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19 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Membros uns dos outros


Membros uns dos outros

Há um certo tipo de poder quando as pessoas se unem: quando a torcida pula junto e grita o nome do time, há uma força nessa unidade; quando na quadra de vôlei, cada jogador az sua parte e todos se esforças para cobrir as falhas uns dos outros e o ponto parece não ter fim, para que tipo de poder toma conta de todos que estão por perto.

É difícil negar que quando as pessoas se unem em torno de um objetivo surge uma energia que nos faz realizar bem mais do que imaginamos ser capazes. Vamos ver um vídeo sobre o poder da unidade.

Há um poder na união. Mesmo quando ela é um processo puramente humano. Imagine agora o que pode acontecer quando essa união é o resultado da ação do Espírito Santo em cada um de nós. Quando lemos as escrituras parece que essa unidade no Espírito era um dos desejos mais intensos de Jesus. Ele até orou sobre isso em Jo 17.20-23.

Uma analogia é a tentativa de explicar algo através de outra coisa. Para tentar explicar essa unidade no Espírito, que existe entre os seguidores de Jesus, a Bíblica usa uma analogia, isto é, ela compara os seguidores de Jesus ao corpo humano em I Co 12.14-26.

VERDADES IMPORTANTES

Há muito a aprender na leitura dessa comparação entre a Igreja e o copo humano. O apóstolo Paulo resume da seguinte forma: “Então nós ... somos membros uns dos outros.” (Rm 12.5). Hoje vamos destacar três verdades importantes que podem ser aprendidas neste texto.

1.     Nenhum cristão deve atuar sozinho: somos interdependentes. Não há lugar para carreira solo entre os seguidores de Jesus – o nosso canto é sempre coral. Não há lugar para monólogo – nossa atuação é sempre coletiva. Não há lugar para lobos solitários – nós andamos sempre em bandos. Nós dependemos uns dos outros. Mas, por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

2.     Nenhum cristão deve sentir-se mais importante que os demais: somos limitados. Somos chamados à humildade, isto é, ao reconhecimento de nossos limites – nem mais, nem menos. Ninguém pode dizer a outro irmão “não preciso de você”. Por quê?

a.      Fomos feitos diferentes; I Co 12.15,16
b.     Fomos feitos incompletos; I Co 12.21
c.      Somos apenas uma parte, não o todo. I Co 12.14

Além disso, veja o ensino de Paulo aos irmãos de Roma em Rm 12.3.

3.     Cada cristão deve trabalhar para preservar a unidade: somos responsáveis. A manutenção da unidade na igreja é o resultado de nossas atitudes e uns para com os outros.

No time de futebol ou na torcida, a união vem por causa dos objetivos comuns. Porque todos querem a mesma coisa, juntam-se para alcançar os resultados. Na igreja é diferente. A unidade do Corpo de Cristo é resultado da presença do Espírito Santo em nós. Fazemos parte do mesmo corpo, porque fomos feitos parte da família de Deus (Jo 1.12)

Ninguém é parte da Igreja de Jesus apenas por vontade própria. Foi Deus quem fez de você um membro do Corpo de Cristo. É como na família de sangue: ninguém escolhe por si mesmo fazer parte. A escolha é dos outros. Portanto, eu e você não podemos produzir união. A união já existe, porque fomos feitos irmãos uns dos outros. Pode ser que essa união não esteja funcionando, bem, mas ela é uma realidade que não depende da nossa vontade.

Por outro lado, fomos chamados para preservar a essa unidade através de humildade, mansidão, longanimidade e apoio mútuo, conforme. (Ef 4.1-3)

1Suplico-vos pois - eu, prisioneiro por causa de servir o Senhor - que se conduzam de uma maneira digna da chamada que receberam de Deus. 2Sejam humildes, delicados para com os outros e pacientes, numa base de compreensão mútua e com uma afeição sincera. 3Procurem conservar entre vocês a unidade que o Espírito Santo produziu com laços de paz. (Ef 4.1-3 OL)

PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO

1.     Somos uma igreja unida? Como podemos melhorar?
2.     Nosso jeito de viver igreja valoriza essa dependência uns dos outros?
3.     A humildade é um valor que nos caracteriza com igreja?
4.     Até que ponto o individualismo está trabalhando contra a unidade da igreja?

5.     O que poderia melhorar em nossas programações para nos sentirmos ainda mais membros uns dos outros?

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000, 

17 abril 2016

A Função e a Harmonia dos Membros


Comunidade Batista em Mangabeira - João Pessoa/PB - Escola Bíblica  17/04/16 


Em nossa jornada para discernir de forma apropriada o Corpo de Cristo, refletiremos sobre a função dos membros e sobre sua harmonia no corpo.

Existe ao menos um impedimento que bloqueia o exercício de nossas funções no Corpo: a mentalidade individualista, isto é, o apego a si mesmo. Enquanto essa forma de pensar dominar nossa mente não haverá espaço para o serviço, e portanto, não haverá o que ser falar sobre nossa função no corpo ou sobre a harmonia entre nós.

Dessa forma, nossa reflexão sobre função e harmonia no Corpo de Cristo pressupõe que fomos libertos de nós mesmo, que estamos prontos para pensar a vida da igreja como uma oportunidade para ser canal para a nova vida, a vida do Espírito de Deus que recebemos por meio de Jesus Cristo a fim de abençoar nossos irmãos.

Todos têm uma função (I Co 12.13)

13 Pois em um só corpo TODOS nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a TODOS nós foi dado beber de um único Espírito.

A igreja é composta de pessoas que foram imersas na vida do Espírito de Deus. Esse mergulho no Espírito Santo marca ao mesmo tempo nossa redenção individual (penhor 2 Co 1.21,22) e nosso arrolamento como parte da coletividade membro do Corpo de Cristo. Porque a salvação é individual, mas é operada na coletividade.

Paulo parece explicar que o tratamento do Espírito é o mesmo para todos que o Senhor é bondoso (cf. I Pe. 2.3). Não há qualquer distinção. Não há um membro do Corpo que não tenham uma vocação de Deus. TODOS temos algo a realizar em favor dos demais membros.

Entre o primeiro e o segundo “TODOS”, Paulo apresenta aos seus leitores dois profundos abismos (judeus/gregos e escravos/livres) de sua época para ilustrar o trabalho do Espírito na constituição do Corpo de Cristo: primeiro, duas cosmovisões diferentes (cultura, história, religião ...); depois, duas realidades de vida distintas (identidade, esperanças, sonhos ...).

E o que nos diz o apóstolo? Afirma que esses abismos são produzidos por nós, e que o Espírito de Deus não se limita por causa deles. Ao contrário, junta na Igreja quem ele quer e dá a todos uma incumbência de serviço ao corpo a ser cumprida.

Ainda sobre o TODOS, precisamos lembrar que vivemos tempos em que a sacerdotalização em forma de casta tem renascido e sido acolhida por vários irmãos como um modo aceitável de viver a fé.

São tempos em que a igreja reformada por Lutero e outros é tentada a refluir para o padrão clero/laicato. Tempos em que a fé se vê ancorada em líderes personalistas, hiperativos e repletos de dons, enquanto o restante do corpo assiste passivo as performances e aguarda dos iluminados bênçãos, orações e fórmulas para fazer a vida funcionar.

É certo que o modo sacerdotal de viver a fé dominou a cena da humanidade por muito tempo, mas também é verdade que ele encontrou no evangelho de Cristo um forte opositor.

Mc 15.38 – O véu rasgou-se
I Pe. 2.5-9 – Sacerdócio Santo e Real
Ap. 1.5 – Sacerdotes para servir
Ap. 5. 8-10 – Sacerdotes para o nosso Deus

É surpreendente que, no interior de um uma religião essencialmente sacerdotal, nasceu o evangelho de um único e perfeito mediador que a todos chama para aproximar-se de Deus como um filho se aproxima de um pai amoroso.

19 Sendo assim, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos mediante o sangue de Jesus,20 por um novo e vivo Caminho que Ele nos descortinou por intermédio do véu, isto é, do seu próprio corpo;21 e tendo um magnífico sacerdote sobre a Casa de Deus.22 Portanto, acheguemo-nos a Deus com um coração sincero e com absoluta certeza de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e os nossos corpos lavados com água pura.

Ninguém pode ser descartado (I Co 12.21-24a)
  
21 O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! "Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês!" 22 Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, 23 e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, 24 enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial.

O argumento de Paulo é de que não somos nós quem diz se alguém é necessário ou não ao corpo. Em princípio todos os membros do corpo são necessários e nenhum pode ser simplesmente descartado.

Parece que Paulo coloca sob suspeita os critérios que usamos para fazer essa avaliação. Primeiro ele fala do engano de contarmos apenas com aqueles que consideramos fortes: história de fé na família, vida financeira estruturada, família equilibrada, frequente nos cultos, contribuinte, comprometido: esses são os que parecem fortes! Eles estão sempre visíveis e são sempre chamados a se apresentar no front da batalha. Mas nem por isso os demais membros do corpo podem ser dispensados.

Aqueles que parecem fracos, não podem ser dispensados da comunhão nem tampouco desprezados. Nas palavras de Paulo eles são indispensáveis para a harmonia do corpo. A analogia aponta as partes do corpo humano que são pouco resistentes, mas que cumprem funções importantes. Os lábios são frágeis, as orelhas são frágeis, os olhos são frágeis, todos eles precisam ser protegidos por braços e mãos, mas sem eles o corpo perderá sua harmonia.

Os irmãos mais sensíveis, menos resistentes aos desgastes da vida, mais frágeis diante do mundo, menos capazes de reagir, menos perceptivos sobre as sujeiras da vida, não podem ser jogados fora. Ainda às vezes seja trabalhoso, eles devem ser cuidados e protegidos. O corpo depende deles para cumprir sua vocação.

Outro aspecto do mesmo argumento é quanto aos membros mais ou menos decorosos. Esse é um argumento impressionante porque Paulo afirma que aqueles de quem temos mais vergonha não devem ser expostos ao ridículo, mas protegidos para que se apresentem de forma digna.

Em um corpo harmônico não há lugar para a exposição gratuita das fragilidades dos irmãos. Não há lugar para envergonhar os outros porque eles são diferentes. Não há lugar para humilhar os que não conseguem. Não há lugar para fazer pouco caso de quem quer que seja por seja qual for a razão. Porque quando um membro do corpo é envergonhado, todo o corpo sente vergonha com ele.

Vocação: para cada um, por causa de todos.

Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, 25 a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. (I Co 12.24b-5)

Nosso lugar no corpo foi planejado por Deus. Não há acasos nisso. Nossa história tem parte nisso, nossas experiências são importantes, nossa formação tem seu lugar, mas ao final tudo está sob a coordenação daquele que é o cabeça da igreja.

Paulo revela uma lógica invertida nessa montagem do corpo. Aparentemente o Senhor providenciou equilíbrio no corpo ao conceder honra exatamente àqueles que dela tinham falta.

A abordagem sobre honra aqui é a mesma. Vestir de forma apropriada, os membros do corpo que expostos estariam desprotegidos e à mercê de comentários. A ideia é de proteger quem está desprotegido. Então, explica que o próprio Senhor da Igreja age assim para produzir harmonia no corpo.

Dessa forma, todos os membros são vocacionados (chamados) a servir ao Corpo. E são capacitados, protegidos e honrados de forma que haja harmonia. Assim, quando cada membro do corpo exerce sua função estamos cuidados uns dos outros e o corpo opera seu próprio crescimento de forma harmônica.


03 abril 2016

O serviço ao Corpo de Cristo


O serviço ao Corpo de Cristo
Comunidade Batista em Mangabeira - João Pessoa/PB - Escola Bíblica  03/04/16 

Em nossa jornada para discernir de forma apropriada o Corpo de Cristo, chegamos agora no ponto em que refletiremos sobre o serviço de um membro do corpo.

Inúmeras abordagens podem ser dadas sobre esse assunto, inclusive com ênfase nos dons e capacitações dadas pelo Espírito. Aqui seremos modestos e trataremos sobre modos de pensar e viver que acabam por nortear nosso serviço no corpo. São eles o ativismo, o individualismo e a cooperação.

Ativismo – Serviço pelo serviço

Ativista é aquele que entende as ações práticas como o melhor (e às vezes o único) caminho para a transformação da realidade.

Sem dúvida ações práticas podem transformar a realidade, mas o ativista é aquele que coloca nelas toda sua esperança, e por isso dedica-se intensamente àquilo que se propõe a fazer, ao ponto de fazer de suas ações um fim em si mesmas.

Os ativistas são pessoas práticas. Ser prático não é ruim, muito pelo contrário. No entanto, para os ativistas a ênfase na praticidade acaba por transformá-la em pragmatismo, isto é, quando as coisas certas são aquelas que dão certo.

Os ativistas são intensos e tem grande capacidade para a realização de projetos em benefícios de outras pessoas. No entanto, com muita frequência, acabam com pouco tempo para relacionar-se com as pessoas a quem servem.

O que acontece quando um ativista se converte e se torna um membro do Corpo de Cristo? Ou quando um membro do corpo é seduzido pelo ativismo? Com frequência o ativismo o acompanha em suas atividades de serviço à igreja.

Surge então a figura de um cristão prático e realizador (o sonho de muitos pastores), mas tende a valorizar o serviço como um fim em sim mesmo e a aplaudir qualquer iniciativa ou realização que pareça ajudá-lo a atingir seus objetivos.

A igreja precisa de pessoas práticas e realizadoras, mas o corpo de Cristo sofre quando algum de seus membros se torna ativista e pragmático.

Quando ativismo e pragmatismo tomam conta de nossas iniciativas de serviço ao corpo de Cristo, diminui nossa preocupação com as pessoas e começamos a servir pelo serviço. Deixa de ser um serviço PARA o corpo e se transforma em um serviço NO corpo.

Marta era uma mulher prática e com grande capacidade de realização. Sozinha ela estava dando conta de recepcionar Jesus e seus discípulos. Quando sua irmã, Maria, se senta na sala para ouvir Jesus, sua paciência se esgota. Ela estava tão preocupada em fazer o que precisa ser feito que deixou de lado as pessoas a quem ela estava servindo.

38 Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. 39 Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra.

40 Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! "

41 Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; 42 todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". Lucas 10. 41,42

Alguém já disse que os nossos piores defeitos são exatamente aas nossas melhores virtudes. É claro que o corpo não pode dispensar nem rejeitar seus membros mais ativos e operantes, porque precisamos de pessoas práticas e realizadoras. O que fazer, então?

Aqueles que se realizam e se alegram em ver as coisas funcionando precisam ser lembradas constantemente sobre o propósito do serviço. Servir à igreja não é o fim, mas um meio através do qual o Espírito nos edifica, aperfeiçoa e transforma. Na outra ponta de qualquer serviço no Corpo de Cristo há sempre uma pessoa e ela é mais importante que o serviço.

Individualismo – Serviço para mim

O individualismo é a atitude de viver para si mesmo. Somos indivíduos, pessoas únicas. Não se deve confundir, no entanto, essa individualidade com o entendimento de que o mundo gira ao nosso redor para nos fazer felizes.

O individualista vive sua vida independente das ouras pessoas, como se o modo de viver adotado por ele não fosse da conta de ninguém. Ele age como se fosse autossuficiente e pudesse viver sem depender de ninguém.

21 O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! "Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês!" 1 Co 20.21

O individualismo, portanto, causa dois problemas sérios à igreja ao reforçar o engano da independência:

1)  Faz-nos achar que não precisamos nos importar com os outros;
2)  Faz-nos achar que o corpo não sofre por nossa causa.

26 Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. 1Co 12.26

O egocentrismo é tão sorrateiro, tão inerente à natureza adâmica que se apresenta inclusive em nossa busca espiritual; como que camuflado.

Por que busco uma vida santa?
Para eu mesmo ser santo.

Por que desejo o poder de Deus?
Para eu ser reconhecido assim.

Por que desejo um ministério frutífero?
Para eu ter frutos a apresentar

Por que almejo que o Reino venha?
Para que eu possa experimentar esse reino.

O individualismo nos encoraja a permanecermos centrados em nós mesmo, mas quando confiamos o destino de nossas vidas às mãos de Jesus não precisamos mais viver assim.

21 De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. 22 Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, 23 a serem renovados no modo de pensar e 24 a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade. (Ef. 4.21-24)


Enquanto o egoísta cuida de si mesmo, por uma questão de segurança, aqueles que experimentam sua condição de membro do Corpo de Cristo cuidam uns dos outros por uma questão de confiança, porque se sentem seguros no Senhor.

Nenhum membro do corpo trabalha para si mesmo; todos trabalham para o corpo. O olho não vê para si mesmo, seu serviço é para que o corpo veja; o ouvido não ouve para si mesmo, é o corpo como um todo o beneficiado pela audição; as narinas não usufruem do olfato sozinhas, mas todo o resto do corpo sente seus benefícios.

Da mesma forma é na igreja: o serviço não é para benefício de quem serve. Não é para que você se sinta bem (ainda que isso vá acontecer). O serviço é para os demais membros do corpo.

Cooperação – Serviço para o corpo

Deixados de lado o serviço NO CORPO e serviço PARA SI, estamos prontos para refletir sobre o serviço AO CORPO.

Cada membro do corpo recebe do Senhor algum aspecto, uma porção característica de Cristo que ecoa em sua vida. Nossa experiência com Cristo por meio da Palavra e da oração, em meio às lutas da vida, nos faz experimentar a vida de Cristo de forma peculiar. Servir à igreja é colocar tudo o que temos recebido do Senhor à disposição para abençoar a vida dos irmãos.

18 De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. 19 Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Assim, há muitos membros, mas um só corpo. 1 Co 12.18-20

Nosso ministério específico no corpo de Cristo é resulta das lições específicas que o Senhor nos tem ensinado. Cada um de nós foi capacitado de forma bem peculiar para suprir as necessidades do corpo. Se ainda não descobrimos qual é esse ministério, devemos buscar ao Senhor par descobri-lo.

Não adianta simplesmente fazer o que os outros estão fazendo. Cada membro foi colocado no corpo para supri-lo em certas necessidades que só aquele membro pode atender.

28 Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. 1 Co 12.28

Então, qual o primeiro passo: buscar ao Senhor com a seguinte oração: Senhor Jesus, como devo servir aos meus irmãos? Ajude-me a descobrir como posso ser útil para a edificação e o fortalecimento do teu corpo, a igreja!

Servir à igreja é repartir a vida de Cristo. Por isso, o serviço ao corpo de Cristo baseia-se no conhecimento de Cristo recebido em nossa vida de comunhão com ele. Não se trata meramente de realizar uma tarefa ou transmitir uma doutrina.

A locomotiva desse trem chamado serviço é a vida e não o conhecimento ou a habilidade. Não é muito saber ou a destreza que qualifica o serviço, mas o viver submetido ao Senhor.

Isso quer dizer que não há restrições acadêmicas, culturais, econômicas, teológicas ou de qualquer outra natureza que limite ou oriente o serviço. Todos que receberam vida do Senhor têm também vida a transmitir, de alguma foram, aos demais membros do corpo.

Nee propõe que o serviço ao corpo não deve preceder a experimentação de Cristo e a imersão no seu corpo.

“ Primeiro a experiência de Cristo, depois a doutrina de Cristo; primeiro a vida de Cristo, depois os ensinamentos de Cristo. Primeiro a vida, depois a doutrina. Primeiro um problema, depois a solução. Primeiro a experiência, depois o ensinamento.”

Cooperar é trabalhar junto. É assim o serviço ao Corpo de Cristo. Cada membro entrega o que recebeu de Cristo aos demais.


Bibliografia de consulta
A realidade da Igreja - Watchman Nee

Traduções das Bíblia
NVI - Nova Versão Internacional
OL - O Livro
ARA - Almeida Revista e Atualizada
KJA - King James Atualizada

27 março 2016

Ligado à Cabeça


Ligado à Cabeça
 Comunidade Batista em Mangabeira - João Pessoa/PB - Escola Bíblica  03/04/16 


Introdução

Continuando nossas reflexões sobre a realidade do Corpo de Cristo, passamos agora a refletir sobre a necessidade de nos mantermos firmemente ligados à Cabeça.

1.   A vida procede de Jesus

A Igreja não é geradora de vida. A vida do Corpo vem de Cristo, por meio da ligação que temos com Ele. Apenas Ele tem vida em si mesmo; nós recebemos vida da parte e continuamos vivos estamos nele.

25 Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão. 26 Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. Jo 5.25-26 (NVI)

Isso quer dizer que a vida do corpo é resultado da ligação de cada um de seus membros à Cabeça. É bom estar empolgado com programações e programas, mas definitivamente isso não nos torna participante da vida da igreja, porque não somos nós, membros do corpo, que concedemos vida uns aos outros. A vida circula entre nós, mas sua fonte é um só: a cabeça. Portanto, não há vida para um membro do corpo fora de sua ligação com a Cabeça.

1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, Ef. 2.1 (ARA)

Recebemos vida, mas nenhum de nós goza de independência ou autonomia de vida. Fora do corpo estamos mortos; no corpo nossa vida é resultado da vida que vem de Jesus.

4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Jo 14.4 (NVI)

Alguém que discerniu seu lugar no Corpo de Cristo não deveria jamais se arriscaria a viver sua nova vida por conta própria, desconectado da cabeça; porque sabe que depende completamente da vida que há em Jesus.

2.   Obediente à Cabeça

Em um corpo humano sadio os membros não fazem o que querem, eles estão submetidos à vontade da cabeça. Assim, também na igreja, os membros do Corpo de Cristo obedecem à autoridade que há nele. Sem essa submissão, o corpo segue com movimento desengonçados e descontrolados.

18 Que ninguém afirme que vocês estão perdidos porque se recusam a adorar a anjos, como dizem eles que vocês devem. Dizem que tiveram uma visão e por isso sabem que vocês têm que fazer isso. Esses homens vaidosos têm uma imaginação muito esperta. 19 Mas eles não estão ligados a Cristo, a Cabeça à qual todos nós, que somos o seu corpo, estamos unidos; porque somos unidos pelos seus fortes ligamentos e só crescemos á medida que recebemos dele a nutrição e a força. Col 2.18-19 (BV)

Infelizmente não é raro que participem de nossas reuniões pessoas que rejeitam a autoridade e Jesus e se coloquem a si mesmas como autoridade sobre o Corpo, expulsando a Cristo do lugar que lhe é devido.

E também há aqueles que preferem submeter-se a essas falsas cabeças, tanto por subserviência infantil, como por não estarem dispostos a investir em um relacionamento pessoal com Cristo.

Obedecer a Cristo é reconhecer e submeter-se aos seu Senhorio e segui-lo; porque Jesus não é tão somente salvador, mas Senhor sobre tudo e todos. Seguir quer dizer que “o caminho por onde ando é o lugar para onde vou foram decididos por outra pessoa.

3.   Ajustados e consolidados

15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. 16 Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. Ef. 4.15-16 (NVI)

A ligação de cada membro à cabeça nos torna capazes de realizarmos nossa função no corpo. E, enquanto realizamos nossas funções, somos ajustados e unidos uns aos outros. É claro que por vezes esse processo produz problemas de relacionamento entre nós.

Embora sejamos tentados a resolver esses problemas prioritariamente (ou até exclusivamente) entre nós, eles encontrarão solução eficaz em nossa submissão à cabeça. Isso não significa que devemos deixar de tratar nossas diferenças, mas que uma vida comunitária satisfatória está baseada primeiramente em nosso relacionamento com Cristo. Vejamos algumas opiniões sobre esse assunto:

Nee

(...) não nos tornamos cristãos por causa de termos achado que os outros cristãos são pessoas agradáveis, nem temos êxito como crentes por termos dominado com perícia uma técnica cristã. Chegamos a ser cristãos porque conhecemos a Cristo. E a maneira em que continuamos vivendo com êxito a vida cristã é a mesma maneira na qual nascemos como cristãos.

(...) Necessitamos da comunhão com os demais porque o Cristo que habita em mim e o Cristo que habita em você são inseparáveis. O Cristo que habita em mim não é fragmentário, mas um todo - Cristo. Cristo em você é Cristo em mim - Este é o Cristo que é a base de nossa comunhão.   

(...) existe, todavia, uma coisa que todos temos em comum, que é o Cristo que habita no interior. Visto que o Cristo em nós é o Mesmo, podemos ter comunhão uns com os outros.

A comunhão entre cristãos deve ser a que se relaciona com Cristo. Não temos base para a comunhão fora da Cabeça. Nossa comunhão é normal e proveitosa se todos nos mantemos ligados à Cabeça. De outra forma, a comunhão é deficiente.

NEE, Watchman. O corpo de Cristo: uma realidade. Clássicos. São Paulo. 2004

Em II Sm 15:1-17 vemos os desdobramentos da comunhão baseada na habilidade, na simpatia e na consideração.

Tozer

Cada membro é juntado ao todo por uma relação de vida. Assim como se pode dizer que a alma é a vida do seu corpo, também a habitação do Espírito é a vida da Igreja.

(...) um corpo com vários membros obedientes, com uma cabeça a dirigi-los, assim também é exato que a verdadeira Igreja é um corpo, e os cristãos individualmente são membros, e Cristo é a Cabeça.

Como toda atividade humana se executa através da mente, assim também a obra da Igreja se faz pelo Espírito, e somente por Ele.

TOZER A. W. O caminho do poder espiritual. Mundo Cristão. São Paulo. 1985

Dietrich

Segundo: Um cristão só chega a outro através de Jesus Cristo. Entre as pessoas reina a discórdia. “Ele é a nossa paz” (Efésios 2.14), afirma Paulo a respeito de Jesus Cristo no qual a velha humanidade dilacerada tomou a unificar-se. Sem Cristo há inimizade entre as pessoas e entre elas e Deus. Cristo tomou-se o mediador e trouxe a paz com Deus e entre as pessoas. Sem Cristo não conheceríamos Deus, não poderíamos invocá-lo nem vir a ele. Sem Cristo também não conheceríamos o irmão nem poderíamos encontrá-lo. O caminho está bloqueado pelo próprio eu. Cristo desobstruiu o caminho que leva a Deus e ao irmão. Agora os cristãos podem viver em paz uns com os outros, podem amar e servir uns aos outros, podem se tomar um. Contudo, também de agora em diante só poderão fazê-lo por meio de Jesus Cristo. Apenas em Jesus Cristo nós somos um, apenas por meio dele estamos unidos. Ele permanece o único mediador até a eternidade.

Pertencemos a ele, porque estamos nele. Por isso a Escritura nos chama de corpo de Cristo. Mas se, mesmo antes de podermos saber e desejar, fomos eleitos e aceitos em Jesus Cristo com toda a comunidade, também lhe pertencemos todos juntos em eternidade. Nós que vivemos em sua comunhão aqui, estaremos um dia com ele em comunhão eterna. Quem olha para seu irmão, saiba que estará eternamente unido com ele em Jesus Cristo. Comunhão cristã é comunhão através de e em Jesus Cristo. Nessa pressuposição baseiam-se todos os ensinamentos e regras da Escritura acerca da vida em comunhão da cristandade.

(...) O irmão com o qual lido na comunhão não é aquela pessoa honesta, ansiosa por fraternidade e piedosa que está diante de mim, mas é a pessoa redimida por Cristo, justificada, chamada para a fé e para a vida eterna. Nossa comunhão não pode ser baseada naquilo que a pessoa é em si, em sua espiritualidade e piedade. Determinante para nossa fraternidade é aquilo que a pessoa é a partir de Cristo. Nossa comunhão consiste unicamente no que Cristo fez por nós dois. E isso não é assim apenas no início, como se, no decorrer do tempo, algo fosse acrescentado a essa comunhão, mas assim será para todo o futuro e em toda a eternidade. Só tenho e terei comunhão com outra pessoa através de Jesus Cristo. Quanto mais autêntica e profunda fôr nossa comunhão, tanto mais tudo o resto ficará em segundo plano, com tanto mais clareza e pureza Jesus Cristo, única e exclusivamente ele, e sua obra se tornarão vivos entre nós. Temos uns aos outros apenas através de Cristo, mas através de Cristo nós de fato temos uns aos outros, inteiramente para toda a eternidade.

BONHOEFFER, Dietrich. Vida em Comunhão. Sinodal. São Leopoldo – PR. 1997