18 outubro 2008

Sobre Pastores

Mensagem proferida no culto de ordenação do Pr. Joaquim, na Igreja Batista Betel

Saudação

Hoje é uma noite especial!

É especial para o Senhor, porque através de momentos como este a Igreja afirma sua confiança Nele como o supridor de suas necessidades; inclusive a necessidade que temos de pastores para o rebanho.

É especial para a Igreja Batista Betel, porque essa noite se tornará em um marco de mudança. Uma nova história será construída a partir de hoje. Uma construção de muitas mãos em direção à vontade do Pai.

É especial para os batistas do Ceará, porque confirma princípios que nos são caros, como a autonomia e a autogestão democrática das igrejas. Também porque renova nossa convicção de que o Espírito do Senhor deseja fazer uma obra em nós e através de nós neste estado.

É especial para o Joaquim, que hoje vê realizado seu desejo pelo episcopado, e ao mesmo tempo vislumbra o início de uma longa estrada pela qual só devem se aventurar aqueles que foram chamados pelo Senhor para isso.

É especial para mim, por causa da amizade que eu e Joaquim temos desenvolvido, e também pelo ardor no peito que tenho pela igreja do Senhor Jesus em sua expressão mais singela: Corpo de Cristo, Família de Deus onde o amor é a marca de nosso relacionamento com o Senhor, com nossos irmãos e com o mundo de Deus.

Minha saudação especial aos colegas pastores, que têm gastado suas vidas a serviço do Rei. No Senhor, o nosso trabalho não é vão, irmãos. Nós, os que temos guardado a esperança da volta do Senhor para buscar sua igreja, sabemos que não é vão. Ele trará consigo a justa recompensa aos seus servos.
Introdução

A Bíblia levou mais de 1.200 anos para ser escrita e seu último livro foi concluído há cerca de dois mil anos. Mas, se a imagem (digital) pode ser considerada uma grande revolução na comunicação do século XXI, a Bíblia precisa está totalmente conectada com nossos dias. Ela é um livro de imagens poderosas que têm influenciado de forma definitiva a vida humana.

Uma dessas imagens é a do pastor de ovelhas. Como toda imagem capaz de impactar, a ilustração do pastor e suas ovelhas surgiu da simplicidade do dia-a-dia. Uma profissão comum, sem glamour, sofrida, mesmo cansativa, mas que foi capaz de inspirar muitas pessoas através de gerações.

Jesus, os pastores e os mercenários

Nos dias de Jesus não eram necessárias muitas explicações sobre a figura dos pastores de ovelhas, porque ele fazia parte da vida das pessoas. Jesus usou a poderosa e simples imagem do pastor de ovelhas para ilustrar verdades espirituais de grande profundidade:

“Todo aquele que se recusa a entrar no curral das ovelhas pelo portão, e entra às escondidas por cima do muro, deve ser certamente um ladrão! Porque o pastor das ovelhas entra pelo portão. O porteiro abre o portão para ele, as ovelhas ouvem a sua voz e vê; ele chama suas próprias ovelhas pelo nome e leva todas para fora. Vai andando na frente, e elas seguem o pastor, porque reconhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho; antes fugirão dele, porque não e reconhecem a sua voz.” (João 10.1-5)

“Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Um simples empregado fugirá, se perceber que o lobo vem chegando, e deixará as ovelhas, porque elas não são dele, e ele não é o pastor delas. Com isso o lobo ataca e espalha o rebanho. O empregado foge porque é apenas uma pessoa que trabalha por dinheiro, e não tem interesse real nas ovelhas.

Eu sou o Bom Pastor, conheço minhas próprias ovelhas, e elas me conhecem. Assim como meu pai me conhece, Eu conheço o Pai, e entrego a minha vida pelas ovelhas. Eu ainda tenho outras ovelhas, em outro curral. Eu tenho de trazer essas também, e elas atenderão à minha voz; e haverá um só rebanho com um só pastor.” (João 10.11-16)


Grandes lições podem ser extraídas desse texto:

• O pastor chama as ovelhas pelo nome, ele as conhece;
• A voz do pastor é conhecida das ovelhas;
• As ovelhas seguem seu pastor;
• O pastor não é um empregado, ele não trabalha pelo que recebe;
• O pastor tem interesse pelo bem estar das ovelhas;
• O pastor é conhecido pelas ovelhas;

Mas não será nele nossa reflexão hoje à noite. Apenas precisamos entender o alerta de Jesus: assim como acontecem em meio aos pastores de ovelha, ao falarmos do rebanho do Senhor devemos saber que existem bons pastores, mas também existem mercenários, cujo interesse principal não é o bem estar das ovelhas que lhe foram confiadas, mas sim o seu próprio conforto.

Aliás, esse alerta deve ecoar em cada um que se diz chamado para pastorear o Rebanho e também no meio da igreja do Senhor Jesus.

Os profetas falam sobre os pastores

O alerta feito por Jesus já vinha ecoando na boca dos profetas do antigo testamento. O Espírito do Senhor não tem se calado diante daqueles que gostam da pompa e dos títulos. O Senhor não tem emudecido diante daqueles que usam o poder em benefício próprio sem demonstrar amor e misericórdia pelos rebanhos que lhes foram confiados.

O profeta Jeremias disse o seguinte:

Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor. (Jeremias 23.1-4)

O profeta Isaías levantou um clamor de indignação e disse:

Aproximem-se, animais selvagens, venham despedaçar; que as feras das montanhas venham devorar o meu povo.

Porque os chefes do meu povo -os vigias do Senhor, os pastores- estão cegos a todo o perigo, estão como que imbecilizados e nem sequer reagem, avisando quando o perigo se aproxima. Gostam de se deitar, amam a sonolência, deleitam-se em sonhar.

São gulosos como cães, nunca se satisfazem; são pastores estúpidos, só compreendem bem aquilo que representa os seus interesses pessoais e imediatos, procurando obter e ganhar tanto quanto possível, cada uma para si e seja de que forma for.

Venham, dizem eles. Vamos buscar vinho e fazer uma festa; vamo-nos todos embriagar. Isto assim é que é viver. Faremos isto hoje, amanhã, depois; e quantos mais dias melhor será. (Isaías 56:9-12)


O profeta Zacarias pronuncia um lamento que revela a seriedade como que a questão deve ser tratada.

Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o seu braço será de todo mirrado, e o seu olho direito será inteiramente escurecido. (Zacarias 11.17)

Cada um que se pronunciou como tendo sido chamado pelo dono das ovelhas para pastorá-las, e permitiu que as mãos lhes fossem impostas para o ofício, deve ler com temor e tremor as palavras dos profetas.
A Queixa do Senhor

Qual o ofício de um pastor? Qual é realmente o seu trabalho? O que deve esperar dele a igreja? O que espera dele o Senhor, dono das ovelhas? O que deve fazer um pastor para ser encontrado com o coração limpo diante do seu Senhor.

Hoje há uma grande confusão na igreja, com muitos títulos imponentes, muitos cargos importantes, e pouca gente para fazer o trabalho pastoral.

Muitos querem ser líderes, supervisores, diretores, superintendentes, presidentes; dependendo da denominação, desejam ser bispos, apóstolos ou quem pai-póstolos. Mas pouca gente deseja o árduo e cansativo trabalho de pastor de ovelhas.

Há quem queira liderar um grande ministério, responder por um orçamento farto, orientar uma grande equipe, ou dirigir uma grande instituição. Mas poucos desejam gastar-se no cuidado das ovelhas.

Através do profeta Ezequiel, o Senhor apresentou uma reclamação em forma de denúncia para os líderes do Seu povo. Creio que essa palavra do Senhor poderá nos ajudar, nesta noite a resgatar um pouco do ofício do pastor, que tem sido esquecido e desprezado até mesmo pela igreja.

1 Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? 3 Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. (Ezequiel 34:1-4)


O Ofício do Pastor

Tenho dito nesta noite que o ofício do pastor não tem qualquer glamour. Ser pastor de ovelhas não é poético. Um pastor de ovelhas pode até posar para uma foto com uma ovelhinha nos braços, mas o seu trabalho de todo dia não é esse.

Além disso, as ovelhas das fotos estão sempre limpas e saudáveis, mas no dia-a-dia do seu trabalho nem sempre é assim.

A denúncia do Senhor àqueles que se consideram líderes em sua igreja diz respeito ao desleixo com aquilo que é a parte principal do ofício dos pastores: apascentar as ovelhas.

O Senhor explica com detalhes quais responsabilidades de um pastor. Cumprir essas responsabilidades é o que credencia a alguém a ser reconhecido como pastor.

Fortalecer a fraca
Curar a doente
Enfaixar a quebrada
Orientar a desgarrada
Buscar a perdida

Fortalecer a fraca

Ovelhas fracas não têm nenhum atrativo, são na verdade sinônimo de problema. São aquelas que não se alimentam direito e por isso não conseguem encorpar espiritualmente. Não lêem as escrituras (e quando lêem não entendem). A ovelha fraca não tem ânimo para caminhar com resto do rebanho e não tem forças para responder aos chamados do pastor.

As ovelhas fracas cansam os pastores, por isso, alguns levantam as mãos para os céus em gratidão a Deus quando descobrem que elas estão em outro aprisco.

No entanto, ao pastores foi dada a incumbência de fortalece as ovelhas fracas. A questão é como fazer isso. A fraqueza das ovelhas normalmente é resultado da falta de alimento: ou porque o pastor não está oferecendo pasto sadio e abundante ou porque a ovelha não aprendeu a alimentar-se.

Pastores não podem fazer corpo mole diante das ovelhas fracas. Pastores precisam extrair da Palavra o alimento capaz de nutrir e fortalecer o rebanho do Senhor. Se toda semana você entrega a mesma sopinha rala, o rebanho enfraquece e conseguirá dar um passo sequer com suas próprias pernas.

Da mesma forma, as ovelhas precisam receber, mastigar e digerir o alimento. De que adianta um grande e delicioso banquete que é cuspido fora a cada colherada? De que adianta a pregação que é ouvida e esquecida? De que adianta o ensino que não muda o jeito de viver?

Curar a doente

Ovelhas doentes não têm qualquer atrativo. Ao tentar cuidar delas, alguns pastores tem a sensação de perda de tempo. E o resto do rebanho? E as tarefas que tenho de cumprir? E os relatórios que tenho de prestar? E o ensino que tenho de preparar? Ovelhas doentes também não conseguem acompanhar o ritmo de rebanho sadio.

Quando uma ovelha adoece (não a doença do corpo, mas a doença da alma) e começa a dar muito trabalho, não é difícil que o pastor, no mais escondido de sua alma, deseje-lhe um desfecho fatal.

O Senhor chamou os pastores não apenas para amarem as ovelhas doentes e desejarem a restauração de suas vidas, mas para levar-lhes cura. Para curar é preciso descobrir a doença, procurar e encontrar os remédios, e ficar ao lado enquanto a restauração não vem. Há curas que são rápidas, mas há outras que levam toda uma vida para acontecerem.

Da mesma forma as ovelhas precisam admitir quando estão doentes e permitir que os medicamentos da alma lhe sejam ministrados. É preciso aceitar a autoridade daquele que deseja o seu bem quando um remédio amargo é ministrado. É preciso enfrentar a necessidade de pedir perdão ou de perdoar. É preciso admitir o orgulho e abrir mão da pequenez da alma, quando a voz do pastor chega aos ouvidos. Não haverá cura se você não desejar e permitir-se ser curado.

Enfaixar a quebrada

Há ovelhas que não fazem perguntas. Saem correndo em direção aos abismos da vida e se jogam nos desfiladeiros. Ovelhas tolas, que por isso vivem quebradas.

Algumas vezes o desejo do pastor é dizer: bem que eu avisei, eu disse que isso não ia dá certo. Agora te vira aí com as conseqüências. Pode ser não se diga, mas o abandono e o afastamento são tradução prática desse sentimento.

O Senhor chama os pastores e exercerem misericórdia. Não importa quantas vezes isso for necessário. O Senhor deu aos pastores a missão de enfaixar os quebrados e levá-los nos braços por um tempo até que estejam prontos para caminhar sozinhos.

Pastores não jogam na cara a exortação que fizeram no passado. Pastores não se alegram com a queda de suas ovelhas. Pastores não expõem as feridas de suas ovelhas como forma de punição. Pastores limpam com amor, enfaixam com cuidado e ficam ao lado até que a recuperação se complete.

Da mesma forma, é preciso que as ovelhas se deixem enfaixar. Muitas vezes é preciso colocar o osso no lugar e isso dói muito. Se você não aceitar a correção, é possível que você se torne uma ovelha manca, e perca a alegria de festejar junto com o restante do rebanho. Não fuja da correção, não escape de mansinho quando a palavra do pastor encontrar as suas feridas. Permita-se ser consertada.

Orientar a desgarrada

Ovelhas desgarradas são aquelas que têm seus próprios caminhos. Elas são desatentas, e se desviam do caminho do rebanho por qualquer motivo. Na maioria das vezes, elas não se dão conta de que estão distantes.

Porque preocupar-se com aquelas que estão se desgarrando do rebanho, se há outra que têm atenção e prazer de caminhar junto? Ovelhas desgarradas são um trabalho extra para os pastores e, se não for por amor, os pastores não irão orientá-las.

Deus chamou os pastores para prover orientação para as ovelhas desatentas que gostam de ler horóscopo e fazem Yoga. Deus chamou os pastores para orientar aqueles que estão obcecados pelo consumismo, que desistiram de amar o próximo e para quem Deus se tornou apenas uma peça decorativa em um ritual religioso.

É preciso que as ovelhas aceitem com tranqüilidade a orientação de seus pastores. Não deixe o orgulho ou a timidez se tornarem empecilho para sua maturidade espiritual. Aceite de bom grado a orientação de seu pastor, verifique a palavra, ouça irmãos experientes e assim deixe que a orientação do Senhor mude o destino de sua vida.

Buscar a perdida

Como é difícil ir em busca da ovelha perdida que abandonou o aprisco e há muito não é mais vista. Só de pensar em fazer isso os pastore ficam cansados. Só em pensar na resistência que encontrarão, nas lutas que enfrentarão, já ficam exaustos.

Mas o Senhor os chamou também para isso. Buscar a perdida faz parte do ofício de pastor. Para isso é preciso vencer o próprio medo de rejeição. É preciso saber que iremos em nome do Senhor, o dono das ovelhas. É preciso amar profundamente as ovelhas que nos foram confiadas.

Buscar a ovelha perdida não é perda de tempo, é o nosso trabalho de pastor. Buscar a ovelha perdida é uma declaração de confiança no dono das ovelhas, que disse: ninguém as arrebatará de minha mão.

Da mesma forma, as ovelhas que estão longe do aprisco devem prestar atenção à voz do pastor. E quando você ouvir a voz e reconhecer o Supremo Pastor lhe chamando pelo nome, corra para os seus braços. Ele tem pastos verdejantes para alimentar a sua alma. Ele tem águas tranqüilas para saciara a sua sede. Não perca tempo! Volte para o rebanho do Senhor e para de vaguear pelos desertos da vida.

Conclusão

Talvez você não tenha percebido, mas há uma relação entre essas tarefas que fazem parte do ofício pastoral.

Quando o pastor se dedica a fortaleza as ovelhas fracas oferecendo o alimento sadio que é a Palavra, o número de ovelhas doente diminui.

Quando o pastor cuida das ovelhas doentes, limpa suas feridas e lhes ministra o necessário remédio, um número menor de ovelhas tropeçarão nos penhascos da vida.

Quando o pastor se dedica a consertar as ovelhas quebradas enfaixando-lhes as pernas e cuidando de sua recuperação, um número menor de ovelhas vai se desgarrar do rebanho.

Quando o pastor orienta as desgarradas com coragem e intrepidez, quando ele aplica a palavra para vida de cada dia, poucas ovelhas se perderão.

Talvez, hoje tenham sido trazidas à tona dimensões do ofício pastoral que estavam esquecidas e isso pode ter produzido um grande peso sobre os seus ombros. Esse é o peso que levam aqueles que, assim como Pedro, foram chamados pelo Senhor Jesus: apascenta minhas ovelhas.

Mas o Senhor jamais coloca sobre nós um peso maior do que podemos levar. Ao contrário disso, ele como o pastor de nossas almas, declara que estará ao nosso lado nessa empreitada. O Senhor está conosco, não estamos sozinhos! Ele estará conosco apascentando o rebanho sobre o qual nos colocou como pastores. Ouça o Senhor:

15 Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus. 16 A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer; a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; e a gorda e a forte vigiarei. Apascentá-las-ei com justiça. Eze 34:15-16

Veja como ele é misericordioso como seus pastores. O Senhor começa exatamente onde as nossas forças se acabam. Ele começa buscando aquelas que se perderam.

A tarefa é árdua, mas é honrosa.
A missão é maior do que nos, mas o Senhor estará conosco.
Os resultados nem sempre são visíveis, mas temos a esperança da eternidade plantada em nossos corações.

Instruções Finais

Introdução

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.

Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.

(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)

Instruções Finais

É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.

Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.

12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.

Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.

Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.

Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.

Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.

Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.

14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.

Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.

Advirtam os ociosos

Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.

Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.

Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.

Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.

Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.

Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.

Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.

6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)


A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.

Confortem os desanimados

A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?

Auxiliem os fracos

Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.

Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.

Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.

Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.

Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.

08 outubro 2008

Homens Batistas 2

Mensagem proferida no 2º Congresso dos Homens Batistas Cearenses, realizado nos dias 12, 13 e 14 de Setembro de 2008 no Sítio Aberta Stwart.

(Eph 4:16) do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

Hoje pela manhã falamos sobre a unidade através de Cristo. Agora, refletiremos juntos sobre a segunda parte de nosso tema, edificados no amor de Cristo.

A palavra edificado se relaciona com edificação e edifício, isto é, construção. Isso é muito interessante para nós porque revela uma verdade importante: não estamos prontos, nossas vidas estão sempre “em obras”! Talvez os crentes devessem andar por aí com uma placa pendurada no pescoço dizendo “em construção”.

Estou chamando atenção para esse ponto, porque muitos irmãos vêem sua caminhada com Cristo de uma maneira estranha: Eles reconhecem que eram inimigos de Deus, agradecem a Deus pela salvação em Cristo Jesus e passam o resto da vida esperando o céu, como se a salvação de Deus não fosse operada através do aperfeiçoamento permanente em nossas vidas.

O aperfeiçoamento é parte da salvação em três tempos, que às vezes esquecemos: fomos salvos por Deus em Cristo Jesus: Justificação (liberdade da culpa do pecado), estamos sendo salvos pela ação do Espírito de Deus: Santificação (liberdade do poder do pecado) e seremos salvos pelo decreto final do Pai: Glorificação (liberdade da presença do pecado).

Eph 4:11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, Eph 4:12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Eph 4:13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; Eph 4:14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; Eph 4:15 antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Eph 4:16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

Edificação, um meio não um fim.

O amadurecimento da igreja de Cristo não é uma obra que possa ser feita mediante a sabedoria humana, nesse ponto muitos se enganam achando que podem influir nesse processo porque se acham muito entendidos da Palavra. Conhecimento é bom, mas não produz maturidade por si mesmo. Ao invés disso, pode subir ao coração do sujeito e afastá-lo do Senhor.

A edificação da igreja é uma intervenção de Deus diretamente na vida de cada filho seu. A edificação da igreja é o resultado do aperfeiçoamento de cada um dos seus membros. Deus nos fez parte de um mesmo corpo, por isso estamos ligados uns aos outros e o nosso crescimento só acontece em conjunto.

Por isso, uma igreja em que apenas algumas pessoas estão dando passos em direção ao amadurecimento espiritual, é como um corpo em que apenas os braços ou as pernas crescem. Ficando sem harmonia e equilíbrio, o corpo começa a ter dificuldades para cumprir suas atividades mais simples e se tornará em algo feio e sem função.

Porque aperfeiçoar você?

Rom 8:29 Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.Rom 8:30 E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Deus tem um plano. Ele quer que todos nós tenhamos o mesmo caráter de Cristo. Ele deseja que sejamos parecidos com Jesus tanto no amor incondicional que ele teve pelas pessoas quanto na obediência confiante que ele demonstrou diante da vontade do Pai. Assim o pai está constituindo uma grande família, onde Jesus estará cercado de muitos irmãos, regenerados pelo Espírito Santo.

O que isso provoca em você? Que sentimentos você tem quando ouve que o Senhor “bolou” um plano, que Ele mesmo está executando, para que você se torne à imagem de seu filho?

31-32 Que poderemos nós comentar perante coisas tão maravilhosas? Se Deus está ao nosso lado, quem será contra nós? Se ele nem o seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, não nos dará, com Cristo, tudo o mais que precisarmos? 33 Quem ousará acusar-nos, a nós que Deus escolheu para si mesmo? Porque foi Deus mesmo quem nos perdoou 34 Quem pois é que nos condenaria? Ninguém o poderia fazer visto que foi mesmo Cristo quem morreu e ressuscitou por nós, e se encontra sentado no mais honroso lugar junto de Deus, ali intercedendo em nosso favor. (Rom. 8:31-34 - OL)

Qual é o plano de Deus?

O plano de Deus é a igreja. O Senhor estabeleceu sua igreja não apenas para que o evangelho seja pregado, mas, sobretudo para que ele seja vivido. O final que esperamos para todas as coisas não é apenas que todos tenham ouvido as boas novas, mas que as vidas tenham sido transformadas pelas boas novas. A igreja é o plano de Deus para o aperfeiçoamento de cada um de nós.

Volte para Efésios 4:11 e 12 e veja que esse plano começa com alguns presentes dados por Deus. O Senhor entrega para a igreja pessoas, como se fossem instrumentos que Ele vai usar para a edificação da igreja: profetas, evangelistas, pastores e mestres.

Eph 4:11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, Eph 4:12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

Vamos compreender agora. Deus chama pessoas no meio da igreja para usá-las no aperfeiçoamento dos santos. Profetas, evangelistas, pastores e mestres são responsáveis pelo aperfeiçoamento da igreja. Eles devem pregar, exortar, evangelizar, admoestar, cuidar e ensinar os santos e prepará-los para que eles exerçam seus próprios ministérios, dentro e fora da igreja.

Assim, o corpo é edificado tanto pelo trabalho dos líderes quanto pelo ministério dos santos. Isso é muito importante porque nos revela que não podemos esperar que o pastor sozinho complete toda a obra de edificação da igreja. O corpo de Cristo só plenamente edificado quando cada irmão exerce o ministério para o qual foi chamado por Deus.

O Espírito revelou ao Apóstolo Paulo que a igreja é um organismo vivo em que cada membro precisa ser parte do crescimento do corpo. Na prática, isso significa que para a edificação da igreja ser completa, cada membro precisa descobrir como Deus deseja que ele participe desse grande desafio.

Como é na sua igreja. É tudo nas costas do pastor? Afinal “o homem tá sendo pago pra isso!” Ou talvez seja tudo sobre as suas costas e de um ou dois diáconos. Esse não é o jeito de ser igreja que o Senhor deixou para nós.

Eph 4:16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

No verso 16, o Espírito de Deus revela que toda a igreja, como um corpo, deve trabalhar para o seu crescimento. Outra coisa é que o corpo precisa estar conectado. Uma perna em um canto e um braço em outro canto não formam um corpo, além de não poderem ajudar um ao outro.

Talvez agora seja mais fácil compreender porque a unidade do Espírito é tão fundamental para a igreja. Sem unidade, a igreja jamais poderá trabalhar como um corpo em que cada parte serve o corpo todo e não a si mesmo.

É nesse ponto que as duas coisas se misturam: unidade e edificação. O Espírito de Deus produz unidade para que o corpo seja edificado. Mas, o final da edificação mútua do corpo, isto é, o resultado de cada pessoa exercer seu ministério na igreja, é chegarmos à unidade da fé e pleno conhecimento do Filho de Deus

Eph 4:13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;

Assim, a unidade do Espírito prepara o ambiente para a edificação e a edificação resulta na unidade do corpo. O resultado de tudo isso é que através da vida e da experiência dos irmãos, conheceremos mais a Jesus e isso nos fará pessoas mais maduras, mais parecidas com Cristo.

Você já sabe qual é o chamado de Deus para sua vida? Qual foi o serviço para o qual o Senhor o chamou. Quais são as capacitações que o Espírito lhe concedeu? Você é o plano de Deus para a edificação da Igreja.

Edificação, uma proteção para a igreja

Por fim, quero pensar com os irmãos sobre a idéia revelada nas Escrituras de que a edificação é uma proteção para a igreja. Muitos pastores estão preocupados com a enorme quantidade de falsos ensinos que estão sendo despejados sobre a igreja. De segunda a segunda, 24h por dia, TV, rádio, internet estão cheios de ensinos estranhos à Palavra de Deus.

Quando a igreja é edificada pelo exercício do serviço de cada um, as pessoas amadurecem, tornando-se menos inconstantes, assim o próprio corpo se protege dos ensinos falsos, da fraudulência e dos erros maquinados por pessoas que não tem qualquer apreço pela igeja de Cristo.

Eph 4:14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro;

Os arraiais batistas têm sido invadidos pelo ensino de todo tipo de aventureiro. Muitos irmãos têm sido arrancados de nossas igrejas porque às vezes nos falta a alimentação sadia extraída da Palavra, a comunhão e o cuidado mútuo, o testemunho alegre de fé e confiança, a dedicação no serviço, enfim, a edificação mútua do corpo, que faz a igreja crescer.

Parte o coração de qualquer pessoa comprometida com a igreja de Jesus ver bebês na fé sendo açoitados de um lado para o outro por todo vento de doutrina, exatamente como alerta a Palavra de Deus. Onde estão os homens maduros de nossas igrejas? Onde estão os filhos de Deus experimentados na Palavra e na obediência? Onde estão os pais na fé dessa multidão de crianças de leite.

Quero encorajá-lo a descobrir e exercer seu ministério no corpo de Cristo, assim a igreja será edificada e protegida dos ventos de doutrina que assolam a igreja brasileira.

Conclusão

Quero encerrar encorajando os irmãos a fazerem duas coisas: primeiro, esforçar-se para manter a unidade do Espírito, rejeitando os espíritos facciosos que têm pelejado contra a igreja de Cristo; segundo, exercer com plenitude o ministério para o qual o Senhor o chamou e assim edificar a igreja pela qual Cristo Jesus entregou sua própria vida.