09 maio 2025

Caifás: o medo de perder o controle

 




Caifás

A história da crucificação de Jesus não pode ser compreendida sem um olhar atento para os bastidores do poder religioso e político de sua época. A cruz foi instrumento da violência romana — mas também o desfecho de uma negociação sombria entre religião e conveniência. Se Pedro representa o discípulo que tropeça e volta, e Maria de Betânia, a adoradora que se entrega, Caifás representa o sistema com medo perder o controle — e disposto a sacrificar a verdade para manter seus privilégios.

Um dos personagens mais desconfortáveis dos relatos da Paixão de Cristo, ele não foi um traidor impulsivo como Judas, nem um discípulo arrependido como Pedro. Estamos falando de um sacerdote. Um líder religioso. Um homem que conhecia as Escrituras e ocupava o lugar mais sagrado do sistema judaico. Ainda assim, foi ele quem arquitetou a condenação do Messias. Mas o mais perturbador sobre nosso personagem é que ele não está tão longe de nós quanto gostaríamos de imaginar.

O Sumo Sacerdote não negou Jesus por ignorância, mas calculadamente. Ele não se afastou do Filho de Deus por medo, mas por conveniência. Sua história representa o tipo mais perigoso de negação: 
aquela que é fria, estratégica, revestida de religiosidade e desconectada da graça. E esse tipo de fé ainda resiste à cruz nos ambientes religiosos em nossos dias.

Ainda que para alguns ela pareça um nome entre outros nos Evangelhos, Caifás é o símbolo destacado de uma espiritualidade capturada, institucionalizada, interessada mais na manutenção da ordem do que na revelação da verdade. Ele encarna aquilo que acontece quando o culto é tomado pela política, o templo se rende aos cálculos e o sadio zelo religioso é vencido pelo medo da perder poder.

Sua trajetória expõe uma das tensões mais dramáticas da fé cristã: o que acontece quando a religião, em vez de conduzir a Cristo, se transforma num escudo contra a cruz? O sumo sacerdote que articulou a morte de Jesus não era um estranho ao culto, ao templo ou à Lei — ele era o guardião do sagrado institucionalizado. Mas foi esse zelo deformado que o tornou incapaz de reconhecer o Messias que ali estava. A cruz era inaceitável não porque fosse incompreensível, mas porque ameaçava o sistema que o sustentava.




27 abril 2025

 


Pedro

Pedro era intenso. Ele era daqueles que falam o que sentem, que prometem sem pensar duas vezes, que lideram com o coração. Sua história é marcada por uma série de contrastes que soam bem familiares: promessas feitas com fervor… seguidas por ações que fraquejam; intenções verdadeiras… travadas por impulsos humanos; amor sincero… ofuscado pelo medo e pela vergonha.

E caiu feio, mas não porque era fraco. A questão é que ele se achava forte demais. E sim, ele traiu Jesus, negando que o conhecesse, mas não era porque o amor dele por Jesus fosse uma farsa — ele confiava demais em si mesmo, na própria lealdade, no próprio desempenho. E isso nos ensina algo poderoso: quando nossa autoconfiança não passa pela cruz, ela vira armadilha e nos faz vestir máscaras, assumir poses que não conseguimos sustentar, e construir uma fé apoiada em areia movediça.

A gente vive pressionado a parecer forte, eficiente, resolvido, brilhante. Mas Jesus não está pedindo nada disso. A cruz aponta outro caminho — o da vulnerabilidade que se rende, da fraqueza que se entrega, da coragem de dizer: 
“Senhor, eu preciso da Tua graça. Sem Ti, eu caio.”

Quando a coragem é insuficiente

Pedro sempre se destacou entre os discípulos como aquele que tomava a dianteira. Era ousado, decidido, corajoso. Ao ouvir que Jesus iria para um lugar onde eles não poderiam segui-lo imediatamente, Pedro prontamente respondeu: “Darei a minha vida por ti!” (João 13:37). Suas palavras revelavam um coração comprometido, mas também uma confiança excessiva em sua própria disposição e força moral.

Richard Bauckham, ao analisar essa cena no capítulo 3 de Ao Pé da Cruz, destaca que Pedro, como muitos discípulos de Jesus, ainda não percebera que os passos do Mestre em direção ao seu Reino não se dariam por bravura ou pela força da lealdade emocional, mas pela entrega à cruz — algo que desconcertava até os mais próximos. Pedro, ainda preso a concepções heroicas de fidelidade, não estava preparado para enfrentar o escândalo da cruz.

Aliás, o evangelho de João mostra que, mesmo antes da negação, Pedro já revelava sua incompreensão sobre o que significava realmente seguir Jesus. No Getsêmani, quando os soldados vieram prender o Mestre (João 18:10), ele saca uma espada e fere Malco, o servo do sumo sacerdote, numa tentativa desesperada de defender Jesus, no braço mesmo. Pedro queria proteger o Salvador com sua espada, quando o  caminho do próprio Jesus era o da rendição ao plano de Deus. A fidelidade que ele imaginava oferecer a Cristo não estava enraizada na cruz, mas no heroísmo impulsivo.

Em nossos dias, essa mesma atitude se repete em outras situações. Valorizamos o desempenho, a autoconfiança e a capacidade de vencer pelos próprios méritos. É um modelo de sucesso que exige força e resiliência. E, muitas vezes, esse padrão é importado para a vida cristã. Acabamos construindo uma fé medida pelo desempenho, onde depender de Deus não é algo popular e a coragem é confundida com espiritualidade. A questão é que, como aconteceu com Pedro, esse tipo de coragem não tem fundamentos sólidos e logo desmorona quando a pressão aumenta.






 

Maria de Betânia

Entre tantos rostos que se aproximaram de Jesus nos dias que antecederam a cruz, há um que se destaca não pelos discursos, nem pelos feitos extraordinários — mas por sua adoração silenciosa e profunda. Maria de Betânia não pregou em praças, não fez milagres, nem enfrentou os religiosos do seu tempo. Mas ela esteve onde poucos tiveram coragem de estar: aos pés do Salvador.

Este volume da série 
À Sombra da Cruz é um convite para caminhar com Maria em três momentos marcantes de sua história — quando ela ouve, quando ela chora e quando ela se entrega. Em cada cena, somos levados a refletir sobre questões fundamentais da fé:

O que temos colocado no centro da nossa vida?
Estamos dispostos a derramar o que temos de mais precioso por amor a Jesus?
Continuaremos fiéis quando a cruz se aproximar?

O Valor da Presença de Cristo

A crucificação de Jesus não foi só um evento distante no tempo — foi um momento que tocou profundamente cada pessoa envolvida. Todos os que estiveram ali, de algum modo, tiveram suas vidas marcadas. Pedro sentiu o peso da culpa por ter negado seu Mestre. Pilatos e Caifás revelaram como o medo e o orgulho podem cegar a justiça. Barrabás foi o símbolo da graça que substitui o culpado pelo inocente. Simão Cirineu foi surpreendido com a missão de carregar uma cruz que não era sua. Nicodemos enfrentou o conflito interno entre sua religiosidade e a fé verdadeira.

Mas, antes que a cruz fosse levantada, há uma cena que merece atenção: a de Maria de Betânia. Ela não estava envolvida em debates teológicos ou em posições de liderança. Ela simplesmente se derramava. Maria nos mostra que a verdadeira adoração é aquela que nos leva aos pés da cruz.

Maria de Betânia não era conhecida por grandes discursos ou feitos públicos. O que a tornava especial era sua postura de entrega, sua disposição de estar aos pés de Jesus. Enquanto muitos estavam ocupados com seus interesses, dúvidas ou status, ela escolhia o lugar mais simples e mais profundo: a presença de Cristo. O exemplo dela nos provoca: o que temos colocado como prioridade na nossa vida?

Vivemos dias acelerados. São compromissos, tarefas, metas. Corremos de um lado para o outro tentando dar conta de tudo — trabalho, família, ministério, vida pessoal. E até nosso tempo com Deus, muitas vezes, entra nessa lógica de “obrigação”. Mas Maria nos ensina algo diferente: mais do que fazer coisas para Deus, Ele deseja que a gente simplesmente esteja com Ele.

Se Jesus estivesse aqui, hoje, de forma visível... onde Ele nos encontraria? Como Marta, estressados e ocupados demais para parar? Como os fariseus, apenas observando de longe, sem entregar o coração? Ou como Maria, sentados aos pés dele, com atenção, afeto e entrega total?

Neste momento, vamos olhar para o exemplo de Maria e aprender com ela o que significa adorar com profundidade, perceber os tempos espirituais e manter nossa fidelidade mesmo quando tudo ao redor parece desabar. Sua história nos convida a uma pergunta sincera: estamos realmente aos pés de Cristo... ou apenas correndo ao redor dele, sem parar para estar?


16 dezembro 2022

Isabel



Isabel



Pr. Aristarco Coelho - Igreja Batista Videira

11 de Dezembro de 2022, Paratibe - João Pessoa/PB


Palavras Iniciais

Estamos em dezembro e as luzes do Natal estão acessas por toda cidade. De alguma forma há uma lembrança coletiva de que esse é um período de festa, um tempo de celebrar; porque é Natal.

Muitas pessoas ficam sensíveis na época do Natal. Alguns são consumidos de tristeza e melancolia e outros são tomados de alegria e esperança; uma coisa é certa: dificilmente alguém passa por essa época sem ser tocado por esse clima de Natal.

De fato, o Natal é motivo de celebração. Não por causa do Papai Noel, dos enfeites, das luzes ou dos presentes, mas porque nessa época do ano decidimos nos lembrar do nascimento daquele que veio a este mundo, como uma criança indefesa, a fim de nos defender e de nos salvar de nós mesmos: JESUS.

As Escrituras dizem que Jesus, nascido de Maria, é a plena e perfeita representação de Deus. João, que conviveu com Jesus, escreveu que ao olharem para Ele e sua maneira de viver era como se eles vissem o próprio Deus ali presente. A glória de Deus, sua presença poderosa, era sentida por todos que se aproximavam de Jesus.

Natal é sobre Jesus. Desde o começo é sobre Jesus e seu nascimento. E se não for sobre Jesus, é apenas mais uma oportunidade para comer, beber e dar presentes. Natal é sobre o impacto que Jesus causa na vida das pessoas, porque desde aquele primeiro natal e mesmo antes dele, Ele já tocava e transformava a realidade ao seu redor.

Hoje e nos próximo dois domingos vamos olhar mais de perto a vida de três pessoas que tiveram suas vidas alcançadas e transformadas por Jesus, antes que o primeiro natal acontecesse. São três mulheres a quem foi dado o privilégio de ouvirem as palavras que romperam o silêncio que existia desde os últimos profetas do Antigo Testamento. Vamos olhar de perto as vidas de Isabel, Maria e Ana.

Isabel

Vou começar hoje apresentando Isabel. Ela é mencionada na Bíblia no evangelho de Lucas. Vamos ler:

Lucas 1.5–7 NVI

5 No tempo de Herodes, rei da Judéia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia ao grupo sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. 

6 Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor. 

7 Mas eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril; e ambos eram de idade avançada.

Infância e Juventude

Quando Isabel aparece pela primeira vez nas páginas das Escrituras ela já é uma mulher idosa. Lucas, no entanto, inclui algumas dicas sobre a infância e juventude de Isabel. Ele afirma que ela era descendente de Arão, o primeiro na linhagem sacerdotal de Israel. Isso quer dizer que Isabel era filha de um sacerdote.

Isabel havia sido criada em uma família que temia e amava a Deus. Desde pequena ela ouvia o pai falar sobre como Deus é maravilhoso e digno de adoração. Ela certamente ouviu as histórias de Abraão, Isaque e Jacó, também sobre como Deus libertou o povo do cativeiro egípcio pelas mãos de Moisés, e sobre a insistência dos profetas para que o povo de Israel confiasse apenas em Deus.

A jovem Isabel, filha de um sacerdotes, casou-se também com um sacerdote, chamado Zacarias. Assim, a cultura familiar de Isabel, de confiar em Deus, foi confirmada em seu casamento. Ela, que antes via o pai às voltas com o ministério sacerdotal, agora, depois de casada, acompanhava o ministério sacerdotal do esposo.

Idade adulta

A jovem esposa Isabel viveu sua vida amando a Deus e confiando no Senhor. Sabemos disso por causa do testemunho das pessoas a respeito dela e de seu marido, de que eles eram “justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamento e preceitos do Senhor” (1.6).

Não é que eles fossem perfeitos, mas que serviam fielmente ao Senhor, com intensa dedicação, não havendo nada em suas vidas pelo que pudessem ser publicamente acusados de desobediência. Em resumo: Isabel vivia uma vida exemplar.

Muita gente olharia para a vida de Isabel e diria com tranquilidade: “Olha aí algum a quem Deus deveria cobrir de todo tipo de bênção”. No entanto, Isabel e seu esposo Zacarias, mesmo com suas vidas exemplares, não foram abençoados com filhos.

Por toda a sua vida de casada, mês a mês, Isabel foi consumida por expectativas seguidas de frustrações, o tipo de situação que pode despedaçar a alma humana. Como uma mulher que amava e confiava no Senhor desde criança chegou à velhice sem a bênção da maternidade? Essas e outras perguntas iam e vinham na mente dela, dos amigos e da família, ano após ano.

Isabel foi muito amada por seu esposo. Sabemos disso porque Zacarias permaneceu até a velhice com ela, não fazendo valer seu direito legal de se divorciar de uma esposa que não lhe dava filhos. 

Mas, mesmo suprida pelo amor de seus pais em sua infância e pelo amo de seu marido na juventude e idade adulta, ela possivelmente se sentia menos do que poderia ser. Esse sentimento se agravava com a crença vigente em sua época de que Deus abençoa seus servos fiéis dando-lhe filhos, porque isso levava as pessoas a pensarem que aqueles que não tinham filhos estavam sendo de alguma forma punidos por Deus.

Maturidade

Quando Isabel apareceu na cena bíblica, já idosa, uma parte dessas tensões sobre a maternidade já eram feridas cicatrizadas. O texto indica que, àquela altura, Isabel e seu esposo já haviam desistido de se tornarem pais.  Por muitos anos eles oraram e pediram com fé, mas agora, já idosos, esse assunto era coisa passada de gosto amargo.

Eu penso, irmãos, que os fatos ocorrido com Isabel são uma denúncia contra o falso evangelho, que promete a realização de sonhos em troca de uma vida piedosa. Em seus dias, poucas pessoas foram tão crentes e piedosas quanto Isabel e Zacarias, no entanto eles viveram a maior parte de suas vidas sem o que mais queriam: filhos.

Como é possível isso manter a fé numa situação dessas? Como continuar confiança quando se ao nosso redor as coisas parecem dizer que nossos sonhos e desejos serão frustrados? O anjo que anunciou a Zacarias a gravidez de Isabel nos revela como eles mantiveram a fé nesses dias difíceis:

Lucas 1.13 NVI

13 Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Zacarias; sua oração foi ouvida. Isabel, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe dará o nome de João.

Isabel e seu esposo viveram longos anos de espera e enfrentaram as frustrações dos sonhos não realizados perseverando na oração. Eles se encheram da convicção de que o Senhor é digno de confiança e que seus desígnios sobre nós são o melhor que podemos viver.

Essa não é um oração de resultado. Não é uma forma de se obter o que se quer, mas um jeito de se aproximar daquele que conhece tudo a nosso respeito e sempre age em nosso favor. Alexander White, ao comentar sobre Isabel no seu livro Personagens Bíblicos, afirma o seguinte:

“Povo de Deus, [vocês] que estão preteridos, decepcionados e empobrecidos. Orem e não desistam. Orem, pois a oração e muito melhor que a resposta.”

Quando o curso da vida nos frustra, a melhor resposta é buscar ao Senhor em oração. Decidir confiar a Ele os nossos sonhos e esperanças, aguardando com alegria sua boa, perfeita e agradável vontade vir sobre nós.

A notícia do milagre

Isabel e Zacarias, por fim receberam o que pediram a Deus. Ambos envelheceram até ver suas orações atendidas. Será que vale a pena? O que eles ganharam durante esse tempo? Eles aprenderam a ser perseverantes na confiança e a esperar enquanto Deus movimenta as engrenagens da sua vontade.

No tempo certo para todos que estavam envolvidos nesse drama em particular, eles receberam a notícia de que o sonho frustrado e esquecido iria acontecer… “Sua oração foi ouvida. Isabel, sua mulher, lhe dará um filho”. Certamente isso os encheu de alegria.

Por outro lado, o anúncio do anjo, e por fim a gravidez de Isabel, revelam que o casal, mesmo unidos naquilo que viveram, lidava de forma diferente com a frustração que os consumiu por tanto tempo.

Zacarias - Como será isso?

Ao ouvir o anjo, Zacarias exigiu provas. Para ele as evidências da impossibilidade eram incontestáveis: “eu e minha mulher somos agora dois idosos”. Não era mais tempo, talvez pensasse Zacarias. O vigor da sua juventude, e de sua esposa Isabel, já havia passado. O anjo tinha se atrasado… uns quarenta anos.

As vezes oramos ao Senhor colocando nossas angústias e necessidades por algum tempo. Depois, constrangidos pelo silêncio de Deus, pela demora, pela aparente insensibilidade do todo poderoso, paramos de orar e até nos esquecemos do assunto. Mas o Senhor não esquece nossas orações; no tempo certo ele age, sempre para o reconhecimento de sua presença entre nós (louvor da sua glória).

Isabel - Isto é obra do Senhor

Depois do anúncio feito pelo anjo e contra todas as possibilidades humanas, Isabel engravidou. Assim como Zacarias, ela também já havia desistido. Ela confiou no Senhor por décadas e continuava confiando, mas sua oração já não pedia, apenas se entregava à vontade Deus.

As coisas não foram como Zacarias e Isabel planejaram e sonharam. Não foi como as famílias deles esperavam. Não foi no tempo em que essas coisas normalmente acontecem. Foi do jeito e no tempo que Deus se propôs a fazer, sincronizando Sua obra na vida de todas as pessoas envolvidas.

Os milagres de Deus nunca são apenas para nós. Ele não trabalha de forma linear. Quando nos entregamos à vontade dele temos a certeza de que o melhor dele vai acontecer; não apenas para nós, mas para todos aqueles que estão em nossa teia de relacionamentos.

O que significa isso?

Para concluir nossa reflexão de hoje vejamos detalhadamente como Isabel lidou com a realização de seu sonho. Para isso quero recuperar dois momentos em que Isabel, ao se deparar com agir de Deus em sua vida, reflete sobre o que estava acontecendo com ela. O que significam essa coisas pelas quais eu estou passando?

Lucas 1.23–25 NVI

23 Quando se completou seu período de serviço, ele voltou para casa. 

24 Depois disso, Isabel, sua mulher, engravidou e durante cinco meses não saiu de casa. 

25 E ela dizia: “Isto é obra do Senhor! Agora ele olhou para mim favoravelmente, para desfazer a minha humilhação perante o povo”.

Isabel não cabia em si de contentamento e assombro. Aquilo ela tão surpreendente que ela precisou de um tempo para processar. Durante os cinco primeiros meses, ela se recolheu a sua casa, que ficava possivelmente nas colinas do monte Hebron, próximo a Jerusalém.

Isso é sobre mim

Isabel reconheceu sua gravidez com uma intervenção graciosa de Deus. E enquanto refletia sobre o milagre que é uma mulher idosa conceber um filho, ela enxergou sua gravidez como um cuidado de Deus em relação a ela: finalmente sua orações foram respondidas e ela deixará de ser aquela que não tem filhos.

Quase sempre, quando refletimos sobre o que nos acontece da parte de Deus, a primeira camada de compreensão que nos vem diz respeito a nós mesmos. É como se o mundo girasse em torno da gente, como se Deus existisse para nós e para nossas necessidades. Interpretamos o mundo a partir de nós mesmos.

Fazer isso não é errado em si mesmo, mas não pode ser nossa estação final. Podemos começar, como Isabel, pensando no significado das lutas, dores, alegrias, sonhos realizados e frustrados, a partir de nós mesmos, mas existem outras camadas de significado que precisam ser exploradas, sob pena de nos tornarmos egoístas e autocentrados.

A teia do agir de Deus

Para avançarmos em direção a ampliar o significado daquilo que Deus faz em nossas vidas, precisamos nos dar conta de que não estamos sós nesse mundo. Deus não é apenas no nosso Deus, mas o regente de todo universo. Talvez por isso, Lucas corta a cena e deixa Isabel refletindo sobre o milagre de sua gravidez, enquanto abre uma nova janela para vermos Maria recebendo a visita do mesmo anjo, Gabriel.

Gabriel anuncia que Maria ficaria grávida pela virtude do Espírito Santo. Ele encoraja Maria, que responde com um lindo cântico de fé e confiança no agir de Deus. Depois o anjo tira algumas dúvidas de Maria. 

A fala do anjo é como se ele dissesse “não se preocupe, Maria. Deus está colocando seu plano em movimento. Muitas coisas aconteceram antes de eu vir falar com você e muitas outras acontecerão depois que eu sair daqui. As coisas que estão acontecendo com você são parte de algo maior, do qual você faz parte!” E para demonstrar isso de forma prática, ele emenda sua fala com a seguinte informação:

Lucas 1.36 NVI

36 Também Isabel, sua parenta, terá um filho na velhice; aquela que diziam ser estéril já está em seu sexto mês de gestação.

Esse agir multifacetado de Deus pode parecer confuso enquanto a gente está vivendo as tramas de nossas vidas, mas depois se tornará motivo de adoração ao Senhor, quando percebermos que Ele conduz a história para a glória do seu nome e alegria de seus filhos.

É bem possível que o coração de Maria tenha se enchido de alegria ao saber que ela não estava só naquele mover de Deus. E como é maravilhoso isso, sobretudo quando pessoas que amamos também fazem parte do grande plano Deus e que estamos juntos servindo a Ele… Que alegria! Que satisfação. Talvez por isso, Maria decidiu visitar sua prima Isabel.

Isso é sobre Deus

Enquanto tudo aquilo acontecia com Maria, Isabel vivia o sexto mês de gestação. Esse foi o tempo necessário para que ela se abrisse à ideia de que o agir de Deus na vida dela não era apenas por ela, mas fazia parte de uma complexa teia de intervenções divinas.

Maria entrou na casa de sua prima e disse um “Ô de casa”, avisando que tinha chegado. Quando Isabel ouviu, o bebê em seu ventre agitou-se e ela, Isabel, foi guiada (cheia) pelo Espírito Santo:

Lucas 1.42–45 NVI

42 Em alta voz exclamou: “Bendita é você entre as mulheres, e bendito é o filho que você dará à luz! 

43 Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me visitar a mãe do meu Senhor? 

44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, o bebê que está em meu ventre agitou-se de alegria. 

45 Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse!”

Depois de seis meses, refletindo sobre o agir de Deus em sua vida, Isabel não olha mais apenas para si mesma. Aquela senhora não está mais presa à reparação da sua dor. Ela não tem necessidade de anunciar o que Deus fez por ela.

No verso 42 vemos que Isabel, a anciã, abençoa Maria e confirma pelo Espírito Santo a gravidez da jovenzinha. Ela abençoa a criança que está sendo gerada; não o seu filho, mas o filho de sua prima. Ao mudar o foco, Isabel já fala no compasso do evangelho será anunciado por Jesus. Suas ações já são conforme o ensino que o menino vai trazer.

No verso 43 encontramos Isabel, descendente de sacerdotes e casada com um sacerdote, olhando para si mesma com humildade. Ela começa a entender que o milagre de Deus em sua vida não diz respeito apenas a ela e ao marido, mas está inserido dentro de mover de Deus para salvar. Mais que isso, ela reconhece a si mesma como necessitada desta salvação, o que está completamente alinhado com a mensagem de Cristo.

No verso 45 Isabel, experiente no caminho que ensina confiar no Senhor, encoraja a jovem Maria, que dá seus primeiros passos nessa jornada. “Deus cumpre aquilo que promete, Maria, pode confiar”. Isabel não precisa mais chamar atenção para si mesma. Sua vida, seu casamento, seu filho, tudo é parte do grande plano de Deus.

Conclusão

Isabel desistiu de esperar. Sem remorso, sem raiva, ela apenas parou de pedir. Isabel desistiu de esperar, mas Deus não desistiu dela. Na grande teia do agir de Deus ela tinha um papel para cumprir. 

Isabel aprendeu que a integridade não é moeda de troca para obtermos a realização de nossos sonhos, mas nossa resposta ao amor de Deus por nós; que ser integro não produz créditos no céu.

Isabel aprendeu que não estava no centro do agir de Deus. Que a benção de Deus se derrama sobre todos ao nosso redor, e que o tempo do agir de Deus é o ponto ótimo da sua intervenção amorosa sobre todos.

Isabel aprendeu que Deus é confiável, e que é um privilégio fazer parte do seu grande plano de salvação.

Que o Senhor nos ajude a prosseguir na mesma direção que Isabel deu para sua vida.


09 agosto 2021

Um pai como Deus

Um pai como Deus

Aristarco Pereira Coelho

Deus é Pai

 

Introdução

Domingo passado vimos que o Deus da Bíblia é pai. No entanto, algumas experiências com homens descontrolados, desorientados e inseguros, que vivem para si, desligados de seu papel como pai, turvam a visão de um Deus que é pai. E quando esses modelos adoecidos de paternidade nos tocam, o desejo natural é fugir do Deus que é pai.

Há vários caminhos para essa fuga da presença de Deus. Domingo passado vimos três deles.

PRIMEIRO é virar às costas ao Deus que é pai e correr para os braços divindades femininas que parecem mais compreensíveis. Muitos têm corrido para os braços de Maria, mãe do Senhor Jesus. Ela foi uma serva preciosa do Senhor, uma mulher íntegra e cheia de virtudes. Humana como nós somos, ela morreu e hoje aguarda a plena revelação do seu Senhor. Maria nunca pretendeu essa condição de mediar nosso relacionamento com Deus.

SEGUNDO caminho é despersonalizar Deus e tratá-lo como uma força associada à natureza. O panteísmo é a forma mais comum dessa fuga. Quem trilha esse caminho não acredita em um Deus com consciência de si mesmo, que interaja com as pessoas e muito menos que tenha opinião sobre nossa maneira de viver. Quem foge por esse caminho transforma Deus numa energia cósmica integrada ao universo.

TERCEIRO caminho de fuga é tratar Deus como se Ele fosse uma combinação entre o gênio da lâmpada e o Papai Noel, acreditando que se formos bonzinhos ele vai atender os nossos desejos. Com um Deus assim tudo é apenas funcional: a gente pede e espera que ele atenda as nossas orações. Troca-se a presença de Deus por aquilo que ele pode dar.

Cada uma dessas situações é uma fuga da presença de um Deus pessoal que se apresentou com um pai. Este ciclo segue assim: por não conhecermos a Deus fugimos dele; por que fugimos dele continuamos sem conhecê-lo e ao seu amor.

No entanto, há alguém que conhece o Pai e pode revelá-lo a nós. O Senhor Jesus! Ele é o caminho que nos leva ao Pai, sendo Ele mesmo sua plena revelação. Ele conhece o Pai porque tem um relacionamento íntimo com Ele desde a eternidade. Por isso, se queremos parar de fugir da presença de Deus e conhecê-lo como pai, para enfim aprender a amá-lo, então precisamos nos achegar a Ele através de Jesus.

Jesus e o Pai

O que Jesus afirma sobre Deus? Será que é possível aprender sobre quem é Deus através do relacionamento de Jesus com o Pai? Será possível aprender sobre nosso papel como pais observando os diálogos de Jesus com o seu pai? Eu acredito que sim.

Prepare-se, então, para navegar pela sua Bíblia. Vamos observar com cuidado algumas das situações em que o relacionamento entre Jesus e o Pai se tornou visível e tentar aprender mais a respeito do nosso Pai que está no céu e sobre como ser um pai parecido com Ele.

1. Ama por igual

Mateus 5.44–45 RA

44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;

45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.

Deus não tem predileções. Ele ama por igual bons e maus, justos e injusto. Jesus explica que o amor de Deus não é controlado pela reação das pessoas. Há quem pense que o Senhor prefere uns e despreza outros, mas isso não é verdade. Há amor nele o suficiente para todos nós. Ele não faz acepção de pessoas. Por isso não há razão para ficar inseguro quanto ao Seu amor por você, e nem orgulhoso achando que Ele o ama mais que a outros.

Quem desejar cumprir bem seu papel de pai deve imitar o Senhor nessa questão. Os filhos são diferentes, reagem de formas diferentes ao amor com que são amados, mas essas respostas diferentes não podem ser motivo para predileção ou desprezo. Não importa o motivo, se você desprezar um filho em relação aos outros, estará provocando nele sentimentos de insegurança que o acompanharão por toda a vida; da mesma forma, se você destacar um filho em relação aos outros apenas por causa de sua predileção pessoal, estará alimentando nele orgulho e desprezo pelos outros irmãos.

Deus ama igualmente, e nós também devemos fazer assim se quisermos ser pais como ele.

2. Valoriza o que é certo

Mateus 6.3–4 NVI

3 Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita,

4 de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará.

O Senhor sabe o valor do reconhecimento. Ele sabe que as boas atitudes devem ser recompensadas como forma de confirmar aquilo que é certo. Ele nunca deixa de premiar seus filhos quando a direção certa é tomada. Por isso, mesmo quando fazer o que é certo for difícil, se perseverarmos nessa direção colheremos os bons frutos que Ele promete.

Se você é um pai que deseja imitar o Pai Celeste, você precisa aprender sobre o valor do reconhecimento. Quando seu filho faz algo certo, ou toma uma decisão acertada, você não pode simplesmente resmungar como se ele tivesse feito apenas sua obrigação. O mundo tem muitos prêmios para quem faz a coisa errada, você precisa premiá-lo por fazer a coisa certa.

Mas, ATENÇÃO! É preciso equilíbrio nessa questão. A recompensa não pode ser mais importante do que a atitude correta a ser tomada nem pode ser usada como uma forma de chantagem, caso contrário você vai acabar tornando seu filho um manipulador chantagista que apenas corre atrás dos prêmios.

3. Conhece as necessidades

Mateus 6.31–32 NVI

31 Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’

32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Como um pai cuidadoso, O Senhor conhece as necessidades de seus filhos. Antes que você fale, antes que sua dor se transforme em lágrimas, antes que você compartilhe com alguém, o Senhor já sabe. Ele sabe por que está sempre ao seu lado, porque Ele acompanha o seu dia-a-dia, porque ele está interessado em você. Ele é um pai presente; creia que o Senhor se move em direção às suas necessidades para, no tempo certo, supri-las .

Para sermos pais à semelhança de Deus, o pai do nosso Senhor Jesus Cristo, é preciso estar atento às necessidades dos nossos filhos, mas não há como percebê-las se não estivermos presentes na vida deles. Você precisa acompanhar o dia-a-dia deles. Pais ausentes estão sempre em desvantagem, sempre atrás do prejuízo. A vida é uma correria e passa muito rápido. A festa perdida, o sorriso que você não viu, a tristeza que você não consolou, não volta atrás. Seus filhos precisam de você ao lado deles, atento às suas necessidades.

4. É confiável

Mateus 7.9–11 NVI

9 “Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?

10 Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra?

11 Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!

Deus é completamente confiável. Não há motivos para esperarmos do Senhor alguma maldade. Desamor, maltrato, desconsideração, grosseria, desrespeito ou coisas parecidas não fazem parte do seu agir. Deus é confiável! Ele não está esperando na esquina para arrasar com você; Ele não prepara armadilhas contra você. Jesus diz que o nosso Deus é um pai digno e confiável. Ele não entrega pedras para quem está com fome.

Pais precisam ser confiáveis. Nossos filhos não podem ficar inseguros quanto às nossas atitudes. Eles não podem ficar em dúvida se o que fazemos e dizemos é para mal ou para o bem deles. Precisamos ser homens honrados que rejeitam o mal e buscam o bem. De certa forma, ser confiável é não deixar dúvidas sobre o bem que você deseja fazer.

Se você já perdeu a confiança de seus filhos sua situação não é boa. A confiança perdida é um tesouro difícil de ser recuperado, mas não se desespere: a mão poderosa do Senhor pode restaurar essa situação. Você precisa, no entanto assumir o compromisso de se tornar a cada dia mais confiável para seus filhos.

5. Pronto a acudir

Mateus 26.53 NVI

53 Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos?

O Senhor está sempre pronto a socorrer seus filhos. Você pode contar com Ele a qualquer tempo, em qualquer circunstância. O Senhor não permite que seus filhos sejam massacrados pelo inimigo, ele se coloca em nossa frente com um protetor. Você pode contar com a proteção dele seja qual for a situação. Mesmo quando não houver mais ninguém para protegê-lo, o Senhor será a sua proteção!

Mas a proteção de Deus não livra das consequências de nossas próprias decisões. Isso quer dizer que algumas vezes Ele sofrerá a dor de nos ver sofrer e não agirá em nosso favor. Ele permitirá e usará as circunstâncias da vida para ensinar verdades e valores que são eternos.

Se você quer ser um pai como o nosso Pai Celeste, você deve estar pronto a socorrer seus filhos. Talvez você não possa enviar doze legiões de anjos, mas pode estar ao lado dele quando ele precisar de ajuda. Por outro lado, assim como faz o Senhor conosco, você não deve livrá-los de toda dor, de todos os incômodos e desconfortos da vida. Você precisa permitir que eles aprendam com os pequenos sofrimentos a respeito de verdades e valores que são eternos.

6. Digno de ser imitado

João 5.17 NVI

17 Disse-lhes Jesus: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando”.

Veja como o Senhor Jesus reconhece a influência do Pai sobre a vida dele! Se o Pai trabalha, ele trabalha; o que ele vê o Pai fazer, ele também faz. O nosso Pai Celeste é digo de ser imitado; você vai se sair bem se fizer como ele. O Senhor Jesus encontrou no Pai um modelo de vida digno de ser copiado.

Queira você ou não, é isso o que você é para os seus filhos: um modelo de vida. Seu jeito de viver, sua maneira de tratar as pessoas, a forma como você usa seu dinheiro, sua escala de valores para a vida, tudo em você precisa ser dignos de ser copiados, porque será copiado mesmo que você não faça nada para isso.

Aquilo que você amar, seus filhos amarão; aquilo que você desprezar, seus filhos desprezarão; aquilo em que você encontrar valor, seus filhos valorizarão; se você mentir, eles mentirão; se você respeitar, eles respeitarão. Eis o grande desafio para quem deseja ser um pai com Deus: viver uma vida digna de ser imitada!

7. Comunica o seu amor

Mateus 3.16–17 NTLH

16 Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele.

17 E do céu veio uma voz, que disse: — Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

Deus se alegrou com Jesus e declarou seu amor por ele publicamente. Ele sabe o quanto é importante para um filho ouvir que é amado. Que aspecto maravilhoso da paternidade de Deus.

Há pais que nunca se alegram com o sucesso de seus filhos porque se colocam em estado de competição com eles, às vezes alimentados pela inveja de suas realizações. A saída para esses pais é buscar em Deus a sabedoria para lidar com seus próprios fracassos, porque assim poderão encontrar alegria no sucesso dos filhos.

Assim como Deus não perdeu nenhuma oportunidade de se alegrar com Jesus nem de comunicar seu amor por ele, para ser um pai como Deus é preciso aprender a dizer para eles o tamanho desse amor. Experimente! Não doe nada e será uma bênção para vocês pelo resto da vida.

8. Ouve seus filhos

João 11.41 NVI

41 Então tiraram a pedra. Jesus olhou para cima e disse: “Pai, eu te agradeço porque me ouviste.

Jesus não tinha dúvidas que seu Pai o estava ouvindo. O pai estava sempre disponível e eles estavam acostumados a conversar. Inúmeras vezes, os evangelhos mostram Jesus se retirando para regiões afastadas com o propósito de ter um tempo de conversa com o Pai.

Isso é verdade também para você. Os ouvidos do Senhor estão atentos para as suas orações. Você pode conversar com ele a qualquer momento, porque o nosso Deus é um Pai que ouve o que seus filhos dizem.

Às vezes os pais estão consumidos, com a cabeça a mil por hora, pensando nos negócios, no emprego, nas contas do mês ou em suas lutas pessoais. Mas se queremos ser pais como nosso Pai Celeste, precisamos nos dispor a ouvir nossos filhos e a encontrar tempo para fazer isso com qualidade. Lembre-se de que ouvir é mais do que escutar o que está sendo dito; é interessar-se por quem está falando.

Pais imperfeitos, um Deus perfeito.

1. Amar por igual

2. Valorizar o que é certo

3. Conhecer as necessidades

4. Ser confiável

5. Estar pronto para acudir

6. Tornar-se digno de ser imitado

7. Anunciar o seu amor

8. Ouvir os seus filhos.

Parece um desafio quase impossível! E realmente não é nada fácil. São tantas as mudanças que precisamos promover para sermos pais que imitam nosso Deus e pai, que a gente chega a esmorecer. A questão é que Deus não faz nada pela metade. Tudo que ele faz é com perfeição. Ele nos criou à sua imagem e semelhança e por isso nos desafia a rejeitar a mediocridade. Veja o que Jesus disse:

Eu sei que o desafio à perfeição pode nos encher de medo, porque sabemos quem somos. Mas o alvo é ser como Ele, porque fomos criados para isso. Mesmo imperfeitos, somos chamados ser como ele. Portanto, por mais difícil que tudo isso pareça, não rebaixe seu objetivo. O alvo é ser como Ele! Ainda que você esteja bem longe de alcançar, o alvo é ser como Ele.

Creia que a maneira como você lida com seus filhos pode melhorar e compreenda que o caminho para isso é o seu relacionamento com o Pai Celeste por meio de Jesus Cristo. Quanto mais você aprender do amor de Deus, caminhando com Jesus na sua vida, mais você será como Ele e estará mais habilitado a amar do jeito que ele ama. Porque o Deus Perfeito que nos chama à perfeição é o mesmo que age como um Pai e nos enche de conforto e ânimo.

Por isso, quero terminar nossa reflexão hoje olhando para algumas das maravilhosas promessas de Deus. Deixe que elas encham seu coração de coragem para enfrentar a vida!

Josué 1.9 NVI

9 Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”.

Deuteronômio 31.8 NVI

8 O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não desanime!”

Isaías 41.10 NVI

10 Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa.

Isaías 41.13 NVI

13 Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei.


Exportados do Software Bíblico Logos, 23:15 9 de agosto de 2021.