27 abril 2025


 

Maria de Betânia

Entre tantos rostos que se aproximaram de Jesus nos dias que antecederam a cruz, há um que se destaca não pelos discursos, nem pelos feitos extraordinários — mas por sua adoração silenciosa e profunda. Maria de Betânia não pregou em praças, não fez milagres, nem enfrentou os religiosos do seu tempo. Mas ela esteve onde poucos tiveram coragem de estar: aos pés do Salvador.

Este volume da série 
À Sombra da Cruz é um convite para caminhar com Maria em três momentos marcantes de sua história — quando ela ouve, quando ela chora e quando ela se entrega. Em cada cena, somos levados a refletir sobre questões fundamentais da fé:

O que temos colocado no centro da nossa vida?
Estamos dispostos a derramar o que temos de mais precioso por amor a Jesus?
Continuaremos fiéis quando a cruz se aproximar?

O Valor da Presença de Cristo

A crucificação de Jesus não foi só um evento distante no tempo — foi um momento que tocou profundamente cada pessoa envolvida. Todos os que estiveram ali, de algum modo, tiveram suas vidas marcadas. Pedro sentiu o peso da culpa por ter negado seu Mestre. Pilatos e Caifás revelaram como o medo e o orgulho podem cegar a justiça. Barrabás foi o símbolo da graça que substitui o culpado pelo inocente. Simão Cirineu foi surpreendido com a missão de carregar uma cruz que não era sua. Nicodemos enfrentou o conflito interno entre sua religiosidade e a fé verdadeira.

Mas, antes que a cruz fosse levantada, há uma cena que merece atenção: a de Maria de Betânia. Ela não estava envolvida em debates teológicos ou em posições de liderança. Ela simplesmente se derramava. Maria nos mostra que a verdadeira adoração é aquela que nos leva aos pés da cruz.

Maria de Betânia não era conhecida por grandes discursos ou feitos públicos. O que a tornava especial era sua postura de entrega, sua disposição de estar aos pés de Jesus. Enquanto muitos estavam ocupados com seus interesses, dúvidas ou status, ela escolhia o lugar mais simples e mais profundo: a presença de Cristo. O exemplo dela nos provoca: o que temos colocado como prioridade na nossa vida?

Vivemos dias acelerados. São compromissos, tarefas, metas. Corremos de um lado para o outro tentando dar conta de tudo — trabalho, família, ministério, vida pessoal. E até nosso tempo com Deus, muitas vezes, entra nessa lógica de “obrigação”. Mas Maria nos ensina algo diferente: mais do que fazer coisas para Deus, Ele deseja que a gente simplesmente esteja com Ele.

Se Jesus estivesse aqui, hoje, de forma visível... onde Ele nos encontraria? Como Marta, estressados e ocupados demais para parar? Como os fariseus, apenas observando de longe, sem entregar o coração? Ou como Maria, sentados aos pés dele, com atenção, afeto e entrega total?

Neste momento, vamos olhar para o exemplo de Maria e aprender com ela o que significa adorar com profundidade, perceber os tempos espirituais e manter nossa fidelidade mesmo quando tudo ao redor parece desabar. Sua história nos convida a uma pergunta sincera: estamos realmente aos pés de Cristo... ou apenas correndo ao redor dele, sem parar para estar?


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