36Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa. 37Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.
Lucas 7:36-38 (NVI)
Nossa história tem três personagens: Jesus, um fariseu chamado Simão e uma mulher. A história se passa na casa de Simão, durante um jantar.
Ao que parece, aquele
era um jantar formal, pois Jesus tomou lugar à mesa, isto é, havia um lugar
separado especialmente para ele; É possível que Simão houvesse convidado Jesus
após ouvi-lo expondo as Escrituras em algum lugar;
Jesus, portanto, era um convidado especial. Mas a outra personagem, a mulher, não fazia sequer parte da lista de convidados; não que ela fosse desconhecida na cidade, mas porque possivelmente era uma prostituta.
Naquela época, as casas de pessoas ricas eram construídas em torno de um pátio aberto que parecia uma pequena praça. Muitas vezes, havia no pátio um jardim e uma fonte; era ali que eles comiam nos dias quentes. Era costume, quando um rabino era convidado, virem todo tipo de pessoa; ninguém era impedido de ouvir as pérolas de sabedoria que saíam da sua boca. Foi ali, no pátio interno casa de Simão que tudo aconteceu.
No Oriente, os convidados não se sentavam em cadeiras, mas reclinavam à mesa, em sofás baixos, apoiando-se em seu braço esquerdo para liberar o direito para comer. Tinham os pés estendidos para fora do sofá e estavam sem sandálias durante as refeições. Pode-se entender assim como a mulher chegou aos pés de Jesus.
Os sofás eram dispostos ao redor de uma mesa longa e baixa, ou, algumas vezes, no lugar da mesa, havia apenas grandes pratos de madeira colocados ao longo do centro da sala. Em um jantar formal, o sofá de cada convidado era colocado segundo a ordem da sua posição de importância naquela reunião.
Ao chegar, todos
tiravam as sandálias ou chinelos, e os deixavam à porta. Os servos ficam de pé,
por detrás dos sofás, com uma bacia rasa e larga no chão, e derramavam água
sobre os pés dos hóspedes.
Hoje em dia algumas cortesias são esperadas por alguém que é recebido na casa de outra pessoa, como cumprimentos de mão, beijos na face, uma palavra de bem-vindo, a indicação de um lugar para sentar.
Hoje em dia algumas cortesias são esperadas por alguém que é recebido na casa de outra pessoa, como cumprimentos de mão, beijos na face, uma palavra de bem-vindo, a indicação de um lugar para sentar.
Naquele tempo
também eram esperadas pelos hóspedes algumas cortesias: um beijo de saudação,
água para lavar os pés e óleo perfumado para ungir a cabeça.
Curiosamente, o texto de Lucas fala apenas que Jesus chegou à casa de Simão e ocupou o lugar que estava separado para ele. Não há qualquer menção a respeito dos rituais de recepção que seriam esperados numa ocasião como esta.
Por que Simão
convidou o mestre e negou-lhe as boas vindas? Não é estranha a forma como Simão
se comportou? Será que ele gostava realmente de Jesus, ou não? Jesus era um
convidado especial naquela festa, mas somos forçados a nos perguntar se Jesus
era realmente importante para Simão.
Ainda hoje muitas
pessoas agem em relação a Jesus da mesma forma: preparam uma festa para
homenageá-lo, convidam os amigos, mas deixam de lado o próprio Jesus.
Nesse ponto da história entra em cena a mulher tida como pecadora, que era conhecida de todos.
37b...certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.
Lucas 7:37 (NVI)
Os convidados estavam todos em seus lugares. A comida estava servida e as conversas preenchiam o ambiente no pátio interno da casa de Simão. Jesus também estava deitado de lado, apoiado em um dos braços e com os pés fora do sofá.
De repente, entra
no ambiente uma mulher conhecida na cidade por ganhar a vida nos prostíbulos.
Muitos homens ali a reconheceram.
Ela colocou-se atrás, aos pés de Jesus. Chorou ao ponto de molhar os pés dele. Enxugou-os com os cabelos, beijou-os e depois os ungiu com um perfume muito caro.
Os olhos de todos
ali estavam voltados para aquela cena inusitada, surpreendente. Aquela mulher estava
fora do seu ambiente. No entanto, ela se expôs e se dispôs a enfrentar aquela
situação (e o julgamento de todos) para demonstrar o quanto Jesus era
importante para ela.
O quanto nós
estamos dispostos a fazer o mesmo, irmãos, a demonstrar a importância de Jesus
em nossas vidas? Qual o tamanho do nosso amor por ele? Qual o tamanho de nossa
gratidão diante do que ele fez por nós?
Na verdade, não havia como aquela cena passar despercebida do restante dos convidados, e do próprio Simão, o anfitrião. Seja pela força das imagens, seja pela disposição de todos ali no pátio interno da residência de Simão.
Ele talvez tenha maneado a cabeça e feito algum gesto com os lábios. Mas Lucas afirma que o Fariseu falou consigo mesmo nos seguintes termos:
39"Se este homem fosse profeta, saberia quem
nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’ ". Lucas 7:39
A forma como Simão
reagiu àquela cena inusitada revelou seu coração e algumas de suas convicções. Normalmente
não falamos muito sobre nossas convicções, nossas crenças, mas elas têm um
papel importante na maneira como vivemos nossa vida. Uma outra forma de dizer a
mesma coisa é que aquilo em que cremos direciona nossas ideias.
Embora seja
difícil, irmãos, refletir sobre os próprios pensamentos e considerar o porque
das nossas reações, isso pode ser um bom exercício para expor nossa alma diante
de Deus. Quem reflete sobre si mesmo tem a possibilidade de tirar a trave do
próprio olho antes de tentar tirar o cisco do olho de outra pessoa.
O que podemos
deduzir a partir de sua fala a respeito dos pensamentos de Simão?
1. Parece que Simão considerava aquela mulher alguém
inferior a ele. Ela era uma pecadora e sua atitude ali certamente não era
bem-intencionada. Por causa dos costumes ele não a proibiu de entrar em sua
casa, mas definitivamente para Simão ele e ela não eram do mesmo tipo de
pessoa.
Infelizmente,
irmãos, esse tipo de pensamento não é raro entre pessoas que se dizem
seguidoras de Jesus. Como alguém que foi salvo pela graça de Deus, que foi
amado por Deus quando estava morto em delitos e pecados, pode se considerar
superior a outra pessoa? Realmente uma atitude assim nada tem a ver com o
evangelho de Jesus.
2. Outra coisa importante na fala de Simão é que ela
parece revelar uma "agenda escondida". Ele chamou Jesus para um
jantar, mas o que queria mesmo era saber se o jovem Rabino era um profeta de
Deus. A conclusão a que ele chegou foi um definitivo NÃO. Se ele fosse profeta
saberia que aquela mulher era uma prostituta e não permitiria que ela o
tocasse. Afinal de contas, deve ter pensado, profetas não se misturam com gente
desse tipo.
Simão tinha a si
mesmo em alta conta. E é claro que para alguém ser um profeta deveria ser ainda
melhor do que ele. Aparentemente Jesus não tinha passado no teste de Simão.
Ao ouvi-lo Jesus percebeu
que Simão não tinha uma visão correta sobre si mesmo. Ele não se achava apenas uma
boa pessoa, mas melhor que muita gente; e que por isso Deus o amava e o havia
escolhido. Simão acreditava que era amado por Deus porque vivia uma vida
correta.
Por isso ele também
só amava as pessoas que viviam uma vida correta. Certamente que aquela mulher
não vivia uma vida correta de acordo com o ponto de vista de Simão.
Nós também, irmãos,
somos tentados a ir pelo caminho de Simão: amarmos os certinhos porque
acreditamos que Deus também ama os certinhos. Mas Jesus falou algo muito
diferente disso em outra ocasião:
17Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os
que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para
chamar justos, mas pecadores".
Marcos 2.17 (NVI)
O Senhor decidiu,
então, contar uma história para ajudar Simão. Lucas 7:40-43
- Respondeu-lhe
Jesus: Simão, tenho algo a lhe dizer.
- Dize, Mestre, disse ele.
- Dois homens
deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta.
Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos.
Qual deles o amará mais?
- Simão respondeu:
Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior.
- Você julgou bem,
disse Jesus.
Na história de Jesus, amor é o que acontece na vida de alguém que foi perdoado. Quanto mais uma pessoa reconhece é devedora ao ser perdoada, tanto mais ela percebe o tamanho do perdão que recebeu; e aí seu coração se enche mais ainda de gratidão por aquele quem o perdoou.
Na história de Jesus, amor é o que acontece na vida de alguém que foi perdoado. Quanto mais uma pessoa reconhece é devedora ao ser perdoada, tanto mais ela percebe o tamanho do perdão que recebeu; e aí seu coração se enche mais ainda de gratidão por aquele quem o perdoou.
A única linguagem
que Simão conhecia para o relacionamento com Deus era viver uma vida correta.
Por isso, quando ele viu aquela mulher abraçada aos pés de Jesus ele
imediatamente pensou: isso não está certo! Ela é uma pecadora! Pecadores não
tem nada a oferecer a Deus.
A mulher, no
entanto, aprendeu uma outra linguagem, outra forma de se aproximar de Deus: o
amor. Ela e o fariseu eram devedores diante de Deus. Nenhum dos dois podia
pagar sua dívida. Mas ao contrário dele, ela reconhecia o estado em que se
encontrava. Por isso, ao ser perdoada, seu coração encheu-se de amor e
gratidão.
Já Simão achava que
sua dívida nem era tão grande assim, pois ele era uma boa pessoa e fazia tudo
certinho. Como ele pensava que não havia muita coisa para Deus perdoar, o seu
amor por Deus era pequeno e debilitado.
Você já pensou que
seu amor por Deus e pelas pessoas pode estar enfraquecido porque você não tem
ideia de quão imensa era sua dívida e de quão grande foi o perdão de Deus em
sua vida?
10Tal como as Escrituras afirmam: Ninguém é bom -
ninguém no mundo inteiro é inocente.11Ninguém jamais seguiu
realmente as veredas de Deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo.12Todos
se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é
direito durante toda a sua vida nem uma só pessoa.13O que falam é
abominável e tão sujo quanto o mau cheiro de uma sepultura aberta. Suas línguas
estão cheias de mentiras. Tudo o que dizem tem o ferrão e o veneno de serpentes
mortíferas.14Suas bocas estão cheias de maldição e de amargura.15Estão
prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde com eles.16Por
onde quer que vão, eles deixam a miséria e o transtorno atrás de si.17Nunca
chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus.18Não
se importam com Deus, nem tampouco com o que Ele pensa deles. (...)23Sim, todos pecaram; todos fracassaram, e não
puderam alcançar o glorioso ideal de Deus;24no entanto, Deus nos
declara agora "sem culpa" das ofensas que Lhe fizemos se confiarmos
em Jesus Cristo, aquele que em sua bondade tira os nossos pecados
gratuitamente.
Romanos 3.10-18,
23,24 (BV)
Era essa a situação
em que você se encontrava quando o Senhor o encontrou, o amou e pagou o preço
pela sua vida, meu irmão.
Jesus contou aquela
história para ajudar Simão a compreender de onde vinha o amor que fez aquela
mulher se expor e se dispor diante de todos a demonstrar a importância de Jesus
para ela. Ao terminar a história, Jesus voltou a falar com Simão:
44Então, virou-se em direção à mulher e declarou a
Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar
os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e
os enxugou com os próprios cabelos.45Da mesma maneira, tu não me
saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que
cheguei não cessa de me beijar os pés.46E mais, tu não me ungiste a
cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo,
ungiu os meus pés.47Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por
ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados. Mas
onde há necessidade de pouco perdão, pouco amor é revelado.48Em
seguida, Jesus afirmou à mulher: “Perdoados estão todos os teus pecados!
Lucas 7.44-48 (KJA)
Um dos versos da
canção que cantamos no começo diz assim:
Só quem conhece a grandeza do perdão que recebeu,
entrega em amor todo o tesouro seu, para adorar a Deus.
O que o impede de falar para todos o quanto Jesus é importante para você? Se você tem caminhado na mesma direção de Simão e deixado sua gratidão a Jesus esfriar, o tempo de mudar chegou.
Esse é um bom
momento de derramar sua vida em adoração, como um perfume agradável a Deus. Sim!
É hora de renovar sua gratidão pelo imenso amor com que Deus o amou! Eu o
convido a cantarmos mais uma vez a canção Vaso de Alabastro.
Antes, porém, quero deixar uma palavra para você que ainda não se rendeu-se a Jesus e continua se esforçando para ser aceito por Deus:
- A religião não pagará sua dívida;
- Os muitos cultos não pagarão sua dívida;
- As promessas cumpridas e os terços rezados não pagarão sua dívida;
- As orações sem fim, correntes, novenas e preces poderosas não pagarão sua dívida.
Apenas Jesus pode fazer isso. Na verdade, Ele já pagou. O que você precisa fazer é deixar-se alcançar pela Maravilhosa Graça de Deus e receber pela fé aquilo que jamais vai alcançar por esforço próprio.
Se você quer abrir mão do penoso esforço de tentar ser certinho quando Deus lhe quer perfeito e parar de entregar moedinhas para tentar pagar uma dívida de milhões...
Se você reconhece o
quão necessitado do perdão você é...
Saiba que o Senhor
quer dizer para você o mesmo que ele disse àquela mulher: Perdoados estão todos
os seus pecados.