23 fevereiro 2006

Poder de Deus para Salvar

Por Aristarco Coelho
Romanos 1:14

Houve um tempo no Brasil em que ser crente significava enfrentar a sociedade. Os evangélicos eram vistos como retrógrados, ultrapassados e antiquados. Muitas pessoas, depois que aceitavam a Jesus como seu Senhor e Salvador ficavam envergonhadas de contar para os amigos e familiares. Hoje ser evangélico é quase moda. Atores, cantores, empresários e outros profissionais fazem questão de dizer que têm uma fé, que acreditam em algo.

Em parte isso tem a ver com a cultura dos nossos dias que prega a aceitação de tudo. Vale tudo, vale o que você quiser, porque afinal de contas você é o dono do seu nariz. Assim, vale até ser crente. Quem quiser ser que seja, tá no seu direito.


Faz parte também dessa cultura dos nossos dias tratar o evangelho de Jesus como mais um item na prateleira religiosa. É como se fosse um supermercado com vários produtos. Você passar, olha, examina a qualidade e o preço, e decide por um. Não importa sua decisão, se você escolheu o que queria. Por isso ninguém precisa ficar envergonhado com o evangelho de Jesus.

No texto que lemos, o apóstolo Paulo também diz que não tem vergonha do evangelho de Cristo. O contexto histórico em que ele diz isso até se parece um pouco com o que estamos vivendo hoje, com o supermercado das religiões, mas a compreensão dele sobre o que é o evangelho, quais os seus efeitos e porque não precisamos nos envergonhar dele é bem diferente da maioria das pessoas hoje.

Evangelho quer dizer “boa notícia”. A boa notícia de Jesus é que ninguém mais precisa viver uma vida distante de Deus por causa de seus pecados; ninguém precisa viver afastado do amor
de Deus porque não consegue ser perfeito a ponto de aproximar-se dele; ninguém precisa temer por causa de suas tendências destrutivas de si e dos outros.

A Boa Notícia de Jesus é que há solução disponível para quem quiser restaurar seu relacionamento com Deus e assim encontrar propósito para a vida. Em seu evangelho, Jesus afirma que Ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai ao Pai senão por ele.

O apóstolo Paulo entendia que essa boa notícia deveria ser vista como poder de Deus. A palavra traduzida por poder tem a mesma raiz de dinamite. O evangelho é a dinamite de Deus. Quando você crê em Jesus como o único capaz de lhe salvar e o único digno de dirigir a sua vida... Quando você o aceita com seu Salvador e Senhor... O evangelho explode as
cadeias do pecado e lhe salva de uma prisão eterna. Esse salvamento lhe permite achegar-se a Deus.

Os judeus de que Paulo fala estavam tão presos à Lei como meio de aproximar alguém de Deus, que esse evangelho de Jesus parecia uma afronta. Para eles era um escândalo acreditar que alguém pudesse aproximar-se de Deus simplesmente através de sua confiança em Jesus.

Os gregos eram tão cultos, tão presos à visão do homem como origem e fim de todas as coisas... Eles acreditavam tanto que a filosofia e a reflexão seriam capazes de levar paz ao coração das pessoas... Que esse evangelho de Jesus parecia uma loucura.

No tempo de apóstolo Paulo, realmente havia um grande supermercado religioso, assim como nos nossos dias. Mas o entendimento dele e dos demais apóstolos não deixava dúvida de que o evangelho de Jesus não era apenas mais um produto na prateleira. Para os crentes do primeiro século, as boas notícias disponíveis para todos por meio da fé eram o poder divino para restauração de vidas.

A dinamite de Deus explode tanto as cadeias da religiosidade vazia, que leva as pessoas a acharem que podem barganhar com Deus... Quanto às cadeias do humanismo arrogante, que leva as pessoas a pensarem que podem ocupar o lugar de Deus. O evangelho de Jesus não é pra ser escondido, não é pra se sentir vergonha dele. Quando a gente experimenta a liberdade que esse evangelho dá, o destino não pode ser outro senão compartilhar!

Assim como a dinamite, o evangelho de Jesus, isto é, as boas novas de que há salvação pela fé para todo aquele que se render ao Filho de Deus, faz muito barulho. Faz tanto barulho que muito tentam abafar, esconder, e principalmente mantê-lo longe do coração das pessoas.

Se você já experimentou o poder desse evangelho, mas perdeu o fôlego pelo meio do caminho, saiba que Deus quer renovar as suas forças e lhe dar ânimo novo para a caminhada. Permita que sua mente seja constantemente renovada pelo pleno
significado do evangelho de Jesus.

Se você tem vivido como aqueles judeus, preso à prática religiosa como um náufrago em alto mar, não tenha medo se a dinamite de Deus explodir as crenças em que você está agarrado! A salvação de Deus é muito maior e melhor do que esses pedaços de madeira aos quais você confiou a sua vida.

Se você tem vivido como os gregos, à busca de um novo conhecimento, de uma nova filosofia ou até de uma nova tecnologia que seja a salvação da
humanidade, não tenha medo quando a dinamite de Deus explodir algumas de suas mais sólidas convicções... A salvação de Deus é muito maior e melhor do que os sonhos humanistas de auto-salvação.

Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.

22 fevereiro 2006

Livre-se do Medo

Por Aristarco Coelho

Somos a geração do medo!

Crescemos vendo o medo estampado no rosto das pessoas e nos noticiários da TV. Temos medo de ser assaltados, medo dos acidentes de trânsito, medo da violência sem motivo, medo das incertezas, medo de não ter onde ganhar o pão de cada dia ...

O medo quase sempre nos cerca quando o desconhecido se avizinha. Talvez nosso maior medo seja da morte. São muitas as perguntas que preferimos não fazer: o que nos espera do outro lado? Qual é a sensação de morrer?

Medo e desconfiança andam de mãos dadas. Onde um deles aparece o outro está por perto. Temos medo pela falta de esperança em encontrar pessoas que busquem o nosso bem e tenham sobre nós bons pensamentos.

Em um dos livros da Bíblia, Deus afirma algo que é capaz de encher nossos corações de confiança Nele “ ... Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” – Jeremias 29:11.


No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. (I João 4;18)

Ora, se confiamos em um Deus todo poderoso que faz tal afirmação, podemos abrir mão dos nossos medos. Deus não faz afirmações levianas. Por isso podemos ter certeza que o Seu amor por nós é muito maior do que podemos imaginar.

Na verdade Ele já deu provas desse amor. Seu compromisso com você O levou a entregar seu próprio filho para sofre a penalidade que era sua. Há um texto na Bíblia que diz “ Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” – Romanos 5:8.

Tenha certeza de que o medo não subsiste onde há confiança. E se há alguém digno de que confiemos nele, esse alguém é Jesus. Ele é a prova do perfeito amor de Deus por nós e onde há amor o medo é lançado fora. Lance fora seus medos, aproprie-se do amor de Deus.

21 fevereiro 2006

O Agente da Graça


A história verídica de Dietrich Bonhoeffer, um ministro alemão com moral e ética que se uniu à resistência contra o Nazismo de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Firme na Palavra de Deus e a soberania dEle, Bonhoeffer enfrenta desafios e a morte. Hoje, ele é considerado um dos maiores mártires do século.

Prêmios:Melhor Filme - Festival Monte Carlo 2000; Melhor Imagem e Melhor Produção - ICVM 2001; Melhor Drama - Medalha de Bronze - Festival New York 2001.

20 fevereiro 2006

Dietrich Bonhoeffer

Dietrich Bonhoeffer
(1906-1945)

Dietrich Bonhoeffer é uma das figuras de maior relevância na teologia atual. Seu pensamento vem se tornando fator de grande inspiração para teólogos de todo o mundo. Essa influência encontra respaldo em sua vida e legado, que têm sido capazes de marcar o pensamento teológico, a piedade e a prática cristãs do mundo pós Segunda Guerra Mundial.

Pastor e teólogo luterano, Bonhoeffer nasceu em 1906, na cidade de Breslau, Alemanha (Hoje Polônia). Gêmeo de sua irmão Sabine, cresceu em uma família bastante unida de oito irmãos. Seu pai, Karl Lydwig Bonhoeffer, era um médico e psiquiatra renomado na Universidade de Berlim, além de um descrente bastante cético em relação ao cristianismo. Sua família, aristocrática, vivia à margem do cristianismo. Mesmo assim, por causa da influência da mãe de Dietrich, a Bíblia e suas histórias foram preservadas dentro de sua casa.

Ao 14 anos o jovem Bonhoeffer surpreendeu a família ao anunciar sua decisão de se tornar ministro de evangelho e estudar teologia. Foi criticado por seus irmãos e irmãs que argumentaram ser a igreja uma instituição pobre, fraca, monótona e pequeno–burguesa. Dietrich respondeu que “nesse caso, precisarei reforma-la”.

Em 1923, ao 17 anos de idade, ele entrou na Universidade de Tübingen. Influenciado pelo liberalismo de seus dias, um ano depois, transferiu-se para a universidade de Berlim, onde completou seus estudos teológicos.

Bonhoeffer recebeu seu doutorado em teologia, aos 21 anos, da Universidade de Berlim, Sua tese versava sobre a comunhão dos santos. Ele definiu a Igreja como “Cristo existindo em forma de comunidade”. Para ele “Deus, embora distante, estava perto”, e por meio de “encontros concretos com os irmãos” os cristãos poderiam viver uma vida de fé verdadeira.

Entre 1928 e 1933, Bonhoeffer mudou de endereço várias vezes. Pastoreou em Barcelona, na Espanha (1928-1929) e depois por um breve período em Berlim. Em 1930 passou um ano no Seminário Teológico Union, em Nova York, realizando estudos pós-graduados. Ali, fez contado com Reinhold e H. Richard Niebuhr.

Em 1931 ele retornou a Berlim. Ali, com a publicação de “Ato e Ser”, passou a dar aulas na Universidade de Berlim, além de tornar-se capelão luterano. Quando Hitler chegou ao poder em 1933, ele ensinava naquela instituição.

Em 1° de Fevereiro de 1938, Bonhoeffer fez um pronunciamento pelo rádio sobre “a mudança de visão nas gerações mais novas do conceito de Füher (Senhor)”. Em abril do mesmo ano, ele, Barth e outros firam chocados com a adesão de vários pastores ao “princípio do Füher” e com o apoio à idéia da supremacia da raça ariana. Ainda em 1933, depois da prisão de vários pastores luteranos dissidentes, Bonhoeffer saiu da Alemanha e foi servir como pastor em uma congregação de língua alemã na Inglaterra. Ali permaneceu por dois anos.

Bonhoeffer afiliou-se à Igreja da Confissão, que consistia de um terço dos clérigos protestantes sob a liderança de Martin Niemoeller. Mesmo estando em Londres, ele continuou ativo nos movimentos de protesto em sua terra. Em maio de 1934, enviou uma carta pastoral pedindo que as igrejas confessionais emitessem um “ultimato” aos líderes cristãos da Alemanha. Isso culminou na Declaração de Barmen, da qual Karl Barth foi o principal articulador.

Em 1935, Dietrich voltou para a Alemanha e ajudou a Igreja Confessional no estabelecimento de um seminário ilegal, em Finkenwalde, do qual tornou-se diretor. Ali, Bonhoeffer tinha 25 jovens sob sua liderança. O seminário foi fechado pelo regime nazista em 1937 e seu diretor proibido de publicar obras e falar em público. Durante esses dois anos, vividos em comunidade com seus alunos, surgiram duas de suas maiores obras: Discipulado e Vida em Comunhão.

Em 1939, a obra Vida em Comunhão foi publicada. Após a publicação, visitou os Estados Unidos e, apesar da insistência dos amigos para que ficasse, ante a iminente guerra, voltou à Alemanha, decidindo servir aos seus compatriotas como ministro cristão.

A partir de 1940, Bonhoeffer esteve profundamente envolvido com o movimento de Resistência dentro da Alemanha. Barth e Tilich tiveram que exilar-se, Bultmann agiu com suficiente reserva para continuar pastoreando durante o regime nazista. Já Dietrich Bonhoeffer associou-se ao grupo que planejava matar Hitler. No inverno de 1942-1943, quando a Alemanha começava a perder a guerra, armaram-se dois planos para assassinar Hitler. A participação de Bonhoeffer nesses planos foi descoberta e ele foi preso em 1943.

Os dois anos que Bonhoeffer passou como preso dos nazistas (1943-1945), embora fossem inicialmente um tempo de intensa provação espiritual, levaram-no a desenvolver uma rotina de contemplação e criatividade disciplinadas, que resultou em escritos que localizavam os desafios contemporâneos e futuros existentes diante da igreja cristã.

Na verdade, Bonhoeffer jamais saiu da prisão. Ele foi morto algumas semanas antes de os aliados tomarem o campo de concentração onde ele estava preso. Em 9 de Abril de 1945, uma segunda-feira, após liderar o culto do dia anterior, Dietrich Bonhoeffer foi enforcado. Suas últimas palavras foram: “Este é o fim, mas para mim é apenas o início da vida”.

19 fevereiro 2006

A Força de Gideão





INTRODUÇÃO

Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a vida de um homem chamado Gideão. Ele foi um pequeno agricultor que viveu em uma época muito difícil, mais de 1200 anos antes de Cristo. Gideão tinha uma plantação de trigo que servia para sua subsistência e também cultivava uvas. Ele fazia parte de uma nação conhecida ainda hoje como Israel. Foi ele quem ouviu essa frase: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? Quem eram os midianitas? Por que Gideão deveria livrar Israel? Que força era essa, que ele possuía? Hoje, conhecendo um pouco da história desse homem, vamos descobrir que a força de Gideão está à disposição de qualquer um que deseje usá-la. Essa é a força que transforma pessoas simples, medrosas e inseguras em verdadeiros heróis.




O livro de Juízes retrata um período em que Israel vivia uma espécie de gangorra espiritual. Hora se afastava do Senhor, se entregava a idolatria e servia a outros deuses, (E aí, era dominado e oprimido por outros povos); Hora se arrependia, clamava ao Senhor e pedia por libertação (E aí, Deus enviava alguém para libertar o povo). Os dias de Gideão eram dias em que a gangorra estava em baixo.

O pai de Gideão, Joás, tinha em casa um altar dedicado a Baal e um poste-ídolo. Baal era o deus dos cananeus. Ele assumia diversas personalidades de acordo com a região em que era adorado. Os cultos a Baal eram acompanhados de orgias sexuais e alguns incluíam também o sacrifício de crianças. Os postes-ídolo eram esculturas de madeira em homenagem à deusa-mãe Astarote ou Aserá. Era assim que o povo de Israel que havia sido libertado do Egito com sinais e prodígios estava. Totalmente entregue à adoração de outros deuses, longe do Senhor e esquecido dos seus feitos poderosos.

Deus, então, põe em prática seu método de fazer heróis: OBEDIÊNCIA. O Senhor orienta Gideão a que destrua o altar a Baal que seu pai tinha, corte o poste-ídolo que estava junto ao altar, e com a madeira sacrifique um dos bois de seu pai em holocausto ao Senhor. Gideão sabia que isso era uma grande afronta à maneira de viver que o povo tinha escolhido. Com medo do que poderia lhe acontecer, Gideão fez o serviço à noite.

A afronta foi dupla. Gideão não apenas estava quebrando qualquer aliança com outros deuses, ele destruíra os objetos de culto da casa do próprio pai. Gideão pôs em risco suas terras, seus servos, sua vida e vida de sua família. Todos poderiam ser mortos e suas terras queimadas como resposta a essa afronta. Mas o Senhor não permitiu que isso acontecesse.

Gideão não era um poço de certezas e convicções. Depois de ouvir o Anjo do Senhor pela primeira vez ele quis confirmações de que era realmente o Senhor que estava falando. Ele não conhecia bem o Senhor nem a Sua lei. Mas ele obedeceu.

Eu não sei qual são os altares que você tem na sua vida. Não sei quantos postes-ídolos você tem edificado em volta desses altares. Mas eu sei uma coisa. O método de Deus para transformar pessoas simples, medrosas e inseguras em heróis ainda é o mesmo. OBEDIÊNCIA. Destrua o altar de Baal, arranque os postes-ídolos e queime tudo em holocausto ao Senhor. Se for o Senhor quem fala ao seu coração, não tenha medo. Obedeça. Não importa se não era o que você estava pensando, não importa se vai desagradar quem quer que seja. Quando o Senhor fala e confirma sua voz, a obediência é a melhor opção.

Gideão foi desafiado para abandonar o lamento, deixar pra trás o choro, a aceitar o desafio de confiar na presença do Senhor e colocar-se a serviço dele... a se alegrar mais na sua presença do que nas vitórias e a obedecer confiadamente no Senhor. A força de Gideão estava na Confiança, no Serviço, no Contentamento e na Obediência. Essa força está a nossa disposição. Deus continua querendo transformar homem e mulheres simples, medrosos e inseguros em verdadeiros heróis. Basta seguir os passos de Gideão: CONFIAR, SERVIR, CONTENTAR-SE E OBEDECER.


Então, se virou o SENHOR para ele e disse: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? (Juízes 6:14 RA)


Uma panorâmica a jato
A Bíblia é a auto-revelação de Deus. Através dela, Deus revela sua intervenção pessoal na história da humanidade. Falando de outra maneira, Deus inspirou homens e mulheres a escreverem histórias que revelam o Seu caráter, deixando assim registrado para a humanidade quem Ele é.

A Bíblia está dividida em duas grandes partes que nós conhecemos por Antigo e Novo Testamento. O Novo Testamento fala do ministério de Jesus, sua vida, morte e ressurreição; Fala também dos desdobramentos que se seguiram, como o surgimento e a expansão da Igreja. Já o antigo testamento é uma coleção de registros sobre o povo de Israel e sobre relacionamento de Deus com esse povo. Gideão, sobre quem vamos falar, fazia parte do povo de Israel.

A história desse povo começa com um homem chamado de Abraão. Abraão vivia em uma cidade conhecida como Ur dos caldeus. Era uma região em que as pessoas faziam para si esculturas e as adoravam como divindades. Deus desafiou Abraão a sair daquela região e a começar algo diferente. Deus queria formar um povo especial a partir de Abraão e prometeu que da descendência dele nasceria uma grande nação. Esse povo seria especial por ter sido escolhido por Deus e sua diferença seria um relacionamento direto com Ele. Abraão aceitou o convite e confiou em Deus. Por causa disso é conhecido com o Pai da fé.

Abraão teve um filho chamado Isac, que nasceu quando Abraão tinha 100 anos e Sara, a esposa de Abraão, tinha 90. O nascimento daquele menino do ventre de uma anciã de 90 anos foi a forma que Deus usou para dizer que não falharia com a sua promessa. Isac casou-se com Rebeca, uma jovem muito bonita, e eles tiveram gêmeos: Esaú, o mais velho, e Jacó, o mais novo. Naquela época o filho mais velho tinha muitos privilégios em relação aos outros, inclusive herança dobrada em relação aos demais irmãos. Mas Deus quebrou a ordem dos costumes e disse que nação que ele prometera a Abraão viria do mais novo, de Jacó, não do mais velho.

Jacó poderia ter sido brasileiro, se o Brasil existisse naquela época. Ele sempre dava um jeitinho nas coisas. Ele negociou com o Esaú, seu irmão, e tirou dele os direitos do primogênito; Ele fez uma sociedade com o sogro, Labão, e se deu tão bem nos negócios que se tornou mais rico do que ele. Até com Deus ele quis negociar. Mas Deus não negocia com ninguém. Por isso, Deus foi ao encontro de Jacó e o confrontou em um vale chamado de Jaboque. Lá, Jacó, que significa enganador, teve seu nome mudado para Israel, que significa príncipe. Jacó, ou Israel, casou-se com Raquel e teve 12 filhos.

Um dos filhos de Jacó chamava-se José. Ele foi vendido como um escravo pelos outros irmãos, que tinham inveja dos privilégios que ele tinha em casa. Com isso, José foi parar no Egito. Depois de injustiçado e preso, Ele elaborou e executou um plano para enfrentar uma grande seca. Com o sucesso do plano ele ganhou muito prestígio e levou toda a sua família para morar no Egito, salvando a todos da morte.

Durante 400 anos, os descentes de Abrão, Isac e Jacó, permaneceram no Egito. Eles cresceram tanto em número que os governantes do Egito começaram a ficar preocupados com a possibilidade de uma revolta dentro do seu país e impuseram uma carga de trabalho muito grande aos israelitas. O povo de Israel, também conhecidos como Hebreus, estava sendo muito oprimido. Os governantes do Egito chegaram a fazer uma lei que obrigava as parteiras a matarem os meninos que as mulheres israelitas dessem à luz. Um dos meninos que se salvou nessa época foi Moisés. Em vez de ser morto, ele foi criado pela filha do faraó.

Ao se tornar adulto, Moisés foi o líder que Deus usou para libertar o povo de Israel da escravidão que eles viviam no Egito. Quando Deus chamou Moisés para essa missão, Ele lembrou a promessa que havia feito a Abraão, de fazer uma grande nação da descendência dele, e orientou Moisés para que levasse todo aquele povo para a terra prometida. Ao chegar naquele lugar, o povo ficou com medo de entrar na terra porque já havia outros povos morando lá. Deus, então, conduziu Moisés por 40 anos no deserto até que nascesse uma nova geração capaz de confiar na promessa.

O sucessor de Moisés foi Josué. Ele ela um general de guerra. Depois da morte de Moisés, Josué desafiou o povo a entrar na terra prometida e conquistar o espaço que Deus já havia dado. As conquistas de Josué começaram com uma cidade chamada Jericó. Ele ocupou quase toda a área que Deus havia prometido e o povo de Israel se instalou em uma região conhecida como Canaã. Mas alguns dos povos que viviam naquela região não foram expulsos nem conquistados no tempo de Josué. Entre esses povos havia os Midianitas.

Depois que Josué morreu, o povo de Israel se acomodou na nova terra e se esqueceu de tudo o que Deus havia feito. Eles se associaram aos povos que não havia sido expulsos, abandonaram o culto a Deus e passaram a adorar os deuses daqueles povos. Todas as vezes que abandonavam ao Senhor, eles eram dominados e oprimidos por alguma das nações que já moravam naquela região. Era essa a situação nos dias de Gideão.

Gideão viveu dias muito difíceis. No começo do capítulo 6 de Juízes, vemos que os midianitas e amalequitas tinham uma estratégia terrível. Eles esperavam que Israel fizesse todos os procedimentos do plantio, deixavam que a plantação crescesse um pouco, deixavam que os animais se multiplicassem e depois faziam uma espécie de arrastão, e destruíam tudo que Israel havia feito.
(3) Porque, cada vez que Israel semeava, os midianitas e os amalequitas, como também os povos do Oriente, subiam contra ele. (4) E contra ele se acampavam, destruindo os produtos da terra até à vizinhança de Gaza, e não deixavam em Israel sustento algum, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. (5) Pois subiam com os seus gados e tendas e vinham como gafanhotos, em tanta multidão, que não se podiam contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra para a destruir. (Juízes 6:3 -5 RA)

Respondeu-lhe Gideão: Ai, senhor meu! Se o SENHOR é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas. (Juízes 6:13 RA)

E ele lhe disse: Ai, Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai. (Juízes 6:15 RA)


(25)Naquela mesma noite, lhe disse o SENHOR: Toma um boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta o poste ídolo que está junto do altar. (26) Edifica ao SENHOR, teu Deus, um altar do cume deste baluarte, em camadas de pedra, e toma o segundo boi, e o oferecerás holocausto com lenha do poste ídolo que vieres a cortar. (27) Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez como o SENHOR lhe dissera; temendo ele, porém, a casa de seu pai, e os homens daquela cidade, não o fez de dia, as de noite. (Juízes 6:25-27 RA)


GIDEÃO E O LAGAR

Gideão era um pequeno agricultor e estava trabalhando na colheita do trigo quando ele ouviu: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? Malhar o trigo era o processo de tirar o grão de trigo da casca. Agricultores como Gideão faziam isso de três maneiras: batiam na palha com um bastão, usavam os animais para pisarem o trigo ou passavam uma espécie de trenó sobre o cereal. Tudo isso era feito em campo aberto.

Mas Gideão estava malhando o trigo no lagar. O lagar era um tanque de pedra, feito no chão, que era usado para pisar as uvas e fazer vinho. Mas porque Gideão estava debulhando trigo no lugar de fazer vinho? É que o lagar era como se fosse uma piscina funda, assim ele estava escondido das vistas dos midianitas. Pode-se ver que Gideão era inteligente, mas estava com muito medo de ver a sua colheita mais uma vez destruída. Por isso, ele foi malhar o trigo no lagar.

A família de Gideão era pequena e não era rica. Ele mesmo era apenas um agricultor que plantava pra comer e estava com muito medo de ser saqueado por mais um arrastão dos midianitas, mas o Anjo do Senhor ao saudá-lo o chamou de homem valente e disse que ele livraria Israel dos Midianitas se fosse nessa força que ele tinha. Mas que força poderia ter Gideão? Ele não parecia forte. Ele até reclamou quando o Anjo do Senhor o saudou dizendo que o Senhor era com ele...

Gideão se via como alguém totalmente desprovido de condições para fazer qualquer coisa quanto à opressão dos Midianitas. Ele não tinha um exército a sua disposição, não tinha armas apropriadas para se defender, e sua família era pequena e pobre.Muitas vezes é assim que nos sentimos. Nossa vida é uma desgraça, somos os mais fracos, os mais pobres... O menor entre os menores. E ainda por cima vêm os midianitas, fazem um arrastão e levam tudo que construímos. Aí dizemos como Gideão... Se o SENHOR é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? Não fique triste! Hoje a Palavra do Senhor vem lhe dizer: O Senhor é contigo, homem valente! O Senhor é contigo, mulher valente!

GIDEÃO E A FORÇA

Talvez você se lembre de um personagem dos desenhos animados que dizia “Eu tenho a força!”. Era o He-man! Quando se sentia acuado pelos inimigos, ou quando precisava cumprir uma missão muito difícil, ele levantava a sua espada e gritava: eu tenho a força! O He-man buscava essa força nos poderes da uma caveira cinza;

Numas das trilogias mais famosas do cinema, Star Wars, os Gedais são preparados durantes toda a vida para serem guardiões da Força. A força está dentro deles. É um poder interior e impessoal.

Heróis de todos os tempos buscam força em pedras incandescente... Poções mágicas... Na repetição de mantras... Meditações interiores... Exercícios de relaxamento... Somos desafiados por nossa cultura a buscar energia no desejo de vingança... Na obsessão por um sonho... No ímpeto de consumir... Ou simplesmente na busca pela auto-satisfação.

Mas, e no caso de Gideão? Que força era essa que nem ele conhecia. O anjo do Senhor disse a Gideão: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas. Qual era a força que o Anjo do Senhor estava enxergando naquele homem, malhando trigo dentro do lagar escondido dos midianitas?

A primeira pista que temos é a saudação do anjo (v.12): O SENHOR é contigo, homem valente. A situação era desfavorável, o medo era grande, o clima de insegurança era permanente... Mas Gideão foi lembrado pelo anjo que o Senhor estava com ele. Essa deveria ser a base da força de Gideão. A presença de Deus. Não havia motivos para Gideão acreditar que Deus estivesse presente em meio às enormes adversidades que ele estava vivendo com sua família. Mas Deus estava com ele e era dessa verdade que ele deveria extrair sua força.

Eu não sei quais são as adversidades que você está vivendo... Não sei se você está malhando o trigo no lagar, dentro de um buraco, pra ver se passa despercebido... Não sei se os midianitas e amalequitas da sua vida acabaram de fazer um arrastão e levar os seus sonhos de uma vida digna, honesta e em paz. Mas eu sei de uma coisa: O senhor é contigo, homem valente. O senhor é contigo, mulher valente. A sua força deve ter como base essa verdade.

A segunda pista que temos da força de Gideão é a pergunta que o Senhor faz a Ele (v.14): Porventura não te enviei eu? Gideão estava sendo desafiado pelo Senhor a fazer algo além das suas possibilidades. Como um pequeno agricultor, sem qualquer experiência em liderar um exército, poderia enfrentar o desafio de lutar contra uma multidão de nômades bandoleiros que avançavam como um enxame de insetos sobre a terra? Como aquele homem, triste com o silêncio do Senhor, poderia fazer algo em nome do Senhor? Por isso Gideão precisava compreender que aquela missão não era sua, mas do Senhor. Gideão seria forte porque ele estava a serviço do Senhor.

Não sei os projetos que você tem a sua frente. Nem sei se você tem algum projeto. Mas eu sei de uma coisa: você vai encontrar força do alto quando os projetos da sua vida não forem apenas seus projetos, mas sim os sonhos do Senhor. Deus não tem compromisso com os seus projetos pessoais. O compromisso dele é em moldar sua vida e construir em você o caráter Cristo. Gideão nem sonhava em liderar um exército e vencer os midianitas, ele só queria malhar o trigo dele em paz. Mas Deus tinha um outro projeto. Permita que o Senhor lhe revele os planos Dele. Aí você vai se sentir forte quando ouvir o Senhor falar: Porventura não te enviei eu?

A terceira pista para descobrirmos que força era essa que o Anjo do Senhor vira em Gideão é o encorajamento do Senhor no verso 16: Tornou-lhe o Senhor: Já que estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem. Nesse encorajamento de Deus, há uma condição importante. O senhor garante a vitória para Gideão, mas ela só aconteceria se Gideão acreditasse que era a presença de Deus que daria a vitória. Não era o tamanho do exército... Não era a qualidade das armas... Nem qualquer tipo de acordo com o inimigo.

Eu não sei se você tem compreendido, mas para o Senhor a vitória é apenas a conseqüência da presença dele. Para ele é muito mais importante que você deseja estar próximo dele do que obter dele os seus sonhos de consumo. Não tenha medo, Gideão, eu vou estar com você. Essa é grande promessa de Deus. A vitória é boa, alegra o coração, mas a presença do Senhor é muito melhor. Você tem convidado o Senhor para caminhar ao seu lado de segunda a sábado, ou você apenas o visita no domingo à noite? Quando ele está conosco podemos fazer como Gideão e ferir os midianitas da vida como se fossem um só homem.

A quarta pista é decisiva para entendermos a força de Gideão. Avance um pouco na sua bíblia e acompanhe comigo os versos de 25 a 27.

Depois de encorajar Gideão, de lembrá-lo da presença permanente do Senhor, de garantir a vitória diante dos midianitas, depois de explicar que a missão para a qual ele estava sendo chamado era um projeto de Deus. O Senhor revela qual seria o mecanismo pra tornar real e verdadeira a expressão homem valente, pela qual Gideão havia sido chamado. O Senhor apresentou o seu método para transformar pessoas simples, medrosas e inseguras em heróis: OBEDIÊNCIA.