24 setembro 2007

Família: Idéia de Deus - 3/6

Depois de refletirmos sobre a família ampliada suas raízes e conseqüências, para concluir o cenário sobre as várias faces da família, vamos falar hoje sobre outras maneiras através das quais a família se expressa em nossos dias.

Famílias nucleares

Embora esteja em decréscimo vertiginoso, as famílias nucleares ainda se constituem a maioria do cenário familiar brasileiro. Pai, mãe e filhos. Onde o pai é o principal mantenedor da casa, a mãe a principal responsável pelo equilíbrio doméstico e os filhos são prole exclusiva do casal.
Essa família nuclear, hoje, tem diversas variações. Algumas delas merecem uma reflexão mais detida.
a) Quem é que sustenta a casa? – Essa é uma questão que tem raízes profundas. Os tradicionais papéis do homem e da mulher dentro da família foram demolidos nas últimas décadas. As mulheres, oprimidas e desconsideradas dentro de suas próprias casas, procuraram refúgio, segurança e valorização fora delas.
Homens, que antes impunham sua vontade pela força do dinheiro, não têm como repetir o que faziam seus pais e avós porque agora ela ganha mais do que ele.
Muitos desses homens não sabem como reagir diante dessa realidade porque aprenderam com seus pais e avós que os homens devem mandar. Para esses homens o casamento é uma guerra de poder pra ver quem manda mais; quanto mais dinheiro se ganha, mas munição para ganhar a guerra.
Os homens são chamados a assumir a responsabilidade de manter seus lares, isso é uma verdade bíblica, mas não há qualquer proibição para que as mulheres, ou mesmo os filhos, também participem. Pelo contrário, veja os conselhos do sábio Salomão sobre o perfil de uma esposa virtuosa.
(10-12) Quem arranjar uma mulher virtuosa, é como se tivesse encontrado um tesouro de alto valor. O seu marido tem confiança nela, e os recursos materiais nunca lhe faltarão. Nunca se tornará um empecilho para o seu esposo; pelo contrário, sempre o ajudará a vida toda. (13) Compra tecidos, compra lã, e vai costurando e trabalhando, com gosto, com as suas mãos. (14) Trata de se fornecer previdentemente com os alimentos necessários à sua casa. (15) Levanta-se cedo, escuro ainda, para preparar as refeições para a família e distribuir o trabalho pelos empregados. (16) Se é preciso comprar um terreno, vai pessoalmente examiná-lo com cuidado. Ela própria cultiva as suas hortas e pomares. (17) Concentra as energias, e procura ganhar forças para o trabalho que lhe compete. (18) É cuidadosa em tudo o que compra. E durante a noite há sempre uma luz acesa na casa. (19-20) Pega de boa vontade nas suas costuras, nas suas malhas, e trabalha confeccionando roupa para os necessitados, a quem as oferece com generosidade. (21-22) Também não tem receio do Inverno, para a família, porque tem roupa quente suficiente para todos. Prepara cobertores, lençóis, toalhas, cortinas com tecidos escolhidos. A roupa com que se veste é fina e de boa qualidade. (23) O seu marido é conhecido pela sua dignidade e pela sua participação honesta na vida cívica da localidade. (24) Ela própria também faz roupa que vende aos negociantes. (25-26) É uma mulher com energia e dignidade e não tem medo da velhice. Quando fala é com graça e sabedoria. É agradável em tudo quanto diz. (27) Zela pelo governo da casa; para ela não há preguiça. (28-29) Os seus filhos bendizem-na; e o marido louva-a dizendo: Há muita mulher virtuosa neste mundo, mas tu és superior a todas! (30-31) Os encantos femininos podem enganar; a beleza não dura sempre. Mas uma mulher que ama e teme Deus, essa merece todos os elogios. Será louvada por tudo o que faz, e os seus atos virtuosos serão reconhecidos publicamente. (Prov 31:10-31)
Há pelo menos dois desafios que ganham outra dimensão quando em uma família a mulher é a principal responsável pelo sustento de casa:
O primeiro desafio é o da liderança: Homens, precisamos aprender a liderar como Jesus ensinou. Isso não depende de quanto você ganha, mas de sua disposição em servir. A liderança do lar é conquistada pelo serviço. Não importa quanto você ganha, é preciso deixar de um chefe que só deseja ser servido para se tornar um líder que se alegrar em servir sua esposa e seus filhos.
O Segundo desafio é o da submissão: Mulheres, Deus não chamou você para entrarem no mesmo jogo de poder dos homens, um jogo com motivações escusas, egoísmo e muita insegurança. Deus a chamou para cooperar com seu esposo e ser por ele liderada. Não importa quanto você ganha, submeter-se à liderança cuidadosa e amorosa do seu esposo é o chamado de Deus para você.
b) Os meus, os seus e os nossos – Cresceu tanto o número de divórcios e novos casamentos que passou a ser comum que em uma família se tenha filhos do casal juntamente com outros filhos dos primeiros casamentos de um, ou até dos dois cônjuges.
Aqui não adianta querer dizer que não é, porque essa situação é sempre conflituosa. Há disputas de amor, de atenção e de recursos. É muito fácil que a mágoa e o ressentimento encontrem espaço para crescer e dar frutos de amargura no coração dos filhos e dos pais.
Essa configuração não é o ideal de Deus. Talvez até pudéssemos repetir a explicação de Jesus quando respondeu aos fariseus sobre o divórcio: mas não foi assim desde o começo (Mat 19:8).
Ainda que situações como essas sejam conseqüências dos nossos próprios pecados (conseqüências com as quais temos que lidar), Deus não nos deixa abandonados.
No Éden, quando Adão e Eva desconfiaram da bondade de Deus e por isso desobedeceram às suas orientações o Senhor não virou as costas para eles. Deus providenciou roupas (túnicas de peles - Gen 3:21) para aquecê-los e vesti-los. O Senhor é assim: justo e amoroso ao mesmo tempo. Deus deixou princípios que podem nos ajudar a lidar com os prejuízos do pecado.
Primeiro é preciso compreender nossa situação diante de Deus. O ditado popular diz que todo mundo é filho de Deus, mas isso não é verdade. Nem todos são filhos de Deus. Na verdade, Deus tem um único filho e o seu nome é Jesus.
(16) Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crê não se perca espiritualmente, mas tenha a vida eterna. (17) Deus não mandou o seu Filho para condenar o mundo, mas para o salvar. (18) Para os que confiam nele como Salvador não há condenação eterna. Mas os que não confiam nele já estão julgados e condenados por não crerem no Filho único de Deus. (João 3:16-18 – O Livro)
(10) Esteve neste mundo, que foi criado por ele, mas não o conheceram. (11) Veio para o seu povo e os seus não o receberam. (12) Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus. Bastava confiarem nele como Salvador. (13) Esses nascem de novo; não no corpo nem de geração humana, mas pela vontade de Deus.( João 1:10-13 – O Livro)
Portanto, todos nós, que um dia fomos libertados da condenação através da nossa fé no filho único de Deus, fomos adotados por Ele em sua família. Não tínhamos o direito de nos dizer filhos de Deus, mas recebemos esse direito por causa de nossa confiança nele como nosso salvador.
Deus é nosso pai por adoção. Ele escolheu nos amar. Ele nos deu as credenciais de filhos e nos amou como se filho fôssemos. É esse o tipo de amor que você precisa ter pelo filho do seu cônjuge. Você precisa escolher adotá-lo em sua família. Precisa desejar amá-lo e fazê-lo seu filho. Você deve dar ao filho do seu cônjuge o direito de sentir-se parte da família por causa do amor que você tem por ele.
...não devemos ser como escravos medrosos e servis, mas devemos nos comportar como verdadeiros filhos de Deus, recebidos no seio da sua família e chamando-lhe realmente querido Pai. (Rom 8:15)
É um grande desafio que precisa ser enfrentado com coragem e confiança. Sempre lembrando do amor do Pai por você.

Famílias com um só cônjuge

Essa é uma configuração cada dia mais comum em nossa sociedade. Além da perda do cônjuge por morte, as famílias com um só cônjuge têm-se formado a partir da paternidade e da maternidade irresponsáveis, do divórcio e separação sem novo casamento e até mesmo da decisão por uma “produção independente”.
A perda precoce do esposo ou da esposa é uma das situações mais traumáticas na vida de uma pessoa. Tocar a família sozinho (a) não será nada fácil. Em vários aspectos, essa situação é parecida com o divórcio ou a separação sem novo casamento: de repente um dos cônjuges se vê com todas as responsabilidades sobre suas costas.
As estatísticas dizem que a maioria dos homens nessa situação acaba encontrando uma nova companheira, enquanto que a maior parte das mulheres decide caminhar só. Minha palavra é para aqueles (homens e mulheres) que tem sob seus ombros toda a responsabilidade do lar.
Compreenda que o Senhor não a abandonará. Aproprie-se das promessas de Deus. Ele será a sua esposa, Ele será o seu marido. Ele é suficiente. Por isso não se angustie em seu coração nem tome decisões precipitadas. O Senhor a conhece e está cuidando de você. Ouça o que Ele diz:
(4) Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. (5) Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor, que é chamado o Deus de toda a terra. (Isa 54:4-5)
Famílias com um só cônjuge precisam estar abertas para serem ajudadas. Não dá pra fazer tudo só. Se pai e mãe ao mesmo tempo e o tempo todo, não dá. Você precisa aceitar ajuda. O fato de você estar só não significar que você deva permanecer solitária (o).
A igreja tem um papel importante nessas situações. Jesus disse que ele proveria pais, mães, irmãs e irmãos para aqueles que tomam a decisão de segui-lo. Esse suprimento de Deus vem através da Sua igreja.
(29) Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, (30) que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna. (Mar 10.29-30)
Meninos que não têm seu pai próximo precisam de um referencial de pai. São coisas simples, mas importantes. Exemplos de masculinidade como o cuidado e a atenção dispensada a uma mulher, a disposição em proteger e cuidar, a coragem para enfrentar desafios e o compromisso com Deus podem serão copiados de homem mais velhos que estejam perto deles. Você pode ser a pessoa que Deus quer usar.
Meninas que não têm a mãe próxima precisam de referenciais de feminilidade. Vestir-se com esmero, ter cuidado consigo mesma, deixar-se ser cuidada, desenvolver a confiança no amor das outras pessoas. Você, minha irmão pode ser a pessoa que Deus quer usar.
Família significa compromisso mútuo. A família de Deus também significa ter compromisso uns com os outros. Senão tudo não passa de uma farsa.

Famílias sem filhos

Há quarenta anos atrás, isto é na década de 60 do século passado, as famílias tinham em média 6 filhos, na década de 80 os filhos eram em média 4. As últimas estatísticas do IBGE, divulgadas esta semana, afirmam que a família média do brasileiro tem dois filhos.
É claro que Deus não nos chamou para gerarmos filhos irresponsavelmente. Mas a busca pela realização pessoal, pelo sucesso profissional e pelo aperfeiçoamento acadêmico tem adiado, senão eliminado, a idéia de filhos para muitos casais jovens. Eles não estão dispostos a abrir mão de suas conquistas de bem-estar e prazer.
Formou-se assim um contingente de famílias sem filhos. Jovens adultos que não passaram pela experiência do amor que se doar por outra pessoa à custa de algo que lhe é importante.
(3) Os filhos são um presente do Senhor; uma grande recompensa dada por Ele. (4) Os filhos que o homem tem durante a sua mocidade são com flechas de um soldado valente, afiadas e prontas para a defesa. (5) Feliz o homem que tem muitos filhos. Ele terá ajuda quando tiver algum problema com seus inimigos e precisar ir ao tribunal. (Sal 127. 3-5 Bíblia Viva)
Planejar a família é importante nos tempos em que vivemos, mas é preciso ter coragem para enfrentar as motivações na nossa alma quando dizemos não aos presentes que o Senhor quer nos dá.

Propostas Homossexuais

Nas últimas décadas têm-se tornado muito presente nos meios de comunicação a idéia de que parceiros homossexuais também têm direito a constituir família através da legalização de uniões estáveis e também com a possibilidade de adotarem crianças para educá-las. A questão é controversa. No entanto, a cada dia, mais vozes se levantam em defesa desse pretenso direito. Esse é um tema que ainda vamos abordar nessa série de mensagens
Conclusão
A família do século XXI tem muitas faces. Deus tem preferências quanto ao modelo de família. Ele mesmo deixou claro essa preferência através da criação. A preferência de Deus não é uma questão de gosto, mas de sabedoria. Foi Ele quem projetou a família e a fez no formato capaz de cumprir bem todas as suas funções: Pai, mãe e filhos exercitando amor uns pelos outros; aprendendo e ensinando uns aos outros sobre o caráter de Deus.
Mas Deus não deixa de nos amar por causa dos nossos erros e equívocos. Deus rejeita o pecado, mas sempre acolhe o pecador arrependido. É assim que o Senhor trata as diversas faces da família no século XXI: com amor. Ele faz isso como um exemplo do que será a grande família de Deus.
Enquanto toda igreja entra agora em oração diante do Senhor, gostaria de dar a oportunidade a você que ainda não faz parte da família. Você que ainda não aceitou a Jesus com o seu Salvador, mas hoje entendeu que o amor de Deus por você é capa de torná-lo filho de Dele.
A oportunidade é para que você declare hoje a confiança plena em Jesus como o seu Senhor e Salvador. O Senhor não pede nada além da declaração dos seus lábios e da fé em seu coração.
(9) Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; (10) pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Rom 10.9-10

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