saudando-os: A paz esteja com vocês!. Mas (b) todo o grupo ficou muito assustado, pensando que via um fantasma.
(38-40) Porque se assustam?, perguntou ele. Porque é que duvidam que seja realmente eu? (c) Olhem as minhas mãos; olhem-me para os pés! Estão a ver que sou eu mesmo. Toquem-me e verifiquem que não sou nenhum fantasma. Porque (d) os fantasmas não têm carne nem ossos, como vêem que eu tenho! Enquanto falava, mostrava-lhes as mãos e os pés.
(41-43) Ainda indecisos, eles contemplavam-no, cheios de espanto e alegria. Então Jesus perguntou-lhes: Têm aqui alguma coisa que se possa comer? Deram-lhe um pedaço de peixe assado (e) e pôs-se a comê-lo enquanto o observavam. (Lucas 24 36-37)
A partir do verso 51, o apóstolo Paulo revela um mistério sobre a ressurreição. Era mistério, mas foi revelado e já não é mais. Aqueles que estiverem vivos quando o Senhor vier buscar os seus corpos transformados sem que tenham passado pela morte.
(51) Mas posso revelar-vos um mistério: é que nem todos morreremos, mas contudo todos receberemos novos corpos! (52) E tudo isso acontecerá num abrir e fechar de olhos, quando a última trombeta soar. Porque haverá no céu um toque de trombeta, e todos os cristãos que já morreram tornarão à vida com novos corpos que nunca mais hão-de morrer, e então nós, os que estivermos vivos ainda, seremos revestidos de novos corpos, igualmente. (53) Pois que os nossos corpos terrenos, sujeitos à morte, serão transformados em corpos celestiais que não podem morrer, mas que viverão para sempre. (54-55) Quando isto acontecer - quando os nossos perecíveis corpos terrenos forem transformados em corpos celestiais que nunca morrerão - então se cumprirá o que diz a Escritura: A morte foi tragada na vitória. Onde está pois, ó morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? (56) Porque o pecado - esse aguilhão que causa a morte - terá desaparecido completamente; e a lei, que traz a manifesto os nossos pecados, nunca mais será nosso juiz.
Exaltado seja o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que venceu a morte e agora pode nos dar vida! Bendito seja o Deus da nossa salvação que nos fez vitoriosos sobre a morte. Tragada foi a morte pela vitória!
(58) Assim meus queridos irmãos, sejam firmes e constantes, trabalhando com entusiasmo na obra do Senhor, pois sabem que nada do que fizerem para Deus será em vão.
Amados, a Esperança que temos em Cristo é o que nos fortalece em meio ao serviço ao Senhor. Por causa da eternidade que nos aguarda é que conseguimos ser firmes e constantes naquilo em que nos dispomos a ser usados por Ele. Se não for assim, estaremos em grandes apuros quando a tormenta cair sobre nós.
Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 3/4
O evangelho de Jesus não pode resultar em desequilíbrio em nossa visão do mundo e das pessoas. Jesus apresentou uma mensagem coerente e capaz de dar sustentação para todas as dimensões da vida.
Um dos grandes problemas que enfrentamos em nossos dias é o desequilíbrio. Há quem veja Deus apenas como amor; um Deus meio bobo, incapaz de ser justo e firme. Há vem veja o Senhor como um juiz impiedoso e pronto a punir, incapaz de amar e exercer misericórdia.
Toda vez que vemos apenas uma parte do caráter de Deus, estamos vendo uma caricatura dele. A imagem de Deus se torna mais próxima da realidade à medida que vamos enxergando a plenitude de sua natureza: santo, verdadeiro justo, todo-poderoso, fiel, amor, misericordioso, perfeito, compassivo, perdoador... É preciso juntar tudo, senão ficamos apenas com uma caricatura de Deus.
Da mesma forma, hoje pela manhã, precisamos equilibrar a Esperança nas promessas de Deus (vida eterna, o retorno do Senhor e a ressurreição dos mortos) e um viver que não foge da dura realidade do mundo em que Ele nos colocou.
A Esperança Cristã não é um escapismo, uma fuga da vida, pelo contrário. A esperança que temos no futuro prometido por Deus para nós deve nos levar a viver hoje, de forma intensa, os valores do Reino de Deus.
A Esperança que temos não pode transformar a vida em um filme preto e branco, mas precisa realçar todas a cores de nossa realidade.
O maior dos mandamentos
Há muitos crentes que, ao descobrirem as promessas de Deus sobre a eternidade, se tornam orgulhos e cheios de empáfia. Usam a certeza de sua salvação em Cristo para ameaçar e intimidar. Quem faz assim, ainda não entendeu a natureza da salvação. Não compreendeu que fomos salvos por Cristo através da fé, isso não vem de nós, é um dom de Deus.
Na verdade, muitos crentes, vivem em buscas de experiências com Deus, mas evitam se relacionar com as pessoas. Falam para todos sobre o seu amor por Deus, mas são incapazes de transformar esse amor em ações práticas em favor dos outros.
O que é mais importante: Amar a Deus ou amar ao próximo? O que faz mais bem para nossas almas: a esperança da eternidade ou a transformação da realidade? Será que realmente precisamos escolher? A palavra de Deus nos garante que não precisamos nem devemos separa uma coisa da outra.
Quando Jesus respondeu à pergunta dos fariseus sobre o maior dos mandamentos, deixou isso bem claro. O amor a Deus anda de braços dados como o amor às pessoas
(34) Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos; (35) e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo: (36) Mestre, qual é o grande mandamento na lei? (37) Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. (38) Este é o grande e primeiro mandamento. (39) E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Mat 22:34-39)
Jesus coloca o amor ao próximo em pé de igualdade com o amor a Deus porque são as duas faces de uma mesma moeda. São diferentes, mas não podem ser separados um dos outros.
Como tem sido com você? O seu amor por Deus pode ser visto no amor pelas pessoas à sua volta, ou o outro lado da sua moeda é apenas o seu amor por você mesmo?
Crianças famintas e sem futuro precisam do seu amor.
Idosos abandonados em asilos precisam do seu amor.
Pequeninos sem teto para morar precisam do seu amor
Meninas que vendem seus corpos na beira-mar precisam do seu amor.
Jovens consumidos pelas drogas precisam do seu amor.
Cidades acorrentadas à idolatria precisam do seu amor.
Casais que desistiram de se amar precisam do seu amor.
Famílias despedaçadas pelo ódio precisam do seu amor.
A eternidade começa agora. O reinado de Cristo, que será pleno na eternidade deve começar agora em nossas atitudes, em nossa maneira de viver, na prática de um amor que se importa com os outros. Esse é um grande desafio para o nosso egoísmo. Deus quer usar a mim e a você para mudar a difícil realidade daqueles que sofrem.
Uma questão de coerência
O apóstolo João foi um dos mais próximos de Jesus durante seu ministério. Talvez ele fosse o mais jovem dos discípulos. Suas palavras sobre esse assunto são um chamado à coerência.
(20) Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. (21) E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão. (1Jn 4:20-21)
João é muito direto. Seguindo com a nossa ilustração, a questão é que se uma das faces da sua moeda for o amor a Deus, mas na outra face não estiver o amor pelo seu irmão, então sua moeda e falsa. Que amor é esse que existe apenas para Deus, mas não se transforma em atitude para seu irmão?
Será que temos sido coerentes? As moedas que temos conosco são verdadeiras ou falsas? Qual será nossa resposta às palavras do Espírito através do apóstolo?
A esperança cristã não pode ser egoísta. Não podemos guardar esse tesouro, que é a vida abundante prometida por Deus, apenas para nós. A esperança da eternidade não pode nos acomodar, mas deve nos mover em direção aos nossos irmãos com atitudes de amor.
Foi assim com Cristo. A certeza das promessas do Pai o levou a enfrentar a cruz. Ele abriu mão do conforto da eternidade para se fazer homem, viver as limitações humanas para assim se identificar conosco.
(4) não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. (5) Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, (6) o qual, subsistindo
(8) e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Php 2:4-8)
Esperança que não se serve
No capítulo 2 de sua carta, Tiago fala de um tipo de fé que não serve para nada. É uma fé estéril, incapaz de gerar vida. A Esperança Cristã não pode produzir esse tipo de fé. Não podemos olhar para o futuro maravilhoso prometido por Cristo e nos esquecermos daqueles que passam necessidades ao nosso lado.
A nossa confiança no Senhor para a Eternidade não pode nos alienar. Não podemos viver como se miséria, fome, exploração, desnutrição, desemprego, baixa escolaridade, assassinatos, assaltos, roubos, estupros e tantas outras mazelas da nossa cidade não existam ou não nos digam respeito. A Esperança na eternidade, na segunda vinda de Cristo ou na ressurreição não pode me levar a viver em um mundo de fantasia. A Esperança age enquanto espera a concretização da promessa.
(14) Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? (15) Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. (16) e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? (17) Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. (18) Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. (19) Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem. (20) Mas queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é estéril? (Jas 2:14-20)
Quando Deus lhe devolveu a eternidade, isto é, quando a vida eterna lhe foi concedia por meio da fé em Cristo, não era a intenção do Senhor lhe transferir direto para o céu. Ele fez isso apenas com duas pessoas, Enoque e Elias. O resto de nós deve começar a viver a eternidade agora. Isso que dizer que somos chamados a implantar os valores do Reino de Deus em nossos relacionamentos com as pessoas agora mesmo.
Tiago ironiza os religiosos. Ele explica que não adianta pousar de seguidor de Cristo. Se as suas atitudes não são coerentes com as palavras do Senhor, isso não passa de um discurso vazio e incapaz de produzir vida.
Como é nossa Esperança? Para dentro de nós mesmos ou para fora, em direção às pessoas? A esperança que fica aprisionada dentro da gente acaba definhando e morrendo, mas a esperança que volta para os outros floresce e é capaz de gerar a vida.