08 janeiro 2011

Cantar a Bíblia


8 de Janeiro, 2011
Por Filipa Moroso (texto) e Helena Garcia (fotografias)
 Descobrimos o canto gregoriano no Concerto de Natal que esgotou o Salão Nobre da Academia de Ciências de Lisboa. A Capela Gregoriana Laus Deo e o Coro Solemnis foram as vozes que chegaram aos céus, num espectáculo de indiscutível prazer auditivo...
«Quem canta bem, reza duas vezes». O adágio tem origem nas palavras de Santo Agostinho ('Quia bene canta, bis ora' ) e remete para a principal mensagem do canto gregorariano: orar a Deus. Uma oração cantada por vozes em uníssono que, entre sons agudos e graves, pretende difundir uma mensagem espiritual, quase sempre em latim, em que o texto tem que ter primazia face à melodia.

Foi assim no Salão Nobre da Academia de Ciências de Lisboa, que reatou a tradição antiquíssima de abrir as portas ao público, fechadas já há longos anos. Foi aí que conhecemos dois dos grupos com maior tradição gregoriana em Lisboa, a Capela Gregoriana Laus Deo e o Coro Solemnis. Evocar a época natalícia foi o mote deste concerto de Natal, que aconteceu a 11 de Dezembro num dos mais imponentes salões barrocos do país, datado de 1795. Fomos assistir aos ensaios.



«Esta sala tem uma acústica espectacular, tem tudo para que corra bem». O prognóstico da maestrina Idalete Giga foi feito minutos antes de embalar as vozes para o aquecimento. É a ela que cabe a responsabilidade artística da Capela Gregoriana Laus Deo, nome em latim que significa Louvor a Deus e que vinha sempre no fim «dos autos religiosos de Gil Vicente».

Composto por 20 mulheres, a maioria antigas alunas do Instituto São Pedro de Alcântara, em Lisboa, este coro nasceu em 1985, pelas mãos de Idalete, que estudou canto gregoriano, pedagogia musical Ward e Helden, direcção gregoriana e polifónica com vários mestres, entre os quais Júlia d'Almendra. A maestrina confirma a mestria de tais credenciais com a batuta. É exigente e as suas 'meninas', algumas já reformadas, sabem disso. De fatos pretos, com blusa e laço ou outro apontamento em branco, o Laus Deo ocupava a linha da frente de um palco a duas vozes, femininas e masculinas, que descortinava as coordenadas de Idalete, numa linguagem que só os próprios conhecem.

As vozes viris faziam-se ouvir atrás. O coro Solemnis ('solene' do latim), fundado em 1997 e comandado pelo maestro João Crisóstomo, antigo professor do Conservatório Nacional e com formação musical na Escola Superior de Música, é constituído por 12 elementos masculinos, antigos alunos dos seminários religiosos com larga experiência na arte do canto gregoriano, quer na sua vertente musical, quer na língua latina - «já que o latim é essencial para esta forma de canto», como diz o maestro. E aqui é preciso compreender-se o que se está a cantar para que se transmita 'alma' às melodias espirituais, com um indubitável prazer estético e auditivo.

Conhecida como a mais antiga manifestação musical do Ocidente, o canto gregoriano acompanhou, desde a Idade Média até aos nossos dias, o culto religioso das igrejas cristãs, sobretudo as liturgias da Igreja Católica Romana. Deve o seu nome ao Papa Gregório Magno, que deu grande desenvolvimento a esta forma de cantar as preces.
Cantado a capela, ou seja, sem acompanhamento de instrumentos, as letras que dão forma ao canto gregoriano são retiradas de textos bíblicos, sobretudo dos salmos. O seu maior objectivo é propagar a fé e não fazer um recital, daí que seja entoado com alma e sentimento, com a missão de chegar à assembleia ouvinte.


«Sempre associado ao homem», sublinha Idalete Giga, este canto de ritmo livre e sem compasso , depressa começou a ser entoado por vozes femininas. Se o único segredo para o cantar bem é a devoção, elas provam que têm a espiritualidade necessária para 'cantar a Bíblia'.

O Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa foi testemunha desta 'batalha' de vozes, em que venceu o conjunto. A acústica da sala foi perfeita, como fazia prever o prognóstico de Idalete. Mais uma vez juntos - «já fizemos inúmeros concertos em conjunto»-, Laus Deo e Solemnis falaram a mesma língua. Uma linguagem própria que se decifra nos signos da Cristandade, uma sonoridade com enorme expressão, validada por vozes crentes. Que venham outros natais cantados...

filipa.moroso@sol.pt

Oração pelas crianças que trabalham



Ó poderoso Pai dos fracos, estende tua mão ternamente sobre todas as crianças do mundo e as abençoa. Abençoa também nossos filhos, que são a vida das nossas vidas e se tornaram o coração dos nossos corações. Abençoa cada um desses pequenos amigos que se apoiaram em nossos joelho, trazendo assim o frescor às nossas almas com a alegria sorridente. Abençoa todas as crianças que esperam em vão por amor, por flores e água e pelo doce seio da natureza. mas abençoa duplamente as crianças cujos frágeis ombros já estão curvados sob o jugo do trabalho, e cujo crescimento feliz está sendo atrofiado para sempre. Que seus pequenos corpos não fiquem totalmente enfraquecidos e suas mentes, dadas à estupidez e aos vícios de uma alma vazia. Todos nós merecemos o peso de tua ira por fazermos esses pequeninos tropeçar e cair. Permite que o seus patrões tenham corações fortes para recusar o enriquecimento a esse preço. Garante a todos os que os empregam e aos responsáveis que agora permitem este erro a graça da ira sagrada. Ajuda-nos a entender que cada criança de nossa nação e uma criança nossa, um membro da nossa grande família. Pela sagrada criança que se aninhou no colo de Maria; pelas memórias de nossas próprias alegrias e tristezas da infância; pelas sagradas possibilidades que estão adormecidas dentro de cada criança, nós te imploramos que nos impeças de matar a doçura da vida numa criança pela ambição de ganhar mais.


Walter Raushenbusch

Reformem os tribunais


Busquem o que é reto, fujam da injustiça, e vivam! Nessa altura então, o Senhor Deus dos exércitos celestiais será verdadeiramente o vosso ajudador, como pretendem que ele seja. Odeiem o mal e amem o bem; reformem os vossos tribunais, de forma a que se transformem em verdadeiros palácios de justiça! Talvez ainda o Senhor Deus dos exércitos celestiais tenha misericórdia do seu povo, do que ficou de resto.
Amos 5:14-15

07 janeiro 2011

Hoje foi no apartamento de Nonato e Edna


Hoje a Convivência foi no apto. do Seu Nonato e da Dona Edna. Marina levou café e um pote com biscoitos que ela tinha feito à tarde. Dona Edna nos esperava com quitutes maravilhosos. Aristides e Cris levaram o sorvete da sobremesa. Passamos um tempo alegre ao redor da mesa compartilhando tudo que foi levado. Seria ontem, lá em casa, mas ela pediu que fosse hoje no apartamento deles. Era uma data especial que a maioria só descobriu lá: eles estavam comemorando 43 anos de casamento. 

Foi uma noite especial! Ouvimos várias histórias sobre o tempo de namoro entre os dois e rimos muito com os costumes diferentes. Além disso, ela nos contou novamente uma parte da história do seu encontro com Jesus e como hoje ela percebe que desde criança, quando ganhou o primeiro missal, Deus vinha aproximando-se carinhosamente dela; até que uma cortina se abriu e a verdade do amor de Deus pôde ser vista com clareza. 


Falamos com a Simone, irmã do Aristides, pelo Skype e depois oramos por ela, Kevin e os filhos. Também oramos pelo pai da Judite, que soubemos hoje à noite ter sofrido um derrame. Certa hora Dona Edna começou a cantar o cântico "Vaso Novo" e todos cantamos juntos. A partir da música, refletimos sobre o nosso Deus como um oleiro e nós como seus vasos. Quase todo mundo falou alguma coisa e novas percepções sobre o trabalhar de Deus em nossas vidas foram acrescidas para todo.  

Continuamos em volta da mesa e as conversas foram do futebol à política; indignação com os salário dos deputados e senadores, a volta do Ronaldinho Gaucho para o grêmio e os salários astronômicos dos jogadores de futebol. Dona Edna falou dos quadros, pintados e em ponto cruz nas paredes da sal, mostrou fotos e contou histórias suas que foram de grande encorajamento a respeito de perdoar e ser perdoado. Seu Nonato destacou que a vida não pode ser um simples esperar, mas que há muitas coisas que estão ao nosso alcance e que devemos fazê-las. O Marcos lembrou que Deus está sempre disposto a começar mudanças em nossas vidas. Eu lembrei que não podemos fazer nada para melhorar nossa situação diante de Deus, senão aceitar o presente de seremo recebidos em Sua família como Seus filhos. Contei para Roberto, Aristides, Marcos e Seu Nonato histórias de quando aprendi a tocar violão. Takaki descobriu que, ainda estudante de História, havia visitado o sobrado que fora a casa dos avós de Dona Edna e que hoje faz parte da história de Aracati.

Dá pra imaginar que tudo isso aconteceu em uma noite só? Pois é verdade. E isso é só uma parte do que eu vi. Mas meu coração também se encheu de alegria por causa da conexões que o Espírito construiu e fortaleceu entre nós hoje à noite, embora isso não seja visível; não podem ser vistas, mas são elas que formam a teia de amor que sustenta a família de Deus.

Nonato, Edna, Aristides, Cris, Gabriel, Olívia, Marcos, Karina, Danilo, Aristarco, Marina, Roberto, Takaki, Uma irmã e uma amiga de dona Edna.

31 dezembro 2010

Épico da Record que custou R$ 800 mil por capítulo estreia terça-feira



 “Sansão e Dalila” é recheada de superlativos. A começar pela descrição do personagem principal: Sansão, o homem mais forte da Bíblia, primeiro protagonista de Fernando Pavão. Para contar a história passada há 3 mil anos, a Record investiu alto em sua segunda minissérie religiosa, que estreia dia 4 de janeiro. Com um valor estimado em R$ 800 mil por capítulo, a superprodução narra a trajetória de Sansão, um herói hebreu que derrota, sozinho, exércitos armados e animais selvagens, mas não resiste à sedução de Dalila, estreia de Mel Lisboa na emissora. Para retratar o período narrado, a equipe gravou em trigais no interior de Minas Gerais, dunas cearenses e potiguares e pedreiras cariocas. Além disso, fez uso de efeitos especiais hollywoodianos. Principalmente nas cenas de batalhas. “Estivemos em contato com profissionais de cinema e seriados americanos, como ‘Heroes’, em Los Angeles. Nossos efeitos em ‘Sansão e Dalila’ não vão deixar nada a desejar a nenhum filme”, garante o diretor de teledramaturgia da emissora, Hiran Silveira.

A história começa com Zilá e Manoá – interpretados por Lu Grimaldi e Roberto Frota –, um casal que sempre sofreu porque não podia ter filhos. Até a visita de um anjo, vivido por João Vitti, que anuncia que ela conceberia um menino dotado de uma força incomum, cujo cabelo jamais deveria ser cortado, como uma promessa a Deus. “Essa história é contada na Bíblia com muita riqueza de detalhes. Mas, ainda assim, não era suficiente para sustentar uma trama de 18 capítulos”, explica o autor, Gustavo Reis. Para ele, a maior dificuldade na adaptação foi criar cerca de 30 personagens para dar sustentação a uma das histórias mais conhecidas da Bíblia, com romance, suspense, drama e comédia. “A trajetória de Dalila não é contada na Bíblia. Tive de fazer uma pesquisa do contexto histórico e procurei amalisar o caminho das cortesãs”, acrescenta.

Na Bíblia, Dalila só aparece no final da história de Sansão. Já a minissérie, buscou fazer um paralelo com a trajetória dos dois protagonistas. Ela é uma jovem que vive no Vale de Soreque, povoado filisteu, povo inimigo de Sansão. Sua beleza atrai os olhares dos homens, inclusive do padrasto Rudiju, vivido por Camilo Bevilacqua. Sem o apoio da mãe, Agar, de Nina de Pádua, ela foge de casa e se torna cortesã do príncipe Inários, interpretado por Marcello Escorel.