Como é Deus
Muito me alegra a oportunidade de outra vez estar aqui
com os irmãos para pensarmos juntos sobre as Escrituras Sagradas. Recebi o
convite de João Paulo para trazer uma série de mensagens, durante o mês de agosto,
sobre “Os Atributos de Deus” e isso me animou bastante.
Por que falar sobre os atributos de Deus? Acho que
podemos pensar em uma pergunta singela, feita por muitas crianças: como é Deus?
Crianças fazem boas perguntas! Para responder a essa pergunta precisaremos
refletir sobre as características de Deus, seus atributos e os aspectos
marcantes de seu caráter. Afinal de contas, como podemos descrever (se é que é
possível) o Deus a quem dizemos servir?
Para alguém que não acredita na existência de um Deus
pessoal talvez essas sejam perguntas irrelevantes, mas para nós que cremos são
perguntas importantes e de certa forma difíceis, mas certamente elas ficarão
sem resposta.
Como é Deus? A maioria dos estudiosos concorda que
Deus nunca será plenamente compreendido, porque a mente humana, finita e
limitada, jamais poderá alcançar a compreensão de um Deus infinito. Nisso eles
concordam com as Escrituras
3Grande é o Senhor e digno de ser louvado;
sua grandeza não tem limites. Sl
145.3 (NVI)
5Grande é o nosso Soberano e tremendo é o
seu poder; é impossível medir o seu entendimento. Sl 147.5
(NVI)
33Ó profundidade da riqueza da sabedoria e
do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis
os seus caminhos! Rm
11.33 (NVI)
Todos esses textos deixam claro que nem mesmo um único
aspecto a respeito da pessoa de Deus (e muito menos a sua plenitude) pode ser
compreendido de forma exaustiva. Deus sempre será cercado pelo mistério que existe
quando pessoas finitas consideram o infinito.
No entanto, é também verdade que a nós nos é dado,
mesmo sendo finitos e limitados, conhecer algo de verdadeiro a respeito de
Deus. Se não podemos compreendê-lo plenamente, ainda podemos aprender coisas
verdadeiras sobre ele.
Como isso é possível? Onde encontraremos informações
seguras sobre Deus? E quem nos ensinará sobre como Ele é? Felizmente não fomos
deixados por conta própria. Somos esclarecidos a respeito disso pelo Texto
Sagrado.
10bO Espírito sonda todas as coisas, até
mesmo as coisas mais profundas de Deus. 11Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do
homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém
conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. I Co 2.10,11(NVI)
É o Espírito de Deus, que habita em nós, que nos
iluminará e ensinará através das Sagradas Escrituras. É através da leitura das
páginas da Bíblia, recheadas de testemunhos e declarações de fé, que podemos
conhecer aspectos verdadeiros da natureza de Deus e de seu caráter.
Duas coisas importantes podemos concluir até agora,
irmãos. A primeira (1) é que sempre haverá algo novo sobre Deus a ser
conhecido. Nós nunca ficaremos entediados em nossa busca sobre os atributos de
Deus. Portanto, se você está se sentindo enfadado, domingo após domingo,
cumprindo tabela... Eu o desfio a iniciar uma jornada para conhece mais de
Deus. Eu garanto que o tédio e o desânimo não serão seus companheiros nessa
jornada.
A segunda coisa (2) igualmente importante é que só é
possível conhecer mais sobre os atributos de Deus se nos voltarmos para a
Bíblia, porque foi nela que Deus se revelou à humanidade. Portanto, aquele que deseja
conhecer mais de Deus não precisa (nem deve) buscar algum livro secreto ou um
mestre cheios de sabedoria humana. Pode parecer estimulante procurar Deus fora
das Escrituras, mas o fim desse caminho é a morte da alma.
Há um texto nas Escrituras que sempre me provoca a
respeito disso. É um convite feito pelo profeta Oséias:
1“Vinde e voltemos para Yahweh, porquanto
ele nos arrebentou, mas haverá de nos curar; ele nos feriu, mas cuidará de
nossas chagas. 2Passados dois dias, ele nos revivificará;
ao terceiro dia nos erguerá e restaurará, a fim de que possamos viver em sua presença.
3Conheçamos e prossigamos firmemente
adorando e conhecendo Yahweh, o SENHOR. Tão certo como nasce o sol, sua vinda
ocorrerá sobre todos nós como as boas chuvas que vivificam a terra nos tempos
apropriados!” Os 6.1-3 (KJA)
Eu espero que você aceite o desafio do profeta para
conhecer melhor o Deus que você afirma servir, porque esse é um dos meus
objetivos nessa noite. Assim, quem sabe, você e eu vamos nos aproximar dele com
muito mais confiança.
Eu sou o que sou
Algo que desejo fazer hoje é lembrá-lo de que vivemos
tempos em que a Verdade como algo absoluto foi atacada por todos os lados e
está desacreditada. Há ainda alguns que acreditam em verdades absolutas, mas a
maioria das pessoas não pensa mais assim. Elas acreditam que a Verdade é algo
bem relativo, e que cada pessoa tem a sua própria verdade.
Esse modo de pensar, chamado de Relativismo, também se
aprenseta quando as pessoas refletem sobre Deus. Assim, cada um se sente livre
para formular sua própria definição a respeito de Deus e para defender seu
ponto-de-vista como Verdade; a sua verdade. Essa mistura de opiniões diferentes
sobre Deus torna tudo ainda mais difícil, à medida que você ouve e considera essas
muitas opiniões.
Seja na TV, no Facebook ou no Whatsapp, tem sempre
alguém dando sua opinião sobre Deus. Há quem ache que Ele se parece com um
sujeito rancoroso e vingativo que fica sempre procurando algo de errado na vida
das pessoas para apontar o dedo da acusação; outros o veem como um tipo de
velhinho bondoso (e caduco!), sempre relevando nossa vida torta. Mas como Deus
realmente é?
Bom, uma questão importante quanto a essas opiniões
diferentes a respeito de Deus é que, se existe realmente um Deus (e
definitivamente ele existe!), aquilo que as pessoas afirmam a respeito dele só tem
valor se corresponder a quem ele realmente é. Dito de outra forma, “se existe
um Deus, ele é o que é, independente daquilo que pensamos sobre ele”.
A bíblia conta a história de Moisés desde o seu
nascimento até a sua velhice. Quando ele já era um homem adulto e estava
cuidando de um rebanho nas montanhas, sua atenção se voltou para um arbusto que
pegava fogo, mas não se queimava. Quando ele chegou perto para ver o que era
aquilo, Deus se apresentou para Moisés e o chamou para uma missão.
Uma parte dessa conversa nos interessa hoje a noite.
Moisés ficou incomodado com o fato de que o povo que estava no Egito, para onde
Deus o estava enviando, não conhecia o Deus de Abraão, Isac e Jacó. Vejamos
esse pedaço da conversa.
13 Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier
aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós
outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.
Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Ex
3.13,14 (ARA)
Isso é maravilhoso, irmãos. Deus é o que é!
Portanto, ainda que vivamos tempos confusos, com
muitas opiniões diferentes sobre Deus, podemos descansar na certeza de que
nesse mar de opiniões sobre Deus, existe um porto seguro ao qual poderemos
chegar com nossos barquinhos. Existe uma verdade absoluta sobre Deus, porque
ele simplesmente É.
Nossa jornada durante os sábados que estaremos juntos é
em direção a esse porto seguro. E como já vimos antes, não fomos abandonados à
própria sorte. Temos o Espírito de Deus! Ele é o guia dessa nossa jornada.
Temos as Escrituras Sagradas! Ela é o nosso mapa em direção ao conhecimento dos
atributos de Deus.
Atributos de Deus
Nós somos batistas. Os irmãos do passado em nossa
tradição cristã, também refletiram sobre quem é Deus e como ele é. E depois de
investigarem a Bíblia, eles deixaram registrado em nossa Declaração Doutrinária
uma boa definição a respeito de Deus e seus atributos. Vejamos:
“O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal,
eterno, infinito e imutável; é onipotente, onisciente, e onipresente; é
perfeito em santidade, justiça, verdade e amor.”
Essa definição é um bom começo para falarmos sobre os
atributos de Deus. Nela esses atributos são agrupados de uma maneira didática e
bem comum à maioria dos teólogos: (1) temos alguns atributos
naturais: eterno, infinito, imutável, onisciente, onipresente; (2) e depois
uma parte dos atributos morais: santidade,
justiça, verdade e amor.
Quando falamos dos atributos naturais de Deus estamos
nos referindo a características inerentes à natureza do Senhor. Os atributos
naturais falam sobre a grandeza de Deus, sua existência eterna, seu
conhecimento de tudo, sua presença constante e sua constância. Esses atributos
são próprios e exclusivos de Deus. Nós não podemos experimentá-los.
Por outro lado, quando falamos dos atributos morais de
Deus estamos nos referindo a características que falam sobre a qualidade moral
de Deus, isto é, se ele é bom ou mau. As Escrituras nos revelam que qualidades
como santidade, justiça, bondade e misericórdia nos apresentam um Deus que é
bom. Em certa medida, Deus compartilha seus atributos morais com a humanidade,
por isso eles são chamados de comunicáveis.
O que essas características de Deus falam para você sobre
quem ele é em sua vida? O que os atributos de Deus falam a respeito você mesmo,
criado à Sua imagem e semelhança? O que essas características de Deus dizem a
respeito da maneira como você se relaciona com as pessoas a sua volta? O que os
atributos de Deus declaram sobre o modo como você lida com a criação?
Essa são boas perguntas às quais voltaremos nos
próximos sábados. Agora vou concluir nossa reflexão de hoje com duas
considerações breves, à luz dessa primeira apresentação geral sobre os
atributos de Deus.
A primeira (1) é que Deus
é infinitamente poderoso e majestoso. Tudo o que de Deus é revelado nas
Escrituras nos mostram um ser que está além de qualquer parâmetro humano. Ele
não é igual a mim e a você. Ele é superior a tudo que a mente humana possa
elaborar! Foi Davi quem um dia tentou colocar em palavras essa grandeza de
Deus.
11 Ó
SENHOR, tua é a grandeza, o poder, a glória, a vitória e a majestade, porque
tudo quanto há no céu e na terra a ti pertence. Ó SENHOR, o reino é teu, e tu
governas soberano sobre tudo e todos! 12 A riqueza e a
honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Em tuas mãos residem toda a
força e o poder; na tua destra a dignidade, consolo e encorajamento que todo
ser humano carece. I Cr 29.11,12 (KJA)
Ao nos aproximarmos de Deus, irmãos, não podemos
perder de vista sua grandiosidade. Ele é infinitamente mais do que podemos
imaginar! Ele não pode ser medido, nem comparado e não há nada que possa ser
usado como régua.
À medida que avançarmos em nossos estudos sobre os
atributos naturais de Deus, eu espero que seu coração se encha de espanto e que
você fique maravilhado com o Deus a quem serve.
A segunda consideração (2) com a qual quero concluir
minha fala hoje é que Deus é bom. As
Escrituras nos falam o tempo todo que Deus é bom. Não há nele qualquer traço de
maldade. Não há nada nele que deva produzir desconfiança sobre suas intensões a
nosso respeito. A bondade faz parte da própria natureza de Deus.
Portanto, podemos nos aproximar dele com confiança.
Deus é digno de confiança! Ele não está armando contra nós. Muito ao contrário,
ele deseja e trabalha o tempo todo para o nosso bem.
4Desde a antiguidade não se ouviu, nem se
percebeu, tampouco escutou-se comentários; nem olho algum sequer vislumbrou
outro Deus além de ti, que age em favor daqueles que nele depositam sua
esperança. Is 4.4 (KJA)
Ao nos aproximarmos de Deus não podemos esquecer de
sua bondade. Quando nosso coração se encher de dúvidas e receios, devemos nos
lembrar: Deus é bom! Ele é digno de confiança! Não preciso ficar com medo, não
preciso me esconder, ele trabalha para o meu bem.
À medida que avançarmos refletindo sobre os atributos
morais de Deus, eu espero que você se sinta inspirado pelo Espírito Santo a se
tornar parecido com ele.
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Essa será nossa jornada nos próximos dois sábados e eu
espero que você esteja aqui e traga outras pessoas para aprender sobre quem é o
Deus que adoramos! Que Ele nos abençoe e nos ajude!