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11 fevereiro 2018

A esperança que há em Jesus 5


Como ressuscitam os mortos?

(I) Mas alguém pode perguntar: “Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão?” Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra. Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra. Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. 1Co. 15.35-41 (NVI)

Existem questões importantes nessa primeira explicação de Paulo sobre a maneira como a ressurreição acontecerá.

A criação de Deus é multiforme e variada. Não há limites para sua criatividade. Aqui na terra e por todo universo, essa atuação criativa de Deus é maravilhosa, diversa e cheia de processos de transformações.

Dentro da realidade em que hoje existimos já há muita diversidade na criação de Deus. Mas as possibilidades se tornam inimagináveis quando entendemos que a ressurreição em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo de Deus, é um portal de entrada para uma nova realidade.

A ressurreição nos conduzirá para uma nova forma de existência. Essa nova realidade, onde a morte e o pecado já não existem, tem o potencial de ser tão diferente daquilo que vivemos hoje quanto um cajueiro é diferente de uma castanha de caju.

(II) Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. 1Co. 15.42-44 (NVI)

Perecível
Imperecível
Desonra
Glória
Fraqueza
Poder
Natural
Espiritual

Há religiões que veem o corpo e seu impulsos como um inimigo da vida com Deus. Há outras que veem o corpo como uma prisão para a verdadeira vida, que seria a vida do espírito. Mas o evangelho de Jesus reconhece o corpo como parte da boa criação de Deus, um elemento indivisível e inseparável da complexa natureza humana.

Aqui temos espaço para uma teologia do corpo, bem como para uma mordomia do corpo.

A nova realidade inaugurada pela ressurreição não é para almas desencarnadas. Para os seguidores de Jesus o corpo não é algo sem importância ou descartável, mas uma dádiva de Deus tanto para esta vida como para a eternidade.

O ser humano foi criado por Deus nessa condição: um ser complexo com corpo (físico), mente (consciência) e espírito (fagulha divina). Não devemos tentar separar essas dimensões ou privilegiar uma em detrimento das outras.

Tudo neste texto indica que a eternidade com Deus não será desencarnada. Nem tampouco encarnada em outro corpo. Mas que deste corpo natural “semeado” pela morte surgirá um corpo espiritual capaz de viver eternamente.

Portanto, a eternidade com Jesus é esperança para todos que sofrem com seus corpos adoecidos, fracos, corrompido e mortais. Além disso, quando o Senhor por graça e misericórdia cura alguns de nós de nossas enfermidades, é como se ele nos permitisse degustar a maravilhosa realidade da qual um dia participaremos.  

(III) Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está escrito: “O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente”; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, dos céus. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são dos céus, ao homem celestial. Assim como tivemos a imagem do homem terreno, teremos também a imagem do homem celestial.

Adão
Cristo
Primeiro Homem
Último Adão
Ser vivente
Espírito vivificante
Do pó da terra
Dos céus
Imagem do terreno
Imagem do celestial

Qual a natureza desse corpo espiritual? Aqui há uma pista importante para respondermos a essa pergunta. Paulo retomou o paralelo entre Adão e Cristo para nos dizer que o corpo transformado com o qual passaremos à eternidade é semelhante ao corpo ressuscitado de Jesus Cristo. Ele também disse isso aos filipenses.

Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padrão que lhes apresentamos. Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o seu deus é o estômago e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas. A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso. Fl 3.17-21 (NVI)

O que os evangelhos nos contam a respeito do corpo ressurreto de Jesus?

Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor. Jo 20.19,20
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Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”. Jo 20.26,27
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Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. Mas eles insistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entrou para ficar com eles. Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?” Lc 24.28-32
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Ao amanhecer, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram. Ele lhes perguntou: “Filhos, vocês têm algo para comer?” Eles responderam que não.

Ele disse: “Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão”. Eles a lançaram, e não conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes.

O discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo-o dizer isso, vestiu a capa, pois a havia tirado, e lançou-se ao mar. Os outros discípulos vieram no barco, arrastando a rede cheia de peixes, pois estavam apenas a cerca de noventa metros da praia. Quando desembarcaram, viram ali uma fogueira, peixe sobre brasas, e um pouco de pão.

Disse-lhes Jesus: “Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar”.

Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a praia. Ela estava cheia: tinha cento e cinqüenta e três grandes peixes. Embora houvesse tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus lhes disse: “Venham comer”.

Nenhum dos discípulos tinha coragem de lhe perguntar: “Quem és tu?” Sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos. Jo 21.4-14

Visível... palpável... com cicatrizes... alimentou-se... não era reconhecido imediatamente... memórias preservadas... não limitado pela matéria.

Há quem acredite que a vida eterna será uma espécie de existência não corpórea e não sensorial. No entanto o corpo ressuscitado de Jesus parece preservar todos os sentidos que conhecemos e, além disso, apresenta habilidades especiais que não conhecemos.

Isso parece confirmar que nossa humanidade não precisa ser negada, mas sim restaurada. Somos humanos e estamos limitados a essa condição. E é nessa condição que teremos acesso a eternidade.

Não precisaremos nos tornar anjos ou seres celestiais para estar com Jesus onde ele estiver; na verdade, mediante a ressurreição, pelo poder do Espírito Santo, veremos nossa humanidade transformada, libertada do pecado e da morte para sermos aquilo que de fato Deus planejou desde o início. Por isso...

Nossas emoções não devem ser negadas. Precisamos, sim aprender a lidar com elas de forma apropriada.

Nossos impulsos não devem ser negados, mas precisamos compreendê-los e aprender a expressá-los de forma sã e construtiva para nós e para os outros.

Nossas fraquezas não devem ser negadas. Mas reconhecidas mediante oração e pela busca da força que há no Senhor.

Nossos pecados não devem ser negados, mas sim objeto de confissão e arrependimento. Assim seremos perdoados e restaurados.

A esperança que temos em Cristo Jesus, portanto, não é a de que viveremos neste mundo uma vida impecável, mas a de que viveremos sob a graça de Deus, que nos acolheu mesmos pecadores. Não há encorajamento ao pecado quando afirmamos isso, porque não cabe nenhuma louvação à morte e à destruição. O que há é a compreensão da fala de Jesus quando ele afirmou.

 “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”.

     
CONCLUSÃO

Quero, então, concluir resgatando três elementos dessa esperança de que temos de nossa ressurreição, pelo mesmo poder que ressuscitou a Jesus.

(1) A ressurreição nos conduzirá para uma realidade onde a morte e o pecado já não existirão. Não será uma aventura extracorpórea do espírito, nem uma projeção mental, nem uma expansão da alma. Porque sob nenhuma hipótese o corpo será esquecido.

(2) Não precisaremos nos tornar anjos ou seres celestiais para estar com Jesus onde ele estiver; na verdade, mediante a ressurreição, pelo poder do Espírito Santo, veremos nossa humanidade transformada, libertada do pecado e da morte para sermos finalmente aquilo que Deus planejou desde o início.

(3) A esperança que temos em Cristo Jesus, portanto, não é a de que viveremos neste mundo uma vida impecável, mas a de que viveremos aqui sob a graça de Deus, que nos acolheu mesmos pecadores, até que seja completada em nós a obra que ele começou.