09 dezembro 2007

Quem é o Jesus da Bíblia 3/4

Introdução

Tu és o Cristo! Sobre essa afirmação do apóstolo Pedro a igreja do Senhor Jesus foi e tem sido edificada.

O Cristo era uma figura esperada pelo povo Judeu. O Cristo era o enviado especial de Deus, aquele que seria capaz de restaurar o modo de vida que Deus deseja para sua criação: Desde o princípio, o Senhor nos queria próximos dele; criou-nos a sua imagem e semelhança, colocou-nos em um jardim e todos os dias ele conversava conosco como quem conversa com um grande amigo. Foi assim com Adão e Eva.

Deus era governava o dia-a-dia da vida na terra – Ele era o Rei; Ele fala diretamente com Adão e Eva, não havia profetas ou pregadores – Ele era o seu próprio profeta; Deus ouvia Adão e e Eva sem intermediários, não havia sacerdotes, padres ou pastores – Ele era o seu próprio sacerdote.

Isso era possível por causa da relação de perfeita de amor e confiança que havia entre Deus e sua criação.

Nós conhecemos a história: o primeiro casal decidiu fazer seus próprios planos, ter seu próprio projeto de vida. Por via das dúvidas, apenas para garantir, eles aceitaram a sugestão plantada em suas mentes de que Deus não era totalmente confiável. Por livre vontade, afastaram-se de Deus que era o perfeito Rei, Profeta e Sacerdote e colheram os frutos desse afastamento.

Em seu amor, Deus fez uma promessa. A promessa foi concedida no meio da repreensão dada àquele que plantou a semente da dúvida:

(14) Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. (15) Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gen 3:14-15)

Deus prometeu que a obra de destruição iniciada pelo engano e pela mentira da serpente seria desfeita. Um dia a perfeita comunhão entre Ele e sua criação seria restaurada. A promessa era de que Ele enviaria alguém – o Messias, o Cristo. O enviado de Deus, mas nasceria de uma mulher, possuindo assim uma dupla natureza: humana e divina.

O Cristo de Deus seria capaz de experimentar e viver uma plena confiança no Pai. A confiança, a comunhão e a proximidade entre Deus e seu enviado seria tal que Deus voltaria a ser o Rei, o Profeta e o Sacerdote, como havia sido no começo.

Por causa disso, O Cristo seria capaz de cumprir com perfeição as funções de Rei, Profeta e Sacerdote para o restante da humanidade.

Era isso que Pedro estava dizendo: Tu és o Cristo de Deus! Tu és o único capaz de devolver nossa confiança. O teu exemplo de vida, teu procedimento, a maneira como tu falas com o Pai, o teu poder sobre a criação, a tua sabedoria e o teu amor pelas pessoas nos mostram que tu estiveste com Deus e foste enviado por Ele.

Tu és o Cristo!

O Filho do Deus Vivo

A frase dita por Pedro tem duas partes. Na primeira ele afirmou “Tu és o Cristo”; na segunda ele disse: “O Filho do Deus Vivo”. Há pelo menos duas maneiras de considerar essa expressão:

(1) Não resta dúvida de que esse era um título messiânico equivalente a Messias e Cristo. No Antigo Testamento reis e sacerdotes foram chamados desta forma. Ao aceitar o título Jesus aceitava em sua própria vida o cumprimento das promessas Deus sobre a salvação para a nação de Israel para toda a humanidade.

(2) A segunda maneira é que o título reflete a aceitação por parte de Jesus de sua ligação filial com o Pai. Ele era o filho de Deus, não um filho de Deus. Ele falou de Deus não apenas como quem fala de uma divindade, mas como quem fala de um Pai, conhecido, próximo e em quem ele podia confiar.

Em nossa próxima mensagem vamos aprofundar esse assunto.

Muitos foram os testemunhos a respeito de Jesus como o Filho de Deus. Esses testemunhos estavam sempre mesclado dessas duas percepções: o cristo de Deus, o messias enviado e o filho de Deus, a imagem perfeita de Deus, unigênito com Ele, existente desde a eternidade.

Forças Espirituais do Mal

A nossa sociedade tecnológica teima em se agarrar ao ceticismo e à descrença no sobrenatural, por isso está morrendo de tristeza, depressão e angústia. Quando o sobrenatural é rejeitado somos abandonados à nós mesmos, à nossa pequenez, às nossas limitações e à nossa falta de propósito.

Deus está além das dimensões naturais à nossa humanidade. Mas há inteligências e poderes, também criados por Deus, que habitam fora dessa nossa dimensão natural. Alguns deles são chamados de demônios.

(38) Ora, levantando-se Jesus, saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão; e estando a sogra de Simão enferma com muita febre, rogaram-lhe por ela. (39) E ele, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. Imediatamente ela se levantou e os servia. (40) Ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e ele punha as mãos sobre cada um deles e os curava. (41) Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus. Ele, porém, os repreendia, e não os deixava falar; pois sabiam que ele era o Cristo. (Luk 4:38-41)

Admitir a posição do Senhor Jesus, não é a mesma coisa de crer nele e aceitá-lo de bom grado como seu Senhor e Salvador. É claro que os demônios sabiam quem era Jesus! Eles afirmaram que ali estava o Cristo, o Filho de Deus. Mas não basta saber!

É preciso render-se a Ele. Não basta saber. É preciso largar-se nos braços dele. Você precisa reconhecer que os caminhos por onde você tem andado não o levaram a um lugar de paz e descanso. É preciso dar meia volta e seguir a Jesus e andar com Ele. É preciso confiar que Ele é Cristo de Deus, o único capaz de conduzir ao Pai.

João Batista

(32) E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. (33) Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. (34) Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. (Joh 1:32-34)

Nem sempre é possível obter algum reconhecimento em meio à própria família. Jesus mesmo disse que... Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa. (Mar 6:4) João Batista, o primo de Jesus, no entanto, foi um daqueles que o reconheceu como o Filho de Deus.

João era um profeta de destaque. O número dos discípulos de João aumentava todos os dias. As pregações de João eram concorridas e até os líderes religiosos de seu tempo foram até ele para pedirem conselhos. Chegou a ponto em que as mensagens de João Batista começaram a incomodar até o governador. João era um profeta em ascensão. As pessoas chegaram a achar que João e que era o Cristo.

(27) Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu. (28) Vós mesmos me sois testemunhas de que eu disse: Não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. (29) Aquele que tem a noiva é o noivo; mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, regozija-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, este meu gozo está completo. (30) É necessário que ele cresça e que eu diminua. (Joh 3:27-30)

O reconhecimento de que Jesus é o Filho de Deus não pode conviver com nossa arrogância. Ele é o criador de todas as coisas, Ele domina sobre os poderes e principados tanto terrenos quanto celestes. O nome de Jesus está acima de todo nome, seu caráter perfeito e seu amor sem medida precisam tomar conta de nós. É necessário que Ele cresça e que eu diminua.

Essa é uma lógica que não está na cartilha dos gurus dos nossos dias nem faz parte da crença de muitas igrejas, mas é assim que a Bíblia revela Jesus. Ele é o Cristo, o Filho de Deus. Ele não precisa nem depende de nós; nós precisamos e dependemos dele. Ele tem precedência sobre todas as coisas, inclusive sobre mim mesmo. É necessário que Ele cresça e que eu diminua.

Hoje à noite faça como fez João Batista: e afirme com convicção “Que Ele cresça e que eu diminua”. O Filho de Deus vai cuidar de você.

Seus Discípulos

Natanael

Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel. (Joh 1:49)

Natanael era um homem com uma fé simples. Ele era um dos discípulos de João. Ele já havia ouvido João dizer que Jesus era o Filho de Deus. Na primeira vez que ele encontrou com o Senhor, essa afirmação maravilhosa saiu de sua boca, apenas porque Jesus disse que tinha visto ele debaixo da figueira. Tu és o filho de Deus, tu és o rei de Israel.

Jesus viu que a fé de Natanael era com um uma semente que germinou em terra rasa. Só por isso, Natanael? Só porque eu o vi debaixo da figueira? Você ainda verá provas bem maiores do que essas.

Pode ser que sua fé seja como a de Natanael. Uma fé simples, mas sem profundidade. Você não precisou de muita coisa para crer que Jesus é o filho de Deus, mas não passou disso. Hoje, você vive uma vida insossa, sua fé não tem raízes profundas e você se pergunta o que foi mesmo que aconteceu com a alegria que você teve no começo.

Quando vamos à praia, temos todo o cuidado com as crianças pequenas. Seguramos pela mão os pequeninos e não deixamos de forma alguma que eles tentem entrar no mar por conta própria. Ficamos com eles na parte mais rasa. Não é a melhor parte. Tem muita areia, as ondas quebram o tempo todo e é onde ficam as algas. Mas é mais seguro. Adultos normalmente não se sentam na parte rasa e cheia de areia. Eles se levantam e se dirigem para as partes mais fundas, onde a água é mais limpa e cristalina.

Hoje você pode tomar a decisão de deixar de ser criança na fé. Coloque-se à disposição do Senhor e peça a Ele que faça isso.

Marta

Respondeu-lhe Marta: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. (Joh 11:27)

Marta estava vivendo uma tragédia. Seu irmão havia morrido e por mais que ela e a irmã houvessem mandado chamar a Jesus, o Senhor não chegara a tempo. Seu coração estava tomado de dor e dúvida. Porque o mestre não chegara? Não era Jesus um grande amigo da família? Porque Jesus não evitou a morte do seu irmão? Todos sabiam que eles eram amigos de Jesus, o que as pessoas iriam dizer vendo aquela tragédia acontecer com eles?

Quando ela ouve que Jesus estava chegando, corre para Ele e dispara uma verdadeira metralhadora de perguntas. A certa altura da conversa, o Senhor faz um desafio à Marta.

(25) Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; (26) e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? (Joh 11:25)

As circunstâncias da vida não mudam a realidade de quem é o Jesus da Bíblia. Ele é o filho de Deus esteja você rico ou pobre, alegre ou triste, sorrindo ou chorando, no prazer ou na dor. Ele é o Cristo, o filho de Deus. Não se esqueça disso!

Sofra a sua tristeza, chore a sua dor, mas não se esqueça: quem crê nele, ainda que morra viverá. Ele sabe de tudo o que está se passando com você e quer lhe dar uma paz diferente. Não a paz da ausência de problemas e da prosperidade, mas a paz que toma conta da vida mesmo em meio aos problemas e às dores mais profundas da alma. Uma paz que começa a agora e que completada por toda a eternidade ao lado do Senhor.

Todo aquele que crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?

A Obra do Filho de Deus

Eu quero concluir, falando sobre a obra do filho de Deus e o que faremos a respeito dela. Deus enviou o seu Cristo, o Messias, o seu filho e temos visto aqui que o filho de Deus não veio a este mundo sem propósito, sem objetivo.

A sua vinda foi prometida no Gênesis, anunciada pelos profetas e aguardada com ansiedade pelo santos de todas as épocas. A promessa de Deus foi clara, mas só foi claramente compreendida após a vida, morte e ressurreição de Cristo.

(5) E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado. (6) Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece. (7) Filhinhos, ninguém vos engane; quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo; (8) quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (9) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus. (1 Jn 1:5-9)

O filho de Deus tem poder para destruir as obras do Diabo. Foi para isso que ele veio a esse mundo. Ele fez isso através de sua vida sem pecado, de sua morte injusta e de sua ressurreição gloriosa. A vitória do Filho de Deus sobre o pecado pode ser a sua vitória sobre o pecado. Você precisa apenas desejar crer nele e pedir a Deus que o faça confiar no seu Filho.

Sua Decisão

O Jesus da Bíblia é o Filho de Deus. Qual é a sua decisão sobre ele? Não há como alguém ficar neutro! E mesmo que isso fosse possível não seria uma boa coisa, afinal o seu futuro, aqui e na eternidade depende dessa decisão.

(1) Por isso convém atentarmos mais diligentemente para as coisas que ouvimos, para que em tempo algum nos desviemos delas. (2) Pois se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu justa retribuição, (3) como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi- nos depois confirmada pelos que a ouviram: (Heb 2:1-3)

Não seja descuidado com a salvação que há no Filho de Deus. Aceite, hoje, a Jesus, o Cristo de Deus, como seu único e suficiente salvador. Ele deseja lhe dar vida.

Não Pise o Filho de Deus

As igrejas estão cheias de crentes velhos, envelhecidos pelo pecado. Freqüentadores de igreja, desanimados e descompromissados. Precisamos enfrentar o nosso pecado. Somos ativistas por natureza, amamos nossas próprias realizações e nos deleitamos em nossos próprios castelos. Temos pisado o filho de Deus com o nosso evangelho de resultados e nosso apego a um mundo consumista e hedonista, assim anulamos a morte de Cristo na Cruz.

(26) Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, (27) mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. (28) Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; (29) de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça? (30) Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. (31) Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. (Heb 10:26-31)

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